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Educação Profissional

Sumário
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... 5
2. SOCIEDADES MODERNAS ............................................................................................... 7
3. CONCEITO DE TRABALHO .............................................................................................. 8
4. TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO: QUESTÃO HISTÓRICA .......... 9
5. TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO ................................................................ 9
6. DESENVOLVIMENTO ONTOLÓGICO E HISTÓRICO DA HUMANIDADE .............. 11
7. EDUCAÇÃO E TRABALHO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
12
8. O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO: DESAFIOS DA FORMAÇÃO
PROFISSIONAL ...................................................................................................................... 15
9. MUNDO DE TRABALHO: ................................................................................................ 16
10. O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA PERSPECTIVA ESCOLAR ... 17
11. CRISE DA SOCIEDADE DO TRABALHO .................................................................... 18
12. A SITUAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO ÀS VÉSPERAS DA
PANDEMIA ............................................................................................................................. 19
13. RELAÇÕES DE TRABALHO ......................................................................................... 22
14. DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO ......................................................... 24
15. CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL E NO
ACRE E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA. ..................................................................................................................... 24
14.1 O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO SÉCULO XX .. 24
16. PROJETO DE VIDA ......................................................................................................... 33
17. PROJETO DE VIDA ........................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
17.1. A IMPORTÂNCIA DE TER UM PROJETO DE VIDA ........................................... 33
17.2 O QUE É A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ................................... 34
17.3. AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS .......................................................... 37
17.4. CONCEITODAS MACROCOMPETÊNCIAS .......................................................... 38
18. SUSTENTABILIDADE .................................................................................................... 40
19. DIMENSÕES, CONCEITOS E PRINCÍPIOS .................................................................. 42
20. IMPACTOS ANTRÓPICOS DO HOMEM ...................................................................... 45
17.5. DESMATAMENTO ................................................................................................... 46
17.6. QUEIMADAS ............................................................................................................ 46
17.7. POLUIÇÃO ................................................................................................................ 47
17.8. A POLUIÇÃO AMBIENTAL .................................................................................... 48
17.9. POLUIÇÃO DA ÁGUA ............................................................................................. 49
17.10. POLUIÇÃO DO AR OU ATMOSFÉRICA ............................................................. 49
17.11. POLUIÇÃO TÉRMICA ........................................................................................... 50
17.12. POLUIÇÃO DO SOLO ............................................................................................ 50
17.13. POLUIÇÃO VISUAL ............................................................................................... 50
17.14. POLUIÇÃO SONORA ............................................................................................. 51
17.15. POLUIÇÃO RADIOATIVA .................................................................................... 51
21. SOLUÇÕES ...................................................................................................................... 51
22. TRIPLE BOTTOM LINE: O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE .................................. 52
23. QUAL A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS PENSAREM EM SUAS AÇÕES DE
MANEIRA SUSTENTÁVEL? ................................................................................................. 54
24. O INVESTIMENTO DAS EMPRESAS EM SUSTENTABILIDADE ............................ 55
25. INFORMÁTICA BÁSICA .............................................................................................. 57
26. A IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA NA EMPRESA NOS TEMPOS DE HOJE ... 58
27. O QUE É HARDWARE DE COMPUTADOR?............................................................... 59
28. O QUE É SOFTWARE DE COMPUTADOR? ................................................................ 60
29. OS PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM COMPUTADOR ...................................... 61
30. E-MAIL ............................................................................................................................. 67
31. ABRINDO O WORD ........................................................................................................ 76
31.1. UM TOUR DA INTERFACE DE USUÁRIO DO WORD........................................ 76
31.2. SALVAR E ABRIR UM DOCUMENTO .................................................................. 77
31.3. EDITAR E FORMATAR TEXTO ............................................................................. 78
31.4. VISUALIZAR E IMPRIMIR ..................................................................................... 80
31.5. COMO CONVERTER UM ARQUIVO DO WORD PARA PDF E VICE-VERSA 81
REFERENCIAS ....................................................................................................................... 83
5

APRESENTAÇÃO

PREZADOS ESTUDANTES, SEJAM BEM-VINDOS (AS)!

Convidamos você a caminhar por um percurso fascinante de aprendizagem, através


dessa Coletânea de Textos do Módulo Comum, referente aos Eixos Temáticos: I “Formação
para o Mundo do Trabalho”, II “Projeto de Vida”, III “Sustentabilidade” e IV “Informática
Básica”, onde sua criatividade, capacidade de inovação e autonomia, por meio dos
conhecimentos trazidos pelos diversos autores serão estudados.
Você como estudante, será convidado a desenvolver o pensamento crítico, refletindo
sobre sua realidade, considerando aspectos individuais e coletivos, baseados na proposta do
Novo Ensino Médio. Esta é uma etapa muito importante no processo ensino-aprendizagem,
onde “aprender a aprender”, é extraordinário.
Mantenha sempre uma atitude comprometida com seus estudos, de forma responsável,
tornando-se o protagonista do seu processo de aprendizagem, interagindo com seus colegas,
aprendendo a respeitar, escutar e argumentar de forma objetiva, sem qualquer tipo de
discriminação.
Vamos aos trabalhos!

Bons estudos!
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comprometimento. Além disso, é preciso conhecer bem a realidade do mercado no qual


pretende atuar e saber organizar um plano de negócios.
Trabalhador cooperado - O trabalhador cooperado é aquele que participa como
associado de uma cooperativa. Conforme a natureza de seu corpo de associados, as cooperativas
podem ser de produção, consumo, crédito, troca, comercialização, assistência médica etc. Em
uma cooperativa, os trabalhadores se reúnem em igualdade de direitos. Seus integrantes são
sócios e têm o mesmo poder de voto. Nas assembleias, o controle é democrático (uma pessoa
igual a um voto). Os sócios participam no estabelecimento das políticas e na tomada de
decisões. A remuneração do trabalhador cooperado ou o seu prejuízo são proporcionais ao valor
das operações realizadas pela cooperativa.

14. DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO


TRABALHO – envolve qualquer ação transformadora do homem, realizada na natureza
e na sociedade em que vive (Cordi, 2000). Pode ser remunerado ou não. Por exemplo: a ed
ucação dos filhos é um trabalho não remunerado dos pais.

EMPREGO - no emprego, o trabalhador e o empregador, em comum acordo,


estabelecem contrato com definição de direitos e deveres. ou seja: regras de convivência,
horários, atribuições e salário, entre outros aspectos.

15. CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL E NO


ACRE E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA.

15.1 O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO SÉCULO


XX
Após a institucionalização no início do Século XX, a Educação Profissional brasileira
passou por diversas transformações, acompanhando as mudanças do Brasil republicano:
grandes Guerras mundiais, Estado Novo, Anos JK, Ditadura Militar, Crise do Petróleo,
Redemocratização, Neoliberalismo, Revolução da Informática e das Telecomunicações - foram
muitas as tensões políticas e tecnológicas que promoveram profundas alterações no modo de se
organizar e fazer a Educação Profissional. Na impossibilidade de discorrer detalhadamente
sobre toda essa rica história, propomos a consulta à “Linha do Tempo” da Educação Profissional
Brasileira. Nela estão registrados alguns dos principais acontecimentos que ajudaram a
desenhar a Educação Profissional como hoje conhecemos.
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Linha do tempo da Educação Profissional Brasileira


Vamos agora conhecer a história da Educação Profissional Brasileira.
 1906 Consolidação do ensino técnico-industrial no Brasil
O ano de 1906 foi marcado pela consolidação do ensino técnico-industrial no Brasil
pelas seguintes ações:
Realização do “Congresso de Instrução” que apresentou ao Congresso Nacional um
projeto de promoção do ensino prático industrial, agrícola e comercial, a ser mantido com o
apoio conjunto do Governo da União e dos Estados. O projeto previa a criação de campos e
oficinas escolares onde os alunos dos ginásios seriam habilitados, como aprendizes, no
manuseio de instrumentos de trabalho.
A Comissão de Finanças do Senado aumentou a dotação orçamentária para os Estados
instituírem escolas técnicas e profissionais elementares sendo criada, na Estrada de Ferro
Central do Brasil, a Escola Prática de Aprendizes das Oficinas do Engenho de Dentro, no Rio
de Janeiro.
Declaração do Presidente da República, Afonso Pena, em seu discurso de posse, no dia
15 de novembro de 1906:
“A criação e multiplicação de institutos de ensino técnico e profissional muito podem
contribuir também para o progresso das indústrias, proporcionando-lhes mestres e operários
instruídos e hábeis”. (AFONSO PENA, 1906)

 1909 Criação das "Escolas de Artífices"


O presidente Nilo Peçanha assina o Decreto Nº 7.566/1909, criando inicialmente 19
“Escolas de Aprendizes Artífices” subordinadas ao Ministério dos Negócios da Agricultura,
Indústria e Comércio. Importante destacar que ainda não existia um ministério da educação no
país.
Esta criação consolida o que Nilo Peçanha já havia iniciado quando governador do
Estado do Rio de Janeiro, tendo criado algumas escolas profissionais.

 1927 Ensino Profissional passa a ser obrigatório


O Congresso Nacional sanciona o Projeto de Fidélis Reis, que prevê o oferecimento
obrigatório do ensino profissional no país.
Fidélis Reis, vira como primordial e urgente o ensino profissional obrigatório, “que
ensinasse o homem a trabalhar”, como o “único meio de dar à nossa educação excessivamente
teórica uma finalidade útil”, capaz de redimir o País do anacronismo e da dependência
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econômica. Dizia ele, citando Herbert Hoover: [...] a grandeza e o progresso das nações
dependem mais da técnica profissional das classes operárias do que mesmo da ilustração das
outras classes (Reis, 1962, p. 153). Por estratégias diferentes, Fidélis Reis e, mais tarde,
Fernando de Azevedo viam na reforma radical do sistema de ensino a resposta aos desafios que
os “novos tempos” colocavam para a sociedade brasileira, pois “a uma questão de educação e
de ensino se resume, em última análise, a solução de todos os nossos problemas.

 1930 Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública


É criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, em 14 de novembro de 1930, ao
longo de sua consolidação o Ministério da Educação ganha destaque no cenário nacional,
merecendo, inclusive, uma sede com projeto arrojado para a época, o Palácio Capanema, no
Rio de Janeiro, como aqui mostradas.
O Ministério da Educação e Saúde Pública estruturou a Inspetoria do Ensino
Profissional Técnico, que passava a supervisionar as Escolas de Aprendizes Artífices, antes
ligadas ao Ministério da Agricultura.
Essa Inspetoria foi transformada, em 1934, em Superintendência do Ensino
Profissional. Foi um período de grande expansão do ensino industrial, impulsionada por uma
política de criação de novas escolas industriais e introdução de novas especializações nas
escolas existentes.

 1937 Promulgação da Constituição Brasileira


A nova Constituição Brasileira trata pela primeira vez do ensino técnico, profissional e
industrial
A Constituição brasileira de 1937 foi a primeira a tratar especificamente de ensino
técnico, profissional e industrial, estabelecendo no artigo 129: “O ensino pré-vocacional e
profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever
do Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e
subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações
particulares e profissionais.
É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade,
escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei
regulará o cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas,
bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público. ”
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Neste ano também é sancionada a Lei Nº 378/1937, que transforma as Escolas de


Aprendizes e Artífices em Liceus Industriais, destinados ao ensino profissional, de todos os
ramos e graus.

 1941 Reforma Capanema


Vigora uma série de leis, conhecidas como a “Reforma Capanema”, que remodelam
todo o ensino no país. Os principais pontos:
 O ensino profissional passa a ser considerado de nível médio;
 O ingresso nas escolas industriais passa a depender de exames de admissão;
 Os cursos são divididos em dois níveis: curso básico industrial, artesanal, de
aprendizagem e de mestria, e o segundo, curso técnico industrial.
Ainda neste ano é criada a Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, em Volta Redonda,
Estado do Rio de Janeiro, que seria o motor do desenvolvimento da indústria metal-mecânica
do Brasil, hoje em dia e a maior siderúrgica da América Latina. Com a produção de aço el larga
escala, vários setores foram criados ou aprimorados, demandando mais formação profissional
nas várias regiões do país.

 1942 Criação do Senai


Criado em 22 de janeiro de 1942, pelo decreto-lei 4.048 do então presidente Getúlio
Vargas, o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – para atender a necessidade
de formação de profissionais para a indústria. Já na ocasião, estava claro que sem educação
profissional não haveria desenvolvimento industrial para o País. É uma entidade de direito
privado organizado pelo empresariado industrial, através da Confederação Nacional da
Indústria e pelas federações de indústrias nos estados.
O Decreto Nº 4.127/1942, transforma os Liceus Industriais em Escolas Industriais ou
Escolas Técnicas, passando a oferecer a formação profissional em nível equivalente ao do
secundário, incluída também a formação docente para a educação profissional, no caso de
escola técnica.

 1944 Governo Getúlio Vargas impulsionam a industrialização brasileira


A participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial e o
conseqüente empréstimo financeiro dos Estados Unidos ao Brasil no Governo Getúlio Vargas
impulsionam a industrialização brasileira, que passa a produzir máquinas e equipamentos para
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os esforços de guerra. Ao final do conflito mundial, o Brasil sai fortalecido com importantes
fábricas de material bélico, máquinas e equipamentos.

 1956 Criação do Senac


O Senac foi criado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC), por meio do Decreto-Lei 8.621. A partir do ano seguinte, o Senac passou a
desenvolver um trabalho até então inovador no país: oferecer, em larga escala, educação
profissional destinada à formação e à preparação de trabalhadores para o comércio de bens,
serviços e turismo.

 1956 — 1961 Governo de Juscelino Kubitschek


O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) marca o aprofundamento da relação
entre Estado e economia. O objetivo é formar profissionais orientados para as metas de
desenvolvimento do país. Criou várias escolas técnicas, incluindo agrícolas, novas
universidades, transferiu para Brasília a capital do país.

 1959 Escolas Técnicas Federais


As Escolas Industriais e Técnicas são transformadas em autarquias com o nome de
Escolas Técnicas Federais, com autonomia didática e de gestão. Esta transformação foi
acompanhada de incentivos e investimentos na ampliação da estrutura física e na oferta de
cursos e vagas.

 1961. Profundas mudanças na política da educação profissional


O ensino profissional é equiparado ao ensino acadêmico com a promulgação da Lei Nº
4.024/1961 que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O período é marcado por
profundas mudanças na política de educação profissional.

 1967 Escolas Agrícolas.


Decreto Nº 60.731/1967 transfere as Fazendas Modelos do Ministério da Agricultura
para o Ministério da Educação e Cultura que passam a funcionar como Escolas Agrícolas.

 1969 Cursos técnicos de nível médio e superior tecnológico


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A instituição foi criada pelo decreto-lei de 6 de outubro de 1969, na gestão do


governador Roberto Costa de Abreu Sodré (1967 – 1971), como resultado de um grupo de
trabalho para avaliar a viabilidade de implantação gradativa de uma rede de cursos superiores
de tecnologia com duração de dois e três anos.
O Centro Paula Souza é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada
à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Presente em aproximadamente 300 municípios,
a instituição ETEC Hortolância administra 223 Escolas Técnicas (Etecs) e 73 Faculdades de
Tecnologia (Fatecs) estaduais, com 291 mil alunos em cursos técnicos de nível médio e superior
tecnológico.
As Etecs atendem aproximadamente 208 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Médio e
Técnico Integrado ao Médio, com 151 cursos técnicos para os setores industrial, agropecuário
e de serviços, incluindo habilitações nas modalidades presencial, semipresencial, online,
Educação de Jovens e Adultos (EJA) e especialização técnica. Já as Fatecs superam a marca de
83 mil alunos matriculados em 77 cursos de graduação tecnológica, em diversas áreas, como
Construção Civil, Mecânica, Informática, Tecnologia da Informação, Turismo, entre outras.
Além da graduação, são oferecidos cursos de pós-graduação, atualização tecnológica e
extensão.
Em 1970, começou a operar com o nome de Centro Estadual de Educação Tecnológica
de São Paulo (CEET), com três cursos na área de Construção Civil (Movimento de Terra e
Pavimentação, Construção de Obras Hidráulicas e Construção de Edifícios) e dois na área de
Mecânica (Desenhista Projetista e Oficinas). Era o início das Faculdades de Tecnologia do
Estado. As duas primeiras foram instaladas nos municípios de Sorocaba e São Paulo.
O Centro Paula Souza nasceu com a missão de organizar os primeiros cursos superiores
de tecnologia, mas no decorrer das décadas, acabou englobando também a educação
profissional do estado em nível médio, absorvendo unidades já existentes e construindo novas
Etecs e Fatecs para expandir o ensino profissional a todas as regiões do Estado.

 1971 Alteração da LDB


A Lei de 5692/71, altera a Lei 4024/61 das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira
tornando técnico-profissional todo currículo do segundo grau, compulsoriamente. Um novo
paradigma se estabelece: formar técnicos sob o regime da urgência. Esse projeto não tem
consolidação em 1981 volta a separar o ensino médio e o técnico integrado.

 1978 Criação do CEFET no Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro


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A Lei Nº 6.545/1978 transforma três Escolas Técnicas Federais (Paraná, Minas Gerais
e Rio de Janeiro) em Centros Federais de Educação Tecnológica.

 1980 — 1990 Ampliação das Escolas


Alguns investimentos são feitos na ampliação de algumas escolas, incluindo a criação
das Unidades de Ensino Descentralizadas - UNED.
Programas de geração de emprego e renda são implementados através dos recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, todavia sua pulverização em ONG, Associações,
Sindicatos, além das Escolas Técnicas, não produz os resultados esperados.

 1991 Criação do SENAR


O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR é criado pela Lei nº 8.315/1991,
é uma entidade de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e administrada por um Conselho
Deliberativo tripartite.

 1993 Criação do SENAT


A Lei Nº 8.706/1993 criou o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte –
SENAT, voltado para a valorização de transportadores autônomos e trabalhadores do Setor de
Transporte, vinculado à Confederação nacional dos Transportes, cujo desafio é o de construir
um setor de transporte qualificado, produtivo e eficaz, pela formação adequada dos
trabalhadores da área.

 1994 Sistema Nacional de Educação Tecnológica


A Lei Nº 8.948/1994: - Institui o Sistema Nacional de Educação Tecnológica,
transformando, gradativamente, as ETFs e as EAFs em CEFETs; - A expansão da oferta da
educação profissional somente ocorrerá em parceria com Estados, Municípios e Distrito
Federal, setor produtivo ou organizações não governamentais, que serão responsáveis pela
manutenção e gestão dos novos estabelecimentos de ensino.

 1996 LDB inclui a Educação Profissional Tecnológica em seu texto


Lei Nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB) dispõe sobre
a Educação Profissional num capítulo próprio.
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 1997 Criação do PROEP


O Decreto Nº 2.208/1997 regulamenta a Educação Profissional e cria o Programa de
Expansão da Educação Profissional - PROEP, financiando instituições privadas na construção
e operação de Escolas Técnicas, esse projeto, de total insucesso, obriga ao Estado federalizar a
maioria dessas instituições.

 1999 Escolas Técnicas Federais transforma-se em Centros Federais de


Educação Tecnológica
Retoma-se o processo de transformação das Escolas Técnicas Federais em Centros
Federais de Educação Tecnológica (Cefets).

 2004 Criação do SINAES


Lei 10.861, que cria o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES.
O Decreto Nº 5.154/2004 permite a integração do ensino técnico de nível médio ao
ensino médio. Começa uma grande expansão da Educação profissional pública federal e
ampliação dos investimentos nos estados para ampliação de suas escolas técnicas.

 2005 Expansão da Educação Profissional


Institui-se, pela Lei Nº 11.195/2005, que a expansão da oferta da educação profissional
preferencialmente ocorrerá em parceria com Estados, Municípios e Distrito Federal, setor
produtivo ou organizações não governamentais.
Lançada a primeira fase do Plano de Expansão da Rede Federal, com a construção de
60 novas unidades de ensino pelo Governo Federal. O Cefet Paraná passa a ser Universidade
Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.

 2006 Lançado do Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia


O Decreto Nº 5.773/2006 trata sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e
avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais
no sistema federal de ensino.
É instituído, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação de Jovens e Adultos - PROEJA. É lançado o Catálogo Nacional
dos Cursos Superiores de Tecnologia.

 2007 Segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal


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Lançada a segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal. Até 2010 serão 354
unidades. O Decreto Nº 6.302 institui o Programa Brasil Profissionalizado. É lançado o
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos.

 2008 Criação da Rede Federal e os Institutos Federais


Lei 11.741, que altera a LDB, inserindo importantes contribuições sobre Educação
Profissional.
Articulação para criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.
Lei 11.892, cria a Rede Federal e os Institutos Federais, ampliando ainda mais a
implantação de campi dos 38 IF por todo o país, a meta são 600 unidades.
É lançado o Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos.

 2009 100 anos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica


Centenário da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.

 2011 Criação do PRONATEC


É criado o PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.
Uma nova configuração para uso dos recursos do FAT, nas palavras da Presidente Dilma:
"Educação Profissional é educação, portanto deve ser praticada nas escolas." Esse programa
corrige as distorções dos programas anteriores de investimento do FAT em ações formativas.
A partir da Lei do PRONATEC apenas instituições educacionais podem usar recursos públicos
para formação profissional.

 2012 Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Técnica de


Nível Médio
São homologadas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Técnica de
Nível Médio, Resolução 06/2012. Muitos debates sobre os problemas do Ensino Médio se
intensificam. A formação docente para a Educação Profissional entra na pauta do Conselho
Nacional de Educação como demanda para diretrizes curriculares específicas.

 2014 Estabelecimento do Plano Anual de Educação


É Sancionada a Lei 13.005 que estabelece o PNE - Plano Nacional de Educação de 2014
a 2024, com destaque para as metas:
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META 10 Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamentais e médios, na forma integrada à
educação profissional.
META 11 Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio,
assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no
segmento público.

 2017 Criação do Novo Ensino Médio


Sancionada a Lei 13.415 que cria o Novo Ensino Médio, com cinco itinerários
formativos. O quinto itinerário trata da formação técnica e profissional.

16. PROJETO DE VIDA

Projeto de Vida é o caminho entre o “Quem eu sou” e o “Quem eu quero ser”. Através
de um processo bem estruturado unindo autoconhecimento, planejamento e prática, o aluno
aprende a se conhecer melhor, identifica seus potenciais, interesses e sonhos, definindo metas
e estratégias para alcançar seus objetivos.
Projetar a vida é uma maneira de dar sentido e significado às nossas ações, algo que
pode ser realizado através de um processo gradual, contínuo, intencional, lógico e reflexivo,
por meio do qual se desenvolve o protagonismo juvenil que estimula o jovem a fazer suas
escolhas, tomar decisões e se responsabilizar por elas.
É no exercício do protagonismo que os adolescentes mobilizam valores, competências
e instrumental teórico-prático como forma de participação no mundo. Confrontados com
situações da vida real, os educandos são convocados a um posicionamento, colocando em
tensão interesses diversos, potencializando o uso aplicado da criatividade e a construção de
múltiplas competências socioemocionais.

16.1 A IMPORTÂNCIA DE TER UM PROJETO DE VIDA


Na verdade, todo mundo tem um plano de vida. O que acontece é que nem todo plano
constitui um projeto de vida. As pessoas criam seus projetos com base no entorno onde habitam,
nas experiências passadas, nos aprendizados adquiridos, nas expectativas e nas crenças, e tudo
isso junto vai criando um projeto.
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REFERENCIAS

A importância de ter um projeto de vida. A mente maravilhosa, 2020. Disponível em:


https://amenteemaravilhosa.com.br/importancia-ter-um-projeto-de-vida/. Acesso em:
12/04/2021.

ALVES, Luciene. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Associação


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www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_ Doc/2011/Artigo_07.pdf. Acesso em 15 de
janeiro de 2013.

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dos-residuos-sem-tratamento-para-o-meio-ambiente. Acesso em: 08 maio 2020.

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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3


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ARANTES, Elaine Cristina; STADLER, Adriano; MAIOLI, Marcos Rogério.


Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21. Curitiba: IFPR, 2012.

ARRUDA, Marcos. A redefinição do trabalho. In GOMEZ, Carlos Minayo et al. Trabalho e


conhecimento: dilemas na educação do trabalhador. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2004.

BAUMAN, Zygmunt. Sobre os laços humanos, redes sociais, liberdade e segurança. Vídeo.
Tempo: 6’ 19’’. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LcHTeDNIarU
Publicação: Canal de Abrasuamente1, fev/2012. Acessado em 01/12/2016.

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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-
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Nível Médio - DCNEPTNM. Disponível em: http://mobile.cnte.org.br:8080/legislacao-
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BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - DCNEM. Disponível
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84

BRASIL. Formação dos professores do ensino médio, etapa I - caderno I: ensino médio e
formação humana integral. MEC/SEB. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.

BRASIL. Formação dos professores do ensino médio, etapa I - caderno III: o currículo do
Ensino Médio, seu sujeito e o desafio da formação humana integral. MEC/SEB. Curitiba:
UFPR/Setor de Educação, 2013.

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Empreendedorismo
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica

© Este caderno foi elaborado pelo Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia
de Rondônia / RO, para a Rede e-Tec Brasil, do Ministério da Educação em parceria
com a Universidade Federal de Mato Grosso.

Equipe de Revisão Instituto Federal de Educação, Ciência e


Universidade Federal de Mato Grosso – Tecnologia de Rondônia - IFRO
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Revisão de Língua Portuguesa


Lívia de Sousa Lima Pulcherio

Projeto Gráfico
Rede e-Tec Brasil / UFMT
Aula 1. Compreendendo e desvendando o empreendedorismo 13
1.1 O que é empreendedorismo? 13
1.2 Importância do ato de empreender 16
1.3 Vantagens e desvantagens de ser empreendedor 17
1.4 Os mitos 18

Aula 2. Ser empreendedor 21


2.1 O administrador e o empreendedor 22
2.2 Tipos de empreendedor 24
2.3 Características do empreendedor 25
2.4 Entendendo o que são empresas 27

Aula 3. Inovação, criatividade e flexibilidade 31


3.1 Inovação 32
3.2 Criatividade 34
3.3 Flexibilidade 36

Aula 4. Ideias, riscos e oportunidades 41


4.1 O que é o negócio? 42
4.2 Oportunidades e riscos 45
4.3 Quem pode auxiliar para os primeiros passos de um negócio? 49

Aula 5. Plano de negócios: primeiros passos 53


5.1 Plano de negócio 54
5.2 Razões para fazer um plano de negócio 55
5.3 Ferramentas e tamanho do plano de negócio 57
5.4 Plano de negócio como ferramenta de gestão 58
5.5 Questões legais 59

Aula 6. Estrutura de um plano de negócio 65


6.1 Caracterizando um plano de negócio 65
6.2 Estrutura do plano de negócio 67

11 Rede e-Tec Brasil


Aula 7. Fazendo um plano de negócio 75
7.1 Plano de negócio passo a passo 76

Aula 8. Seja um empreendedor de sucesso 85


8.1 Negócios de sucesso da área de informática 86
8.2 Causas de fracasso nos negócios 89
8.3 Desenvolvendo indicadores de resultados 92

Palavras Finais 96

Guia de Soluções 97

Referências 100

Currículo dos Professores-autores 103

Rede e-Tec Brasil 12 Empreendedorismo


Aula 1. Compreendendo e
desvendando
o empreendedorismo

Objetivos:

• reconhecer os principais conceitos sobre empreendedorismo; e

• mostrar que ser empreendedor não é genético, mas aprendido.

Prezado (a) estudante,

Esta é nossa primeira aula da disciplina de Empreendedorismo, em que es-


tudaremos alguns conceitos, a importância de empreender, as vantagens e
desvantagens de ser um empreendedor e os mitos gerados em torno deste
tema.

Pessoal, para que vocês se situem, nesta aula vamos descrever de forma
didática os conceitos de empreendedorismo, que está associado a correr
risco. Vamos, também, falar sobre o mito de que o empreendedor nasce
com estas características, algo que até hoje tem gerado muitas discussões
embora as pesquisas científicas e a experiência de pessoas, como Henry Ford
e Bill Gates, que saíram do “nada” e tiveram sucesso, mostrem que ser em-
preendedor é aprendido e que com dedicação qualquer pessoa pode ser um
empreendedor de sucesso. Além disso, vamos estudar a importância e as
contribuições do empreendedor para sociedade.

Para complementar seus estudos, teremos duas atividades, que serão o pon-
tapé inicial na construção de seu plano de negócio. Apresentaremos um
resumo que o vai auxiliar a relembrar todos os conceitos estudados para que
você siga para segunda aula com um entendimento claro do que é empre-
endedorismo.

1.1 O que é empreendedorismo?


O que você sabe sobre empreendedorismo? Pense um pouco sobre isto an-
tes de iniciar esta leitura.

Aula 1 - Compreendendo e desvendando o empreendedorismo 13 Rede e-Tec Brasil


E, aí, conseguiu associar esta palavra a algo que você conhece?

Fique tranquilo que no decorrer desta aula vamos detalhar o que é empreen-
dedorismo. Para isto, vamos considerar que empreender significa transfor-
mar um sonho em realidade. Tome como base suas atividades atuais. Você,
por exemplo, está fazendo um curso técnico, o que significa que você está
buscando conhecimentos e técnicas para se tornar um profissional, certo?
Neste caso, você está empreendendo em sua carreira, sabia disso?

Pois bem, já deu para perceber que para empreender é preciso ter um so-
nho, desejar melhorar de vida, mudar de profissão ou querer, de alguma
Empresa formal: E aquela forma, ajudar outras pessoas. Mas, nós sabemos que precisamos conhecer
devidamente registrada nos alguns conceitos que nos vão ajudar a reconhecer um sonho possível de ser
órgãos: federal (CNPJ – Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica), concretizado e as ações para transformá-lo em um negócio lucrativo.
estadual (IE – Inscrição Estadual)
e municipal (IM- Inscrição
Municipal) e que precisa pagar Então, vamos lá! Empreender inicialmente era entendido, apenas, como
todos os impostos regularmente.
criar seu próprio negócio (abrir uma empresa seja formal ou informal). Aliás,
Empresa informal: Não possui ainda existem autores, como Maximiano (2006), que defendem este ponto de
registro em nenhum órgão
do governo e, portanto, não é vista. Mas, hoje sabemos que empreender também significa investir em sua
contribuinte de impostos.
carreira profissional. Dornelas (2012, p.29) diz que “empreender é criar algo
novo e que gere valor financeiro ou social.” Isto significa que pode ser feito
mesmo no cargo que você ocupa em uma organização, pública ou
privada, você não acha?

"O empreendimento é um comportamento, não um traço de personalidade


e suas bases são o conceito e a teoria e não a intuição" (DRUCKER, 1986,
P. 34)

Atividade de aprendizagem
1. Agora propomos a você um exercício bem simples, lá vai: escreva um tex-
to com no máximo duas páginas sobre quem é você, em que momento você
está na sua vida profissional e pessoal, o que você sonha em fazer ao longo
da sua vida. Este “ao longo da sua vida” pareceu muito complexo, não é?
Nada disso. Apenas coloque quem é você hoje e o que você pretende ser no
futuro. Simples! Então mãos à obra.

Rede e-Tec Brasil 14 Empreendedorismo


Agora que você já conseguiu se descrever, vamos continuar nossa caminha-
da!

Você sabia que uma das melhores definições sobre empreendedorismo foi
escrita em 1949 por Joseph Schumpeter? Nela o autor faz uma boa reflexão
sobre o espírito empreendedor: “O empreendedor é aquele que destrói a
ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços,
pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos e materiais e tecnologias.” (SCHUMPETER, 1949, p. 55).

Estamos abordando ideias sobre empreendedor, mas vamos agora trazer


Semântica é o estudo do sen-
uma compreensão mais semântica, ou seja, qual seu significado e outros tido das palavras de uma língua.
conceitos utilizados. http://www.pciconcursos.
com.br/aulas/portugues/
semantica
Empreendedor vem do latim imprendere que significa “decidir tarefa difícil e
laboriosa”. Tem o mesmo significado da palavra entrepreneur, francesa, que
deu origem a palavra entrepreneurship, que foi traduzida para o português
como: espírito empreendedor. (MAXIMIANO, 2006, p. 1)

Existem outras definições de empreendedorismo que foram elabora-


das com abordagens diferentes. Veremos algumas que são importan-
tes conhecer.

• Kirzner (1973) - O empreendedor é alguém que identifica oportunidades,


ou seja, tem uma visão clara e positiva da situação atual e estabelece um
equilíbrio em meio ao caos e turbulência. (apud DORNELAS, 2012)

• Harvard Business School – Empreendedorismo é a habilidade de perceber


as novas possibilidades de negócios que se apresentam no mercado. Essa
habilidade independe dos recursos e posses que a pessoa empreendedo-
ra pode ter (apud DORNELAS, 2012).

• Dornelas (2012) - Este autor faz uma junção dos dois conceitos acima,
pois diz que empreendedor é aquele que muda a ordem das coisas, faz
e refaz, mas garante que as coisas aconteçam, pois consegue, de forma
clara, ter uma noção de como será a empresa no futuro e desta forma
consegue antecipar suas ações para garantir sucesso da organização.

Aula 1 - Compreendendo e desvendando o empreendedorismo 15 Rede e-Tec Brasil


Você pode perceber que todas as definições falam de “identificar oportu-
nidades” e assim podemos dizer que o ato de empreender está relaciona-
do com identificação, análise e implementação dessas oportunidades, mas
também com o ter disposição para correr riscos. O risco é importante para
o desenvolvimento, porém ele deve ter alternativas conhecidas para ter o
melhor resultado.

Logo, o empreendedor é uma pessoa que enxerga uma oportunidade aliada


a um sonho ou uma ideia, tem coragem para colocá-la em prática e cria um
diferencial relacionado ao novo negócio, de projeto social, ou mesmo, de
inovação dentro do seu ambiente de trabalho.

1.2 Importância do ato de empreender


Você deve-se perguntar qual a importância de empreender? Assim, temos
que levar em consideração duas perspectivas: a de mercado e a do anseio
pessoal. Vamos falar de cada uma delas.

No Brasil, os estudos sobre empreendedorismo ganharam intensidade nos


anos 1990. O fator que contribuiu para isso foi a chamada globalização.
Enquanto outros países como os Estados Unidos já possuíam vasta experi-
ência neste assunto, no Brasil as grandes empresas tinham a necessidade de
aumentar a competitividade, diminuir os custos e se manter no mercado,
que foram os fatores geradores da alta taxa de desemprego. Os ex-empre-
gados foram levados a buscar alternativas de sobrevivência como a criação
de micro negócios, muitas vezes sem possuir experiência ou conhecimento
(DORNELAS, 2012)

Ainda em 1986 a comunicação entre computadores, com a interligação da


rede NSFNET com à ARPANET, deu origem ao termo INTERNET, que mudou
completamente os conceitos de globalização, principalmente quando, em
1990, chegou ao domínio público, despertando interesse de várias pessoas
por esta nova forma de se comunicar. Este desperta fez surgir o empreen-
dedor virtual, que muda a forma de ver e pensar em um produto e serviço
que agora também pode ser comercializado pela internet, tal comercializa-
ção passou a ser chamado de comércio eletrônico (e-commerce) (CAPRON,
2004).

Rede e-Tec Brasil 16 Empreendedorismo


As micro, pequenas e médias empresas são responsáveis por cerca de 50%
de Produto Interno Bruto em alguns países, com perspectivas de crescimento
dessa tendência. Daí a importância delas para a economia mundial e daí a
importância do estudo sobre o empreendedorismo para a sociedade.

Atualmente, por vontade de melhorar de vida, muitas pessoas se aventu- ram


em um negócio, uma oportunidade ou uma ideia, sem experiência e/ou
conhecimento e esses ainda são grandes fatores de falência ou fracasso de
boas ideias. Assim, temos que esclarecer que não basta ter uma boa ideia. A
pessoa empreendedora tem que ter paixão por aquele trabalho, ela transfor-
ma o ambiente onde vive utilizando todo recurso disponível de forma criativa
e assume riscos e a possibilidade de não dar certo.

Diante deste cenário, podemos elencar alguns benefícios sociais e pessoais


ao ampliar os conhecimentos e as ações de empreendedorismo:

• fortalecer as microempresas para não falirem;

• gerar empregos e renda;

• desenvolver a economia nacional, tornando-a resistente aos períodos de


crises internacionais;

• proporcionar ferramentas para planejamento do negócio a ser empre-


O planejamento é uma
endido; e função administrativa que prevê
os resultados que devem ser
alcançados a curto, médio ou
• ajudar as pessoas a melhorar de vida e a melhorar o mundo que as ro- longo prazo na empresa. No
planejamento, você define os
deia. objetivos, as metas e as ações
que devem ser realizadas para
alcançar tais resultados.

1.3 Vantagens e desvantagens de ser


empreendedor
As vantagens são bastante simples e representam o desejo da grande maioria
das pessoas, que são: ter liberdade de criação; poder colocar suas ideias em
prática; definir seu próprio horário de trabalho; determinar sua renda; definir
aonde quer chegar profissionalmente; e ser sempre desafiado e estimulado
pela concorrência. No caso de empreender em sua carreira, a vantagem é ser
reconhecido social e profissionalmente pelos seus feitos na organização.

Aula 1 - Compreendendo e desvendando o empreendedorismo 17 Rede e-Tec Brasil


Já as desvantagens são: poucas possibilidades de erros, pois isso potencializa
o risco de falência; acúmulo de responsabilidade e o afastamento social e
familiar, algo que é muito intenso no início do negócio, mas que tende a
uma estabilidade. No caso da carreira dentro de uma organização, a desvan-
tagem é não ter uma promoção ou até ser demitido por não ter sucesso em
um projeto ou decisão tomada.

Ficou assustado com as desvantagens? Nada de pânico! Nunca se esqueça


de que ser empreendedor é saber conviver com riscos constantemente e,
além do mais, todas estas desvantagens podem e devem ser tratadas no
plano de negócio para que em longo prazo se transformem em vantagens.

1.4 Os mitos
Você acredita que alguém já nasce empreendedor?

Nós vamos apresentar alguns argumentos para que perceba que empreen-
der pode ser aprendido. É tão real que é possível aprender a ser empreende-
dor que, após 1999 quando o governo criou o programa Brasil Empreende-
dor com o objetivo de capacitar mais de um milhão de pessoas, tivemos um
crescimento expressivo na abertura de micro e pequenas empresas no Brasil.

Também há pessoas, como já citado anteriormente, que, após serem de-


mitidas, usaram suas economias para abrir seu próprio negócio, ainda que,
em sua maioria, no mercado informal. O Governo, percebendo esta movi-
mentação de empregados para patrão, criou o programa de empreendedor
individual (Lei complementar 128/2008), trazendo essas pessoas da informa-
lidade para a situação de empresários individuas e, desta forma, tornando-os
empreendedores e contribuintes, o que melhora a sociedade como um todo.

O autor e pesquisador Dornelas (2012) não descarta a existência de em-


preendedores inatos, mas afirma que é possível ensinar uma pessoa a ser
empreendedora. Neste sentido, alerta as escolas para focarem seus ensina-
mentos em inovação, em como identificar oportunidades, nas habilidades
e competências essenciais ao empreendedor, na economia e em fazer um
plano de negócios. É possível se ensinar através de modelos de empresas,
mostrando como foram criadas. Todas estas características serão estudadas
nas aulas seguintes.

Rede e-Tec Brasil 18 Empreendedorismo


Notou que, no Brasil, apenas em 1990 se iniciou o ensino do empreende-
dorismo? Dolabela (1999. p.36) nos mostra que, nos Estados Unidos, isso já
acontecia desde 1975 e que, em 1988, em alguns estados era obrigatória
a disciplina de empreendedorismo em todos os cursos. Este mesmo autor
ainda relata que as empresas buscam profissionais que, além de dominarem
suas áreas, tenham o espírito empreendedor.

Estas considerações reforçam e servem de base para dizer que nascer em-
preendedor é um mito e que estas características são aprendidas e durante
nossas aulas vamos entender e aprender a ser empreendedor. Principalmen-
te com o advento da internet, que torna as informações disponíveis em qual-
quer hora e lugar, sem nenhuma distinção ou fronteiras.

Resumo
Nesta aula, foram abordados os conceitos de empreendedorismo.Citamos
que empreender parte de um sonho até a criação de um negócio, mas que
é também investir em sua carreira profissional. Mostramos que correr riscos é
inerente ao empreendedorismo e que, pelo próprio significado da pala-
vra, empreender não é uma tarefa difícil. O ato de empreender significa
identificar oportunidades e torná-las realizáveis. Também vimos que ser in-
dependente e fazer seu próprio horário, bem como colocar suas ideias em
prática são grandes vantagens de ser empreendedor, mas o sacrifício que se
precisa fazer e o grande compromisso de se evitar o erro são desvantagens.
Além disso, vimos que ser empreendedor pode ser aprendido, inclusive ob-
servando o modelo utilizado por outros empreendedores, porque é um mito
dizer que as pessoas nascem empreendedoras, apesar de se considerar que
existem aquelas com mais facilidade para ver oportunidades e transformá-
-las em negócio.

Atividade de aprendizagem
2. Agora que você já descreveu seu sonho na atividade nº 1 e já estudamos
alguns conceitos, vamos então pensar em um produto ou serviço em que
você deseja trabalhar e um nome para empresa que pretende criar. Descreva
detalhadamente o produto ou serviço e justifique.

Aula 1 - Compreendendo e desvendando o empreendedorismo 19 Rede e-Tec Brasil


Chegamos ao final da primeira aula sobre empreendedorismo. Gerou muitos
questionamentos? Que bom! Esta foi a ideia: despertar curiosidade sobre
alguns termos que foram utilizados, mas que nas próximas aulas serão de-
talhadamente explicados. Conto com você na próxima aula com toda esta
força e desejo de aprender demonstrado até aqui. Até o próximo encontro!

Rede e-Tec Brasil 20 Empreendedorismo


Aula 2. Ser empreendedor

Objetivos:

• diferenciar a atuação do empreendedor e do administrador;

• definir o possível perfil do empreendedor;

• reconhecer as possibilidades de atuação de cada tipo de em-


preendedor;

• diferenciar produtos de serviços; e

• identificar os tipos de empresas que podem ser criadas pelo


empreendedor.

Prezado (a) estudante,

Na primeira aula você viu os principais conceitos de empreendedorismo, sua


importância para o mercado de nosso país e para o desenvolvimento de sua
vida pessoal, bem como algumas crenças construídas a respeito da prática
de empreender. Daremos sequência ao nosso estudo, agora tratando sobre
o ser empreendedor. Será possível você formular uma ideia prática do que é
ser empreendedor, dos tipos e das áreas que eles atuam. Bom estudo!

Sabemos que o empreendedor é alguém que tem uma ideia e a coragem


para transformar esta ideia em um bom negócio. Porém, não pense que ele
é apenas uma pessoa que abre uma empresa ou um novo empreendimento.
O empreendedor pode promover transformações no ambiente da empresa
em que ele trabalha ou na comunidade em que vive. Ele pode ajudar a de-
senvolver pessoas ou talentos e a criar e aperfeiçoar produtos e ou serviços.

Na prática, o empreendedor pode ser um funcionário de uma empresa, um


trabalhador autônomo, um estudante que escolhe um curso para melho-
rar sua vida profissional. Podemos identificar um empreendedor pelas suas
ações e comportamento e não pela atividade ou profissão em que ele atua.

Aula 2 - Ser empreendedor 21 Rede e-Tec Brasil


Por exemplo, muitas pessoas acham que um administrador de empresas é
necessariamente um empreendedor. Será que é? Falaremos sobre isso agora.

2.1 O administrador e o empreendedor


Em algum momento você pode ter-se perguntado: posso ser empreendedor
se eu não administro uma empresa? Pois acredite que sim. Queremos que
você perceba que há uma diferença significativa entre o administrador e o
empreendedor.

O administrador é o profissional que concentra seu trabalho em ações como


planejamento, organização, direção e controle das atividades e procedimen-
tos administrativos nas empresas. Costumeiramente, assume cargos geren-
ciais como gerente de recursos humanos, coordenador ou chefe de setor,
supervisor de caixa, entre outros. Sua atuação no trabalho é impessoal e
obedece a uma hierarquia e a regras estabelecidas neste ambiente. Dessa
forma, o administrador é alguém que possui conhecimentos técnicos e es-
pecializados, fundamentais para o bom funcionamento das empresas (DOR-
NELAS, 2012).

Para um pouquinho mais de informação sobre a perspectiva profissio-


nal do administrador, veja:

Direção é a função na qual o administrador repassa para os funcioná-


rios os planos e ações que devem ser desenvolvidas na empresa. Ele
estimula a participação e a motivação de todos para a realização das
atividades.

Controle é a função administrativa na qual o administrador avalia os


resultados das atividades, procurando identificar falhas, erros e corre-
ções.

