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Os movimentos de vanguarda emergiram na Europa nas duas primeiras décadas do século

20 e provocaram ruptura com a tradição cultural do século 19. Foram extremamente radicais e
influenciaram manifestações artísticas em todo o mundo (e pintura, escultura, arquitetura, literatura,
cinema, teatro música, etc.).
As vanguardas artísticas ultrapassaram o limite até então encontrado nas artes, propondo
assim, novas formas de atuação estética ao questionar os padrões impostos. No Brasil, elas
influenciaram diretamente o movimento modernista, que teve início com a Semana de Arte Moderna
de 1922.
Com o advento da tecnologia, as
consequências da Revolução Industrial,
a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política
que resultou destes grandes acontecimentos,
surgiu um sentimento nacionalista, um progresso
espantoso das grandes potências mundiais, e
uma disputa pelo poder. Várias correntes
ideológicas foram criadas, como o nazismo,
o fascismo e o comunismo, e também com a
mesma terminação “ismo” surgiram
os movimentos artísticos que chamamos de
vanguardas. Todos pautavam-se no mesmo
objetivo, que era o questionamento, a quebra dos
padrões, o protesto contra a arte conservadora, a
criação de novos padrões estéticos, que fossem
mais coerentes com a realidade histórica e social
do século que surgia.
Em busca de uma ressignificação do
que era considerado arte, os artistas das
vanguardas romperam com todas as
tradições anteriores, fazendo diversas
experimentações com materiais e técnicas
diversos, consolidando o caminho para o
surgimento da chamada arte moderna.
As chamadas Vanguardas Europeias eram
manifestações culturais da mesma época da
famosa Belle Époque. Essa época foi marcada por
muitas inovações no continente europeu.
Movimentos como a Art Nouveau (arte nova) e o
Impressionismo faziam parte dela. A Belle Époque
foi o auge da cultura, o cinema, os cabarés, o
cancan (dança de origem francesa), dentre outros.
O mundo se desenvolvia tanto no ramo da
tecnologia quanto da arte e da literatura. A arte nova
se baseava na ênfase das cores vivas e curvas.
Essas, centradas nas cores e design da natureza,
como também nas mulheres. Ela pode ser
encontrada em grande parte das mobílias, vasos,
joias, vitrais, azulejos, etc.
As vanguardas apresentaram ao
mundo uma nova maneira de
fazer Arte, pautada na liberdade
de criação e no rompimento com
o passado cultural tradicionalista.
Qual a função da arte?
As vanguardas europeias marcaram a história das Artes e a cultura dos países da
Europa. Algumas tinha relação com a revolução causada pela introdução de novas
tecnologias, outras se destacaram pela utilização de novas cores e formas geométricas.
Surgiu na França no início do século XX. Os artistas do Cubismo usavam em suas obras formas
geométricas representadas, na maioria das vezes, em forma de cubos e cilindros. O movimento rompeu com os
padrões estéticos existentes no século anterior, que prezava pela perfeição das formas. O movimento estreou de
fato com a divulgação da tela de Pablo Picasso "Les demoiselles d’ Avignon".
Além de Picasso, mestre espanhol, outros artistas se destacar no Cubismo, entre eles: Braque, Picabia,
Léger, Mondrian (pintores) e Apollinare e Cendrars (escritores).
1. Cubismo (1907)

• Surge em Paris, três anos após o Futurismo, nascido de experiências de Pablo Picasso e de Georges
Braque.
• Inicialmente, detém-se às pinturas através da valorização de formas geométricas. A colagem será outra
técnica introduzida pelos cubistas. Além disso, a pintura cubista propõe o rompimento com real (foto) e
a linearidade da arte renascentista.
• Proposta: Olha-se para um cubo e compreende-se a totalidade do objeto. “O trabalho do artista não é
cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo”(Picasso).
• Literariamente, o cubismo tem sua primeira experiência literária através do manifesto de Apollinaire em
1913. a literatura cubista manifesta uma preocupação em se aproximara das outras artes plásticas. Ainda
valoriza a construção do texto e os espaços em branco e preto da folha de papel. Defendia-se as
“palavras em liberdade”, “a invenção de palavras” e a “destruição das sintaxes condenadas pelo uso”.
• No Brasil, Oswald de Andrade será influenciado por essa tendência na década de 20 e também,
posteriormente, a poesia concretista.
O marco para o surgimento
do cubismo foi em 1907, com a
tela Les Demoiselles
d'Avignon (As damas d'Avignon),
do pintor espanhol Pablo Picasso.
Essa obra apresenta
influências visíveis das esculturas
africanas e das pinturas do pós-
impressionista francês Paul
Cézanne.
Ao lado de Picasso, o pintor
e escultor francês Georges
Braque também foi fundador do
movimento cubista.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO CUBISMO

