Você está na página 1de 59

SÔNIA MARIA DE JESUS| BID0588

DIVERSIDADE DE CRIPSTÓGAMOS – BOTÂNICA I


UNIDADE 2 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer a diversidade morfológica dos organismos conhecidos
INTRODUÇÃO como fungos;
AO REINO • desenvolver uma apreciação e compreensão da diversidade de
organismos do Reino Fungi;
FUNGI • caracterizar morfologicamente os diferentes grupos de fungos;
PLANO DE ESTUDOS • nomear as principais estruturas presentes nos organismos dentro
de cada grupo;
 TÓPICO 1 – O REINO DOS • reconhecer como os fungos são estruturados, como eles diferem
FUNGOS um dos outros e como eles impactam o ambiente;
 TÓPICO 2 – • conhecer a diversidade morfológica dos organismos conhecidos
CLASSIFICAÇÃO DOS como algas;
FUNGOS • caracterizar morfologicamente os diferentes grupos de algas;
 TÓPICO 3 – AS ALGAS • diferenciar as estruturas dos organismos dentro de cada divisão
das algas;
• identificar os modos de reprodução existentes dentro de cada
divisão de algas.
TÓPICO 1 – O REINO DOS FUNGOS
• O Reino Fungi (hoje chamado Eumycota) inclui organismos
muito diversificados e, em muitos casos, pouco
relacionados.
• O grupo dos fungos compreende os seguintes filos ou
divisões:
Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e
Glomeromycota.
• Outros organismos, também conhecidos popularmente por
fungos, como os representados pelos filos
Oomycota, Hyphochytridiomycota, Labyrinthulomycota,
Myxomycota, Plasmodiophoromycota, Dictyosteliomycota e
Acrasiomycota
• Eles estão incluídos no Reino Protoctista (antes chamado
Protista) e Chromista (atualmente denominado
Stramenopila). Já a divisão Chytridiomycota (quitrídios ou
quitridiomicetos) foi incluída no Reino Fungi recentemente.
Antes, estes organismos eram agrupados no reino Protista,
em virtude de evidências obtidas, por exemplo, da
comparação de proteínas e do sequenciamento de ácidos
nucleicos.
• De maneira geral, os fungos apresentam algumas
características comuns às plantas e outras aos
animais, o que gerou muitas discussões e tornou
sua posição polêmica entre os seres vivos
durante um longo período.
• Os fungos são organismos eucariontes;
aclorofilados; não possuem tecidos verdadeiros;
geralmente, são terrestres, mas podemos
encontrar algumas poucas espécies aquáticas;
incluem organismos unicelulares (popularmente
tratados como leveduras) ou pluricelulares
(filamentos) e são heterotróficos por absorção de
nutrientes do meio onde vivem. Eles produzem e
liberam enzimas. Estas enzimas digerem a
matéria orgânica e conseguem, assim, absorver
os resultados dessa degradação. O principal
produto de estocagem de carboidratos dos
fungos é o glicogênio, assim como nos animais
(enquanto nas plantas é o amido).
Vejamos, agora, como alguns autores definem Fungo:
• Fungos são tipicamente filamentosos [...] os filamentos
individuais são delimitados por uma parede celular
contendo, na maioria dos casos, mas nem sempre,
quitina como o seu principal componente; crescem
apicalmente; se ramificam periodicamente [...]. Todos
os fungos são heterotróficos [...]. Fungos são
eucariontes [...]. Fungos se reproduzem por reprodução
sexual e assexual através de esporos (que não contêm
um embrião pré-formado) como seu produto final.
(DEACON, 1984, p. 38).
• Organismos eucarióticos, que produzem esporos,
aclorofilados, que geralmente se reproduzem
sexuadamente e assexuadamente, e cujas estruturas
somáticas, filamentosas e ramificadas, são delimitadas
por uma parede celular contendo quitina e/ou celulose,
juntamente com muitas outras moléculas orgânicas
complexas. (ALEXOPOULOS; MIMS, 1996, p.12).
• Os fungos pluricelulares, comumente, são constituídos
por filamentos microscópicos, tubulares e ramificados.
Estes filamentos são designados hifas (do grego hypha,
rede), cujo crescimento ocorre apenas nas
extremidades (crescimento apical). O conjunto das hifas
que constituem o corpo de um fungo é denominado
micélio.
• As hifas, assim como as células das plantas, apresentam
parede celular. Entretanto, a parede celular das hifas é
constituída basicamente por umpolissacarídeo
chamado de quitina. Enquanto que a parede celular
primária das plantas é formada, principalmente, por
celulose, e a parede celular secundária, por lignina.
• Cada célula da hifa pode apresentar mais de um núcleo
e podem estar ou não separadas por septos. Hifas sem
septos são denominadas de cenocíticas. A função
desses septos está relacionada ao suporte,
compartimentalização e controle do tráfego de
organelas.
• Os septos podem possuir poros simples, como se observa na Divisão Ascomycota; ou poros
doliporos (poro com espessamento nas bordas), como os que são encontrados na Divisão
Basidiomycota (ambos serão vistos com mais detalhes posteriormente). A rede de hifas que
forma o micélio pode crescer indefinidamente, enquanto as condições forem favoráveis e os
nutrientes estiverem disponíveis.
