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Ciências

7 o. ano
Livro Volume 3

didático 5 Forças e máquinas


simples 2

6 Energia térmica 30

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas.


As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção
correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com os temas
de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:

Coloração artificial Formas em proporção

Coloração semelhante à natural Imagem microscópica

Fora de proporção Escala numérica

Fora de escala numérica

Imagem ampliada

Representação artística

©Shutter
stock/W
avebreak
media
5 Forças e máquinas
simples
©Shutterstock/Wavebreakmedia

1. Em um cabo de guerra, o que acontece se os dois grupos puxarem a corda com forças
exatamente iguais? Ela se move ora para um lado e ora para o outro ou fica parada?
2. Se um grupo estiver vencendo o cabo de guerra e mais um integrante for ajudar o outro grupo,
equilibrando perfeitamente as forças, o que acontecerá com o cabo de guerra?
3. Se um grupo tiver pessoas muito mais pesadas que as do outro grupo, o cabo de guerra será justo?

2
Objetivos
• Identificar a atuação de forças em situações cotidianas.
• Compreender as leis de Newton.
• Aplicar o conceito de força e das leis de Newton para explicar o funcionamento de máquinas
simples.
• Propor soluções e invenções para a realização de tarefas cotidianas utilizando máquinas simples.
• Reconhecer mudanças econômicas, sociais e culturais relacionadas ao desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico.

Conceito de força
Levantar uma barra com pesos, empurrar um carrinho de supermercado ou sustentar uma mochila nas
costas são situações que exigem certa força das pessoas. Na prática, sabemos que, quanto maior for o peso
do objeto, maior será a força necessária para tirá-lo de uma posição ou movimentá-lo até outro lugar. Além
disso, ao sustentá-lo, também é preciso uma força para impedir que ele caia. Essa força deve ser igual ao
peso do objeto. Nas Ciências, força está relacionada com empurrar, puxar, levantar, apertar, equilibrar, atrair
ou repelir algo.

©Shutterstock/Paul Biryukov

Em uma academia, muitos exercícios envolvem o levantamento


de pesos, o que exige certa força de quem os pratica.

Outra situação em que é fácil identificar uma força atuando é ao chutar ou cabecear uma
bola. Quanto mais forte a força do chute ou da cabeçada, mais rápido a bola se movimenta.
ovimenta.
Além disso, a bola se deforma com o chute ou com a cabeçada e, se ela estiver murcha,
será necessário fazer mais força para movimentá-la, porque ela deforma mais do que
quando está cheia.
O que essas situações têm em comum é a interação entre dois corpos: a pessoa soa e a
barra com pesos, a cabeça e a bola, o carrinho e a pessoa, a mochila e as costas. Com
base nisso, é possível concluir que uma força existe quando há, pelo menos, dois ois
corpos envolvidos.
Alliance

Repare, ainda, nas consequências de aplicação da força em cada caso: alte--


Picture

rar a velocidade, deformar um corpo ou equilibrar a ação de outras forças.


EasyPix/

Empurrar um carrinho de supermercado altera a velocidade do carrinho. Cabe-


A bola se deforma com a
cear uma bola a deforma temporariamente. Segurar uma barra em um exercício ação da força sobre ela.
de musculação é fazer uma força para equilibrar o seu peso.

peso: força com que um corpo é puxado para baixo por causa da gravidade. Quando soltamos uma pedra, o peso a faz cair.

3
Conexões
O que significa força?

Getty Images/AFP/Vanderlei Almeida


Se procurarmos a palavra “força”
em um dicionário, vamos encontrar
muitos significados que são utilizados
no dia a dia. Força pode ser, por exem-
plo, vigor muscular. Também pode ser
sinônimo de vontade, ânimo, dispo-
sição: “Ele tem tanta força que nunca
vai deixar de buscar seus sonhos”. Por
outro lado, também pode ser uma for-
ma de coerção ou repressão, como no
uso de força para deter uma pessoa.
Ou, ainda, pode ser intensidade: “A fala
do palestrante teve tanta força que co-
moveu a plateia”. Há muitos outros sig-
nificados da palavra “força” que fazem • Forças armadas brasileiras em ação humanitária no Haiti
sentido em nosso cotidiano, mas eles O emprego do termo “forças”, nesse sentido, é muito diferente do conceito científico, mas
nenhum dos dois está incorreto, só é preciso saber em que casos eles devem ser utilizados.
não correspondem, necessariamente,
à definição científica de força.
Isso também acontece com muitas outras palavras quando comparamos seus usos no cotidiano e nas
ciências. Nas ciências, essas palavras têm um entendimento bem específico, mas, no cotidiano, podem ter
muitos outros sentidos. Isso também ocorre com as palavras “energia”, “potência”, “concentração”, “acidez”,
“calor” e “sistema”. Isso não significa que, por exemplo, quando falar força em seu dia a dia com o sentido
de disposição (“força de vontade”), você esteja errado. Só é preciso tomar cuidado ao usar o termo em um
contexto das ciências.
Dizer que uma pessoa musculosa tem muita força não impede que você seja perfeitamente compreendi-
do numa conversa comum. Mas, quando se trata de ciências, não é possível dizer que uma pessoa tem força,
afinal sua definição científica é a de uma interação existente entre, pelo menos, dois corpos. Portanto, não
há como a força estar contida somente em um deles, ela não pode ser algo que um corpo sozinho tenha.

Quando empurramos um objeto, como uma caixa, es-


tamos realizando uma força que pode ser percebida pelo Em vários momentos, é comum utilizarmos sím-
movimento desse objeto. Essa força pode ser representada bolos para representar grandezas. Por exemplo,
em uma ilustração por uma flecha, que tem o nome téc- em Matemática utilizamos o símbolo A para re-
presentar a área de uma figura plana ou a letra
nico de vetor. A intensidade da força está relacionada ao P para representar o perímetro. Em Ciências, o
comprimento dessa flecha. Quanto maior a força aplicada símbolo F representa a força que age sobre um
em um corpo, maior o tamanho do vetor. A imagem a se- corpo.
guir mostra como uma força pode ser representada. Repare
que, para indicá-la, foi usado o símbolo F.

coerção: ato de coagir; induzir um comportamento pelo uso da força ou pela intimidação.

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F F

Em geral, a força aplicada por um adulto em um objeto é maior do que a força aplicada por uma
criança; por isso, a representação do vetor força é maior no primeiro caso do que no segundo.

Algumas forças recebem um nome especial,


como o caso da força peso. Outro exemplo é a

Ilustrações: Divo. 2018. Digital.


F
força elástica. Ela é a força que atua em molas,
elásticos ou outros materiais que visivelmente se
deformam. A força de atrito é mais um desses
casos. Ela é uma força que existe quando há con-
tato entre dois corpos e um tende a se movimentar
em relação ao outro. A caixa arrastada na ilustração
também está sujeita a uma força de atrito, pois o Atrito
contato entre ela e o chão dificulta o movimento.
O contato da superfície da caixa com o piso gera uma
força de atrito. Essa força se opõe ao movimento e, por
isso, dificulta o deslocamento da caixa.

Saiba +
Um dos fatores que influenciam na força de atrito é o quanto lisas ou ásperas são as su-
perfícies dos corpos em contato. No automobilismo, um dos problemas dos pilotos é com o
desgaste dos pneus. Eles se desgastam porque há uma série de imperfeições microscópicas
tanto na superfície dos pneus quanto na do asfalto. Por isso, pneus de compostos diferentes
podem sofrer atritos diferentes. Da mesma forma, pistas mais ásperas – isto é, com mais rugo-
sidades – desgastam mais os pneus do que pistas mais lisas – com menos rugosidades.
Uma maneira prática de reduzir o atrito entre as superfícies é lixá-las, poli-las ou encerá-las,
o que as deixa mais uniformes, com menos irregularidades.
Representação
ação de uma visão Superfície do pneu
microscópica
ica das rugosidades
de um pneueu e da pista. Quanto
mais rugosidades
sidades existir entre as
superfícies,
s, maior o atrito.
Jack Art. 2018. Digital.

Superfície da pista

Ciências 5
Força resultante
Muitas vezes, basta só uma pessoa para empurrar uma caixa, mesmo em superfícies com atrito. Perceba
que o atrito dificulta o movimento, afinal, há uma força empurrando para um lado e o atrito agindo no
sentido contrário ao escorregamento.
Um armário cheio e uma máquina de lavar são objetos mais pesados e, normalmente, é necessária a
ajuda de outras pessoas para movimentá-los. Nessa situação, é ainda mais fácil perceber que temos várias
forças atuando sobre o corpo, uma força de cada pessoa – apontando para o mesmo lado –, além do atrito
– que aponta para o lado contrário ao movimento.
Ter muitas forças atuando em uma situação também é o caso do cabo de guerra que ilustra a abertura
deste capítulo. Ele está submetido à ação de diversas forças, para ambos os lados. Para saber o resultado das
forças de uma equipe, é preciso somar a força com que cada integrante da equipe puxa o cabo. Podemos
fazer o mesmo para a outra equipe e quem tiver o maior resultado provavelmente vencerá a disputa, pois
conseguirá variar o movimento a seu favor.
Getty Images/Cultura RF
©Shutterstock/Wavebreakmedia

Quando forças são aplicadas em sentidos opostos,


Quando várias forças são aplicadas no mesmo sentido e
o resultado é a diferença dessas forças.
no mesmo corpo, o resultado é a soma dessas forças.

Nesses casos, em que diversas forças são aplicadas em um


mesmo corpo, o resultado da ação dessas forças é chamado Com o objetivo de padronizar as unidades ao
de força resultante. Nos exemplos apresentados, sua inten- redor do mundo, quase todos os países ado-
tam o Sistema Internacional de Unidades.
sidade pode ser obtida pela soma ou subtração das diversas Ele padroniza, por exemplo, a medição de
forças que agem sobre o corpo. É comum a força resultante comprimento em metros (m) e a de massa em
ser simbolizda por “FR”, e sua unidade no Sistema Interna- quilogramas (kg). No caso da força, a unidade
cional é o newton (N). de medida se chama newton, em homenagem
ao inglês Isaac Newton (1643-1727). Outras
F1 = 100 N F1 = 100 N unidades do cotidiano também foram bati-
F2 = 80 N zadas com o sobrenome de pessoas, como a
Jack Art. 2012. Digital.

F2 = 120 N
potência, dada em watt (W), homenagem ao
escocês James Watt (1736-1819), ou a tensão
FR = 220 N FR = 20 N elétrica, dada em volt (V), homenagem ao ita-
liano Alessandro Volta (1745-1827).

Quando várias forças são aplicadas no Quando forças são aplicadas em


mesmo sentido e no mesmo corpo, o sentidos opostos, o resultado é a
resultado é a soma dessas forças: diferença dessas forças:
100 + 120 = 220 N. 100 – 80 = 20 N.

6 7o. ano – Volume 3


Atividades
1. Uma força pode atuar tendo três efeitos: alterar a velocidade de um corpo, equilibrá-lo ou deformá-lo.
Na sala de aula, peça a seus colegas que deem um exemplo de força. Depois, complete o seu quadro
com os exemplos dados.

EFEITOS DA FORÇA

Equilibrar outra força


Alterar a velocidade Deformar
(sustentar)

2. O levantamento de peso é um esporte olímpico que exige dos competidores levantar o maior peso
possível do chão até sobre as suas cabeças. Uma das formas de competição se chama arranque.
Nela, o movimento é feito sem pausa e a barra não pode ser apoiada no corpo. Observe, a seguir, a
ilustração que representa o movimento dessa modalidade esportiva.

©Shutterstock/MuchMania
Na prova de arranque, o competidor puxa a barra em um movimento único e estende ambos os braços acima da cabeça enquanto se agacha
ou dobra as pernas. Em seguida, ergue-se e deve estabilizar a posição final por dois segundos, quando então pode soltar a barra.

Nessa situação, a força muscular do atleta deve ser suficiente para superar a força peso da barra. Qual
o efeito – alterar a velocidade, sustentar ou deformar – dessa força muscular
a) ao longo dos dois primeiros movimentos ilustrados na imagem?

b) no último passo da imagem?

Ciências 7
3. No futebol, a expressão “mão de alface” se re-

©Shutterstock/Khakimullin Aleksandr
fere aos casos em que o goleiro não mantém a
mão “firme” ao tentar defender uma bola chu-
tada para o gol. Em geral, isso acontece quando
a bola vem em alta velocidade e ele tenta fazer
a defesa com as pontas dos dedos.
A expressão “mão de alface” é usada quando o goleiro tenta
Em termos de força, como você descreveria a defender um chute, mas, apesar de tocar na bola, não consegue
impedir que ela entre no gol. A comparação é com a leveza das
situação de uma bola que bate nas mãos do go- folhas de alface, facilmente movimentadas.
leiro, mas mesmo assim entra no gol?

4. Na imagem, represente, por meio de vetores (flechas), a força peso e a força que o cabo do lustre faz
para prendê-lo no teto.

©Shutterstock/MaxPhotoSolution

O lustre é preso ao teto por um cabo. Se for colocado mais peso no lustre, o cabo poderá se romper por não
suportar o aumento da força.

5. Como o lustre está parado, podemos dizer que a força resultante que age sobre ele é
a) igual ao seu peso.
b) igual à força do cabo que o sustenta.
c) zero.
6. O que é força resultante? Como podemos determinar a força resultante com base em duas forças
que agem em um corpo no mesmo sentido ou em sentidos contrários?

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Jack Art. 2018. Digital.
Força
7. Ao empurrar um guarda-roupa, uma pessoa faz uma força de
50 N sobre ele. Se a força de atrito que se opõe ao movimento
for de 20 N, qual será o valor da força resultante sobre o guarda-
-roupa? Para que lado apontará a força resultante? Atrito

8. Calcule a força resultante nos casos abaixo e faça um desenho representando a força resultante que
age em cada corpo.
a) F1 = 3 N
b) F2 = 4 N F1 = 3 N
F2 = 4 N
F3 = 5 N F3 = 5 N

9. Junte-se a mais três colegas e pensem em uma situação em que há a aplicação de forças. Desenhem
essa situação e as forças que estão presentes nela. Discutam entre vocês a melhor forma de esque-
matizar e representar as forças na situação escolhida.

