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AULA 4

ACESSIBILIDADE E
ERGONOMIA

Prof. Carlos Tietjen


INTRODUÇÃO

Os princípios do Design Universal revelam o caráter universalista para


expansão e rompimento de paradigmas das percepções e adaptações sobre
mobilidade e acessibilidade, onde o fator inclusão não se define isoladamente. Os
potenciais dos usuários ultrapassam os limites das deficiências observadas, e os
verdadeiros impedimentos se referem à falta de critérios na expansão de
viabilidades técnicas, criativas e perceptuais.

TEMA 1 – DESENHO UNIVERSAL

Segundo o Instituto de Gestão e Tecnologia da Informação (IGTI), o


Desenho Universal, também chamado de Design Total e Design Inclusivo,
sustenta a ideia de projetar produtos, serviços, ambientes e interfaces que
possam ser usados pelo maior número de pessoas possível, independentemente
de suas capacidades físico-motoras, idade ou habilidades.
“Este conceito propõe uma arquitetura e um design mais centrados no ser
humano e na sua diversidade. Estabelece critérios para que edificações,
ambientes internos, urbanos e produtos atendam a um maior número de
usuários”. (IGTI).
O conceito é associado com acessibilidade e usabilidade, conferindo e
englobando a seguinte percepção.

Quadro 1 – Conceitos

ACESSIBILIDADE

• Se preocupa com a qualidade do acesso para qualquer pessoa.

USABILIDADE

• Garante o acesso: estuda-se o perfil do usuário, a fim de propor a


melhor qualidade de uso.

DESENHO UNIVERSAL

• Se preocupa em fazer com que o produto seja acessado e usado por


qualquer indivíduo.

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Para tanto, foram definidos sete princípios do Desenho Universal,
apresentados a seguir, que passaram a ser mundialmente adotados em
planejamentos e obras de acessibilidade.

1.1 Uso equitativo

(NBR 9050) Uso equitativo é a característica do ambiente ou elemento


espacial que faz com que ele possa ser usado por diversas pessoas,
independentemente de idade ou habilidade.
Na prática:

• propiciar os mesmos meios de utilização para todos os usuários: idêntico


sempre que possível ou equivalente quando não.
• evitar segregar ou estigmatizar quaisquer usuários.
• promover igualmente a todos os usuários privacidade, segurança e
proteção.
• oferecer um design atraente para todos os usuários.

1.2 Uso flexível

(NBR 9050) Uso flexível é a característica que faz com que o ambiente ou
elemento espacial atenda a uma grande parte das preferências e habilidades das
pessoas.
Na prática:

• oferecer a possibilidade de escolha de métodos de utilização.


• oferecer a possibilidade do uso por pessoas destras ou canhotas.
• possibilitar a precisão e acurácia do usuário.
• oferecer a capacidade de adaptação ao ritmo (reação e estímulos) do
usuário.

1.3 Uso simples e intuitivo

(NBR 9050) Uso flexível é a característica do ambiente ou elemento


espacial que possibilita que seu uso seja de fácil compreensão, dispensando, para
tal, experiência, conhecimento, habilidades linguísticas ou grande nível de
concentração por parte das pessoas.
Na prática:

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• eliminar a complexidade desnecessária.
• oferecer consistência com a intuição e as expectativas dos usuários.
• acomodar uma gama de competências linguísticas e alfabetização.
• organizar as informações em consistência com a sua importância.
• fornecer mensagens eficazes de aviso e de informação, durante e após a
conclusão da tarefa.

1.4 Informação de fácil percepção

(NBR 9050) É uma característica do ambiente ou elemento espacial que


torna redundante e legível as apresentações de informações vitais, apresentando-
se em diferentes modos.
Na prática:

• usar diferentes modos (pictórica, verbal, tátil) para apresentação


redundante de informações essenciais.
• fornecer uma diferenciação adequada entre informações essenciais e
acessórias.
• maximizar a legibilidade de informações essenciais.
• diferenciar elementos de maneira que possam ser facilmente assimilados.
• fornecer compatibilidade com uma variedade de técnicas ou dispositivos
utilizados por pessoas com limitações sensoriais.

1.5 Tolerância ao erro

(NBR 9050) Tolerância ao erro é uma característica que possibilita a


minimização dos riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não
intencionais na utilização do ambiente ou elemento espacial.
Na prática:

• organizar elementos para minimizar erros e riscos: os elementos mais


usados, mais acessíveis; elementos perigosos eliminados, isolados ou
blindados.
• fornecer avisos quanto aos erros e aos riscos.
• fornecer recursos à prova de erros.
• evitar ações inconscientes em tarefas que exigem maior atenção e
vigilância.