• O micélio distribui-se dentro do substrato, de onde emerge e forma o corpo de frutificação
(micélio reprodutivo), que produz os elementos de reprodução (esporos). Em certas
espécies de fungos, o micélio pode atingir muitos metros de diâmetro sob a superfície do
substrato.
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
• Envolve apenas mitose – tipo de reprodução importante para a
multiplicação e dispersão.
a) Fragmentação ou segmentação: tipo de reprodução vegetativa.
Nesse processo, pedaços do micélio de um fungo separam-se e
cada um deles origina novos indivíduos.
b) Brotamento ou gemação: as células formam brotos ou gemas
que crescem e se separam do genitor. É uma forma de multiplicação
vegetativa comum nas leveduras
c) Esporulação: processo em que os fungos se reproduzem por meio de esporos mitóticos.
Os esporos são células dotadas de paredes resistentes que, ao germinar, produzem hifas.
Atenção: esses esporos podem ser mitóticos (também chamados esporos assexuados,
originados através de mitose) ou meióticos (também chamados esporos sexuados, pois são
originados através de uma divisão meiótica).
Os esporos podem ser móveis ou imóveis, sendo denominados de zoósporos (Figura 15A) ou
aplanósporos (Figura 15B-C), respectivamente. Os fungos com zoósporos dependem de
líquidos e são encontrados em ambiente aquático ou são parasitas de plantas, são exclusivos
da divisão Chytridiomycota. Já os fungos com aplanósporos são observados em ambiente
terrestre e podem ser produzidos no interior de esporângios (denominados endósporos) ou
não (exósporos).
REPRODUÇÃO SEXUADA
• Resultado da plasmogamia, cariogamia e meiose – tipo de
reprodução importante para a variabilidade genética e que resulta
na formação de esporos derivados de meiose. A reprodução sexuada
envolve condições baseadas na morfologia e dimensões dos
gametas.
• Os gametângios femininos e masculinos
(estruturas que produzem gametas) podem
estar presentes no mesmo indivíduo ou em
indivíduos diferentes. Quando ambos os sexos
estão presentes no mesmo indivíduo, os
gametas femininos e masculinos podem ou
não ser compatíveis. Assim, denominados de
heterotálicos os indivíduos que possuem os
sexos separados ou se possuírem ambos os
sexos, esses sejam autoincompatíveis. Os
indivíduos que apresentam os dois sexos e
esses são autocompatíveis são nomeados de
homotálicos.
• A reprodução sexuada resulta na formação de
esporos especializados, tais como: zigósporo
(presente apenas na divisão Zigomycota),
ascósporo (presente apenas na divisão
Ascomycota) e basiodiósporo (presente
apenas na divisão Basidiomycota).
• De maneira bem básica, podemos dizer que, nos ascomicetos, cada uma das
quatro células haploides originadas da meiose sofre outra divisão mitótica, dando
origem a oito células (haploides).
• Essas oito células correspondem a esporos sexuados, conhecidos por ascósporos,
por ser a estrutura onde se desenvolve denominado asco. Na maioria dos
ascomicetos, os ascos reúnem-se em corpos de frutificação chamados ascoma. Já
nos basidiomicetos, os esporos são conhecidos por basidiósporos, uma vez que a
estrutura na qual se desenvolvem é conhecida por basídio e está reunida na parte
inferior do chapéu dos corpos de frutificação chamados basidiomas.
• Na extremidade do basídio os quatro basidiósporos são liberados e podem
germinar, originando novos micélios se caírem em local adequado. Os
zigomicetos, embora produzam esporos assexuados, não desenvolvem corpos de
frutificação.

ASCOMICETOS ZIGOMICETOS BASIDIOMICETOS


IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS
• Você já parou para pensar em como os fungos são importantes? Eles são organismos muito
importantes para o equilíbrio do meio ambiente. Grande parte das espécies de fungos atua na
natureza como agentes decompositores
• Como já vimos, de acordo com sua nutrição, os fungos são considerados heterotróficos. Os
sapróbios degradam matéria orgânica morta, os necrotróficos produzem enzimas abundantes
para degradar e matar seu hospedeiro e os biotróficos (parasitas) absorvem os nutrientes de um
hospedeiro vivo.
• Juntamente com as bactérias decompositoras, as espécies de fungos sapróbios são responsáveis
pela degradação de matéria orgânica, garantindo a reciclagem de nutrientes. Por exemplo, os
fungos são componentes essenciaispara o ciclo do carbono. Embora esse aspecto seja positivo,
essa atividade decompositora pode ter aspectos negativos, pois os fungos são responsáveis pelo
apodrecimento de alimentos, madeiras, objetos de couro, provocando sérios prejuízos
econômicos. É interessante ressaltar que os fungos estão entre os poucos organismos que
podem quebrar a lignina.