Ciências 9
Leis de Newton
Há muito tempo, o ser humano busca estu-

©Wikimedia Commons/Justus Sustermans

©Wikimedia Commons/Institute for Mathematical


Sciences, University of Cambridge
dar o movimento e suas causas. Na Grécia An-
tiga, um importante nome desses estudos foi o
de Aristóteles (384-322 a.C.). Para esse filósofo,
o movimento de um corpo dependia de uma
força aplicada. Logo, assim que a força deixasse
de ser aplicada, o objeto deveria parar.

Galileu Galilei (à esquerda) e Isaac Newton (à direita) foram


pensadores que contribuíram para o desenvolvimento dos estudos
sobre o movimento. O último fez três enunciados sobre o movimento
e suas causas, que ficaram conhecidos como leis de Newton.

No entanto, compreendemos atualmente que a ideia de Aristóteles traz alguns problemas, pois o que
faz um corpo parar é justamente a ação de uma força que atua contra o movimento – em geral as forças de
atrito e de resistência do ar. Essa concepção se deve a inúmeros pensadores, entre eles o italiano Galileu
Galilei (1564-1642) e o inglês Isaac Newton (1643-1727).

A 1a. lei de Newton


Imagine que você esteja retornando da escola e esteja de pé no interior de um ônibus, em repouso em
relação ao piso, quando o motorista aciona o freio bruscamente.
• Nessa situação, o seu corpo entrará em movimento em relação ao motorista?
• Caso isso ocorra, houve alguma força que o empurrou para a frente?
A 1ª. lei de Newton, conhecida como
©Shutterstock/Testing

o princípio da inércia, está relacionada à


tendência dos corpos de manter o estado
de repouso, caso já estejam em repouso,
ou o estado de movimento com velocidade
constante, caso já estejam em movimento.
Isso significa que todo corpo tem certa “pre-
guiça” natural, pois não quer alterar o estado
em que está: se estiver em movimento com
velocidade constante, tende a permanecer
em movimento com velocidade constante,
se estiver em repouso, tende a permanecer
em repouso.
• Passageiros se seguram para não ser surpreen-
didos por alguma alteração brusca no estado de
movimento do ônibus

resistência do ar: força que se opõe ao movimento por causa do atrito com o ar. Um formato aerodinâmico é o que consegue cortar o ar com
mais facilidade, pois está sujeito a uma resistência menor do ar.
inércia: propriedade da matéria de manter o estado de repouso ou de movimento. Quanto maior a massa de um corpo, maior a resistência do
corpo a alterar seu estado de repouso ou de movimento.

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Essa 1ª. lei de Newton pode, portanto, ser enunciada da maneira a seguir.

Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de


movimento com velocidade constante, a menos que seja forçado
a mudar de estado por causa de uma força resultante.

Dist. Universal Uclick


Garfield, Jim Davis © 1995 Paws, Inc. All Rights Reserved /
• Tirinha do Garfield ilustrando parte do conceito de inércia: um corpo em repouso tende a permanecer em repouso

Na tirinha, o gato Garfield exemplifica parte do princípio da inércia, pois, para tirá-lo do repouso, será
preciso que uma força resultante atue sobre ele. A situação do ônibus tratada anteriormente complementa
o princípio da inércia: para modificar a velocidade de um corpo em movimento, também é preciso que
uma força resultante atue sobre ele. É por isso que os passageiros devem se segurar. Os passageiros em
um ônibus que está em movimento em relação ao solo também estão em movimento em relação ao solo.
Quando o ônibus é freado (a força de atrito diminui a sua velocidade), os passageiros fazem uma força para
evitar continuar com a mesma velocidade que estavam antes. Desse modo, evitam se movimentar em
relação ao veículo. Se a freada for muito brusca, a força que os passageiros fazem pode ser insuficiente para
impedir o movimento em relação ao ônibus, causando desequilíbrio e eventual queda.
Essas ideias estão presentes na 1ª. lei de Newton e justificam, por exemplo, o uso de cintos de segurança
nos automóveis. No caso de um acidente, no qual o veículo é parado bruscamente, um passageiro sem cin-
to tende a permanecer em movimento e, com isso, choca-se com o para-brisa ou com partes do interior do
meio de transporte. Nesse caso, o cinto de segurança é o responsável por fazer uma força sobre o condutor
e os passageiros, impedindo-os de continuar com o movimento anterior.
Divo. 2013. Digital.

• Assim como acontece no ônibus com os passageiros que não estão se segurando firmemente, um
jóquei continua seu movimento para frente por inércia quando um cavalo para bruscamente

Ciências 11
Fazendo Ciência
A ideia desta atividade é aplicar a 1ª. lei de Newton tanto para corpos em movimento como para corpos
em repouso.
Materiais: moedas; cartolina e régua.
Como fazer

Ilustrações: Jack Art. 2018. Digital.


1. Coloque sobre a cartolina, mantida na horizontal, uma
moeda. Puxe a cartolina para o lado, iniciando o movimen-
to lentamente, de modo que a moeda acompanhe a cartolina,
e, gradativamente, aumente a velocidade. Continue movimentan-
do a cartolina e pare-a bruscamente. A moeda continuou no mesmo
sentido de movimento? Por quê?

2. Empilhe várias moedas e coloque-as sobre uma mesa lisa ou


sobre a própria cartolina. Com a parte mais fina de uma régua,
bata rapidamente na lateral da moeda inferior, na base da pilha
de moedas. Descreva o que ocorreu.

3. Por que isso ocorreu?

A 2a. lei de Newton


No dia a dia, são muitas as situações em que precisamos empurrar ou puxar objetos. Por exemplo: ocor-
re uma pane mecânica no carro e é preciso empurrá-lo para fazê-lo funcionar. Nessa situação, devemos
aplicar uma força resultante diferente de zero sobre o automóvel, tirando-o de repouso e movimentando-o.
Imagine uma locomotiva puxando os vagões de um trem. Sobre essa situação, responda às questões
propostas.
1. Às vezes, são necessárias duas ou mais
©Shutterstock/Roy Johnson

locomotivas para movimentar uma com-


posição de vários vagões. Por quê?

A locomotiva é a responsável por colocar o trem em movimento.


Como um trem tem muita massa, é difícil aumentar ou diminuir
a sua velocidade.

12
2. Para tirar um carro do repouso, a dificuldade seria maior, menor ou igual à de mover um trem como
o da fotografia?
3. Suponha que uma locomotiva com um único motor puxe dez vagões. Se dois motores idênticos
puxassem os dez vagões, o que aconteceria com o movimento?
Você já deve ter concluído corretamente que, para aumentar ou diminuir a velocidade de um movimento,
é preciso que uma força resultante atue sobre o corpo. A rapidez com que a velocidade é aumentada ou
diminuída é o que chamamos de aceleração. Assim, se a velocidade aumenta (ou diminui) muito rápido
é porque a aceleração tem um valor grande.

Conexões
Acelerar e frear são a mesma coisa?

©Shutterstock/Nor Gal
Sim e não. No cotidiano, é claro que frear não é a mesma coisa
que acelerar. Mas, nas ciências, acelerar significa apenas alterar
a velocidade, não importa se para mais ou para menos. Pisamos
no acelerador de um automóvel para alterar sua velocidade, o
que significa impor uma aceleração ao carro. Ao pisar no pedal
do freio, queremos diminuir o movimento do carro, o que tam-
bém altera sua velocidade. Logo, para o rigor científico, frear tam-
bém é uma forma de aceleração.
No cotidiano, acelerar significa aumentar a velocidade de algo, e frear significa
diminuir a velocidade. Nas ciências, dizemos que, nos dois casos, o móvel está
sujeito a uma aceleração, a diferença é que, no primeiro caso, essa aceleração
está a favor da velocidade e, no segundo, está contra a velocidade.

Se dois corpos com a mesma massa recebem a ação de duas forças diferentes, quem for submetido à
maior força apresentará maior aceleração. Por isso, empurrar algo com mais força implica um maior au-
mento da sua velocidade. Em outras palavras:

Quanto maior a força resultante aplicada sobre um corpo, maior a aceleração apresentada por ele.

Podemos perceber isso ao empurrar um carrinho vazio de supermercado que estava parado. Conside-
rando que todas as forças aplicadas agem pelo mesmo intervalo de tempo, se uma força resultante age
sobre o carrinho, surge uma aceleração e uma velocidade. Se a força resultante dobra, a aceleração dobra e
a velocidade também. Se a força resultante triplica, a aceleração é triplicada e a velocidade também.
José Luís Juhas. 2018. Digital.

Aceleração Dobro da aceleração aceleração


Triplo da aceleraçã

Força Dobro da força Triplo da força


resultante resultante resultante

Os vetores representam a força resultante e a aceleração do carrinho. Como a força resultante e a aceleração dobram e triplicam, o tamanho dos
vetores também dobra e triplica.

Ciências 13
Você já reparou que, quando a luz verde do semáforo se acende, as
motocicletas saem bem mais rápido do que os automóveis e que os
automóveis saem mais rápido do que os ônibus? Isso ocorre porque
acelerar uma moto (que tem menos massa) é mais fácil do que acele-

Oliveira
rar um carro (que tem mais massa). E acelerar um carro é mais fácil do
que um ônibus (que tem ainda mais massa do que o carro).

Fotoarena/Valdir de
Em São Paulo, em alguns semáforos, foi criada uma área de segurança para que os motociclistas
fiquem à frente dos outros automóveis.

Vamos retomar o exemplo do carrinho de supermercado. Observe a imagem a seguir. Ela mostra que,
para uma mesma força, quanto maior a massa, menor é a aceleração, pois é mais difícil alterar seu mo-
vimento. Assim, para uma mesma força realizada, se a massa dobra, a aceleração reduz pela metade. Ao
triplicar a massa do carrinho, a aceleração se reduz à terça parte. Na imagem, o último carrinho tem uma
inércia maior do que o primeiro carrinho. Por isso, é mais difícil de movimentá-lo e sua aceleração é menor.
Dito de outro jeito:

Uma força resultante acelera mais os corpos com menor massa porque eles têm menor inércia.

José Luís Juhas. 2018. Digital.


Aceleração Metade da aceleração Terça parte da aceleração

Dobro da Triplo da
massa massa
Força Força Força
resultante resultante resultante

Quanto maior for a massa do corpo, maior será sua inércia (tendência de se manter em repouso ou em movimento) e mais difícil será acelerá-lo.

Essa relação entre força resultante, massa e aceleração compõe a 2ª. lei de Newton. Podemos dizer que a
força resultante é determinada por meio da multiplicação da massa do corpo pela aceleração que ele adquire.
Nesse caso, a 2ª. lei de Newton pode ser expressa por:

Força resultante = massa × aceleração

Usando as unidades-padrão do Sistema Internacio- Nos estudos científicos, podem aparecer muitas
nal, a força resultante é dada em newtons (N), como já unidades que, a princípio, não nos são familiares,
foi visto. A massa é dada em quilogramas (kg). A acele- como metros por segundo ao quadrado. Isso é na-
ração é dada em metros por segundo ao quadrado tural e aprendê-las não deixa de ser uma forma de
(m/s2). Essa não é uma unidade muito comum no dia a aprender uma nova linguagem, a linguagem científi-
dia, mas não é preciso se preocupar com ela nesse mo- ca. Esse formato de algo elevado “ao quadrado” apa-
rece em outras situações também, como no cálculo
mento. Lembre-se de que uma aceleração alta significa da área. Uma área, como a disponível em uma casa,
uma grande mudança no movimento de um corpo. é dada em metros quadrados (m2).

14 7o. ano – Volume 3


A 3a. lei de Newton

©Shutterstock/Freedomnaruk
Há diversas situações em que a atuação de uma for-
ça resulta numa reação produzida por ela. Ao empurrar
uma parede estando sobre um skate ou sobre patins, por
exemplo, você próprio é empurrado para trás. Ou seja,
você empurrou a parede (ação), mas a parede também o
empurrou (reação). Situações como essa estão no centro
da 3ª. lei de Newton.
Para entender isso melhor, pense no trabalho dos
bombeiros. Você já reparou que, quando usam água para
combater grandes incêndios, são necessários vários deles
para segurar a mangueira?
1. Você sabe por que são necessários vários bombeiros? Para segurar uma mangueira de combate a incêndio, são
necessários vários bombeiros.
2. O que aconteceria com a mangueira se os bombei-
ros a soltassem?
3. O que aconteceria se, ao utilizar a mangueira, os bombeiros estivessem em uma superfície extrema-
mente lisa e sem lugar para se segurar ou se apoiar?
Essa situação dos bombeiros ilustra o princípio da ação e reação descrito na 3ª. lei de Newton. Isso
porque o sistema de vazão de água empurra a água com grande força (ação) para fora da mangueira.
Como reação, a água também empurra a mangueira com grande força no sentido oposto. Por isso, são
necessárias tantas pessoas para segurá-la.
Pensando nisso, podemos enunciar a 3ª. lei de Newton da seguinte forma:

Para toda ação sobre um corpo, há uma reação de mesmo valor


(intensidade), mas de sentido contrário, aplicada no outro corpo.

O par de forças ação e reação apresenta algumas características básicas:


• as forças de ação e reação não se anulam, pois são aplicadas em corpos diferentes;
• elas apresentam a mesma intensidade;
• têm sentidos opostos;
• atuam concomitantemente, isto é, pelo mesmo intervalo de tempo.

As leis de Newton sintetizam as ideias sobre o movimento e suas causas. Observe, a seguir, um
esquema para sistematizá-las.
1ª. lei → Se a força resultante é nula, o corpo está em repouso ou em movimento com velocidade
constante – princípio da inércia.
2ª. lei → Se a força resultante é diferente de zero, ela provoca uma aceleração no corpo –
força resultante = massa × aceleração.
3ª. lei → As forças aparecem em pares, mas agem em corpos diferentes – princípio da ação e reação.

Ciências 15
DESCOBERTAS CIENTÍFICAS
Observe a tirinha abaixo, que faz humor com as leis de Newton ao retratar um personagem sendo ati-
rado para trás ao acionar a mangueira.