Com o cubismo teremos um tratamento geométrico das formas da natureza. Assim, elas
passam a ser representadas pelos objetos em todos os seus ângulos no mesmo plano, constituindo
uma figura em três dimensões.
Predominam as linhas retas, modeladas basicamente por cubos e cilindros, dada a geometrização
das formas e volumes.
Essa técnica que renuncia à perspectiva, assim como ao "claro-escuro", causa uma sensação
de pintura escultórica.
No plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia
o exercício mental como maneira de expressão das ideias.
Ao romper com a perspectiva consagrada das linhas de contorno, a natureza passa a ser
retratada simplificadamente. Isso permite maior abstração sobre os atributos estéticos da obra, ao
mesmo tempo em que recusa a ideia de arte enquanto pura imitação da natureza. Sobre isso,
Georges Braque afirmou:

“Não se imita aquilo que se quer criar.”

Vale citar que este estilo abandona distinções entre forma e fundo ou qualquer noção de
profundidade.
Os temas como naturezas mortas urbanas e retratos são utilizados pelos pintores cubistas como
recursos para experimentar e criar baseados nas particularidades dessa vertente.
PROPOSTAS:

 Supressão do sentimentalismo piegas e da dor.


 Nada de lamentos
 Não só acentua o caráter de destruição mas
acrescenta construção.
 Abolição da cópia na arte.
 Interesse: mudança de planos, de perspectivas, da
decomposição geométrica dos objetos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

 geometrização das formas e volumes;


 renúncia à perspectiva;
 o claro-escuro perde sua função;
 representação do volume colorido sobre superfícies
planas;
 sensação de pintura escultórica;

Mulher Chorando (1937) - Picasso


"A Arte não é a
verdade. A Arte
é uma mentira
que nos ensina a
compreender a
verdade".
Pablo Picasso
Georges Braque
Fase Cezannista ou Cezaniana (1907 a 1909) Fase Analítica ou Hermética (1909 a 1912)

Também chamada de fase pré-analítica, o nome já A fase analítica caracterizou-se pela cor moderada,
indica que esse período foi caracterizado pela acentuando-se tons de marrons, pretos, cinzas e
influência dos trabalhos do artista plástico francês ocres. Tal escolha das cores se deu pois o mais
Paul Cézanne. importante era a exibição do tema fragmentado,
Nessa fase, os artistas começaram suas experiências disposto em todos os ângulos possíveis.
com as simplificações das formas e mais tarde Esse esfacelamento das formas chegou a níveis
passaram a representar as figuras dispostas em um tão elevados que, ao final, as figuras acabaram por se
mesmo plano. tornarem irreconhecíveis.
Fase do Cubismo Sintético (1911)
O cubismo sintético
caracterizou-se pelas cores
mais fortes e um retorno ao
figurativo, na medida em que
buscou tornar as figuras
reconhecíveis novamente,
mas sem voltar a um
tratamento realista.
Nessa fase, passa-se a
empreender o método
de colagem, fixando objetos
reais na tela, como pedaços
de madeira, vidro e metal.
Além disso, introduziram
recortes de jornais com
palavras e números. Esses
recursos eram utilizados a
fim de extrapolar os limites
das sensações visuais que a
pintura insinua, explorando
os sentidos do tato também.
CUBISMO E CIÊNCIA

