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Camila Ferreira de Lima, 1Ana Lígia Pelegrini Ferrari, 2André Kazuhiro Shiotani
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Discente de Engenharia Civil, UNIPAR
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Docente do Curso de Engenharia Civil na Universidade Paranaense – UNIPAR
Resumo
Abstract
Due to the rapid development of construction, it is necessary to use practical and stricter mechanisms
to act throughout the construction life cycle, in order to keep buildings in good working order through
maintenance, which should be considered at every stage of the work, from design and construction to
demolition. Currently maintenance is being approached with technology. One such technology is BIM.
This technology has a large capacity for storing construction-related information, so it is a great tool to
support maintenance actions. There is some software that help the creation of BIM models such as
Revit, which allows the user to design a building and its components in various dimensions also allows
the creation of parameters that concentrate information relevant to maintenance. Allowing the use of
tools to track the life cycle stages of the work. In addition to Revit, the A360 tool is cloud based, thus
bringing all project stakeholders together in one space for faster and more efficient communication. This
work sought to evaluate the application of BIM technology in facility management using Revit and A360
software, developed a BIM 3D model of a multifamily building.
1. Introdução
Com o avanço da idade dos edifícios e no decorrer do seu tempo de vida útil
surgem problemas em diversas partes da estrutura devido à sua deterioração e
degradação, sendo necessário um acompanhamento criterioso de seus gestores. A falta
de manutenção predial é um problema que pode comprometer a salubridade da
edificação, a perda de desempenho de sistemas construtivos e a segurança e conforto
de seus usuários (SANCHES e FABRICIO, 2009). De acordo com a Norma de
Desempenho, NBR 15575 (2013), o gerenciamento da manutenção consiste em um
fator preponderante na configuração de desempenho nas etapas que abrangem uma
edificação, sendo capaz de cumprir ou até prolongar sua vida útil, bem como de seus
sistemas, refletindo, assim, imediatamente na sustentabilidade no setor da construção
civil.
Segundo Scheer et. al. (2015), a Modelagem da Informação da Construção, ou
BIM (Building Information Model), deve ser entendida como um novo paradigma de
desenvolvimento de empreendimentos de construção envolvendo todas as etapas do
seu ciclo de vida, desde os momentos iniciais de definição e concepção, passando pelo
detalhamento e planejamento, orçamentação, construção até o uso com a manutenção
e mesmo as reformas ou demolição.
O BIM promove a criação de um modelo virtual 3D da edificação, elaborado de
forma digital, além disso, abrange as dimensões 4D, planejamento da construção, 5D,
estimativa de custo, e ainda não há um consenso para o 6D e o 7D. Essa nova
tecnologia possui informações relativas ao gerenciamento das facilidades, ou seja, à
manutenção e operação da edificação, podendo-se controlar a garantia de
equipamentos, planos de manutenção, dados de fabricantes e fornecedores, custos de
operação, entre outros, para uma dada edificação modelada em BIM (MATTOS, 2014).
A fase de maior duração de uma edificação é a fase de uso e operação
(SANCHES e FABRÍCIO, 2009). Zawawi et. al. (2011) afirmam que a gestão da
manutenção é praticada de forma inadequada em grande parte das edificações, o que
provoca impactos negativos nas suas instalações e serviços. O processo atual de
gestão é cansativo, requer tempo e está sujeito a um número maior de erros, que
conduzem a informações inconsistentes ou incompletas (THABET; LUCAS;
JOHNSTON, 2016).
A partir destas considerações, este trabalho pretende demonstrar as
potencialidades da tecnologia BIM na manutenção de edifícios, visando facilitar a
gestão de manutenção, através de um estudo de caso de um edifício multifamiliar na
cidade de Goioerê-Pr.
2. Revisão Bibliográfica
2.1 Manutenção
2.1.1 Conceito de Manutenção
De acordo com a ABNT NBR 5674 (2012), manutenção é o conjunto de
atividades a serem realizadas para conservar ou restaurar a capacidade funcional da
edificação e de suas partes constituintes, de atender as necessidades e segurança dos
seus usuários.
Sanches e Fabrício (2008) aponta que a não consideração de elementos de
manutenção na fase de projeto ocasionam problemas de desempenho. É importante a
consideração dos requisitos de manutenção em todas as etapas para que sejam
elaborados os documentos e manuais de operação, uso e manutenção da edificação
(SANCHES e FABRICIO, 2009).