FoxTrot, Bill Amend © 2001 Bill Amend /


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Como foi possível observar, os óculos e os calçados do personagem permaneceram no lugar (uma
referência à inércia, a 1ª. lei de Newton), mas ele teve seu estado de repouso mudado para movimento,
acelerando para trás (uma referência à 2ª. lei de Newton). Isso ocorreu porque a mangueira empurrou a
água para a frente, e a água empurrou a mangueira e o personagem que a segurava para trás – uma alusão
ao princípio da ação e reação mencionado pelo próprio personagem.
Essa situação de humor serve muito bem para discutir um aspecto da natureza da ciência: as descober-
tas científicas. Nas ciências, descobrir algo não significa que antes isso não existia, significa apenas que isso
passou a ser descrito de uma maneira nova. O personagem seria jogado para trás mesmo se Newton não
tivesse formulado a 3ª. lei, assim como as coisas caiam antes de Newton ter “descoberto” a lei da gravidade e
continuaram caindo depois, quando outros cientistas mudaram o entendimento sobre a gravidade.
Além disso, às vezes, o uso da palavra “descoberta” esconde algumas intenções e efeitos nem sempre
pensados de antemão. Por exemplo, falar que os portugueses descobriram o Brasil traz certo prestígio a
Portugal e a seus navegantes, além de elevar os feitos europeus em relação aos de outras culturas. Mas
eles não foram os primeiros a chegar ao país. Já havia, aqui, vários povos indígenas, com suas culturas,
suas línguas e suas sociedades, mas raramente ouvimos falar que foram eles que descobriram o Brasil (ou
Pindorama, nome dado por alguns povos indígenas ao território que hoje denominamos Brasil).
Nesse sentido, pensar em Newton como um descobridor de leis do movimento também dá grande
prestígio ao britânico e à sua nação. De fato, ele ajudou no desenvolvimento científico, mas lembrar ape-
nas do seu nome é ignorar que as ciências são feitas coletivamente, envolvendo muitas pessoas, em mui-
tos países e, frequentemente, em desenvolvimentos que se estendem por muito tempo. Por exemplo,
o que sabemos sobre os movimentos e suas causas, que
Pulsar Imagens/Ricardo Azoury

têm nas três leis de Newton um importante pilar, é fruto


de pesquisas e propostas de muitas pessoas de diferen-
tes lugares e épocas, como o egípcio Filopono (490-570),
os árabes Avicena (980-1037) e Averróis (1126-1198), os
franceses Buridan (1295-1363) e Descartes (1596-1650), o
italiano Galileu (1564-1642) e assim por diante.

Esses megálitos localizados no Amapá foram erguidos muito antes


da chegada dos portugueses ao Brasil. Provavelmente, para algum
povo nativo da América realizar observações astronômicas.

16 7o. ano – Volume 3


Atividades
1. Testes de colisão (crash tests) são realizados força resultante passe a ser zero e que a pis-
com veículos para verificar a segurança de seus ta seja muito lisa. O skate vai parar imedia-
dispositivos, como o cinto de segurança e o air tamente quando a força resultante deixar de
bag. A imagem mostra um desses testes: existir? Por quê?

©Shutterstock/Benoist
3. Em um cabo de guerra, duas crianças se po-
sicionam em uma extremidade da corda e
duas, na outra extremidade. As forças que
as crianças da esquerda fazem na corda são
iguais a 40 N e 80 N. As crianças da direita fa-
a) Por que, nessa batida frontal, o corpo é zem forças iguais a 20 N e 50 N.
aparentemente projetado para a frente? a) Represente, graficamente, essas forças na
imagem abaixo.

Jack Art. 2018. Digital.


b) Qual é o valor e o sentido da força resultante?
b) E se esse carro estivesse parado e outro
veículo batesse na sua traseira, qual seria a
tendência de movimento do motorista?

c) Por que usar cinto de segurança?

4. Junte-se a dois colegas e calcule a força resul-


tante necessária para acelerar cada um deles
com 2 m/s2 e com 10 m/s2. Para fazer esse cál-
2. Uma pessoa anda de skate em uma pista ho- culo, será preciso perguntar a eles quais são as
rizontal. Ela se movimenta ao ser submetida suas massas. Se alguém não souber com preci-
a uma força resultante, quando se impulsiona são a sua massa, não há problema, pode usar
para a frente. Suponha que, de repente, essa valores aproximados.
Ciências 17
5. Na figura, um bloco está submetido a três for- Para que o barco vá para trás em relação ao
ças (F1, F2 e F3). Considerando que as intensi- remador, essa força nos remos deverá ser apli-
dades dessas forças são F1 = 20 N, F2 = 30 N cada empurrando a água para a frente ou para
e F3 = 40 N e que a massa do bloco é 2 kg, trás em relação ao remador? Por quê?
determine a:

F1
F2
Jack Art. 2012. Digital.

F3
7. Observe, na fotografia a seguir, uma bola atin-
gindo o rosto de um jogador de futebol.

EasyPix/Zuma Press
a) força resultante.

b) aceleração. • Bola no exato instante em que atinge o rosto do


jogador
Com base nessa imagem, analise esta afirma-
ção: “A força aplicada pelo rosto na bola é
maior do que a aplicada pela bola no rosto,
uma vez que a bola está mais deformada do
que o rosto”. Essa frase está correta? Justifique
sua resposta.
6. O remador está aplicando uma força nos remos
do barco para que ele adquira movimento e
atinja a máxima velocidade possível.
©iStockphoto.com/Andrew Conway

8. Entre as alternativas a seguir, quais são carac-


terísticas das forças que formam um par ação
e reação?
( ) Apresentam o mesmo valor.
( ) Apontam para o mesmo lado.
( ) Atuam no mesmo corpo.
( ) Não se cancelam.
( ) Existem sempre que um corpo exerce
uma força sobre outro.
• No material de apoio, você encontra uma
atividade experimental que possibilita ob-
servar a 3ª. lei de Newton utilizando um
• Remador em movimento em relação à água
carrinho movido por uma bexiga com ar.

18 7o. ano – Volume 3


Máquinas simples

©Shutterstock/Veja
Você já deve ter utilizado uma tesoura para cortar
papel, um abridor para abrir uma garrafa, uma faca para
cortar um alimento, etc. Esses instrumentos, assim como
os alicates, gangorras, pás, pés de cabra, abridores de

no
©Shutterstock/Clari Massimilia
latas, martelos, machados, varais de roupas, guindastes,
portões, parafusos e moinhos, são só alguns exemplos de
máquinas simples presentes em nossa vida.

©Shutterstock/MBI
As máquinas simples, com frequência, não são muito
notadas no nosso cotidiano, mas estão sempre presentes,
cumprindo sua função ou servindo de base para outras
máquinas mais complexas.
Basicamente, as máquinas simples funcionam por
sua capacidade de alterar forças, mesmo que seja apenas
para mudar o sentido delas. Uma das primeiras máquinas
simples na história da humanidade foi a roda. As máquinas simples são instrumentos que
facilitam a realização de uma atividade.

Roda e eixo
A primeira representação de uma roda já en- Local das primeiras rodas encontradas
contrada pelos arqueólogos data de 3500 a.C. –

Talita Kathy Bora


ou seja, há 5500 anos – e foi feita numa placa
de argila achada nas ruínas da cidade-Estado de
Ur, onde hoje fica o Iraque. Isso significa que
a roda deve ter surgido por volta dessa época
ou talvez alguns séculos antes. Essa prova, en-
tretanto, é contestada por alguns historiadores,
atualmente em minoria. Eles apontam para um
pote de argila escavado no sul da atual Polônia,
que teria sido feito em torno de 4000 a.C. e tem
na sua superfície a imagem do que poderia ser
um veículo com rodas. Seja como for, as primei-
ras rodas parecem ter sido feitas com três pla-
cas de madeira cortadas em formato arredon-
dado, mantidas juntas por ripas. Seu conceito
também era conhecido em outras regiões do
mundo – os chineses teriam começado a usá-
-la em torno de 2000 a.C. e os olmecas, um
povo que viveu onde hoje é o sul do México, já
construíam desde pelo menos 1500 a.C. brin-
Fonte: ATLAS histórico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1973.
quedos para suas crianças com rodas maciças p. 65. Adaptação.
feitas de pedra (ainda que curiosamente nunca
tenham desenvolvido rodas para uso prático em sua vida diária!). Bem mais tarde, na Idade
Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção mudar de cara e ganhar eficiência.

NAVARRO, Roberto. Quando foi inventada a roda? Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/historia/quando-foi-inventada-a-roda/>.


Acesso em: 20 mar. 2018.
Ciências 19
Linha do tempo da roda

3500 a.C.

Em Ur, na Mesopotâmia, surge o 2000 a.C.


que é mais aceito como a primeira
representação de uma carroça com
Surgimento quase simultâneo no norte
©Shutterstock/James Steidl/Angela Giseli. 2018. Digital.

rodas de madeira maciça


da Europa, Ásia Menor e China de
rodas com raios, mais leves que as
rodas maciças. Elas passam a ser
empregadas em carruagens e carroças

1888
Na Escócia, o veterinário e inventor
John Dunlop desenvolve os 1000 a.C.
primeiros pneus com câmara, que
ele utiliza numa bicicleta

Na Europa Ocidental, os celtas começam


a recobrir com uma “capa” de metal as
rodas de suas carruagens, aumentando
Na França, o industrial Édouard Michelin sua resistência e durabilidade
adapta a invenção
i de Dunlop para uso em
automóveis, que começavam a surgir,
automóv
ainda com
c rodas raiadas de madeira

1895 Com a produção em massa de automóveis,


as rodas passam a ser feitas de metal, com
o desenvolvimento de ligas leves e novos
materiais, inclusive compostos de carbono Início
do século
20

NAVARRO, Roberto. Quando foi inventada a roda? Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/historia/quando-foi-inventada-a-roda/>.


Acesso em: 20 mar. 2018.

Nas ciências, preferimos usar os termos “roda” e “eixo” para denominar essa máquina simples. Como o
texto anterior indica, não temos certeza de quando e onde ela surgiu, mas sabemos que nossa vida seria
muito diferente sem a roda. Pense nos deslocamentos ao longo da história da humanidade sem carroças,
bicicletas, trens ou carros. Eles seriam muito mais difíceis, não? A facilidade de deslocamento possibilitada
pelas rodas propiciou maior intercâmbio de ideias, de pessoas, de mercadorias, etc. Um dos motivos para
essa facilidade é que, ao utilizar uma roda, o movimento ocorre sem deslizamento. Pense na diferença entre
deslizar de tênis ou de patins. Mas essa não é a única vantagem da roda acoplada a um eixo, ela também
é capaz de alterar forças.
A roda (ou roda e eixo) foi uma das máquinas simples mais empregadas durante o Renascimento.
Além dela, existem muitas outras, como a alavanca, o plano inclinado, a rosca e a polia.
Renascimento: período compreendido, aproximadamente, entre o fim do século XIV e o século XVI da história europeia. Ele foi marcado por
muitas transformações nas artes, na filosofia, na política e nas ciências, sendo uma transição da Idade Média para a Moderna.

20 7o. ano – Volume 3


Alavanca
Siracusa – Itália
Arquimedes foi um filósofo nasci-

Talita Kathy Bora


do no ano 287 a.C., em Siracusa, na
Ilha de Sicília, hoje território italiano.
Na época, a ilha era parte do território
grego e a noção de filosofia abarca-
va áreas que hoje são das ciências e
da matemática. Em termos atuais,
podemos dizer que Arquimedes foi
um matemático, um filósofo, um fí-
sico, um engenheiro e um inventor.
Na história, justa ou injustamente,
são atribuídas a ele muitas inven-
ções, muitos casos curiosos e ideias,
inclusive a elaboração de máquinas
simples. Uma das frases atribuídas a
ele é: “Deem-me um ponto de apoio
Fonte: EALES, Philip. Map Satellite. Nova Iorque: Dorling Kindersley, 2007. p. 214. Adaptação.
e moverei o mundo!”. Mas por que Ar-
• Ponto que corresponde à região na qual Arquimedes nasceu
quimedes teria dito isso?

A resposta está no princípio da alavanca. Para


entender esse princípio, pense em uma gangorra.
Duas pessoas de mesmo peso são facilmente equi-
libradas se cada uma ficar de um lado da gangorra,
Ponto de apoio mas se uma pessoa for mais pesada do que a outra, o
equilíbrio não acontece no início da brincadeira. Isso
porque a distância entre o ponto de apoio e a posição
do assento da gangorra é igual dos dois lados. Mas é
possível achar uma posição em que haja equilíbrio se a
pessoa de maior força peso procurar uma posição mais
Pessoas de pesos iguais conseguem se equilibrar em uma
gangorra desde que estejam à mesma distância do eixo próxima do eixo da gangorra. Ou seja, forças peso dife-
(o ponto de apoio em relação ao qual a alavanca gira). rentes podem ser equilibradas se estiverem a distâncias
diferentes do eixo. Ilustrações: José Luís Juhas. 2018. Digital.

Ponto de apoio Ponto de apoio

Pessoas de pesos diferentes conseguem se equilibrar em uma gangorra desde que a de maior peso se sente numa posição mais próxima do eixo.

Ciências 21
©Wikimedia Commons/Pappus of Alexandria in Collection or Synagoge
O princípio da alavanca tem relação com a
situação da gangorra. Nela, vimos que a criança
menor é capaz de multiplicar sua força, susten-
tando uma pessoa maior. Para isso, basta que a
pessoa maior esteja mais próxima do eixo.
Repare na ilustração que representa Arqui-
medes levantando a Terra. Como o planeta está
bem perto do eixo de giro da alavanca, a força
de Arquimedes foi muito multiplicada. Logica-
mente, essa representação é irreal, pois seria
preciso uma alavanca gigantesca para que uma
pessoa conseguisse erguer a Terra, além de um Conhecedor do princípio da alavanca, que funciona como multiplicador
de forças, dizem que Arquimedes falou: “Deem-me um ponto de apoio e
ponto de apoio para essa alavanca. No entanto, moverei o mundo”. Essa ilustração, retirada de um livro de 1878, fantasia
essa imagem ilustra bem o quanto uma alavan- como seria a situação, caso ela fosse possível.
ca pode multiplicar uma força.
Exemplos mais cotidianos são o amassador
de alho ou de batatas, o espremedor de limão
Ponto de apoio
e outros instrumentos similares. Amassar bata-
tas diretamente exige certa força, mas com o
auxílio de um amassador nosso esforço é bem
menor, pois fazemos força longe do eixo da ala-
vanca. As batatas, posicionadas mais próximas
©Shutterstock/Sibadan do eixo, são esmagadas com uma força bem
maior do que aquela feita por nossas mãos. Há
ainda muitos outros exemplos de instrumentos
do nosso cotidiano que usam alavancas: tesou-
Instrumentos como o amassador de batatas facilitam muito o trabalho, ras de jardim, alicates de cutícula, abridores de
pois multiplicam algumas vezes a força que é feita pelas mãos em suas
extremidades. latas, abridores de garrafas, etc.