No início do século XX houve uma admirável convergência de saberes e


interesses de vários campos do conhecimento.
Nesse momento, a arte irá se colocar, especialmente com o cubismo, em
sintonia com investigações científicas de ponta que ocorriam na física e na geometria.
Quando o cubismo rompeu com séculos de prioridade do uso da perspectiva
na representação pictórica, acabou por conduzir às noções geométricas de
hiperpoliedros e multidimensionalidade.
Isso permitiu aos artistas cubistas a formulação de um conceito espacial até
então inédito, a saber, a "quarta dimensão". Nela, as propriedades espaço-temporais
estão em afinidade com a "Teoria da Relatividade" (1905) de Einstein.
Os pintores cubistas opõem-se à objetividade e à
linearidade da arte renascentista e da realista. Buscando
novas experiências com a perspectiva, procurando
decompor e recompor os objetos representados em
diferentes planos geométricos e ângulos retos, com espaços
múltiplos e descontínuos, que se interceptam e se sucedem,
de tal forma que o espectador, com o seu olhar, possa
remontá-los e ter uma visão do todo, de face e de perfil,
como se estivesse dado uma volta em torno deles.
Outra técnica introduzida pelos cubistas é a COLAGEM,
que consiste em montar a obra a partir de diferentes
materiais, como figuras, jornais, madeira, tecidos, etc.
Na LITERATURA, essas técnicas da pintura
correspondem à fragmentação da realidade, à superposição
e simultaneidade de planos – por exemplo, reunir assuntos
aparentemente sem nexo, misturar assuntos, espaços e
tempos diferentes.
Houve também (no Cubismo literário) as experiências
visuais do poeta Guillaume Apollinaire (amigo íntimo de
Picasso), que explorou a disposição espacial e gráfica do
poema – técnica que, nas décadas de 1950-60, influenciaria
o surgimento do Concretismo no Brasil.
Assim, a literatura cubista apresenta características como Poema “A pomba
o ilogismo, humor, anti-intelectualismo, instantaneísmo, apunhalada e
simultaneidade, linguagem predominantemente nominal. jato d’água” – de
Apollinaire
Tradução do poema “A pomba apunhalada e jato d’água” –
de Apollinaire por Patrícia Galvão (Pagu) - 1947

“Doces figuras apunhaladas – Caros lábios em flor – Mia Mareye


– Yette Lorie – Annie e você Marie – onde estão - vocês ó –
meninas – Mas – junto a um – jacto de água que – chora e que
suplica – esta pomba se extasia – Todas as recordações de
outrora? – Onde estão Raynal Billy Dalize – Os meus amigos
foram para a guerra – Os seus nomes se melancolizam –
Esguicham para o firmamento – Como os passos numa igreja – E
os seus olhares na água parada – Onde está Crémnitz que se
alistou – Morrem melancolicamente – Pode ser que já estejam
mortos – Onde estão Braque e Max Jacob – Minha alma está
cheia de lembranças – Derain de olhos cinzentos como a aurora –
O jacto de água chora sobre a minha pena – Os que partiram
para a guerra ao norte se batem agora – A noite cai o sangrento
mar – Jardins onde sangra abundantemente o louro rosa flor
guerreira.”
Hípica
Entre os modernistas brasileiros da década de 1920, encontramos
influências cubistas em Oswald de Andrade (fragmentação da Saltos records
realidade + predominância de substantivos + flashes Cavalos da Penha
cinematográficos):
Correm jóqueis de Higienópolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
Chá
Na sala de cocktails

Oswald de Andrade
O Cubismo na pintura Modernista
No Brasil, o Cubismo
manifestou-se, timidamente, Anita Malfatti
nas pinturas de Anita O homem de sete cores & A mulher de cabelo verde
Malfatti que recebeu duras
críticas do escritor Monteiro
Lobato.
No entanto, Malfatti impôs
seu estilo (cubista e
expressionista) com várias
obras.
Também utilizaram o estilo cubista em algumas de suas obras a artista Tarsila do Amaral, que
com sua obra revolucionou a arte no Brasil, e Di Cavalcanti, claramente influenciado por Picasso.

Moças Morro da favela


(Di Cavalcanti) (Tarsila do Amaral)
O Futurismo

• Primeiro movimento de vanguarda depois do impressionismo. Inicia-se no século XX com a


publicação de um manifesto em 20 de fevereiro de 1909 por Filippo Tomaso Marinetti.
• Proposta: Olhar para o futuro e desprezar o passado. Nada feito antes é levado em consideração.
Exaltação da vida moderna, a máquina, a eletricidade, a velocidade e oautomóvel
• Trechos do Manifesto:
1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveríamos de olhar para trás, se
queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós
já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto
destruidor dos libertários, as belas idéias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.
10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academia de toda natureza, e combater o
moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
11. Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação;
cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas;
Imagem: Marinetti / Public Domain

Em 1912, surge um Manifesto Técnico da Literatura Futurista,


propondo “a destruição da sintaxe”, eliminando os adjetivos, advérbios. Usar os
substantivos como nascem. Trocar sinais de pontuação por símbolos
matemáticos e notas musicais.
É relevante salientar a total identificação entre o movimento e seu líder,
a ponto de virarem sinônimos FUTURISMO/MARINETTI e, a partir de 1919, as
evidentes afinidades do movimento com Fascismo de Mussolini.