Você sabia que o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar são fun-
ções inerentes ao trabalho do administrador? Estes atos acontecem,
na maioria das vezes, de forma interligada nas atividades diárias de
uma empresa. Por exemplo, quando o administrador precisa comprar
algo para a empresa, ele planeja a quantidade e organiza o proces-
so entre a compra e o recebimento dos produtos, além de dirigir ou
orientar outras pessoas para recepcionar e armazenar o produto e de-
pois controlar o uso.

Rede e-Tec Brasil 22 Empreendedorismo


A partir do texto do box, pergunto: Você já planejou, organizou, dirigiu ou
controlou algo na sua vida? Aposto que sim. Pense um pouco a respeito
dessa questão.

Mas, você lembra que dissemos que qualquer pessoa pode ser um empreen-
dedor? Assim ocorre com o administrador. Além de ter todas essas atribui-
ções que acabamos de citar, ele também pode ser um empreendedor. Mas,
para diferenciar as duas coisas, tratemos agora do empreendedor.

Para começar, o empreendedor não é impessoal no negócio, pois este faz


parte de seu sonho; não se limita às regras da empresa, pois tem a forte ten-
dência para promover mudanças importantes nos processos da empresa; e,
às vezes, ele também não possui conhecimentos técnicos de administração,
mas possui o hábito de “ver além”. Por ser visionário, o empreendedor se
preocupa mais com as questões estratégicas da empresa, com o objetivo de
reunir todos os recursos necessários para concretizar o negócio.

No quadro a seguir, você pode visualizar as diferenças:

Fonte: Adaptado pelos autores de Dornelas (2012)

Vamos agora ao passo seguinte que é identificar os tipos de empreendedor.

Aula 2 - Ser empreendedor 23 Rede e-Tec Brasil


2.2 Tipos de empreendedor
Caro estudante, quando pensamos em empreender lembramos logo da
criação de uma empresa, porém saiba que existem outras possibilidades de
empreender e diferentes tipos de empreendedor, seja virtual ou tradicional.
Vamos tratar de três deles.

a) Intraempreendedor: ou empreendedor interno é o funcionário de uma


empresa que atua como um empreendedor nas diversas questões da em-
presa e trata o negócio como se fosse seu, assumindo responsabilidades
por suas decisões na empresa. Você já ouviu a frase: “ele veste a camisa da
empresa!”? Pois é, provavelmente ela está-se referindo a um Intra-empreen-
dedor (FILLION; DOLABELA, 1999).

O funcionário Intra-empreendedor transforma o ambiente de trabalho, tem


ideias, sugere inovações, busca oportunidades para a empresa expandir. Sua
atuação aumenta o rendimento da empresa, melhora o relacionamento en-
tre os outros funcionários e, principalmente, estimula a motivação nos seus
colegas de trabalho.

Agora você pode-se perguntar como surge um intraempreendedor.


Ele pode desenvolver esse perfil durante o trabalho de forma autô-
noma ou pode ser estimulado pela empresa, através de programas de
incentivo, capacitações, benefícios ou prêmios. Contudo, existem al-
guns princípios básicos para se tornar um Intra-empreendedor: saber
aprender, conhecer e ter paixão pelo ramo em que a empresa atua,
enxergar oportunidades que ninguém vê, ser dedicado e persistente.

b) Empreendedor independente: é a pessoa que aproveita oportunidades


e cria o próprio negócio. O empreendedor independente pode apresentar
diferenciadas motivações para iniciar o negócio próprio: podem ser pessoas
que tem um sonho, uma obstinação para empreender e de melhorar de vida;
pode ser que tenham sido surpreendidas por algum convite para empre-
ender um negócio, mas antes não imaginavam que poderiam desenvolver
um comportamento empreendedor; ou ainda, podem ser pessoas que, por
estarem desempregadas, criam um negócio por necessidade e se descobrem
empreendedor (FILLION & DOLABELA, 1999).

Para o empreendimento de um empreendedor independente dar certo, é


necessário que o planejamento seja um hábito e que ele aprenda a se co-
nhecer, para assim saber quais recursos ou parceiros precisa buscar para o

Rede e-Tec Brasil 24 Empreendedorismo


funcionamento de sua empresa. Você deve considerar que a vida do empre-
endedor independente deverá ser dedicada ao empreendimento.

c) Empreendedor social: é a pessoa comprometida com as causas humani-


tárias, participando ativamente de projetos ou atividades sociais. Enquanto
vimos que os outros tipos de empreendedores buscam desenvolver um pa-
trimônio financeiro, o empreendedor social está preocupado também em
resolver os problemas da sociedade. O empreendedor social pode trabalhar
vinculado às empresas sociais que são criadas por um conjunto de pessoas
com iniciativa colaborativa, coletiva e com ações inclusivas que buscam so-
luções para problemas sociais e ambientais (EMPREENDEDORISMO, 2010).

Agora você deve estar-se perguntando qual é o resultado da atuação deste


empreendedor na sociedade? O trabalho desse empreendedor tem por
objetivo causar mudanças positivas na sociedade através do oferecimento de
produtos ou serviços que auxiliam no combate à pobreza, na diminuição da
desigualdade social, na inclusão social da população excluída, na geração de
renda e na promoção da qualidade de vida.

O empreendedor social tem características semelhantes a dos demais


empreendedores, com a diferença de que ele se realiza ao ver suas
ações gerarem resultados.

Já sabemos os tipos de empreendedor, mas quais suas características?

2.3 Características do empreendedor


Você acabou de conhecer alguns tipos de empreendedor e como eles di-
ferem. Mas pense por um instante sobre o que eles possuem em comum.
Se você pensou que eles tem em comum as características de empreen-
dedor, você acertou. O empreendedor pode-se empenhar em qualquer
área, mas possui características próprias que são:

Visão
dades

Criatividade

Aula 2 - Ser empreendedor 25 Rede e-Tec Brasil


Autoconhecimento
car alternativas para suprir estas ultimas

Persistência
ção de seu sonho

Energia
seus objetivos. Isso exige sacrifício

Comprometimento
esforço pessoal fora do comum

Entusiasmo

Liderança

sobretudo sabe que para concretizar seu sonho precisa administrar os riscos

Fonte: Adaptado de Malheiros et. al. (2005) e Dolabela (2002).

Caro estudante, achou que são muitas as características do empreendedor?

Na verdade existem mais, como iniciativa, autonomia, independência, capa-


cidade de tomar decisão e muitas outras. Mas, você não precisa apresentar
todas essas características neste momento de sua vida. Fique tranquilo! Essas
características podem ser aprendidas durante seu percurso empreendedor.

Rede e-Tec Brasil 26 Empreendedorismo


Atividade de aprendizagem
1. Agora propomos a você se ver como empreendedor. Indique com quais
tipos de empreendedor você se identifica mais e depois escreva quais carac-
terísticas de empreendedor você possui ou gostaria de desenvolver.

2.4 Entendendo o que são empresas


Você viu os variados tipos de empreendedores e as características que são
fundamentais para eles fazerem sucesso. Viu também que o empreendedor
pode-se dedicar a desenvolver seu trabalho em muitas áreas. Essas áreas de
atuação do empreendedor são as empresas e suas especificidades. Pergunte-
-se “o que é uma empresa? ” E quais tipos de empresas existem? É isso que
vamos conhecer.

Existem vários conceitos formulados sobre o que é empresa e todos apon-


tam para algumas características similares e assim formulamos um conceito:
a empresa é um espaço em que se articulam vários recursos – humanos
(pessoas), financeiros (dinheiro), materiais (equipamentos) e conhecimentos
técnicos (sistemas e procedimentos) - para oferecer atendimento à popula-
ção através da promoção das vendas de produtos ou prestação de serviços,
a fim de gerar lucro para empresa e renda para quem nela trabalha (CHIA-
VENATO, 2007).

Como vimos, as empresas podem oferecer produtos ou serviços. Você vai


conhecer a diferença entre duas atividades que caracterizam a razão de exis-
tência da empresa no mercado (CHIAVENATO, 2007):

• Produto: possui atributos tangíveis, quer dizer, que pode ser tocado,
experimentado, testado antes de ser comprado. Por exemplo, o test dri-
ve de um carro, a prova de uma roupa na loja. Entretanto, vale ressaltar
que nas lojas virtuais os produtos continuam sendo tangíveis, como se
tivessem em uma vitrine, onde você pode ver e ler todas as informações
do produto, mas não pode tocá-lo, porém consegue vê-lo em 3D, com
riquezas de detalhes.

Aula 2 - Ser empreendedor 27 Rede e-Tec Brasil


• Serviço: possui características intangíveis, ou seja, não pode ser sentido,
tocado, cheirado e a avaliação da sua qualidade só poderá ser feita após
sua compra. Por exemplo, o serviço de transporte, serviço de saúde ou a
manutenção de um carro.

2.4.1 Tipos de empresas


As empresas fazem parte de nossa vida: um restaurante, um supermercado,
um shopping, uma lanchonete, uma escola, ou o nosso trabalho. O tempo
todo você está fazendo uso do espaço, do produto ou do serviço de uma
empresa. E dessa forma conheceremos alguns tipos de empresas.

• Empresas industriais - São as que produzem grandes quantidades de


produtos para consumo que podem ser vendidos diretamente para o
Transformação de matéria-
prima: é o processo de consumidor final (como indústria de artesanatos regionais) e as que fa-
modificação de recursos naturais zem produtos gerados pela transformação de matéria-prima, os quais
em um produto ou de parte de
um produto. Por exemplo: o são repassados para outras empresas para que elas os revendam para o
processo de transformação da
celulose (madeira) em papel,
consumidor final (como por exemplo, os carros que são montados pelas
para a fabricação de cadernos indústrias e depois repassados para as concessionárias, onde o consumi-
(produto).
dor final pode comprá-los) (CHIAVENATO, 2007).

• Empresas comerciais - São empresas que vendem mercadorias ou


produtos acabados diretamente ao consumidor (comércio varejista) ou
aquelas que compram do produtor pra vender ao varejista (comércio ata-
cadista),

• Empresas prestadoras de serviço - São empresas que fornecem ati-


vidades e trabalhos especializados em áreas como a saúde, educação,
transporte, lazer, consultoria financeira entre outros. São empresas pres-
tadoras de serviço, por exemplo, a academia, o transporte, a escola, as
universidades, as clínicas de estéticas, os órgãos públicos, entre outros
(CHIAVENATO, 2007).

• Empresas sociais - Essas empresas podem oferecer, tanto produtos


como serviços, semelhantes às que vimos anteriormente. Mas o seu dife-
rencial é que elas não visam somente ao lucro, visam principalmente ao
benefício social. A empresa social procura promover atividades ou pro-
jetos sociais que auxiliam na solução de alguns problemas da sociedade.
(BOVO, 2009)

• Empresa Virtual – podem ser sociais, comerciais ou de serviços, porém

Rede e-Tec Brasil 28 Empreendedorismo


difere das demais por disponibilizarem seus produtos e serviços pela in-
ternet, sendo considerada “eficaz quando consegue transformar seus
visitantes em compradores” (FILIPINI, 2012. P. 17)

Resumo
Nesta aula, esclarecemos que há uma diferença entre o administrador e o
empreendedor, sendo que o primeiro possui conhecimentos técnicos para
gerenciar e o segundo tem capacidade de pensar estrategicamente o futuro
do negócio e reunir todos os recursos possíveis para concretizar sua ideia.
Vimos ainda alguns tipos de empreendedores que se diferenciam de acordo
com o resultado que eles esperam trabalhando no próprio negócio, numa
outra empresa, ou trabalhando para a melhoria da sociedade. Contudo, in-
dependentemente das áreas em que atuam os empreendedores possuem
características comuns que os diferenciam de muitos outros profissionais e,
que acima de tudo, podem ser aprendidas por todos que queiram ser em-
preendedores.

Atividades de aprendizagem
2. Defina com suas palavras qual a diferença entre o empreendedor e o ad-
ministrador. E compare com as exposições durante as aulas.

3. Descreva o que é empresa e qual a diferença entre produto e serviço.

4. Em que tipo de empresa você sentiu vontade de empreender? Considere


que pode ser como empreendedor independente, intraempreendedor ou
empreendedor social.

Aula 2 - Ser empreendedor 29 Rede e-Tec Brasil


Chegamos ao final da segunda aula sobre empreendedorismo. Espero que
esta aula tenha sido esclarecedora e que você se tenha apropriado dos con-
ceitos nela tratados. Estes conceitos são essenciais para as descobertas que
você fará nas próximas aulas. Contamos com sua garra e desejo de apren-
der. Até o próximo encontro!

Rede e-Tec Brasil 30 Empreendedorismo


Aula 3. Inovação, criatividade e
flexibilidade

Objetivos:

• definir inovação, criatividade e flexibilidade;

• reconhecer a simplicidade da inovação;

• identificar a relação entre criatividade e inovação; e

• reconhecer a flexibilidade como método de usar a criatividade


para inovar.

Caros estudantes,

Agora que já vimos conceitos de empreendedor e suas características e al-


guns exemplos práticos, vamos conhecer o que é dar sustentação ao empre-
endedor. Podemos considerar como o tripé do empreendedor os seguintes
requisitos: inovação, criatividade e flexibilidade. Para inovar, você tem que
saber ver e aproveitar oportunidade, precisa ser criativo para transformar e
flexível para saber quando deve abandonar ou persistir em uma ideia. Boa
caminhada!

Para empreender e ter sucesso num mercado competitivo e em constantes


crises econômicas, é preciso ser criativo, pois frequentemente você vai-se
deparar com situações em que os recursos são escassos, seja de mão de obra
ou de matéria- prima e você precisará encontrar alternativas para que seu
empreendimento não entre em falência.

Não temos dúvida de que você precisa usar toda sua criatividade para mon-
tar uma empresa, mas, para crescer, você terá que criar uma rotina de ino-
vação, que deve ser feita no atendimento, no produto, no design e até nos
processos de logística. Para enfrentar a concorrência, você terá de ser flexível
nas negociações, mas sem perder de vista seu objetivo.

Vamos ver!

Aula 3 - Inovação, criatividade e flexibilidade 31 Rede e-Tec Brasil


3.1 Inovação

Hoje, quando se fala em inovação, a maioria das pessoas logo associa a tec-
nologia aplicada à telefonia móvel (celular), não é verdade? Pois bem, temos
que concordar com vocês que, neste setor, a inovação é constante, pois as
Podemos entender estratégia
como um pensar no futuro empresas de telefonia móvel têm apostatado numa estratégia de lança-
considerando o que se que mento de novos produtos de grandes impactos, tanto no design quanto nos
alcançar num determinado
tempo. Destaca-se aqui a visão aplicativos e isto de fato é uma inovação. Mas, por que isto acontece? Por um
do sonho, o objetivo que se quer
alcançar e as ações que devem lado, pela pressão da concorrência e, por outro, pelo desejo dos usuáriosque
ser realizadas. aguardam ansiosamente pelo novo produto, de modo que a empresaque
lançar primeiro domina esse mercado até o próximo lançamento.

Para Bes e Kotler (2011), apostar em lançamentos de produtos e serviços de


inovação radical significa arriscar muito além da capacidade criativa o que
pode gerar uma pressão muito grande nos funcionários e levá-los a erros no
planejamento, a não conseguir laçar novos produtos e a acabar arruinando
sua carreira, gerando prejuízos para a empresa.

Portanto, o empreendedor, ao ver uma oportunidade, seja de serviço, pro-


duto ou na carreira, já imagina como ela pode ser aproveitada. Através
desta visão, já desperta a criatividade para inovar e fazer com que esta opor-
tunidade se reverta em um negócio rentável. Para Drucker (2005), inovar
é aproveitar oportunidades para atender as necessidades das pessoas, algo
que pode ser feito transformando algo que já exista ou criando algo novo.
Inovação é um valor que normalmente ocorre fora das organizações.

Vamos ver!

Rede e-Tec Brasil 32 Empreendedorismo


Imaginem o avião 14 bis inventado por Santos Dumont e o avião atual.
Quantas diferenças! Quantas modificações foram feitas no mesmo invento?
O 14 Bis foi um avião construído
Milhares. Notem que cada modificação é uma inovação, pois traz modifi- por volta de 1906, embora tenha
sido inventado por um brasileiro
cações criativas e cada uma destas mudanças torna o avião mais moderno, foi construído na França, veja um
eficiente e econômico. Observaram que estamos falando do mesmo invento, pouco mais no site que segue:

mas através de observação, testes e erros, o empreendedor, atento para ver Fonte: http://pt.wikipedia.
org/wiki/14-bis
as oportunidades de melhorias, persiste até conseguir uma forma de apro-
veitar estas oportunidades de forma criativa e inovadora. Aqui tratamos
de invenção e inovação, que para os autores Scaramuzza e Brunetta (2009)
são dois termos diferentes, pois consideram que o invento é a criação de um
novo produto enquanto a inovação é a inserção deste produto no mercado.

O mesmo ocorreu com o carro, a bicicleta, os tênis, as roupas e tantas outras


coisas que fazem parte do nosso dia a a dia. Ferramentas simples podem Leiam artigos e dicas sobre
trazer benefícios e aumentar os lucros, como por exemplo, o instrumento inovação e empreendedorismo
no site:http://www.
usado para furar água de coco, que começou com um processo demorado josedornelas.com.br/
com uma faca, passou para um instrumento pontiagudo até chegar aos car-
rinhos de água de coco. Neste contexto, vimos que “sem criatividade não
há inovação” e que “o processo de inovação é a ferramenta fundamental
para transformar uma ideia em inovação” Drucker (2005, p. 20)

Estão percebendo o que é inovação?

“Inovar é explorar novas ideias ou readequar as ideias de outros de maneira


única e/ou original, de modo que o resultado deste processo seja o desejado
pelo seu idealizador” (SACARAMUZZA e BRUNETTA, 2009, p.2). Podemos
perceber que todos nós temos capacidade de inovar e o fazemos quando
modificamos algum produto para adequálo ao nosso carro ou casa, não é
mesmo? Sakar apud Sacaramuzza e Brunetta (2009) relacionam inovação a
empreendedorismo, pois a inovação abre novas oportunidades e possibilita
crescimento econômico para as empresas.

Pois bem, agora vamos tratar do facilitador da inovação que são os recursos
necessários para transformar uma oportunidade em um produto ou serviço
lucrativo. É preciso planejar desde a avaliação da oportunidade, verificar se é
viável ou não investir neste produto ou serviço, até o levantamento de custos
com pesquisa, treinamento da equipe envolvida no projeto e levantamento
das tecnologias que serão necessárias para colocar a ideia em prática. Veja
na próxima página que inovação é um processo que se inicia na oportunida-
de e vai até o lançamento do produto.

Aula 3 - Inovação, criatividade e flexibilidade 33 Rede e-Tec Brasil


Fonte: criado pelos autores (2013)

E se a oportunidade é boa, mas não temos equipe preparada e nem recursos


suficientes, devemos desistir? Pense sobre isto!

3.2 Criatividade
E, aí, encontrou resposta para o questionamento do capitulo anterior? Tenho
certeza de que você respondeu: Jamais desistiremos, nós vamos superar es-
Veja o vídeo que segue
no link e observe o tema tes obstáculos com criatividade!
criatividade como foi abordado.
http://www.youtube.com/
user/volkswagendobrasil/ Consideramos que a inovação está ligada diretamente à execução, “o fa-
featured?v=KER4TbL_JD8
zer”, e a criatividade está ligada à busca por alternativas para fazer melhor e
com um baixo custo e assim ter mais possibilidade de vencer a concorrência
ou se manter no mercado em períodos de crise econômica.

Os líderes criativos conseguem reorganizar os departamentos e processos


da organização de forma a torná-la mais eficientes, enxuta e competitiva
no mercado em que atua. Porém é preciso saber liderar as equipes para que
as mudanças planejadas consigam ser implantadas gerando o mínimo de
resistência por parte dos colaboradores. Mas, para conseguir, o líder precisa
usar uma linguagem simples e objetiva para alinhar a estratégia em todos os
níveis da organização. Feito isto, podemos dizer que ocorreu uma mudança
criativa e inovadorae que esse gestor tem atitude empreendedora.

É possível aprender a ser criativo?

Rede e-Tec Brasil 34 Empreendedorismo


Na aula 1, demonstramos que é possível aprender a ser empreendedor e um
dos comportamentos aprendidos é a criatividade, mas, durante a estrutura-
ção da vida, relações sociais, comunidades, pressões sociais para ensinar os
valores considerados corretos e as questões educacionais ameaçam o pensa-
mento criativo das pessoas. Entretanto, o comportamento criativo pode ser
recuperado, reaprendido ou melhorado através de exercício, como: busca de
soluções para problemas de produtos e serviços, criar novas ideias a partir de
ideias antigas, resolver problemas (DOLABELA 1999).

Tomar decisões é algo que exige muita criatividade do empreendedor, que


precisa a todo instante solucionar problemas. Apesar de existir diferença
entre tomar decisão e solucionar problemas, existem pontos em comuns que
são: criatividade e liderança. Ervilha (2008) traz algumas técnicas para solu-
cionar problemas e ao mesmo tempo desenvolver um pensamento criativo,
como se segue:

a) Atitude positiva ou “eu posso solucionar” - Ser otimista diante de um


problema o torna mais simples de resolver e entender suas causas e efeitos.

b) Desafie-se. Estimule sua criatividade. Quando estamos diante de dificul-


dades, a nossa criatividade tende a aparecer. Portanto desenvolva sua ca-
pacidade de imaginação e sua flexibilidade mental enfrentado os problemas
sem medo e com seriedade.

c) Subdivida os problemas. Divida-os em parte. Se o problema é de grandes


proporções, use sua criatividade para dividi-lo adequadamente em pequenas
partes e resolva cada parte isoladamente até que todo o problema tenha
sido solucionado.

d) Urgente ou longo prazo. Planeje a solução. Um comportamento fun- Sentimento, tino, palpite,
percepção, prática, experiência
damental para o empreendedor é o senso de urgência, pois através dele é e visão.
possível definir o que deve ser resolvido imediatamente e o que pode ser Fonte: http://www.
dicionarioinformal.com.br/
resolvido a longo prazo. Portando use seu feeling para identificar o que é feeling/
urgente e use sua criatividade para encontrar a melhor solução.

Ervilha (2008, p. 165) “A solução de problemas com criatividade foge


do pensamento padrão. Enquanto a criatividade traz novas formas
de solução, no pensamento padrão repetem-se as mesmas soluções”.

Então, pessoal, mãos à obra! Estimulem sua criatividade, tanto para solucio-

Aula 3 - Inovação, criatividade e flexibilidade 35 Rede e-Tec Brasil


nar problemas quanto para criar ou aprimorar produtos e serviços de forma
sustentável para atender a nossa geração e as vindouras. Mas, lembre-se
de que para ter sucesso todos os passos precisam de uma liderança forte e
competente.

Atividade de aprendizagem
1. Em nosso texto foi possível perceber que nas crises as pessoas criativas se
destacam. Neste sentido, faça uma pesquisa sobre “tensão criativa” e qual
sua relação com o empreendedorismo.

A definição mais aceita


para desenvolvimento
sustentável é o
desenvolvimento capaz de suprir
as necessidades da geração
atual, sem comprometer a
capacidade de atender as
necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento
que não esgota os recursos para Força, pessoal, pois a busca pelo conhecimento é árdua, mas é o caminho
o futuro.
mais curto para se chegar ao sucesso.
Fonte: http://www.wwf.org.br/
natureza_brasileira/questoes_
ambientais/desenvolvimento_ Vamos prosseguir!
sustentavel/

3.3 Flexibilidade
Se fosse possível escolher uma palavra para substituir o termo empreende-
dor, não teríamos dúvidas de que seria flexibilidade, pois, para aceitar novas
ideias com criatividade e ser inovador, tem que ter disposição para abando-
nar seus conceitos, crenças e até valores para abraçar novas ideias, novos
desafios e formar seu próprio conceito sobre produtos e serviços e ser, de
fato, uma pessoa flexível.

Porém, para ser flexível no mundo corporativo, é preciso ter conhecimentos


e competências específicas. Afinal, como pretende mudar de rumo se não
conhece nenhum caminho? “A primeira coisa que devemos fazer para al-
cançar o amanhã é descartar-se do ontem” ( DRUCKER, 2002, p. 136).

Flexibilidade é a capacidade de adaptação a novas culturas organizacionais,


é se modificar após o recebimento de feedback, é sabe ouvir e ter disposição
para aprender novas competências e comportamentos (KOFMAN, 2004). Ser
flexível é essencial ao empreendedor na solução de conflitos e nas negocia-
ções com fornecedores, clientes e colaboradores.

Rede e-Tec Brasil 36 Empreendedorismo


É preciso usar a vivência e as experiências profissionais para para guiá-lo na
busca de novos conhecimentos. Ser flexível é entender que pessoas pensam
de forma diferente de você, sem necessariamente nenhum dos dois estarem
errados, mas simplesmente cada uma vendo a mesma oportunidade de for-
ma diferente.

Resumo
Nesta unidade, procuramos mostrar que ser inovador não significa, neces-
sariamente, criar um novo produto ou serviço, mas sim que toda e qualquer
mudança em produtos, serviços e processos que gere eficiência e eficácia
para os negócios da empresa é considerada uma inovação. Mas, para reali-
zar estas mudanças, é preciso aproveitar a criatividade dos colaboradores de
forma que, participando dos processos, todos se sintam responsáveis por seu
sucesso, potencializando, desta forma, as chances do seu empreendimento
dar certo. Também buscamos mostrar que um empreendedor precisa ser
flexível, tanto nas negociações com fornecedores, clientes e colaboradores,
como consigo mesmo no momento de analisar uma ideia nova e no mo-
mento de fazer novos contratos para que todos se sintam valorizados no
processo e tenham prazer em trabalhar e negociar com você.

Atividade de aprendizagem
1. Você acaba de ser contratado para ser gerente (empreendedor) deste
empreendimento e seu desafio é aumentar as vendas e o número de fran-
queados em sua cidade. Considerando os conceitos aprendidos até aqui, leia
o “CASE” e responda: Qual a estratégia que você vai utilizar e o que você
acredita que deve ser modificado (inovado)? Usar sua criatividade para
realizar esta atividade.

Franquia de espetinho é opção de investimento baixo e lucro


alto

Churrasco é oportunidade para o segmento de alimentação popular. É


preciso ter ponto movimentado; quiosque é de 10 metros quadrados.

Aula 3 - Inovação, criatividade e flexibilidade 37 Rede e-Tec Brasil


Franquia de espetinho de churrasco pede investimento baixo, mas tem
lucro alto. É uma oportunidade de negócio para quem quer investir no
segmento de alimentação popular e faturar.

A receita de sucesso do tipo de negócio possui três ingredientes. Pri-


meiro, um ponto movimentado, como em frente a um supermercado
onde circulam 5 mil pessoas por dia. Segundo, custo baixo: a loja é um
quiosque de 10 metros quadrados que opera com dois funcionários.
Terceiro e principal ingrediente, um produto de apelo popular: o es-
petinho. Juntando esses três fatores, é possível vender 600 espetinhos
em um dia.

O negócio do empresário Felipe Paoletti surgiu em 2010 e já virou


franquia. Hoje são cinco unidades e até o final deste ano devem che-
gar a 20. Para essa expansão, o franqueador conta com um trunfo:
ele é dono de uma grande fábrica de espetinhos, que fornece para
supermercados em todo o país.

“A gente já tem uma logística e uma produção grande. A gente con-


segue fornecer ao franqueado um produto a um custo muito compe-
titivo e uma logística para fornecer pequenas quantidades, em vários
pontos, para o Brasil todo”, explica.

Franquia

A marca entra com força no mercado. Bom para franqueados como


Wilton Hossein e Carlos Leandro. Graças à produção em larga escala,
eles recebem o espetinho da franqueadora ao custo de R$ 0,90 a uni-
dade. A margem de lucro é de mais de 200%.

Para montar o negócio, o investimento é de R$ 70 mil a R$ 100 mil.


Depende do tamanho do quiosque.

“Nós conseguimos fornecimento a um custo baixo e mesmo venden-


do espetinho R$ 3, é um preço competitivo com lanches, salgados e
outros tipos”, diz Hossein.

Para montar o negócio, o investimento é de R$ 70 mil a R$ 100 mil.


Depende do tamanho do quiosque. O valor inclui o quiosque pronto,
com móveis, geladeiras, forno, capital de giro e estoque.

Rede e-Tec Brasil 38 Empreendedorismo


“Para o franqueado a gente dá o auxílio para ele achar o ponto, a gen-
te aprova o ponto junto com o franqueado, negocia o ponto com ele,
às vezes o franqueado já vem com um ponto pronto, mas na maioria
das vezes, a gente negocia o ponto junto com o franqueado e dá
todo o treinamento pré-abertura de loja e pós-abertura de loja, para
ver o ponto de assado do espetinho, a qualidade do serviço que está
sendo prestado para o consumidor final”, afirma Felipe. “Ele retira a
quantidade que ele quiser para colocar no forno. Seja um, seja a caixa
inteira, seja 10 espetinhos. Isso diminui muito a perda dele e aumenta
a agilidade”, completa.

Despesas e administração.

As despesas fixas são pequenas. Em média, a estrutura custa R$ 5


mil por mês, com aluguel, água, luz e funcionários. Os franqueados
Wilton e Carlos faturam R$ 28 mil reais por mês e recebem R$ 4 mil
de lucro líquido.

“A administração é muito simples, não precisa estar 100% presente.


Eu mesmo só venho fazer o fechamento no final do período. Tem
um estoque, existem as vendas que são registradas, depois você faz
o controle do estoque novamente para saber os produtos que foram
vendidos, a partir daí você sabe o lucro que teve no dia”, diz Hossein.

Os espetinhos vendem muito em pouco tempo: 60 % dos pedidos


ocorrem entre o final da tarde e começo da noite, quando o pessoal
sai do trabalho para casa.

“Devido à praticidade de você vender ou comer aquele espetinho, um


alimento saudável, não tem fritura, é uma coisa diferente. Hoje em
dia você tem muitas opções de lanches, mas é um mercado que ainda
está se desenvolvendo e tem bastante espaço para crescer”, afirma
Hossein.

O negócio é planejado para oferecer rapidez. O segredo é um forno


capaz de assar 300 unidades por hora e uma estufa que mantém o
estoque quente e crocante na hora de pico.

“A gente olha como está o movimento das pessoas, assa e, conforme


o número de clientes, já faz um estoque e serve em menos de um mi-

Aula 3 - Inovação, criatividade e flexibilidade 39 Rede e-Tec Brasil


nuto aos clientes”, revela Hossein.

Oportunidade

Em outra unidade, durante a semana são vendidos 300 espetinhos


por dia. Aos sábados, o dobro. O produto vem com palito nas duas
pontas e numa caixinha de apoio para colocar a farinha. Para vender
mais, pacotes com três espetinhos e um refrigerante são oferecidos
com desconto de 10%. Durante a semana, quem compra dois espetos
e uma bebida ganha um pão de alho.

“Todo dia quando eu volto do trabalho eu passo por aqui, aí eu acabo


levando uma quantidade maior, porque chega em casa não precisa
fazer janta, é mais em conta do que ir ao supermercado, comprar e
preparar. É parada obrigatória”, diz a consumidora Walnice Fontes.

“Adoro churrasco, como não tenho muito tempo no meu trabalho, é


tudo corrido, então venho aqui porque é prático”, destaca Vanderléia
dos Santos, que também é cliente.

Para o também franqueado Carlos Leandro, o negócio é “simples, prá-


tico e lucrativo”. “Eu estou bem animado e pretendo montar outras
franquias nesse ramo. Esse mercado tende a crescer pelo fato de ser
um produto saudável e um produto de baixo custo”, diz.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2011/03/franquia-
-de-espetinho-e-opcao-de-investimento-baixo-e-lucro-alto.html

Concluímos nossa terceira aula montando o tripé do empreendedor e, como


você pôde perceber, para empreender e ter sucesso é preciso ser flexível
(pronto para mudar e negociar), ser criativo (pensar fora da caixa) e inovar
(colocar seu produto ou serviço no mercado sem medo)

Rede e-Tec Brasil 40 Empreendedorismo


Objetivos:

• conceituar negócio;

• relacionar os riscos e a escolha das oportunidades identificadas;

• caracterizar o ambiente onde as empresas estão inseridas;

• reconhecer a importância do planejamento para o início de um


negócio; e

• listar as empresas e órgãos que podem auxiliá-los na implemen-


tação de um negócio.

Caro(a) estudante,

Na última aula, você viu sobre o tripé que sustenta a atuação de um empre-
endedor: a flexibilidade, a criatividade e a inovação. Todas essas qualidades
são bases do conhecimento que você terá nesta aula. Você já percebeu
que o empreendedor pode ter um negócio como uma resultante de sua
criatividade, inovação. Contudo, para abrir um negócio precisa saber como
escolher os riscos a serem assumidos diante das oportunidades que se apre-
sentam na sua vida. Já adianto que, para diminuir tantos riscos, é necessário
programar o que se quer fazer e aonde se quer chegar, ou seja, planejar.
Nesta aula, vamos conhecer o que é um negócio, qual a relação entre os ris-
cos e as oportunidades e a importância de planejamento para abrir e manter
um negócio.

No dia a dia, podemos perceber que nossa sociedade é constituída de em-


presas e organizações que para sobreviver precisam dos produtos/serviços
umas das outras, ou seja, são interdependentes. Neste aspecto, é importante
perceber que vivemos num ambiente que apresenta muitas variáveis que
contribuem ou prejudicam as empresas. E por isso este mesmo ambiente

Aula 4 -Ideias, riscos e oportunidades. 41 Rede e-Tec Brasil


apresenta tanto oportunidades como riscos para a criação de negócios. É
importante diferenciar e perceber quais desses elementos são essenciais e
indispensáveis para a saúde de um novo negócio. Veremos agora sobre esses
elementos.

4.1 O que é o negócio?


Quando falamos em negócio, o que lhe vem à cabeça? Possivelmente você
pode imaginar que é o ato de negociar alguma coisa, vender e/ou comprar
um produto ou serviço. Esse é um entendimento básico do processo de ne-
gociar ou de fazer um negócio.

Imagine-se vendendo o seu celular usado para trocar por um novo e neste
ato verá a realização de um negócio. Vamos expandir esse negócio de ven-
da? Imagine que você se descobriu um excelente vendedor ou negociador
e agora pensa em criar um negócio em que possa vender produtos como o
celular usado que você conseguiu passar adiante. Perceba aí o caminho no
qual o negócio se constitui: ele pode ser um ato isolado em que você ne-
gocia um serviço ou um produto específico ou pode ser uma ação conjunta
com outras pessoas, em que você negocia um serviço especializado ou pro-
dutos para atender a necessidade da sociedade.

Para Chiavenato (2007), o “negócio é um esforço organizado por deter-


minadas pessoas para produzir bens e serviços, a fim de vendê-los em um
determinado mercado e alcançar recompensa financeira pelo seu esforço. ”
Podemos acrescentar que o negócio é o meio pelo qual você pode realizar
seus sonhos e os sonhos de outras pessoas que convivem com você ou que
fazem parte de sua clientela. O negócio no mundo virtual não é diferente
do tradicional.

Você percebeu que o negócio está diretamente ligado à produção de bens


ou oferecimento de serviço cujos conceitos foram vistos na Aula 2?

Vamos adiante. Para criar um negócio, é necessário conhecer o ramo ou


área que você escolheu. Como fazer isso? Pesquisando no mercado a acei-
tação do seu negócio pelas pessoas do local em que você pretende atuar.
Imagine que você se interessa em criar um negócio de venda de alimentos,
uma banca de cachorro quente ou um pequeno restaurante. Será que no
local em que você pretende instalar a empresa existem clientes para seu ne-
gócio? Uma pesquisa de mercado iria elucidar essas e outras dúvidas sobre

Rede e-Tec Brasil 42 Empreendedorismo


o negócio que você pretende criar.

Esperamos que esta última situação o tenha levado a refletir que, para criar
um negócio, o empreendedor não pode pensar de forma solitária e isolada.
Vou esclarecer.

Pense que as empresas estão inseridas um ambiente social e por isso elas não
são entidades isoladas, elas dependem de outras empresas que dependem
de outras. Por exemplo: um restaurante depende dos serviços de um banco,
dos fornecedores atacadistas de alimentos, fornecedores de móveis, empre-
sas de manutenção de equipamentos, dependem de autorização de órgãos
fiscalizadores como a Vigilância Sanitária. Depende ainda dos clientes, dos
funcionários para manter-se ativo no mercado e gerando lucro.

Nesse contexto, chamamos de “ambiente” tudo o que é externo à empresa.


Este ambiente pode ser dividido em dois elementos, o macroambiente e o
microambiente, cada um com suas respectivas variáveis que irão dinamizar
o mundo dos negócios. Chiavenato (2007) aponta alguns desses elementos.

Macroambiente: É o ambiente geral e globalizado em que a empresa está


inserida. Este ambiente é composto por variáveis nacionais e internacionais
que afetam de alguma forma todas as empresas, desde as de grande até as
de pequeno porte. Vejamos algumas dessas variáveis:

Variáveis
Referem-se aos acontecimentos econômicos de crise ou de
desenvolvimento econômico no país ou no mundo. Esta vari-
ável apresenta alguns elementos econômicos que devem ter
Econômicas
a atenção do empreendedor: a inflação, os juros, os preços, o
PIB (produto interno bruto) o câmbio, o nível de confiança no
mercado do país, entre outros.
Referem-se aos acontecimentos sociais que determinam as ca-
racterísticas das necessidades dos clientes e de suas opções
Sociais de compra. Por exemplo, o nível de dificuldade ou melhoria da
saúde, educação, segurança pública, o nível de desemprego ou
emprego, entre outros.
Referem-se aos mecanismos que facilitam o desempenho dos
trabalhos das empresas. Cada empresa tem o potencial para
Tecnológicas desenvolver a própria tecnologia e definir seus métodos e
procedimentos de trabalho. Segundo Chiavenato (2007), isso
provoca as mudanças e as inovações nas empresas.
Referem-se aos acontecimentos culturais como a arte, os
eventos comemorativos, a arquitetura, o modo de viver e de
Culturais se relacionar de um povo restrito em um determinado local. Por
exemplo, os costumes da região Norte diferem dos da região
Sudeste do Brasil.

Aula 4 -Ideias, riscos e oportunidades. 43 Rede e-Tec Brasil


Referem-se às leis e normas, regulamentos, diretrizes e códi-
gos que regulam as atividades dos negócios. Cada empresa
deve procurar seguir as normas diretamente relacionadas com
Legais o seu ramo de negócio. Por exemplo: as madeireiras, fazendas
e postos de gasolina devem seguir normas relacionadas à pre-
servação do meio ambiente junto ao Ibama (Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente).
Referem-se às condições de composição da população local em
termos de faixa etária, migração, distribuição na área urbana
ou rural, entre outros. Como exemplo, pense em uma cidade
Demográficas
que tenha uma população predominante de idosos. Seria ób- vio
considerar que a maioria dos negócios existentes teria que
atender as necessidades desse público.
Referem-se aos recursos naturais deste ambiente como, por
exemplo, a água, o solo, o clima, entre outros. Todos esses fato-
res ambientais influenciam o como a empresa pretende prestar
seus serviços ou ofertar seus produtos. Para ilustrar, pensemos
Ecológicas uma empresa que funciona em um lugar extremamente frio
e imagine uma empresa similar em um lugar extremamente
quente. Ambas procurarão proporcionar o conforto para seus
clientes e funcionários de acordo com a necessidade gerada
por este fator ambiental.

Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2007

Microambiente: É o ambiente específico em que a empresa atua. Pode ser


caracterizado pelos tipos de clientes ou nicho de mercado que a empresa
pretende atender num determinado espaço ou local, comunidade, cidade ou
país. Para Chiavenato (2007), esta parte do ambiente apresenta quatro va-
riáveis principais, que afetam e/ou influenciam as atividades de um negócio.
Vejam-nas no quadro a seguir:

Variáveis Características
São empresas ou pessoas físicas que fornecem materiais, insu-
Fornecedores
mos, serviços ou informações para a empresa.
São as pessoas que utilizam seus produtos ou necessitam dos
Clientes e consumidores
serviços prestados pela sua empresa.
São empresas que oferecem o mesmo tipo de produtos ou serviço
Concorrentes que a sua empresa oferece. Assim elas concorrem e disputam os
mesmos clientes e fornecedores.
São órgãos governamentais que normatizam, regulam o serviço ou
a qualidade do produto lançado pela empresa na sociedade. Essas
Agências reguladoras do governo entidades fiscalizam e monitoram as ações das empresas.
Podemos apontar como exemplo os sindicatos, as organizações
não governamentais (ONGs), agências reguladoras, entre outros.

Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2007

Rede e-Tec Brasil 44 Empreendedorismo


O microambiente oferece elementos fundamentais para as operações dos
negócios facilitando e permitindo a existência dinâmica da empresa no mer-
cado. Preste atenção à figura abaixo:

Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2007.

Nesta dinâmica, o ambiente é que fornece materiais, insumos, serviço e in-


formações para as empresas. Dentro das empresas, acontece o processa-
mento ou transformação destes em produtos ou serviços, que retornam para
o ambiente para serem consumidos pelos clientes. No caso de informações,
elas podem ser transformadas em ações estratégicas para melhorar a posi-
ção da empresa no mercado. Logo mais abordaremos este assunto.

Depois de compreendida essa dinâmica do mercado de negócios, podemos


afirmar que todas essas variáveis do macroambiente e do microambiente
proporcionam o surgimento de oportunidades e também de riscos para o
seu negócio.

4.2 Oportunidades e riscos


Buscar oportunidades deve ser um hábito natural da pessoa empreendedo-
ra. O ambiente em que vivemos nos fornece fontes infindáveis de inspiração
para criar um negócio. Em Dolabela (2002) e Dornelas (2012), encontramos
algumas fontes inspiradoras que podem auxiliá-lo na sua busca por uma
ideia de negócio. São elas:

• Sua experiência em determinado ramo - Caso você tenha trabalhado


ou trabalhe num ramo no qual demonstrou talento e conhecimento, aí
pode identificar uma grande oportunidade de negócio.

• Capacitar-se - Um novo curso pode agregar novos conhecimentos e no-


vas tecnologias, apresentando possibilidades de pesquisas que o levarão
a perceber outras oportunidades de negócio.

Aula 4 -Ideias, riscos e oportunidades. 45 Rede e-Tec Brasil


• Olhar a sua volta - Ser um observador criativo e persistente o fará per-
ceber algumas necessidades do mercado e assim ter ideias de negócios;

• Pesquisar ideias que deram certo em outros locais - É importante


estar bem informado, buscar contatos e ampliar seu conhecimento. Ne-
gócios de sucesso também surgem da inspiração em negócios implemen-
tados por outras pessoas em outros locais.

• Prestar atenção às tendências sociais e de mercado. - As mudanças


sociais podem apresentar grandes oportunidades de negócio. Por exem-
plo: o crescente acesso da população à internet; o envelhecimento da
população brasileira e mundial, entre outros fatores podem significar a
geração de novas necessidades de mercado.

• O ambiente da internet - A internet apresenta um espaço propício


para criar negócios virtuais, tais como: intermediação de negócio, comer-
cialização de propaganda, mercado virtual, empresarial e comunidades
(Dornelas, 2012: 73). A internet apresenta como principal vantagem o
fato de não precisar de grande espaço físico para montar um empreen-
dimento, mas requer planejamento e organização como qualquer outra
oportunidade de negócio.

Percebeu que as oportunidades existem a todo o momento ao nosso redor?


Para uma oportunidade ser percebida por você, basta ter um olhar criativo,
inovador, perspicaz e ter vontade de empreender. Mas, encontrar a oportu-
nidade e ter vontade de empreender não é o suficiente. Você precisa conhe-
cer o ramo de negócio que escolheu para diminuir os riscos de esse negócio
não dar certo.

Primeiramente, você deve saber que toda oportunidade de negócio tem ris-
cos. Podemos entender “riscos” como sendo situações aleatórias e inespera-
das que reduzem as chances de seu negócio dar certo. Contudo, estes riscos
podem ser reduzidos se algumas situações forem evitadas ou analisadas com
calma. Dolabela (2002) e Fillion & Dolabela (1999) listam algumas dessas
situações:

• Coisas da moda tendem a não ter durabilidade. A princípio, podem dar


lucro, mas será difícil permanecerem no mercado.

• Visar apenas ao lucro, sem gostar do ramo de trabalho e conhecê-lo real-

Rede e-Tec Brasil 46 Empreendedorismo


mente, poderá provocar a falta de realização pessoal e por consequência
o fracasso do negócio.

• Empreender não é sinônimo de comodidade e nem de sorte. Para uma


ideia de negócio dar certo, se deve ter trabalho duro e conhecimento de
muitos aspectos do negócio.

• Os empreendimentos tendem a iniciar com pouco recurso financeiro. É


importante não desaminar e nem se iludir quando começarem a entrar
mais recursos no negócio. Manter o controle dos recursos financeiros é
essencial para o negócio ser duradouro.