Plano inclinado
Nos planos inclinados, que não são nada mais do que rampas, a força necessária para elevar um objeto
pesado é menor do que a necessária para ele ser erguido diretamente. Pense, por exemplo, em uma pessoa
numa cadeira de rodas que precisa se locomover por um desnível. Uma escada é um grande obstáculo e
erguer a pessoa e a cadeira de rodas para subir a escada requer grande força. Isso também não lhe garan-
tiria um acesso de modo autônomo.
Uma rampa é uma alternativa de aces-
©Shutterstock/Olexandr Panchenko

sibilidade e possibilita que, com uma força


menor, a pessoa consiga superar o desnível.
No entanto, a inclinação da rampa não pode
ser muito alta, pois ainda seria preciso uma
força elevada para realizar o movimento. Por
outro lado, com uma inclinação baixa, a força
necessária para se deslocar é reduzida signi-
ficativamente, mas a rampa será mais longa.

22 7o. ano – Volume 3


Em outras palavras, podemos pensar
que a inclinação da rampa é um fator
multiplicativo da força. Assim, a força ne-

©Shutterstock/RioPatuca
cessária para subir em uma rampa com
uma inclinação pequena pode ser muito
menor do que o peso daquilo que se está
movimentando. No entanto, uma inclina- Com uma rampa muito inclinada, a força que o cadeirante terá que fazer para
ção baixa requer que a rampa seja mais subir é menor do que o seu peso, mas ainda será elevada. Quanto menor a
inclinação da rampa, menor é a força necessária e mais fácil é se locomover para
longa, o que aumenta a distância neces- superar o desnível.
sária para vencer o desnível. Uma rampa
muito íngreme requer mais força para subir, mas seu comprimento é menor. Como o problema geralmente
são as forças, é mais comum optarmos por um deslocamento maior, a fim de reduzi-las.
Se juntarmos dois planos inclinados, temos um forma-
©Shutterstock/Mr_Mrs_Marcha
to chamado de cunha. É o formato, por exemplo, de facas e
machados. Com eles, é possível mudar a direção de atuação
da força, fazendo ela apontar para os dois lados, aumentando,
assim, a força resultante exercida pela cunha e dividindo ou
cortando um objeto com maior facilidade.

Faplicada na cunha

Cunha
A faca e o machado têm formato de cunha, que é um
Ftransmitida Ftransmitida caso específico de plano inclinado. Na cunha, a força
ao objeto ao objeto aplicada inicialmente é transmitida para os dois lados
e o resultado pode ser uma força maior. Assim, usando
essa máquina simples, é possível dividir ou cortar
Objeto objetos com mais facilidade.

Conexões
Acessibilidade
O termo acessibilidade remete, inicialmente, à possibilidade de acesso a um lugar. Uma rampa, má-
quina simples composta de um plano inclinado, é um dispositivo que facilita o acesso de quem tem di-
ficuldades de mobilidade. Contudo, em um sentido mais amplo, a acessibilidade diz respeito à inclusão
e à possibilidade de tornar acessível a outras parcelas da população aquilo que está disponível apenas
para algumas pessoas. A ideia é eliminar as barreiras, sejam elas físicas, sensoriais, culturais, econômicas,
etc., ofertando a quem tiver interesse o acesso a todos os lugares e materiais. As rampas são exemplos de
adaptações permitidas pela tecnologia para o deslocamento motor, mas também podemos pensar em áu-
dios ou vídeos adaptados para outras parcelas da população, como deficientes visuais ou auditivos, ou no
acesso, por exemplo, à internet e a serviços públicos de qualidade para pessoas que vivem em condições
socioeconômicas vulneráveis.
Com relação às rampas e à sua presença em nosso cotidiano, faça uma pesquisa sobre acessibilidade e rampas em
edificações e no urbanismo em geral. Procure as normas referentes a inclinações e a distâncias e verifique como me-
dir a inclinação de uma rampa. Faça, então, um estudo de caso, isto é, escolha uma rampa do seu município, faça as
medidas necessárias e a represente em um esquema ou a fotografe, indicando suas dimensões. Com base nos dados
pesquisados, verifique se ela está dentro das normas de acessibilidade.

Ciências 23
Rosca
A rosca é uma série de filetes em torno de um eixo, como um parafuso. Na realidade, ela nada mais é do
que um plano inclinado que foi envolvido em um eixo, como mostra a imagem abaixo.
Envolvendo o papel
sobre o lápis

A rosca, como a de Papel


um parafuso, pode
Rosca do
ser entendida como parafuso Rotação
um plano inclinado
que foi enrolado em
um eixo. Esse formato
possibilita que a força
feita sobre a rosca F F
seja multiplicada. Plano inclinado
F

O plano inclinado envolvido no eixo possibilita que o parafuso se mova quando aplicamos uma força,
podendo, por exemplo, penetrar na madeira com certa facilidade. No entanto, temos que dar várias vol-
tas no parafuso para que ele penetre apenas um pouco na superfície. Essa troca é comum nas máquinas
simples: multiplicamos a força (é bem mais difícil penetrar a madeira sem a rosca do parafuso), mas, em
compensação, precisamos de um deslocamento bem maior (as diversas voltas do parafuso).

Polia

©Shutterstock/Brook Chen
As polias, também chamadas de roldanas, são rodas que giram em torno
de um eixo, acionadas comumente por um fio, uma correia ou uma corda. Elas
servem tipicamente para elevar objetos, mudando a direção da força aplicada,
ou, quando são usadas duas ou mais, para multiplicar a força aplicada.
Para as polias funcionarem como multiplicadoras de força, é preciso que ao
menos uma delas tenha liberdade de movimento, isto é, seja móvel. A imagem
a seguir mostra, primeiro, um peso sendo puxado por uma polia fixa, em que a
força aplicada na alça é igual ao peso. No segundo caso, é inserida uma polia
móvel, e a força na alça se reduz à metade. Isso porque a polia móvel (onde
está o gancho) divide o peso do objeto por dois, com cada lado da corda sus-
tentando metade do peso. Como efeito dessa divisão, metade do peso está
sendo sustentado pelo teto e metade pela força que puxa a alça.

Nas polias de um navio, as


P
cordas servem para segurar e dar
P P sustentação a estruturas como os
4 4 8 mastros, além de também servirem
Ilustrações: Jack Art. 2018. Digital.

P P como guindaste para elevar cargas


4 4 até o convés.
P P P P P
2 2 2 2 2 P
2

P P
P
4 8
2

P
Observe que o peso da esfera é o mesmo nas quatro situações, mas
P P P P a força realizada se reduz pela metade a cada polia móvel inserida.

24 7o. ano – Volume 3


As polias são úteis mesmo quando mudam apenas a direção da força, pois geralmente é mais cômodo
puxar uma corda para baixo do que fazer força para cima para elevar algo. Podemos pensar, por exemplo,
em sacos de cimento sendo levantados por polias em uma construção civil.
As engrenagens e as rodas dentadas são tipos específicos de polias que também são muito usadas para
transmitir movimentos de uma parte do motor para outras partes, como para o eixo e para as rodas de um
veículo.

Organize as ideias
As máquinas simples modificaram direta e indiretamente as sociedades ao longo da história. Por exem-
plo, o arado – um instrumento utilizado para revolver a terra antes da semeadura – pode ser constituído
de várias máquinas simples, tais como roda, cunha (plano inclinado) e polia. Esse instrumento, inventado
há cerca de 8 mil anos, colaborou para o desenvolvimento da agricultura por possibilitar o crescimento da
produção de alimentos e, consequentemente, o estabelecimento de populações estáveis. Isso contribuiu
para mudar muito a vida em sociedade: fixamos moradia, passamos a cultivar mais alimentos e a depen-
der menos da caça e da coleta para a sobrevivência, estabelecemos novas relações sociais com pessoas
encarregadas de diferentes funções e promovemos certa especialização do trabalho (o agricultor para o
cultivo agrícola, o ferreiro para a produção das ferramentas, o guerreiro para a segurança do povoado, etc.),
organizamos trocas econômicas entre as diferentes pessoas para acesso aos instrumentos e produtos locais
e assim por diante.
Tendo isso em mente, faça um cartaz descrevendo uma ou mais máquinas simples e um instrumento
no qual ela está presente. Procure trazer imagens e desenhar esquemas para explicar o funcionamento
desse instrumento, listando aplicações ou impactos que ele teve sobre a sociedade ao longo da história.
O arado serve para lavrar (arar) a terra, descompactando-a. Isso facilita a
infiltração da água no solo, tornando-o mais arejado e possibilitando um
melhor desenvolvimento das raízes das plantas, além de contribuir para o
desenvolvimento de organismos úteis para a agricultura, como as minhocas.
©Shutterstock/Somchai Sanvongchaiya

Ciências 25
Atividades
1. Que vantagens uma máquina simples do tipo 5. Grandes mestres das artes marciais têm pleno
roda e eixo pode oferecer? domínio sobre seus corpos e mentes, sabem
desenvolver suas habilidades e as usam com
responsabilidade. Muitas das técnicas que eles
conhecem envolvem o princípio da alavanca,
como é o caso da chave de braço usada no judô
2. Observe a ilustração a seguir, em que uma e no jiu-jítsu. Nessa técnica, o lutador apoia no
criança sustenta um elefante. Utilizando os próprio corpo o cotovelo do adversário e puxa
conceitos de alavanca, explique como é possí- seu braço pelo punho – região distante do co-
vel ocorrer uma situação como essa. tovelo. Para se defender, o oponente faz força
com a musculatura do bíceps, tentando reco-
lher o braço, mas essa força é aplicada numa re-
gião muito próxima do cotovelo. Geralmente,
Divo. 2018. Digital.

com a aplicação desse golpe, o adversário aca-


ba se rendendo e desistindo da luta para evitar
alguma lesão em sua articulação. Por que é tão
difícil se defender e recolher o braço em uma
chave de braço?

3. Nosso corpo é cheio de alavancas compostas • Chave de braço, golpe de


de músculos, ossos e articulações. Pesquise judô e jiu-jí
jiu-jítsu
Cruuppi
arcoo Cr

sobre ao menos uma alavanca presente no


/Marc
ck/M

corpo humano e faça um esquema represen-


rstoocck
©Shuutterst

tando o seu funcionamento.


4. As pirâmides do Egito serviam como túmulos
de faraós, e sua construção buscava afirmar a
supremacia política e religiosa dos soberanos.
A forma como foram feitas ainda é um gran-
de mistério, pois os blocos de pedra utilizados 6. Arthur comprou um sofá para seu apartamen-
têm, em média, 2,5 toneladas e são empilha- to, mas o sofá não passou pela porta. Ele teve
dos por dezenas de metros de altura. A Pirâmi- a ideia de levantá-lo até seu apartamento por
de de Quéops, por exemplo, tem 137 metros fora do prédio e passá-lo pela janela. Para isso,
de altura e 230 metros de cada lado da base prendeu o sofá com uma corda e utilizou três
e foi, durante milênios, a construção mais alta polias móveis. Sabendo que o peso do sofá é
do mundo, sendo superada apenas no fim do igual a 800 N, qual a força realizada por Arthur?
século XIX, pela Torre Eiffel, na França.
©Shutterstock/WitR

Jack Art. 2018. Digital.

A mais alta das pirâmides do Egito tem 137 metros de altura, o


equivalente a um prédio de quase 50 andares.

Elabore hipóteses de como os pesados blocos


P F
de pedra podem ter sido movidos e empilha-
dos para a construção das pirâmides.

26 7o. ano – Volume 3


+ Zoom
Alavancas na história
Muito provavelmente, o ser humano primiti-

José Luís Juhas. 2018. Digital.


vo tinha conhecimento prático sobre alavancas e,
por meio delas, era capaz de movimentar objetos
pesados, como rochas.
Algumas civilizações, no entanto, talvez te-
nham usado alavancas – e outras máquinas sim-
ples – para feitos realmente impressionantes. As
estátuas gigantes da Ilha de Páscoa – os moais Provavelmente, alavancas já eram usadas pelo
ser humano primitivo para multiplicar sua força
– construídas entre 1250 e 1500 pelo povo rapa- e movimentar objetos pesados.
nui, são um bom exemplo.

©Shutterstock/RPBaiao
Atualmente, também temos alavan--
cas em diversos dos nossos equipamen--
tos, muitas vezes compondo máquinass
mais complexas. Um carrinho de mão,
por exemplo, é composto de uma ala--
vanca e uma roda. Um guindaste tem m
funcionamento mais complexo, mass
também é basicamente uma alavanca.
Com até 80 toneladas e dezenas de metros de altura, o manuseio e a O sistema de freio de automóveis é ou--
locomoção das estátuas da Ilha de Páscoa exigiam conhecimento das
máquinas simples e grande domínio das tecnologias que as empregavam. tro exemplo, ainda que menos visível,
do uso de alavancas.
Você reparou como essas aplicações de máquinas simples, ao longo da história, são capazess
de impactar no modo de vida de muitas maneiras? Discuta com seus
colegas sobre os usos das máquinas simples ao longo da história
e como essas invenções têm ajudado na realização de ta-
refas cotidianas. Para isso, pense qual era a possível fun-
ção da máquina simples para o ser humano primitivo Força

e para o povo rapanui e compare com sua função nos


equipamentos atuais.

Jack Art. 2018. Digital.


