A pintura do Renascimento

Introdu
ção
Neste trabalho temos como objetivo dar-vos a
conhecer várias características referentes à pintura
do Renascimento.

Esta parte da matéria encontra-se da

página 69 à 75 do manual escolar.
 O Renascimento
• O movimento artístico ao qual
chamamos “Renascimento” nasceu
na Itália, em Florença, nas
primeiras décadas do século XV.
• Nos finais de 1400, tinha-se
espalhado por toda a Itália.
• Na primeira metade do século
seguinte, quando Roma se
sobrepunha a Florença como
principal centro artístico, tinha
alcançado os resultados mais Fig. 1- Cidade de
clássicos. Florença, em Itália,
 • Nessa mesma época, começou a
difundir-se pelo resto da Europa,
iniciando uma completa revolução
artística, cujos efeitos
O perdurariam, com constantes
acontecimentos, durante séculos,
Renasciment até quase ao limiar da nossa época.

o • Este movimento, embora bastante

complexo e variado internamente,
estabeleceu princípios, métodos e,
sobretudo, formas originais e
 A A definição de pintura
pintura renascentista surge na Itália
durante o século XV e funda
do um espírito forjado de ideais
novas e forças criadoras.
Renasci Desenvolve-se nas cidades
italianas de:
mento
Roma
Nápoles
Mântua
Ferrara
Urbino
Florença
Veneza
 Fig. 9 - Ticiano, Amor Sagrado e Amor
Profano, óleo sobre tela, 1515

A pintura do Renascimento vai receber influências da

A pintura do Antiguidade Clássica, nomeadamente, com o lugar de destaque
Renascimento que é dado à figura humana e às representações naturalistas (da
natureza).
Influência da Antiguidade Clássica na
pintura

A pintura do Renascimento
recuperou o nu, a temática
mitológica, o naturalismo das
figuras.

Fig.10 – Boticelli, O nascimento de

Vénus, c.1485.
 As representações
naturalistas
• Estas representações enquadram-se no movimento de
descoberta da Natureza e de valorização do real, numa
época em que despontava uma nova conceção do Homem.
• Atento ao espetáculo da Natureza, o artista esforçava-se
por compreender as leis que a regiam.
• A sua minúcia e o seu espírito analítico permitiram-lhe
várias conquistas pictóricas, como:
 A expressividade dos rostos;
 A espontaniedade dos gestos e a verosimilhança das
vestes e dos cenários;
 Rigor anatómico;
 A realização da paisagem como um elemento essencial da
composição pictórica.

Fig. 11- Rafael, Bindo Altoviti, óleo

sobre madeira, c. 1516-18
 O carácter religioso
da pintura do
Renascimento

• Uma grande parte da

temática da pintura do
Renascimento é de
carácter religioso, o que
não é de estranhar, já que
a maioria dos mecenas
pertencem à Igreja
Católica.
Fig.12 – A última ceia, Leonardo da Vinci, c.
1495-1498
 • Os artistas do Renascimento não se cingiram à influência da
Antiguidade Clássica, mas procuraram superá-la, em
A diferentes domínios:
 na representação e composição do espaço;
superaçã  na descoberta da técnica de pintura a óleo, que permitiu

o dos alcançar um maior detalhe, dispondo de uma paleta de cores e

tonalidades mais alargada;

modelos  no caráter humanista e individualista das realizações

artísticas;

da  no interesse pela natureza e pelo cenário do quotidiano, fonte

de inspiração para a representação das personagens e para o
Antiguid seu enquadramento;
 no papel central do Homem (antropocentrismo), objeto e
ade centro das representações, que favoreceu o aparecimento do
retrato (na pintura e na escultura);
 na emancipação e na dignificação do artista, que assumiu a
sua individualidade e a autoria das obras.
 A pintura a
óleo
Esta invenção do século XV, atribuída ao pintor flamengo Jan
Van Eyck, efetuava-se sobre madeira ou tela.
A técnica de pintura a óleo proporcionou uma representação
mais fidedigna da realidade:
 a mistura do óleo nos pigmentos permitiu obter uma gama
mais vasta de matizes cromáticos;
 foi possível produzir efeitos de sombreado mais ricos, bem
como velaturas (sobreposição de finas películas de tinta
transparente) e empastes (aplicação espessa de camadas de
tinta);
 os objetos e as figuras adquiriram uma representação mais
real;
 os quadros ganharam um brilho e acabamento de elevada Fig. 13 - A virgem e a Criança, Roger Van
Weyden, 1454, óleo sobre tela.
qualidade.
Este tipo de pintura possibilita ao artista a correção de um erro
Fig.14 - Altarpierce de Ghent, Fig.15 - Hugo van der Goes, Adoração aos Pastores
cidade flamenga, 1432. Óleo Portinari Retábulo (1475-1476)
350×461 cm, da Catedral de St.
Bavo.
 A obra de arte, no  Brunelleschi foi o
Renascimento,\ procurou inventor da perspetiva,
alcançar uma isto é, um método
representação o mais racional e matemático