Todas essas dicas são primordiais para amenizar os riscos que podem com-
prometer o sucesso do negócio, mas antes de iniciar um negócio é impres-
cindível que seja feito um planejamento. O ato de planejar o seu negócio
lhe fornecerá a maioria das informações que você precisa ter, para diminuir o
risco de fracasso. O planejamento garante o amplo conhecimento do seu
empreendimento no mercado e a segurança para iniciá-lo. Vejamos agora o
que é planejamento.

A partir da percepção de uma oportunidade de negócio, muitos empreen-


dedores partem para a execução do negócio de forma improvisada e pulam
uma etapa essencial de implantação do negócio, o planejamento. Planejar,
para Chiavenato (2007), significa “estudar antecipadamente a ação que será
realizada ou colocada em prática e quais os objetivos que se pretende alcan-
çar”. Nessa perspectiva, Maximiano (2006) afirma que o planejamento auxi-
lia na sustentação do negócio diante das incertezas do futuro, embora parte
desse futuro também seja previsível e por isso mesmo deva ser planejada.

Perceba que o ato de se preparar para o futuro é atividade fundamental para


que o negócio não termine precocemente.

Por que planejar? Segundo Dornelas (2012), as pesquisas de mercado afir-


mam que cerca de 70% das micro e pequenas empresas brasileiras fecham
nos primeiros anos de funcionamento e o principal motivo é a falta de pla-
nejamento. A ausência de planejamento gera a tomada de atitudes erradas,
a má escolha de localização, a expansão e o descontrole de gastos e a falta
de gerenciamento nos investimentos dos recursos. Em outras palavras, por
falta de planejamento o empresário deixa de realizar ações que são essen-
ciais e que por isso necessitam ser conhecidas e preparadas para manter a

Aula 4 -Ideias, riscos e oportunidades. 47 Rede e-Tec Brasil


empresa ativa no mercado.

O planejamento pode ser realizado com base em três decisões (Maximiano,


2006):

• definição de objetivo (o que se pretende alcançar com este negócio?);

• definição de algumas ações para atingir o objetivo (quais as atividades


que precisarão ser realizadas para alcançar o que se pretende?);

• definição dos meios e dos recursos necessários para alcançar o objetivo


(quais financiadores e parceiros são necessários para seu negócio dar
certo?);

• No e-commerce:

– Deve escolher um bom nicho de mercado (seus clientes buscam pro-


dutos pela internet? Você vai concorrer com grandes ou trabalhar
com negócios que as grandes empresas não se interessam, mas que
geram negócios lucrativos?);
– A empresa será física e virtual ou somente virtual;
– Como será o site?

Você deve ter percebido que essas três decisões estão postas numa perspec-
tiva futura, pois essas definições afetam o negócio num futuro que deter-
mina, de acordo com suas ações, se o empreendimento está maduro para
manter-se no mercado ou se ele não tem condições de ser sustentado. Essas
decisões obterão resultados em longo prazo e, para isso, devem ser elabora-
das algumas estratégias.

A estratégia é um conjunto de ações que determinam a direção da empresa


no mercado. Para traçar qual a melhor estratégia, o empreendedor precisa
analisar as condições internas do empreendimento e as condições externas
sociais e ambientais do mercado para definir as alternativas para iniciar o ne-
gócio (Chiavenato, 2007; Maximiano, 2006). Nesse aspecto, são necessários
três passos para elaborar as ações estratégias:

1º - Analise o mercado do ramo do negócio escolhido, ou seja, o macro e o


microambiente da empresa, e identifique as ameaças e oportunidades.

Rede e-Tec Brasil 48 Empreendedorismo


Ameaças: eleja quais aspectos do macro e do microambiente podem ser
negativos a ponto de por seu negócio em risco.

Oportunidades: eleja quais aspectos do macro e do microambiente podem


ser positivos a ponto de auxiliar no sucesso do seu negócio.

2º - Analise as condições internas da empresa e faça um diagnóstico identi-


ficando os pontos fortes e os fracos:

Pontos fracos: eleja quais características de seu negócio podem ser conside-
radas desvantagens.

Pontos fortes: eleja quais características do seu negócio podem ser conside-
radas vantagens.

3º - Após as análises anteriores, defina as ações estratégicas que orientam


o seu objetivo.

Para cada característica ou aspecto apontado elabore uma ação ou ativida-


de que potencialize (nos casos de fatores positivos) ou amenize (nos casos
de identificação de fatores negativos) as situações identificadas nas análises
anteriores.

4.3 Quem pode auxiliar para os primeiros


passos de um negócio?
Todos os passos que tratamos até aqui parecem ser solitários, mas não o são.
No processo de montagem e criação de um negócio, você pode encontrar
muitos entes públicos e privados que podem auxiliá-lo com acesso ao conhe-
cimento de métodos e técnicas, com financiamentos e ainda com a inserção
do seu empreendimento no mercado. Podemos citar alguns que podem ser
fundamentais desde a criação até a implementação de uma empresa:

O Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas oferece


cursos de empreendedorismo, auxilia na elaboração de um plano de negócio
e promove conhecimentos sobre as diversas áreas da empresa, como gestão
financeira, qualidade, marketing, gestão de pessoas, além de possibilitar a
realização de eventos e feiras nacionais e, através delas, a inserção das em-
presas nos mercados.

Aula 4 -Ideias, riscos e oportunidades. 49 Rede e-Tec Brasil


O Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural visa oferecer condições
de permanência do homem, mulher e jovens no campo, por meio da profis-
Visite o site do Sebrae: http://
www.sebrae.com.br/ e sionalização, e oferecimento de conhecimento de novos métodos e técnicas
aproveite para fazer um curso
a distância gratuito sobre
para o pequeno produtor rural.
empreendedorismo http://www.
ead.sebrae.com.br/
Nessa busca de parcerias e auxílio para iniciar seu negócio, as incubadoras de
Visite o site do Senar: http:// empresas também são essenciais para o desenvolvimento de um negócio. As
www.senar-ro.org.br
incubadoras de empresas são entidades sem fins lucrativos, habitualmente
Verifique se existe uma
incubadora em sua região vinculadas a algumas instituições de ensino que auxiliam as empresas nos
através do site: www.anprotec. primeiros anos de vida, dando-lhes suporte físico e de infraestrutura (labo-
org.br
ratórios, telefone, internet, copiadoras entre outros), suporte na escolha e
manuseio de tecnologias e assessoria nas práticas de gestão nas principais
áreas: financeira, de marketing, pessoas entre outros (DORNELAS, 2012, AN-
PROTEC, 2013). O principal objetivo da incubadora é promover condições
para desenvolver e fortalecer a empresa de forma financeira e competitiva
para atuar no mercado.

Resumo
Nesta aula, você viu que o negócio é uma ação conjunta que visa fundamen-
talmente à produção de bens e serviços, gerar lucro, mas que principalmente
é um meio de realizar sonhos. A criação de um negócio não é uma atividade
solitária, pois vimos que a empresa depende de variáveis do macroambiente,
um ambiente geral e global no qual está inserida a empresa (econômicas, so-
ciais, tecnológicas, culturais, legais entre outras) e de variáveis do microam-
biente, o ambiente constituído pelos clientes, fornecedores, agentes regula-
dores e concorrentes que estão diretamente ligados à empresa. Vimos ainda
nesta aula que existem muitas oportunidades de negócio e o modo com que
você observa as coisas ou a sua própria vivência podem oferecer-lhe fontes
preciosas e inspiradoras para iniciar um negócio. Mas, assim como existem as
oportunidades, também existem os riscos e, para evitá-los, busque dicas e
técnicas. Uma das ações mais importantes para diminuir os riscos é a previsão
das ações que você fará para iniciar e encaminhar o seu empreendimento,
o planejamento. Vimos que prever é imprescindível, pois o auxiliará a criar
objetivos, definir ações estratégicas e prever meios e os recursos necessários
para seu negócio. Você não está sozinho nesta empreitada, procure parceria
com as instituições que trabalham com esse intuito.

Rede e-Tec Brasil 50 Empreendedorismo


Atividades de aprendizagem
1. Diferencie macroambiente e microambiente e cite quais variáveis cada um
apresenta.

2. Quais fontes inspiradoras podem auxiliá-lo a escolher um ramo de negó-


cio?

3. Quais são as três decisões que compõem um planejamento?

4. Faça uma análise das possibilidades de negócio em sua cidade. Pense em


quais são os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças de sua cidade e
liste as melhores oportunidades de negócio. Para isso, leve em conta sua
experiência e seus conhecimentos sobre o local.

Chegamos ao final da quarta aula sobre empreendedorismo. Espero que


esta aula tenha sido esclarecedora e que você se tenha apropriado dos
conceitos e das dicas nela tratados. Estes elementos são essenciais para criar

Aula 4 -Ideias, riscos e oportunidades. 51 Rede e-Tec Brasil


um negócio seguro. Continue com sua garra e desejo de aprender. Até o
próximo encontro!

Prezado (a) estudante,

É uma grande satisfação saber que você chegou até aqui e que ampliou cada
vez mais seus conhecimentos sobre o ato de empreender. Sei que estudar é
um desafio que exige muita disciplina e determinação, mas é o caminho
mais promissor para alcançar nossos objetivos. Ainda estamos na metade
dessa caminhada pelo conhecimento, tome mais fôlego e siga nesta direção.
Até a próxima aula.

Avante, sempre avante, nunca desista!

Rede e-Tec Brasil 52 Empreendedorismo


Aula 5. Plano de negócios: primeiros
passos

Objetivos:

• conceituar plano de negócios;

• discutir sobre a importância de um plano de negócio; e

• demonstrar as ferramentas para escrever um plano de negócios.

Olá, prezado estudante, vamos continuar nossa caminhada e encarar mais


um desafio? Nós estamos entusiasmados e ansiosos para iniciarmos a des-
vendar, junto com você, um plano de negócio. Parabéns por chegar até
aqui, mas vamos em frente!

Enquanto uns olham para seus objetivos e visualizam apenas os obstáculos,


outros, os empreendedores, enxergam vários caminhos para contorná-los.
Os empreendedores conseguem ver, além do caminho mais curto para che-
gar, várias oportunidades nesse caminho e conhecem as ferramentas que
vão lhes dar suporte para avaliar a viabilidade de todas as oportunidades
e lhes dar subsídios para decidirem se compensa ou não correr o risco e
aumentar as possibilidades de chegar ao objetivo fortalecido e com uma
rentabilidade dentro do planejado.

Claro que não é tão simples, pois, para chegar ao ponto de enxergar opor-
tunidades mesmo nos obstáculos, tiveram que percorrer vários caminhos,
não é mesmo?

Compreendemos que um empreendedor é uma pessoa que, partindo de um


sonho e de um desejo, se dispuseram a correr riscos e e tiveram a capacida-
de e a coragem de transformar esse sonho e esse desejo em realidade. Para
tanto, tiveram que olhar não apenas para as vantagens, mas também para as
desvantagens de ser um empreendedor; buscando entender que o admi-
nistrador está voltado para o controle e organização das empresas enquanto
o empreendedor está mais voltado para descobrir novas oportunidades e

Aula 5 - Plano de negócios: primeiros passos 53 Rede e-Tec Brasil


para criar estratégias para melhor aproveitá-las.

Compreendemos que as empresas fazem parte de nossas vidas, seja uma


empresa industrial, comercial, de serviço ou social. Vimos que o empreen-
dedor precisa ser criativo, flexível e buscar inovação; observamos que os ris-
cos são inerentes às oportunidades, mas, com um planejamento estratégico,
você pode prever os riscos existentes no caminho.

Ufa, como já caminhamos! Mas, temos que ser firmes e olhar para trás para
buscar na lembrança o que já acumulamos de informações e como transfor-
má-las em conhecimento e em ação. Então, vamos agora dar os primeiros
passos rumo ao plano de negócios, que é um documento no qual o empre-
endedor descreve todos os passos que precisa ser percorrido do sonho até
à realidade e que potencializa as chances de sucesso do empreendimento.

5.1 Plano de negócio


Um empreendimento, como já citado nas aulas anteriores, tem inicio com
um sonho, mas para transformá-lo em realidade é preciso que você o imagi-
ne em ação, vendo cada detalhe sendo construído, escrever todos os passos
e considerar todos os aspectos positivos e negativos. Este processo de pla-
nejar os passos para transformar seu sonho em um negócio lucrativo nós o
chamamos de planejamento de negócio, que, segundo Dornelas (2012, p.
95), “é um documento usado para descrever um empreendimento e o mo-
delo de negócios que sustenta a empresa”.

Muitas vezes, os empreendedores fazem um plano de negócio exclusiva-


mente para conseguir o financiamento para iniciar o empreendimento. É
claro que, para se conseguir um financiamento, é preciso um plano de ne-
gócio, o qual, contudo, não deve ser elaborado apenas para este fim, tendo
que ir além, tendo que ser um guia para seu futuro empreendimento capaz
de lhe dar o direcionamento necessário para você compreender e visualizar
todos os recursos, sejam pessoais ou financeiros e sua inter-relação desde a
criação da empresa ou do novo produto ou a modernização do empreendi-
mento já construído.

Dornelas (2012, p.93) não descarta que muitas empresas são criadas sem
planejamento, mas diz: “Um negócio bem planejado terá mais chances de
sucesso do que aquele sem planejamento, na mesma igualdade de condi-
ções”. Mas, para construir um plano de negócio ou business plan, é funda-

Rede e-Tec Brasil 54 Empreendedorismo


mental saber com precisão qual tipo de negócio você está desenvolvendo, o
que você pretende vender e qual seu público-alvo (BANGS apud DORNELAS,
2012)

O plano de negócio é elaborado de forma racional e lógica, mas só estes


elementos não garantem sucesso do negócio, pois é fundamental que o em-
preendedor use sua percepção e experiência de vida, pessoal e profissional
para fazer a leitura do relatório para extrair o máximo de informação e assim
potencializar as chances de sucesso no negócio.

Dornellas (2012) traz algumas justificativas que os candidatos a empreende-


dor usam para não escrever um plano de negócio:

• eu não necessito de um;

• eu tenho um em minha cabeça;

• eu não sei como começar;

• eu não tenho tempo;

• eu não sou bom com os números;

• eu tenho muito dinheiro e não preciso disso, já sou rico.

”Se você não for capaz de planejar uma empresa no papel, como poderá
gerenciar uma organização de verdade e fazê-la cumprir seus objetivos?”
(DOLABELA, 2002. P.76)

5.2 Razões para fazer um plano de


negócio
As principais razões para elaborar um plano de negócio é aumentar os lucros
de uma empresa existente, aumentar as chances de conseguir financiamen-
to para seu empreendimento e de garantir que seja aplicado de forma ade-
quada ao seu negócio e também para conseguir sócios ou investidores para
seu empreendimento, pois o plano de negócio é feito principalmente para o
próprio empreendedor e para os que vão apoiar o empreendimento. Dorne-
las (2012) traz uma pesquisa na qual mostra que as chances de ter sucesso
em seu empreendimento aumentam em 60% quando se faz um plano de

Aula 5 - Plano de negócios: primeiros passos 55 Rede e-Tec Brasil


negócio, pois com ele é possível:

• definir com clareza os procedimentos e a direção do plano de negócio;

• tomar decisões eficazes e eficientes;

• acompanhar diariamente todos os processos e perceber falhas rapida-


mente e logo corrigi-las;

• mais facilidade de acesso aos recursos financeiros e de apoio disponíveis


no mercado, sejam públicos ou privados;

• transformar as oportunidades em vantagens competitivas;

• melhorar o relacionamento com os stakeholders; e

Stakeholder significa público


estratégico. Em inglês stake • minimizar os riscos no negócio;
significa interesse, participação,
risco. Holder significa aquele
que possui. Assim, stakeholder Além disso, o empreendedor preciso ficar atento para descrever detalhada-
também significa parte
interessada ou interveniente. mente quais competências profissionais será necessária para desenvolver e
É uma palavra em inglês colocar em produção cada etapa do plano de negócio. Desta forma, é pos-
muito utilizada nas áreas de
comunicação, administração e sível formar e treinar uma equipe de gestão que possa testar a viabilidade
tecnologia da informação cujo
objetivo é designar as pessoas
do negócio e gerar credibilidade para o plano, o que significa: investidores,
e grupos mais importantes para bancos, Sebrae, incubadores e outros órgãos de apoio às empresas ou inves-
um planejamento estratégico ou
plano de negócios, ou seja, as timentos acreditarem e contribuírem financeiramente ou com apoio técnico
partes interessadas. ao empreendimento.
Fonte: http://www.significados.
com.br/stakeholder/
Na elaboração do plano de negócio (PN), o empreendedor consegue perce-
ber que seu sonho não é realizável, que existem impedimentos jurídicos ou
legais impossíveis de serem contornados, que os riscos não são compatíveis
com o investimento, que não é possível prever se os lucros serão suficientes
para cobrir as despesas. Diante destas informações, o empreendedor busca
outras oportunidades e não tem prejuízos com um negócio inviável ou irre-
alizável (DOLABELA, 1999).

Imaginem quantas pessoas perdem suas economias investindo em um sonho


inviável devido à falta de um PN.

O empreendedor precisa estar atento, quando já tiver um negócio funcio-


nando, para não dedicar todo seu tempo a cuidar de compras, estoques,

Rede e-Tec Brasil 56 Empreendedorismo


pessoal, fluxo de caixa, marketing, entre outros controles do dia a dia de
uma organização, esquecendo-se de buscar e analisar novas oportunidades
no mercado e dentro da própria organização.

5.3 Ferramentas e tamanho do plano de


negócio
Existem várias ferramentas para auxiliar o empreendedor a elaborar um pla-
no de negócio, mas como já citado por várias vezes, o sonho é seu e, por-
tanto, é você que vai definir as diretrizes para transformá-lo em realidade.
O papel das ferramentas é facilitar suas atividades, indicando, inclusive, em
que momento você deve fazer cada ação.

A ferramenta deve ser escolhida de acordo com o tamanho do empreendi-


mento que pode ser desde um documento simples escrito em um editor de
texto, um software especializado ou até a contratação de uma consultoria
para auxiliá-lo em todos os processos, Lembre-se, porém, de que fazer um
plano de negócio é uma atividade não delegável.

Os dois grandes estudiosos sobre empreendedorismo no Brasil, José Dorne-


las e Fernando Dolabela, têm vários modelos, mas há alguns elementos co-
muns e que devem constar em todos os planos de negócios feitos no editor
de texto ou usando software e independentemente do tamanho da organi-
zação, tais como: Capa, Sumário, Sumário Executivo, Conceito de Negócio,
Equipe de Gestão, Mercado e Competidores, Estrutura e Operação, Análises
Estratégicas, Previsões do Resultado Econômico e Financeiro, Anexos. Nesta
aula, mostraremos apenas os elementos que compõem o PN, pois, na aula
seguinte, trataremos de sua estrutura conceitual, com detalhes e dicas de
preenchimento.

O SW, comercial ou grátis, é uma ferramenta ideal para testar uma ideia,
avaliar a viabilidade de uma inovação, planejar um novo empreendimento,
ajudar uma organização existente a inovar, aumentar sua competitividade e
acessar novos mercados. Com o uso de um SW, elaborar um Plano de Ne-
gócio, um EVTEC (estudo de viabilidade técnica) ou um Plano de Inovação se
torna uma tarefa simples e rápida (DORNELLAS, 2012).

Meu caro estudante, você pode encontrar através da pesquisa do Google


vários softwares (SW) para auxiliá-lo na elaboração e na escrita do seu plano
de negócio que podem ser comerciais (MakeMoney – disponível em: www.

Aula 5 - Plano de negócios: primeiros passos 57 Rede e-Tec Brasil


starta.com.br, EasyPlan – disponível em: www.josedornelas.com.br/easy-
plan/, Empreenda! – disponível em: www.empreendacomsucesso.com.br)
e gratuitos (SPPLAN – disponível em: www.sebraesp.com.br). O empreen-
dedor precisa analisar cuidadosamente cada SW e escolher o que mais se
adapta ao tamanho do seu negócio.

O ramo de negócio em que você atua vai definir a ênfase que você vai dar
para cada área em seu PN. Uma empresa de serviços, por exemplo, vai focar
nas pesquisas de mercado para definir com precisão o quanto de serviço
ainda não foi explorado e também em conhecer seus concorrentes. Agora,
você pode estar se perguntando: quantas páginas deve ter um PN? Dornelas
(2012) enfatiza que as estratégias e seu público-alvo são quem define quan-
tas páginas terá seu plano de negócio, conforme pode ser visto no quadro
abaixo:

Plano de Negócio (PN) Finalidade Quantidade de páginas


Buscar grande quantidade de dinheiro;
COMPLETO 15 a 40
Apresentar uma visão completa de negócio.
Apresentar uma ideia inicial a um investidor e
despertar seu interesse pelo PN completo;
Mostrar os objetivos e o retorno esperado com
RESUMIDO 10 a 15
o negócio;
Demonstrar algo específico por solicitação de
um cliente.
Utilizado internamente por gestores e funcioná-
rios como um plano de ação para elaboração de
Não tem limites de páginas, pois
OPERACIONAL estratégias em busca de melhorar os resultados
depende da finalidade
de um departamento ou aumentar a eficiência
financeira da empresa, melhoria de produtos.

Fonte: Adaptado de Dornelas (2012)

Se você pretende ser um Pareceu assustador? Não se preocupem, pois, além de detalharmos todos os
franqueado, verifique se o gestor
desta franquia já inclui no elementos na Aula 6, também faremos um PN na aula 7. Por isso fique
contrato uma consultoria para tranquilo, pois sabemos que o curso é técnico em informática, mas, como já
auxiliar na elaboração do plano
de negócio. citamos que você pode empreender em sua carreira, entendemos que seja
importante aprender a fazer o plano de negócio.

5.4 Plano de negócio como ferramenta


de gestão
Com o plano de negócio, o empreendedor pode visualizar seu capital inves-
tido, sua rentabilidade estimada e aonde pretende chegar com a empresa.
Desta forma, o gestor sabe onde está e, a partir desta informação, pode

Rede e-Tec Brasil 58 Empreendedorismo


elaborar um plano de ação para cada etapa da caminhada, facilitando a
tomada de decisões em várias áreas, mas “as informações devem ser utiliza-
das internamente, guiando e validando o esforço da empresa” (DORNELAS,
2012. P.116), como:

• Gestão Estratégica - Você pode escolher entre uma estratégia de custo


produzindo mais e vendendo a preços menores que o concorrente, mas
terá que produzir muito para reduzir custos com fornecedores e serviços
operacionais ou pode optar por uma estratégia de diferenciação na qual
busque fazer diferente dos concorrentes, seja nos formatos, qualidade,
garantia ou distribuição, enfim ter originalidade (FILLION; DOLABELA.
2000). Mas, para tomar esta decisão, o plano de negócio tem que ter
dados sobre o concorrente e as análises de SWOT.

• Gestão de Pessoas - No plano de negócio já deve haver definições das


competências que o ocupante de cada cargo deve ter para definir quais
treinamentos deverão ser realizados e para facilitar o processo de recru-
tamento e seleção dos novos colaboradores.

• Marketing de Vendas - A partir do PN, o empreendedor pode elabo-


rar uma apresentação convincente de seus produtos e com objetividade
pode facilmente persuadir seu cliente e vender sua ideia, produto ou
serviço.

• Gestão financeira - Com dados financeiros definidos você saberá quan-


to e se precisará de capital de terceiros, terá controle sobre seu fluxo de
caixa e capital de giro e, com isso, será possível um comparativo entre o
estimado e o realizado, o que vai facilitar a tomada de decisão para os
ajustes financeiros e para o controle.

O empreendedor que conhece bem seu negócio visualiza com clareza suas
limitações e seu potencial, o que é fundamental para auxiliar o gestor nas
negociações e tomadas de decisão, sejam ela financeiras, de pessoal ou es-
tratégicas.

5.5 Questões legais


Caro estudante, não fique assustados com os caminhos que terá de per-
correr para abrir uma empresa, os quais, embora sejam demorados, são es-
senciais para você iniciar seu negócio dentro da legalidade. Além disso, você

Aula 5 - Plano de negócios: primeiros passos 59 Rede e-Tec Brasil


pode obter ajuda para este processo junto ao Sebrae do seu estado, órgão
de onde estamos extraindo todas as informações básicas para abertura e
registro de uma empresa.

Então vamos lá!

REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL

INSCRIÇÃO NO CNPJ

APARATO FISCAL

Abra sua empresa e boa sorte!

Fonte: Elaborado pelos autores/Fonte de informações site SEBRAE

Antes de iniciar o percurso apresentado acima, o empreendedor precisa


decidir como será constituída sua empresa dentro do que está definido no
código civil brasileiro. As informações que serão apresentadas são basea-
das nos dados disponíveis no site do Sebrae (www.sebrae.com.br), como se
segue:

• Sociedade Simples – É constituída por pessoas que se obrigam a con-


tribuir com bens ou serviços para exercer suas atividades econômicas e a
partilhar os resultados, não sendo considerada uma atividade empre-
sarial.

Rede e-Tec Brasil 60 Empreendedorismo


• Sociedade Empresarial – É considerado pessoa jurídica, exerce ativida-
de empresarial sujeita a registro e suas atividades econômicas são organi-
zadas para produção ou circulação de bens ou de serviços.

• Sociedade Limitada – A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor


de sua cota, mas respondem pela integralização do capital social.

• Sociedade por Ações – É utilizada por grandes organizações que divi-


dem seu capital social e cada sócio só responde pela quantidade de ações
adquiridas.

• Sociedade Cooperativa – Tem um número mínimo de sócios, mas sem


limitação máxima para compor a administração, porém existem limita-
ções no valor total das cotas que cada sócio pode ter.

• Associação – Entidade privada, mas sem finalidade econômica.

• Fundação – Sua criação deve ser de utilidade pública, porém seus funda-
dores fazem a doação de bens para que a mesma possa ser constituída.

Para incentivar o empreendedorismo, o Governo criou em 2007 a Lei com-


plementar de nº 127 que definiu regras diferenciadas para abertura das
microempresas e empresas de pequeno porte, tornando o processo mais
simples e menos oneroso para o empreendedor que optou pelo simples na-
cional. Mas, para fazer esta opção, o empreendedor precisa se informar
sobre todos os detalhes para garantir que esta opção trará benefícios ao seu
negócio e nesse sentido, nós recomendamos o SEBRAE como um ponto de
partida na busca destas informações.

Além disso, o Governo criou a Lei Complementar nº 128 para trazer o em-
preendedor informal para formalidade, sendo este chamado de empreen-
dedor individual, sendo que sua renda máxima anual não pode ultrapassar
R$60.000,00. A grande vantagem de sair da informalidade é ter acesso ao
crédito e a incentivos do Governo, bem como o de poder prestar serviços a
grandes empresas, pois pode emitir nota fiscal dos seus serviços (DORNELAS,
2012).

Aula 5 - Plano de negócios: primeiros passos 61 Rede e-Tec Brasil


Algumas informações adicionais sobre o Simples Nacional e o
Microempreendedor Individual

O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, co-


brança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empre-
sas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006.

Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados,


Distrito Federal e Municípios).

É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes:


quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Esta-
dos e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das


seguintes condições:

• enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de peque-


no porte;

• cumprir os requisitos previstos na legislação; e

• formalizar a opção pelo Simples Nacional.

Fonte: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Sobre-
Simples.aspx

Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por con-


ta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um
microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até
R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como
sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado
que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Fonte: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreen-
dedor-individual

Rede e-Tec Brasil 62 Empreendedorismo


Resumo
Buscamos com esta aula sensibilizá-lo para a importância de se fazer um
plano de negócio e, para tanto, apresentamos os principais conceitos e ca-
minhos que o empreendedor deve percorrer na sua elaboração. Preocupa-
mo-nos também em falar de algumas ferramentas, como softwares e sites
especializados em auxiliar o empreendedor a elaborar seu plano de negócio.
Também entendemos como necessário apresentar algumas questões legais,
pois consideramos que um empreendedor não pode deixar de seguir rigoro-
samente o que determina a lei que rege as normas do empreendimento que
você está iniciando.

Atividades de aprendizagem
1. Após uma leitura detalhada, descreva a relação entre o plano de negócio
e o tamanho do empreendimento.

2. Como um plano de negócio pode ser utilizado para solucionar problemas


em um empreendimento já existente?

3. Você conhece alguma pessoa que trabalha no mercado informal? Des-


creva como a legislação do empreendedor individual poderia auxiliar essa
pessoa a melhorar seu negócio.

Aula 5 - Plano de negócios: primeiros passos 63 Rede e-Tec Brasil


Nossa! Já estamos concluindo nossa 5ª aula, como passa rápido. Mas, é bom
perceber o crescimento de vocês nesta viagem rumo ao empreendedorismo.
Agora vamos ver detalhadamente a estrutura de um plano de negócio.

Vamos nessa!

Rede e-Tec Brasil 64 Empreendedorismo


Aula 6. Estrutura de um plano de

Objetivos:

• caracterizar o plano de negócio;

• reconhecer a estrutura do plano de negócio; e

• identificar o conceito e importância de cada componente do


plano de negócio.

Caro (a) estudante,

Na última aula vimos, como é constituída a empresa legal e quais são os


caminhos do desenvolvimento do plano, ou do ato de planejar. Você irá
se deparar muitas vezes com a necessidade de planejamento, contudo só
pensar ou falar em planos não é o suficiente. É importante que você registre
esse plano, elaborando-o por escrito, através de pesquisas de mercado e
outras fontes. Vamos ver adiante como concretizar um sonho através da
elaboração deste documento: o plano de negócio.

Nesta aula, vamos resgatar a essência do negócio de sucesso, vista na aula 4,


o planejamento. Como frisamos antes, o empreendimento, para ter bases
sólidas e maiores chances de sucesso, precisa ser previsto, traçado, registra-
do, ou seja, precisa ter planejamento. Esse planejamento não pode ficar só
no campo das ideias, ele só será útil se for registrado em forma de docu-
mento, ou, esclarecendo melhor: o plano de negócio. A elaboração desse
plano deve contemplar todas as perspectivas e informações possíveis sobre
seu negócio, como as características de mercado, as situações estratégicas
em que o negócio se encontra, entre outras conforme veremos.

6.1 Caracterizando um plano de negócio


Caro (a) estudante,

O ato de planejar está ligado à previsão das coisas que poderão ser realiza-

Aula 6 - Estrutura de um plano de negócio 65 Rede e-Tec Brasil


das, e/ou que têm a necessidade de se realizarem para implementar o seu
negócio. Neste aspecto, o planejamento, com todos os levantamentos ne-
cessários para um empreendimento, se materializa em um plano de negócio.

O plano de negócio pode ser considerado um registro de sua ideia de negó-


cio, contendo toda a organização necessária para poder colocar seu empre-
endimento em prática: do espaço físico, de equipe, financeira, estratégica,
de mercado entre outros. Ele é a maneira de organizar, rever os pontos
positivos e negativos, verificar as possibilidades ou as formas de como seu
empreendimento pode ser implementado.

O plano de negócio é uma ferramenta a ser utilizada pelo empreendedor em


qualquer fase do negócio, pois ele aponta o objetivo que a empresa quer
atingir, lista as metas e relaciona as ações estratégicas e os recursos neces-
sários que vão ser fundamentais para o alcance dos resultados esperados.
Portanto, o plano negócio pode ser utilizado para lançar um novo produto
ou serviço, para abrir uma filial ou ampliar o empreendimento e até mesmo
para os negócios em funcionamento. (Dolabela, 2002)

Possivelmente, você deve estar com algumas dúvidas quanto ao plano de


negócio. Esperamos agora responder a algumas delas:

Para que serve um plano de negócio?

Para responder a essa pergunta queremos que se lembre de que empreender


não pode ser uma ação solitária. É necessário contar com apoios, parcerias,
sócios, financiamentos. E é nessa busca que o plano de negócio entra. O
plano de negócio é um espelho da proposta ou da ideia que você teve. É
com esse documento que você pode comprovar para outras empresas e ór-
gãos de apoio que seu negócio é viável e pode dar certo. (Fillion & Dolabela,
1999)

Com um plano de negócio bem elaborado, e escrito de forma clara e objeti-


va, você poderá transmitir confiança e credibilidade para conseguir apoio de
órgãos do governo, do SEBRAE, de incubadoras de empresas, ou ainda re-
cursos financeiros de bancos, governo, investidores e sócios. Pode, também,
conseguir a organização da equipe e orientação quanto aos procedimentos
das principais operações administrativas do seu negócio. A elaboração de
um plano de negócio também promove o envolvimento do empreendedor
num processo de conhecimento e autoaprendizagem sobre o mundo dos

Rede e-Tec Brasil 66 Empreendedorismo


negócios, por meio das pesquisas e leituras que serão realizadas. (Dornelas,
2012)

Quem pode fazer um plano de negócio?

Respondemos com convicção que você ou qualquer pessoa que deseja em-
preender e iniciar um negócio pode e deve fazer um plano de negócio.
Lembre-se de que não precisa ser um administrador de empresas para em-
preender. O empreendedor dever ser um constante questionador, tendo
como sua principal ação a procura das respostas para esses questionamen-
tos, buscando apoio e parcerias. (Fillion & Dolabela, 1999)

Você percebeu o quanto é útil a elaboração de um plano de negócio para


iniciar um negócio? Se ainda lhe parece difícil este entendimento, não se
preocupe, pois estamos apenas no começo. Vamos adiante com os elemen-
tos que constituem um plano de negócio.

6.2 Estrutura do plano de negócio


Existem muitos modelos e formas de estruturar um plano de negócio, pois
cada negócio possui especificidades e detalhes próprios do ramo. O plano
de negócios de uma empresa de serviços de informática, por exemplo, é
diferente do de um restaurante que é diferente do de uma loja de roupas.
Na construção deste documento, cada empreendedor terá que se apropriar
das principais informações inerentes a sua ideia de negócio para tornar o
plano de negócio mais próximo da atual situação do ramo de negócio que
você escolheu.

Apresentamos agora uma estrutura genérica que serve para muitos negócios
baseada nos modelos de Fillion & Dolabela, (1999) e Dornelas (2012). Quan-
do estiver elaborando o seu plano de negócio, lembre-se de apresentar as
informações de forma clara e objetiva.

1º. Capa – Deve conter informações pontuais como título do documento, o


nome do responsável e contatos, local e data. Deve apresentar um aspecto
limpo e objetivo, sem informações delongadas sobre o negócio, pois estas
constarão na parte interna do documento.

2º. Sumário – Deve apresentar os principais tópicos do documento, indican-


do as respectivas páginas, para facilitar a leitura do interessado.

Aula 6 - Estrutura de um plano de negócio 67 e-Tec Brasil


3º Sumário executivo – Apresenta uma síntese dos principais tópicos do
plano de n negócio e por isso deve ser o ultimo elemento a ser escrito. Esta
parte tem a finalidade de proporcionar ao leitor uma visão geral do negó-
cio de forma resumida. Alertamos que essa será a primeira visão do leitor
sobre o seu negócio e por isso é importante elaborá-la com objetividade e
clareza. O sumário executivo pode apresentar os seguintes elementos (Fillion
& Dolabela,1999):

• Enunciado do plano - Contém o conceito do negócio e pode ser elabora-


do contemplando as seguintes perguntas: Como será o desenvolvimento
do seu negócio? Quais produtos ou serviços serão oferecidos? Quais as
características do negócio e as estratégicas que serão adotadas?

• Competências dos responsáveis - Referem-se às descrições sobre as fun-


ções, formação e experiências dos responsáveis pelo negócio.

• Produto, serviço e tecnologias - Apontam as características do produto


ou serviço de forma objetiva, além de indicar as tecnologias (máquinas,
equipamentos, softwares) necessárias para confeccionar ou realizá-los.

• Mercado potencial - Indica a fatia da população que fará parte de sua


clientela, apontando as necessidades a serem satisfeitas e as característi-
cas que essa população apresenta.

• Diferencial da empresa - O que diferencia seu negócio, seu produto ou


serviços dos outros existentes no mesmo setor, ou seja, quais são as van-
tagens do seu negócio.

• Previsão de vendas - É a previsão de aceitação de seu produto ou serviços


pela fatia de população que seu negócio pretende atender (é importante
estimar a saída de produto e serviço e a demanda que será gerada).

• Rentabilidade e projeções financeiras - São os parâmetros de gastos, ga-


nhos e aplicações financeiras no próprio negócio. Estes indicadores ser-
vem para controle e demonstração da viabilidade do negócio.

• Necessidade de financiamento - Em grande maioria, os novos negócios


não dispõem de recursos próprios para iniciar e, dessa forma, o empre-
endedor precisa indicar a necessidade de financiamento e os possíveis
órgãos financiadores que irá buscar.

Rede e-Tec Brasil 68 Empreendedorismo


4º. A empresa e a equipe de gestão – Este tópico trata de apresentar da
empresa, indicando detalhadamente sua estrutura organizacional, seu histó-
rico, último faturamento se houver. Pode conter as seguintes informações
(Fillion & Dolabela,1999):

• Estrutura organizacional e legal - São as estruturas que fazem a empresa


funcionar. A estrutura organizacional se refere aos principais setores que
compõem a empresa e seus principais procedimentos e operações diárias
(por exemplo, setor de vendas, de atendimento, setor de recursos hu-
manos, setor de compras). A estrutura legal se refere aos documentos e
informações de constituição legal da empresa (por exemplo, razão social,
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, endereço de localização da
empresa, Inscrição Estadual, entre outros).

• Equipe dirigente - Refere-se à apresentação das pessoas responsáveis


pela direção da empresa e a função de cada uma delas na empresa.
Torna-se importante a descrição do currículo do responsável ou, quando
houver, dos sócios, pois esta informação é preciosa caso o leitor do seu
plano seja um investidor.

• Plano de operação - Este plano deve indicar como a empresa age inter-
namente nas operações diárias para atender os clientes. Seria a resposta
para a seguinte pergunta: Quais as principais rotinas da empresa?

• Parcerias - As parcerias ou outras organizações que cooperam com a sua


empresa tendem a agregar valor ao seu negócio. Assim, é interessante
relatar sobre elas e sobre o nível de parceria que existe entre as duas
empresas.

• SITE e Recursos tecnológicos – como será o site, será desenvolvido pela


própria empresa ou será feito através de parcerias? E as atualizações dos
sistemas e equipamentos acompanharão os avanços tecnológicos? O ne-
gócio iniciará somente quando tudo estiver 100% pronto ou iniciará com
parte prevista para ser ampliado?

5º. Análise Estratégica – Neste tópico, apresentamos quais são as bases


ou concepções estratégicas em que a empresa está firmada. As concep-
ções estratégicas auxiliam na implementação dos outros itens do plano de
negócio. Assim, deverão ser desenvolvidos os seguintes elementos (Fillion
& Dolabela,1999):

Aula 6 - Estrutura de um plano de negócio 69 e-Tec Brasil


• Visão - Refere-se aos objetivos de longo prazo. Estabeleça claramente um
objetivo e um prazo para que isso ocorra. As seguintes perguntas podem
ajudar: Onde você quer que sua empresa esteja ou o que quer que ela
alcance daqui a três, quatro ou cinco anos?

• Missão - É a expressão do motivo de existir da empresa. Em poucas


linhas, para obter a missão da empresa, responda às questões: Comoa
empresa terá que agir para atingir os objetivos propostos? Qual é a
razão de existir da empresa? A missão deve ser percebida por todos os
funcionários de modo a reconhecê-la nas próprias ações diárias em suas
funções na empresa. (Dolabela, 2002; Fillion & Dolabela, 1999)

É importante, ainda, apontar uma análise estratégica interna e externa do


negócio, que pode ser a análise S.W.O.T. - Strengths, Weaknesses, Oppor-
tunities, Threats - em português, análise F.O.F.A. - Forças, Oportunidades,
Fraquezas e Ameaças. (Maximiano, 2006)

• Oportunidades - São as variáveis existentes na sociedade que fortalecem


ou favorecem de alguma forma seu negócio.

• Ameaça - São as variáveis existentes na sociedade que prejudicam ou


desfavorecem de alguma forma seu negócio.

• Pontos fortes - São forças e diferenciais internas que favorecem o negócio.

• Pontos fracos - São fraquezas internas que desfavorecem o negócio.

ANÁLISE SWOT – (EMPRESA DE LOCAÇÃO DE VIDEOS ON-LINE)

Ambiente Externo

OPORTUNIDADES (+) AMEAÇAS (-)


1. A escassez de tempo das pessoas, Principalmente nos 1. Forte concorrência das vídeo-locadoras já Implantadas,
grandes centros, abre uma excelente oportunidade de principalmente nos grandes centros urbanos.
oferta de lazer a custo baixo e com a comodidade de não
ter que se deslocar até uma vide-locadora.
2. Mudança comportamental da sociedade. Á medida que 2. Necessidade de alto volume de investimentos na mon-
novas gerações vão surgindo, amplia-se a familiaridade tagem de loja, compra de vídeos, veículos para entrega e
com o uso da Internet como fonte de informação e meio afins.
para realização de transações.

Rede e-Tec Brasil 70 Empreendedorismo


3. Benefícios da Tecnologia. As Vídeo-locadoras tradicio- 3. Risco de obsolescência do modelo de comercialização.
nais têm milhares de fitas nas prateleiras onde o cliente Existe uma tendência de que produtos digitalizáveis como
tem que vasculhar a procura de algo que lhe agrade. A livros, imagens e filmes migrem para o ambiente Internet
tecnologia da Internet possibilita que o cliente possa en- em função da maior facilidade e conveniência no recebi-
contrar facilmente o que procura, receber sugestões de mento do produto.
filmes, dicas, saber a avaliação do filme dada pelos outros
clientes, entre outras, gerando valor adicional ao serviço.

Ambiente Interno

PONTOS FORTES (+) PONTOS FRACOS (-)


1. Conhecimento do ambiente competitivo. 1. Falta de recursos financeiros para Alavancar o projeto
A Internet é um canal recente de comercialização e um durante o período de amadurecimento no qual, necessa-
ambiente de grande dinamismo em termos de inovações. riamente, se operará com resultados negativos.
A falta de conhecimento dos princípios que regem esse
setor foi uma das causas de quebra de muitas empresas da
Internet. Um dos sócios é gerente de uma empresa ponto-
-com há cerca de 4 anos e conhece bem o mercado de
atuação.

3. Acesso ao mercado. Um dos sócios foi Gerente de uma


vídeo-locadora durante vários anos e conhece o mer- cado,
os distribuidores e as variáveis importantes do ramo de
negócios.

Fonte: FILIPINI, 2012. P. 10

• Promoção Online e Off-line

Para empresas virtuais é fundamental fazer uma relação custo/benefício so-


bre as estratégias de divulgação fora da internet, já na promoção online é
fundamental definir ter clareza sobre o público alvo e que produtos serão
oferecidos.

Exemplo:

Meio Estratégia de promoção on-line


Cadastrar as principais páginas do site no Google e no Yahoo.
SITES DE BUSCA Otimizar o site de forma a conseguir uma boa classificação. Utilizar, sem-
pre que possível inclusão gratuita, sem descartar as inserções pagas.
Utilizar efetivamente o e-mail junto aos clientes cadastrados, visando à
divulgação de lançamentos e novidades na loja. Utilização de Newsletter
E-MAIL MARKETING
como canal permanente de comunicação com os clientes e ferramenta de
relacionamento.
Parcerias com sites de conteúdo complementares que concordem em dire-
BANNERS PAGOS POR CLICKS
cionar visitantes em troca de pagamento por visitante.

6º. Análise de mercado e concorrente – É uma análise que busca de-


monstrar conhecimento sobre o consumidor, os concorrentes e seus possí-

Aula 6 - Estrutura de um plano de negócio 71 e-Tec Brasil


veis fornecedores. Esta análise deve deixar claro quais são as características
do mercado consumidor, cujos dados podem ser conseguidos através de uma
pesquisa de mercado. Além do conhecimento adquirido sobre os clien- tes, é
importante explanar sobre os concorrentes para conhecer quem são, qual
sua participação no mercado e quais seus diferenciais.

7º. Plano Financeiro – O plano financeiro é um tópico que reúne todas


as informações que fornecem conhecimento sobre a situação financeira da
empresa. Neles podem constar os fluxos de caixa, balanço patrimonial, pro-
jeções de investimentos e outros documentos contábeis que demonstrem os
resultados da empresa. Essas informações são importantes para conseguir
apoio de agentes financiadores, financiamentos em banco, investidores e
parcerias.