Força
Peso do objeto
Observe, nas alavancas movimentado
desses instrumentos,
o ponto de apoio, a
força feita e a força
multiplicada pela Peso do objeto
movimentado
alavanca. No carrinho
Marcos Gomes. 2012. Digital.

de mão e no guindaste,
a força feita serve para
levantar o peso de um Pastilha de freio
objeto e, no terceiro Força multiplicada
caso, é transmitida para Força ao transmitida ao Disco de freio Pistão
o sistema de freio do pisar no freio sistema de freio 2
veículo, servindo para
pressionar o disco de
freio da roda.
Fluido de freio

Ciências 27
Hora de estudo
1. Em uma brincadeira de cabo de guerra, há 8 participantes de cada lado, como pode ser observa-
do na imagem. Cada participante exerce uma força com intuito de puxar a corda para o seu lado,
movimentando-a até uma posição pré-definida. Mesmo com todos os participantes exercendo uma
força, percebe-se que, no instante inicial, a corda fica praticamente parada. Por que isso ocorre?

Divo. 2018. Digital.


2. Ainda com base na situação anterior, quando a corda passa a se movimentar para um dos lados, o
que é possível concluir em relação às forças realizadas pelos participantes?

3. Determine a força resultante em cada uma das situações a seguir, indicando seu valor e representando-a
por um vetor.
a) b)

F1 = 2 N

F1 = 3 N

F2 = 2 N
F2 = 1 N

c) d)
F1 = 4,3 N
F1 = 5 N F2 = 3 N
Jack Art. 2012. Digital.

F2 = 4,6 N

4. Enuncie as três leis de Newton e dê exemplos de situações em que elas são aplicadas.
5. Sobre um copo, é colocado um cartão e, em cima do cartão, uma moeda. Se puxarmos rapidamente
o cartão, a moeda cai dentro do copo. Tal fato é descrito pelo conceito de
a) força resultante. c) aceleração. e) ação e reação.
b) atrito. d) inércia.

28
6. Analise a tirinha a seguir:

©Francisco Caruso & Luisa Daou


CARUSO, Francisco; DAOU, Luisa. Tirinhas de Física. v. 2. Disponível em: <http://www.cbpf.
br/%7Ecaruso/fcn/publicacoes/pdfs/tirinhas_fisica_volume2.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2017.

Em quais momentos desse movimento do skate e do skatista é possível identificar cada uma das três
leis de Newton?
7. Uma bola de boliche de 2 kg sofre a ação de uma força resultante de 8 N. Qual será a aceleração
adquirida pela bola?
8. As imagens a seguir mostram algumas máquinas simples. Identifique quais estão representadas em
cada imagem e explique suas funções.
Divo. 2018. Digital.

9. Sobre a alavanca representada na ilustração, responda às questões a seguir.


a) Que número representa o ponto de

José Luís Juhas. 2018. Digital.


apoio da alavanca?
F2
( ) I III
II
( ) II
( ) III F1 I

b) Em uma extremidade da alavanca, está uma caixa exercendo uma força F1. Na outra extremidade,
há uma força F2 que vai deslocar a caixa. Qual está mais distante do ponto de apoio da alavanca?
( ) F1 – A força peso da caixa.
( ) F2 – A força a ser feita para movimentar a caixa.
c) Com o uso da alavanca, a vantagem é que a força F2, a ser feita para movimentar a caixa, é
__________ do que a força peso F1 da caixa.
( ) menor ( ) maior

29
6 Energia térmica

Ilustrações: Jack Art. 2018. Digital.


1. Os mapas ao lado são
muito comuns em
nosso dia a dia. Estão
presentes em jornais,
revistas e aplicativos de
celular. Que informação
eles estão passando?
2. Qual é a grandeza
física que está sendo
mostrada nas imagens?
3. Em que unidade essa
grandeza está sendo
medida?
4. Por que pode haver
alterações nos valores
dessa grandeza ao longo
do dia?

30
Objetivos
• Conceituar temperatura e calor.
• Diferenciar temperatura, calor e sensação térmica nas diferentes situações cotidianas.
• Transformar temperaturas entre diferentes escalas termométricas.
• Conhecer as formas de propagação de calor e suas aplicações.
• Compreender o conceito de equilíbrio termodinâmico e suas implicações.
• Reconhecer mudanças econômicas, sociais e culturais relacionadas com o desenvolvimento
científico e tecnológico.

Temperatura e calor

©Shutterstock/Vinicius Naves
Rio 40 graus
Rio 40 graus Capital do sangue quente
Cidade maravilha Do melhor e do pior do Brasil
Purgatório da beleza e do caos Cidade sangue quente [...]
Capital do sangue quente do Brasil

ABREU, Fernanda; FAWCETT, Fausto; LAUFER. Rio 40 graus. In: ABREU, Fernanda.
Sla 2 be sample. Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1992. 1 CD, digital, estéreo. Faixa 6.

• Vista área do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro

A letra da música Rio 40 graus faz uma comparação entre a temperatura ambiente da cidade do Rio de Janeiro e
o fato de ela ser “sangue quente”. Você acha que essa comparação se justifica? Por quê?
Nas ciências, é comum medirmos e compararmos algumas variáveis, como é o caso da temperatura,
e as chamarmos de grandezas físicas. Para medirmos, frequentemente usamos uma unidade de medida. A
letra da música não deixa explícita qual é a unidade, mas, no cotidiano brasileiro, medimos a temperatura
em graus Celsius (°C) e faz todo o sentido entender que os 40 graus da cidade do Rio de Janeiro são graus
Celsius, pois 40 °C é uma temperatura ambiente alta e é relativamente comum no verão carioca.
Logo, você deve ter percebido que os adjetivos quente e frio se relacionam com temperaturas mais
elevadas ou mais baixas. Mas como medir a grandeza temperatura? Uma maneira intuitiva é por meio do
tato, mas, para entender se essa é uma boa maneira de diferenciar quente e frio e medir temperaturas, faça
a atividade proposta na seção a seguir.

31
Fazendo Ciência
Neste experimento, você utilizará a sensibilidade térmica para comparar as temperaturas.
Materiais: 3 vasilhas; água aquecida a até 40 °C; água em temperatura ambiente; água gelada.
Como fazer
Este experimento deve ser realizado com
três recipientes de água. Um com água
quente, aquecida pelo professor a uma
temperatura máxima de 40 °C, outro
com água em temperatura ambiente e o
último com água gelada.

José Luis Juhas. 2013. Digital.


Etapa 1: coloque a mão esquerda no
recipiente com água quente e a mão
direita no recipiente com água fria. Per-
maneça com as mãos nesses recipientes
por 1 minuto.
Etapa 2: após esse intervalo de tempo,
tire as duas mãos dos recipientes e coloque-as, • Representação de uma pessoa colocando as mãos em recipientes
com água em temperaturas diferentes e, depois, em água com tem-
simultaneamente, no recipiente com água em peratura intermediária
temperatura ambiente.
Análises
1. Na etapa 1, em qual dos dois recipientes a temperatura é maior?
2. Na etapa 2, para qual das mãos a água aparenta estar mais quente?
3. No recipiente com água em temperatura ambiente, a temperatura da água é igual para ambas as mãos.
Sabendo disso, explique o que foi observado. Por que as mãos não podem ser utilizadas para determi-
nar a temperatura com exatidão?

As sensações ligadas a frio ou quente são muito relativas, pois estão relacionadas às percepções senso-
riais de cada indivíduo. Sendo assim, essas sensações térmicas não servem como parâmetro para medidas
científicas. Por esse motivo, colocar a mão na testa de uma pessoa não é um método 100% confiável para
saber se ela está com febre.
Outro exemplo é pensarmos na temperatura ambiente com base apenas na nossa sensação térmica.
Dependendo do dia, dentro de nossas casas, podemos achar que a temperatura externa é uma e, quando
saímos, nossa sensação é de que está mais quente ou mais frio do que achávamos. Isso porque nossa
sensação térmica é influenciada pela temperatura, mas não só por ela. Além da sensibilidade de cada
pessoa, o vento, a umidade e a incidência direta ou indireta do Sol modificam essa sensação. Por exemplo,
se a temperatura ambiente real for de 10 °C, mas houver um vento de 40 km/h e a umidade do ar for de
70%, a nossa sensação térmica será de 1 °C.
Por isso, quando desejamos estimar a temperatura de um corpo ou de uma substância, é necessário
utilizarmos propriedades mensuráveis e com critérios objetivos. É o que fazem os termômetros – instru-
mentos utilizados para medir a temperatura.

32 7o. ano – Volume 3


Saiba +
Mercúrio Tubo de vidro Escala em °C Tipicamente, os termômetros
Angela Giseli. 2018. Digital.

Capilar não digitais usados em casa


34 36 38 40 42 funcionam com base na
dilatação de uma coluna de
35 37 39 41
mercúrio ou álcool

Os termômetros mais comuns são os que funcionam com uma coluna de líquido,
normalmente mercúrio ou álcool. Quando o termômetro é colocado em contato com um
objeto mais quente, o líquido se aquece, aumenta de tamanho e passa a ocupar um volume
maior, subindo de altura na coluna do tubo capilar. A leitura, então, é feita de acordo com as
marcações de temperatura no termômetro. Quando o ambiente se esfria, o comportamento
é contrário, e a altura da coluna de líquido diminui. Esse fenômeno, que possibilita a leitura da
temperatura em termômetros de coluna líquida, se chama dilatação. A dilatação é a variação
no volume dos corpos quando há variação na temperatura.

Um termômetro mede a temperatura, mas o

Jack Art. 2012. Digital.


que exatamente é essa grandeza? A temperatura
pode ser definida como o grau médio de agi-
tação das partículas que compõem a matéria.
Quanto maior a temperatura, maior a agitação
média das partículas que compõem o objeto ou
a matéria. Quanto menor a temperatura, menor Corpo com partículas Corpo com partículas
menos agitadas mais agitadas
a agitação média dessas partículas.
Outro conceito importante é o calor. Ele é a transferência de energia térmica entre corpos com
diferentes temperaturas. Corpos de maior temperatura transferem, naturalmente, energia térmica para
corpos de menor temperatura. Essa transferência é chamada de calor.

A energia térmica está


Divo. 2013. Digital.

relacionada à agitação das


Temperatura partículas que compõem
elevada os corpos. Partículas mais
Temperatura
baixa agitadas apresentam maior
energia térmica e partículas
menos agitadas apresen-
Calor
tam menor energia térmica.
O calor é uma energia que passa
espontaneamente dos corpos de maior
temperatura para os de menor temperatura.

No dia a dia, dizer “hoje está calor” significa dizer que hoje a temperatura está alta. Isso funciona muito
bem para a comunicação cotidiana, mas note que, cientificamente, calor e temperatura alta não são sinô-
nimos. Temperatura é uma propriedade de cada corpo, relacionada com a agitação de suas partículas. Calor
é uma energia que não está em nenhum corpo, mas que está passando espontaneamente de um corpo
(de maior temperatura) para outro (de menor temperatura). Assim, cientificamente, deixar portas e janelas
abertas no inverno ajuda a baixar a temperatura do interior das casas porque o ar mais frio ocupa o espaço
do ar mais quente. Além disso, com o passar do tempo, ocorre a transferência de energia térmica do ar mais
quente para o ar mais frio, e a temperatura do ambiente diminui.

Ciências 33
Equilíbrio térmico
É importante compreender que temperatura e calor são grandezas que ex-
pressam características diferentes uma da outra, mas que se relacionam. Quan- TA TB
do dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato,
eles cedem ou recebem calor. Com o passar do tempo, se o sistema estiver iso-
lado e não receber ou perder calor de outras fontes, as temperaturas dos corpos
ficam iguais. Nesse momento, dizemos que eles estão em equilíbrio térmico.
Blocos com temperaturas diferentes trocam calor
até que a temperatura deles fique igual, isto é, T T
até que seja atingido o equilíbrio térmico.

Espontaneamente, há transferência de calor do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura, até
atingirem o mesmo valor. Isso ocorre, por exemplo, quando colocamos gelo dentro de um copo com suco. O gelo
recebe calor do suco e derrete, e a água proveniente dele aumenta de temperatura. O suco perde calor e diminui
sua temperatura. As trocas de calor se encerram quando a temperatura de todos os corpos fica igual.

Conexões
Termografia
A termografia é uma técnica de inspeção que tem por base a detecção
Fotoarena/Album/Greenpeace dpa

de radiação infravermelha emitida pelos corpos, a qual é proporcional às


suas temperaturas. Por meio dessa técnica, é possível identificar as regiões
onde a temperatura está alta em relação a um padrão preestabelecido.
Normalmente, na termografia, quanto mais próximo da coloração aver-
melhada, maior é a temperatura da região.
A termografia é aplicada em diversos segmentos, por exemplo: nas in-
dústrias, para a detecção de calor excessivo em componentes mecânicos
e elétricos; e na medicina, para o diagnóstico de doenças que produzem
alterações térmicas.
• Imagem termográfica de uma peça
mecânica
Latinstock/Science Photo Library/Peter Menzel

Geralmente, as pessoas têm uma má impressão do termo


radiação, como se fosse algo perigoso. No entanto, radiação
é o nome dado a alguns tipos de ondas. A luz, por exemplo,
é uma radiação (radiação luminosa) que podemos ver; as
ondas de rádio também são um exemplo de radiação, que
não podemos ver nem sentir, mas que podem ser captadas
por antenas. A radiação infravermelha, também chamada de
ondas de calor, não é visível para nós, mas podemos senti-la
por meio da transferência de energia que ela provoca: o calor.

• Imagem termográfica utilizada na medicina

34 7o. ano – Volume 3


Equilibrio térmico e o corpo humano

www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/frio-pode-ter-provocado-morte-de-homem-na-fronteira-com-ms

FRIO PODE TER PROVOCADO MORTE DE HOMEM NA FRONTEIRA COM MS


Vítima foi encontrada só de bermuda e camisa em Capitán Bado

O frio intenso desta terça-feira (18) foi apontado no bairro da Primavera e foi encontrado usando
como causa da morte de um homem de 60 anos de apenas bermuda e camisa de manga curta.
idade em Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de
Coronel Sapucaia (MS), a 400 km de Campo Grande. Assim como a região e boa parte do Sudeste e Centro-
Oeste do Brasil, o Paraguai enfrenta frio intenso nesta
A vítima foi identificada como Fabriciano Flecha terça-feira. Segundo o órgão nacional de meteorologia
Rodriguez. O corpo foi encontrado no bairro San do país vizinho, no departamento (equivalente a
Roque. De acordo com o relatório da polícia, a causa estado) de Amambay, cuja capital é Pedro Juan
provável da morte é hipotermia. Fabriciano morava Caballero, a mínima foi de 0,1 grau negativo hoje.