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1.6 Baixo esforço físico

(NBR 9050) Nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial deve


oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo
de fadiga muscular do usuário.
Na prática:

• permitir que o usuário mantenha uma posição corporal neutra.


• racionalizar a força necessária para sua operação.
• minimizar ações repetitivas.
• minimizar o esforço físico permanente.

1.7 Dimensão e espaço para aproximação e uso

(NBR 9050) Essa característica diz que o ambiente ou elemento espacial


deve ter dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance, manipulação
e uso, independentemente de tamanho de corpo, postura e mobilidade do usuário.
Na prática:

• oferecer uma linha clara de visão dos elementos mais importantes para
qualquer usuário, esteja ele sentado ou de pé.
• acomodar variações de mão e punho.
• definir um espaço adequado para o uso de dispositivos de auxílio ou
assistência pessoal.

TEMA 2 – INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

2.1 Recomendações (NBR 9050)

• Os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis devem localizar-se em


rotas acessíveis, próximas à circulação principal, próximas ou integradas
às demais instalações sanitárias, evitando estar em locais isolados para
situações de emergência ou auxílio, e devem ser devidamente sinalizados.
• Recomenda-se que a distância máxima a ser percorrida de qualquer ponto
da edificação até o sanitário ou banheiro acessível seja de até 50 m.
• As instalações sanitárias acessíveis nas edificações e espaços de uso
público e coletivo devem estar distribuídas nas proporções e
especificidades construtivas estabelecidas nesta seção.

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• Recomenda-se que nos conjuntos de sanitários seja instalada uma bacia
infantil para uso de pessoas com baixa estatura e de crianças.
• O número mínimo de sanitários acessíveis é definido conforme quadro a
seguir.

Quadro 2 – Número mínimo de sanitários

EDIFICAÇÃO SITUAÇÃO DA
DE USO EDIFICAÇÃO NÚMERO MÍNIMO DE SANITÁRIOS
Público A ser construída 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo
um, para cada sexo em cada pavimento, onde
houver sanitários.
Existente Um por pavimento, onde houver ou onde a
legislação obrigar a ter sanitários.
Coletivo A ser construída 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo
um em cada pavimento, onde houver sanitários.
A ser ampliada/reformada 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo
um em cada pavimento, onde houver sanitários.
Existente Uma instalação sanitária, onde houver sanitários.
Privado / A ser construída 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo
Áreas de uso um em cada pavimento, onde houver sanitários.
comum A ser ampliada/reformada 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo
um por bloco.
Existente Um no mínimo.
Fonte: Elaborado com base em ABNT, 2015.

2.2 Dimensões do sanitário/boxe acessível

(NBR 9050) As dimensões do sanitário acessível e do boxe sanitário


acessível devem garantir o posicionamento das peças sanitárias e os seguintes
parâmetros de acessibilidade:

• Circulação com o giro de 360º.


• Área necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular e
diagonal para a bacia sanitária.
• Área de manobra pode utilizar no máximo 0,10 m sob a bacia sanitária e
0,30 m sob o lavatório.
• Deve ser instalado lavatório sem coluna ou com coluna suspensa ou
lavatório sobre tampo, dentro do sanitário ou boxe acessível, em local que

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não interfira na área de transferência para a bacia sanitária, podendo sua
área de aproximação ser sobreposta à área de manobra.
• Os lavatórios devem garantir altura frontal livre na superfície inferior, e na
superfície superior de no máximo 0,80 m, exceto a infantil.
• Quando a porta instalada for do tipo de eixo vertical, deve abrir para o lado
externo do sanitário ou boxe e possuir um puxador horizontal no lado
interno do ambiente, medindo no mínimo 0,40 m de comprimento,
afastamento de no máximo 40 mm e diâmetro entre 25 mm e 35 mm.
• Quando o boxe for instalado em locais de prática de esportes, as portas
devem atender a um vão livre mínimo de 1,00 m.
• Recomenda-se a instalação de ducha higiênica ao lado da bacia, dentro do
alcance manual de uma pessoa sentada na bacia sanitária, dotada de
registro de pressão para regulagem da vazão.