• As espécies de fungos biotróficos atuam parasitando plantas e animais, inclusive o
homem, podendo causar infecções graves, como lesões profundas na pele e em órgãos
internos. Como exemplos de fungos que parasitam plantas economicamente
importantes temos a ferrugem (Figura A), que afeta principalmente cafeeiros.
• Cerca de 150 espécies são parasitas humanos, causando doenças conhecidas como
micose. A frieira ou pé-de-atleta (Figura B e C) é uma micose que forma lesões
descamativas e avermelhadas entre os dedos e unhas. Alguns fungos causam uma
doença conhecida popularmente por tínea ou tinha (Figura D) e causam lesões
circulares, principalmente na cabeça ou na pele. Outra doença comum, especialmente
em crianças, causada por fungos, é o sapinho (Figura E). Ele é causado por fungos do
gênero Candida, que provocam lesões esbranquiçadas e aderentes na mucosa oral.
Espécies desse mesmo gênero causam as candidíases vaginais.
• Além de causarem doenças, como histoplasmose causada pelo
fungo Histoplasma capsulatum, que parasita os pulmões, os
esporos de alguns fungos podem causar alergias.
• Há fungos especializados em capturar pequenos organismos,
especialmente nematódeos, se alimentando deles. Um mecanismo
relativamente simples de captura desses animais é observado no
fungo Pleurotus ostreatus, que cresce em madeira em
decomposição. Esse basidiomiceto produz hifas que liberam uma
substância que age anestesiando esses vermes. Em seguida, suas
hifas envolvem e penetram o corpo do nematódeo, absorvendo
nutrientes.
• Algumas espécies de fungo vivem em associações simbióticas com
outros organismos. Dentre os fungos mutualísticos existem os que
vivem associados a raízes de plantas ou a outros órgãos
subterrâneos, formando micorrizas (do grego mykes, fungo e rhiza,
raiz). Essa relação garante umaumento na capacidade reprodutiva
da planta, estabelecendo um elo entre o sistema geoquímico (solo)
e biológico (plantas). De modo geral, podemos dizerque os fungos
absorvem água do solo, degradam matéria orgânica e absorvemos
nutrientes liberados, transferindo-os em parte para a planta. A
planta, por usavez, cede ao fungo certos açúcares produzidos na
fotossíntese e aminoácidos de que ele necessita como alimento.
• Alguns fungos também são importantes para a
indústria de alimentos e bebidas. A utilização dos
processos fermentativos dos fungos permitiu a
expansão da indústria alimentícia. O fungo
Saccharomyces cerevisiae, por exemplo, constitui o
fermento biológico usado no preparo de pães,
biscoitos. Outras espécies desse mesmo gênero são
usadas na fabricação de vinho e cerveja.
• A indústria alimentícia usa fungos que conferem
sabor e aroma distintos a certos queijos, como o
tipo Roquefort (Penicillium roquefortii) e o tipo
Camembert (Penicillium camembertii). Outros
fungos utilizados pela indústria de alimentos são: o
Agaricus campestris, conhecido popularmente por
champignon; Truber, as trufas; Morchella esculenta;
Lentinula edodes, que são os fungos conhecidos por
shiitake; e Pleorotus, conhecido por shimeji.
TÓPICO 2 – CLASSFICAÇÃO DOS FUNGOS
• A classificação dos organismos dentro do Reino Fungi ainda é
um pouco controvérsia, podendo variar de pesquisador para
pesquisador. Um dos primeiros pesquisadores a separar os
fungos em um reino próprio foi Whittaker já no final do século
XX.
• Com o passar do tempo e o avanço dos estudos científicos,
principalmente moleculares e ultraestruturais, constatou-se
que existem representantes de fungos distribuídos em outros
reinos. Os fungos mais típicos, como, por exemplo, as
leveduras, os cogumelos, as orelhas-de-pau e os bolores,
foram agrupados no Reino Fungi, atual Eumycota. Porém,
representantes da Divisão Oomycota foram condicionados
junto à Stramenopila (antigos Chromista) e representantes da
divisão Myxomycota, junto aos Protoctistas. É bom sempre
lembrar que a sistemática de fungos pode sofrer alterações.
• Logo no princípio da evolução dos fungos,
duas linhas evolutivas teriam derivado.
Uma delas deu origem ao grupo
Chytridiomycota e a outra, aos outros três
grupos de fungos, o Zygomycota, o
Ascomycota e o Basidiomycota. Os
quitrídios são considerados os mais
primitivos.
• Há algumas evidências de que os fungos, e
também os animais, possivelmente
divergiram a partir de um ancestral protista
aquático. Isso sugere que o reino Eumicota
seja monofilético. A partir desse ancestral,
as características principais dos fungos que
surgiram são:
• A classificação que tem maior aceitabilidade se baseia
principalmente nos tipos de esporos formados durante os
ciclos de vida dos organismos.
• Como vimos, os ciclos de vida desses organismos são
divididos em duas etapas: a fase assexuada e outra sexuada. A
fase assexuada é caracterizada pela formação de esporos
mitóticos, enquanto que a sexuada é caracterizada pela
formação de esporos por meiose. Muitos fungos persistem na
fase assexuada por muito tempo. Entretanto, podem iniciar
sua fase sexuada a qualquer momento, desde que haja
estímulos em decorrência de alterações ambientais, por
exemplo.