FREITAS, Helio de. Frio pode ter provocado morte de homem na fronteira com MS. Disponível em: <https://www.campograndenews.com.br/meio-
ambiente/frio-pode-ter-provocado-morte-de-homem-na-fronteira-com-ms>. Acesso em: 22 mar. 2018.

Principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, existe a possibilidade de pessoas mor-
rerem de frio a cada ano. Normalmente, a temperatura interna do corpo humano está entre 36 e 37 graus
na escala Celsius. Isso é importante por conta das reações químicas que ocorrem no interior do nosso or-
ganismo e que, por exemplo, fornecem energia para os músculos exercerem forças, como para o coração
bater e bombear o sangue e para o diafragma promover a respiração.
Quando a temperatura ambiente é muito baixa, nosso corpo perde rapidamente calor para o ambiente e
a temperatura interna tende a diminuir, isso é a hipotermia. Nessa situação, uma série de funções do orga-
nismo é prejudicada. O coração começa a reduzir seu ritmo e pode até mesmo parar, provocando a morte.
Em temperaturas abaixo de 10 °C, os riscos de vida por conta do frio são elevados e mesmo uma pessoa
bem nutrida e agasalhada pode entrar em hipotermia após algumas horas. Infelizmente, a maioria das
pessoas que morrem por hipotermia não é bem nutrida e agasalhada: são os moradores de rua.
Especialmente nos dias frios, os órgãos de assistência social dos municípios brasileiros devem ficar
atentos para oferecer abrigo a todos que estiverem em risco devido ao frio intenso, zelando pela saúde de
todos os seus cidadãos. Em geral, a prefeitura conta com um número de contato para o qual qualquer pes-
soa pode ligar, informando se há pessoas em situação de risco. Então, uma equipe de resgate é acionada e
oferta acolhimento e demais serviços que sejam necessários.
Nas grandes cidades, a solicitação de serviços da prefeitura, incluindo os de assistência social, costuma
ser feito por meio do número de telefone 156. Em São Paulo, por exemplo, ligando para esse número, é
possível acionar a Central de Atendimento Permanente e de Emergência (Cape). Em Curitiba, o mesmo
número serve para acionar a Fundação de Ação Social – FAS. Em Porto Alegre, a ligação para o 156 acionará
a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).
Pesquise, no seu município, qual o órgão e o número de telefone a ser acionado caso você perceba alguém em uma
situação vulnerável na rua, como no caso de pessoas sujeitas ao frio intenso. Verifique também se já houve mortes por
hipotermia em sua localidade.

Ciências 35
Atividades
1. Para sabermos se uma pessoa está com febre, costumamos colocar a palma da mão em sua testa.
Esse é um método confiável? Explique.

2. Leia o trecho da notícia a seguir, sobre temperatura e sensação térmica, e analise seu conteúdo.

Com frio e vento, sensação térmica chega a –17 °C


em cidade de SC
Massa de ar polar derruba temperatura em Urupema e em vários outros municí-
pios da serra catarinense, provoca neve e geada e congela flores nos jardins
A cidade de Urupema, no sul de Santa Catarina, a 206 km da capital Florianópolis, registrou
–6,7 °C nesta terça-feira, mas por causa dos ventos de até 43 km/h, a sensação térmica chegou
a –17 °C.
A temperatura na cidade turística de pouco mais de 2 500 habitantes chegou perto da menor
registrada no país, na também catarinense Bom Jardim da Serra: –7,4 °C, segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet).
O inverno chegou forte ao país. A massa de ar polar que atinge principalmente a Região Sul
provoca frio intenso nos três estados da região e temperaturas negativas, com registro de neve
e geada. Nesta terça-feira, cerca de 50 municípios catarinenses amanheceram com termômetros
abaixo de zero.

COM FRIO e vento, sensação térmica chega a –17 °C em cidade de SC. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/brasil/com-frio-e-vento-sensacao-
termica-chega-a-17oc-em-cidade-de-sc/>. Acesso em: 22 mar. 2018.

Temperaturas e sensações térmicas abaixo de 10 °C podem causar muitos incômodos. Apesar de o


Brasil ser considerado um país quente, não é incomum ocorrer essas temperaturas e sensações no
inverno. Pesquise sobre a menor temperatura e sensação térmica que sua região teve nos últimos
anos e relate quais problemas isso pode acarretar.

36 7o. ano – Volume 3


3. Observe a tabela a seguir, sobre a velocidade do vento e a sensação de temperatura. Em seguida,
escreva um parágrafo relacionando a tabela com o texto da questão anterior.
EFEITO DO VENTO NA TEMPERATURA (WINDCHILL) PARA UMA UMIDADE RELATIVA DE 70%
Temperatura em °C
10 5 0 –1 –2 –3 –4 –5 –6 –7 –8
10 km/h 7 1 –5 –6 –7 –8 –9 –10 –11 –12 –13
16 km/h 6 0 –6 –7 –8 –9 –10 –11 –12 –13 –14
20 km/h 5 –1 –7 –8 –9 –10 –11 –12 –13 –14 –15
26 km/h 4 –2 –8 –9 –10 –11 –12 –13 –14 –15 –16
30 km/h 3 –3 –9 –10 –11 –12 –13 –14 –15 –16 –17
36 km/h 2 –4 –10 –11 –12 –13 –14 –15 –16 –17 –18
40 km/h 1 –5 –11 –12 –13 –14 –15 –16 –17 –18 –19
46 km/h 0 –6 –12 –13 –14 –15 –16 –17 –18 –19 –20
50 km/h –1 –7 –13 –14 –15 –16 –17 –18 –19 –20 –21
Fonte: THERMAL comfort observations. Disponível em: <http://www.bom.gov.au/info/thermal_stress/>. Acesso em: 22 mar. 2018.

4. Diferencie temperatura, calor e sensação térmica. Dê ao menos um exemplo de situação do cotidia-


no que envolva esses três conceitos.

5. O que é o equilíbrio térmico?

6. Por que os seres humanos precisam manter seus corpos com uma temperatura em torno de 36 a
37 °C? Como mantemos nossa temperatura nessa faixa?

7. Pesquise sobre os tipos de termômetros clínicos existentes e seus princípios de funcionamento.


Depois, monte um cartaz ou um texto com os resultados de sua pesquisa.

Ciências 37
Escalas termométricas
Medir uma temperatura implica utilizar uma unidade de medida. No Brasil, estamos habituados a medir
a temperatura em graus Celsius, ou seja, usamos a escala Celsius. Mas essa não é a única escala termomé-
trica para a medição de temperaturas, há pelo menos outras duas de importância histórica e científica, a
escala Fahrenheit e a escala Kelvin. A seguir, vamos entender melhor cada uma delas.

Escala Celsius

©Wikimedia Commons/Astronomical observa-


tory of Uppsala University
Anders Celsius (1701-1744) foi um pesquisador sueco que desenvolveu,
no início do século XVIII, a escala Celsius, que leva o seu sobrenome como
forma de homenageá-lo pelos estudos realizados. No Brasil, a escala Celsius
é frequentemente utilizada em nosso cotidiano para expressar a tempera-
tura de um corpo ou do ambiente.
°C Uma maneira de graduar um termômetro de mercúrio na
• Anders Celsius
escala Celsius é colocá-lo, primeiramente, em contato com
100 gelo derretendo (temperatura de fusão) em um local onde a
pressão seja igual a 1 atm. Observa-se, então, a altura da coluna
Quando um corpo está no
90 de mercúrio diminuir até determinado nível, no qual se estabi- estado sólido e passa para
liza, quando o termômetro atinge o equilíbrio térmico. Quando o estado líquido, dizemos
80 isso ocorre, faz-se uma marca nesse ponto, denominando-a de que ele sofreu fusão.
zero grau Celsius.
70
Em seguida, aquece-se a água e observa-se que, confor-
me a temperatura aumenta, a altura da coluna líquida sobe. Atm é a unidade de pres-
60
Percebe-se, também, que a altura da coluna de mercúrio se são, abreviação de atmos-
50
estabiliza no momento da fervura (temperatura de ebulição). fera. A pressão atmosférica
Após o equilíbrio térmico, faz-se uma marca e denomina-se ao nível do mar é de 1 atm.

40
esse ponto de 100 graus Celsius.
O intervalo entre as duas marcas pode ser dividido em 100
30 partes inteiras e iguais. Cada divisão se chama grau Celsius, Quando um corpo está no
sendo representada por °C. Logo, a temperatura de fusão do estado líquido e passa para
20 gelo é 0 °C e a temperatura de ebulição da água é 100 °C. o estado gasoso, dizemos
que ele sofreu ebulição.
10

0
Angela Giseli. 2018. Digital.

100°C
Divo. 2013. Digital.

0°C

38 7o. ano – Volume 3


Escala Fahrenheit
O europeu Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736) também
GlowImages/AP Photo/Gdansk University of Technology Press Office

desenvolveu, no início do século XVIII, uma escala que leva seu


nome, a escala Fahrenheit. Nos Estados Unidos, essa é a escala
utilizada no dia a dia.
°F
Para graduar um termômetro na escala Fahrenheit,
é possível fazer um experimento semelhante ao da 212
escala Celsius, colocando o termômetro de mercúrio
em contato com uma solução de gelo derretendo,
até a altura da coluna se estabilizar. Quando isso 192

ocorre, faz-se uma marca no ponto de estabilização,


denominando-a de 32 graus Fahrenheit. 172
Em seguida, coloca-se o termômetro na água
fervente. Quando a altura da coluna de mercúrio
152
se estabiliza, é feita uma marca correspondente a
212 graus Fahrenheit. Divide-se essa coluna em
Fahrenheit nasceu em uma cidade alemã
que, na atualidade, pertence à Polônia.
180 partes inteiras e iguais. Cada divisão se chama 132

grau Fahrenheit, a qual é representada por °F.


112

92

72

212°F
52

Angela Giseli. 2018. Digital.


Divo. 2013. Digital.

32

32°F

Uma grande vantagem da escala Fahrenheit é


José Luis Juhas. 2013. Digital.

facilitar a identificação de pessoas com febre. Isso


porque, nessa escala, pessoas com temperatura
igual ou superior a 100 °F estão com febre.

Ciências 39
Escala Kelvin

©Wikimedia Commons/Smithsonian Institution Librarie


O inglês William Thomson (1824-1907), mais conhecido como Lorde
Kelvin, desenvolveu uma escala termométrica com base na temperatu-
ra mínima que um sistema físico pode atingir. Esse nível ocorre teorica-
mente quando as partículas que compõem o corpo tendem a parar de
se agitar. Utilizando a escala Celsius, a temperatura que representa essa
condição é de aproximadamente –273 °C.
Essa temperatura foi chamada de zero absoluto. Na escala Kelvin essa
temperatura foi igualada a zero: o zero kelvin (0 K). Assim, todas as demais
temperaturas são positivas. Como consequência, o ponto de fusão do gelo • William Thomson, o Lorde Kelvin
corresponde a 273 K e o ponto de ebulição da água a 373 K. Note que entre
esses dois pontos há 100 divisões, assim como na escala Celsius.

Na escala Kelvin, não se usa a palavra


“grau”; logo, não há o símbolo “°”.
373 K

Divo. 2013. Digital.


O kelvin é a unidade mais utilizada em
aplicações científicas e tecnológicas, pois é o
padrão adotado pelo Sistema Internacional 273 K

de Unidades (SI).

Conversão entre escalas


100 °C 373 K
Ao medir uma mesma temperatura utilizando diferentes escalas
termométricas, podemos obter valores diferentes em cada uma. Entre-
0 °C 273 K
tanto, como essas medidas se referem a uma mesma propriedade da
matéria, é possível converter as temperaturas de uma escala para outra.

Jack Art. 2012. Digital.


Isso é feito por meio de equações matemáticas. Entre as escalas Celsius
e Kelvin, isso é mais simples de ser feito, pois ambas têm 100 divisões −273 °C Zero absoluto (0 K)

entre os pontos de fusão do gelo e de ebulição da água. A equação


de conversão entre temperaturas em graus Celsius (TC) e kelvin (TK) é: Escala Escala
Celsius Kelvin

• Comparação dos valores de temperatura en-


TC = TK – 273 tre um termômetro na escala Celsius e outro
na escala Kelvin

Com essa equação, é possível transformar a temperatura que está em um artigo científico em kelvin,
para a temperatura correspondente em nossa escala usual, que é em grau Celsius. Por exemplo, se a
temperatura na escala Kelvin for de 200 K, temos:
TK = 200 K
Substituindo esse valor na equação:
TC = TK – 273
TC = 200 – 273 Substituímos TK por 200.
TC = –73 °C
Logo, concluímos que uma temperatura de 200 K é igual a –73 °C.

40 7o. ano – Volume 3


Entre a escala Celsius e a escala Fahrenheit, há uma diferença na quantidade de divisões entre os pontos
de fusão do gelo e de ebulição da água. São 100 divisões na escala Celsius e 180 na escala Fahrenheit. As-
sim, a equação de conversão entre temperaturas em graus Celsius (TC) e graus Fahrenheit (TF) é:
TC TF − 32
=
100 180

Multiplicamos os dois membros por 20:


Simplificando 100 por
TC T − 32 20 e 180 por 20.
⋅ 20 = F ⋅ 20
100 180
A equação obtida é equivalente à primeira. Ela é apenas mais simples:
TC TF − 32
=
5 9
Essa equação é útil para converter temperaturas na escala Celsius, utilizada em vários países, em tempe-
raturas na escala Fahrenheit, utilizada principalmente nos EUA.