Estes autores definem o Projeto para Manutenção como o conjunto de soluções
projetuais focado na otimização dos serviços de manutenção de edifícios, por meio de
um processo de projeto simultâneo e integrado. É composto de diretrizes, soluções e
posturas projetuais incorporadas nas diversas etapas de desenvolvimento do produto.
Atualmente a manutenção vem sendo abordada junto à tecnologia. Na proposta
de Sampaio (2011), os autores utilizaram a tecnologia virtual para discutir a
manutenção. Criou-se um modelo da edificação que possibilitou a transmissão visual e
interativa das informações relacionadas com o comportamento físico dos elementos ao
longo do tempo.
Segundo Correa Junior (2011) uma das primeiras definições de BIM foi a que
iniciada por Chuck Eastman no ano de 1994, onde o autor define o BIM sendo o:
―Processo de Gestão de toda a informação produzida e utilizada nas diferentes fases do
ciclo de vida da edificação utilizando um modelo que representa as características
físicas e funcionais dos elementos‖.
O BIM pode ser definido como um processo virtual que engloba todos os
aspectos, as particularidades e os sistemas de uma edificação, por meio de um único
modelo, permitindo a colaboração mais precisa e eficiente de todo o corpo técnico
responsável. O BIM, ao simular a construção em ambiente virtual, sintetiza aquilo que a
engenharia e a arquitetura, bem como a indústria da construção como um todo, têm
buscado nas ferramentas disponíveis atualmente (AZHAR, 2011).
A definição apresentada por Gerrish et. al. (2017) é a de que o BIM é um processo
sistemático de gerenciamento e disseminação de informações globais e abrangentes,
extraídas a partir de um modelo da construção desenvolvido em um ambiente virtual,
incluindo seu desenvolvimento e sua operação. Para este autor, em linhas gerais, esse
processo serve para trocar, interpretar e gerir dados de forma mais complexa que os
modelos em CAD, abordando múltiplas funções para produzir conteúdo de interesse às
partes envolvidas no processo construtivo e operacional de obras.
O BIM é caracterizado também pela abrangência de suas ferramentas,
distinguidas em dimensões. Há autores que consideram a existência de 6, outros de 7
dimensões, MATTOS (2014) e JUSTI (2017).
O BIM 3D consiste na consolidação dos projetos da obra em um mesmo
ambiente virtual, em três dimensões, e com todos os elementos necessários para sua
caracterização e posicionamento espacial (MATTOS, 2014).
A quarta dimensão, 4D, está relacionada à interação de elementos gráficos da
edificação com informações do tempo e das tarefas a serem executadas na construção,
ou seja, o cronograma da obra (JUSTI, 2017; MATTOS, 2014). Esta ferramenta é
bastante atraente no ponto de vista comercial, visto que o filme torna a construção
visual e, de certa forma, encantadora para os prováveis clientes (MATTOS, 2014).
O BIM 5D traz ao modelo tridimensional as referências de custos, em que cada
elemento ou componente do projeto está vinculado a um valor monetário. Desta forma,
a alvenaria de um determinado pavimento está ligada ao seu orçamento e aos
respectivos insumos e serviços para produzi-la. Ao alterar alguma dimensão do
elemento em planta, é possível atualizar também o orçamento referente a este, evitando
perdas de informações e erros. (MATTOS, 2014; JUSTI, 2017).
Deste modo, BIM não se limita aos níveis 3D, 4D e 5D, acima indicados.
Podendo ser encarado como um sistema de informação, representa a quebra de
paradigma no processo de gestão da manutenção de uma edificação (6D). De forma
complementar aos benefícios nas etapas de concepção e execução de projetos,
Eastman (2014) observou ganhos na etapa de pós-construção com o uso de BIM, tais
como: melhor gerenciamento e operação das edificações e integração com sistemas de
operação e gerenciamento de facilidades.
Por definição, BIM é aplicável a todo o ciclo de vida de um empreendimento,
desde a concepção e a conceituação de uma ideia, para a construção de uma
edificação ou instalação (ou da constatação da necessidade de construir algo),
passando pelo desenvolvimento do projeto e incluindo a construção, e também após a
obra pronta, entregue e ocupada, no início da sua fase de utilização (CBIC, 2016).
Por fim, o BIM 6D envolve o processo de alimentar o modelo virtual com
informações para dar suporte às atividades de uso e manutenção da edificação após
ser entregue (JUSTI, 2017). Ele está associado ao gerenciamento do ciclo de vida de
todos os bens envolvidos na construção, por meio da ferramenta facilities management.