• Alguns fungos não produzem esporos. Nos que produzem,
eles são imóveis, com exceção das quitrídias, e transportados
pelo vento. Os esporos são responsáveis pelas cores vivas e
textura pulverulenta que algumas espécies apresentam.
• A diferenciação entre zigomicetos, ascomicetos e
basidiomicetos se faz, sobretudo, com base no tipo de
estrutura que se forma na fase sexuada do ciclo de vida:
zigósporo, ascósporo e basidiósporo, respectivamente, e pela
presença da quitina e glicogênio como substâncias de reserva.
DIVISÃO CHYTRIDIOMYCOTA
• Os Chytridiomycota ou quitrídios compreendem cerca de 790 espécies (RAVEN et al. 2007,
p. 283). Grande parte são organismos unicelulares simples, não desenvolvendo micélio.
Esse grupo manteve duas condições de seus ancestrais, ou seja, são principalmente
aquáticos (enquanto a maioria dos fungos vive em ambiente terrestre), podendo ser
marinhas ou dulcícolas; e é o único grupo de fungos com células reprodutivas móveis
(zoósporos e gametas), a maioria contendo apenas um flagelo liso e posterior.
• Em relação a todo o reino, somente algumas quitrídias possuem, além de quitina, celulose
na composição da parede celular. Há espécies unicelulares, mas a grande parte das
quitrídias possui hifas cenocíticas, com poucos septos quando maduros.
• Muitas espécies são sapróbias, outras são parasitas de plantas e animais, causando
doenças como a mancha marrom do milho e a verrugose da alfafa. Outra
importância desse grupo está relacionada com a decomposição de materiais
orgânicos, incluindo quitina, queratina, celulose e hemicelulose.
• Dentro dos Chytridiomycota há uma variação tanto na forma como na natureza das
estruturas reprodutivas sexuais e assexuais e ciclos de vida.
• Os quitrídios podem ter talos holocárpicos ou eucárpicos. Segundo Guerrero &
Silveira (2003), talo holocárpico refere-se a um organismo cujo talo se converte
totalmente em uma ou mais estruturas reprodutoras, enquanto que talo eucárpico
refere-se a um organismo que forma as estruturas reprodutoras em determinadas
porções do talo e continua efetuando suas funções somáticas.
• Para ilustrar o ciclo de vida nesse grupo, pegaremos como
exemplo Allomyces, por ser a quitrídia mais bem conhecida em
termos de ciclo de vida, morfologia e fisiologia.
• De acordo com Raven, Evert e Eichhorn (2001), esse fungo apresenta
alternância de gerações isomórficas, ou seja, os indivíduos haploides e
diploides são indistintos até que iniciem a formação de estruturas
reprodutivas. Esses mesmos autores explicam que os indivíduos
haploides (gametófitos) produzem aproximadamente igual número de
gametângios femininos hialinos e gametângios masculinos acinzentados
(à direita).
• Os gametas masculinos, que têm cerca da metade do tamanho dos
gametas femininos, são atraídos por um hormônio chamado sirenina,
produzido pelos gametas femininos. O zigoto perde os flagelos e germina
produzindo um indivíduo diploide. Essa estrutura esporofítica produz dois
tipos de esporângios: assexuados e sexuados. Após período de
dormência, a meiose ocorre nesses esporângios sexuados, resultando na
formação de zoósporos haploides. Esses se desenvolvem em gametófitos,
que produzem gametângios na maturidade.
Você sabia que o quitrídio
Batrachochytrium dendrobatidis é
responsável pelo declínio da população de
anfíbios, particularmente sapos, em vários
lugares do mundo, como África, América
do Sul, Central e Norte, Europa, Austrália
e Oceania?
Esta espécie parasita vertebrados, e o
primeiro registro é datado em 1993. Ela
causa infecção
epidérmica generalizada apenas em
adultos. Atacando a pele, impede a
respiração cutânea e a osmorregulação, e
acaba matando o animal.

Outro quitrídio interessante é conhecido popularmente como “Fungo do Rúmen”, e pertence à ordem
Neocallimasticales. Descoberto em 1977, é um quitrídio anaeróbico obrigatório, e vive no trato digestório de
herbívoros (ruminantes e fermentadores do intestino posterior). Ele apresenta zoósporos que se encistam em
material vegetal presente no rúmen e intestino do animal e forma um talo com um sistema rizoidal bem
desenvolvido que penetra no material vegetal. Apesar de seu ciclo de vida não ser muito conhecido, sabe-se que
é passado da mãe para a prole possivelmente através de lambidas. E, possivelmente, sua função está
relacionada à degradação de fibras no intestino.
DIVISÃO ZYGOMYCOTA
• Existem, aproximadamente, 1.060 espécies conhecidas de
zigomicetos. Eles ocorrem no solo, decompondo a matéria
orgânica ou, ainda, parasitando animais e plantas (RAVEN et al.,
2001).