Por exemplo, imagine que você tenha contato com alguém que mora nos EUA por meio de uma
rede social e que essa pessoa comenta que a temperatura naquele dia é de 41 °F. Como você faria para
descobrir a temperatura equivalente na escala Celsius?
Temos a informação de que: °F °C
120 50
TF = 41 °F
Utilizando a equação simplificada: 110

40
TC TF − 32 100
= Substituímos TF por 41.
5 9 90
30

TC 41− 32
80
Realizamos a operação
= de subtração.
5 9 70
20

60
TC 9 Resolvemos a divisão.
= 50 10
5 9
40

TC Multiplicando os dois 0
1 30
5 membros da equação por 5.
Angela Giseli. 2018. Digital.

20
−10
10
TC Simplificando 5 por 5 e
⋅ 5 = 1⋅ 5
5 multiplicando 1 por 5. 0
−20
TC = 5 °C
−10

Logo, concluímos que a temperatura de 41 °F é igual a 5 °C.

Ciências 41
Atividades
1. Carlos está em Natal, RN, e comunica-se pelas redes sociais com seu grande amigo Peter, que mora nos
Estados Unidos. Carlos conta a Peter que está fazendo 32 graus à sombra e Peter responde: “Nossa! Que
frio aí, hein?” Por que esse amigo pensa que em Natal, RN, está frio?

2. Uma temperatura de 283 K é considerada uma temperatura alta ou baixa? Justifique sua resposta.

3. Um laudo americano diz que um paciente está com temperatura de 104 °F. Trata-se de um estado
de saúde preocupante? Justifique sua resposta.

Calorimetria
Quando corpos com temperaturas fusão vaporização
diferentes são aproximados, aquele
que apresenta maior temperatura for-
nece calor para o que tem menor tem-
peratura. Dessa forma, o corpo mais
quente cede calor e o corpo mais frio
Divo. 2013. Digital.

recebe calor. Esse ganho ou a perda


de energia térmica podem provocar
a variação da temperatura ou a va-
riação do estado físico. Por exemplo,
solidificação liquefação (condensação)
para o gelo derreter e virar água, é pre-
sublimação
ciso que ele receba calor.
Esses estudos fazem parte de uma • Nomes das mudanças de estado físico entre corpos sólidos, líquidos e gasosos
área das ciências chamada de Calori-
metria, que estuda as trocas de calor entre os corpos e seus efeitos. Assim como a temperatura, o calor pode
ser medido em diversas unidades, como a caloria (cal) e o seu múltiplo quilocaloria (1 kcal = 1 000 cal).
caloria: quantidade de calor necessária para elevar em 1 °C a temperatura de 1 grama de água. Também existe a caloria nutricional (presente
nos rótulos de alimentos e nas dietas). Nesse caso, 1 caloria nutricional é igual a 1 kcal.

42 7o. ano – Volume 3


Formas de propagação de calor
Em muitas situações, observa-se que o calor se propaga pelos ma-
teriais ou pelo próprio ambiente. Em um dia frio, por exemplo, em uç
ão

José Luis Juhas. 2013. Digital.


Convecção nd
frente a uma lareira, percebe-se que o calor irradiado pela chama Co

chega ao corpo das pessoas que estão ao seu redor. O mesmo pode
ser verificado quando sentimos a radiação solar, que viaja milhões de
quilômetros até atingir a Terra. Esses fenômenos são denominados
Irradiação
processos de propagação do calor. Existem três formas principais de
propagação do calor: condução, convecção e irradiação.
• Representação dos processos
de propagação do calor
Condução
Ao utilizar panelas de metal, devemos tomar muito cuidado para

©Shutterstock/Ulga
que as mãos não sejam queimadas ao segurar o cabo da panela, prin-
cipalmente se ele não tiver uma proteção isolante. Apesar de o cabo
não estar diretamente sobre a chama do fogo, ele pode esquentar
muito, por conta da condução do calor.
Nesse processo de transmissão de calor, a energia se propaga en-
tre as partículas de um corpo – como se uma partícula mais agitada
(de maior temperatura) agitasse as suas vizinhas, e assim por diante,
até o calor se propagar por todo o corpo. É uma forma de propa- A chama aquece diretamente o fundo da panela,
gação típica dos sólidos, pois neles as partículas que compõem o mas o calor passa por condução do fundo da
panela para toda a sua extensão, incluindo a
corpo estão mais próximas que nos líquidos ou nos gases. tampa e o cabo.
Por exemplo, ao colocarmos uma barra metálica em contato com o fogo, o calor será conduzido, ao
longo do tempo, por toda a sua extensão.
Mas nem todos os materiais conduzem o calor da mesma maneira. Em geral, os metais, como o ouro, a
prata, o cobre e o alumínio são ótimos condutores térmicos. Isso significa que eles são capazes de trans-
mitir calor mais rapidamente.
Por outro lado, há materiais que não são bons condutores de calor, como a madeira, o isopor, o ar, o
vidro, a lã, etc. Esses materiais são denominados isolantes térmicos. Isso significa que eles transmitem
calor mais lentamente.
Essa diferença entre materiais condutores e isolantes explica, por exemplo, por que temos a sensação
de uma temperatura menor quando pisamos em um chão de cerâmica em comparação com um tapete,
especialmente se estivermos descalços. É que o tapete, tipicamente, é um condutor térmico pior do que
o piso de cerâmica. Então, o calor passa dos nossos pés para o tapete mais lentamente do que passa dos
nossos pés para a cerâmica, daí a sensação térmica de o piso de cerâmica estar mais frio. Note que essa
sensação não é por causa da temperatura, os dois pisos podem estar à mesma temperatura, mas é em
razão da velocidade com que perdemos calor.
©Shutterstock/Blend Images

Os solados dos sapatos têm a função de reduzir a perda de calor para o piso. Mesmo assim, como a cerâmica é melhor condutora de calor do que
o carpete, pessoas com maior sensibilidade térmica têm a sensação de que a cerâmica é mais fria do que o carpete. Em muitos casos, essas duas
superfícies estão em equilíbrio térmico porque estão no mesmo ambiente e a única diferença é a maneira como elas conduzem o calor.

Ciências 43
Convecção
As partículas que compõem líquidos e gases têm uma liberdade maior para se mo-
ver do que as que compõem sólidos. É por isso que líquidos e gases não têm forma
fixa e são chamados de fluidos. Por exemplo, o gelo tem um formato fixo, que não se

Ilustrações: Divo. 2015. Digital


mantém quando ele derrete e vira água. Essa maior liberdade nas partículas de líquidos
e gases possibilita que eles troquem calor por um processo denominado convecção.

O aquecimento de um líquido na parte


Sólido Líquido Gás inferior contribui para a formação das
Fluidos correntes de convecção.
Os líquidos e os gases assumem o formato do recipiente, por isso, são chamados de fluidos.

Um exemplo de convecção que pode ser observado em nosso dia a dia ocorre quando
colocamos uma panela com água sobre a chama do fogão. A parte inferior do líquido recebe
maior quantidade de calor, se expande e sobe, por ter menor densidade do que o líquido que
está em cima. Com isso, empurra a porção superior do líquido, que está mais fria, para baixo.
Essa porção também se aquece, reduz sua densidade e sobe. Assim se cria um ciclo, chamado
de corrente de convecção.
O fenômeno da convecção ocorre inclusive no ar da atmosfera. Por isso, aves, como uru-
bus, conseguem atingir grandes altitudes praticamente sem bater as asas, apenas aprovei-
tando a parte ascendente dessa corrente. Do mesmo modo, praticantes de esportes de voo
livre, como a asa delta, também procuram regiões de correntes ascendentes para se manter
no ar por mais tempo.
Em voos de asa delta, o praticante pode aproveitar
a parte ascendente das correntes de convecção lam
a
azyl
para ganhar altitude e ficar mais tempo no ar. ock/l
erst
©Shutt

A densidade define o quanto um mate-


rial é denso, isto é, “compacto”. Normal-
mente, quando um material é aquecido,
sua massa se mantém, mas seu volume
aumenta. Assim, ele fica menos denso.

44 7 o. ano – Volume 3
Outro fenômeno importante explicado pela convecção ocorre nas regiões de litoral ou próximas a rios e
lagos de maiores dimensões. Durante o dia, a areia aquece mais rapidamente do que a água. O ar aquecido
pela areia torna-se menos denso e sobe, abrindo espaço para o movimento do ar direcionado do mar para o
continente. Esse movimento se chama brisa marítima. À noite, a areia se resfria mais rapidamente do que o
mar. O ar quente sobre o mar é menos denso e sobe, abrindo espaço para o movimento do ar direcionado do
continente para o mar. Esse movimento se chama brisa terrestre.
Brisa terrestre

Ar frio
Ar frio Ar quente
Ar quente

Jack Art. 2013. Digital.


Di
Dia Noite

A brisa marítima e a brisa terrestre são exemplos de correntes de convecção.

Saiba +

Por que os lagos congelam só na superfície?


Porque a camada de gelo funciona como uma espécie de cobertor, impedindo que a água
mais profunda congele. “A capa gelada faz o papel de isolante térmico. Como o gelo é um mau
condutor, ele evita que o resto da água perca calor para a atmosfera”, afirma o glaciologista
Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Há ainda
outro fator importante: no inverno, o fundo do lago libera o calor armazenado pelo solo du-
rante o verão, deixando a temperatura um pouco mais quente, perto de 4 °C.
POR QUE OS LAGOS congelam só na superfície? Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-os-lagos-congelam-so-na-
superficie>. Acesso em: 22 mar. 2018.
©Shutterstock/Alet

Jack Art. 2013. Digital.

água fria água fria


descendo descendo

água quente
sobe

Esquema das correntes de convecção dentro de um lago congelado. É


esse fenômeno que permite a vida marinha em períodos frios.

Ciências 45
Irradiação
Várias condições são necessárias para
manter a vida na Terra da forma como
conhecemos. Uma delas é a temperatura
de sua superfície, que é relativamen-
te estável, em torno de 15 °C. Para isso
acontecer, dois fatores são primordiais:
o aquecimento pelo Sol e o aprisiona-

©Shutterstock/Solarseven
mento do calor por parte da atmosfera,
denominado efeito estufa. Esses dois
fatores estão relacionados com uma for-
A Terra é aquecida pelo Sol por meio da radiação térmica.
ma de propagação de calor denominada
irradiação.
A partir de determinada distância acima da superfície da Terra, não há qualquer substância entre a Terra
e o Sol; então, uma primeira característica da irradiação é que ela pode ocorrer no vácuo. Isso porque, nes-
se processo de irradiação térmica, os corpos trocam calor por um tipo específico de onda, que podemos
chamar de radiação térmica. Todos os corpos dotados de temperatura emitem radiação térmica, que
aumenta muito de intensidade conforme a temperatura aumenta. E todos os corpos também absorvem
radiação térmica. Se a quantidade absorvida é maior que a emitida, a temperatura aumenta, do contrário,
a temperatura diminui.
É principalmente por causa da irradiação que sentimos o calor quando nos aproximamos de uma fo-
gueira ou de um ferro de passar. Também é por causa da irradiação que as roupas escuras tendem a ficar
mais quentes do que as roupas claras, já que as roupas escuras absorvem mais radiação térmica, enquanto
as roupas claras refletem mais essa radiação do que as escuras.
Em algumas regiões do país, é comum a radiação térmica do Sol aquecer espontaneamente a água
na caixa-d’água das residências, tornando até dispensável o uso da energia elétrica para esse fim. Mas há
dispositivos feitos justamente para aproveitar o calor do Sol para o aquecimento e são chamados de cole-
tores solares. Há até usinas que funcionam dessa maneira, posicionando espelhos para refletir a radiação
solar para uma pequena região, que se aquece muito.

Getty Images/Michael Phillips


vácuo: ausência de matéria, vazio. O vácuo ideal é a ausência completa de matéria.

A radiação solar na usina Gemasolar, na Espanha, é refletida para um reservatório de água e sal, a qual é aquecida até quase 600 °C.
O vapor decorrente desse aquecimento gira turbinas e gera energia elétrica suficiente para 27 mil residências.

46 7o. ano – Volume 3


Além dos coletores solares, a irradiação térmica é empregada de diversas formas em nosso cotidiano.
Por exemplo, alguns aquecedores usam lâmpadas que emitem radiação infravermelha, capaz de aquecer
os ambientes. Uma das técnicas de gastronomia consiste no uso do papel-alumínio para acelerar e unifor-
mizar o cozimento dos alimentos, pois sua superfície espelhada reflete parte da radiação térmica e a retém
no alimento. Também para reter o calor, as estufas de plantas são construídas com materiais como lonas
transparentes e vidros. Elas são transparentes para permitir a entrada da radiação proveniente do Sol, mas
refletem os raios infravermelhos emitidos pelos objetos no seu interior. Além disso, dificultam a troca de
calor por condução e convecção, uma vez que não possibilitam a troca de matéria com o exterior.
©Shutterstock/Trubitsyn

©Shutterstock/Marcio Jose Bastos Silva

A radiação térmica pode ser produzida e controlada pelo ser humano com o propósito de manter ambientes aquecidos, como no
caso do aquecedor da primeira imagem ou da estufa de plantas localizada no Jardim Botânico de Curitiba, na segunda imagem.

Conexões

A influência da temperatura sobre os seres vivos


A maioria dos seres vivos, de uma maneira ou de outra, apresenta comportamentos diferentes, depen-
dendo da temperatura a que estão submetidos. Enquanto alguns animais e vegetais apresentam adapta-
ções que permitem que vivam em climas mais quentes, outros têm seus hábitos associados a regiões mais
frias. Dessa maneira, um urso-polar é dotado de muitos pelos e de uma grossa camada de gordura para
suportar as temperaturas muito baixas do Ártico. Já as plantas denominadas xerófitas têm grande resis-
tência a ambientes secos, como o Sertão Nordestino do Brasil. Há ainda os animais que precisam do calor
solar para elevar sua temperatura corpórea, como é o caso dos répteis. Sem isso, eles não conseguem viver
em ambientes muito frios, por outro lado não consomem energia própria para elevar suas temperaturas,
mantendo-se em equilíbrio térmico com o ambiente.
Uma das causas de a temperatura ter grande influência sobre os seres vivos é o fato de as proteínas
mudarem de estrutura em temperaturas superiores a 40 °C, podendo eventualmente ser até destruídas
em temperaturas muito elevadas. Esse é o motivo pelo qual febres com mais de 40 °C nos seres humanos
necessitam de atenção especial. Do mesmo modo, é natural pensar que todos os demais organismos vivos
também não conseguem sobreviver a elevadas temperaturas, pois todos apresentam proteínas em sua
constituição. Uma utilização prática desse conceito é a esterilização de instrumentos cirúrgicos sob altas
temperaturas, pois os micro-organismos não sobrevivem e são eliminados.