A
próxima possível da da representação
realidade. Para tal, havia tridimensional(largura,
que ter em consideração comprimento e
perspeti a estrutura das formas, o
volume e a superfície
dos corpos e dos objetos.
profundidade) numa
superfície
bidimensional, que
va A relação entre o
observador e o objeto
permite alcançar a
noção de profundidade.

matemá tornou-se determinante.

tica Fig.16 -Filippo

Brunelleschi
A perspetiva matemática

A técnica da perspetiva na Os objetos mais próximos

pintura consistia na do observador são
diminuição progressiva da
representados com
representação dos objetos,
de acordo com a distância a
dimensões maiores do que
que se encontram do os que estão mais
espetador. afastados.
 A perspetiva linear
• A perspetiva linear era obtida
mediante a aplicação de regras
matemáticas, e possibilitava a
convergência de linhas paralelas
em direção a um único ponto no
horizonte (ponto de fuga), de
modo a criar-se um espaço
geométrico no qual as figuras
mais afastadas têm menores
proporções.
Fig.17–Rafael, A escola de
Atenas (1509)
 A
perspetiva linear
Nesta obra de Masaccio, é possível
identificar a perspetiva linear:
 através do ponto para onde
convergem todas as linhas (o ponto de
fuga);
 através da utilização da estrutura
arquitetónica para dar a ilusão de
profundidade.

Fig.18- Masaccio, A
 Perspetiva
aérea
o A perspetiva aérea foi outra forma de
perspetiva, em que a noção de
profundidade foi conseguida com a
gradação de cores (permitindo ir de uma
cor mais viva para outra mais suave ou de
contornos nítidos para contornos mais
esbatidos), com ligeiras subtilezas de
luminosidade e de composição de texturas.
o As imagens mais próximas tinham uma
maior definição, relativamente às mais
distantes. As cores dos objetos mais
afastados tornavam-se azuladas e os
Fig. 19 - Leonardo da Vinci,
 A
geometrização
Para a composição das cenas, os
pintores renascentistas adotaram
formas geométricas, com preferência
pela piramidal.
Considera-se que perspetiva e
geometria foram os grandes
fundamentos da composição artística
no Renascimento.

Fig.20 - Rafael, Madonna del Prado, 150

 A proporção
A procura de proporção entre as
dimensões preocupou os pintores
renascentistas. Se bem que o sentido da
ordem e do equilíbrio seja um legado da
Antiguidade Clássica, a verdade é que só
no Renascimento o espaço pictórico foi
construído com um rigor matemático,
indo-se ao ponto de o projetar a partir de
uma medida-padrão (módulo) que servia
de referência para as diferentes
dimensões.
A Flagelação de Cristo mostra o rigor
matemático do espaço pictórico, dizendo- Fig.21 – Piero della Franscesca, A Flagelação de Cristo,
têmpera sobre madeira, c.1460-65
se que o autor utilizou, como módulo, a
Os principais pintores da época e algumas das suas obras
 Leonardo da Vinci
(1452-1519)

Fig.24 - Mona Lisa ou La Fig.25 - Madona Litta ou A Virgem Fig.26- Dama com um Arminho,
Gioconda, c.1503, Leonardo da e o Menino, c.1491, Leonardo da c.1485, Leonardo da Vinci, Museu
Vinci, Museu do Louvre, Paris. Vinci, Museu Hermitage, Rússia. Czartoryski, Cracóvia.
 Michelangelo Buonarotti (1475-1564)

Fig.27- Pecado Original e A Expulsão do Fig.28- A Criação de Adão, 1508-1512,

Paraíso, 1508-1512, Michelangelo, Teto da Michelangelo, Teto da Capela Sistina,
Capela Sistina, Vaticano. Vaticano.
 Rafael Sanzio (1483-1520)

Fig.30 - Casamento da Virgem, 1504, Fig. 31 - A Transfiguração, 1517-20,

Rafael Sanzio, Pinacoteca de Brera, Rafael Sanzio, Pinacoteca Vaticano,
Milão. Roma.
 Ticiano
Vecellio

Fig.32 - Bacanal de
Andros, 1523-1526, Fig.33- Baco e Ariadne,
Ticiano Vecellio, Museu do 1522-23, Ticiano Vecellio,
Prado Madrid. National Gallery, Londres.
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