• Alguns zigomicetos têm importância comercial, sendo utilizados,
por exemplo, na fabricação de molho de soja, ácidos orgânicos,
esteroides para pílulas anticoncepcionais e drogas anti-
inflamatórias.
• Certas espécies são dimórficas, isto é, podem
crescer na forma micelial ou de levedura
(unicelular). As hifas que formam micélio
apresentam suas paredes constituídas,
principalmente, por quitina. Entretanto, algumas
espécies não apresentam parede celular.
• De acordo com Putzke & Putzke (1998, p. 157), “os
zigomicetos formam um esporo de resistência, de
parede grossa, denominado zigósporo, originado a
partir de um zigosporângio, resultante da fusão de
dois gametas iguais. Seu micélio é cenocítico,
ocorrendo septo apenas para separar o esporângio
ou zigósporo durante o seu amadurecimento”.
• O ciclo de vida que iremos observar corresponde
ao do zigomiceto Rhyzopus, um bolor negro que
contamina alimentos ricos em carboidratos e,
ainda, frutas e vegetais estocados
inapropriadamente.
• Como explica Raven, Evert e Eichhorn (2001), nesse fungo, assim como na
maioria dos outros zigomicetos, o principal modo de reprodução consiste na
reprodução assexuada por meio de esporos haploides. A reprodução sexuada
pode ocorrer, mas menos comumente.

• Os esporos são produzidos em esporângios que apresentam paredes negras e


conferem ao fungo sua coloração característica. Esses esporângios nascem no
ápice de uma estrutura chamada esporangióforo. Os esporangióforos crescem
nos pontos onde as hifas (estolões) tocam o substrato e formam rizoides.
• Nessa espécie, a reprodução sexuada envolve linhagens geneticamente distintas, que são tradicionalmente
designadas como dois tipos + e -. Essas espécies são chamadas heterotálicas. O contrário, espécies
autoférteis, são denominadas homotálicas. A reprodução sexuada resulta na formação de um esporo de
resistência, denominado zigósporo, que se desenvolve dentro do zigosporângio. O zigosporângio, em
Rhizopus, desenvolve um envoltório espesso, rugoso e negro, e o zigósporo permanece dormente por alguns
meses.
DIVISÃO ASCOMYCOTA
• Essa divisão agrupa o maior
número de espécies dentre os
fungos, são cerca de 32.300
(RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2001).
Muitos fungos exibem crescimento
unicelular e filamentoso,
alternando essas formas de acordo
com as condições ambientais.
• As morchelas (Morchella) e trufas
(Tuber) são muito apreciadas como
alimento pelo ser humano, em
função do sabor e do aroma
agradáveis.
• Muitas espécies apresentam grande interesse econômico. A maioria dos bolores
verde-azulados, vermelhos e escuros deterioram os alimentos pertence a esse grupo
de fungos. Há espécies que parasitam plantas, como por exemplo, Monilinia
fructicola, Cryphonectria parasitica, Ophiostoma ulmi, que causam a podridão escura
dos frutos, requeima do castanheiro e a doença do olmo holandês, respectivamente.
• Algumas espécies têm valor ecológico, pois se associam a raízes de plantas formando
micorrizas. Pesquisas sugerem que certas espécies de orquídeas só se desenvolvemse
essa associação ocorrer.
• Outro ascomiceto com grande valor econômico é a levedura, únicos representantes
unicelulares (Figuras). Elas se reproduzem assexuadamente por brotamento ou
bipartição. Podem se reproduzir sexuadamente por intermédio da produção de
ascósporo.
• Nos ascomicetos, durante a fase assexuada, há formação de esporos mitóticos no ápice
das hifas e não no interior de esporângios. Esses esporos são designados conídias ou
conidiósporos. Os conídios são compostos por hifas modificadas denominadas
conidióforos e podem estar protegidos em conidiomas. A dispersão é anemocórica, ou
seja, pelo vento.
• A característica peculiar dos ascomicetos é esporo, denominado ascósporo, formado na
fase sexuada do ciclo de vida no interior de uma estrutura saculiforme, o asco. A camada
de ascos é designada himênio ou camada himenal. A princípio, o asco é uma célula com
dois núcleos n que se fundem, dando origem a um núcleo 2n. Esse se divide por meiose,
formando quatro núcleos haploides.
• Na maioria das espécies, eles se dividem mais uma vez, agora por mitose, originando
um total de oito células haploides (n) que são os ascósporos. Os ascos organizam-se
em ascomas, antigamente chamadas de ascocarpos.
• Os ascomas são macroscópicos e podem ser classificados de acordo com sua
morfologia (GUERREIRO; SILVEIRA, 2003):
• Apotécio: ascoma aberto em forma de taça, tigela, disco, com himênio exposto (Fig.
36A).
• Peritécio: ascoma em formato de garrafa e com um poro apical, que contém os ascos
(Fig. 36B).
• Cleistotécio: ascoma em forma globosa e completamente fechada (Fig. 36C).
• Ascostromas: quando há um estroma com lóculos, em que a parede é do estroma
(Fig. 36D)
DIVISÃO BASIDIOMYCOTA
• Os basidiomicetes formam um grupo
bastante popular. Incluem os cogumelos
comestíveis, os gasteromicetos, chapéus-de-
sapo, orelhas-de-pau e outros, bem como as
ferrugens e carvões.