Ciências 47
Atividades
1. Com base na imagem, explique o que está 4. Há geladeiras que necessitam da remoção do
ocorrendo com esse personagem, evidencian- gelo em torno do congelador. Por que há essa
do o processo de propagação de calor. necessidade?
José Luis Juhas. 2013. Digital.

5. O congelador das geladeiras costuma ficar na


parte superior para facilitar as correntes de
convecção, já que o ar frio tende a descer e o
ar quente tende a subir. Isso ajuda a diminuir,
com eficiência, a temperatura em toda a gela-
2. Ao segurarmos uma latinha de suco gelada, deira. Sabendo disso, por que há a recomen-
percebemos que, depois de um tempo, o líqui- dação de que uma geladeira não fique com
do fica morno. suas prateleiras muito cheias?
a) Explique por que isso ocorre e defina o
sentido do fluxo de calor.

6. Por que a convecção não ocorre em sólidos


ou no vácuo?
b) O que poderíamos fazer para manter baixa
a temperatura do suco por mais tempo?

7. Em qual dos casos abaixo as trocas de calor


ocorrem exclusivamente por irradiação?
3. Por que, em geral, a panela é feita de um ma- a) Entre uma ave e o meio ambiente.
terial e o seu cabo é feito de outro? b) Entre a chama de um fogão e o fundo da
panela.
c) Entre o ferro de passar e a roupa sendo
passada.
d) Entre o Sol e um planeta do Sistema Solar.
e) Entre um cubo de gelo e a água na qual ele
flutua.

48 7o. ano – Volume 3


8. Leia os quadrinhos de Garfield e, depois, responda às questões a seguir.

Garfield, Jim Davis © 2008 Paws, Inc. All Rights Reserved/Dist. by Andrews McMeel Syndication
a) Qual a diferença no sentido da transferência de calor entre as situações presentes no quarto e no
sexto quadrinho?

b) Por que o aquecedor de ambiente é colocado no chão?

Organize as ideias
Vácuo
Na maioria das situações, os corpos não trocam calor ape-
nas por um dos três processos, mas por todos eles simultanea-
mente. Por exemplo, a garrafa térmica dificulta a transferência
Divo. 2005. Digital.

de calor: por convecção, por meio da tampa, que não permite


que correntes de convecção ascendentes saiam da garrafa; por
condução, com paredes internas duplas e entre as quais há Superfícies
vácuo, portanto, não há como as partículas agitarem as suas espelhadas
vizinhas, conduzindo calor; e por irradiação, pelas paredes es-
pelhadas, que refletem as ondas e dificultam a sua entrada ou Tampa
saída do interior da garrafa. Ainda assim, a garrafa não é um
isolante perfeito, pois em todo isolante térmico há uma peque- • Esquema do isolamento térmico
na troca de calor com o meio durante um intervalo de tempo. de uma garrafa térmica

Em grupo, escolham uma situação em que haja trocas de calor e expliquem como essas trocas ocorrem. Lembrem-se
de que são três as possibilidades – condução, convecção e irradiação – e de que todas podem ocorrer simultaneamente.

Ciências 49
+ Zoom
Há modelos comerciais de coletores solares utilizados para aquecer a água em residências. Seu funcio-
namento se baseia nas três formas de propagação de calor, como mostra o texto a seguir. Leia-o e grife os
trechos que explicam os processos de transmissão de calor que ocorrem no coletor solar.

Coletor solar
A energia solar pode ser aproveitada para o aquecimento da
Jack Art. 2018. Digital.

Boiler
água em residências, antes de seu consumo. Para
Reservatório térmico
isso, é necessário que a água passe por uma
caixa
caix semelhante a uma estufa de plantas. A
radiação
ra solar incide na face transparente
do
d coletor, e parte dela atinge a chapa
de alumínio pintada de preto, que
está no interior da caixa.
PPonto de con
Colada à placa de alu-
Ponto de
consumo mínio está a tubulação de
água, também pintada de
preto. Pelo processo de
condução, uma parte do
aquecimento da placa é
transmitida para a água. A capacidade de aquecimento da placa metálica depende de sua área
e espessura. A cor preta aumenta a absorção da energia radiante incidente, aquecendo a água
de forma mais rápida.
No fundo da caixa, coloca-se lã de vidro, um material isolante térmico que, assim como
a cobertura de vidro, ajuda a diminuir a transferência de energia para o ambiente. O vidro,
transparente à luz, provoca o efeito estufa e impede a saída da radiação infravermelha, reten-
do-a no interior do coletor, contribuindo ainda mais para aumentar a temperatura da água no
interior da tubulação a valores próximos de 60 °C.
Uma vez aquecida, a água na tubulação torna-se menos densa e desloca-se para a parte
superior do reservatório. Ao mesmo tempo, a água mais fria, na parte inferior do reservatório,
desloca-se para a tubulação, formando uma corrente de convecção térmica. A água quente,
pronta para o consumo, sai pela parte superior do reservatório, e uma nova quantidade de
água vinda da caixa-d’água entra no aquecedor.
No funcionamento do coletor solar, verificam-se os três processos de transferência de
energia por diferença de temperatura: irradiação, condução e convecção. Uma quantidade de
energia que incide por irradiação é absorvida pela chapa metálica, que transmite uma parcela
dessa energia absorvida para a água, enquanto uma pequena parte dessa energia é refletida
para o ar que envolve a chapa. A proporção dessas três parcelas de energia em relação à quan-
tidade total de energia incidente indica a eficiência do coletor. Quanto maior sua eficiência,
maior a quantidade de energia transmitida para a água.
A cor preta na placa metálica facilita a absorção da radiação incidente, mas um bom absorvedor
é também um bom emissor. Ou seja, se um objeto escuro absorve grande quantidade de energia,
ele a emitirá em grande quantidade. É por esse motivo que os radiadores são pintados de preto.
SILVA, Domiciano C. M. da. Coletor solar. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/coletor-solar.htm>.
Acesso em: 23 mar. 2018.

50 7o. ano – Volume 3


Hora de estudo
1. O conceito científico de calor é o de energia 3. Suspeitando estar com febre, uma pessoa me-
que se transfere de um corpo para outro quan- diu sua temperatura corpórea, mas com um
do entre eles há uma diferença de temperatura. termômetro graduado na escala Fahrenheit. O
Essa definição torna necessário um conceito resultado foi o valor de 97,7 °F. Logo,
científico para frio como, por exemplo, uma a) a pessoa não está com febre, pois essa tem-
forma de trocar energia entre corpos? Por quê? peratura corresponde a 36,0 °C.
b) a pessoa não está com febre, pois essa tem-
peratura corresponde a 36,5 °C.
c) a pessoa está com uma febre branda, pois
essa temperatura corresponde a 37,5 °C.
d) a pessoa está com febre, pois essa tempera-
tura corresponde a 38,5 °C.
e) a pessoa está com uma febre alta, pois essa
2. Um turista brasileiro, ao desembarcar no ae- temperatura corresponde a 39,5 °C.
roporto de Chicago, foi informado de que a
temperatura ambiente era bastante baixa, de
–20 °C. No entanto, observou, em um mos-
trador externo, que o valor da temperatura era
de –4. Disso, se pode concluir que:
a) um dos dois valores está incorreto, pois
ambos mostram a temperatura ambiente
e ela não pode ter dois valores distintos.
b) o mostrador externo está incorreto,
pois, nos Estados Unidos, se usa a escala
Fahrenheit e uma temperatura de –20 °C,
quando convertida em graus Fahrenheit,
deveria ser ainda menor.
c) a informação que recebeu está incorreta,
pois, nos Estados Unidos, se usa a escala
Fahrenheit e uma temperatura de –4 °F, 4. É possível uma medição apresentar a tempe-
quando convertida para a escala Celsius, ratura de –300 °C? Justifique sua resposta.
deveria ser maior. 5. Por que temos a sensação de que, em um
d) não há qualquer erro, pois, nos Estados mesmo local, um piso de cerâmica é mais frio
Unidos, se usa a escala Fahrenheit e uma do que um carpete? Eles estão de fato a tem-
temperatura de –20 °C, quando convertida peraturas diferentes? Justifique sua resposta.
em graus Fahrenheit, equivale a –4 °F. 6. Considere as três situações a seguir.
a) Ar circulando em uma geladeira para res-
friar seu interior.
b) Aquecimento de uma barra de ferro para
ser moldada.
c) Aquecimento da pele ao Sol para bronzeá-la.
Qual o principal processo de propagação de
calor em cada situação?

51
7. Nas afirmativas a seguir, marque com V as 10. Quais são as recomendações para quem pre-
verdadeiras e com F as falsas. cisa se submeter por longos períodos à radia-
ção solar? Quais são as reações do organismo
a) ( ) Condução e convecção térmica só
e os problemas de saúde a que essas pessoas
ocorrem no vácuo.
estão sujeitas? Quais profissionais estão mais
b) ( ) A irradiação é uma forma de transmis- sujeitos a esses riscos? Pesquise e escreva um
são de calor que necessita de matéria. texto curto sobre o assunto que responda a
c) ( ) A condução térmica ocorre em qual- essas perguntas.
quer estado da matéria, mas é mais 11. Ao preparar carnes no forno ou na churrasquei-
significativa nos sólidos porque neles ra, pode-se utilizar o papel-alumínio, que tem
as partículas estão mais próximas. um lado brilhante e outro fosco. Como envolver
a carne para que ela cozinhe melhor? A parte
d) ( ) A convecção térmica ocorre em qual-
brilhante deve ficar voltada para o lado de fora
quer estado da matéria, inclusive nos
ou para o lado da carne? Justifique sua resposta.
sólidos, nos quais as partículas têm

©Shutterstock/Nancy Hixson
liberdade de se movimentar para for-
mar as correntes de convecção.
e) ( ) No vácuo, a única forma de transmis-
são de calor possível é a condução.
f) ( ) A convecção térmica só ocorre nos
líquidos e gases, não sendo possível
nem no vácuo nem em materiais no • Carne sendo assada com papel-alumínio
estado sólido.
12. Uma estufa para flores é construída em alve-
8. Por que a irradiação é o processo por meio naria e coberta de vidro. A intenção é manter
do qual o calor emitido pelo Sol chega até a a temperatura no interior mais alta que a tem-
Terra? peratura ambiente exterior. Tentando enten-
der por que isso é possível, estudantes fazem
as afirmações a seguir.
I. Isso é possível porque o calor entra prin-
cipalmente por condução e sai muito
pouco por convecção.
II. Isso é possível porque o calor entra prin-
9. As garrafas térmicas servem para evitar as cipalmente por irradiação e sai muito
trocas de calor, mantendo, por certo tempo, pouco por convecção.
a temperatura do que é colocado dentro de- III. Isso é possível porque o calor entra prin-
las. Um dos recursos para isso é usar paredes cipalmente por irradiação e sai muito
duplas, entre as quais é feito o vácuo. Além pouco por condução.
disso, as faces dessas paredes que estão fren-
te a frente são espelhadas. Esse espelhamento IV. Isso é possível porque o calor entra princi-
palmente por condução e convecção e só
serve para evitar
pode sair por irradiação.
a) a condução.
V. Isso é possível porque a alvenaria é um
b) a convecção. bom condutor de calor, então dificulta
c) a irradiação. que o frio externo entre na estufa.

d) a dilatação. Debata com seus colegas sobre essas afirma-


ções e cheguem a uma conclusão sobre quais
e) o efeito estufa. estão corretas.

52
7 o. ano – Volume 3
Material de apoio
Unidade 5 – Página 18 – Atividades

“Corrida a jato” • Etapa 2 – corrida de velocidade


Para essa corrida, você deverá, antes, construir o Marque no chão as linhas de largada e de che-
seu carro a jato. gada, com, no mínimo, dois metros de distância.
Materiais: 1 bexiga; 1 canudo largo; 1 carrinho Os competidores devem se alinhar na largada,
de brinquedo leve; fita adesiva. ativar os motores e tampar o canudo, para evitar
queimar a largada. Ao som do sinal de largada,
solte o canudo. Vence aquele que alcançar a linha
de chegada antes.
Observação: Será desclassificado o competidor
que estourar a bexiga durante seu enchimento.
Preencha a tabela da página a seguir.
• Etapa 3 – corrida de distância
Marque no chão somente a linha de largada. Pro-
ceda como na etapa 2. Vencerá essa etapa o carrinho
que percorrer a maior distância em relação à linha de
largada. Preencha a tabela da página a seguir.
• Etapa 4 – análise teórica da corrida
Divo. 2013. Digital.

a) Explique como os carrinhos se movimentam.


Qual é o princípio de Newton que está relacio-
nado a esse movimento?
b) Por que os carrinhos têm um alcance máximo?
O que limita essa distância percorrida?
Como fazer c) Quais são os fatores que interferem no rendi-
• Etapa 1 – construindo o carrinho mento do carrinho?

Com a fita adesiva, prenda o canudo no bico da


bexiga, vazia. Cuidado com os vazamentos, pois
eles prejudicam o rendimento de seu carro. Posicio-
ne a bexiga e o canudo sobre o carrinho. O canudo
deve estar virado para trás, e a bexiga, para a frente.
Com a fita adesiva, prenda a bexiga e o canudo ao
carrinho. Para ativar o motor de seu carrinho, basta
enchê-lo com o combustível: o ar de seus pulmões
e depois posicionar o carrinho para a corrida.

Ciências 1
Tabela 1

CORRIDA DE VELOCIDADE

Características do
Posição Nome Tempo carrinho

1º.

2º.

3º.

Tabela 2

CORRIDA DE DISTÂNCIA

Características do
Posição Nome Deslocamento carrinho

1º.

2º.

3º.

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