De forma resumida, apresentamos o seguinte quadro com o Modelo do


Plano de Negócio:

Capa
Sumário
Sumário executivo
-Enunciado do plano
-Competências dos responsáveis
-Produto, serviço e tecnologias
-Mercado potencial
-Diferencial da empresa
-Previsão de vendas
-Rentabilidade e projeções financeiras
-Necessidade de financiamento
Empresa e equipe de gestão
-Estrutura organizacional e legal
-Equipe dirigente
-Plano de operação
-Parcerias
Análise estratégica
1. Visão
2. Missão
3. Oportunidades
4. Ameaça
5. Pontos fortes
6. Pontos fracos
Análise de mercado e concorrentes
Plano financeiro

Modelo de Plano Negócio adaptado de Fillion & Dolabela (1999)

Rede e-Tec Brasil 72 Empreendedorismo


Existem muitos modelos de planos de negócio. O que muda de um para o
outro são alguns elementos de sua estrutura e a finalidade de utilização. A
Alguns sites podem auxiliar
finalidade de realização de um plano de negócio está vinculada ao leitor que na elaboração de planos de
negócios. Aproveite para ampliar
você quer atingir. Vamos explicar melhor: o que você quer conquistar com o seu conhecimento sobre este
seu plano de negócio? Mais capital para sua empresa? Um financiamento? documento tão essencial para os
novos negócios:
Um sócio? Uma parceria? Você deseja que uma empresa desenvolva o seu www.planodenegocios.com.br/
produto? Então, todas essas questões podem ser o objetivo de seu plano de http://www.josedornelas.com.
br/
negócio, mas o principal benefício para você é conquistado no processo de http://www.sebrae.com.br/
elaboração deste documento, que é o conhecimento e seu aprimoramento
a respeito do ramo de negócio que você escolheu.

Resumo
Nesta aula, você viu todos os elementos que constituem um plano de negó-
cio. Estes elementos são fontes de informações importantíssimas para nego-
ciar sua ideia de empreendimento ou produto com outras empresas, órgãos
governamentais e bancos e, também, na busca de parcerias, apoio, finan-
ciamento ou investidores. Vimos que, além disso, o plano proporciona ao
empreendedor uma visão geral do negócio: situação financeira, a situação
e as possibilidades estratégicas no mercado e a confirmação da viabilidade
do negócio. Um bom começo para seu negócio é a elaboração deste do-
cumento e, por isso, não se sinta intimidado pela quantidade de elementos
que foram vistos. Tenha coragem e mãos à obra.

Atividades de aprendizagem
1. Em sua opinião para que serve o plano de negócio?

2. Descreva quais seus benefícios do plano de negócio para o empreende-


dor?

3. Por que podemos afirmar que o sumário executivo é uma das partes mais

Aula 6 - Estrutura de um plano de negócio 73 e-Tec Brasil


atrativas do plano de negócio?

4. Vamos treinar? Neste momento, escolha um negócio (um restaurante,


uma loja de roupas, uma sorveteria ou outro). Agora faça uma pequena
pesquisa sobre o negócio escolhido: a pesquisa pode ser realizada na in-
ternet, e/ou em visitas a empresas similares. Depois de levantados alguns
dados, preencha os itens do sumário executivo. Lembre-se de que o sumário
executivo deve ser escrito de forma resumida, clara e direta.

Chegamos ao final da sexta aula sobre empreendedorismo. Espero que esta


aula tenha sido esclarecedora e que você se tenha apropriado dos conceitos
e das dicas nela tratados. O plano de negócio é essencial para criar um ne-
gócio de credibilidade e que seja viável. Continue com sua garra e desejo
de aprender. Até a próxima aula!

Prezado (a) estudante,

É uma grande satisfação saber que você chegou até aqui e que ampliou cada
vez mais seus conhecimentos sobre o ato de empreender. Sei que estudar é
um desafio que exige muita disciplina e determinação, mas é o caminho
mais promissor para alcançar nossos objetivos. Estamos quase encerrando a
disciplina e completando este rico conhecimento. Tome mais fôlego e siga
nesta direção. Até a próxima aula.

Avante, sempre avante, nunca desista!

Rede e-Tec Brasil 74 Empreendedorismo


Aula 7. Fazendo um plano de negócio

Objetivo:

• elaborar um plano de negócio.

Estamos felizes por estarmos realizando com você esta caminhada na trilha
do empreendedorismo! Tem sido fascinante ver o desenvolvimento de cada
um construindo, junto conosco, os passos essenciais para fazer um plano de
negócio. Pois bem, agora vamos colocar as mãos na massa.

Vamos nessa!

Transformar sonhos em realidade é, sem dúvida, o nosso desejo. Neste senti-


do, ao longo de nossas aulas, buscamos despertar em você o reconhecimen-
to destes sonhos, levando-o, ao mesmo tempo, a pensar sobre sua viabilida-
de para que, através de sua execução, você possa ser um empreendedor e
contribuir para o desenvolvimento social e financeiro do País.

Claro que neste processo tivemos que entender o que é um empreendedor


e um administrador e aprender sobre o que é negócio, organização e em-
presa. Vimos também as diferenças entre cada um e conhecemos algumas
fontes de auxilio financeiro e técnico para quem deseja enveredar no empre-
endedorismo.

Conversamos sobre oportunidades, criatividade, inovação e riscos e enten-


demos que estas são competências essenciais ao empreendedor e que po-
dem ser aprendidas. Também procuramos fazer um breve relato das exigên-
cias legais, para que você inicie seu empreendimento formalmente e com isso
consiga realizar contratos com grandes empresas e com o governo.

Agora que conhecemos várias técnicas para elaborar um PN e conceitos de


empreendedor e de administração, vamos ao nosso grande desafio: elaborar
um plano de negócio de uma microempresa, pois, como vimos nas aulas
anteriores, o plano de negócio sozinho não garante sucesso, mais aumenta
em 60% as chances de seu empreendimento prosperar.

Aula 7 - Fazendo um plano de negócio 75 Rede e-Tec Brasil


7.1 Plano de negócio passo a passo
O nosso desafio será estimulá-lo a construir um plano de negócio para aber-
tura de uma empresa comercial ou de serviço. A proposta é a seguinte: nós
vamos colocar dicas e algumas perguntas que servirão de guia para você
elaborar seu PN. Para facilitar seu percurso, criamos um formulário como
modelo de PN.

Aceita o desafio? Vamos em frente!

7.1.1 Sumário executivo


Este passo, apesar de aparecer em primeiro lugar para quem lêr, é o último
a ser feito.

• Resumo dos principais pontos; dados do empreendedor e do empreendi-


mento; missão; tipo jurídico; regime tributário; capital social e origem do
dinheiro que será usado para iniciar as atividades da empresa.

Agora é sua vez!

SUMÁRIO EXECUTIVO
Principais Pontos do PN – Resumo

Indicadores Financeiros Valores (R$)


Lucro estimado
Rentabilidade
Retorno do Capital Investido
Ponto de Equilíbrio
Sócios
Nome
Endereço
Cidade UF:
E-mail
Telefone
Perfil Profissional

Atribuições/Cargo

Rede e-Tec Brasil 76 Empreendedorismo


Dados da Empresa
Nome da Empresa
CNPJ/CPF
Ramo de Atividade
Forma Jurídica
Capital Social / Fonte de Recursos
Nome Valor %Participação
Sócio 1
Sócio 2
Capital Próprio (Sócio 1+Sócio 2)
Capital de Investidores
Terceiro Empréstimos

Missão da Empresa

Visão da Empresa

Fonte: Adaptado do Sebrae

7.1.2 Análise de mercado


Antes de escrever este item, o negócio em que você vai atuar tem que está
totalmente amadurecido. Crie uma planilha para comparar cada item de sua
empresa com os itens oferecidos pela concorrente. Evite fechar contrato de
exclusividade com fornecedores, pois o ideal é ter pelo menos três empresas
credenciadas;.

• Detalhes do cliente: Qual o perfil? Onde estão? O que eles buscam?

• Concorrentes: Quem são? O que eles oferecem? Onde eles estão?

• Fornecedores: Onde estão? O que eles oferecem (preço, prazo de entre-


ga, variedades, condições de pagamentos, qualidade dos produtos)

Agora é sua vez!

Aula 7 - Fazendo um plano de negócio 77 Rede e-Tec Brasil


ANÁLISE DE MERCADO
Perfil dos Clientes
Característica
Geral
Comportamento dos
Clientes
Área de Atuação
Análise dos Concorrentes
Empresa1 Empresa1 Sua Empresa
Qualidade
Preço
Condições
de Pagamentos
Localização
Garantias
Serviços
Oferecidos
Observações/
Parecer Final
Levantamento de Fornecedores

Material a Ser Adqui- Condições


Fornecedor Preço Prazo de entrega
rido Pagamento

Observações
Parecer Final

Fonte: Adaptado do Sebrae

7.1.3 Plano de marketing


Neste item, você deve descrever com clareza qual o produto e/ou serviço que
será oferecido. Cria sua MARCA e defina o produto que a representará.
Lembre-se de que suas escolhas têm que estar em sintonia com a missão de
sua empresa e sincronizadas com o perfil de seus clientes.

a) PRODUTO E/OU SERVIÇO: Qual o principal produto ou serviço divulgador


de sua marca? Descrever as linhas de produtos ou serviços que serão ofereci-

Rede e-Tec Brasil 78 Empreendedorismo


do, como serão divulgados? Qual o design das embalagens? Como a marca
da empresa vai aparecer? Se forem serviços: quais suas características?

b) PREÇO: Defina o preço levando em conta os preços de seus concorrentes,


seu público e as condições oferecidas por seus fornecedores e fatores eco-
nômicos do país.

c) PROMOÇÕES: Como serão divulgadas e com que frequência? A sua capa-


cidade financeira permite promoções agressivas? Serão para fidelizar clientes
ou apenas para divulgarem novos produtos? Ou serão apenas com distribui-
ções de brindes e sorteios?

d) COMERCIALIZAÇÃO: Como serão vendidos seus produtos? internet ou


loja física? Ambos? Com será a entrega dos produtos? Transporte próprio
ou terceirizado? Sua empresa tem estrutura para entregar quantos produ- tos
por dia? Tem estrutura par realizar grandes serviços? Vai trabalhar com
parceiros para atender pedidos maiores que sua capacidade produtiva? Fará
venda por telefone?

e) LOCALIZAÇÃO: Onde ficará? Como é o movimento no local? Seus clien-


tes potenciais frequentam este local? Será prédio próprio ou alugado? Tem
segurança? É próximo dos fornecedores e concorrentes?

Agora é sua vez!

PLANO DE MARKETING
Divulgação do Produto e/ Distribuição dos
Produtos ou Serviços Preço
ou Promoção Produtos

Localização da Empresa
Endereço
Bairro: Cidade: UF:
Telefone: E-mail:
Aspectos Relevantes da
Localização

Fonte: Adaptado do Sebrae

Aula 7 - Fazendo um plano de negócio 79 Rede e-Tec Brasil


f) PLANO OPERACIONAL

• LAYOUT: O ideal é contratar um especialista (arquiteto ou engenheiro)


para realizar esta etapa, pois o desenho da empresa define sua capacida-
de produtiva. A disposição dos móveis e a organização do ambiente deve
proporcionar maior eficiência e eficácia operacional.

• CAPACIDADE PRODUTIVA: Comércio ou serviço? Defina sua capacidade


máxima de produção e o volume inicial de produtos ou serviços. Lembre-
-se de que esta capacidade deve respeitar sua capacidade financeira e o
tamanho da estrutura definida pelo layout anterior.

• OPERAÇÃO: Como sua empresa vai operar? Como serão feitos os pro-
dutos e sua comercialização? Como será a prestação de serviços? Você
pode fazer um gráfico em rede para definir em que sequência cada etapa
será realizada.

Rede e-Tec Brasil 80 Empreendedorismo


• PESSOAL PARA OPERAÇÃO: Defina como será a hierarquia da organiza-
ção (cargo e salário). Quem vai gerenciar? Família? Quem é responsável
pela empresa, por uma área ou por um produto ou serviço? Quantas pes-
soas serão contratadas? Possuem treinamento ou você terá que fornecer
o treinamento? A qual sindicato eles estão ligados e quais as decisões
sindicais em relação à jornada de trabalho, horas extras, salário-base?

Faça agora um layout para sua empresa!

PLANO OPERACIONAL
Capacidade Produtiva Produção Inicial (Serviço ou Produto)

Descreva os processos (passos) para produção ou serviços


Passo 1
 Passo 2
 Passo 3
 Passo 4

Relação de Pessoal
Cargo Competências Salário

Fonte: Adaptado do Sebrae

g) PLANO FINANCEIRO

Este item precisa ser feito com bastante cuidado, mas, como você está fa-
zendo um curso de informática, este será o mais fácil de realizar. Neste item,
você vai descrever quanto e como vai investir os recursos, seja dos sócios ou
financiados e que atendam a sua capacidade produtiva.

• INVESTIMENTOS FIXOS: Quantos e quais equipamentos e ferramentas vai


adquirir para iniciar o negócio? Vai adquirir tudo novo ou usado? Vai alu-
gar para iniciar ou terceirizar algumas atividades e reduzir o imobilizado?

• CAPITAL DE GIRO: Uma empresa não sobrevive sem um capital de giro.


Quanto você vai adquirir de matéria-prima? Qual a previsão de despe- sas
mensais? Quanto prevê gastar em material de expediente mensal? E
quanto pretende manter no caixa para pequenas despesas? Quanto tem

Aula 7 - Fazendo um plano de negócio 81 Rede e-Tec Brasil


a pagar e quanto a receber? Precisa prever o tempo de giro das mercado-
rias e oprazo médio de vendas para equilibrar receitas e despesas. Qual
o tempo médio para receber novas mercadorias?

Muita atenção neste item, pois empresa sem capital de giro pode ir à falên-
cia mesmo com boa capacidade produtiva.

Agora é sua vez!

PLANO FINANCEIRO
Descrição Qtde Unitária Valor Unit. Valor Total
Equipamentos
necessários
Móveis

(1)Total dos investimentos fixos


Estoque Inicial

(2) Valor Total do Estoque Mínimo

Quantidade
Condições % de Vendas Média em Dias
de Dias para
Prazo Médio de Vendas

de Recebimento (A) (A*B)


Receber(B)
A vista
1 Parcela
2 Parcelas
3 Parcelas
Prazo Médio para Pagamento ( C )
(G)Tempo estimado para permanência da Mercadoria em Estoque em Dias (Quan-
to menor melhor)
(CG) Necessidade de Capital de Giro (Em Dias) = (V+G) – (C)
(CM) Caixa Mínimo (Em Reais)= (1+2) /30 dias * CG
Total do Capital de Giro = CM + (2)

Rede e-Tec Brasil 82 Empreendedorismo


Descrição Valores(R$)
Despesas para Registrar a Empresa
Pré-Operacional
Despesa

Despesas com Adaptação/Reforma/Construção de Prédio


Propaganda
Treinamento de Pessoal
Valor Total
Estimativas de Vendas
Vendas
Estimativa de Serviços
Gastos com Vendas (Comissões)
Custo estimado

Impostos Federais (calculados sobre a estimativa de vendas)


Impostos Estaduais (calculados sobre a estimativa de vendas)
Impostos Federais (calculados sobre a estimativa de vendas)
Impostos Municipais (imposto sobre os valores de serviços)
Fonte: Adaptado do Sebrae

Colocamos alguns formulários que deverão ser usados como um guia, pois
você deve adaptar o plano de negócio às suas necessidades e ao tamanho da
empresa que deseja criar. Mas, não tenha receio de buscar auxílio nos mais
diversos canais disponíveis para a elaboração de seu PN, inclusive contratan-
do profissionais ou usando softwares específicos, como já citado ao longo
de nossos estudos.

Chegamos ao final desta unidade, tendo apresentado elementos para que


você possa praticar. Trouxemos, no inicio, um sumário executivo onde você
vai resumir o negócio de forma clara e sedutora, para garantir entusiasmo
nos seus investidores e sócios. Em seguida, colocamos um modelo de aná-
lise de mercado, para que você saiba o que deve buscar e conhecer sobre
seus clientes, fornecedores e concorrentes. Depois, apresentamos o plano
de marketing com um modelo prático onde você vai descrever como vai
divulgar seu produtos e serviços e os canais de distribuição. Na sequência,
há um formulário para você descrever como vai operar sua empresa, desde
a estrutura física até a localização. Terminamos com o plano financeiro, no
qual colocamos os principais itens que você precisa saber antes de abrir uma
empresa, principalmente como definir o capital de giro. Depois de tudo isto,
você poderá montar um cenário para visualizar sua empresa operando antes
da abertura, calcular a rentabilidade esperada, e, em suma, saber a probabi-
lidade de sucesso do seu empreendimento. Para que você tenha uma noção
de um negócio de sucesso, na unidade seguinte há três casos reais para
você se espelhar, bem como um negócio que fracassou, para você identificar
quais foram seus erros e poder evitá-los.

Bons estudos e até nosso próximo encontro!

Aula 7 - Fazendo um plano de negócio 83 Rede e-Tec Brasil


Aula 8. Seja um empreendedor de
sucesso

Objetivos:

• comparar as experiências de negócio com os fatores que pro-


movem a sobrevivência das empresas e os fatores que causam a
sua falência ;

• listar as causas de fracasso e os fatores de sobrevivência dos


negócios; e

• reconhecer a importância do desenvolvimento de indicadores de


resultados.

Caro (a) estudante,

Estamos chegando à ultima aula da disciplina de empreendedorismo e é


interessante que você resgate na memória tudo pelo que passamos, desde
o esclarecimento do que é ser um empreendedor até a importância do pla-
nejamento do negócio e a elaboração de um plano de negócio. Esperamos
que estes aprendizados sejam mais que o simples estudo de uma disciplina.
Esperamos que você leve estes conceitos de organização e planejamento
para tudo que você pretende realizar na sua vida. Nesta aula, vamos conhe-
cer algumas experiências reais de pessoas que decidiram empreender. Tente
perceber que cada um trilha um caminho próprio e, portanto, tenha em
mente que você pode trilhar seu próprio caminho na busca de seus sonhos.
Todos estes conhecimentos são técnicas que você pode utilizar para atingir
seus resultados com êxito.

Nesta aula, vamos fazer um paralelo entre as ações que fazem o negócio
chegar ao sucesso e as que o fazem chegar ao fracasso. Quando as pessoas
buscam realizar seus sonhos através de um negócio, elas ficam suscetíveis
a várias situações que podem ser favoráveis ou desfavoráveis, mas, se elas
conhecerem a maioria das situações que se podem apresentar nesta jorna-
da, é possível se preparar adequadamente. Neste sentido, vamos conhecer
algumas histórias de negócios bem sucedidos, apontando os aspectos que

Aula 8 - Seja um empreendedor de sucesso 85 Rede e-Tec Brasil


fizeram este negócio dar certo. Você irá conhecer também os aspectos que
podem causar o fracasso do negócio.

Para evitar as adversidades enfrentadas pela maioria dos novos negócios, ve-
remos ainda a importância de estabelecer quais indicadores de desempenho
possam apontar os resultados positivos. E, finalmente, a quais aspectos do
negócio você precisa dar maior atenção para que ele sobreviva.

8.1 Negócios de sucesso da área de


informática
Veremos agora experiências de negócios simples, mas que rendem e possi-
bilitam a qualidade de vida.

Caso 1

Steve Jobs

Dos dois Steves que formaram a Apple Computer, Steve Jobs era o
verdadeiro empreendedor. Embora ambos se interessassem por eletrô-
nica, Steve Wozniak era o gênio técnico, e estaria feliz se o deixassem
sozinho na oficina. Mas Steve Jobs não desgrudava dele nem por um
minuto; estava sempre levando-o em alguma cruzada promovendo
alguma coisa. Realmente, Wozniak havia se ligado a um doutrinador, e
ambos faziam uma dupla e tanto.

Quando a Apple começou a decolar, Jobs queria que Wozniak saísse


de se emprego para trabalhar em tempo integral na nova aventura.
Wozniak se recusou. Seu sócio implorou e chorou. Wozniak cedeu.
Enquanto Wozniak construía computadores Apple, Jobs saía à luta,
descobrindo a melhor pessoa de marketing, o melhor investidor em
fundos de risco e o melhor presidente de empresa. Esse espírito em-
preendedor recompensou todo o trabalho de maneira espetacular
quando a Aplle se elevou ao topo da lista de fabricantes de computa-
dor pessoal.

Fonte: CAPRON, 2004, p.264

Rede e-Tec Brasil 86 Empreendedorismo


Já conhecia a história de Steve Jobs? Reconhecemos a marca de sua empresa
por meio de produtos de alta tecnologia como smartphones, tablets entre
outros. Quero que você perceba como criar ou inovar uma tecnologia não é
tudo. O empreendedor deve buscar estratégias de como lançar sua invenção
no mercado. Se o empreendedor não sabe como fazer deve buscar profissio-
nais, ajuda através de parcerias entre outros.

Como já tratamos anteriormente, o processo de empreender não deve ser


solitário, deve ser uma constante busca de parcerias e de conhecimentos
sobre técnicas, mercado e tecnologias.

Caso 2

Michael Dell

O desenvolvimento da Dell Computer Corporation, fundada por Mi-


chael Dell, é surpreendente de acordo com qualquer padrão. Seria
difícil dizer quem está mais satisfeito – os clientes, os acionistas ou
o próprio sr. Dell. Clientes, grandes e pequenos, aprenderam que os
computadores Dell são excelentes e que o serviço da empresa é ainda
melhor. Os acionistas gostaram de possuir as ações com mais rápido
crescimento da década de 1990. E Michael Dell? Além de incontáveis
bilhões, ele tem a satisfação de ter inventado um modelo de negócios
que agora é copiado no mundo inteiro.

O negócio não se iniciou em uma lendária garagem, mas em um lugar


quase tão notável para uma boa história: o quarto de Michael Dell na
universidade do Texas. Isso ocorreu em 1983, e Dell tinha apenas 19
anos de idade. Ele iniciou com a premissa de entregar computadores
de elevado desempenho diretamente ao usuário final. Por não usar re-
vendedores, Dell reduziu tanto o custo do computador como o tempo
de entrega. Ao longo do caminho, adotou a internet como uma ferra-
menta de vendas chave. Hoje ele gera milhões de dólares em receitas
a cada dia em seu site Web.

Fonte: CAPRON, 2004, p.264

A história de Michael Dell é interessante. Perceba que ele durante a faculda-


de ele inovou produzindo computadores de boa qualidade e entregando em

Aula 8 - Seja um empreendedor de sucesso 87 Rede e-Tec Brasil


um curto espaço de tempo. A inovação não partiu apenas do produto dife-
renciado mais também da forma de entrega. O segundo passo para inovar o
produto que já tinha domínio foi agregar um outro serviço ao equipamento,
a internet. Assim como Jobs, Dell também realizou um excelente trabalho de
marketing do seu produto. Fazendo com que seus clientes o reconhecesse
seu produto pelo nome e a qualidade agregada a ele.

Podemos afirmar aí a importância de um Plano de negócio que apresente


um plano de marketing bem elaborado que indique quais as possibilidades
de levar seu produto aos clientes, e não somente isso: mas de fazer com que
seu seja reconhecido por sua qualidade e eficiência.

Caso 3

Bill Gates

Quando Bill Gates era adolescente, prometeu afastar-se dos computa-


dores por um ano e, de acordo com suas palavras, “tentava agir nor-
malmente”. Seus pais, que queriam que ele fosse advogado, devem
ter-se sentido aliviados quando Bill Gates desistiu da tolice dos compu-
tadores e foi para Harvard em 1974. Mas Bill começou a passar os fins
de semana com seu amigo Paul Allen, sonhando com computadores
pessoais, que ainda não existiam. Quando o MITS Altair, o primeiro
computador pessoal surgiu no mercado em janeiro de 1975, tanto Bill
quando Paul mudaram-se para Albuquerque para tomar parte da ação
na MITS. Mas demonstravam um desejo ainda maior de traçar seu pró-
prio destino. Embora escrevessem software para a MITS, mantinham
os direitos por seu trabalho e formaram sua própria empresa. Ela foi
chamada de Microsoft.

Em decorrência da falência da MITS, Gates e Allen transferiram sua


empresa de software para a nativa Bellevue, em Washington. Havia 32
pessoas empregadas em 1980 quando a IBM os convocou. Gates re-
conhecia uma grande aliança quando via uma, e vestiu um terno para
a ocasião. O que lhe ofereceram era tudo que ele queria: a chance de
desenvolver o sistema operacional( um conjunto crítico de software)
para computador pessoal da IBM prestes a ser lançando. Embora sou-
besse que estava pondo em jogo a empresa inteira, Gates nunca hesi-
tou em assumir o risco. Comprou um sistema operacional existente e ,
com sua equipe, retrabalhou nele para produzir o MS-DOS ( Microsoft

Rede e-Tec Brasil 88 Empreendedorismo


Disk Operating System, sistema operacional de disco Microsoft). Foi
esse produto o responsável pelo meteórico da Microsoft.

Fonte: CAPRON, 2004, p.264

Mais uma experiência interessante. Bill Gates transformou o talento em de-


senvolver softwares em negócio, mesmo contra o desejo de seus pais. Ele
apresentou uma forma ousada de empreender assumindo riscos, mas acre-
ditando no sucesso do negócio. Muitas vezes, poderemos escutar de outras
pessoas uma fala de desencorajamento, que desmotive e que atrase um
pouco o nosso sonho. Mas no fundo do seu ser você pode perceber o seu
verdadeiro talento e apostar nele. Como diria o escritor americano Dalle
Carnegie, “Quando a vida lhe der limões faça uma limonada” (CARNEGIE,
2003). Exercite sua visão e seu poder de observar o que realmente te satisfaz
na vida. O ato de empreender deve estar relacionado com o que realmente
gostamos de fazer.

E você, será que tem algum talento que possa ser transformado em negó-
cio? Você cozinha bem, atende bem, vende bem, confecciona algum produ-
to, costura bem? Não esqueça que o talento e/ou ato de fazer bem alguma
coisa está diretamente ligado à satisfação de fazer, ou seja, você tem que
gostar do que faz! Esse é um ponto importante para se chegar ao sucesso.

8.2 Causas de fracasso nos negócios


Acabamos de verificar três histórias de negócios bem sucedidos, mas um
estudo do Sebrae com empresas brasileiras que iniciaram suas atividades no
ano de 2007 indicou que cerca de 20% desses novos negócios fecharam as
portas em até dois anos de atividades. As estatísticas demonstram que, ape-
sar de uma significativa redução na mortalidade das empresas nos primeiros
dois anos de atividade, ainda se observa que os erros já identificados e co-
nhecidos pela maioria dos empresários continuam acontecendo na prática
empreendedora.

Por que será que tantos empreendimentos fracassam nos primeiros anos?

Para responder a esta pergunta vamos elencar dez fatores que são marcan-
tes na falência dos negócios. São causas já conhecidas e algumas já foram

Aula 8 - Seja um empreendedor de sucesso 89 Rede e-Tec Brasil


até tratadas no decorrer das aulas. Mas, nunca é demais revermos e conhe-
cermos outras causas de fracasso, pois assim é que será possível se preparar
para algumas situações difíceis e evitar o insucesso do novo empreendimen-
to. São elas (adaptado de Dornelas, 2012; Sebrae, 2007; Dolabela, 2002):

1. falta de planejamento;

2. inexperiência do ramo de negócio;

3. escolha de local inadequado;

4. foco apenas no lucro e não no trabalho que promova satisfação e prazer;

5. projetar gastos ou investimentos maiores do que a sua capacidade finan-


ceira;

6. falta de recursos financeiros;

7. falta de conhecimento do mercado;

8. ser uma pessoa sem características empreendedora ou ficar sócio de uma


pessoa assim, ou ainda haver conflitos entre sócios;

9. falta de conhecimento e de preparo para gerenciar; e

10. acomodar-se na rotina do negócio, não buscando inovações, qualifi-


cação, conhecimento, tecnologias, parcerias ou novos conceitos para seu
negócio.

Muitos empreendedores comentem estes e outros erros. Contudo, se você


sente que nasceu para empreender não pode se deixar abater pelos primei-
ros fracassos. Sempre se coloque numa postura de aprendizado, pois com
os erros podemos aprender valiosas lições, que nos vão auxiliar num futuro
sucesso. É assim também que se constrói uma experiência consistente.

Sugerimos que leia o Caso 4, que trata sobre um empreendimento que não
deu certo, mas que deixou importantes aprendizados.

Rede e-Tec Brasil 90 Empreendedorismo


Caso 4

Falta de experiência do jovem empreendedor pode ser empeci-


lho ao sucesso com negócio próprio

Empreendedorismo, 26 de junho de 2013, 6h 38

A decisão de abrir o próprio negócio pressupõe alguns riscos. E o maior


deles, a falência, não pode ser desconsiderado. Ainda mais quando o
empresário é assumidamente inexperiente no universo corporativo,
seja como empreendedor ou funcionário de uma empresa.

Erick Coser, 21 anos, sabia disso quando inaugurou, com o colega


José Augusto Aragão, a startup Cidade Viva em 2011. Contra os dois
pesava o desafio de encontrar um meio de transformar uma empresa
inovadora em lucrativa e, ainda por cima, ter o jogo de cintura para
driblar os contratempos causados por eventuais erros. Passado um ano
do início da empreitada, eles decidiram encerrar as atividades. O
investimento inicial de R$ 40 mil acabou e os contratos comerciais até
então assinados não garantiriam a sobrevivência do negócio.

“Apesar de a nossa decisão ter sido pautada mais por fatores de merca-
do, eu, pessoalmente, encarei a falta de experiência profissional como
um desafio a mais que tive que enfrentar”, analisa Coser, abalado
pelo insucesso da empresa que pretendia recompensar as pessoas por
atitudes sustentáveis e cidadãs, como reciclar o lixo doméstico, usar
transporte público, fazer exercícios físicos ou se engajar em atividades
de voluntariado. “Eu tinha muitos planos e fiquei acabado. Estou até
passando por consulta com psicólogo para me reerguer”, confessa.

Mergulhado em reflexões, Coser avalia atualmente se vale a pena pro-


curar um emprego para assimilar experiências de gestão de processos
e de recursos humanos – ele considera que esses são seus pontos fra-
cos – ou se deve tentar empreender novamente. “Imagino que uma
passagem pelo mercado financeiro pode me ajudar com subsídios que
não tenho. Mas a verdade é que gosto de empreender.”

Conselhos. Desde que tomou a decisão de fechar a empresa, os acon-


tecimentos estão se sucedendo em ritmo acelerado na vida de Erick
Coser. Por isso, ainda não passou por sua cabeça pedir a opinião de

Aula 8 - Seja um empreendedor de sucesso 91 Rede e-Tec Brasil


seu antigo professor de empreendedorismo, Rene Rodrigues, da Fun-
dação Getúlio Vargas (FGV).

Se assim o fizesse, no entanto, ele ouviria do mestre um conselho fa-


vorável a seguir na trilha empreendedora. “A gente entende que falir
é um risco, mas entende que falhar é um grande aprendizado nesse
processo de construção do empreendedor”, destaca o especialista.
Rodrigues dá como exemplo uma experiência pessoal, uma barraca em
que ele comercializava pijamas em uma antiga feira que acontece aos
domingos na região da Avenida Paulista.

“O negócio não foi para frente. Mas dali tirei grandes aprendizados
que até hoje uso para lecionar empreendedorismo. Falhar é duro, mas
é bom. Falhar representa, de vez em quando, um aprendizado muito
maior”, afirma o professor.

“No Vale do Silício, tem a velha história que vale a pena lembrar.
Quando um empreendedor vai se sentar com um investidor, ele pre-
cisa responder quantas vezes já falhou no passado. Lá, a pergunta é
importante para saber se o empresário já teve aprendizado suficiente
para receber uma rodada de investimento”, complementa o professor
Rodrigues.

Fonte: http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,falta-de-experien-
cia-do-jovem-empreendedor-pode-ser-empecilho-ao-sucesso-com-ne-
gocio-proprio,3130,0.htm

8.3 Desenvolvendo indicadores de


resultados
Já dizia Peter Drucker: “Se não consegue medir, não consegue gerenciar”
(MAXIMIANO, 2006, p.19). Então como saber se seu negócio está geran-
do resultados satisfatórios? É importante determinar quais são os objetivos
principais da sua empresa. A partir desses objetivos, será possível eleger quais
aspectos do seu negócio devem ser medidos, avaliados e/ou monitorados.
Segundo Chiavenato (2007), um indicador de desempenho deve apontar
os principais aspectos, ou os mais importantes do negócio, pois eles podem
garantir o sucesso. Cada negócio apresenta uma característica e, por isso, os
indicadores podem variar de uma empresa para outra. Assim, sugerimos al-
guns indicadores que podem ser considerados comuns em muitos negócios

Rede e-Tec Brasil 92 Empreendedorismo


(Chiavenato, 2007; Maximiano, 2006):

• Qualidade: pode ser verificada nos processos produtivos, nos processos


de prestação de serviços. Esse aspecto pode ser também verificado junto
aos clientes.

• Produtividade: é verificada numa relação entre os recursos que são utiliza-


dos e a quantidade de produtos ou serviços que resulta desses recursos.

• Eficiência: é quando se avaliam os custos no início do processo.

• Eficácia: é quando se avaliam os resultados obtidos no término dos pro-


cessos.

• Lucratividade: é uma avaliação realizada na relação entre o valor que é


gasto na preparação do produto ou serviço e o valor gerado na venda.

• Qualidade de vida: é a avaliação do clima organizacional ou da cultura


da empresa. Essa avaliação leva em consideração a satisfação dos funcio-
nários, os conflitos e outras situações geradas no relacionamento entre
as pessoas.

• Responsabilidade social: refere-se ao resultado da atuação da empresa


na comunidade. Esse resultado pode ser realizado através de avaliação
da empresa pela comunidade.

O monitoramento dos indicadores de desempenho fornece parâmetros para


o empreendedor tomar decisões nos seguintes âmbitos: verificar se o plane-
jamento está sendo realizado e identificar e definir novos objetivos e indi-
cadores de desempenho. (Maximiano, 2006). Serve ainda para sua empresa
manter-se ativa, a ponto de não fazer parte das estatísticas de mortalidades
de empresas.

Não entre nas estatísticas dos que fracassaram!

Segundo pesquisa do Sebrase, para que a empresa sobreviva, os empre-


endedores devem ter atenção nas seguintes ações (Sebrase, 2007): bom
conhecimento no mercado em que atua; boas estratégias de marketing e
venda; criatividade dos empreendedores; perseverança e persistência do em-
preendedor; aproveitamento de boas oportunidades; escolha de um bom

Aula 8 - Seja um empreendedor de sucesso 93 Rede e-Tec Brasil


administrador; utilização de capital próprio; reinvestimento do lucro em me-
lhorias na empresa.

Aproveite essas preciosas dicas para pensar e organizar sua ideia de negócio!

Resumo
Prezado aluno,

Nesta última aula, vimos os dois tipos de experiências que um empreendedor


pode ter ao iniciar um negócio: o êxito ou o fracasso. Ambas as experiências
resultam em aprendizados preciosos que auxiliam na manutenção do suces-
so ou na reavaliação das suas ações para auxiliar no começo de um novo
empreendimento. Fechar as portas de um negócio não quer dizer o fim da
ação empreendedora. Você pode tentar de novo, com mais experiência e
conhecimento do que fazer para dar certo.

Atividades de aprendizagem
1. Liste as características que auxiliaram a sobrevivência do negócio dos ca-
sos 1 (experiência da Marinalva), caso 2 (experiência do Wagner) e 3 (expe-
riência da Patrícia).

2. Liste, nos quatros casos, os aspectos que poderiam causar ou causaram


a falência dos negócios do caso 1 (experiência da Marinalva), caso 2 (expe-
riência do Wagner), caso 3 (experiência da Patrícia) e caso 4 (experiência de
Erick e José Augusto).

Rede e-Tec Brasil 94 Empreendedorismo


3. O que são e para que servem os indicadores de resultados?

4. Utilizando o plano de negócio que você elaborou na aula anterior, defina


os possíveis indicadores de resultados que você precisará avaliar e monitorar
constantemente no seu negócio.

Chegamos ao final da disciplina de empreendedorismo. Esperamos que to-


dos os ensinamentos sirvam de guia para a realização de seus sonhos, quais
sejam a criação de um negócio e a melhoria de sua atuação no cargo da em-
presa em que você trabalha. Continue com sua garra e desejo de aprender.
Esse é o grande truque para se viver!

Aula 8 - Seja um empreendedor de sucesso 95 Rede e-Tec Brasil


Palavras Finais
Prezado (a) estudante,

Foi gratificante percorrer com você o caminho desafiador do empreendedo-


rismo. Tenho certeza de que não foi fácil compreender que correr risco é a
mola propulsora do empreender, mas sua disciplina e determinação foram
fundamentais para você chegar até aqui. Esse aprendizado não é o fim, maso
pontapé inicial para um aprendizado maior que virá com seus estudos nas
demais atividades no decorrer do curso.

As novas tecnologias e o avanço da internet proporcionaram esta modalida-


de de ensino EaD com qualidade e facilidade de acesso, mesmo para quem
precisa trabalhar e estudar. Também tem causado uma verdadeira revolu-
ção na educação, principalmente por proporcionar uma grande variedade
de ferramentas educacionais cada vez mais modernas e inovadoras, além de
promover interação no processo educacional com pessoas em diferentes
ambientes.

Faça uma autoavaliação e veja o que você aprendeu até aqui. Você com-
preende que as possibilidades, na área do conhecimento, são infinitas? O
empreendedorismo lhe será de grande proveito, não apenas na criação de
uma empresa, mas para seu desenvolvimento como profissional, nas rela-
ções com seus pares, fornecedores e no decorrer do curso você vai notar
a importância desta disciplina e das demais para o técnico em informática.

O curso continua e você, atento e perseverante, vai sempre buscar novos co-
nhecimentos, consciente de que este é o caminho para ter bons resultados.

Rede e-Tec Brasil 96 Empreendedorismo


Guia de Soluções

Aula 1

1. Resposta: Esta atividade tem a intenção de instigar seu pensamento rumo


ao autoconhecimento, levando-o a pensar no que você realmente deseja ser
como profissional: se você deseja ser um criador de uma empresa, gerador
de empregos ou se pretende investir em uma carreira de gestor.

2. Resposta: Pretendemos que você consiga visualizar um produto de suces-


so, seja criado por você ou apenas transformado. Também esperamos que
você consiga pensar em um nome para sua empresa. O nome da empresa
deve ser exclusivo e ter relação com seu ramo de atividade.

Aula 2

1. Resposta: Espera-se que o estudante seja capaz de se ver como empreen-


dedor e descreva o tipo de empreendedor selecionado por ele e as caracte-
rísticas aprendidas.

2. Resposta: Esperamos que o estudante elabore uma definição que con-


temple a atuação do administrador como um profissional que possui co-
nhecimentos e técnicas adquiridas para gerenciar as empresas; e do em-
preendedor, como pessoa que desenvolve atitudes e ações movidas por um
sonho, uma ideia, um compromisso, que o faz pensar de forma estratégica e
visionária.

3. Resposta: Esperamos que o estudante relate as seguintes afirmativas: que


a empresa é um espaço que reúne um conjunto de recursos para gerar lucro
e renda; e que relate sobre o que é tangível e intangível como diferenciais
de produto e serviço.

4. Resposta: Esperamos que o estudante relacione o tipo de empresa e de


empreendedor com que se identificou durante o estudo da aula.

Aula 3

1. Resposta: Esta atividade tem o intuito de incentivar a refletir sobre a re-


lação entre conceitos, além de fazer com que os alunos percebam que uma

97 Rede e-Tec Brasil


dose de pressão é positiva para tornar as pessoas criativas e produtivas.

2. Resposta: Espera–se que o estudante consiga perceber em um empreen-


dimento o que é inovação. Também se deseja que ele, através do relato de
um empresário mostrando só aspectos positivos, possa verificar que existem
pontos de melhorias mesmo em um negócio de sucesso e que, dominando
os conceitos sobre inovação, ele possa descrever onde e como melhorar algo
que funciona muito bem.

Aula 4

1. Resposta: Espera-se que o estudante seja capaz de relacionar as variáveis


dos macro e microambientes, diferenciando ambas as dimensões do am-
biente, uma mais próxima da empresa e outra mais num âmbito mais geral
ou global.

2. Resposta: Esperamos que o estudante reconheça quais possibilidades ou


quais aspectos de sua vivência podem auxiliá-lo na verificação ou escolha
das oportunidades de negócio.

3. Resposta: Esperamos que o estudante relate os principais aspectos do


planejamento.

4. Resposta: Esperamos que o estudante elabore uma análise sobre a sua


cidade para exercitar suas percepções sobre novas possibilidades de negócio
no local em que vive.

Aula 5

1. Resposta: Espera-se que o estudante perceba que o tamanho de um plano


de negócio é flexível e está relacionado diretamente ao tamanho e ao tipo
de empreendimento criado.

2. Resposta: Deseja-se que o estudante tenha claro que o plano de negócio


pode ser e deve ser revisado após a empresa estar em funcionamento, seja
para expandir ou para auxiliar na resolução de um problema de gestão.

3. Resposta: Espera-se que o estudante consiga descrever quem pode ser um


empreendedor individual e quais benefícios um trabalhador informal pode
ter saindo da informalidade.

Rede e-Tec Brasil 98 Empreendedorismo


Aula 6

1. Resposta: Espera-se que o estudante seja capaz de se expressar sobre a


utilidade do plano de negócio, indicando a atração de apoios, parcerias,
financiamento e investidores.

2. Resposta: Esperamos que o estudante reconheça quais os benefícios do


plano para a ampliação do conhecimento do negócio, por parte do empre-
endedor.

3. Resposta: Esperamos que o estudante demonstre o entendimento sobre a


importância que o sumário executivo tem por ser a primeira visão do leitor do
plano sobre a proposta de negócio.

4. Resposta: Esperamos que o estudante exercite a prática da pesquisa, co-


leta e relação das informações importantes sobre um negócio, exercitando
ainda a disposição dessas informações no formato de um sumário executivo
do plano de negócio.

Aula 8

1. Resposta: Espera-se que o estudante seja capaz de relacionar as caracte-


rísticas que auxiliam a sobrevivência das empresas às experiências relatadas
nos três casos de negócios bem-sucedidos.

2.Resposta: Esperamos que o estudante seja capaz de identificar, nos quatro


casos utilizados nesta aula, os aspectos que podem causar o fracasso das
empresas. Exige-se, para realização dessa atividade, a compreensão dos fa-
tores que causam a falência dos negócios.

3. Resposta: Esperamos que o estudante conceitue e caracterize os indica-


dores de negócio.

4. Resposta: Esperamos que o estudante exercite a construção de um negó-


cio, desenvolvendo a construção de indicadores de resultados para sua ideia
de empreendimento.

99 Rede e-Tec Brasil


Referências
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inovadores. Disponível em:< http://anprotec.org.br/site/> Acesso em: 24 jul. 2012.

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Noticias/noticia/2013/08/apos-formalizacao-empresaria-expande-fabricacao-de-beiju.
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produtos-online/planejamento/aplicativos/1577-como-elaborar-um-plano-de-negocios>.
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cultura da inovação contínua às organizações. São Paulo: Leya, 2011.

Rede e-Tec Brasil 102 Empreendedorismo


Currículo dos Professores-autores

Renato Lima dos Santos é bacharel em Admi-


nistração pela Universidade Federal de Rondô-
nia – Unir e especialista em Gestão de Pessoas
pela Faculdade São Lucas. Atualmente, é tutor
presencial na Unopar, no Curso de Administra-
ção, professor do ensino superior nas disciplinas
de empreendedorismo e gestão da qualidade
e professor pesquisador conteudista do Curso
Técnico em informática na Modalidade a Distância, do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO.

Lady Day Pereira de Souza é bacharel em


Administração e mestra em Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente pela Universidade
Federal de Rondônia. Atualmente é professora
efetiva e conteudista do Curso Técnico em Infor-
mática na Modalidade a Distância, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Rondônia – IFRO.

103 Rede e-Tec Brasil


Sustentabilidade
Sustentabilidade e Urbanismo
Zilda Cristina Ventura Fajoses Gonçalves

Cuiabá - MT
2015

Nome da Aula 1 e-Tec Brasil


Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica

© Este caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia IF Sudeste de Minas Gerais - Campus Juiz de Fora /MG, do
Ministério da Educação e a Universidade Federal de Mato Grosso.