• Um cogumelo geralmente consiste em um
píleo ou chapéu, que se assenta sobre um
pedúnculo ou estipe. Em alguns fungos, a
superfície inferior do píleo apresenta
estruturas radiadas chamadas lamelas, onde
se encontra o himênio.
• A característica distintiva desse grupo é a
produção de basídios (estrutura produtora
de esporos). O basídio é produzido no ápice
de uma hifa dicariótica e é a estrutura onde
ocorre a meiose. Cada basídio produz quatro
basidiósporos e esse é o principal meio de
reprodução nos Basidiomycota.
• O micélio dos basidiomicetes são sempre septados e os septos são perfurados. Algumas
espécies possuem septo doliporo.

• Nos basidiomycetes os basídios encontram-se dentro de uma estrutura complexa chamada


basidioma (antigamente conhecida como basidiocarpo). Nos himenomicetos, os quais
incluem os cogumelos comestíveis e as orelhas-de-pau, os basidiósporos são produzidos
sobre uma camada fértil, o himênio.
• Essa camada se localiza em lamelas ou em tubo e é exposta à maturidade dos esporos,
antes de sua liberação explosiva. Nos gasteromicetos, que incluem os cogumelos mal
cheirosos e as estrelas-da-terra, os basidiósporos permanecem dentro dos basidiomas, não
sendo liberados explosivamente. Os membros das classes Telyomycetes e Ustomycetes, as
ferrugens e os carvões, respectivamente, não formam basidiomas. Ferrugens e os carvões
têm basídios septados, como os musgos gelatinosos, que são membros da classe
Basidiomycetes. Todos os Basidiomycetes, que não os gelatinosos, têm basídios inteiros.
DIVISÃO GLOMEROMYCOTA
• Os fungos enquadrados na Divisão
Glomeromycota pertenciam, antes, à Divisão
Zygomycota. Segundo Campbell et al. (2010, p.
644), “estudos moleculares recentes, incluindo
uma análise filogenética com sequência de DNA
de seis genes em centenas de espécies de
fungos, indicam que os glomeromicetos formam
um grupo monofilético”.
• “Atualmente, encontram-se distribuídos em
quatro ordens (Archaeosporales,
Diversisporales, Glomerales e Paraglomerales),
13 famílias e 19 gêneros, totalizando cerca de
220 espécies reconhecidas, com pelo menos
50% já descritas no Brasil”. (CARNEIRO et al.,
2012, p. 649).
• Os glomeromicetos compõem um grupo de
significativa importância ecológica. Estão
relacionados com a formação de micorrizas, que
literalmente significa “raiz com fungo”. Para Raven
et al. (2007, p. 308), “as micorrizas são,
possivelmente, as simbioses mutualistas mais
importantes do reino das plantas”.
• “As micorrizas são associações íntimas, simbióticas
obrigatórias, mutualistas e benéficas entre fungos e
raízes”. (RAVEN et al., 2007, p. 308). É caracterizada
pelo movimento bidirecional de nutrientes, ou seja,
carbono translocado para o fungo e nutrientes
orgânicos e inorgânicos translocados para a planta.
• Assim, as plantas aumentam a absorção de
nutrientes minerais, principalmente fósforo
inorgânico, pois as hifas aumentam a superfície de
contato com o substrato, resultando numa maior
produção e/ou sucesso reprodutivo, como
mostrado por Lu & Koide (1994, p. 211) “em suas
pesquisas sobre o efeito de associações micorrízicas
no crescimento e reprodução vegetal”.
• “Benefícios não nutricionais para planta devido a mudanças nas relações hídricas, níveis de
fitohormônios, assimilação de C foram estudados pelo pesquisador”. (BRUNDRETT, 1991, p.
196).
• “Os fungos micorrízicos também fornecem proteção contra o ataque por fungos patogênicos e
nematoides”. (RAVEN et al., 2007, p. 308).
• Assim como vimos no Tópico 1 desta unidade, as micorrizas são separadas em dois tipos
básicos:
a) As ectomicorrizas: ecto significa fora, o fungo não penetra a parede celular da célula da planta,
apenas circunda estas células.
b) As endomicorrizas: endo significa dentro, o fungo penetra a parede celular da célula da planta.
• Grande parte do grupo forma micorrizas
arbusculares (MAs). Entretanto, podemos observar,
ainda, ectomicorrizas, micorrizas de orquídeas e
micorrizas de Ericales (ordem que inclui a família da
azaleia, do kiwi, ébano, caqui, castanha-do-pará).
• “Estima-se que nas raízes da grande maioria das
plantas terrestres, cerca de 90%” (CAMPBELL et al.,
2010, p. 644), ocorram as micorrizas. Diante disso,
podemos afirmar que essas associações amplamente
distribuídas não são muito específicas.