2.3 Barras de apoio

(NBR 9050) As barras de apoio são necessárias para garantir o uso com
segurança e autonomia das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Todas as barras de apoio utilizadas em sanitários e vestiários devem
resistir a um esforço mínimo de 150 kg e estar firmemente fixadas a uma distância
mínima de 40 mm entre sua base de suporte, até a face interna da barra.
As barras podem ser fixas (nos formatos reta, em “U”, em “L”) ou
articuladas, com dispositivo que evite quedas repentinas ou movimentos abruptos.

2.4 Bacia Sanitária

(NBR 9050) Para instalação de bacias sanitárias, devem ser previstas


áreas de transferência lateral, perpendicular e diagonal.
As bacias e assentos sanitários acessíveis não podem ter abertura frontal
e devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a
partir da borda superior sem o assento. Com o assento, esta altura deve ser de
no máximo 0,46 m para as bacias de adulto, e 0,36 m para as infantis.
Junto à bacia sanitária, quando houver parede lateral, devem ser instaladas
barras para apoio e transferência. Uma barra reta horizontal com comprimento
mínimo de 0,80 m, posicionada horizontalmente, a 0,75 m de altura do piso
acabado (medidos pelos eixos de fixação) a uma distância de 0,40 m entre o eixo

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da bacia e a face da barra e deve estar posicionada a uma distância de 0,50 m da
borda frontal da bacia. Também deve ser instalada uma barra reta com
comprimento mínimo de 0,70 m, posicionada verticalmente, a 0,10 m acima da
barra horizontal e 0,30 m da borda frontal da bacia sanitária.

2.5 Válvula de descarga

(NBR 9050) O acionamento da válvula de descarga deve estar a uma altura


máxima de 1,00 m, e ser preferencialmente acionado por sensores eletrônicos ou
dispositivos equivalentes. A força de acionamento deve ser inferior a 23 N.
Na impossibilidade de uso de válvula de descarga, recomenda-se que seja
colocada caixa de descarga embutida. Para estas caixas, aplicam-se os mesmos
requisitos de força e altura de acionamento.

2.6 Lavatório

(NBR 9050) A instalação de lavatórios deve possibilitar a área de


aproximação de uma pessoa em cadeira de rodas, quando se tratar do sanitário
acessível, e garantir a aproximação frontal de uma pessoa em pé, quando se tratar
de um sanitário qualquer.
As barras de apoio dos lavatórios podem ser horizontais e verticais.
Quando instaladas, devem ter uma barra de cada lado e garantir as seguintes
condições:

• Ter um espaçamento entre a barra e a parede ou de qualquer outro objeto


de no mínimo 0,04 m, para ser utilizada com conforto.
• Ser instaladas até no máximo 0,20 m, medido da borda frontal do lavatório
até o eixo da barra para permitir o alcance.
• Garantir o alcance manual da torneira de no máximo 0,50 m, medido da
borda frontal do lavatório até o eixo da torneira.
• As barras horizontais devem ser instaladas a uma altura 0,78 m a 0,80 m,
medido a partir do piso acabado, até a face superior da barra,
acompanhando a altura do lavatório.
• As barras verticais devem ser instaladas a uma altura de 0,90 m do piso e
com comprimento mínimo de 0,40 m.

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• Ter uma distância máxima de 0,50 m do eixo do lavatório ou cuba até o
eixo da barra vertical instalada na parede lateral ou na parede de fundo
para garantir o alcance.

Os lavatórios devem ser equipados com torneiras acionadas por alavancas,


com esforço máximo de 23 N, torneiras com sensores eletrônicos ou dispositivos
equivalentes. Quando utilizada torneira com ciclo automático, recomenda-se
tempo de fechamento de 10 s a 20 s.

2.7 Sanitário coletivo/box comum

(NBR 9050) Em edifícios de uso público ou coletivo, dependendo da sua


especificidade ou natureza do seu uso, recomenda-se sanitários ou banheiros
familiares com entrada independente, providos de boxes com bacias sanitárias
para adultos e outro com bacia infantil, além de boxe com superfície para troca de
roupas na posição deitada, com dimensões mínimas de 0,70 m de largura por 1,80
m de comprimento e 0,46 m de altura, devendo suportar no mínimo 150 kg, e
providos de barras de apoio.
O sanitário coletivo é de uso de pessoas com mobilidade reduzida e para
qualquer pessoa. Para tanto, os boxes devem atender às condições do boxe
comum. Nos boxes comuns, as portas devem ter vão livre mínimo de 0,80 m e
conter uma área livre com no mínimo 0,60 m de diâmetro.