Equipe de Revisão Equipe de Elaboração


Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Minas Gerais - IFMG/Ouro Preto/MG

Coordenação Institucional Coordenação Institucional


Carlos Rinaldi Reginato Fernandes dos Santos

Coordenação de Produção de Material Coordenador do Curso


Didático Impresso Marinalva Maria de Brito
Pedro Roberto Piloni
Revisão Bibliográfica
Designer Educacional César dos Santos Moreira
Bruno José Ferreira de Souza Peixoto
Ficha Catalográfica
Designer Master César dos Santos Moreira
Daniela Mendes

Diagramação
Tatiane Hirata

Revisão de Língua Portuguesa


Mirian Barreto Lellis

Revisão Final
Claudinet Antonio Coltri Junior

Projeto Gráfico
Rede e-Tec Brasil/UFMT
Aula 1. Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 13
1.1 Conceitos importantes 13
1.2 Princípios da alfabetização ecológica e educacional 16
1.3 Empreendimento e sustentabilidade 18
1.4 Processos não sustentáveis 20
1.5 Sustentabilidade e degradação 25

Aula 2. Políticas ambientais autossustentáveis 29


2.1 Políticas ambientais autossustentáveis 29
2.2 Alternativas sustentáveis de políticas públicas e privadas e
alternativas econômicas de sustentabilidade 33
2.3 Sistemas independentes 42
2.4 Sistemas interdependentes 50

Aula 3. Sustentabilidade corporativa 61


3.1 Referenciais de sustentabilidade corporativa e responsabilidade
social e ambiental 62
3.2 Agenda 21 66
3.3 EIA/RIMA 71
3.4 Plano Diretor 72

Aula 4. Urbanização de cidades 81


4.1 Qualidade de vida 82
4.2 Urbanismo 85
4.3 Problemas urbanos atuais 87

Aula 5. Desenvolvimento rural 107


5.1 Serviços do ecossistema 109
5.2 Agricultura sustentável 111
5.3 Urbanização e desenvolvimento rural 114
5.4 Lixo 123

Palavras Finais 127

Referências 128

Currículo da Professora-autora 132

11 Rede e-Tec Brasil


meio ambiente

Objetivos:

• conhecer os principais conceitos sobre sustentabilidade, urba-


nismo e meio ambiente;

• entender o que é Alfabetização Ecológica e Educacional; e

• compreender os princípios da sustentabilidade.

Começamos aqui a nossa disciplina. Nessa primeira aula, vamos entender e


aprender sobre os princípios que regem a sustentabilidade. Está preparado(a)
para começar? Vamos?

Figura 1
Fonte: http://corporateconsciente.files.wordpress.com/2010/06/sustentavel.jpg?w=239&h=232

1.1 Conceitos importantes


1.1.1 Sustentabilidade
Segundo o site http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/sus-
tentabilidade/conteudo_261188.shtml ,

[...] Sustentabilidade não é uma teoria econômica ou um tratado polí-


tico. Sustentabilidade é uma filosofia de vida, pela qual, basicamente,
devemos cuidar bem de nosso Presente para que as gerações futuras
tenham também a possibilidade de usufruir dos avanços Tecnológicos

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 13 Rede e-Tec Brasil


e das dádivas da natureza. É um modelo de atuação em que todos
ganham: as pessoas, as empresas, a sociedade e o meio ambiente. Em:
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/sustentabilidade/
conteudo_261188.shtml> Acesso em: 07 abr. 2015.

Sustentabilidade é desenvolver sem comprometer o futuro, diminuindo nos-


so impacto no meio ambiente e incrementando a convivência social. Isso
só vai acontecer quando nós, cidadãos, a tecnologia e a política adotarmos
novas formas e hábitos, nos conscientizando de que não se pode viver num
planeta de recursos finitos como se eles fossem infinitos. Devemos come-
çar com a conscientização e com pequenos gestos de economia e respeito.
Devemos, principalmente, dar atenção aos três “R”s: Reduzir, Reutilizar e
Reciclar sempre.

1.1.2 Urbanismo
É a disciplina destinada ao estudo da urbanização.

Você sabe o que é urbanização?

Segundo o site http://www.suapesquisa.com/o_que_e/urbanizacao.


htm, urbanização “é um conceito geográfico que representa o desen-
volvimento das cidades. Neste processo, ocorre a construção de casas,
prédios, redes de esgoto, ruas, avenidas, escolas, hospitais, rede elétri-
ca, shoppings, etc.”

Este desenvolvimento urbano é acompanhado de crescimento popula-


cional, pois muitas pessoas passam a buscar a infraestrutura das cida-
des. A urbanização planejada apresenta significativos benefícios paraos
habitantes.

Porém, quando não há planejamento urbano, os problemas sociais se


multiplicam nas cidades como, por exemplo, criminalidade, desempre-
go, poluição, destruição do meio ambiente e desenvolvimento de sub-
-habitações.

A urbanização é uma das responsáveis pelo êxodo rural (saída das pes-
soas do meio rural para as grandes cidades).

Rede e-Tec Brasil 14 Sustentabilidade e Urbanismo


1.1.3 Meio Ambiente
Para falarmos de meio ambiente, vejamos qual é a sua definição legal:

“O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, quí-


mica e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Segundo a Lei 6938/81, artigo 30, essa definição é limitada e a Lei e a dou-
trina brasileira tem estendido e acrescentado esse conceito:

“Constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora e fauna.”

Art. 225, § 1º, 1 e VII da Constituição Federal de 1988.

Vamos falar, agora, sobre os problemas ambientais:

Segundo Capra,

(...) existem soluções para os principais problemas da contempora-


neidade, mas que para solucioná-los se faz necessário uma mudança
radical na percepção, no pensamento e nos valores que o ser huma- no
atribui às coisas, acreditando que a humanidade está no limiar de
mudança tão radical quanto foi o da revolução copernicana. CAPRA,
1996.

A Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente (1972), dirigida pela ONU


(Organização das Nações Unidas), foi a primeira reunião internacional que
discutiu as questões ambientais e os direitos da humanidade a um meio
ambiente equilibrado e produtivo (Feam – 1997). Em 1983 foi criada a Co-
missão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987 houve o
relatório “Nosso Futuro Comum” em 1992 a “Eco-92” no Rio de Janeiro e a
Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Susten-
tável, de onde surgiu a “Agenda 21”.

1.1.4 Desenvolvimento Sustentável


Pois bem, como já tratamos de algumas definições importantes para a temá-
tica da disciplina e da aula, vamos entender agora o que significa desenvol-
vimento sustentável:

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 15 Rede e-Tec Brasil


Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gera-
ções futuras de suprir suas próprias necessidades.

Necessitamos de criar valores mais atuais para nossos padrões de consumo,


O termo foi usado pela primeira
vez em 1987 pela ONU no mantendo-os nos limites das possibilidades ecológicas, isto é, um consumo
Relatório Brundtland (Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e
racional que mantenha o equilíbrio entre os recursos naturais existentes (e a
Desenvolvimento - tema “Nosso capacidade da natureza de repô-los) e o crescimento demográfico - utilizan-
Futuro Comum.
do um processo produtivo que não destrua, elimine ou agrida o ecossistema.

Embora tenhamos usado uma definição acima, segundo Magalhães (1995),

[...] há inúmeras definições de desenvolvimento sustentável. Isso não


impede que exista unanimidade em torno da idéia básica por trás do
conceito, ou seja, desenvolvimento com eqüidade social, intrageração
entre gerações. (MAGALHÃES, 1995).

1.2 Princípios da alfabetização ecológica


e educacional
1.2.1 Ecoalfabetização
Segundo o site http://books.google.com.br/books?id=dFL9q-
-HmdwMC&printsec=frontcover&hl=pt-BR, são princípios da ecoal-
fabetização:

• Evitar desperdícios de falha humana ou de equipamentos.

• Reciclar todo o tipo de matéria-prima, desde materiais de cons-


trução, até os resíduos produzidos diariamente; (os resíduos produ-
zidos em um edifício não são o final de uma etapa, mas o início de
outra, no fluxo de transformações, onde “tudo” é reaproveitável).

• Redução de consumo de energia, e busca de auto-sustentabili-


dade energética e fontes energéticas renováveis.

• Preservar a saúde humana, equilíbrio ambiental e qualidade de


vida, fazendo uso de materiais ambientalmente corretos (não-
-tóxicos e não contaminantes, uso de dispositivos termo acústicos)
e evitando todo o tipo de poluente.

Rede e-Tec Brasil 16 Sustentabilidade e Urbanismo


• Recomenda-se a elaboração de memoriais de funcionamento,
manuais de instrução para manuseio de equipamentos, e indicações
(comunicação visual) ou legendas com recomendações de uso, as-sim
como de calendários de manutenção e reparo; esta documenta- ção
indica como deve atuar o gestor.

1.2.2 Princípios ecológicos educacionais


Segundo Capra (1993), são princípios ecológicos educacionais:

• Interdependência - todos os membros de um ecossistema estão interliga-


dos numa teia de relações em que todos os processos vitais dependem
uns dos outros. O sucesso do sistema como um todo depende do sucesso
de seus indivíduos, enquanto o sucesso de cada membro depende do
sucesso do sistema como um todo. Numa comunidade de aprendiza-
gem, instrutores, animadores, aprendizes, administradores, empresários
e membros da comunidade estão interligados em uma rede de relações,
trabalhando juntos para promover o aprendizado.

• Sustentabilidade – a sobrevivência no longo prazo de cada espécie de-


pende de uma base de recursos limitada. A adoção deste princípio em
uma comunidade de aprendizagem significa que os instrutores têm no-
ção do impacto que causam sobre os participantes no longo prazo (sic).

• Ciclos ecológicos - a interdependência entre os membros de um ecos-


sistema envolve trocas de matéria e energia em ciclos contínuos. Esses
ciclos ecológicos agem como circuitos de regeneração. – Não existe edu-
cação de uma via só, mas um intercâmbio cíclico de informação. O foco
é no aprendizado e cada um é, ao mesmo tempo, estudante e educador.

• Fluxo de energia – a energia solar, transformada em energia química pela


fotossíntese das plantas, comanda os ciclos ecológicos. – Comunidades
de aprendizagem são espaços abertos onde as pessoas estão sempre en-
trando e saindo, buscando seus lugares dentro do sistema.

• Associação – todos os membros vivos de um ecossistema participam de


uma interação sutil, através da competição e cooperação, que envolve
inúmeras formas de associação. – Todos os membros de uma comunida-
de de aprendizagem cooperam e trabalham em associação, o que signi-
fica democracia e fortalecimento de cada um/a, pois cada parte tem um
papel fundamental.

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 17 Rede e-Tec Brasil


• Flexibilidade – ao agirem como circuitos de regeneração, os ciclos eco-
lógicos apresentam tendência à flexibilidade, caracterizada pelas flutua-
ções de suas variáveis. – Nas comunidades de aprendizagem as progra-
mações diárias são flexíveis; a cada momento acontece uma mudança,
com o ambiente de aprendizagem sempre recriado.

• Diversidade – a estabilidade de um ecossistema depende muito do grau


de complexidade, ou da diversidade de sua rede de relações. – Experiên-
cias que encorajem as/os aprendizes a utilizar diversas maneiras e estra-
tégias de aprendizado são essenciais nas comunidades de aprendizagem.
Estilos diferentes de aprendizagem, produto da diversidade cultural, são
bem-vindos pela riqueza que trazem para a experiência de aprendizagem
coletiva.

• Coevolução – a maioria das espécies de um ecossistema coevolui através


da interação entre criação e adaptação mútua. A inovação é propriedade
fundamental da vida e se manifesta nos processos de desenvolvimento e
aprendizagem. – À medida que diferentes instituições sociais, como por
exemplo, empresas e organizações comunitárias passam a trabalhar em
associação com as escolas, cada um compreende melhor as necessidades
do outro e, portanto, “coevoluem”.

1.3 Empreendimento e sustentabilidade


O desenvolvimento econômico precisa andar junto com a defesa do meio
ambiente. As empresas hoje já perceberam que a degradação e o consumo
indiscriminado de recursos ambientais exercem influências no plano econô-
mico e seja por exigência da sociedade, seja realmente por perceberem a im-
portância de se anteciparem e investirem na sustentabilidade: estão agindo.
Apesar de algumas utilizarem as ações de sustentabilidade apenas como ar-
gumento de marketing e promoção, várias já estão realmente empenhadas
na proteção e recuperação do meio ambiente e às vezes, até “renunciando”,
pelo bem comum.

“Mas, as necessidades dos consumidores foram mudando ao longo do tem-


po, até chegar à demanda atual, a sustentabilidade” Philipp Kotler (2000),
propõe o grande mago do marketing atual, já falava em Marketing Susten-
tável há anos, chamando a atenção das empresas para o que será o consu-
midor do futuro.

Rede e-Tec Brasil 18 Sustentabilidade e Urbanismo


Deparamos-nos agora com um novo tipo de cliente: o “consumidor verde”.
São pessoas que tentam consumir de forma mais responsável e sustentável.
Como a tendência que já vem sendo confirmada é do aumento desse tipo
de cidadão consciente, as empresas, de olho nesse “nicho” de mercado em
franca expansão, estão prestando mais atenção à sustentabilidade. Agindo,
provando que é possível um desenvolvimento econômico sustentável.

Esse tipo de consumidor está influenciando a forma como grandes empresas


poluentes fabricam, fazendo com que elas comecem a pensar (e atuar) se-
riamente na busca por alternativas sérias que possam diminuir os impactos
ambientais causados pela produção de seus produtos. São consumidores
conscientes e estão “exigindo” que a postura dessas empresas mude já que
esperam que eles comprem ou vendas esses produtos. Aquelas empresas
que não se integram estão sendo “más” e correm grande risco de perder
esse mercado (normalmente formado por pessoas de bom poder aquisitivo).
O “consumo verde” está ditando as novas regras para o mercado, indepen-
dente de qualquer política ou organizações.

O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em sua pesquisa “Ação


Social das Empresas” de 2004 mostrou que 600 mil empresas investiram em
doações e ações sociais e em 2005 o Gife - Grupo de Institutos, Fundações
e Empresas - levantou que mais e 1 bilhão de reais foi gasto em projetos
sociais. A idéia inicial: passar a imagem de marca comprometida, doar para
entidades e plantar árvores. Descobriram que não era o suficiente. O consu-
midor sabe a diferença entre resultado realmente importante ao longo do
tempo e a publicidade temporária.

Toda a empresa, todos os seus integrantes do mais alto ao mais baixo esca-
lão precisam estar completamente envolvidos. Uma forma de reeducação.
A divulgação deve ser dentro e fora da empresa. Os valores éticos empresa-
riais precisam ser depurados e tentativas superficiais visando o “consumidor/
cliente” precisam transformar-se em valores intrínsecos ao “ser humano”.

Segundo Kotler (2000), “As campanhas devem ser realizadas procurando


uma mudança fundamental e à longo prazo”. As pesquisas comprovam in-
clusive que o consumidor está disposto a pagar um pouco mais por marcas e
produtos “sustentáveis” (com fundo de responsabilidade social e ambiental
efetiva). Sustentabilidade e biodiversidade, desenvolvimento sustentável e
responsabilidade social, não são só “palavras”. Exigem ações.

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 19 Rede e-Tec Brasil


Depois que o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas)
trouxe, cientificamente, comprovada as evidências do aquecimento global e
suas conseqüências, não há mais como negar a responsabilidade das empre- sas
e seu impacto no meio ambiente.

Mais e mais empresas estão engajadas na responsabilidade sócio-ambiental.


O grande axioma: adaptação ou extinção, serve a mais de um lado.

Já se fala em incluir a disciplina de “Empreendedorismo Sustentável” em


instituições de ensino superior tendo sido, inclusive, tema de dissertação de
mestrado.

1.4 Processos não sustentáveis


Processo não sustentável ambiental é a exaustão dos recursos naturais. Em
outras palavras: todo desperdício (principalmente) de energia, água e
grande produção de lixo.

Os impactos sobre os elementos naturais (considerados “bens livres”) devem


ser minimizados. A qualidade da água e do ar são os alvos principais, pois
eles retornam a nós diferentes e mais poluídos a cada ciclo. Tudo isso altera
a nossa qualidade de vida. Como infere Rohde (1995):

O próprio meio científico possui informações suficientes que balizam


a noção de insustentabilidade em que vivemos, em decorrência dos
limites físicos do planeta, e, por conseguinte, dos recursos à disposição
do homem; das alterações climáticas; do extermínio da biodiversidade
pelas mãos da civilização e suas técnicas científicas; bem como das
alterações dos ciclos biogeoquímicos fundamentais à existência de vida
neste orbe. (ROHDE, 1995).

Uma das formas de combater os processos não sustentáveis de desperdício


foi a criação da Etiqueta Nacional de Eficiência Energética – ENCE. (figura na
página ao lado)

As empresas estão preocupadas com as críticas e a influência dessas críticas


na decisão do consumidor, como vem acontecendo. Várias delas já estão
aderindo aos processos sustentáveis e repensando seus processos produti-
vos. Isso tem se traduzido em ações governamentais como o selo do CER-
FLOR e de Conformidade do Inmetro (Programa Brasileiro de Avaliação da

Rede e-Tec Brasil 20 Sustentabilidade e Urbanismo


Conformidade) e em ações do próprio meio empresarial, que passou a reu-
tilizar os recursos naturais após tratamento, aderiu a alternativas de uso da
energia e reciclagem, tratamento interno de seus dejetos (principalmente
baterias) e política de retorno à empresa do lixo resultado da utilização do
que produz independente do tempo.

Há outros processos sustentáveis que são interligados e que precisam ser


atendidos. Quando não o são, tornam-se processos não sustentáveis.

Figura 2
Fonte: http://static.webarcondicionado.com.br/blog/uploads/Etiqueta-Selo-Procel.png

1.4.1 Proposição de Indicadores de


Sustentabilidade CSD/ONU:
Segundo a página http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/se-
cex/sti/indbrasopodesafios/saber/adagenor.pdf, são desafios de sus-
tentabilidade:

AMBIENTAL

• Combate ao desflorestamento: Intensidade de corte de madeira; mudan-

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 21 Rede e-Tec Brasil


ça em área de floresta; área florestal de gerenciamento controlado; área
de floresta protegida como percentual do total; área florestal.

• Conservação da diversidade biológica: espécies ameaçadas como per-


centual do total de espécies nativas; á protegida como percentual da
área total.

• Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia: despesa em pesqui-


sa e desenvolvimento para biotecnologia; existência de regulação ou di-
retrizes nacionais de biosegurança.

• Proteção da atmosfera: emissão de gases do efeito estufa; emissão de


óxido de enxofre; emissão de óxido de nitrogênio; consumo de subs-
tâncias que destroem a camada de ozônio; concentração de poluentes
ambientais em áreas urbanas; despesas com redução da poluição do ar.

• Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões rela-


cionadas com esgotos: geração de resíduos sólidos industriais e domés-
ticos; lixo doméstico per capita; despesas com gerenciamento do lixo;
reciclagem de lixo; desperdício total.

• Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas: Produtos


químicos agudamente nocivos; número de produtos químicos proibidos ou
severamente restringidos;

• Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos: geração de


desperdícios perigosos; Importação e exportação de desperdícios perigo-
sos; manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos;
geração de lixo radioativo.

• Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: Retira-


das anuais de água e terra da superfície; consumo doméstico de água per
capita; reservas de lençol de água; concentração de coliformes fecais em
água doce; demanda de oxigênio bioquímico em corpos de água; perda
de água na cobertura de tratamento; densidade da rede hidrológica.

• Proteção dos oceanos e de todas as classes de mar e áreas costeiras: cres-


cimento da população em áreas costeiras; descarga de óleos dentro de
águas costeiras; liberação de nitrogênio e fósforo para águas costeiras;
produção de peixes máxima sustentada; índice de algas.

Rede e-Tec Brasil 22 Sustentabilidade e Urbanismo


• Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recur-
sos da terra: mudança de uso da terra; mudança em condições da terra;
gerenciamento descentralizado de recursos naturais no nível local.

• Gerenciamento de ecossistemas frágeis: combatendo a desertificação e


a seca: população que vive abaixo da linha de pobreza em área de seca;
índice nacional mensal de chuvas; índice de vegetação derivado de saté-
lite; terra afetada por desertificação.

• Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável de


montanhas: mudança de população em áreas de montanhas; uso susten-
tável de recursos naturais em áreas de montanhas; bem estar de popula-
ções de montanhas.

• Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável: uso de pes-


ticidas agrícolas: uso de fertilizantes; percentual de terra arável irrigada;
uso de energia na agricultura; terra arável per capita; área afetada por
salinização registrada na água; educação agrícola.

SOCIAL

• Dinâmica demográfica e sustentabilidade: taxa de crescimento popula-


cional; taxa líquida de migração; taxa total de fertilidade; densidade de-
mográfica.

• Combate a pobreza: taxa de desemprego; índice principal de contagem


da pobreza; índice do “gap” da pobreza; índice enquadrado do “gap”
da pobreza; índice de GINI de desigualdade de renda; salário médio fe-
minino em relação ao masculino.

• Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento: tde mudança


da idade escolar da população; taxa de matrícula na escola primária da
população; taxa de matrícula líquida na escola primária; taxa de matrícu-
la na escola secundária da população; taxa de alfabetização de adultos;
crianças que alcançaram o 5º grau da escola primária; expectativa de vida
escolar; diferença entre escola masculina e feminina; mulher para cada
1000 homens na força de trabalho.

• Proteção e promoção das condições de saúde humana: condições sani-


tárias básicas; acesso a água de beber de qualidade; expectativa de vida

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 23 Rede e-Tec Brasil


e de nascimentos; crianças com pesos inadequados ao nascer; taxa de
mortalidade infantil; taxa de mortalidade materna; estado nutricional de
crianças; imunização de crianças contra doenças infecciosas; prevalência
de contraceptivos; monitoração de alimentos enriquecidos quimicamen-
te; despesa com a saúde; despesa da saúde como percentual do PIB.

• Promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos humanos:


taxa de crescimento da população urbana; consumo de combustível por
veículo de transporte; perdas humanas e econômicas devido a desastres
naturais; percentual da população em áreas urbanas; área e população
de assentamentos urbanos formais e informais; área de chão por pessoa;
preço da casa em relação à renda familiar; despesa per capita com infra-
estrutura.

ECONÔMICA

• Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável


dos países em desenvolvimento e políticas correlatas: PIB per capita; in-
vestimentos líquidos compartilhados no PIB local; soma de importações
e exportações como percentual do PIB local; PIB local líquido ajustado
ambientalmente; compartilhamento dos bens manufaturados no total
da mercadoria exportada; mudança dos padrões de consumo; consumo
anual de energia; compartilhamento da indústria intensiva de recursos
naturais em valores adicionais na manufatura; prova de reservas minerais;
prova de reservas de energia de óleo fóssil; tempo de vida das reservas
de energia; Intensidade de uso de material; compartilhamento de valores
adicionais de manufatura do PIB local; Compartilhamento de consumo
de recursos energéticos renováveis;

• Recursos e mecanismos de financiamento: transferências de recursos lí-


quidos do PIB; total dado a assistência do desenvolvimento oficial ou re-
cebido como porcentagem do PIB; débito do PIB local; débito de serviço
de exportação; despesas com proteção ambiental como percentual do PIB
local; total de novos ou adicionais fundos para o desenvolvimento
sustentável; transferência de tecnologia ambientalmente saudável, coo-
peração e fortalecimento institucional; bons capitais importados; inves-
timentos diretos do estrangeiro; compartilhamento ambiental de bons
capitais importados; parte de importações de bens importantes ambien-
talmente sadios; concessão de cooperação técnica.

Rede e-Tec Brasil 24 Sustentabilidade e Urbanismo


INSTITUCIONAL

• Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de deci-


são: estratégias de desenvolvimento sustentável; programa para integrar
contabilidade ambiental e econômica; mandato de avaliação de impacto
ambiental; conselho para desenvolvimento sustentável.

• Ciência para o desenvolvimento sustentável: cientistas e engenheiros por


milhões de habitantes; cientistas e engenheiros engajados em pesquisa e
desenvolvimento por milhões de habitantes; despesas em pesquisa e
desenvolvimento como percentual do PIB.

• Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais: retificação de con-


cordância global; implementação de concordância global ratificada.

• Informação para a tomada de decisão: linhas telefônicas por 1000 habi-


tantes; acesso a informação; programas governamentais para estatística
ambiental nacional.

• Fortalecimento dos papéis dos grupos principais: representação do grupo


maior em conselhos nacionais para desenvolvimento sustentável; repre-
sentação de minorias étnicas e povos indígenas em conselhos nacionais
para desenvolvimento sustentável; contribuição das ONG’s para o desen-
volvimento sustentável.

1.5 Sustentabilidade e degradação


A degradação ambiental tem influenciado enormemente na qualidade de
vida das pessoas. A resposta a isso foi a Sustentabilidade. O contexto em que
é entendida hoje enfoca basicamente o meio ambiente e as relações que a
humanidade mantém com ele. Para que o desenvolvimento urbano seja con-
siderado sustentável, precisa combater a degradação ambiental de forma
firme e eficaz, utilizando todas as armas possíveis, principalmente as políti-
cas públicas e privadas de apoio, além da conscientização de seus cidadãos.

Essas políticas públicas e privadas devem ser articuladas para fornecer uma
melhor ou pior qualidade de vida às pessoas, não importando se elas se en-
contram nas cidades ou no meio rural. Nosso habitat natural, a forma como
nos relacionamos com ele influi diretamente na herança que deixaremos
para nossos filhos. Essa herança só será boa se dosarmos nosso convívio

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 25 Rede e-Tec Brasil


com responsabilidade seja no uso e preservação dos recursos naturais, seja
na responsabilidade com o resultado de nossa convivência com esse mesmo
ambiente (lixos, agrotóxicos, poluentes, etc) para que esse resultado não seja
agressivo e destrutivo.

Algumas definições importantes, segundo Milaré (1999):

• Degradação da Qualidade Ambiental: "a alteração adversa das ca-


racterísticas do meio ambiente"

• Poluição: "A degradação da qualidade ambiental resultante de ati-


vidades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar de população;

b) criam condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões


ambientais estabelecidos."

• Poluidor: "a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,


responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental."

Em tudo isso, o principal é nossa responsabilidade individual, pois todo esse


contexto nos influencia. Não podemos esperar pelas empresas, pelo gover-
no, pelas organizações ambientais. Temos que olhar para dentro de nós mes-
mos e começarmos a agira agora.

Nós necessitamos de um mundo com um desenvolvimento sustentável am-


bientalmente, em que seus cidadãos sejam responsáveis e em conseqüência
disso, tenham melhor qualidade de vida durante mais tempo. Um mundo
que extraia os recursos naturais e os use de forma consciente, sem destruir
o planeta no processo.

Rede e-Tec Brasil 26 Sustentabilidade e Urbanismo


Segundo a página http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.
php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=424, Acesso em: 06 abr.
O Papa Bento XVI comentou
2015. o tema proposto para o Dia
Mundial da Paz de 2010: “Se
quiser cultivar a paz, preserve
Inundações por transbordamento de cursos d’água ou por alagamen- to, a criação.” Tendo destacado na
encíclica “Caritas in veritate” “a
soterramento de casa por desmoronamento de encostas, prolifera- ção questão da proteção ambiental
de vetores de transmissão de doenças, longos congestionamentos do como o desafio do século a ser
enfrentado conjuntamente, pois
tráfego de veículos, incremento nos índices de criminalidade, são se refere a toda a humanidade”.
alguns sintomas da perda de sustentabilidade.

Temos que proteger nosso planeta da grande degradação ambiental a que


o submetemos. As mudanças climáticas são os sintomas mais prementes.
Você sabia?
Pode haver outros se não pararmos. Não devemos ser alarmistas e em ne- Segundo a site do Inmetro http://
www.inmetro.gov.br/qualidade/
nhum momento vítimas do “terrorismo ambiental” ou do “catastrofismo”, rhac/ppt/Kuster_avaliacao_
mas devemos ter consciência de que não mudar é condenar nossos filhos à conformid_maio_2010.ppt:
* Em 2000, os principais
tragédia de nossa herança. compradores europeus de frutas
definiram que só compram fruta
que esteja certificada, garantindo
Precisamos nos comprometer a proteger o planeta em que vivemos porque a que as questões de manejo do
solo, direitos do trabalhador
sua degradação nos atingirá em algum momento e de alguma forma. Não e uso de agroquímicos foram
importa onde geograficamente nos encontramos, qualquer ação nos respeitados e devidamente
controlados.
influencia, qualquer forma de deterioração do meio ambiente nos atinge.
* Principais compradores
japoneses e americanos seguem
A influência de nossos bons propósitos não é o suficiente para revertermos a mesma linha.
o processo de degradação e desperdício de nosso habitat; há a necessidade * Hoje existem políticas públicas
de nos unirmos, de nos tornarmos consumidores conscientes, de muitas e em quatro países da Europa
(Reino Unido, Alemanha, Belgica
grandes ações, também, do governo, das empresas e das organizações in- e Dinamarca) que determinam
ternacionais (que já começaram com os pactos ambientais), para fazermos que as compras públicas de
produtos de base florestal têm
frente ao atual ritmo de dissipação de recursos naturais atual. como pré-requisito a certificação
ambiental.

Toda forma de degradação e agressão ao meio ambiente nos leva mais rápi- * Governo brasileiro começa
a usar o seu poder de compra
do a um cenário terrível e desolador onde os recursos naturais foram esgo- para estabelecer requisitos
tados. E quanto mais cedo nós, o governo e as grandes empresas poluidoras técnicos através de licitações
e estabelecendo a compra de
nos conscientizarmos disso, melhor. produtos certificados (A caminho
da escola / UCA / Conjunto
aluno)
Resumo
Nessa aula você viu os principais conceitos relacionados à sustentabilida- de,
urbanismo e meio ambiente. Trabalhamos, também, o significado da
alfabetização ecológica e educacional. Vimos o que é o empreendedorismo
sustentável, processos não sustentáveis e a sustentabilidade versus a degra-
dação.

Aula 1 - Sustentabilidade, urbanismo e meio ambiente 27 Rede e-Tec Brasil


sustentáveis

Objetivos:

• conhecer as alternativas sustentáveis de Políticas Públicas e Pri-


vadas;

• compreender quais são as alternativas Econômicas de Susten-


tabilidade; e

• entender o que são sistemas interdependentes.

Nessa aula vamos conhecer as alternativas sustentáveis de Políticas públicas


e privadas, além das alternativas econômicas de sustentabilidade. Espero
que esse nosso segundo encontro seja bem proveitoso para você.

Para começar, vamos falar sobre políticas ambientais autossustentáveis.

2.1 Políticas ambientais autossustentáveis


As alternativas sustentáveis de políticas públicas e privadas precisam estar
embasadas nos princípios de sustentabilidade

Segundo a página http://www.agenda21-ourique.com/pt/go/prin-


cipios-de-sustentabilidade, A sustentabilidade se assenta nos seguintes
princípios:

1 – Prevenção
Em vez de avaliar os danos e tentar repará-los, deve-se evitar a sua ocorrên-
cia, controlando as respectivas causas. Metodologias de controle devem ser
integradas às atividades da comunidade local permitindo identificar ativida-
des com impactos negativos na qualidade de vida da comunidade.

2 – Precaução
Onde se verifique a possibilidade de ocorrência de impactos negativos muito

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 29 Rede e-Tec Brasil


significativos ou significativos e irreversíveis, a ausência de certeza científica
não deve ser utilizada para justificar adiamentos ou, relegar para segundo
plano, medidas preventivas de degradação ambiental.

3 - Poluidor-Pagador
É um dos princípios específicos da Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 11/87
de 7 de Abril de 1987, prevendo a obrigatoriedade do poluidor em corrigir
ou recuperar o ambiente, suportando os encargos daí resultantes, não lhe
sendo permitido continuar a ação poluente.

4 – Cooperação
Determina a procura de soluções concertadas com outros atores locais, na-
cionais ou internacionais para os problemas de ambiente e de gestão dos
recursos naturais. A cooperação inicial entre todas as partes interessadas no
processo de planejamento e implementação de políticas, planos e projetos,
pode atenuar alguns obstáculos do caminho.

5 - Integridade ecológica
O conceito dos ecossistemas urbanos, avaliar ambientes construídos artifi-
cialmente do mesmo modo que os ecossistemas no mundo natural foram
introduzidos na década de 70. Sustentabilidade significa que não podemos
aumentar as nossas necessidades indefinidamente. As políticas têm que ser
formuladas de modo a assegurar uma proteção adequada da biodiversida- de
e a manutenção dos principais processos ecológicos e dos sistemas que
suportam a vida.

6 - Melhoria contínua
Determina a necessidade do desenvolvimento de políticas, planos e projetos
dinâmicos e flexíveis, reconhecendo a necessidade de adaptações e altera-
ções em qualquer altura, seguindo uma lógica de progressão contínua rumo
à sustentabilidade. A este princípio estão associados os conceitos de avalia-
ção e monitoramento constantes.

7 - Equidade intra e inter-gerações


Determina a necessidade de assegurar a melhoria da qualidade de vida da
população em geral, tanto nas gerações presentes como nas futuras.

8 – Integração
Devem criar-se os meios adequados para assegurar a integração das políti-
cas de crescimentos econômico e social e de conservação da natureza, tendo

Rede e-Tec Brasil 30 Sustentablidade e Urbanismo


como finalidade o desenvolvimento integrado, harmônico e sustentável.

9 – Democracia
A sustentabilidade deve ser fomentada por processos participativos e per-
mite que a comunidade como um todo tenha o mesmo envolvimento no
processo de tomada de decisão.

10 – Subsidiariedade
Este princípio implica que as decisões devem ser tomadas ao nível de decisão
o mais próximo possível do cidadão.

11 - Envolvimento da comunidade e transparência


Reconhece que a sustentabilidade não pode ser alcançada, nem pode haver
um progresso significativo nesse sentido, sem o suporte e o envolvimento
de toda a comunidade. O processo de tomada de decisão deve ser claro,
explícito e público.

12 – Responsabilização
Aponta para a assunção pelos agentes das consequências, para terceiros, da
sua ação, direta ou indireta, sobre os recursos naturais.

Segundo a página Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,


disponível em: http://www.pnud.org.br/ODM.aspx, são objetivos do mi-
lênio, até 2015:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome


O número de pessoas em países em desenvolvimento vivendo com menos
de um dólar ao dia caiu para 980 milhões em 2004, contra 1,25 bilhão em
1990. A proporção foi reduzida, mas os benefícios do crescimento econômi-
co foram desiguais entre os países e suas regiões. As maiores desigualdades
estão na América Latina, Caribe e África Subsaariana. Se o ritmo de progres-
so atual continuar, o primeiro objetivo não será cumprido: em 2015 ainda
haverá 30 milhões de crianças abaixo do peso no sul da Ásia e na África.

2. Atingir o ensino básico universal


Houve progressos no aumento do número de crianças frequentando as es-
colas nos países em desenvolvimento. As matrículas no ensino básico cres-
ceram de 80% em 1991 para 88% em 2005. Mesmo assim, mais de 100
milhões de crianças em idade escolar continuam fora da escola. A maioria
são meninas que vivem no sul da Ásia e na África Subsaariana. Na América

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 31 Rede e-Tec Brasil


Latina e no Caribe, segundo o Unicef, crianças fora da escola somam 4,1
milhões.

3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mu-


lheres
A desigualdade de gênero começa cedo e deixa as mulheres em desvanta-
gem para o resto da vida. Nestes últimos sete anos, a participação feminina
em trabalhos remunerados não agrícolas cresceu pouco. Os maiores ganhos
foram no sul e no oeste da Ásia e na Oceania. No norte da África a melhora
foi insignificante: um em cinco trabalhadores nestas regiões é do sexo femi-
nino e a proporção não muda há 15 anos.

4. Reduzir a mortalidade infantil


As taxas de mortalidade de bebês e crianças até cinco anos caíram em todo
o mundo, mas o progresso foi desigual. Quase11 milhões de crianças ao re-
dor do mundo ainda morrem todos os anos antes de completar cinco anos.
A maioria por doenças evitáveis ou tratáveis: doenças respiratórias, diarréia,
sarampo e malária. A mortalidade infantil é maior em países que têm servi-
ços básicos de saúde precários.

5. Melhorar a saúde materna


Complicações na gravidez ou no parto matam mais de meio milhão de mu-
lheres por ano e cerca de 10 milhões ficam com seqüelas. Uma em cada 16
mulheres morre durante o parto na África Subsaariana. O risco é de uma
para cada 3,800 mulheres em países industrializados. Existem sinais de pro-
gresso mesmo em áreas mais críticas, com mais mulheres em idade repro-
dutiva ganhando acesso a cuidados pré-natais e pós-natais prestados por
profissionais de saúde. Os maiores progressos verificados são em países de
renda média, como o Brasil.

6. Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças


Todos os dias 6,8 mil pessoas são infectadas pelo vírus HIV e 5,7 mil morrem
em conseqüência da Aids - a maioria por falta de prevenção e tratamen-
to. O número de novas infecções vem diminuindo, mas o de pessoas que
vivem com a doença continua a aumentar juntamente com o aumento da
população mundial e da maior expectativa de vida dos soropositivos. Houve
avanços importantes e o monitoramento progrediu. Mesmo assim, só 28%
do número estimado de pessoas que necessitam de tratamento o recebem.
A malária mata um milhão de pessoas por ano, principalmente na África.
Anualmente, dois milhões morrem de tuberculose em todo o mundo.

Rede e-Tec Brasil 32 Sustentablidade e Urbanismo


7. Garantir a sustentabilidade ambiental
A proporção de áreas protegidas em todo o mundo tem aumentado sis-
tematicamente. A soma das áreas protegidas na terra e no mar já é de 20
milhões de km² (dados de 2006). O A meta de reduzir em 50% o número de
pessoas sem acesso à água potável deve ser cumprida, mas a de melhorar
condições em favelas e bairros pobres está progredindo lentamente.

8. Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimen-


to
Os países pobres pagam a cada dia o equivalente a US$ 100 milhões em
serviço da dívida para os países ricos. Parcerias para resolver o problema da
dívida, ampliar ajuda humanitária, tornar o comércio internacional mais jus-
to, baratear o preço de remédios, ampliar mercado de trabalho para jovens
e democratizar o uso da internet, são algumas das metas.

2.2 Alternativas sustentáveis de políticas


públicas e privadas e alternativas
econômicas de sustentabilidade
Vamos conhecer algumas alternativas Sustentáveis de Políticas Públicas e
Privadas e Econômicas de Sustentabilidade

2.2.1 Adubação orgânica: uma alternativa


econômica e agroecológica
(Fonte:http://mauriciosnovaes.blogspot.com/2010/05/adubacao-or-
ganica-uma-alternativa.html)

A ideia de objetivar o desenvolvimento sustentável revela, inicialmente, a


crescente insatisfação com a situação criada e imposta pelos modelos vigen-
tes de desenvolvimento e de produção das atividades humanas. Resulta de
emergentes pressões sociais pelo estabelecimento de uma maior equidade
social. Na elaboração da Agenda 21 Brasileira, foi considerada fundamental
que se promova à substituição progressiva dos sistemas simplificados, como
aqueles praticados pela agricultura convencional, por sistemas diversificados
que integrem os sistemas produtivos aos ecossistemas naturais.

(...) Tal processo de transformação de resíduos orgânicos em fertilizantes


orgânicos umidificados, pode utilizar como matéria-prima frutas, legumes,
verduras, borra de café, casca de arroz e de árvores, serragem, lodo de es-
goto, esterco bovino, lixo domiciliar cru, cama animal, palhada, resíduos

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 33 Rede e-Tec Brasil


industriais e outros. Geralmente, utiliza-se o material que se encontra dis-
ponível na propriedade ou região a fim de reduzir os custos de produção.
Existem critérios essenciais que devem ser observados durante o processo de
compostagem em leiras, tais como: tempo de compostagem, aeração, ir-
rigação, temperatura, aquecimento, umidade e revolvimento. Este processo
se dá devido à ação benéfica dos microrganismos (bactérias, fungos, etc.)
presentes no solo e na matéria-prima.

Na compostagem, a relação C/N ideal é em torno de 30/1 e indica quando a


matéria orgânica se encontra crua, bioestabilizada (semicurada) e umificada
(curada). São inúmeros os benefícios que os compostos orgânicos podem
proporcionar ao solo: melhorias nas suas propriedades físicas, químicas e
biológicas; liberação gradual de nutrientes; elevação no teor de matéria or-
gânica; melhoria na infiltração da água; aumento na capacidade de troca de
cátions e o efeito tampão. A agricultura orgânica pode contribuir decisi-
vamente para o desafio dos tempos atuais, relacionados à sustentabilidade
dos recursos naturais restantes, garantindo sobrevivência sócio-econômica e
ambiental às gerações presentes e vindouras.

2.2.2.Energias renováveis sustentáveis:


utilizando a energia da água que corre
nos rios, arroios e igarapés
(Fonte:http://www.natbrasil.org.br/Docs/publicacoes/parte1%20
energia.pdf):

Micro e mini centrais hidrelétricas: Utilizando a energia da matéria orgânica


vegetal e animal.

Os 3 bios: Biomassa na geração de energia elétrica; Biogás; Biocombustíveis.

Utilizando a energia do sol: Energia termosolar; Energia solar fotovoltaica.

Utilizando a energia do vento: Energia eólica;

Para saber mais...

Outras fontes de informação sobre o uso descentralizado e participativo das


energias renováveis.

Rede e-Tec Brasil 34 Sustentablidade e Urbanismo


2.2.3 Cidades Sustentáveis
(Fonte: http://www.natbrasil.org.br/programas/energia_sustentabili-
dade_democracia.htm) :

São mais de quatro décadas de debates de construção de idéias, solução de


conflitos teóricos, busca de alternativas econômicas, embates, manifesta-
ções, experimentações e implementações de novas práticas na busca da sus-
tentabilidade planetária. Cabe ressaltar o importante papel dos movimentos
em prol da culturalização da temática ambiental. Estes setores passaram a
cobrar dos governos o cumprimento da Agenda 21 ou a fomentar a elabo-
ração destas agendas em nível local. Governantes defrontam-se, então, com
tarefas sobre como encontrar soluções para problemas urbanos que vão da
construção de moradias à preservação de áreas de verdes, do gerenciamento
de lixo ao suprimento de água potável, da conservação do patrimônio histó-
rico e cultural ao transporte.

Nesse debate, não se quer apenas uma remediação para nossas cidades.
Pensar a sustentabilidade urbana pressupõe incluir, inter-relacionar os diver-
sos temas (insumos, sociedade, economia, uso do solo e rejeitos) envolvidos,
tratá-los como um todo e não apenas considerá-los um a um.

...O NAT/Brasil iniciou uma campanha que viabilizará a construção de sua


sede a partir de projetos de edificações ecologicamente pensadas. Participe
desta campanha.

Energia, sustentabilidade e democracia: sistemas de geração, transmissão,


distribuição e uso de energia podem e devem tornar-se mais eficientes, atra-
vés de medidas tecnológicas, impulsionadas, também, por políticas públicas
claras, fortes e eficazes. Mas, não apenas as novas tecnologias como os
conhecimentos tradicionais podem ser aplicados na busca de soluções para
a produção de energia e combustíveis a partir de fontes renováveis e menos
poluentes, de forma a reverter a tendência de aquecimento global do plane-
ta. Estas fontes alternativas, como a biomassa a partir de resíduos agrícolas
(bagaço da cana, cascas de arroz, serragem) e óleos vegetais (de soja, o
dendê, mamona, etc), a energia solar, a energia eólica, e a energia produzida
por micro e pequenas centrais hidrelétricas, a energia das ondas e marés, a
energia geotérmica, apresentam um potencial enorme para o suprimento
global de energia. Como vantagem, podem ser aproveitadas de forma des-
centralizada, conforme as potencialidades e particularidades de cada região
e de acordo com as necessidades e capacidades das comunidades.

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 35 Rede e-Tec Brasil


2.2.4 Viabilidade econômica de fontes alternati-
vas de energia e análise de sustentabilidade
(Fonte:http://pintassilgo2.ipen.br/biblioteca/2008/resumos/13627.
pdf).

Um dos maiores desafios do Governo Federal é levar a energia elétrica a toda


população brasileira, diminuindo para zero o mapa de exclusão elétrica no
país que majoritariamente se localizam nas áreas de menor Índice de Desen-
volvimento Humano (IDH) e nas famílias de baixa renda. O Governo Federal
lançou o programa “Luz para Todos” [1] com o objetivo de levar energia
elétrica para mais de 10 milhões de pessoas no meio rural até 2008. Dessa
forma, o governo pretende reduzir a pobreza, aumentar a renda familiar e
garantir o acesso a serviços de saúde e educação. A “Matriz Elétrica do
Brasil” [2] conta com 75,7% energia gerada por hidroelétricas. As fontes
alternativas de energia irão colaborar com o crescimento do fornecimento
de energia para suprir a demanda e cumprir umas das etapas do “Plano de
Aceleração do Crescimento” (PAC) [3].

Diante desse cenário, não se pode deixar de levar em consideração um fator


que, independente de qualquer ação a ser tomada, é a continuidade, ou
seja, a sustentabilidade, que pode ser atingida por meio de políticas agressi-
vas de planejamento energético para promover.

Maior eficiência energética e maior utilização de fontes renováveis como


biomassa, eólica e solar, para geração de eletricidade. Possibilitando, assim,
a geração de empregos, à preservação da biodiversidade e a redução das
emissões de poluentes.

Acredita-se que a necessidade do uso racional de energia e as devidas solu-


ções com inovações tecnológicas, onde se preservam as questões ambientais
e de sustentabilidade, sejam observadas com mais empreendedorismo nas
fontes alternativas de energia.