• Nas MAs, formadas pelos glomeromicetes, as hifas
penetram nas células das raízes das plantas e se
ramificam em estruturas minúsculas na forma de
árvore, onde ocorrem todas as trocas entre a planta
e o fungo. Essa estrutura é conhecida como
arbúsculos. Podem formar, ainda, intumescimentos
terminais, denominados vesículas, cuja função
principal é armazenamento de substâncias de
reserva.
TÓPICO 3 – ALGAS
• As algas foram distribuídas dentro do Reino
Plantae durante muito tempo. Entretanto,
somente as algas verdes têm uma relação
evolutiva com as embriófitas (plantas terrestres).
Os demais grupos de algas representam linhas de
desenvolvimento evolutivo independentes. Nesse
caso, o grupo Algas é considerado polifilético e
sem valor taxonômico.
• As algas abrangem vários grupos de seres vivos
aquáticos e autotróficos. Elas são encontradas no
mar, em água doce e em terra firme, sobre
superfícies úmidas. Grande parte das espécies são
unicelulares, enquanto outras são multicelulares,
formando filamentos, lâminas ou estruturas
compactas. O corpo das algas multicelulares é A alta diversidade encontrada entre as algas tem
chamado de talo. Elas não possuem raízes, caules gerado polêmica sobre sua classificação. Uma
característica interessante das algas é a presença
ou folhas verdadeiras. Existem certas espécies de
de pigmentos de formas e tamanhos variados nos
alga que podem apresentar talos de até 70 metros cloroplastos. Há algas que possuem apenas um
de comprimento único cloroplasto, e outras com muitos
cloroplastos dentro da célula.
IMPORTÂNCIA DAS ALGAS
• As algas representam os ancestrais de boa parte
das formas vivas do planeta. Elas também
possibilitaram a estruturação da atmosfera
terrestre como a observamos hoje, contribuindo
com a produção de oxigênio e,
consequentemente, com a formação da camada
de ozônio.
• As algas microscópicas, abundantes na superfície
de mares e lagos, constituem o plâncton,
juntamente com algas fotossintetizantes,
protozoários e alguns animais, como
microcrustáceos e larvas. As algas presentes no
fitoplâncton constituem a base da cadeia
alimentar marinha e lacustre. Elas servem de
alimentos para os zooplânctons. Por serem seres
fotossintetizantes, as algas transferem energia,
que originalmente captaram da radiação solar e
a transformaram em energia química.
• As algas podem fixar carbono sob a forma de
carbonatos de cálcio e magnésio, participando,
assim, do processo denominado sequestro
carbono e controlando a temperatura do
planeta.
• Muitas algas calcárias são utilizadas como
bioindicadores de ambientes poluídos.
• Diversas espécies de algas marinhas, como as
algas pardas, as vermelhas e as verdes,
possuem importância econômica, sendo
utilizadas como fonte de alimento para o ser
humano e animais aquáticos cultivados ou
fornecendo matéria-prima e produtos que
fazem parte do cotidiano do homem.
• Entretanto, as algas podem causar
problemas ambientais variados. A
introdução de espécies exóticas, tanto
de forma voluntária quanto de forma
involuntária, altera o ambiente,
trazendo prejuízos imprevisíveis para
as comunidades aquáticas e atividades
econômicas. Como exemplo, podemos
lembrar a ocorrência da floração de
espécies produtoras ou não de toxinas,
que têm causado prejuízos em Santa
Catarina.
OS DIFERENTES GRUPOS DE ALGAS
• a) Algas Procariontes (do Reino Monera ou Bacteria): As
Cyanobacterias, conhecidas até pouco tempo atrás por algas azuis ou
cianofíceas, são frequentemente apresentadas entre os organismos
conhecidos como algas, embora sejam bactérias Gram negativas. As
cianobactérias foram os primeiros seres vivos a aparecerem na Terra.
Esses organismos apresentam uma estrutura procariótica, ou seja,
não possuem uma membrana nuclear verdadeira. Apresentam,
também, tilacoides, clorofila a, carotenoides, luteína, zeaxantina e
ficobiliproteínas (ficocianina e ficoeritrina), além de armazenarem
amido de cianofíceas como substância de reserva. São capazes,
portanto, de realizar fotossíntese.
• b) Algas Eucariontes: Todos os restantes grupos de algas são
eucarióticos, ou seja, apresentam uma membrana nuclear, e realizam
a fotossíntese com auxílio dos cloroplastos. No grupo das algas verdes
e das vermelhas (Rhodophyta), o cloroplasto apresenta-se rodeado
por duas membranas. As Euglenophytas, as Bacillariophytas, as
Dinophytas, as Phaeophytas apresentam os cloroplastos rodeados por
três ou quatro membranas.
Vejamos com mais detalhes alguns desses grupos.
FILO CHLOROPHYTA
• As clorofíceas (do grego khloros, verde; e phykos, algas) podem ser
unicelulares ou pluricelulares. Como exemplo de organismo pertencente a esse
filo, podemos citar Ulva lactuca (Figua 48), conhecida popularmente por
alface-do-mar, uma clorofícea encontrada facilmente nos litorais do nosso país.