2.8 Mictório

Deve ser equipado com válvula de mictório instalada a uma altura de até
1,00 m do piso acabado, preferencialmente por sensor eletrônico ou dispositivos
equivalentes ou de fechamento automático. Quando utilizado o sensor de
presença, fica dispensada a restrição de altura de instalação.
Deve ser prevista área de aproximação para P.M.R. e ser dotado de barras
de apoio (em estudo).

2.9 Box chuveiro

Para boxes de chuveiros, deve ser prevista área de transferência externa


ao boxe. Devem ser providos de banco articulado ou removível, com cantos
arredondados e superfície antiderrapante impermeável, com profundidade mínima

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de 0,45 m, altura de 0,46 m do piso acabado e comprimento mínimo de 0,70 m,
instalados no eixo entre as barras.
As dimensões mínimas dos boxes de chuveiros devem ser de 0,90 m ×
0,95 m. Os boxes para chuveiros devem ser providos de barras de apoio de 90°
na parede lateral ao banco, e na parede de fixação do banco deve ser instalada
uma barra vertical.
Os pisos dos boxes de chuveiro e vestiários devem ser antiderrapantes,
estar em nível com o piso adjacente e as grelhas e ralos devem ser posicionados
fora das áreas de manobra e de transferência.

2.10 Acessórios

Os acessórios para sanitários, devem ter sua área de utilização dentro da


faixa de alcance acessível. Os espelhos podem ser instalados em paredes sem
pias. Podem ter dimensões maiores, sendo recomendável que sejam instalados
entre 0,50 m até 1,80 m em relação ao piso acabado.
As papeleiras de sobrepor que por suas dimensões devem ser alinhadas
com a borda frontal da bacia.

TEMA 3 – SINALIZAÇÃO

3.1 Classificação (NBR 9050)

• Sinais de Localização: Orientam para a localização de um determinado


elemento em um espaço.
• Sinais de Advertência: Função de alerta prévio a uma instrução.
• Sinais de Instrução: Propriedade de instruir uma ação de forma positiva e
afirmativa.

3.2 Categorias (NBR 9050)

• Informativa
• Direcional
• Emergência

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3.3 Tipos (NBR 9050)

• Sinalização Visual: Composta por mensagens de textos, contrastes


símbolos e figuras.
• Sinalização Sonora: Composta por conjuntos de sons que permitem a
compreensão pela audição.
• Sinalização Tátil: Composta por informações em relevo, como textos,
símbolos e Braille.

3.4 Símbolo Internacional de Acesso – SIA

(NBR 9050) A indicação de acessibilidade nas edificações, no mobiliário,


nos espaços e nos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do Símbolo
Internacional de Acesso – SIA. A representação do símbolo internacional de
acesso consiste em um pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell
10B5/10 ou Pantone 2925 C).

Este símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto, e


deve estar sempre voltado para o lado direito. Nenhuma modificação, estilização
ou adição deve ser feita a esses símbolos.
Esta sinalização deve ser afixada em local visível ao público, sendo
utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis:

• entradas;
• áreas e vagas de estacionamento de veículos;
• áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;
• sanitários;
• áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio e saídas de
emergência;
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• áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;
• equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com
deficiência.

Quadro 3 – Simbologia

SIMBOLOGIA COMPLEMENTAR

• Símbolo Internacional de Pessoa com Deficiência Visial.


• Símbolo Internacional de Pessoa com Deficiência Auditiva.
• Atendimento Preferencial.
• Sanitários.
• Circulação.

3.5 Sinalização tátil e visual no piso

(NBR 9050) A sinalização tátil e visual no piso tem a função de guiar o fluxo
e orientar os direcionamentos nos percursos de circulação por parte dos usuários,
bem como alertar sobre possíveis alterações nesses planos, em diferenciação
simplificada por Piso Tátil de Alerta e Piso Tátil Direcional.
O Piso Tátil de Alerta deve:

• informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis


ou situações de risco permanente, como objetos suspensos não
detectáveis pela bengala longa;
• orientar o posicionamento adequado da pessoa com deficiência visual para
o uso de equipamentos, como elevadores, equipamentos de
autoatendimento ou serviços;
• informar as mudanças de direção ou opções de percursos;
• indicar o início e o término de degraus, escadas e rampas;
• indicar a existência de patamares nas escadas e rampas;
• indicar as travessias de pedestres.