[1] “Projeto Luz para Todos” http://www.mme.gov.br/programs

[2] “Agência Nacional de Energia Elétrica” http://www.aneel.gov.br

[3] “Programa de Aceleração do Crescimento” http://www.brasil.gov.br/pac

Rede e-Tec Brasil 36 Sustentablidade e Urbanismo


2.2.5 Alternativas Econômicas Sustentáveis para
a Comunidade de Barranco do Mundo–
Pium–Tocantins
(fonte:http://docs.google.com/gview?a=v&q=cache:nlpl_T8_
rVwJ:www.ecologica.org.br/UserFiles/docs/Projects/Projeto.pdf)

Objetivo: O Programa tem por objetivo combater a pobreza e aumentar os


meios de subsistência na comunidade de Barranco do Mundo, promovendo
a gestão apropriada do ecossistema, apresentando novas alternativas eco-
nômicas sustentáveis e incentivando iniciativas empresariais na comunidade.
O Programa tem os seguintes objetivos específicos: (i) melhorar a dieta ali-
mentar; (ii) melhorar a geração de renda das famílias; e (iii) criar melhores
condições de trabalho mediante a implementação de sistemas agroflorestais
e apoio às atividades da microempresa.

Descrição: Para se alcançar os objetivos acima mencionados, serão imple-


mentadas as seguintes ações: (i) estabelecimento de quatro hectares de sis-
tema agroflorestal (SAF); (ii) estabelecimento de uma unidade de processa-
mento de óleo vegetal; e (iii) estabelecimento de uma fábrica de doces do
cerrado brasileiro.

2.2.6 Alternativas econômicas sustentáveis


na Amazônia
(Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=40616 )

O ministro Carlos Minc disse que está temeroso com uma possível acelera-
ção no ritmo do desmatamento da Amazônia.

"Nós vimos muitos focos de incêndio e percebemos que o ritmo da fiscaliza-


ção não é satisfatório. Atribuímos isso, em parte, ao período de campanha
eleitoral. Ninguém quer multar, fiscalizar, apreender nessa época! Por outro
lado, também precisamos acelerar os investimentos em atividades sustentá-
veis. Podemos fechar uma serraria em uma hora. Mas, quanto tempo vamos
precisar para criar cinqüenta empregos?", questionou Minc.

[...] A falta de alternativas de atividades econômicas sustentáveis leva a po-


pulação, mesmo de comunidades tradicionalmente extrativistas, a práticas
criminosas como questão de sobrevivência. "Muitas vezes são os próprios
habitantes das reservas extrativistas que desmatam para formar pastagens
e cuidam do gado para ficar com um bezerro em cada três", constatou o
ministro.

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 37 Rede e-Tec Brasil


Durante debate, Minc defendeu o Fundo Amazônia, que ele acredita seja
um mecanismo eficiente para promover os investimentos necessários para
fortalecer a economia sustentável e informou que o Ministério da Justiça
está finalizando o recadastramento das organizações não governamentais
que atuam na região para credenciar novos parceiros.

2.2.7 Extrativismo sustentável é alternativa


econômica
(Fonte: http://www.unifolha.com.br/lernoticia.aspx?id_noticia=3564)

Extrativismo sustentável de matérias-primas do cerrado e agricultura familiar


orgânica garantem a segurança alimentar de assentados e a biodiversidade
da região.

(...) Em 2005 foi criado o Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do


Cerrado (Ceppec) que deu início a projetos de extrativismo sustentável e pro-
dução agroecológica (orgânica) no local. Assim, a partir das matérias-primas
do cerrado, são produzidos pães, biscoitos e artesanatos.

(...) Um dos projetos é a oficina de tecelagem, que usa fibras de plantas nati-
vas do cerrado – caules, cascas e folhas – e suas sementes, colhidas nos pró-
prios lotes do assentamento. Também plantam em pequena escala, algodão
orgânico que já nasce naturalmente colorido. “Estamos fora da transgenia.
A proposta é ser totalmente orgânico”, assegura Rosane. O algodão é fiado
no próprio assentamento, de maneira artesanal. Também trabalham com
pigmentos naturais, extraídos de plantas do cerrado. O artesanato resultante
é comercializado, colaborando no sustento da comunidade.

Outro produto que já está sendo comercializado no assentamento é a casta-


nha do cerrado, também chamada cumbarú ou barú, uma fonte nutricional
importante, mas ainda pouco explorada economicamente. A castanha é na-
tiva da região e coletada de forma não degradante. Desta forma, o Ceppec
procura chamar a atenção para a biodiversidade do cerrado e a possibilidade
de aplicação do extrativismo sustentável em assentamentos e pequenas pro-
priedades na região de onze municípios que estão incluídos em uma área
denominada “Território da Reforma”, conta Rosane.

O extrativismo “ainda não é uma realidade como gostaríamos que fosse”, diz
Rosane. A ideia do Ceppec, encaminhada ao Ministério do Desenvolvimento
Agrário, é a de criar uma rede formada por estas pequenas propriedades e

Rede e-Tec Brasil 38 Sustentablidade e Urbanismo


assentamentos, principalmente, com o objetivo de disseminar o extrativismo
não degradante, como alternativa de geração de renda e garantia de conser-
vação ambiental, “agregar valores sociais e ambientais”, explica a bióloga.

Rosane diz que para o extrativismo não é necessário desmatar, tampouco


promover queimadas, para produzir – já que a extração sustentável depende
das plantas nativas da região. Ao contrário da monocultura em extensas
áreas, a vegetação do cerrado não é substituída por espécies “exóticas” (de
outras regiões), preservando a biodiversidade local.

2.2.8 O declínio da pesca artesanal e a


ostreicultura como alternativa econômica
sustentável
(Fonte:http://74.125.113.132/search?q=cache:Rf4R6ZUDlKkJ:www.
isepe.com.br/_download.php)

Ao longo das últimas décadas, a humanidade vem sofrendo as consequên-


cias do uso indiscriminado dos recursos naturais, proveniente da ação preda-
tória e extrativista, entre as atividades de maior impacto sofrido, destaca-se
a pesca artesanal marítima. Torna-se imprescindível investir em empreendi-
mentos que estejam inseridos no conceito de desenvolvimento sustentável,
visando conciliar o incremento de atividades produtivas com a preservação
do ecossistema naturais, ou mesmo a minimização dos impactos causados
pela atividade.

(...) A sustentabilidade de nosso planeta depende exclusivamente da pro-


posição de ações estratégicas planejadas em todos os segmentos de nossa
sociedade, seja a produção de alimentos na agricultura pecuária ou aqui-
cultura. A aquicultura, denominada como o cultivo de organismos aquáti-
cos, apresenta-se como alternativa produtiva, estratégica para a segurança
alimentar do planeta, visto que fornece proteína animal de qualidade, com
baixo custo e reduzidos impactos ao meio ambiente.

(...) A ostreicultura, ou cultivo de ostras, esta inserida no conceito de ativi-


dade voltada ao desenvolvimento sustentável e a correta gestão ambiental,
porque preconiza o uso do recurso ambiental como fonte produtora de ali-
mento e não meramente como recurso para extração desordenada, uma vez
que ao despertar da consciência da população que vive as margens de áreas
de preservação ambiental, quanto às atividades produtivas para o desenvol-
vimento sustentável dos recursos pesqueiros, proporcionando, assim, meios

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 39 Rede e-Tec Brasil


para aumento da oferta de pescados e a idealização de projetos ecologica-
mente corretos.

(...) objetivo de verificar a migração de pescadores para outras áreas de ati-


vidades econômicas (...)

Sob este contexto inicia-se a busca por alternativas de substituição de fonte


de obtenção de recursos econômicos entre as famílias envolvidas com o se-
tor pesqueiro, destacando-se o cultivo de ostra. Existem relatos de que esta
modalidade de cultivo, já era efetuado de forma bastante rudimentar pelos
chineses, antes de Cristo e, já na Europa, os primeiros relatos de cultivo de
ostra são do Império Romano.”

2.2.9 As alternativas propostas pela economia


solidária, para o desenvolvimento
econômico e social, com sustentabilidade
e geração de renda
( F o n t e: h t t p : / / d o c s . g o o g l e . c o m / g v i e w ? a = v & q = c a c h e : W _
gGfTMUBugJ:www.facef.br/novo/publicacoes/IIforum/
Textos%2520IC/Daniel,%2520Nayana%2520e%2520Helio.pdf)

Retomamos aqui os princípios em que a economia solidária se baseia: coo-


peração, solidariedade, autogestão, sustentação econômica e sustentabili-
dade ambiental.

(...) Destinados a promover as pessoas e a coletividade, programas de Eco-


nomia Solidária vêm recebendo crescente apoio de governos municipais e
estaduais, sendo reconhecidos como uma poderosa política de reversão do
quadro de pobreza, desemprego, exclusão em todos os níveis e precariza-
ção do trabalho, sustentada em modos coletivos de geração de trabalho
e renda, integrados aos processos de desenvolvimento local participativo e
sustentável.

A economia solidária é representada por um conjunto de iniciativas inspira-


das em valores humanos que coloca o ser humano como sujeito no processo
da vida e da atividade econômica, em vez da acumulação de capital. Isso
pressupõe mudanças importantes no mundo do trabalho, incentivando a
equidade, a democracia, a cooperação, a solidariedade e a qualidade nas
relações no trabalho. Compreende uma grande diversidade de práticas eco-
nômicas e sociais - de produção, distribuição, finanças, trocas, comércio,

Rede e-Tec Brasil 40 Sustentablidade e Urbanismo


consumo, poupança e crédito - organizadas sob a forma de autogestão.

Segundo o site http://www.colegiojuarezwanderley.com.br/alternati-


vas/site/teia.swf, esse projeto visa:

• A criação de novas técnicas de preservação do meio ambiente e redução


de desperdícios;

• O desenvolvimento de cidadãos que se preocupam com o planeta;

• Propor uma mudança nos hábitos de forma a desenvolver a sociedade de


uma forma mais responsável;

• Deixar visível que é possível se ter uma ideologia onde o desenvolvimento


é possível ao mesmo tempo que a preservação ambiental também é.

Site informativo, onde, ao selecionar cada item, você visualiza o projeto de-
senvolvido na área.

2.2.10 Combustíveis alternativos


(Fonte: http://www.naoampliacaodecongonhas.com.br/alternativas/
sustentabilidade.html):
Outros (dos milhões de) sites
sobre sustentabilidade com:
A boa notícia é que já está sendo testadas alternativas de combustíveis me-
Imagens e idéias
nos poluentes, também, para a indústria aeronáutica. interessantes relacionadas
à sustentabilidade urbana:
http://www.curvascomnivel.
blogspot.com/

Lâmpada de Garrafa Pet:


http://www.youtube.com/watch
?v=kqJdLYhzbTo&eurl=http%3A
%2F%2Fwww%2Ecurvascomniv
el%2Eblogspot%2Ecom%2F&fe
ature=player_embedded

Arquitetura dinâmica:
http://www.youtube.com/
Figura 3 - Cidades flutuantes watch?v=Bq-QUkE1DGM&eu
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_M5GzoX9Wb_Y/SZ7mLgBXTWI/AAAAAAAAAQs/t_oA4426TtE/s320/Cidade_Flutuan- rl=http%3A%2F%2Fwww%
te1.jpg 2Ecurvascomnivel%2Eblogsp
ot%2Ecom%2F&feature=play
er_embedded

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 41 Rede e-Tec Brasil


2.3 Sistemas independentes
2.3.1 Políticas Privadas
Segundo Las Casas (1999),

A noção de sustentabilidade não é algo uniforme, as propostas que


têm surgido também apresentam características diferentes e, muitas
vezes, são oriundas de visões de mundo que entendem a problemática
ambiental e sustentável de perspectivas diferentes. (LAS CASAS, 1999).

Em 1980, Lester Brown definiu sustentabilidade quando unida à causa am-


biental: “Comunidade sustentável é aquela que satisfaz plenamente suas
necessidades de forma a preservar as condições para que as gerações futu-
ras também o façam”.

Um empreendimento para ser sustentável precisa ser “ecologicamente


correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente
aceito”. Precisam fazer com que as pessoas percebam que são afetadas
por esses empreendimentos agora e no futuro. O uso racional de recursos
ambientais e o tratamento de resíduos decorrentes da produção e do uso
de produtos Não biodegradáveis, interferem na qualidade de vida atual e
futura. Não basta apoiar a comunidade e preservar o meio ambiente para ser
socialmente responsável, é preciso também “atenuar ou eliminar problemas
sociais, de higiene e saúde pública, de trabalho, educação, habitação, trans-
portes e nutrição.”. O assistencialismo não é suficiente.

É urgente colocar em prática políticas de proteção ambiental. Ações desor-


denadas provocam perdas econômicas e sociais e o principal objetivo dessas
políticas é o desenvolvimento sustentável e, também, a conservação am-
biental, evitando a má gestão dos recursos ambientais disponíveis, a fim de
não exauri-los nem interferir nos ciclos de renovação da natureza.

Os diversos órgãos do governo estão estabelecendo parâmetros sustentá-


veis, entretanto precisam implementá-los e fiscalizar seu cumprimento. Uma
das formas de fazê-lo é usar o Plano Diretor (Lei 10257/01), garantindo sua
aplicação e cumprimento por parte dos municípios e das empresas locais,
além das leis ambientais.

Rede e-Tec Brasil 42 Sustentablidade e Urbanismo


Há necessidade de se trabalhar com as empresas privadas levando-se em
conta o impacto ambiental causado por elas e pelos resíduos de produção,
buscando minimizá-los. A população e o próprio governo devem incentivar
e apoiar empreendimentos que busquem ser sustentáveis. Isso os ajudará
a tomarem decisões corretas e de forma mais consciente e responsável em
relação ao impacto ambiental dos empreendimentos e seus produtos ou
serviços. Um empreendimento não é um empecilho, é antes um aliado pode-
roso, visionário e positivo. Os custos adicionais do enquadramento ao con-
ceito sustentável, quando existirem, compensam enormemente o benefício
significativo agregado à marca e à imagem da empresa, como se observa:.

Existem quatro condições sistêmicas básicas que devem ser observa-


das, se quisermos alcançar um equilíbrio entre consumo e a disponibili-
dade de recursos: Primeiramente, não deveríamos remover substâncias
da crosta terrestre numa velocidade superior à em que naturalmente
é depositada. Em seguida, a concentração de substâncias produzidas
artificialmente pela sociedade moderna não deveria aumentar sistema-
ticamente a degradação da natureza. Também, a base física da nature-
za não deveria ser insistentemente agredida. E, por fim, os modelos de
desenvolvimento adotados deveriam ser justos e eficientes, de forma a
suprir as necessidades básicas humanas em todos os lugares. (ROBERT,
1996)

Em qualquer circunstância, é necessária uma mudança comportamental


urgente.

2.3.2 Políticas públicas


Para entendermos melhor, vamos conhecer o trabalho do IBICT sobre sus-
tentabilidade:

Segundo Celina Lamb – IBICT - Instituto Brasileiro de Informação


em Ciência e Tecnologia, na página http://www.ibict.br/noticia.
php?id=544,

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Orga-


nização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) estão traba-
lhando em conjunto com o Instituto Brasileiro de Informação em Ci-
ência e Tecnologia (Ibict) para o desenvolvimento de um estudo-piloto da
aplicação dos 6 REs na indústria brasileira. O projeto Avaliação do
Ciclo de Vida (ACV) está trabalhando com uma nova linha de pesquisa

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 43 Rede e-Tec Brasil


baseada nos 6 REs da sustentabilidade, que significam: Reutilizar, Re-
pensar, Reciclar, Reduzir, Reparar e Realocar.

“A filosofia do ciclo de vida expressa nos 6 REs evidencia a necessida-


de de se trabalhar não somente com o processo de sustentabilidade,
mas também com produtos sustentáveis. A idéia é focar a atenção
no produto, na fase do design, que é um estágio importante para
a obtenção do produto, pensando em um apelo ambiental, social e
com benefícios econômicos para a indústria nacional. Hoje, existe a
necessidade de o projetista pensar para frente e desenhar produtos
com substâncias e matérias que não sejam nocivas ao ser humano. É
necessário recolocar matérias ecologicamente corretas nos desenhos
e, ao mesmo tempo, pensar que eles devem ser produtos fáceis de
serem consertados no futuro”

“Vamos pensar antes de produzir. A questão de reutilizar é usar o


produto várias vezes. Repensar é projetar o produto para seu maior
aproveitamento, realocar é utilizar insumos amigáveis ao ser huma-
no e ao meio ambiente, reparar é projetar produtos de fácil reparo,
reduzir é diminuir o consumo de produtos e recursos naturais, e reci-
clar é transformar resíduos em produtos. Precisamos contribuir para a
competitividade brasileira. Esse é o pensamento do ciclo de vida, um
caminho para o desenvolvimento sustentável.

Como esse, muitos são os projetos atuais, governamentais ou não, que es-
tão sendo discutidos e aplicados.

Segundo o site do Ministério do Meio Ambiente, disponível em: http://www.


aja.org.br/publications/oem_mma_ppa_2088_2011_vs5_1_17072007.
pdf, os Objetivos Setoriais para o período 2008-2011 do Ministério do Meio
Ambiente são:

• Objetivo 1: Ampliar a contribuição do Brasil na redução de emissões por


fontes e remoção por sumidouros de gases do efeito estufa e preparar o
país para os efeitos das mudanças climáticas;

• Objetivo 2: Aprimorar o licenciamento ambiental e desenvolver instru-


mentos de planejamento e gestão ambiental em apoio ao desenvolvi-

Rede e-Tec Brasil 44 Sustentablidade e Urbanismo


mento sustentável;

• Objetivo 3: Promover a queda contínua e consistente do desmatamen-


to, o combate à desertificação e a conservação da biodiversidade em
todos os biomas brasileiros;

• Objetivo 4: Promover a disponibilidade de água com qualidade e a ges-


tão dos recursos hídricos, o controle de poluição, a conservação e a revi-
talização de bacias;

• Objetivo 5: Ampliar a participação do uso sustentável dos recursos da


biodiversidade continental e marinha e das áreas protegidas no desen-
volvimento nacional;

• Objetivo 6: Promover e difundir a gestão ambiental, a produção e o


consumo sustentável nos ambientes urbanos e rurais e nos territórios dos
povos e comunidades tradicionais;

• Objetivo 7: Promover a articulação institucional e a cidadania ambiental


por meio do fortalecimento do SISNAMA, da educação ambiental, da
participação e do controle social.

Cada um desses Objetivos tem seu próprio sistema de Políticas (muito in-
teressantes) a serem desenvolvidas até 2011 e que estão amplamente de-
talhadas no arquivo/fonte citado acima. Uma delas: “Promover ações que
reduzam a emissão de poluentes.”

O cuidado com o Meio Ambiente é assunto sério e preocupante. A tendên-


cia mundial e nacional, não é mais ignorar, e sim agir. Esses são alguns dos
órgãos do MMA e “Espaços Institucionais de Participação Popular”:

• Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

• Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)

• Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN)

• Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB)

• Comissão Nacional da Biodiversidade (CONABIO)

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 45 Rede e-Tec Brasil


• Comissão Nacional de Florestas (CONAFLOR) (Dec. 4864/03 e 5794/06)

• Fórum Nacional Socioambiental do Setor de Florestas Plantadas (Porta-


ria 85)

• Comissão Nacional do Programa Cerrado Sustentável (CONACER) (Dec.


5577/05)

• Conselho Gestor Nacional (CONGEN)

• Conselhos Gestores dos Pólos (CONGEP)

• Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21


(CPDS)

• Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA)

• Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP) (Lei 11284/06)

• Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA)

• Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)

• Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental

• Fórum Nacional de Áreas Protegidas (FNAP) (Portaria 134)

• Conselhos Gestores das Unidades de Conservação (UC)

E demais órgãos de nível estadual, regional e municipal.

Princípios da Declaração de Estocolmo (1972).


1. Os direitos humanos devem ser defendidos; o apartheid e o colonialismo
devem ser condenados.

2. Os recursos naturais devem ser preservados.

3. A capacidade da Terra de produzir recursos renováveis deve ser mantida.

4. A fauna e a flora silvestres devem ser preservadas.

Rede e-Tec Brasil 46 Sustentablidade e Urbanismo


5. Os recursos não renováveis devem ser compartilhados, não esgotados.

6. A poluição não deve exceder à capacidade do meio ambiente de neutra-


lizá-la.

7. A poluição danosa aos oceanos deve ser evitada.

8. O desenvolvimento é necessário à melhoria do meio ambiente.

9. Os países em desenvolvimento requerem ajuda.

10. Os países em desenvolvimento necessitam de preços justos para as suas


exportações, a fim de que realizem a gestão do meio ambiente.

11. As políticas ambientais não devem comprometer o desenvolvimento.

12. Os países em desenvolvimento necessitam de recursos para desenvolver


medidas de proteção ambiental.

13. É necessário estabelecer um planejamento integrado para o desenvolvi-


mento.

14. Um planejamento racional deve resolver conflitos entre meio ambiente


e desenvolvimento.

15. Assentamentos humanos devem ser planejados de forma a eliminar pro-


blemas ambientais.

16. Os governos devem planejar suas próprias políticas populacionais de


maneira adequada.

17. As instituições nacionais devem planejar o desenvolvimento dos recursos


naturais dos Estados.

18. A ciência e a tecnologia devem ser usadas para melhorar o meio am-
biente.

19. A educação ambiental é essencial.

20. Deve-se promover pesquisas ambientais, principalmente em países em

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 47 Rede e-Tec Brasil


desenvolvimento.

21. Os Estados podem explorar seus recursos como quiserem, desde que não
causem danos a outros.

22. Os Estados que sofrerem danos dessa forma devem ser indenizados.

23. Cada país deve estabelecer suas próprias normas.

24. Deve haver cooperação em questões internacionais.

25. Organizações internacionais devem ajudar a melhorar o meio ambiente.

26. Armas de destruição em massa devem ser eliminadas.

Fonte: IBAMA, 2007.

Figura 4
Fonte: autora

2.3.2.1 Gestão Ambiental Urbana


A Política Ambiental (ou Gestão Ambiental Urbana) é uma necessidade ur-
gente e importante.

Rede e-Tec Brasil 48 Sustentablidade e Urbanismo


A Lei 6.938/81 trouxe a Política Nacional de Meio Ambiente determinou o
papel dos poderes públicos no Sistema Nacional do Meio Ambiente, dando
liberdade aos municípios para criar normas ambientas. Em 1988, a Consti-
tuição Federal estendeu esse poder: podiam legislar de forma suplementar
sobre a política ambiental e isso foi confirmado pela Agenda 21 em seu
artigo 28. Há a necessidade premente, principalmente dos municípios, de
instituir políticas públicas ambientais coerentes e efetivas, já que há diversos
instrumentos para fazê-lo.

A Lei 10.527 - O Estatuto da Cidade – trouxe inovações e regulamentou


os instrumentos constitucionais, acrescentando outros, para a intervenção
urbana em seu aspecto ambiental.

Segundo Milaré (1999), são Instrumentos legais de Gestão Ambiental


aplicáveis aos municípios:

• Plano Diretor e toda legislação acessória de uso, ocupação e expansão


do solo urbano (zoneamento, parcelamento e demais limitações urbanís-
ticas)

• Sistema Municipal de Meio Ambiente, composto pela Estrutura Burocrá-


tica de Gestão Ambiental, Fundo Municipal de Meio Ambiente, Código
de Meio Ambiente do Município e Conselho Municipal de Meio Am-
biente.”

Instrumentos e métodos de políticas ambientais


• Instrumentos ligados ao funcionamento do mercado;

• Instrumentos ligados à intervenção do Poder Público (mais comuns – nor-


mas ambientais e investimentos em equipamentos e melhoria na quali-
dade ambiental).

2.3.2.2 Instrumentos de Gestão Ambiental e


Desenvolvimento – Política Ambiental Urbana

Conflito violento
DISSOCIATIVO
Soluções autoritárias
Fiscalização e coerção
REPRESSIVO Penalização, multas.
Interdições
Licenciamento corretivo
REATIVO
Auditoria

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 49 Rede e-Tec Brasil


Avaliação de Impactos Ambientais
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Avaliação de opções tecnológicas
Licenciamento
Outorga onerosa e concessão do uso da água
Monitoramento
PREVENTIVO Gestão de bacia hidrográfica
Planejamento
Zoneamento ambiental, agroecológico,
ecológico-econômico e urbanístico
Enquadramento e classificação de rios
Regulação, normatização
Pesquisa
PROATIVO / ASSOCIATIVO Educação / desenvolvimento de recursos
humanos
Comunicação
Extensão
Taxas de uso para esgoto e tratamento
Taxas sobre produtos
Taxas sobre emissões e fundos
Sistemas de restituição e depósitos
Incentivos ao cumprimento de padrões
INSTRUMENTOS DE MERCADO
Licenças negociáveis
Cobrança pelo uso de recursos
Compensações financeiras, royalties
Cobranças variáveis
Seguros ambientais

Fonte: Ribeiro (1998)

2.4 Sistemas interdependentes


Sustentabilidade atualmente é a soma dos esforços individuais e coletivos,
sem fronteiras regionais. Não importa se vêm de movimentos, organizações,
empresas ou governo, o objetivo é um só: consciência ambiental de consu-
mo sustentável e responsável.

Temos Leis na iniciativa das políticas governamentais, marketing sustentável


nos empreendimentos, preservação e conservação do meio ambiente nas or-
ganizações e muitas outras fontes de apoio. A pressão criada por todos deve
ser capaz de influenciar governantes e empresários com poder de decisão e
principalmente, o componente humano comum: nós.

Normas e parâmetros são necessários para a exploração de recursos naturais de


forma consciente e para coibir abusos.

O governo provou estar engajado com a criação de leis, órgãos e departa-


mentos.

Rede e-Tec Brasil 50 Sustentablidade e Urbanismo


As empresas começaram a entender que o investimento em sustentabilidade
ambiental é antes um investimento que uma maior oneração nos valores
da produção.

E nós estamos começando a perceber o que é sustentabilidade.

2.4.1 Interdependência
Aqui, voltamos ao Princípio Ecológico da “Associação” de uma forma mais
complexa.

Segundo Capra (1996),

Todos os membros de uma comunidade ecológica estão interligados


numa vasta e intrincada rede de relações, a teia da vida. Eles derivam
suas propriedades essenciais, e, na verdade, sua própria existência, de
suas relações com outras coisas. A interdependência - a dependência
mútua de todos os processos vitais dos organismos - é a natureza de
todas as relações ecológicas. O comportamento de cada membro vivo
do ecossistema depende do comportamento de muitos outros. O su-
cesso da comunidade toda depende do sucesso de cada um de seus
membros, enquanto o sucesso de cada membro depende do sucesso da
comunidade como um todo.

Entender a interdependência ecológica significa entender relações. Isso


determina as mudanças de percepção que são características do pen-
samento sistêmico - das partes para o todo, de objetos para relações,
de conteúdo para padrão. Uma comunidade humana sustentável está
ciente das múltiplas relações entre seus membros. Nutrir a comunidade
significa nutrir essas relações.

O fato de que o padrão básico da vida é um padrão de rede, significa


que as relações entre os membros de uma comunidade ecológica são
não lineares, envolvendo múltiplos laços de realimentação. Cadeias line-
ares de causa e efeito existem muito raramente nos ecossistemas. Des-
se modo, uma perturbação não estará limitada a um único efeito, mas
tem probabilidade de se espalhar em padrões cada vez mais amplos. Ela
pode até mesmo ser amplificada por laços de realimentação interdepen-
dentes, capazes de obscurecer a fonte original da perturbação.

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 51 Rede e-Tec Brasil


Segundo Teixeira (2006) ,

[...] para o economista Nicholas Stern, a elevação de um grau centí-


grado na temperatura do planeta deve custar 300 bilhões de dólares
a economia mundial e, ainda, uma queda no consumo per capita de
20%, sem mencionar que cidades inteiras ficariam abaixo d’água. O
custo atual para evitar essa catástrofe ambiental e econômica é prevista
pelo economista em 1% de toda a riqueza produzida no mundo, sen-
do que ignorar esse problema pode sair 20 vezes mais caro (TEIXEIRA
Jr., 2006).

Assim, assumindo a complexidade do DS - desenvolvimento sustentável- po-


de-se afirmar que são múltiplas as possibilidade de análise de determinado
contexto, conforme o ponto de partida da análise e os efeitos percebidos
pelo observador. A Figura 5 apresenta as possibilidades de interações entre
as dimensões do DS, tendo em vista a relação de causa e efeito, consideran-
do que os efeitos podem ainda ser classificados como secundários. Confor-
me a profundidade da análise, pode-se, ainda, encontrar efeitos de terceiro,
quarto, quinto grau e assim por diante, deixando o Sistema (contexto) ana-
lisado ainda mais complexo.”

Recomendo leitura da página:


http://aacastro.tripod.com/
maria.htm

Figura 5
Fonte: http://www.sober.org.br/palestra/6/1139.pdf

Rede e-Tec Brasil 52 Sustentablidade e Urbanismo


O que é Sustentabilidade? (Capra, 1996)

Neste texto o físico Fritjof Capra mostra que sustentabilidade é a con-


seqüência de um complexo padrão de organização que apresenta cinco
características básicas: interdependência, reciclagem, parceria, flexibi-
lidade e diversidade. Ele sugere que, se estas características, encontra- das
em ecossistemas, forem 'aplicadas' às sociedades humanas, essas
sociedades também poderão alcançar a sustentabilidade. Portanto, se-
gundo a visão de Capra, "sustentável" não se refere apenas ao tipo
de interação humana com o mundo que preserva ou conserva o meio
ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações fu-
turas, ou que visa unicamente a manutenção prolongada de entes ou
processos econômicos, sociais, culturais, políticos, institucionais ou físi-
co-territoriais, mas uma função complexa, que combina de uma manei-
ra particular cinco variáveis de estado relacionadas às características
acima. O texto - adaptado por Augusto de Franco para a revista Século
XXI (número 3, setembro de 1999) do Instituto de Política - foi tirado,
com autorização dos editores brasileiros, do epílogo do livro 'A Teia da
Vida: uma nova compreensão dos sistemas vivos' (Cultrix - Amana-Key,
São Paulo, 1997) intitulado 'Alfabetização Ecológica'.

Introdução

1. 'Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar


comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspi-
rações e nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações
futuras. Para realizar essa tarefa, podemos aprender valiosas lições ex-
traídas do estudo de ecossistemas, que são comunidades sustentáveis
de plantas, de animais e de microorganismos. Para compreender essas
lições, precisamos aprender os princípios básicos da ecologia. Preci-
samos nos tornar, por assim dizer, ecologicamente alfabetizados (BA-
TESON, GREGORY. Unity'Mind and Nature: A Necessary ', Dutton, Nova
York, 1979). Ser ecologicamente alfabetizado, ou 'eco-alfabetizado',
significa entender os princípios de organização das comunidades ecoló-
gicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar comunidades hu-
manas sustentáveis. Precisamos revitalizar nossas comunidades - inclu-
sive nossas comunidades educativas, comerciais e políticas - de modo
que os princípios da ecologia se manifestem nelas como princípios de
educação, de administração e de política (idem).

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 53 Rede e-Tec Brasil


2. A teoria dos sistemas vivos discutida aqui fornece um arcabouço con-
ceitual para o elo entre comunidades ecológicas e comunidades hu-
manas. Ambas são sistemas vivos que exibem os mesmos princípios
básicos de organização. São redes organizacionalmente fechadas, mas
abertas aos fluxos de energia e recursos; suas estruturas são deter-
minadas por suas histórias de mudanças estruturais; são inteligentes
devido às dimensões cognitivas inerentes aos processos da vida.

3. Naturalmente, há muitas diferenças entre ecossistemas e comuni-


dades humanas. Nos ecossistemas não existe auto percepção, nem
linguagem, nem consciência e nem cultura. Portanto, neles não há
justiça nem democracia; entretanto, também, não há cobiça nem de-
sonestidade. Não podemos aprender algo sobre valores e fraquezas
humanas a partir de ecossistemas. Mas o que podemos aprender, e
devemos aprender com eles, é como viver de maneira sustentável.
Durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas
do planeta têm se organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de
maximizar a sustentabilidade. Essa sabedoria da natureza é a essência
da eco-alfabetização.

4. Baseando-nos no entendimento dos ecossistemas como redes auto


poéticas (Maturana e Varela) e como estruturas dissipativas (Prigogine),
podemos formular um conjunto de princípios de organização que po-
dem ser identificados como os princípios básicos da ecologia e utilizá-
-los como diretrizes para construir comunidades humanas sustentáveis.

Interdependência

5. O primeiro desses princípios é a interdependência. Todos os membros


de uma comunidade ecológica estão interligados numa vasta e intrin-
cada rede de relações, a teia da vida. Eles derivam suas propriedades
essenciais, e, na verdade, sua própria existência, de suas relações com
outras coisas. A interdependência - a dependência mútua de todos os
processos vitais dos organismos - é a natureza de todas as relações eco-
lógicas. O comportamento de cada membro vivo do ecossistema depen-
de do comportamento de muitos outros. O sucesso da comunidade toda
depende do sucesso de cada um de seus membros, enquanto o sucesso
de cada um destes depende do sucesso da comunidade como um todo.

Rede e-Tec Brasil 54 Sustentablidade e Urbanismo


6. Entender a interdependência ecológica significa entender relações.
Isso determina as mudanças de percepção que são características do
pensamento sistêmico - das partes para o todo, de objetos para rela-
ções, de conteúdo para padrão. Uma comunidade humana sustentável
está ciente das múltiplas relações entre seus membros. Nutrir a comu-
nidade significa nutrir essas relações.

7. O fato de que o padrão básico da vida é um padrão de rede significa


que as relações entre os membros de uma comunidade ecológica são
não lineares, envolvendo múltiplos laços de realimentação. Cadeias line-
ares de causa e efeito existem muito raramente nos ecossistemas. Des-
se modo, uma perturbação não estará limitada a um único efeito, mas
tem probabilidade de se espalhar em padrões cada vez mais amplos. Ela
pode até mesmo ser amplificada por laços de realimentação interdepen-
dentes, capazes de obscurecer a fonte original da perturbação.

Reciclagem

8. A natureza cíclica dos processos ecológicos é um importante princí-


pio da ecologia. Os laços de realimentação dos ecossistemas são as vias
ao longo das quais os nutrientes são continuamente reciclados. Sendo
sistemas abertos, todos os organismos de um ecossistema produzem
resíduos. Mas o que é resíduo para uma espécie é alimento para outra,
de modo que o ecossistema como um todo permanece livre de resíduos.
As comunidades de organismos têm evoluído dessa maneira ao longo de
bilhões de anos, usando e reciclando continuamente as mesmas mo-
léculas de minerais, de água e de ar.

9. Aqui, a lição para as comunidades humanas é óbvia. Um dos princi-


pais desacordos entre a economia e a ecologia deriva do fato de que
a natureza é cíclica, enquanto nossos sistemas industriais são lineares.
Nossas atividades comerciais extraem recursos, transformam-nos em
produtos e em resíduos, e vendem os produtos para os consumidores,
que descartam ainda mais resíduos depois de ter consumido os pro-
dutos. Os padrões sustentáveis de produção e de consumo precisam ser
cíclicos, imitando os processos cíclicos da natureza. Para conseguir
esses padrões cíclicos, precisamos replanejar num nível fundamental
nossas atividades comerciais e nossa economia.

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 55 Rede e-Tec Brasil


10. Os ecossistemas diferem dos organismos individuais pelo fato de
que são, em grande medida (mas não completamente), sistemas fecha-
dos com relação ao fluxo de matéria, embora sejam abertos com rela-
ção ao fluxo de energia. A fonte básica desse fluxo de energia é o Sol.
A energia solar, transformada em energia química pela fotossíntese das
plantas verdes, aciona a maioria dos ciclos ecológicos. (...)

Parceria

11. A parceria é uma característica essencial das comunidades susten-


táveis. Num ecossistema, os intercâmbios cíclicos de energia e de re-
cursos são sustentados por uma cooperação generalizada. Na verdade,
vimos que, desde a criação das primeiras células nucleadas há mais de
dois bilhões de anos, a vida na Terra tem prosseguido por intermédio
de arranjos cada vez mais intrincados de cooperação e de coevolução.
A parceria - a tendência para formar associações, para estabelecer liga-
ções, para viver dentro de outro organismo e para cooperar - é um dos
'certificados de qualidade' da vida.

12. Nas comunidades humanas, parceria significa democracia e poder


pessoal, pois cada membro da comunidade desempenha um papel im-
portante. Combinando o princípio da parceria com a dinâmica da mu-
dança e do desenvolvimento, também, podemos utilizar o termo 'coe-
volução' de maneira metafórica nas comunidades humanas. À medida
que uma parceria se processa, cada parceiro passa a entender melhor
as necessidades dos outros. Numa parceria verdadeira, confiante, am-
bos os parceiros aprendem e mudam - eles coevoluem. Aqui, mais uma vez,
notamos a tensão básica entre o desafio da sustentabilidade eco-lógica
e a maneira pela qual nossas sociedades atuais são estruturadas
- a tensão entre economia e a ecologia. A economia enfatiza a com-
petição, a expansão e a dominação; ecologia enfatiza a cooperação, a
conservação e a parceria.

13. Os princípios da ecologia mencionados até agora - a interdependên-


cia, o fluxo cíclico de recursos, a cooperação ou a parceria - são, todos
eles, diferentes aspectos do mesmo padrão de organização. É desse
modo que os ecossistemas se organizam para maximizar a sustentabili-
dade. Uma vez que entendemos esse padrão, podemos fazer perguntas
mais detalhadas. Por exemplo, qual é a elasticidade dessas comunida-
des ecológicas? Como reagem a perturbações externas? Essas questões

Rede e-Tec Brasil 56 Sustentablidade e Urbanismo


nos levam a mais dois princípios da ecologia - flexibilidade e diversida-
de - que permitem que os ecossistemas sobrevivam a perturbações e se
adaptem a condições mutáveis.

Flexibilidade

14. A flexibilidade de um ecossistema é uma consequência de seus múl-


tiplos laços de realimentação, que tendem a levar o sistema de volta ao
equilíbrio sempre que houver um desvio com relação à norma, devido
a condições ambientais mutáveis. Por exemplo, se um verão inusita-
damente quente resultar num aumento de crescimento de algas num
lago, algumas espécies de peixes que se alimentam dessas algas podem
prosperar e se proliferar mais, de modo que seu número aumente e eles
comecem a exaurir a população das algas. Quando sua principal fonte
de alimentos for reduzida, os peixes começarão a desaparecer. Com a
queda da população dos peixes, as algas se recuperarão e voltarão a se
expandir. Desse modo, a perturbação original gera uma flutuação em
torno de um laço de realimentação, o qual, finalmente, levará o sistema
peixes/algas de volta ao equilíbrio.

15. Perturbações desse tipo acontecem o tempo todo, pois o meio am-
biente está sempre mudando, o que leva a uma transformação contínua.
Todas as variáveis que podemos observar num ecossistema - densidade
populacional, disponibilidade de nutrientes, padrões meteorológicos, e
assim por diante - sempre flutuam. É dessa maneira que os ecossiste-
mas se mantêm num estado flexível, prontos para se adaptar as novas
condições. A teia da vida é uma rede flexível e sempre flutuante. Quan-
to mais variáveis forem mantidas em flutuação, mais dinâmico será o
sistema, maior será a sua flexibilidade e maior será sua capacidade
para se adaptar. (...)

16. O princípio da flexibilidade, também, sugere uma estratégia corres-


pondente para a resolução de conflitos. Em toda comunidade haverá,
invariavelmente, contradições e conflitos, que não podem ser resolvi-
dos em favor de um ou outro lado. Por exemplo, a comunidade precisará
de estabilidade e de mudança, de ordem e de liberdade, de tradição e
de inovação. Esses conflitos inevitáveis são muito mais bem resolvidos
estabelecendo-se um equilíbrio dinâmico, em vez de decisões rígidas. A
alfabetização ecológica inclui o conhecimento de que ambos os lados
de um conflito podem ser importantes, dependendo do contexto, e que

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 57 Rede e-Tec Brasil


as contradições no âmbito de uma comunidade são sinais de sua diver-
sidade e de sua vitalidade e, desse modo, contribuem para a viabilidade
do sistema.

Diversidade

17. Nos ecossistemas, o papel da diversidade está estreitamente ligado


à estrutura em rede do sistema. Um ecossistema diversificado será fle-
xível, pois contém muitas espécies com funções ecológicas sobrepostas
que podem, parcialmente, substituir umas às outras. Quando uma de-
terminada espécie é destruída por uma perturbação séria, de modo que um
elo da rede seja quebrado, uma comunidade diversificada será ca-paz
de sobreviver e de se reorganizar, pois outros elos da rede podem, pelo
menos parcialmente, preencher a função da espécie destruída. Em outras
palavras, quanto mais complexa for a rede, quanto mais comple-xo for o
seu padrão de interconexões, mais elástica ela será.

18. Nos ecossistemas, a complexidade da rede é uma conseqüência da


sua biodiversidade e, desse modo, uma comunidade ecológica diversifi-
cada é uma comunidade elástica. Nas comunidades humanas, a diversi-
dade étnica e cultural pode desempenhar o mesmo papel. Diversidade
significa muitas relações diferentes, variadas abordagens diferentes do
mesmo problema. Uma comunidade diversificada é uma comunidade
elástica, capaz de se adaptar a situações mutáveis.

19. No entanto, a diversidade só será uma vantagem estratégica se


houver uma comunidade realmente vibrante, sustentada por uma teia
de relações. Se a comunidade estiver fragmentada em grupos e em in-
divíduos isolados, a diversidade poderá, facilmente, tornar-se uma fon-
te de preconceitos e de atrito. Porém, se a comunidade estiver ciente
da interdependência de todos os seus membros, a diversidade enrique-
cerá todas as relações e, desse modo, enriquecerá cada um dos seus
membros, bem como a comunidade como um todo. Nessa comunidade,
as informações e as ideias fluem livremente por toda a rede, e a diver-
sidade de interpretações e de estilos de aprendizagem - até mesmo a
diversidade de erros - enriquecerá toda a comunidade.

Epílogo

20. São estes então, alguns dos princípios da ecologia - interdependên-

Rede e-Tec Brasil 58 Sustentablidade e Urbanismo


cia, reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade e, como conseqüên-
cia de todos estes, sustentabilidade. À medida que o nosso século se
aproxima do seu término, e nos aproximamos de um novo milênio, a
sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização eco-
lógica e capacidade para entender esses princípios da ecologia e viver
em conformidade com eles.

Resumo
Nessa aula vimos o que são políticas ambientais autossustentáveis e os oitos
objetivos do milênio. Conhecemos algumas alternativas Sustentáveis de Polí-
ticas Públicas e Privadas e Econômicas de Sustentabilidade. Vimos, também,
o que são e o que compõem os sistemas interdependentes.

Espero que tenha aproveitado bem essa nossa segunda aula, já que ela trata
de assuntos de extrema relevância para a sustentabilidade da nossa espécie,
da melhoria da qualidade de vida e da sustentabilidade do nosso planeta.
Aguardo-lhe em nossa terceira aula!

Aula 2 -Políticas ambientais autossustentáveis 59 Rede e-Tec Brasil


Aula 3. Sustentabilidade corporativa

Objetivos:

• compreender a importâncias dos aspectos econômicos, am-


bientais e sociais no dia-a-dia das organizações;

• identificar o entrelaçamento e a interdependência entre esses


fatores na construção de um cenário sustentável; e

• entender o que é um plano diretor, suas diretrizes e estratégias.

Prezado aluno, chegamos ao nosso terceiro encontro. Nele vamos tratar da


sustentabilidade corporativa nos âmbitos econômico, ambiental e social,
além do equilíbrio entre eles. Boa aula!

Segundo o site do Banco Interamericano do Desenvolvimento,disponível em:


http://www.iadb.org/sds/foromic/ivforo/english/niltotatto.doc, com
Acesso em: 07 abr. 2015:

Uma das áreas de atuação mais marcantes das ONGs é a de construção


de soluções sustentáveis com comunidades de baixa renda, abrindo
também mercado para os produtos que produzem. Mas assim como
sua atuação se torna cada vez mais abrangente e influente, as ONGs
também encontram desafios relevantes às suas iniciativas para o de-
senvolvimento de projetos econômicos socioambientais. Destacam-se
entre eles: a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade ecológica,
a sustentabilidade social e a sustentabilidade organizacional.

Sustentabilidade é mais que sua projeção ambiental. Sustentabilidade de


verdade engloba um tripé de critérios: sustentabilidade econômica, social e
ambiental.

Um projeto para uma habitação auto-suficiente energeticamente não é


sustentável se a construção de cada casa custar meio milhão de euros.

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 61 Rede e-Tec Brasil


Não é sustentável se o seu isolamento com fibras naturais for produ-
zido na Ásia através de trabalho infantil. Disponível em: <http://www.
ikaza.com.pt/presentationlayer/artigo_00.aspx?canal_ordem=040>.
Acesso em: 07 abr. 2015.)