Com ela, é possível controlar a garantia de equipamentos, organizar planos de
manutenção, armazenar dados de fabricantes e fornecedores, além de custos de
operação e fotos (MATTOS,2014).
3D •Representação
4D •Cronograma
5D •Custos
6D •Gestão de Manutenção
7D •Sustentabilidade
2.2.3 Interoperabilidade
Para alguns autores como Oliveira, Scheer e Tavares (2015), a sexta dimensão
BIM representa o facilities management, ou seja, o gerenciamento do ciclo de vida da
edificação, compreendendo a gestão de facilidades, operação e manutenção do
empreendimento. Mattos (2014) comenta que com o BIM 6D pode-se controlar a
garantia dos equipamentos, dados dos fabricantes, custos de operação, realizar planos
de manutenção e também gerenciar documentos e fotos.
O International Institute Facility Management – IFMA (2016) assim descreve FM
―Gestão de instalações é uma profissão que abrange várias disciplinas para garantir a
funcionalidade do ambiente construído através da integração de pessoas, lugar,
processos e tecnologia‖.
2.4 Revit
3. Metodologia
3.1 Edifício de Estudo
O Edifício Santa Clara escolhido para realização deste trabalho, está localizado
na cidade de Goioerê-PR, o prédio possui idade real de 15 anos e área total construída
de 1.745 m², distribuído em térreo mais quatro pavimentos tipo, cada pavimento
contempla quatro apartamentos sendo os dois dos fundos com 69,83m², e os dois da
frente com 93,05m².
O edifício foi construído no ano de 2004, desde então não passou por reformas,
e nem por mudanças de fachadas, apenas por uma nova pintura no ano de 2013. Logo
abaixo segue fotos atuais do edifício.
Inicialmente foi importado o arquivo .dwg (Figura 6), para o Revit, onde foi realizada
a modelagem das paredes, portas, janelas, coberturas. Após o modelo estar completo
foi realizada a criação de parâmetros de manutenção, sendo estes:
• Condição do equipamento;
• Contato do fabricante;
• Data de instalação;
• Data de validade;
• Data manutenção preventiva;
• Fabricante;
• Nome do componente.
Com o modelo BIM criado, foi feita a importação para a plataforma A360,
demonstrando os parâmetros de manutenção dos objetos através da opção
propriedades, contendo as informações coletadas. Foi criado um comentário no objeto
pilar, para demonstrar a ferramenta da plataforma, e também a facilidade da informação
chegar até os prestadores de serviço.
4. Resultados
4.1 Criação do modelo
4.1.1 Importação de arquivos em formato .dwg
Na modelagem foi importada a planta em formato .dwg, do pavimento para o
software Revit, este permite a importação deste formato de desenho através da opção
importar CAD, incluído na aba ―Inserir‖ (Figura 7). Selecionando esse comando é
escolhido o arquivo .dwg para que seja importado e modelado.
O Revit disponibiliza três tipos de telhado, telhado por perímetro, telhado por
extrusão ou telhado por face. No exemplo será utilizada a opção telhado por perímetro,
acionada pela aba ―arquitetura‖, e pelos botões telhado e telhado por perímetro (Figura
10).
Para atender as necessidades deste trabalho foi criado (Figura 14, item 1), um
grupo de parâmetros intitulado ―Manutenção‖, em seguida criado os parâmetros (item
2), pertinentes a gestão de facilidades, e descritos os parâmetros (item 3).
6. Conclusão
7. Referências
AZHAR, Salman. Building Information Modeling (BIM): Trends, Benefits, Risks, and
Challenges for the AEC Industry. Leadership and Management in Engineering, Auburn,
2011.
GERRISH, Tristan; RUIKAR, Kirti COOK, Malcolm; JOHNSON, Mark; PHILLIP, Mark;
LOWRY, Christine. BIM application to building energy performance visualisation
and management: Challenges and potencial. Energy and Buildings, Reino Unido,
2017.
SAMPAIO, Alcínia Zita, GOMES, Augusto, GOMES, Ana Rita, ROSÁRIO, Daniel.
Building Maintenance Activity Supported in Virtual Interactive Models: Façades
and Interior Walls. Porto, Portugal, 2011.
SANCHES, Iara DelArco ; FABRICIO, Marcio Minto. Projeto para Manutenção. VIII
Workshop Brasileiro Gestão do Processo de Projetos na Construção de Edifícios, São
Paulo, 2008.
THABET, Walid,; LUCAS, Jason; JOHNSTON, Steven. A Case Study for Improving
BIM-FM Handover for a Large Educational Institution. Construction Research
Congress, 2016.