TEMA 4 – PROJETANDO PARA A TERCEIRA IDADE

No que se refere à pirâmide etária, o envelhecimento da população é


observado em diversos níveis e escalas.
A projeção do IBGE para 2042, é de que a população brasileira atinja 232,5
milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%). Em 2031, o número
de idosos (43,2 milhões) vai superar pela primeira vez o número de crianças e
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adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões) e, antes de 2050, os idosos já serão
um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.
Esse processo acelerado não permite a adaptação gradual de serviços,
políticas e estruturas. Países desenvolvidos, como a França, demoraram 115
anos para fazer esta transição.
Importante a contribuição do guia “Measuring the Age-Frinedliness of Cities
– A Guide to Using Core Indicators”, lançado pela Organização das Nações
Unidas (ONU, 2019), apresenta o panorama da “cidade amiga do idoso”,
considerando fatores de uso e ocupação do solo, projetos dos espaços públicos,
valoração e design dos meios de transporte, entre muitos outros em
acessibilidade, moradia e segurança.
Desta forma, são confrontados novos estudos comportamentais
(fragilidades, incapacidades e dependências), que passam a integrar o processo
de projeto e planejamento, e a cultura da longevidade estabelece critérios que vão
além de adaptar e tornar espaços acessíveis, propondo experiências realmente
inclusivas.

Quadro 4 – Projetos

PROJETOS PARA INSPIRAR


•Moradia para Idosos em Huningue - França
•Lar de Idosos Peter Rosegger – Áustria
•Casa de Repouso de Estocolmo - Suécia

TEMA 5 – DESAFIOS DO DESIGN INCLUSIVO


Para August de Los Reyes, diretor de design e embaixador do Desafio
Mobilidade Ilimitada; “Estamos longe de entender o potencial do design em
relação à inclusão.”
A propósito, o design inclusivo, em seu desafio, é conectar o pensamento
criativo dos profissionais para promover a inovação e a pluralidade de usos e
conceitos para um mesmo tema ou projeto.
Inicialmente, é preciso saber que incapacidades e dificuldades estão
presentes, sendo experimentadas por todos, a qualquer momento, de forma
temporária, permanente ou efêmera.
Uma nova forma de pensar as incapacidades pode ser revista, quando não
são tratadas como diferenças físicas e mentais, mas sim como uma

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incompatibilidade entre as habilidades de uma pessoa, o ambiente onde ela se
encontra e os objetos com os quais ela interage. Foco: relação perceptual e
melhoria das experiências com os usuários.
Iniciar um projeto imaginando as diferentes habilidades amplia o cenário,
onde a maior diversidade passa a usufruir com desempenho, garantindo a
assertividade. Não se deve excluir as deficiências por suposições a respeito de
habilidades ou diferenças.
O design agrega equidade cultural e relevância a objetos, ambientes e
experiências, e deve também adicionar esses valores às questões de mobilidade
e propostas inesperadas – experiência positiva.

Quadro 5 – Boas práticas

BOAS PRÁTICAS
•Together Canes
•Assunta Chair
•Universal Toilet

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REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050: acessibilidade a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT,
2015.

_____. NBR 16537: Acessibilidade, Sinalização tátil no piso, Diretrizes para


elaboração de projetos e instalação. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.

CAMBIAGHI, S. Desenho universal, métodos e técnicas para arquitetos e


urbanistas. 3 ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2012.

ELDERLY FURNITURE AID OBJECTS THAT EMPOWER & ENABLE. Disponível


em: https://www.lanzavecchia-wai.com/. Acesso em: 10/05/2019.

CEARÁ (Estado). Guia de acessibilidade: Espaço Público e Edificações.


Disponível em: <http://www.solucoesparacidades.com.br/>. Acesso em: 25 jun.
2019.

IGTI – Instituto de Gestão e Tecnologia da Informação. Blog. Disponível em:


<http://igti.com.br/blog/>. Acesso em: 25 jun. 2019.

NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. 18. ed. São Paulo: Gustavo Gili,
2013.

ONU – Organização das Nações Unidas. Measuring the Age-Friendliness of


Cities. Disponível em: <https://apps.who.int/>. Acesso em: 25 jun. 2019.

PANERO, J.; ZELNIK, M. Dimensionamento humano para espaços


interiores. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.

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