A ameaça da economia e da qualidade de vida nas grandes cidades tem sua


origem no uso desregrado dos recursos naturais existentes e na degradação
ambiental.

A Globalização econômica e a segregação social levaram ao conceito de


“desenvolvimento sustentado no equilíbrio com o meio ambiente”, isto é
Sustentabilidade.

3.1 Referenciais de sustentabilidade


corporativa e responsabilidade social
e ambiental
A abordagem chama Triple Bottom Line proposta por Elkington em 1997 –
originou a elaboração dos princípios de responsabilidade social, econômica e
ambiental – sustentabilidade corporativa. Esses três componentes do de-
senvolvimento sustentável, só existem se houver “crescimento econômico,
equidade social, proteção ao meio ambiente e a integração entre os aspec-
tos de curto e longo prazo”

Figura 6 - Sustentabilidade Corporativa segundo a abordagem Triple Bottom Line


Fonte: Elkington, J. apud Almeida, M. (2006)

A base da pirâmide da sustentabilidade – dimensão ambiental e social – pos-


sui uma relevância distinta da econômica, uma vez que essa última permeia
todo o processo.

Rede e-Tec Brasil 62 Sutentabilidade e Urbanismo


O mercado global atual exige produtos com qualidade que utilize tecnolo-
gias limpas e ecologicamente corretas.

Sustentabilidade é um modelo de gestão de negócios que visa o retorno


para os acionistas, ao mesmo tempo em que leva em consideração os impac-
tos das operações no meio ambiente e na sociedade, protegendo recursos
humanos e ambientais. Desta forma, uma empresa sustentável deve olhar
para três aspectos:

1. Gerar lucro e retorno, sendo economicamente viáveis e eficientes.

2. Estar atento ao impacto das atividades, direta e indiretamente, sobre o


meio ambiente.

3. Cuidar das relações com a sociedade, colaboradores e clientes.

Esta concepção começa a se formar e a difundir-se junto com o questiona-


mento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este
estilo é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, so-
cialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social,
politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente
alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no
respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies.

O conceito de sustentabilidade comporta os seguintes aspectos:.

3.1.1 Sustentabilidade social


Essa dimensão social da estabilidade realça o papel dos indivíduos e da so-
ciedade e está intimamente ligada à noção de bem-estar. Os princípios da
sustentabilidade social clarificam o papel dos indivíduos e a organização da
sociedade e, tendo por objetivo a estabilidade social, beneficiam, também,
as gerações futuras. Estes são:

• a garantia da autodeterminação e dos direitos humanos dos cidadãos;

• a garantia de segurança e justiça através de um sistema judicial digno e


independente;

• a luta constante pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, que


não deve ser reduzida ao bem-estar material;

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 63 Rede e-Tec Brasil


• a promoção da igualdade de oportunidades;

• a inclusão dos cidadãos nos processos de decisão social, a promoção da


autonomia da solidariedade e da capacidade de autoajuda dos cidadãos;

• a garantia de meios de proteção social fundamentais para os indivíduos


mais necessitados.

3.1.2 Sustentabilidade Econômica


(trecho retirado do site http://www.ebah.com.br/content/ABAAA-
fR6YAE/sustentabildade-monografia-ok-tentativa-2)

O conceito é redutor já que, também, os recursos econômicos têm de ser


preservados, assim como o espaço de manobra para as gerações futuras.
Além do mais, a sustentabilidade ecológica só pode ser alcançada por socie-
dades que desenvolvam comportamentos economicamente sustentáveis. Os
seus princípios residem, sobretudo:

• na organização de estruturas econômicas de longo prazo que devem


responder às exigências de sistemas estáveis;

• na preservação do capital real, como infraestruturas e edifícios;

• na estabilização do valor monetário, prevenindo a inflação;

• no fato dos custos dos benefícios e serviços deverem ser pagos pela ge-
ração que deles beneficia;

• na restrição parcial ou total do endividamento, pois cada geração deve,


pelo menos, preservar o seu próprio capital real recebido da geração dos
seus pais e passá-lo à geração seguinte;

• no uso eficaz dos recursos;

• na garantia de todos os serviços econômicos que devem ser produzidos


de forma transparente e tendo em conta todas as despesas;

• no fato de os impostos pagos por cidadãos e empresas serem orientados


para a sua capacidade de pagamento;

Rede e-Tec Brasil 64 Sutentabilidade e Urbanismo


• na negociação de pactos inter geracionais justos, que não coloquem em
desvantagem as gerações futuras.

3.1.3 Sustentabilidade ecológica


(trecho retirado do site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAA-
fR6YAE/sustentabildade-monografia-ok-tentativa-2)

Sendo o Ambiente fundamental para a vida é natural que estes aspec-


tos tenham dominado a discussão inicial em volta da sustentabilidade. Até
porque, é contemporânea das primeiras percepções de risco ambiental e
ameaças à vida no planeta. Os princípios fundamentais associados à susten-
tabilidade ambiental são:

• a restrição ao uso de energias não renováveis (como o petróleo) que só


devem ser usadas mediante o compromisso de criação proporcional de
fontes de energia alternativas;

• o uso cuidadoso das energias renováveis que nunca devem ser consumi-
das de forma a exceder a sua capacidade de regeneração;

• a limitação de descarga de substâncias no meio ambiente que não deve


ultrapassar a capacidade de assimilação do mesmo;

• os riscos e o perigo para a vida humana provocados pelo Homem devem


ser evitados.

As questões ambientais estiveram sempre no cerne do conceito de susten-


tabilidade e, também, sempre que se verificavam perigos iminentes para a
sobrevivência da espécie humana. Recentemente, os dilemas com o meio
ambiente tem ganhado mais peso uma maior abrangência da dimensão am-
biental, alargada a todas as espécies, à preservação da biodiversidade e dos
ecossistemas.

3.1.4 Sustentabilidade ambiental


(trecho retirado do site http://www.scribd.com/doc/16643946/Traba-
lho-sobre-sustentabilidade)

Entende-se a capacidade de uma dada população de ocupar uma determi-


nada área e explorar seus recursos naturais sem ameaçar, ao longo do tem-
po, a integridade ecológica do meio ambiente. Salientando a necessidade de

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 65 Rede e-Tec Brasil


sustentabilidade ecológica em longo prazo, destaca-se que os sistemas de
produção devem:

• reduzir o uso de energia e recursos, regulando a entrada total de energia,


de modo que a relação entre saídas e entradas seja alta;

• reduzir as perdas de nutrientes detendo a lixiviação, o escorrimento e a


erosão, melhorando a reciclagem de nutrientes com o uso de legumino-
sas, adubação orgânica e compostos, entre outros mecanismos eficientes
de reciclagem;

• incentivar a produção local de cultivos adaptados ao meio natural e so-


cioeconômico;

• sustentar um excedente líquido desejável, preservando os recursos natu-


rais, isto é, minimizando a degradação do solo;

• reduzir custos e aumentar a eficiência e a viabilidade econômica das pe-


quenas e médias unidades de produção agrícola.

A Responsabilidade Social, no seu sentido amplo, aborda questões relativas


aos deveres de cada indivíduo e organização com o bem-estar da sociedade,
enfatizando que todos devem preocupar-se em assumir seus atos. No sen-
tido mais restrito, podem ser direcionadas especificamente às organizações
que é adaptada às capacidades e limitações das empresas.

Neste caso, geralmente, a responsabilidade social passa a ser discutida como


uma estratégia organizacional que se utiliza principalmente de orientações
e ferramentas externas como normalizações para conduzir o processo. Isto
decorre das necessidades de atender as pressões sociais que exigem das em-
presas, um processo produtivo que gere menos impactos sociais e ambien-
tais. Por isso, é bastante usual o termo Responsabilidade Sócio-Ambiental
(RSA) enfatizando que pretendem atender essas duas exigências. Essa rea-
lidade ultrapassa as fronteiras dos países formando um movimento global em
busca de alternativas para as problemáticas da relação entre processo
produtivo e minimização dos impactos.

3.2 Agenda 21
Esse documento surgiu na Conferência das Nações Unidas sobre meio Am-

Rede e-Tec Brasil 66 Sutentabilidade e Urbanismo


biente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou Rio-92 e os 179 países responsá-
veis por ele se comprometeram a elaborarem e implementarem suas próprias
Agendas 21 Nacionais.

Esse programa de ações que seriam seguidas pelos países participantes


detalhou o tripé do DS (Desenvolvimento Sustentável) em sua magnitude
ambiental, social, política, econômica, demográfica, cultural, institucional e
espacial, Conforme observado em publicação científica do XLV CONGRESSO
DA SOBER:

O critério ecológico diferencia-se do ambiental porque o primeiro deve


preocupar-se com a preservação do potencial do capital natural, com
a utilização dos recursos renováveis e limitar o uso dos recursos não
renováveis. Já o segundo deve preocupar-se com o respeito à capacida- de
de autodepuração dos ecossistemas naturais. (PEDROZO e SEVERO,
2007, p. 5) Disponível em: < http://www.sober.org.br/palestra/6/1139.
pdf>

Em termos concretos, ela sintetiza as orientações para o DS e inclui recomen-


dações para domínios diversificados como nível administrativo, qualidade do
meio ambiente, instrumentos de gestão, ou seja, todas as atividades com
impacto no meio ambiente.

Figura 7
Fonte: autora

Nestes termos, o Ministério do Meio Ambiente em sua página na Web, ins-


titui que:

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 67 Rede e-Tec Brasil


A Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável e da Agen-
da 21 (CPDS) é outro fórum que ganhou mais representatividade, em
2004, com um decreto presidencial. O número de membros passou
de 10 para 34. Com isso, aumentou a capacidade da comissão para
coordenar o processo de internalização da Agenda 21 nos demais se-
tores do governo e para apoiar as Agendas 21 Locais. Além de 13
ministérios e da Casa Civil da Presidência da República, participam da
comissão representantes da Associação Nacional dos Órgãos Munici-
pais de Meio Ambiente (ANAMMA), Associação Brasileira de Entidades
Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA), Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e do Fórum da Reforma
Urbana. Também integram a CPDS entidades representativas da juven-
tude, de povos e comunidades tradicionais, de organizações de direitos
humanos e de direitos do consumidor, das comunidades empresariais e
científicas, do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) e das centrais sindicais.

Em<http://www.mma.gov.br/estruturas/cgti/_arquivos/oem_mma_
ppa_2088_2011_vs5_1_17072007.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2015.

3.2.1 Agenda 21 Brasileira


Seu objetivo principal é “definir uma estratégia de desenvolvimento susten-
tável para o país, a partir de um processo de articulação e parceria entre o
governo e a sociedade.”

Para sua implantação, foi criada em 1997, a Comissão de Políticas de Desen-


volvimento Sustentável e da Agenda 21 - Câmara de Políticas dos Recursos
Naturais. As ações incluíram representantes de diversos setores do governo
e da sociedade para propor estratégias de DS, coordenando, elaborando e
acompanhando a implementação da Agenda 21 Nacional. Embora nossa
Agenda 21 tenha um diferencial por incluir o sistema de “Agendas Locais”
- cada cidade cria sua própria Agenda 21 com a participação de seus inte-
grantes - para que realmente fosse efetiva sua implementação, devido ao
tamanho do de nosso país. Nosso documento não se limita à preservação do
meio ambiente e de seus recursos naturais, mas ao

“Desenvolvimento Sustentável ampliado e progressivo que introduz na


discussão a busca do equilíbrio entre crescimento econômico, eqüida-
de social e preservação ambiental”, dessa forma, o que realmente se

Rede e-Tec Brasil 68 Sutentabilidade e Urbanismo


procura é uma nova forma que “garanta a solidariedade e a coope-
ração, tanto quanto a continuidade do desenvolvimento e da própria
vida para as gerações futuras, ameaçadas pelo consumismo perdulário
e pela exploração predatória dos recursos naturais”. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br. >. Acesso em: 07 abr. 2015.

As Agendas 21 ("Pensar global, agir local") devem ser adequadas às diferen-


ças da realidade local sem esquecer que a

[...] participação e cidadania; respeito às comunidades e diferenças cul-


turais; integração; melhoria do padrão de vida das comunidades; di-
minuição das desigualdades sociais; e mudança de mentalidades. Seus
objetivos principais são claros e definidos e englobam: “Preservar as
florestas e as nascentes, buscar substitutos para o CFC e outras subs-
tâncias que destroem a camada de ozônio, proibir a pesca destrutiva,
buscar novas fontes de energia renováveis, reduzir o lixo produzido
e encontrar combustíveis alternativos são alguns dos compromissos
que devem ser traduzidos em ações, quando couber, na formulação
de cada Agenda 21 Local. Em<http://www2.uol.com.br/ecokids/agen-
da21/local.htm>.Acesso em: 07 abr. 2015

A Agenda 21 Local é um processo participativo, multisetorial, que visa atingir


os objetivos da Agenda 21 ao nível local, através da preparação e implemen-
tação de um plano de ação estratégico de longo prazo dirigido às priorida-
des locais para o desenvolvimento sustentável.

3.2.2 Princípios e conceitos chave da Agenda 21


Local
(Fonte:http://www.cm-amadora.pt/PageGen.aspx?WMCM_Pagi-
naId=42908)

Princípios
• Aumentar a autossuficiência local

• Satisfazer as necessidades humanas – presentes e futuras

• Favorecer um ambiente robusto e adaptável

• Promover a Sociedade Civil

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 69 Rede e-Tec Brasil


Conceitos chave
• Cooperação / Parceria

• Formação / Informação

• Equidade / Coesão Social


Para saber mais sobre a Agenda
21 Brasileira e Local, acesse:
http://www.mma.gov.br/index.
php?ido=conteudo.monta&idEst
• Planejamento
rutura=18&idConteudo=908
• Desenvolvimento das Capacidades

• Consensos / Hierarquizar Prioridades

• Participação Pública

Tabela 1 - Quadro de contribuição dos referenciais internacionais de respon-


sabilidade social e ambiental e sustentabilidade corporativa

Referencial Data Tipo Escopo Contribuição para diretrizes


Diretrizes endereçadas aos Os temas das recomendações de interesse para a
OECD Guidelines 1976
Recomendações go- governos com foco na atu- elaboração das diretrizes são: políticas gerais; di-
for Multinational Revisão em
vernamentais ação das empresas multina- vulgação de informações; meio ambiente; ciência e
Enterprises 2000
cionais. tecnologia.
Princípios gerais para Dez princípios classificados
a prática da responsa- em quatro temas: direitos Merecem destaque os princípios referentes ao meio
Pacto Global 1999
bilidade social e am- humanos, trabalho, meio am- ambiente
biental nas empresas biente e corrupção.
Critérios agrupados segundo
as dimensões da sustentabi- Os critérios, ao refletirem padrões de excelência
Questionário
lidade (econômica, ambien- internacionalmente aceitos para os processos de
para candidatura
tal e social) que refletem um planejamento e gestão das empresas, fornecem im-
ao Dow Jones Conjunto de crité-
Lançado em consenso internacional de portante subsídio para a busca de elevados níveis
Sustainability rios para seleção de
1999, atualiza- excelência para as atividades de desempenho em temas como emissões, resíduos,
(DJSi), setor empresas líderes em
do anualmente das empresas atuantes no se- efluentes, biodiversidade, relacionamento com a for- ça
empresas produ- sustentabilidade
tor petróleo e gás. Com base de trabalho e com as comunidades do entorno,
toras de petróleo
nesses critérios, as empresas saúde e segurança e outros diretamente relaciona-
e gás
candidatas à inclusão no DJSi dos às diretrizes ora em fase de elaboração.
são avaliadas e classificadas.
Os temas considerados na elaboração das diretrizes
Estudo setorial para
são os seguintes: eficiência de recursos, análise de
a indústria do petró- Estado da prática na indústria
ciclo de vida dos produtos, redução de emissões, mi-
leo e gás mostrando de óleo e gás; definição de
API-IPIECA Com- nimização de descartes, biodiversidade, prevenção
2003 conceitos aplicáveis a políticas e de indicadores de
pendium de vazamentos e acidentes ambientes, criação de
cada uma das dimen- desempenho voltados para a
empresos, capacitação, impactos econômicos locais,
sões da sustentabili- sustentabilidade.
satisfação da força de trabalho e diálogo com as
dade.
comunidades.

Fonte: adaptação de Almeida (2006)

Rede e-Tec Brasil 70 Sutentabilidade e Urbanismo


3.3 EIA/RIMA
Baseia-se no Art. 225. § 1º, IV da Constituição Federal (1988): “exigir, na
forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;”

O Estudo de Impacto Ambiental – EIA (documento técnico avaliativo impar-


cial que mede as conseqüências de um determinado projeto para o ambiente
e apresenta medidas atenuantes) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima),
são base de uma estratégia de desenvolvimento urbano que potencializam
efeitos positivos e minimizam impactos ambientais. São instrumentos de
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e documentos preventivos baseados
na consulta à sociedade e em pesquisas técnicas que possuem medidas e
procedimentos específicos que são primordiais para um desenvolvimento
sustentável e envolvem a sociedade e os atingidos pelo empreendimento.
Esses relatórios são necessários para aquisição do Licenciamento Ambiental.

Foram instituídos pela Resolução Conama 001/86 do Conselho Nacional de


Meio Ambiente – CONAMA através da Política Nacional do Meio Ambiente
– PNMA. Nesta resolução encontram-se todas as informações acerca de que
atividades solicitantes de licenciamento necessitam da elaboração do EIA
e do RIMA, quais as diretrizes básicas para fazê-lo e que diretrizes técnicas
mínimas precisam ser cumpridas para o diagnóstico ambiental da área, pre-
visão e análise dos impactos ambientais, definição de medidas mitigadoras e
atividades de acompanhamento e monitoramento.

A Avaliação de Impacto Ambiental — AIA — é um processo que comporta


planejamento para a sustentabilidade de atividades econômicas, integrado
por um conjunto de ações estratégicas, visando a uma melhoria e à melhor
distribuição da qualidade ambiental. Este e outros instrumentos de plane-
jamento e prevenção do dano ao meio ambiente, previstos na legislação
ambiental, têm por escopo promover o desenvolvimento econômico, con-
siderando a variável ambiental na tomada de decisões. Segundo o site do
Wikipedia:

[...] a elaboração de um AIA é apoiada em estudos ambientais elabora-


dos por equipes multidisciplinares, os quais apresentam diagnósticos,
descrições, analises e avaliações sobre os impactos ambientais efetivos
e potenciais do projeto A morte do Mar de Aral é considerado por mui-
tos meios de comunicação e referência, como o pior impacto ambiental

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 71 Rede e-Tec Brasil


da história. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Impacto_am-
biental>. Acesso em: 07 abr. 2015.

Figura 8
Fonte: autora

Ter um relatório social ou créditos de carbono bastam para uma empre-


sa ser sustentável? Não. É um processo contínuo. Claro que alguns ele-
Assista “Wall-E” da Disney. Será
divertido e vai ajudar a entender mentos são indiscutivelmente não sustentáveis, como o trabalho escra-
melhor sobre o que estamos
vo, a falta de preocupação com a emissão de efluentes, e outros temas
falando.
Leia: O Big Smoke – Londres: que já estão incorporados ao ambiente legal. Mas algumas empresas
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_
grande_nevoeiro_de_1952 que parecem insustentáveis têm práticas interessantes em alguns as-
pectos. O setor madeireiro, por exemplo, tido como o grande vilão do
desmatamento, tem algumas práticas que podem nos ensinar a lidar
com a floresta de forma sustentável. Disponível em: <www.instituto-
ares.org.br/fpd_informa_nota.asp?cod=489&q=LNFT4O1C3R&top=>

3.4 Plano Diretor


A Lei 10257/2001, conhecido como Estatuto da Cidade, regulamenta o art.
182 e o art. 183 da Constituição Federal, estabelece as diretrizes gerais da
política urbana e dá outras providências. Esse Estatuto institui o Plano Dire-
tor como “instrumento básico de desenvolvimento e expansão urbana”. Na
realidade, ele seria um conjunto de medidas que pretende fazer com que o
desenvolvimento econômico-social de um município seja feito de forma a
considerar a preservação e proteção ambiental. Um guia que forneceria os
meios para auxiliar o município que pretende tomar providências concretas,

Rede e-Tec Brasil 72 Sutentabilidade e Urbanismo


delineando procedimentos e estratégias para realizar esse objetivo e forne-
cendo os meios para consegui-lo. As metas de curto e longo prazo precisam
estar previstas no orçamento para funcionar.

É necessário fazer um planejamento integrado com a realidade de cada local


e com reavaliações periódicas. É uma soma de esforços unindo todos os se-
tores dentro de uma cidade, orquestrado pela administração local.

Para a confecção de um Plano Diretor é necessário a mobilização de uma


equipe técnica que, baseado na legislação atual e na realidade local, orga-
nize as normas e regulamentos que comporão o Plano, juntamente com a
participação da sociedade – participando do processo político de formação
da cidadania. É um poderoso recurso de planejamento e suas revisões servi-
rão para que mudanças e atualizações sejam inseridas, adaptando-o à nova
realidade da cidade, periodicamente. O poder público local tem que ser ca-
paz de juntar grupos e cidadãos para garantir sua aplicação e precisa estar
atento às alternativas para a satisfação das necessidades e anseios da comu-
nidade. Precisa estar atento ao modo como a cidade “cresce” e se desen-
volve para que as normas - inclusive de uso e ocupação do solo, sendo este
só um de seus aspectos, e não o mais importante - sejam aplicadas sempre.
Precisa reorientar os aspectos negativos e contrários a um desenvolvimento
urbano sustentável, prevenindo e corrigindo quando necessário, levando em
consideração os impactos a curto, médio e longo prazo de suas alterações.
O Plano deve ser do tamanho do município, nem maior, nem menor.

O Plano Diretor fornece os meios que integram e direcionam as diferen-


tes hierarquias da cidade, integrando ações para se cuidar dos problemas
principais em uma cidade: saneamento básico, poluição da água e do ar,
enchentes, parcelamento do solo urbano, expansão urbana, controle do uso
do solo urbano, transportes urbanos, desenvolvimento social e econômico,
educação, habitação, saúde, entre outros, usando o planejamento para im-
pedir problemas que surgiriam, determinando recuperação e ampliação do
patrimônio ambiental e cultural, inclusive impedindo ocupação de locais sem
infraestrutura, cuidando do surgimento de lixões, etc. Esse Plano atual é di-
ferente da concepção dos planos urbanísticos de desenvolvimento integrado
iniciais, ele interfere no processo evolutivo do município e ajuda a aproveitar
potencialidades. Dificuldades técnicas podem ser sanadas com a ajuda de
Universidades e órgãos governamentais ou o CEPAM (Centro de Estudos e
Pesquisas de Administração).

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 73 Rede e-Tec Brasil


De acordo com o governo federal, o Plano Diretor é a principal lei do municí-
pio que trata da organização e ocupação de seu território e precisa dizer qual
é a principal destinação de cada parte desse território visando o bem-estar
coletivo de todos os habitantes do município, seja em residência, comércio,
indústria, serviços, área pública, área para equipamentos coletivos.

O Plano Diretor precisa considerar não só o local onde a cidade está in-
serida e a relação de interdependência com seus arredores, uma vez que
influenciará na definição de sua urbanização. A responsabilidade por es-
ses arredores se estende à recuperação do meio ambiente – a Lei 9605/98,
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Uma análise
da região a ser levada em consideração no Plano Diretor (principal instru-
mento de Planejamento Municipal) fará com que sua elaboração contenha
procedimentos precisos, objetivos, efetivos e práticos e definirá as políticas
públicas a serem aprovadas pela Câmara Municipal. A sociedade, principal
beneficiária do Plano, deve ser um instrumento ativo e precisa participar de
todas as fases do processo: elaboração, fiscalização e cumprimento, já que
ele transporá o tempo de um mandato com propostas de longo prazo. Um
Plano Diretor precisa ser principalmente útil e de real aplicação e sua prática
deve considerar as questões de sustentabilidade ambiental e ter respaldo em
sua aplicação pelo poder público, lideranças locais e sociedade. Ele precisa
estar embasado na realidade local, também, financeira e administrativa e
precisa ser aprovado pela Câmara. Ele é um poderoso instrumento, quando
bem construído e apoiado, para superar os problemas do ambiente urbano.

Segundo o site www.docudesk.com, o Plano Diretor propicia para a


gestão municipal uma escolha de um novo caminho baseado na:

• na busca de sustentabilidade ambiental urbana;

• na aplicação da função socioambiental da cidade e da propriedade;

• na participação democrática da sociedade civil;

• na retomada do papel regulador e coordenador da administração


pública

• na superação do tecnicismo na elaboração do plano;

Rede e-Tec Brasil 74 Sutentabilidade e Urbanismo


• retomada do planejamento urbano como política pública;

• no reconhecimento de conflitos;

• na criação de um processo de planejamento estratégico no municí-


pio.

Em suma, o Plano Diretor é uma Lei Municipal na qual cidadãos participam


de sua criação. Define as normas para orientação da organização, cresci-
mento e funcionamento do município. Baseia-se na Lei 10257/01, conheci- da
como Estatuto da Cidade, onde estão as normas para sua criação. Inclui em
sua definição do uso e ocupação das áreas urbanas e rurais relacionadas à
cidade. Deve garantir: saneamento ambiental (esgoto tratado, água limpa de
qualidade, drenagem de águas da chuva, locais apropriados para resí- duos
sólidos), transporte coletivo e acessibilidade, serviços e equipamentos
públicos, lazer, esporte, educação, moradia digna, solo urbanizado, manu-
tenção de uma boa qualidade de vida e justiça social, etc. Envolvem em sua
construção e manutenção os setores público e privado, além da sociedade
civil: todos em prol dos interesses coletivos – repartindo igualmente o custo
e os benefícios da urbanização. Fornece os “princípios da Reforma Urbana:
direito a cidade e à cidadania; gestão democrática da cidade, e função social
da cidade e da propriedade” e as condições necessárias para um desenvol-
vimento e crescimento em bases sustentáveis. Condição de existência: ser
aprovado pela Câmara Municipal. Precisa definir: controle e uso do solo,
critérios de parcelamento da terra, regularização das ocupações irregulares,
prevenção de situações em áreas de risco, fornecimento de mobilidade urba-
na e acessibilidade, preservação do patrimônio cultural e turístico, integração
de políticas públicas e privadas, priorização de investimentos num sistema de
planejamento e gestão democrático e participativo. É feito por uma equipe
que pode solicitar ajuda, junto com a participação da sociedade de forma
democrática. Precisa de apoio e respaldo de membros e líderes da sociedade
local. Ele é uma Lei e precisa do poder Legislativo local em sua elaboração e
aprovação na Câmara Municipal. Sua prioridade é uma vida urbana, melhor,
mais saudável e sustentável ambientalmente. Precisa ser feito com base em
diretrizes e estratégias.

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 75 Rede e-Tec Brasil


São exemplos de Diretriz e Estratégia de um Plano Diretor

Diretrizes: 3.Conjunto de
instruções ou indicações para se Diretriz: Impulsionar, facilitar e apoiar a participação das empresas munici-
tratar e levar a termo um plano,
uma ação, um negócio. Fonte: pais nos mercados externo e interno.
Dicionário Aurélio Digital 5.0

Estratégia é a definição de Estratégia: a) Utilizar a força de compras municipal a fim de estimular uma
como os recursos serão alocados competitividade sadia em setores estratégicos.
para se atingir determinado
objetivo.
Fonte: Wikipédia
b) Fomentar programas de qualidade tendo em vista os principais produtos
internos com feiras e exposições.

ESTATUTO DAS CIDADES - LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001.

Capítulo I – Diretrizes Gerais

Art. 1º Na execução da política urbana, de que tratam os art. 182 e 183


da Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatu-


to da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social
que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo,
da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ambiental.

Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvi-


mento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, median-
te as seguintes diretrizes gerais:

I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito


à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura
urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer,
para as presentes e futuras gerações;

II – gestão democrática por meio da participação da população e de


associações representativas dos vários segmentos da comunidade na
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e pro-
jetos de desenvolvimento urbano;

III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais


setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao

Rede e-Tec Brasil 76 Sutentabilidade e Urbanismo


interesse social;

IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição es-


pacial da população e das atividades econômicas do Município e do
território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as dis-
torções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio
ambiente;

V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e ser-


viços públicos adequados aos interesses e necessidades da população
e às características locais;

VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inade-


quados em relação à infraestrutura urbana;

d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcio-


nar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura
correspondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subuti-


lização ou não utilização;

f) a deterioração das áreas urbanizadas;

g) a poluição e a degradação ambiental;

...

Capítulo III - Do Plano Diretor

Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no pla-
no diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos
quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 77 Rede e-Tec Brasil


atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º
desta Lei.

Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento


básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.

§ 1º O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento


municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o
orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.

§ 2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como


um todo.

§ 3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a
cada dez anos.

§ 4º No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de


sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais ga-
rantirão:

I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da


população e de associações representativas dos vários segmentos da
comunidade;

II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;

III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações


produzidos.

§ 5º (VETADO)

Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:

I – com mais de vinte mil habitantes;

II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;

III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos


previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal;

Rede e-Tec Brasil 78 Sutentabilidade e Urbanismo


IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;

V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades


com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.

§ 1º No caso da realização de empreendimentos ou atividades enqua-


drados no inciso V do caput, os recursos técnicos e financeiros para
a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as medidas de
compensação adotadas.

§ 2º No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá


ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível
com o plano diretor ou nele inserido.

Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo:

I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parce-


lamento, edificação ou utilização compulsórios, considerando a existên- cia
de infraestrutura e de demanda para utilização, na forma do art. 5o desta
Lei;

II – disposições requeridas pelos art. 25, 28, 29, 32 e 35 desta Lei;

III – sistema de acompanhamento e controle.

Resumo
Nessa nossa terceira aula tratamos da sustentabilidade nos âmbitos econô-
mico, ambiental e social. Conversamos, também, sobre a Agenda 21. Apren-
Para terminarmos a nossa aula,
demos, ainda, o que é um Plano Diretor, suas diretrizes e estratégias. deixo mais uma sugestão de
leitura:
Processos não sustentáveis
Mais uma etapa cumprida sobre esse relevante tema que é a sustentabilida- na Gestão de Pessoas –
Admissão de Pessoas
de. Vamos para o nosso próximo encontro? http://www.via6.com/topico.
php?tid=193193

Aula 3 - Sustentabilidade corporativa 79 Rede e-Tec Brasil


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VAZ, Gil Nuno. Marketing institucional: um mercado de idéias. São Paulo: Pioneira,
1995.

131 Rede e-Tec Brasil


Fundamentos de
Administração

Márcia Lima Rodrigues

Cuiabá-MT
2013
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica

© Este caderno foi elaborado pelo Centro de Educação Profissional de Anápolis - GO,
para a Rede e-Tec Brasil, do Ministério da Educação em parceria com a Universidade
Federal do Mato Grosso.

Equipe de Revisão Elaboração: Centro de Educação Profissional


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Revisão Científica
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Projeto Gráfico
Rede e-Tec Brasil/UFMT
Sumário

Aula 1 - Evolução Histórica da Administração 13

1.1 História da administração 13

1.2 Principais correntes filosóficas 13

1.3 Afinal, o que é administrar? 19

Aula 2 - Tipos de Organizações mais conhecidos na Administração 23

2.1 Tipos de organizações 24

Aula 3 – Processo Administrativo e suas Relações com as Funções Administrativas 35

3.1 Planejamento 36

3.2 Organização 36

3.3 Direção 37

3.4 Controle 38

Aula 4 – Administração e suas Tendências 39

4.1 As novas tendencias 39

4.2 Perspectiva financeira 47

4.3 Perspectiva do cliente 48

4.4 Perspectiva dos processos internos 49

4.5 Perspectiva da aprendizagem/crescimento organizacional 50

Palavras Finais 53

Guia de Soluções 54

Obras Consultadas 56

Currículo da Professora-autora 57

11 Rede e-Tec Brasil


Aula 1 - Evolução Histórica da
Administração

Objetivos:

• Localizar as etapas da evolução da Administração.

• Definir os principais conceitos e características da Administração.

Você sabe dizer quando começou a surgir a necessidade de administrar?


Sabe quais foram os povos que primeiramente sentiram essa necessidade?
Não? Então, vou lhe contar uma breve história.

1.1 História da administração


Antigamente, lá bem distante, em torno de 5 mil a.C., os povos da Suméria,
região entre os rios Tigre e Eufrates, sentiram a necessidade de resolverem
seus problemas governamentais de forma mais embasada e clara. Começa-
ram, então, a criar regras, a planejar suas atividades, a controlar os gastos e
chamaram essas práticas de administrar.

Surgiu, então, a ciência da administração. Essa ciência foi seguida e aper-


feiçoada por vários povos. Logo após o desenvolvimento da administração
na Suméria, foi a vez do povo egípcio, seguidos pelos chineses e, na Idade
Média, pela Igreja Católica cujos dirigentes se destacaram como administra-
dores natos. Na sequência, por volta de 1550 e 1700, Alemanha e Áustria
entram nesse cenário.

Assim, a administração vem sendo melhorada e aperfeiçoada a cada dia.


Outro fenômeno que deve ser citado e que contribuiu muito para o desen-
volvimento da administração foi a Revolução Industrial. Com ela surgiram
empresas, o crescimento acelerado e desorganizado e surgiu a necessidade
de profissionais especializados em administração.

1.2 Principais correntes filosóficas


A partir desse momento, aparecem várias teorias administrativas, sendo que

Aula 1 - Evolução Histórica da Administração 13 Rede e-Tec Brasil


muitas delas contribuem para a ciência da administração até os dias atuais.
Como são muitas escolas, irei apresentar um breve resumo proposto por
Chiavenato (2003) que mostra todas as teorias que existiram ao longo da
história da Administração e seus principais enfoques.

Para compreendermos o significado da teoria da administração e das orga-


nizações, vamos definir o que é teoria.

Segundo Maximiano (2006a), a teoria é, essencialmente, uma representação


abstrata do que se percebe como realidade. A teoria é um conjunto de afir-
mações ou regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo real. Para
Chiavenatto (2006, p. 3), “teoria é o nome dado a um conjunto de abs-
Teoria é um conjunto de
princípios e prescrições
trações que tenta explicar a realidade”. Assim, podemos sintetizar como leis
que visam a facilitar a que explicam os acontecimentos ou proposições sobre os fatos da realidade,
realização dos objetivos das
organizações. (Lacombe, de modo racional, como também complexo. Isto acontece porque as orga-
2003) nizações são formadas por pessoas e a Administração se caracteriza como
uma Ciência Social Aplicada e, por isso, é não linear. É uma ciência marcada
que passa por mudanças constantes no ambiente das organizações e no
comportamento das pessoas, sejam trabalhadores, consumidores, clientes,
usuários ou cidadãos.

As teorias da Administração, segundo Maximiano (2006a), são conheci-


mentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações.
E a teoria geral da Administração é o conjunto dessas teorias, que são
designadas por meio de diferentes termos. Para Chiavenatto (2006, p.2), “a
teoria das organizações é o campo do conhecimento humano que se ocu-
pa do estudo das organizações em geral”. E “teorias da Administração
são conhecimentos organizados e codificados em decorrência da experiência
prática e empírica da administração em organizações”.

Rede e-Tec Brasil 14 Fundamentos de Administração


ÊNFASE TEORIAS PRINCIPAIS ENFOQUES
ADMINISTRATIVAS

Tarefas Racionalização do trabalho


Administração cientifica
em nível operacional
Estrutura
Teoria clássica Organização Formal

Princípios gerais da
Administração
Teoria neoclássica
Funções do Administrador

Organização Formal
Burocrática
Teoria da Burocracia Racionalidade
Organizacional

Múltipla abordagem:
organização formal
Teoria Estruturalista informal; análise
intraorganizacional e análise
interorganizacional
Pessoas Organização informal
Motivação, liderança;
Teoria das relações Humanas comunicações e dinâmica
de grupo

Estilos de Administração
Teoria das decisões
Teoria comportamental Integração dos objetivos
organizacionais e individuais

Mudança organizacional
planejada
Teoria do desenvolvimento
Abordagem de sistema
organizacional
aberto

Ambiente Análise Intraorganizacional


Teoria Estruturalista e análise ambiental
Teoria Neoestruturalista Abordagem de sistema
aberto

Análise ambiental
Abordagem de sistema
Teoria da contingência
aberto

Tecnologia
Teoria da contingência Administração da tecnologia
Quadro 01 – As principais teorias e seus enfoques
Fonte: Chiavenato (2003)

Comentaremos somente três teorias, que foram as que tiveram mais influên-
cia no mundo administrativo. Serão estudadas a Administração Científica,
a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas. Você poderá aprofun-
dar-se nas demais teorias, buscando outras fontes de estudo (internet, li-
vros, vídeos, etc).

Aula 1 - Evolução Histórica da Administração 15 Rede e-Tec Brasil


1.2.1 Taylorismo

Aqui, caro/a estudante, aparece o pensador Frederic


Taylor que começa a criar algumas formas de admi-
nistrar que vigoram até os dias atuais. Taylor enfa-
tizou que, para que haja uma boa administração,
deve pagar bons salários, ter baixos custos, funcio-
nários dedicados e condições de trabalho adequa-
das. Sua teoria foi a primeira a surgir e ficou conhe-
cida como teoria científica.
Fonte: http://www.ebah.com.br/
content/ABAAAfD5EAH/frederick-
-winslow-taylor

HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Como surgiu? E por que surgiu?

Fonte: Adm, Chuck Williams, 2010.

O filme “Tempos Modernos”, OS QUATRO PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO DE TAYLOR


de Charles Chaplin, aborda o
modelo de administração de
Taylor. Assista!  Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho de um ho-
mem, substituindo a velha regra empírica.

 Selecionar de forma científica e depois treinar, ensinar e desenvolver o


trabalhador.

Rede e-Tec Brasil 16 Fundamentos de Administração


 Cooperar com o pessoal para garantir que todo o trabalho seja feito
segundo os princípios da ciência.

 Há uma divisão quase igualitária do trabalho e da responsabilidade entre


a gerência e os trabalhadores

1.2.2 Fayolismo

Paralelamente aos estudos de Taylor, surge Fayol, que


enfatiza a estrutura e os cargos e cria a Teoria Clássica.
Administração Gerencial: Henri Fayol

Fonte: http://www.ocoruja.com/
index.php/2009/henri-fayol/

Administração Gerencial: Henri Fayol

Fonte: Adm, Chuck Williams, 2010.

As funções administrativas que veremos nas próximas aulas foram criadas


por Fayol que as chamou de funções universais da administração.

1.2.3 Elton Mayo


Na história da Administração não podemos nos esquecer da teoria das re-
lações humanas. Ela surgiu para humanizar a administração que até então
estava enfatizando as tarefas, os processos e esquecendo-se das pessoas.
Seu criador foi Elton Mayo e a teoria das relações humanas foi desenvolvida
por volta de 1940.

Aula 1 - Evolução Histórica da Administração 17 Rede e-Tec Brasil


• Taylor

• Interesse pela
produção e uso da
autoridade

Administração
Científica

Figura 1.1 – Evolução da Administração (gráfico criado pela autora)

A História da Gestão das Relações Humanas

A eficiência somente não basta para pro-


duzir o sucesso organizacional.

O sucesso também depende de tratar


bem os funcionários.

Figura 1.2 - Fonte:http://www.profesionales.cl/


blogs/actualidad/extranjeros-en-chile-se-toman-la-
-fuerza-laboral-l2486/

Estudos de Hawthorne: Elton Mayo

• Os sentimentos e atitudes dos funcio-


nários afetavam seu trabalho.

• Os incentivos financeiros não eram a


motivação principal dos funcionários.

• Normas de grupo e de conduta de-


sempenham um papel fundamental no
comportamento no trabalho.
Figura 1.3 - Fonte:http://there.is.hope-for.
us/?p=3653

Rede e-Tec Brasil 18 Fundamentos de Administração


Com isso, conhecemos um pouco da história da Administração. Pudemos
observar que os fundamentos das teorias de Taylor, Fayol e Mayo são pilares
da evolução e do desenvolvimento da ciência da Administração, que têm
motivado e impulsionado os estudos, pesquisas e obras até os dias atuais.

1.3 Afinal, o que é administrar?


Pelo que vimos até agora, desde há muito tempo se fala em administrar. Mas
você já tem um pensamento formado sobre o que é administrar? Pense um
pouco e utilize o espaço abaixo criando um conceito sobre o que é adminis-
trar.

Caro/a estudante, após criar o seu conceito sobre o que é administrar, você
deve estar-se perguntando se o seu conceito está correto. Se a base for tra-
balhar pessoas para atingir melhores resultados, você acertou.

Veja uma definição sobre o que é administrar que foi extraída de Lacombe
e Heilborn (2003, p. 49). “Administrar é o ato de trabalhar com e por meio
de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus
membros”.

Para Maximiano (2006ª, p. 26), a Administração “é o processo de tomar


decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrati-
vo abrange cinco tipos de funções: planejamento, organização, liderança,
execução e controle”. Segundo Silva (2005, p. 6), “Administração é um
conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos,
no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais”.

Em outras palavras, a finalidade da administração é estabelecer e alcançar


objetivos e metas. As empresas com fins lucrativos buscam aumentar seus
lucros, mas também atender às necessidades de diversos públicos de inte-
resse, como os clientes, fornecedores, comunidade em geral, governo, fun-
cionários e demais com os quais mantenham relacionamentos diretos ou in-
diretos. Para as empresas sem fins lucrativos, os objetivos podem ser os mais
diversos, como atender aos anseios da sociedade no caso de uma empresa

Aula 1 - Evolução Histórica da Administração 19 Rede e-Tec Brasil


pública ou organização não governamental (ONGs).

Para isso, desempenham-se as funções administrativas, como planejamento


e liderança e utilizam de pessoas (recursos humanos), de dinheiro (recursos
financeiros) e edifício, equipamentos e matéria-prima (recursos materiais). O
conceito de administração requer uma análise sistêmica e holística de uma
organização.

Resumo
Nesta aula, você conheceu um pouco da história da Administração, desde
os seus princípios com os povos sumerianos, em 5 mil a.C. até os dias atu-
ais. Tomou conhecimento das teorias administrativas com seus enfoques e
identificou as três mais conhecidas e influentes que foram a Administração
Científica, a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas. Mais impor-
tante que toda essa história, ao final dessa aula, você tem possibilidade de
definir o que é administrar e quais seus principais conceitos e características.

Atividades de Aprendizagem
1. Comente as três teorias mais influentes no mundo administrativo.

2. Descreva, com suas palavras, o que é administrar.

Rede e-Tec Brasil 20 Fundamentos de Administração


3. Marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) As funções do administrador são uns dos enfoques da teoria da buro-


cracia.

( ) Administrar é fazer coisas por meio de pessoas.

( ) A Igreja Católica foi considerada como exemplo de administradores


natos.

( ) Taylor foi o fundador da Administração Científica.

Caro/a estudante

Você já deu o primeiro passo rumo ao conhecimento sobre os princípios


da administração. Ainda há muito para aprender e, na segunda aula, serão
apresentados os tipos de organizações mais conhecidas em administração.
Não deixe de realizar as atividades de aprendizagem e renove seu interesse
em continuar buscando se aprimorar para exercer a função para a qual você
está se preparando.

Aula 1 - Evolução Histórica da Administração 21 Rede e-Tec Brasil


Aula 2 - Tipos de Organizações mais
conhecidos na Administração

Objetivos:

• Definir os principais tipos de organizações existentes.

• Identificar as principais características de cada tipo de organi-


zação.

• Diferenciar os tipos de organizações existentes.

Na aula anterior, já vimos o histórico da Administração, alguns conceitos e


as suas principais teorias. Agora, iremos apresentar os tipos de organizações
que o administrador poderá encontrar em sua vida profissional.

Primeiramente, você consegue definir com suas palavras o que é uma orga-
nização? Crie o seu conceito sobre organização e logo após continue o seu
estudo.

Agora que você criou um conceito sobre organização, compare com os con-
ceitos que apresentaremos a seguir e verifique se o seu raciocínio está corre-
to. Caso contrário, reescreva o seu conceito.

Seguem algumas definições de autores renomados sobre o que é organiza-


ção:

“Organização é um sistema planejado de esforço cooperativo no qual cada


participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e tarefas a
executar.” (CURY, 2000 p.30).

“Organização é um artefato que pode ser abordado como um conjunto ar-


ticulado de pessoas, métodos e recursos materiais, projetado para um dado

Aula 2 - Tipos de Organizações mais conhecidos na Administração 23 Rede e-Tec Brasil


fim e balizado por um conjunto de determinantes (crenças, valores, culturas,
etc).” (MEIRELLES, 2003 p.18).

“Organização é um conjunto de pessoas, com tarefas e responsabilidades


definidas, que buscam um único objetivo.” (CHIAVENATTO, 2003 p.115).