O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876 - 1944), é
publicado em Paris em 1909.
PROPOSTAS: o Futurismo propunha a ruptura com o passado. Mais que isso: destruir o passado.
Exaltavam:
• a velocidade, o progresso;
• a coragem, a audácia e a revolta;
• o soco e a bofetada;
• a guerra – única higiene do mundo;
• pregava a demolição de bibliotecas e museus, além de combater o moralismo, o feminismo e
todas as covardias oportunistas e utilitárias.
Futurismo - 1909
- Atitude de irreverência
- Destruição de códigos e valores cristalizados, arte agressiva
- Corte dos elos com o passado
- Palavras em liberdade
“ É preciso destruir a sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, como nascem”.
(Manifesto Futurista, 1912)
- Reunir beleza e feiura ou o que era considerado grotesco e era excluído da poesia do passado. Criar
cuidadosamente do feio na literatura.

Velhice
O netinho jogou os óculos na latrina.
Oswald de Andrade
Manifesto Técnico da Literatura Futurista (1912)
 Projeto estético renovador
 Linguagem jovem e contestadora das convenções
 Revolução na linguagem (literária)
 Maior importância do movimento.
 A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras em liberdade”;
 O emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da linguagem;
 A abolição dos adjetivos e dos advérbios;
 O emprego do substantivo duplo (praça-funil, mulher-golfo) em lugar do substantivo acompanhado
de adjetivo;
 A abolição da pontuação, que seria substituída por sinais de matemática (+, - , :, =, >, <) e pelos
sinais musicais;
 A destruição do “eu” psicologuizante.
A importância do Futurismo
O movimento futurista impulsionou decisivamente toda a arte de vanguarda,
tanto a europeia como a não europeia. No Brasil, ele foi o principal estímulo
artístico e intelectual dos jovens renovadores de São Paulo (SAM), a tal ponto que
os mesmos eram conhecidos – durante os primeiros anos da década de 1920 –
mais como “futuristas” do que como “modernistas”.
Assim, a palavra Futurismo passou a designar qualquer postura inovadora
na arte, levando Oswald de Andrade a saudar, em 1921, o jovem poeta Mário de
Andrade como um artigo intitulado “O meu poeta futurista”. Temendo uma
identificação com o fascismo, Mário vem a público negar, mais do que o movimento
futurista, a figura de seu líder. No prefácio de Paulicéia desvairada, afirma:
“Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o . Tenho pontos de contato com o
futurismo. Oswald de Andrade, chamando-me de futurista, errou.”
Em Portugal, notadamente entre 1910 e 1920, houve uma maior identidade
entre os modernistas de primeira hora e o Futurismo. Já nos primeiros números da
revista Orpheu (1915) encontramos textos futuristas de Fernando Pessoa e de
Mário de Sá Carneiro.
ODE AO BURGUÊS

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,


o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
-------------------------------------------------------
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
------------------------------------------------------
Voo de andorinhas Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
(Pintor - Giácomo Balla) Morte ao burguês de giolhos
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Mário de Andrade
LÍNGUA PORTUGUESA - 3º ano
10. AS VANGUARDAS EUROPEIAS
Imagem: Unique form of continuity in space / Boccioni / Wmpearl / Public Domain