• A maioria das espécies pertencentes a esse grupo é aquática é encontrada em
água doce, mas também existem espécies marinhas. Quanto ao seu tamanho,
apesar de muitas dessas algas verdes serem microscópicas, algumas espécies
marinhas são grandes.
• Algumas espécies de clorofíceas vivem em associação com fungos,
constituindo o que denominamos de liquens.
FILO PHAEOPHYTA
• Os representantes desse grupo são as algas marrons ou pardas.
Todas as espécies de feofícias são organismos multicelulares
marinhos e apresentam coloração que pode variar desde bege-
claro ao marrom-amarelado. Essas algas acumulam carbonato de
cálcio na parede das suas células, o que confere a elas um aspecto
petrificado rígido.
FILO RHODOPHYTA
• Grande parte desse grupo é multicelular marinho e dulcíola. Entre os poucos gêneros
unicelulares está o Cyanidium. São capazes de se desenvolverem em ambientes extremos
como as fontes termais ácidas. Podemos, ainda, observar rodofíceas em ambientes úmidos,
como troncos de árvores em florestas, além de formas flutuantes. Apresentam coloração
desde um tom avermelhado até o roxo-escura. Isso acontece devido a presença das
ficobilinas, pigmentos presentes nos cloroplastos que disfarçam a cor da clorofila a.
• O talo desses organismos é diferenciado, apresentando na base uma estrutura especializada
na fixação ao substrato.
• Algumas espécies de rodofíceas, denominadas coralíneas, acumulam carbonato de cálcio na
parede de suas células, o que deixa o talo rígido e com aspecto petrificado, assemelhando-
se aos recifes de coral onde vivem. Elas desempenham um importante papel na comunidade
desses recifes de corais, principalmente quando absorvem parte da energia das ondas.
FILO BACILLARIOPHYTA
• Esse grupo compreende as diatomáceas. São organismos unicelulares,
podendo medir de 20 a 200 μm, ou podem se apresentar em colônias.
Grande parte das diatomáceas são marinhas e importantes
componentes do fitoplâncton. Possuem como pigmentos a clorofila a e
c, β-caroteno, fucoxantina e outras xantinas, e como substância de
reserva óleos e crisolaminarina.
• Elas fornecem carboidratos essenciais, ácidos graxos, esteróis e
vitaminas para os animais. São recobertas por uma carapaça,
denominada de frústula, que tem como constituição SiO2 (dióxido de
silício), hemicelulose ou sílica.
FILO CHRYSOPHYTA
• A maioria das crisofíceas é unicelular. São conhecidas
popularmente por algas douradas, por apresentarem coloração
marrom-amarelada e certo brilho causado pela sílica presente na
parede celular. A classificação das crisofíceas ainda gera polêmica,
por possuírem, em certos aspectos, semelhança com as
diatomáceas, e em outros, com as feofíceas.
FILO EUGLENOPHYTA
• As euglenófitas possuem representantes principalmente de água doce, são livre-natantes e
unicelulares flageladas. Apresentam um vacúolo contrátil, que elimina periodicamente o excesso
de água que entra na célula por osmose; e na base do flagelo a mancha ocelar ou estigma,
responsável pela sensibilidade à luz, o que orienta o organismo em sua direção, importante para
as espécies fotossintetizantes. Possuem uma película flexível substituindo a parede celular. Sobre
essa película existem fibrilas que permitem à célula se contrair rapidamente. Possuem clorofila a
e b, betacaroteno e xantina como pigmentos, e paramilo como substância de reserva.
• Esse grupo possui espécies que realizam fotossíntese e outras que se alimentam ingerindo
partículas de alimentos por fagocitose. Acredita-se que esse fato se deve à perda dos cloroplastos
ao longo do curso da evolução.
FILO DINOPHYTA
• Os dinoflagelados são unicelulares, embora existam alguns representantes filamentosos,
fotossintetizantes ou heterotróficos, frequentemente marinhos e importantes constituintes do
plâncton. Possuem como pigmentos a clorofila a e c, β-caroteno, peridinina e xantina, e como
reserva óleos e amido.
• Alguns gêneros podem apresentar flagelos, que batem dentro de dois sulcos e fazem o
organismo rodopiar e girar em torno do próprio eixo. Essas algas são também chamadas de
pissófitas, por algumas espécies apresentarem cor avermelhada brilhante. De acordo com a
sistemática molecular, esses organismos estão relacionados com protozoários ciliados.
• Algumas espécies de algas desse grupo podem causar um fenômeno conhecido como maré
vermelha. Esse fenômeno é causado pela multiplicação exagerada desses dinoflagelados, que
podem liberar substâncias tóxicas, causando a morte de muitos animais marinhos.
FILO CHAROPHYTA
• São conhecidas popularmente por carofíceas, embora sua classificação seja
controvérsia. Alguns sistemas as incluem no filo das clorofíceas. Essas algas são
multicelulares e ocupam ambiente dulcícola. Apresentam talo complexo, com nós e
entrenós, de onde se projetam filamentos com órgãos reprodutivos. Grande parte das
espécies acumulam carbonato de cálcio nas paredes celulares, resultando num
aspecto áspero e petrificado.

Você também pode gostar