Para Megginson et al (1998), existe uma organização todas as vezes que


duas ou mais pessoas interagem para alcançar certo objetivo. Segundo Ma-
ximiano (2006a), uma organização é um sistema de recursos que procura
realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos). (Ver Fig. 1.1).
Para Chiavenatto (2006, p. 110), “uma organização é um conjunto de car-
gos funcionais e hierárquicos, cujas prescrições e normas de comportamento
todos os seus membros devem estar sujeitos”. Peter Drucker (1994) apud
Caravantes (1998) define organização como um grupo humano, composto
por especialistas que trabalham em conjunto em uma atividade comum.

OBJETIVOS

Figura 1.4 – Conceito de Organização


Fonte: Adaptado de Maximiano (2006a)

Através do conceito que você criou e dos que foram expostos podemos dizer
que organizar é reunir pessoas e recursos para alcançar um único objetivo.

Podemos então dizer que a família, a igreja, a empresa são organizações,


cada uma com um objetivo diferente. Você concorda?

2.1 Tipos de organizações


Vamos estudar sobre as organizações:

Formal, informal, organização linear, funcional e linha de staff.

Prontos? Vamos iniciar!

Rede e-Tec Brasil 24 Fundamentos de Administração


2.1.1 Organização formal
Você já ouviu falar sobre esse tipo de organização?

Segundo, Chiavenato (2003), organização formal compreende aquele con-


junto de pessoas que trabalham com regras, hierarquias, autoridade e res-
ponsabilidade para alcançarem um objetivo comum.

Ainda de acordo com Chiavenato (2006, p. 109), em síntese, a organização


formal é a determinação dos padrões de inter-relações entre os órgãos ou
cargos, definidos logicamente por meio das normas, diretrizes e regulamen-
tos da organização para o alcance dos seus objetivos.

As organizações são representadas formalmente pelos organogramas.

O organograma mostra vários aspectos-chave da organização, incluindo a


divisão do trabalho ou especialização, via de comando, unidade de coman-
do, níveis da administração e a burocracia.

FIgura 1.5 - Organograma


Fonte: Ilustrador

O autor Chiavenatto (2003) ainda explica que as principais características da


organização formal são:

• DIVISÃO DO TRABALHO – Cada um tem uma tarefa determinada para


compor um grande trabalho. Permite aceleração da produção, pois cada
trabalhador faz uma determinada atividade. Antigamente, uma pessoa fazia
todas as atividades inerentes a um processo. Um exemplo típico que pode

Aula 2 - Tipos de Organizações mais conhecidos na Administração 25 Rede e-Tec Brasil


ser visto até hoje de um processo sem divisão do trabalho é de uma pequena
marcenaria, em que o proprietário faz todas as atividades até deixar o móvel
pronto. Como exemplo de divisão do trabalho, podemos citar uma fábrica
de janelas de aço, em que temos vários colaboradores, cada um executando
uma tarefa da seguinte maneira:

Colaborador 01 – Dobra a chapa


Colaborador 02 – Prensa a chapa
Colaborador 03 – Coloca a chapa no gabarito
Colaborador 04 – Solda a grade
Colaborador 05 – Coloca os acessórios
Colaborador 06 – Pinta a janela
Colaborador 07 – Embala a peça
Colaborador 08 – Coloca a peça no estoque ou para carregar

ndo, surgiu a especialização, ou seja, cada colaborador sabe fazer uma


única função. Segundo o dicionário léxico (Dicionário on-line),
“especializar-se é tornar-se apto para algo”.

Especializar é o mesmo que


especificar, individualizar, Podemos voltar ao exemplo da fábrica de janelas, em que cada colaborador
particularizar, singularizar. é especializado para fazer uma única função, seja dobrar chapas, pintar ja-
nelas ou colocar acessórios.

• HIERARQUIA – Define a autoridade e os níveis hierárquicos dentro da


empresa. Aqui falamos da relação de subordinação dos poderes e da
distribuição dos cargos. O organograma mostra bem como é a hierarquia
dentro de uma empresa.

Organograma é um gráfico que


apresenta a estrutura formal da Exemplo de organograma:
empresa, ou seja, a distribuição
dos cargos, a hierarquia.
• –
Conf
orm
e a
divis
ão
do
trab
alho
foi
aum
enta

Rede e-Tec Brasil 26 Fundamentos de Administração


• DISTRIBUIÇÃO DE AUTORIDADE E DE RESPONSABILIDADE – É distribuir
entre os níveis e cargos da organização a responsabilidade e/ou autorida-
de de executar uma atividade.

• RACIONALISMO – Aqui se propõem caminhos para alcançar um deter-


minado fim. Um bom exemplo de racionalismo é o manual de integração
de um colaborador na empresa. Esse manual contém as regras que a
empresa utiliza para alcançar seus objetivos. São os caminhos que o co-
laborador deverá seguir naquela empresa.

Vantagens da organização formal:


• Estrutura planejada
• Organização mais estável
• Comunicação elevada
• Formalidade
• Metas definidas
• Maior produtividade
• Produtividade em grande escala
• Maior padronização

Desvantagens da organização formal:


• Trabalho rotineiro
• Mecanicismo
• Alto nível de burocracia
• Grande necessidade de controle

2.1.2 Organização Informal


Como já falamos sobre a organização formal, agora é o momento de fa-
larmos sobre a organização informal. Esse tipo de organização pode surgir
através dos relacionamentos impostos pela organização formal.

Pessoas que têm os mesmos objetivos, os mesmos interesses, usos e cos-


tumes parecidos se atraem e criam os grupos informais. Esses grupos são
aqueles que não têm regras, não têm burocracia. Eles nascem da necessida-
de do indivíduo de conviver com os demais seres humanos.

Segundo Chiavenato (2003), organização informal é o conjunto de intera-


ções e de relacionamentos consequentes que se estabelecem entre os vários

Aula 2 - Tipos de Organizações mais conhecidos na Administração 27 Rede e-Tec Brasil


elementos humanos, lotados em uma organização.

As principais características da organização informal são:

Relação de coesão – Os indivíduos se aproximam ou se afastam sem tempo


determinado, dependendo apenas dos interesses comuns.

Colaboração espontânea – Em um grupo informal, a colaboração com os


demais membros surge naturalmente.

A organização informal transcende a organização formal. Se o relaciona-


mento da organização formal acabar (por exemplo, por meio de uma demis-
são), a organização informal na maioria das vezes permanece.

Você sabia que a organização Lembre-se: quando você for levar esses conceitos de tipo de organização
formal é conhecida também
como organização racional e
para exemplos práticos, não serão encontradas organizações de um único
a organização informal como tipo, elas serão na verdade organizações mistas.
organização natural?

Chiavenato (1999) afirma ainda que as organizações podem ser:

2.1.3 Organização linear – É o tipo de organização mais antigo . Há uma


hierarquia de autoridade, sendo que cada subordinado presta contas a um
superior direto. Essa organização tem decisões centralizadas, estrutura sim-
ples e estabilidade. É o tipo de organização mais indicado para pequenas
empresas.

Figura 1.6 - Fonte: Ilustrador

Rede e-Tec Brasil 28 Fundamentos de Administração


2.1.4 Organização funcional - Essa organização enfatiza a especialização
das funções, ou seja, a autoridade é dividida conforme a especialização de
cada colaborador. Esse tipo de organização tem decisões mais rápidas por-
que são descentralizadas. Hoje, essa organização é chamada de departa-
mentalização.

Departamentalização Funcional

Fonte: Chuck Williams, 2010.

Vantagens Desvantagens

- Trabalho feito por especialistas - A coordenação entre departa-


altamente capacitados. mentos pode ser difícil.

- Diminui custos por meio da redu- - Pode resultar em decisões mais


ção da duplicidade. lentas.

- Reduz problemas de comunica- - Produz gerentes com experiência


ção e coordenação. limitadas.

Aula 2 - Tipos de Organizações mais conhecidos na Administração 29 Rede e-Tec Brasil


2.1.5 Organização Linha-Staff – É a junção da organização formal com
a organização linear. É o tipo de organização mais usada nas empresas mo-
dernas.
Staff é uma equipe de
apoio, de assessoria.
Autoridade de Linha versus Autoridade de Staff

• Autoridade de Linha
- O direito de comandar os subordinados imediatos na cadeia de comando

Versus

• Autoridade de Staff
- O direito de aconselhar, mas não de dar ordens.

Com isso, concluímos basicamente nosso assunto sobre organizações. Esse


tema é bastante amplo e você pode obter mais informações buscando novas
fontes de estudo, pesquisando e se aprofundando mais.

Resumo
Na segunda aula, demonstramos que a organização é um conjunto de pes-
soas que trabalham para alcançar um único objetivo e que essa organização
pode ser formal ou informal.

Verificamos, ainda, as principais características da organização formal (di-


visão do trabalho, especialização, hierarquia, distribuição de autoridade e
racionalismo) e da organização informal (coesão, colaboração espontânea).
Já sabemos, também, quais os tipos de organizações existentes (linear, fun-
cional ou linha-staff).

Atividades de Aprendizagem
01. Marque a 2ª coluna de acordo com a 1ª

( ) É uma das vantagens da organização


(1) Organização racional formal.

(2) Organização informal ( ) É o mesmo que especializar.

Rede e-Tec Brasil 30 Fundamentos de Administração


(3) Especificar ( ) Forma que também é cha-
mada de organização formal.
(4) Estrutura planejada
( ) Conta com a colaboração
espontânea.

02. Comente os tipos de organizações. Quais são e quais suas principais


características.

03. Marque V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas:

a) ( ) O trabalho rotineiro é uma vantagem da organização formal.

b) ( ) A divisão do trabalho gera a desaceleração da produção.

c) ( ) Organização é um grupo de pessoas com tarefas definidas, trabalhan-


do individualmente, cada um com um objetivo.

Caro/a estudante,

Com a apropriação das informações passadas através deste conteúdo e com


as atividades de aprendizagem realizadas, você chegou ao fim da segunda
aula. A seguir, vamos estudar sobre o processo administrativo e suas relações
com as funções administrativas.

Preparo é a palavra de ordem que se impõe no momento. Continue estu-


dando, pois o mercado de trabalho atual exige profissionais capacitados e
atualizados.

Aula 2 - Tipos de Organizações mais conhecidos na Administração 31 Rede e-Tec Brasil


Aula 3 – Processo Administrativo e

Funções Administrativas

Objetivos:

• Definir o que é o processo administrativo.

• Identificar a principais funções administrativas.

• Distinguir a relação entre o processo administrativo e suas fun-


ções.

Nessa aula, você está convidado a conhecer o que é o processo administra-


tivo e quais as principais funções do administrador.

Processo administrativo nada mais é que a união das funções administrati-


vas.

“Processo é qualquer fenômeno que apresente mudança contínua no tem-


po. Não é uma coisa estática, não tem começo, nem fim. É uma sequência
fixa de eventos.” (Chiavenato, 2003 p.12).

Então, podemos dizer que, como se trata de uma sequência fixa de eventos,
cada elemento do processo, que são as funções administrativas, afeta as
demais.

E quais são as funções administrativas?

Veja abaixo:

Aula 3 - Processo Administrativo e suas Relações com as Funções administrativas 33 Rede e-Tec Brasil
Essas são as funções que juntas formam o processo administrativo. Observe
agora as principais características de cada uma.

3.1 Planejamento
“Planejar é definir os objetivos e escolher antecipadamente o melhor curso
de ação para alcançá-los” (Chiavenato, 2003 p.13).

O processo de planejamento é a ferramenta para administrar as relações


com o futuro (Maximiano; 2006a). É uma ferramenta para analisar o am-
biente externo e interno, reafirmar a missão da organização, coletar dados e
transformá-los em informação, para definir os planos de ação.

3.1.1 Fases do planejamento


a) Estabelecer os objetivos – Ponto de partida do planejamento. Os objetivos
são as pretensões futuras, os resultados a serem atingidos. Eles podem ser
imediatos, acessíveis e imaginários.

b) Tomar decisões a respeito de ações futuras – Aqui, caro aluno/a, as deci-


sões de como alcançar os objetivos que foram traçados na etapa anterior se-
rão tomadas. A tomada de decisão deve ser embasada em uma experiência
passada, em uma pesquisa ou até em uma experimentação.

c) Elaboração de planos – Após estabelecer os objetivos, deve se decidir


quais as melhores maneiras de alcançar os objetivos, pois chegou a hora de
elaborar os planos. Os planos podem ser: em nível estratégico (alcançados
em longo prazo), nível tático (alcançados em médio prazo) ou planos ope-
racionais (são os planos para serem alcançados imediatamente ou em curto
prazo).

Vamos procurar entender agora o significado de organização.

3.2 Organização
“Organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e
os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles
e as atribuições de cada um deles.” (Chiavenato, 2003 p.14)

Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma


estrutura que facilite a realização dos planos.

Rede e-Tec Brasil 34 Fundamentos de Administração


Organizar é tomar decisões: como dividir o trabalho, atribuir responsabili-
dades a pessoas e estabelecer mecanismos de comunicação e coordenação.

Figura 1.7 – Principais etapas ou decisões do processo de organização


Fonte: Maximiano (2006a)

Observe a seguir a função Direção.

3.3 Direção
Essa é a terceira função administrativa. É a mais complexa delas por envol-
ver orientação, assistência à execução, comunicação, liderança e motivação.
Quem exerce essa função tem o papel de fazer acontecer, de fazer com que
os objetivos traçados sejam alcançados. Ela está mais ligada às pessoas, aos
relacionamentos interpessoais, a gerar ações cooperativas. Para ter sucesso
na função direcional, é preciso ter influência e autoridade sobre os direcio-
nados.

Assim, podemos dizer que dirigir é acionar e dinamizar a empresa. É coman-


dar esforços.

3.3.1 Níveis de direção


A direção se dá em níveis.

a) Direção em nível global: é a direção que abrange toda a organização.


Nesse caso, é o que chamamos de presidente da empresa;

b) Direção em nível departamental: é a direção de cada departamento da


empresa. É chamada de gerência. Exemplo: gerente comercial, gerente in-
dustrial etc.

Aula 3 - Processo Administrativo e suas Relações com as Funções administrativas 35 Rede e-Tec Brasil
c) Direção em nível operacional: é a direção que abrange cada grupo. É a
supervisão.

3.4 Controle
Essa é a quarta função do processo administrativo. A sua principal finalidade
é assegurar que os resultados dos objetivos traçados sejam alcançados.

Logo, podemos dizer que: “o controle consiste fundamentalmente em um


processo que guia a atividade exercida para um fim determinado”, (Chiave-
nato, 2003 p.15).

Resumo
Nesta aula, você viu que o processo administrativo é a junção das quatro
funções administrativas que são: o planejamento, a organização, o controle
e a direção.Teve ainda a oportunidade de aprender que o planejamento é
a base do processo administrativo. É através dele que se traçam os objetivos
da empresa. A organização utiliza as tarefas, as pessoas, os órgãos e os rela-
cionamentos para fazer com que os objetivos sejam alcançados. A direção
é a função administrativa mais complexa porque envolve o relacionamento
interpessoal. Como última função administrativa, temos o controle que as-
segura que os resultados sejam alcançados.

Atividades de Aprendizagem
01. Marque V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.

a) ( ) O processo administrativo é a junção das funções planejar e controlar.

b) ( ) O planejamento é a base do processo administrativo.

c) ( ) Os objetivos podem ser imediatos, acessíveis e imaginários

d) ( ) Os planos em nível tático são aqueles a serem alcançados a longo


prazo.

Rede e-Tec Brasil 36 Fundamentos de Administração


02. Pelo que foi visto, analise e descreva a diferença entre processo adminis-
trativo e funções administrativas.

03. Defina com suas palavras os níveis de direção que se pode ter em uma
empresa.

Caro/a estudante

Você está caminhando para a finalização desta disciplina.

Com a globalização, as mudanças acontecem de forma muito rápida e é pre-


ciso acompanhar esses novos tempos que exigem um “novo tipo de traba-
lhador”, não só especializado, mas também atualizado, como já afirmamos
anteriormente. Assim, na próxima e última aula, abordaremos as principais
tendências administrativas, que, nos dias atuais, se impõem no novo merca-
do de trabalho.

Realize as atividades de aprendizagem, volte ao texto se tiver alguma dúvida


e continue os estudos com dedicação e disciplina.

Aula 3 - Processo Administrativo e suas Relações com as Funções administrativas 37 Rede e-Tec Brasil
Aula 4 – Administração e suas

Objetivo:

• Reconhecer as principais tendências administrativas e suas ca-


racterísticas.

Nessa aula, iremos conhecer algumas de uma infinidade de tendências que


estão surgindo no mundo empresarial. Muitas delas têm grande importância
na sobrevivência das empresas nesse novo mercado. O mercado em constan-
te evolução, com a mudança de foco saindo dos processos para enfatizar os
clientes e a necessidade de qualidade não somente nos produtos, mas nos
serviços fizeram com que a administração tomasse novos caminhos.

4.1 As novas tendências


A seguir, apresentaremos mais detalhadamente quais são as principais ten-
dências da administração bem como as características principais de cada
uma delas: ética na empresa, responsabilidade social, APO, reenge-
nharia, foco no cliente e benchmarking, aprendizagem organizacio-
nal e Balanced Scorecard (BCS).

4.1.1 Ética na empresa


Para sobreviver no mercado, a empresa tem que trabalhar com ética, ou
seja, o público tem que ter uma boa imagem da marca, a ponto de se sentir
motivado a comprar seus produtos ou serviços.

Segundo Moreira (1999), ética empresarial é o comportamento da empresa


em conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder que
são aceitas pela coletividade.

Para Maximiano (2006a), a ética é a disciplina ou campo do conhecimento


que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organi-
zações.

Cada sociedade ou organização estabelece os preceitos e normas nos quais

Aula 4 - Administração e suas Tendências 39 Rede e-Tec Brasil


se enquadra o comportamento ideal, ou seja, aquele que é aprovado por es-
tar de acordo com tais normas. A reprovação se dá quando as atitudes dife-
rem ou destoam dos princípios éticos e morais de um grupo social. Segundo
Maximiano (2006a), o comportamento ideal é definido por meio de um
código de conduta, ou código de ética, implícito ou explícito.

A ética nos negócios e na administração reflete os costumes, atos e deci-


sões que os administradores tomam para gerenciar suas organizações. Estas
criam seus próprios problemas que esbarram no dilema ético e, nesse sen-
tido, necessitam de seus códigos de conduta ética, a fim de guiar as ações
e comportamentos de seus profissionais. Naturalmente, a ética e moral vão
influenciar na rotina de trabalho de um indivíduo.

Fique atento (a) para perceber a importância da ética na administração.

4.1.1.1 Ética na administração


A dimensão da ética na administração abrange diversos níveis, desde a re-
lação com os funcionários até a relação com a sociedade. E, em cada cate-
goria, questionamentos éticos são levantados a respeito das decisões em-
presariais, como a demissão em massa provocada pela automatização de
processos ou a influência de um empresário na administração pública para
obter vantagens e benefícios.

A ética na administração, segundo Megginson et al (1998), refere-se aos


padrões usados para julgar o que é certo ou errado no comportamento dos
administradores em relação aos outros.

Stoner apud Maximiano (2006) classifica a abrangência da ética na adminis-


tração em quatro categorias: nível social da ética, nível do stakeholder; ética
na administração e políticas internas e ética no nível individual.

• Nível social da ética: as questões levantadas nesse nível abrangem


temas como a diferença significativa de salários de dirigentes e operários (é
justo o executivo ganhar o equivalente a dezenas de salários do operário?);
o patrocínio de campanhas políticas pelas empresas (será que os empresários
devem interferir na escolha de dirigentes eletivos e públicos?).

• Nível do stakeholder: constitui a parte interessada na organização,


como os acionistas, clientes, fornecedores, funcionários, comunidades. E
questionamentos éticos são feitos, como: quais a obrigações da empresa em

Rede e-Tec Brasil 40 Fundamentos de Administração


informar o cliente sobre os riscos de um produto? Quais são os impactos na
comunidade, caso seja desativada a unidade?

• Ética na administração e políticas internas: este nível focaliza espe-


cialmente as relações da empresa com seus empregados, como, por exem-
plo, a questão da participação dos funcionários nas decisões que afetam a
empresa e a sua permanência no cargo.

• Ética em nível individual: as questões éticas, nesse caso, refletem a


maneira como as pessoas devem tratar-se umas às outras, como por exem-
plo, as obrigações e direitos que as pessoas têm como seres humanos e
trabalhadores

Então, como se deve proceder para ter ética empresarial?

a) Não enganar os clientes (propaganda enganosa).

b) Ser justo com os colaboradores – salário, benefícios, instalações e equipa-


mentos em boas condições de uso.

c) Não ter lucros abusivos.

d) Cumprir as promessas feitas para os clientes (por exemplo: cobrimos qual-


quer oferta).

O próximo fator que abordaremos é o da responsabilidade social

4.1.2 Responsabilidade social


A responsabilidade social é outro fator que tem influenciado a sobrevivência
das empresas no mercado moderno. A preocupação com o meio ambiente,
com o auxílio a entidades filantrópicas e com a poluição tem contribuído
para influenciar a escolha dos clientes no momento da compra.

Garcia (2004 p.83) afirma que, “responsabilidade social é o conjunto de


ações estabelecidas por empresas em relação à sociedade que transitam na
esfera direta de sua atividade econômica”.

As organizações têm restrições quanto às decisões e comportamentos. Elas


devem prestar contas aos funcionários, ao governo, a sociedade, aos acio-
nistas, aos fornecedores ou a outros públicos de interesse. A evolução do

Aula 4 - Administração e suas Tendências 41 Rede e-Tec Brasil


mercado e da competitividade fez com que as empresas passassem a olhar
para fora e a não mais se fecharem, preocupando-se apenas com o seu ne-
gócio e lucratividade.

Problemas como desemprego, corrupção, poluição e desmatamento, quali-


dade de vida e índice de desenvolvimento humano vêm despertando a dis-
cussão da ética e da responsabilidade social das empresas. Como muitos
problemas sociais não são solucionados pelo estado, as empresas vêm incor-
porando, em seus planejamentos estratégicos e balanços contábeis, ações
voltadas para o bem-estar social, como cultura, educação e saúde.

Como a organização está inserida em uma sociedade, da qual retira os recur-


sos necessários para o seu funcionamento, como a matéria-prima, a ener-
gia e até os colaboradores, ela passa a ter responsabilidade em relação ao
seu entorno e aos elementos do ambiente. A partir dessa constatação, foi
cunhado o termo responsabilidade social. Essa ideia pode ser respaldada
tanto por Chiavenatto (2006) quanto por Megginson et al (1998). Eles tra-
tam desse tema como sendo, de certa forma, uma obrigação da organização
que deseja melhorar o bem-estar da sociedade com adoção de ações e dire-
trizes, na mesma medida que precisa continuar voltada aos seus interesses.

Na verdade, a responsabilidade social se refere às interações da empresa


com os funcionários, clientes, acionistas, fornecedores, governo, meio am-
biente e comunidade.

Devemos lembrar ainda que a responsabilidade social não pode ser vista
somente como uma ajuda, mas como uma mudança de atitude da empre-
sa em relação à comunidade, criando ações que beneficiem a todos cons-
tantemente. Uma empresa, por exemplo, que precisa de madeira, para ser
socialmente responsável, deverá ter como ação cotidiana o reflorestamento
constante.

Vamos tratar agora da administração por objetivos

4.1.3 Administração por Objetivos - A P O


Podemos perceber que, com a evolução da administração, o foco nos pro-
cessos e na divisão de tarefas está sendo transferido para os objetivos e os
resultados a serem alcançados.
Hoje, as atividades e os processos são descritos e planejados previamente
para que seja fácil desenvolvê-los e alcançar resultados uniformes e de qua-
lidade.

Rede e-Tec Brasil 42 Fundamentos de Administração


Daí surge a APO. Mas o que é APO? APO é justamente a Administração por
Objetivos. Esse tipo de administração surgiu na década de 50, com Peter
Drucker e pode ser usado em qualquer organização, com ou sem fins lucra-
tivos, bastando que essa tenha um planejamento definido e saiba qual é o
seu negócio, onde está atuando e aonde pretende chegar.

Figura 1.8 - Fonte: Ilustrador

As empresas que trabalham com esse tipo de administração são as mais


interessantes do ponto de vista do trabalhador, pois os seus objetivos são
definidos com foco tanto na empresa quanto no crescimento e satisfação do
colaborador. Acreditam que, se os trabalhadores estiverem felizes e motiva-
dos, os resultados serão alcançados mais facilmente.

Principais características da APO:

Segundo Chiavenato (2003 p.222), as principais características da Adminis-


tração por Objetivos são:

a) estabelecimento de objetivos para a empresa, para o executivo e para


cada departamento;

b) elaboração de planos táticos e operacionais;

c) avaliação contínua dos processos;

Aula 4 - Administração e suas Tendências 43 Rede e-Tec Brasil


d) participação da alta direção.

Erros que não podem acontecer em APO:

a) não haver participação da alta gerência;

b) fixar objetivos somente quantificáveis (valores);

c) simplificar os procedimentos;

d) achar que APO resolve todos os problemas;

e) aplicar APO somente em uma parte da empresa.

4.1.4 Reengenharia
Você já ouvir falar sobre esse termo? A reengenharia é uma tendência da
administração bastante complexa. Ela consiste em eliminar os processos exis-
tentes e criar novos processos focalizando o cliente, o desenvolvimento de
novos produtos e a redução de custos. É um processo que, até a sua implan-
tação, gera custos, exige mão de obra qualificada e treinada.

Hammer (1994 p.65) afirma que “fazer reengenharia em uma empresa sig-
nifica abandonar os velhos sistemas e começar de novo. Envolve o retorno
ao princípio e a invenção de uma forma melhor de se trabalhar”.

Conheça mais uma tendência da administração.

4.1.5 Foco no cliente


Uma das principais tendências da administração é a mudança de foco nos
processos para o foco no cliente. Clientes: são aquelas pessoas que poderão
utilizar os nossos produtos futuramente.

Esse foco no cliente consiste em satisfazer os clientes gerando um marketing


boca a boca positivo. Essa satisfação começa na propaganda do produto,
passando pelo atendimento das necessidades e finalizando com um pós-
-venda que inclui também assistência técnica.

Observe do que se trata Benchmarking

Rede e-Tec Brasil 44 Fundamentos de Administração


4.1.6 Benchmarking
Caro/a estudante, o conceito de benchmarking é bem simples. Consiste em
se comparar com os concorrentes para produzir produtos ou serviços su-
periores. É um processo diário e contínuo que deve ser analisado minucio-
samente, que introduz novos conceitos de avaliação e que, acima de
tudo, identifica áreas que devem ser melhoradas.

A Aprendizagem Organizacional também se constitui numa tendência da


administração

4.1.7. Aprendizagem organizacional


No século XXI, o conhecimento é matéria-prima da competência. E esta pos-
sibilita aprender que, por sua vez, transforma-se em novos conhecimentos.
E, assim, o ciclo virtuoso se estabelece, gerando fatores positivos na gestão.

4.1.7.1 Gestão do conhecimento


a) Origem e Conceito

Nos anos 90, a abordagem baseada no conhecimento ganha destaque no


mundo dos negócios em função dos acontecimentos mundiais como a glo-
balização, o neoliberalismo e as mudanças de comportamento das pessoas
como cidadãos e consumidores de produtos. Para Oliveira Jr. (2001), a fun-
ção central da empresa é administrar esse ativo – conhecimento – de forma
a otimizar o desempenho organizacional. Por exemplo, conhecer o cliente
possibilita lançar produtos bem-sucedidos, que atendem às necessidades do
usuário. E a empresa deve continuar analisando o comportamento do seu
mercado-alvo para aprender como lidar com ele.

Para Sanches e Heene (1997) apud Oliveira Jr. (2001), conhecimento or-
ganizacional é definido como “o conjunto compartilhado de crenças sobre
relações causais mantidas por indivíduos dentro de um grupo”.

Importante ressaltar que o conhecimento não vem pronto, não é absoluto


nem determinístico. Ele se caracteriza pela dinamicidade e flexibilidade, e
depende de diversos fatores e causas, como a mente das pessoas, a estrutu-
ra organizacional, da cultura, as políticas de recursos humanos, a tecnolo-
gia, dentre outros.

Aula 4 - Administração e suas Tendências 45 Rede e-Tec Brasil


b) Componentes do conhecimento

De acordo com Lacombe e Heilborn (2003, p. 492),

o primeiro ponto para implementar uma gestão de conheci-


mento é definir os critérios para escolher que tipo de conheci-
mento a empresa planeja obter e qual a forma de consegui-lo
e distribui-lo. Além disso, uma parte considerável do conhe-
cimento da organização é tácito, isto é, não foi articulado ou
tornado explicito, ou não está ainda em nível verbal.

Continuando com a argumentação desses autores (2003, p. 492), podemos


dizer que:
o conhecimento explícito pode ser expresso sob a forma de
número e palavras e o conhecimento tácito é algo dificilmente
visível e exprimível. Para que o conhecimento tácito ser comu-
nicado e compartilhado dentro da organização, terá que ser
convertido em palavras ou números que qualquer um possa
compreender. É exatamente nessa conversão – de tácito em
explícito e novamente em tácito – que o conhecimento orga-
nizacional é criado.

A seguir, apresentaremos a última tendência da administração anunciada no


início desta aula.

4.1.8. Balanced Scorecard (BSC)


Conheça a origem e o conceito de BSC

a) Origem e conceito do BSC

Em 1992, Kaplan e Norton desenvolveram o Balanced Scorecard, uma ferra-


menta dinâmica de gestão, que evolui continuamente de forma a incorporar
a aprendizagem e os novos conhecimentos decorrentes de sua implemen-
tação em diversas empresas espalhadas pelo mundo e das pesquisas reali-
zadas.

As mudanças causadas pelo fenômeno da globalização, o surgimento da


internet, a desregulamentação, as fusões, as redes de negócios e a concor-
rência influenciaram diretamente no planejamento estratégico das organiza-

Rede e-Tec Brasil 46 Fundamentos de Administração


ções que tiveram que se adaptar e aprender a lidar com o ambiente externo.
Saúde financeira deixou de ser a única variável de garantia e sustentabilida-
de; outros fatores como os clientes e os colaboradores passaram a incorpo-
rar o pensamento estratégico nas empresas.

Segundo Kaplan & Norton apud Herrero Filho (2005), o BSC deve contar a
história da estratégia, começando pelos objetivos financeiros de longo prazo
e relacionando-os depois à sequência de ações que precisam ser tomadas
em relação aos processos financeiros, dos clientes, dos processos internos
e, por fim, dos funcionários e sistemas, a fim de que, em longo prazo, seja
produzido o desempenho desejado.

O BSC é uma tentativa de incluir mensurações sobre ativos intangíveis, além


dos tangíveis tradicionalmente utilizados. Em outras palavras, busca cons-
truir novos modelos para envolver os bens intangíveis, como a marca, que
impulsionam o valor nas organizações e que se refletem positivamente no
mercado. Além da mensuração e implementação, esta ferramenta visa a
desenvolver um modelo de gestão estratégica integrada, caracterizada pelo
pensamento sistêmico nas organizações.

O BSC apresenta uma perspectiva de valor.

b) Perspectivas de valor do BSC

O BSC é uma ferramenta de administração focada no equilíbrio organizacio-


nal e se baseia em quatro perspectivas, a saber: financeira, cliente, proces-
so interno e aprendizagem. (KAPLAN & NORTON apud CHIAVENATTO,
2006; HERRERO FILHO; 2005).

A atuação das empresas é dirigida com atenção às suas perspectivas. Verifi-


que abaixo quais são elas:

4.2 Perspectiva financeira


A perspectiva financeira, segundo Herrero Filho (2005), indica se a estraté-
gia de uma empresa e sua implementação estão gerando valor econômico
agregado para os acionistas de demais stakeholders.

Para Chiavenatto (2006), envolve indicadores. Medidas financeiras e con-


tábeis permitem avaliar o comportamento da organização diante de itens

Aula 4 - Administração e suas Tendências 47 Rede e-Tec Brasil


como lucratividade, retorno sobre investimento, valor agregado ao patrimô-
nio e outros que a organização adote como relevantes para seu negócio.

Exemplo de perspectiva financeira:

▪ Aumentar o volume de vendas para os clientes A (objetivo);


▪ Razão entre as vendas totais e as vendas para os clientes A (medida);
▪ Aumentar em 15% as vendas para os clientes A até o final de 2007(me-
tas);
▪ Conhecer profundamente as necessidades e desejos desses clientes, a fim
de desenvolver estratégias adequadas e de valor (iniciativas).

Exemplos de objetivos estratégicos na perspectiva financeira:

▪ Retorno sobre o investimento;


▪ Crescimento e mix de receita;
▪ Redução de custos;
▪ Utilização de ativos;
▪ Otimização da alocação de capital;
▪ Melhoria da produtividade, dentre outros.

O foco é aumentar o faturamento da empresa e gerar valor econômico para


os acionistas, ao mesmo em tempo em que atende ao mercado consumi-
dor.

4.3 Perspectiva do cliente


Segundo Herrero Filho (2005), a perspectiva do cliente avalia se a proposição
de valor para os segmentos-alvo de clientes está sendo concretizada.

Para Chiavenatto (2006), a perspectiva do cliente inclui indicadores e


medidas como satisfação do cliente, participação no mercado, aquisição e
retenção de clientes, bem como valor agregado aos produtos/serviços, po-
sicionamento no mercado, nível de serviços agregados à comunidade, etc.

Por exemplo, marcas como Coca-Cola e Kibon são tão valorizadas pelos
consumidores, que estes passam a ser considerados proprietários ou “do-
nos” dessas marcas.

Exemplo de perspectiva do cliente e do mercado:

Rede e-Tec Brasil 48 Fundamentos de Administração


▪ Atrair, conquistar e manter novos clientes (objetivo);
▪ Número de novos clientes conquistados nos segmentos durante o período
(medida);
▪ Conquistar novos clientes na proporção de 15% em cada segmento até
o final de 2007 (metas);
▪ Lançar novos produtos; modificar o design e embalagem de alguns produ-
tos; implementar o CRM – relacionamento com o cliente (iniciativas).

Exemplos de objetivos estratégicos na perspectiva do cliente:

▪ Aumentar a receita por cliente;


▪ Elevar o reconhecimento da marca;
▪ Construir fidelidade e lealdade dos clientes;
▪ Melhorar a disponibilidade dos produtos nos membros de canais – atacado
e varejo;
▪ Inovar os produtos;
▪ Agregar valores como serviços de entrega, atendimento e relacionamen-
to.

4.4 Perspectiva dos processos internos


Para Herrero Filho (2005), a perspectiva dos processos internos indica
que processos internos são críticos para a geração de valor percebido pelo
cliente e para aumentar a riqueza do acionista.

Inclui, segundo Chiavenatto (2006), indicadores que garantem a qualidade


intrínseca aos produtos e processos, inovação, criatividade, capacidade de
produção, logística e otimização dos fluxos, assim como a qualidade das
informações, da comunicação interna e das interfaces.

Exemplo de perspectiva dos processos internos:

▪ Reduzir o lead time ou tempo para atendimento do pedido do cliente (ob-


jetivo);
▪ Controle da data de tiragem do pedido e da data de entrega do produto
(medida);
▪ Reduzir o lead time em cinco dias (metas);
▪ Introduzir ferramentas de qualidade e gestão como o just in time, o ciclo
PDA e o SCM (Supply Chain Management) (iniciativas).

Aula 4 - Administração e suas Tendências 49 Rede e-Tec Brasil


Exemplos de objetivos estratégicos na perspectiva do cliente:

▪ Projetar novamente a cadeia de fornecimento da produção;


▪ Impacto ambiental do uso do produto e dos resíduos de produção;
▪ Integração da cadeia de valor;
▪ Melhoria dos serviços aos clientes;
▪ Tempo para o desenvolvimento de novos produtos;
▪ Otimização dos consultores de vendas e representantes comerciais.

4.5 Perspectiva da aprendizagem/crescimento


organizacional
Para Herrero Filho (2005), a perspectiva de aprendizado e crescimento
indica qual é o valor do empregado em razão de sua capacidade de apren-
der, criar e compartilhar conhecimentos e como suas competências contri-
buem para a geração de valor de forma integrada, em todas as perspectivas
do Balanced Scorecard.

Chiavenatto (2006) considera as pessoas pelas capacidades, competências,


motivação, empowerment, alinhamento e estrutura organizacional, em ter-
mos de investimentos no seu futuro. Essa perspectiva garante a solidez e
constitui o valor fundamental para as organizações de futuro.

Exemplo de perspectiva da aprendizagem e do conhecimento:

▪ Desenvolver competências estratégicas em inovação (objetivo);


▪ Razão entre as inovações desenvolvidas e a competência dos resultados
(medida);
▪ Alcançar pelo menos 90% de aprovação (metas);
▪ Realizar parceria com consultorias de pesquisa e desenvolvimento (iniciati-
vas).

Exemplos de objetivos estratégicos na perspectiva do cliente:

▪ Satisfação dos colaboradores;


▪ Novas patentes e marcas registradas;
▪ Trabalho em equipe;
▪ Instalação e domínio de sistemas integrados de gestão (módulos do ERP);
▪ Liderança na introdução de novos produtos;
▪ Despesas de P&D em relação ao faturamento.

Rede e-Tec Brasil 50 Fundamentos de Administração


Resumo
Essa aula trouxe informações sobre algumas tendências da Administração,
lembrando que existem várias outras e que irão surgir novas, pois a Admi-
nistração é uma ciência em constante mudança. Demonstramos que a ética
na empresa é necessária para criar uma boa imagem no mercado como
também a Ética na Administração. A dimensão da ética na administração
abrange diversos níveis, desde a relação com os funcionários até a relação
com a sociedade que engendrou com a Responsabilidade social como
um fator que tem influenciado a sobrevivência das empresas no mercado
moderno. Apresentou a Administração por Objetivos (APO) que tem por
foco os objetivos e os resultados a serem alcançados. A reengenharia
também é uma tendência, porém mais complexa, pois se trata de começar
tudo de novo, deixando para trás os velhos processos. Nesta aula foi possível
também constatar que o benchmarking, através de um processo contínuo,
analisa e identifica áreas que necessitam de melhoria bem como, a aprendi-
zagem organizacional, pela qual o conhecimento é matéria-prima da com-
petência. E, finalmente, expusemos informações sobre o Balanced Scorecard
(BSC) que, a despeito das mudanças causadas pelo fenômeno da globali-
zação, o surgimento da internet, a desregulamentação, as fusões, as redes
de negócios e a concorrência influenciaram diretamente no planejamento
estratégico das organizações, que tiveram que se adaptar e aprender a lidar
com o ambiente externo. Saúde financeira deixou de ser a única variável de
garantia e sustentabilidade; outros fatores como os clientes e os colaborado-
res passaram a incorporar o pensamento estratégico nas empresas.

Atividades de Aprendizagem
01. Marque V para as alternativas para verdadeiras e F para as alternativas
falsas:

( ) A APO surgiu na década de 30 com Henry Fayol.

( ) Um dos principais pontos da APO é definir seu negócio.

( ) A APO pode ser aplicada somente em organizações com fins lucrativos.

( ) Não é necessário a participação da alta administração para o sucesso da


APO.

Aula 4 - Administração e suas Tendências 51 Rede e-Tec Brasil


2. De acordo com o discutido e sua experiência, qual é o papel da Ética e da
Responsabilidade social na empresa?

3. De acordo com o exposto, apresente qual é a diferença entre a Reenge-


nharia e Benchmarking.

4. De acordo com o texto e suas experiências, apresente qual é a diferença


entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito?

5. De acordo com o conceito do BSC, qual perspectiva contempla as pessoas


na organização? Por quê?

Rede e-Tec Brasil 52 Fundamentos de Administração


Palavras Finais

Caro/a estudante:

Chegamos ao final desta disciplina. Esperamos que você tenha assimilado,


com sucesso, as informações que foram repassadas nesta disciplina. Você
pode e deve acessar outros elementos que possam contribuir para sua for-
mação na área em que você está se capacitando. O conhecimento é algo
que precisa ser realimentado constantemente e o processo de aprendizagem
nunca termina. Portanto, não interrompa seus estudos e continue preparan-
do-se para ser um profissional de qualidade.

53 Rede e-Tec Brasil


Guia de Soluções

Aula 1
Questão 01 – As três teorias mais influentes do mundo administrativo
são a Administração Científica de Frederic Taylor, com ênfase nas tare-
fas e na divisão do trabalho; a Teoria Clássica com ênfase na estrutura
(foi a teoria que originou as funções administrativas) e a Teoria das Re-
lações Humanas, de Elton Mayo, com ênfase nas pessoas.

Questão 02 – Administrar é fazer coisas através de pessoas.

Questão 03 – (F) (V) (V) (V)

Aula 2
Questão 01 - (4) (3) (1) (2)

Questão 02 - Organização linear - cada subordinado presta contas a um


superior.
Organização Funcional - enfatiza a especialização das funções.
Organização Linha Staff – é a junção da organização linear com a organiza-
ção funcional.

Questão 03 - (F) (F) (F)

Aula 3
Questão 01 - (F) (V) (V) (F)

Questão 02 - Processo administrativo é a soma de todas as funções admi-


nistrativas. Uma função interfere nas demais. Já quando falamos em função
administrativa, é cada função vista isoladamente (planejamento, organiza-
ção, controle e direção).

Questão 03 - Direção em nível global – referente a toda a organização; di-


reção em nível departamental – referente a cada departamento; direção em
nível operacional – referente a cada grupo.

Rede e-Tec Brasil 54


Aula 4
Questão 1 - (F) (V) (F) (F)

Questão 2 - A evolução do mercado e da competitividade fez com que as


empresas passassem a olhar para fora e a não mais se fecharem, preocu-
pando-se apenas com o seu negócio e lucratividade. Problemas como de-
semprego, corrupção, poluição e desmatamento, qualidade de vida e índice
de desenvolvimento humano vêm despertando a discussão da ética e da
responsabilidade social das empresas.

Questão 3 - Reengenharia foca os processos internos. Benchmarking, os pro-


cessos externos. Ou seja, a Reengenharia consiste em eliminar os processos
existentes e criar novos processos focalizando o cliente, o desenvolvimento
de novos produtos e a redução de custos. Benchmarking consiste em se
comparar com os concorrentes para produzir produtos ou serviços superio-
res.

Questão 4 - O conhecimento tácito não está no nível verbal, ou seja, esta na


mente das pessoas. Já o explicito está nível verbal, ou seja, o administrador
apresenta sob a forma de números e palavras. O aluno poderá responder
que o tácito refere-se às experiências de uma pessoa, bem como suas emo-
ções e valores. Já o explicito poderá ser processado por um computador,
transmitido eletronicamente ou armazenado em banco de dados.

Questão 5 - Perspectiva da Aprendizagem/Crescimento Organizacional. Esse


indicador apresenta qual é o valor do empregado em razão de sua capaci-
dade de aprender, criar e compartilhar conhecimentos e como suas compe-
tências contribuem para a geração de valor de forma integrada, em todas as
perspectivas do BSC.

55 Rede e-Tec Brasil


Referências
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da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

CHIAVENATO, I. Introdução a Teoria Geral da Administração: uma visão


abrangente da moderna administração das organizações. 7 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.

CURY, Antonio. Organização e métodos: uma organização holística.7.ed.


São Paulo:Atlas, 2000.

CARAVANTES et al, G. R. Administração: teorias e processos. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 1998.

CHUCK, Williams. Adm. São Paulo, 2010, editora Cengage Learning.

FLEURY, M.T.L; OLIVEIRA JR., M.M. (org). Gestão Estratégica do


Conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências.
São Paulo: Atlas, 2001.

HERRERO FILHO, E. Balanced Scorecard e a Gestão Estratégica: uma


abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

LACOMBE, F.J; HEILBORN, G.L.J. Administração: princípios e tendências.


São Paulo: Saraiva 2003.

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: da revolução


urbana a revolução digital – 4ª ed., São Paulo, Atlas, 2006a.

MEGGINSON et al. Administração: conceitos e aplicações. 4 ed. São Paulo:


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MEIRELLES, Manuel. Teorias da Administração: Clássicas e modernas.


São Paulo: Futura, 2003.

MICHAEL, Hammer; JAMES, Champy. Reengenharia: O caminho para a


mudança. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

MOREIRA, Joaquim Magalhães. A ética empresarial no Brasil. São Paulo:


Pioneira, 1999.

Rede e-Tec Brasil 56


Currículo da Professora-autora

Meu nome é Marcia Lima Rodrigues, sou


formada em Administração de Empresas pela
Universidade Estadual de Goiás (UEG). Con-
cluí o curso, em 2002 e fiz MBA em Marke-
ting, em 2003, pela a Faculdade Alves Faria
(ALFA – GO).

Já trabalhei em várias empresas na área admi-


nistrativa, financeira, atendimento e logística.
Também fui professora de cursos profissionalizantes no Centro de Educação
Profissional de Anápolis – Goiás (CEPA).

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