Imagem: A rua entra na casa / Boccioni / Public Domain


Unique form of continuity in space (1913) A rua entra na casa (1911)
Umberto Boccioni Umberto Boccioni,
Expressionismo, corrente artística que, pela deformação ou exagero das figuras, buscava a
expressão dos sentimentos e emoções do autor. Este movimento surgiu como reação aos modelos
dominantes nas artes europeias desde o Renascimento, particularmente nas ultrapassadas
academias de Belas-Artes. O artista expressionista buscava a experiência emocional, preocupando-
se mais com as emoções do observador do que com a realidade externa. Para aumentar a
dramaticidade da comunicação artística, exageravam e, mesmo, distorciam os temas trabalhados.
Embora o termo expressionismo não se aplicasse à pintura antes de 1911, suas
características se encontram nas criações de quase todos os países e períodos. Parte da arte
chinesa e japonesa dá mais importância à essência do que à aparência física. Os grandes nomes da
Europa medieval exageraram suas figuras nas igrejas românicas e góticas, objetivando aumentar a
carga espiritual de suas criações. A intensidade expressiva, criada pela distorção, aparece também
no século XVI nas obras de artistas maneiristas, como o pintor espanhol El Greco e o alemão
Matthias Grünewald. Os autênticos precursores do expressionismo vanguardista apareceram no final
do século XIX e começo do XX. Entre eles destacam-se o pintor holandês Vincent van Gogh, o
francês Paul Gauguin e o norueguês Edvard Munch, que utilizavam cores violentas e linhas fortes
para aumentar a intensidade de seus trabalhos.
.
O grupo expressionista mais importante do século XX surgiu na Alemanha. Entre suas figuras de proa
estão os pintores Ernst Ludwig Kirchner, Erich Heckel e Karl Schmidt-Rottluff, que fundaram em Dresde (1905) o
grupo denominado Die Brücke (A ponte). Em 1906, Emil Nolde e Max Pechstein aderiram ao movimento e, em
1910, Otto Müller. Em 1912, fizeram uma exposição coletiva aliados a um grupo de Munique denominado Der
Blaue Reiter (O cavaleiro azul), do qual faziam parte os pintores alemães Franz Marc, August Macke e Heinrich
Campendonk, o suíço Paul Klee e o russo Wassily Kandinsky. Esta primeira fase do Expressionismo Alemão foi
marcada por uma visão satírica da burguesia e forte desejo de representar emoções subjetivas. Die Brücke
dissolveu-se em 1913, um ano antes do início da I Guerra Mundial (1914-1918). Os Fauvistas — particularmente o
pintor francês Georges Braque e o espanhol Pablo Picasso — influenciaram e foram influenciados pelo
Expressionismo Alemão.
A fase seguinte do Expressionismo se chamou Die neue Sachlichkeit (Nova Objetividade) e surgiu junto
com a desilusão reinante após a I Guerra Mundial. Fundada por Otto Dix e George Grosz, foi marcada pelo
pessimismo existencial e por uma atitude irônica e cínica diante da sociedade. Este período do Expressionismo
transformou-se em movimento internacional, podendo-se perceber a influência dos alemães no trabalho de
artistas de várias partes do mundo, entre eles, os austríacos Oskar Kokoschka e Egon Schiele, os franceses
Georges Rouault, Chaïm Soutine, o búlgaro nacionalizado francês Jules Pascin e o norte-americano Max Weber.
Na América Latina, o principal nome do Expressionismo é o equatoriano Oswaldo Guayasamín que, influenciado
pelos muralistas mexicanos, utilizou esta estética para retratar a realidade dos indígenas do seu país. Na
Espanha, o Expressionismo teve forte cunho social e seus nomes mais importantes são José Gutierrez Solana,
Benjamín Palencia, Pancho Cossío, Francisco Mateos, Rafael Zabaleta e Eduardo Vicente.
No Brasil destacam-se Antonio Garcia Bento, Benedito Calixto de Jesus, Lasar Segal, pintor da dor e
sofrimento humanos, e Anita Malfatti, que modernizou a pintura brasileira com temas nacionalistas, entre eles O
Tropical, de 1916.
Quadro "O Grito", de Edvard Munch
Principais Características
do Fauvismo

Dentre as características mais


marcantes do movimento fauvista,
destacam-se:

 utilização de cores puras;


 emprego arbitrário da cor;
 simplificação das formas;
 não compromisso com a
representação fiel à realidade;
 influência da arte primitivista;
 influência da arte pós-impressionista.
PRINCIPAIS ARTISTAS E OBRAS DO FAUVISMO

O Fauvismo não foi uma corrente artística coesa e


organizada, mas reunia artistas que compartilharam
características comuns nas pinturas durante aquele
período.
Dentre os nomes que influenciaram o movimento
estão Van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903).
Com suas pinceladas fortes, cores vibrantes e
emotivas, ou mesmo com o primitivismo sintetizador da
natureza, ambos contribuíram para essa vertente da arte.
No entanto, os principais artistas fauvistas foram:
O Dadaísmo (1916)
• Surge durante a Primeira Guerra Mundial quando ainda acreditava-se na vitória Alemã. Surge durante o
movimento de instabilidade do período da Guerra. O manifesto é idealizado por Tristan Tzara : Manifesto
Dadá.
• Proposta: é um movimento de retorno à infância – dadá. Eles querem a inocência primitiva. Propõe a
valorização do nada. É o mais radical e agressivo dos movimentos de vanguarda.
• Na literatura, a arte é caracterizada pela agressividade, improvisação, desordem e rejeição de qualquer tipo
de racionalização. Valorizou-se também a livre associação de palavra e a construção de palavras explorando
apenas o significante.

Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
(Tristan Tzara)
Marcel Duchamp –
Monalisa (1919)
O elefante Celebes (1921) – Max Ernst Roda de Bicicleta (1913), de Marcel Duchamp,
técnica ready-made
Roda de Bicicleta (1913), de Marcel Duchamp,
Marcel Duchamp –
técnica ready-made
Monalisa (1919)
Lançado por André Breton – que rompe com o Dadaísmo- em Paris no ano de 1924. Surge no período entre guerras.
Suas origens estão ligadas mais ao Expressionismo e à sondagem do mundo interior. Movimento que busca unir Arte e
Psicanálise.
Proposta: São duas as linhas de em seu início: experiências criadoras automáticas e o imaginário onírico (do sonho).
Posteriormente, o surrealismo vai agregar-se a teorias sociais como o Marxismo causando rompimentos interiores e
perdendo a sua força.
Artistas: André Breton (Literatura); Salvador Dalí, Max Ernst e Joan Miró (artes plásticas); e no Luis Bruñel (cinema)
Surrealismo

Lançado por André Breton – que rompe com o Dadaísmo- em Paris no ano de 1924. Surge no período
entre guerras.
Suas origens estão ligadas mais ao Expressionismo e à sondagem do mundo interior. Movimento que busca
unir Arte e Psicanálise.
Proposta: São duas as linhas de em seu início: experiências criadoras automáticas e o imaginário onírico
(do sonho).
Posteriormente, o surrealismo vai agregar-se a teorias sociais como o Marxismo causando rompimentos
interiores e perdendo a sua força.
Artistas: André Breton (Literatura); Salvador Dalí, Max Ernst e Joan Miró (artes plásticas); e no Luis Bruñel
(cinema)
SURREALISMO NO BRASIL

Enquanto a escrita do autor alemão era permeada por uma forte análise crítica da sociedade
moderna e suas qualidades burocráticas e impessoais, o movimento surrealista tinha como objetivo
primeiro explorar o inconsciente, tendo sofrido forte influência das teorias psicanalíticas de Freud. Logo, no
surrealismo não há qualquer controle do pensamento pela razão, moral ou estética. Na literatura dita
surrealista, as palavras deveriam ser escritas conforme viessem ao pensamento sem seguir nenhuma estrutura
coerente. No Brasil, só a partir de 1928 é que é possível documentar os sinais do surrealismo na literatura
nacional. O livro Macunaíma, de Mário de Andrade, é um exemplo de influência que o surrealismo exerceu
em nossa literatura. A aparência caótica de Macunaíma tem muito a ver com esse automatismo psíquico e
a escrita “automática” dos surrealistas. No entanto, assim como em A Metamorfose, o caos é apenas uma
aparência uma vez que há sempre uma temática por trás para dar unidade à narrativa.
O escritor Oswald de Andrade, em seu Manifesto Antropofágico (síntese de pensamentos do autor
sobre o Modernismo Brasileiro), faz menções diretas ao movimento ao falar de uma revolução surrealista
e ao citar Freud. Seu romance, Serafim Ponte Grande(1933) também tem traços a ver com o surrealismo.
Também foram ícones do surrealismo na literatura nacional, os poetas Murilo Mendes e Jorge de Lima. E
alguns títulos de livros de Mario Quintana provêm de imagens surrealistas, como Sapato Florido. Já
João Cabral de Melo Neto, em seu primeiro livro – Pedra do Sono – trabalha com temas que o aproximam do
surrealismo. São eles: irrealidade, sonho e sono.
https://www.youtube.com/watch?v=dnKyDr7l3RM

René Magritte, Madame Récamier de David, 1950


A Persistência da Memória – Salvador Dalí (1931)
The Son of Man, 1926, Magritte. O carnaval de Arlequim (1925) – Joan Miró
"Tudo o que vemos esconde outra coisa, e nós
queremos sempre ver o que está escondido pelo que
vemos.”

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