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Nome: Gabrieli Sousa Gonçalves - RA: 11202022068

João Pedro de Souza Cruz - RA: 11201920219


Monique Marques dos Santos - RA: 11201811994

FICHAMENTO
História Econômica Geral

DEYON, O Mercantilismo, Cap. 1.

O primeiro capítulo da obra de Pierre Deyon traz uma breve introdução sobre a
origem e as características do Mercantilismo, sobretudo no contexto europeu ocidental a
partir do século XV. A crise e o fim do feudalismo estão diretamente ligados ao advento das
práticas mercantilistas, com a necessidade de revolucionar o comércio da época.
“ A consciência de uma comunidade de interesse, o projeto de uma política econômica
supunham naturalmente um progresso do sentimento nacional e um reforço do Estado. Todas
as grandes monarquias européias do século XVI, com maior ou menor felicidade, maior ou
menor continuidade, enveredaram por esta via do intervencionismo econômico.” (p. 17)
Esta primeira citação aborda um dos principais aspectos e características do
mercantilismo: o fortalecimento do Estado. As práticas intervencionistas foram muito
presentes nos estados europeus no período, principalmente nos dois mais notórios, França e
Inglaterra.
“Censurou-se Colbert esta “mania de regulamentação”. Útil onde ela presidia a introdução de
uma técnica nova, atrapalhou muitas vezes a adaptação das manufaturas têxteis francesas às
flutuações da moda e da demanda estrangeira. Ele não compreendeu bem o caráter
multilateral das trocas, não acreditou tampouco nas leis do mercado, seu pensamento
continua o de um administrador minucioso, e não de um economista” (p. 28)
Dentre os grandes adeptos e contemporâneos do intervencionismo, Jean-Baptiste
Colbert se tornou um dos mais notórios e radicais políticos estadistas da época. Apesar de o
autor ter um foco mais crítico nas ideias colbertistas, é possível também observar suas
grandes contribuições para o desenvolvimento francês e europeu.
“O mercantilismo inglês se beneficia da precocidade das instituições políticas e sociais, da
qualidade da informação e da teórica no país, evolui, se adapta, se aperfeiçoa, e ajuda a
Inglaterra a assumir, na Europa, uma verdadeira supremacia marítima e comercial e, talvez, já
a supremacia industrial.” (p.30)
Ao contrário da abordagem sobre o mercantilismo francês, a análise da dinâmica
inglesa é mais valorizada. Principalmente, como no trecho acima, devido ao grande preparo
e capacidade que o Estado inglês apresenta no período, e que contribui para a hegemonia
industrial que seriam vistas nos séculos seguintes.
"É conveniente evocar em primeiro lugar, porque sua situação é muito especial, o caso das
Províncias Unidas, e sobretudo da Holanda. Não há neste país na idade clássica nem escola
nem teórico mercantilista; isto já é revelador. Mas a República se singulariza ainda pela
liberdade que concede, quase desde sua constituição, aos movimentos internacionais das
espécies e das moedas.” (p.36)
Na contramão do intervencionismo, Deyon traz alguns exemplos de países que
promoveram maior liberdade ao comércio no mesmo período. O caso holandês se torna o
mais curioso, envolvendo até relações comerciais com países que travavam conflitos, sejam
políticos ou de guerra.
“O despotismo esclarecido toma da Europa Ocidental as idéias e os métodos que haviam
triunfado ali um século antes; esta inspiração antiga, este prolongamento absolutista ou
mercantilista nos conselhos dos príncipes filósofos, contribuem para a ambiguidade de seus
personagens e de sua obra.” (p.43)
Pouco mais tardiamente na história mercantilista, o chamados déspotas esclarecidos,
nas palavras do próprio autor, estendem os ideais do modelo, utilizando novas práticas e
proporcionando alguns dos primeiros insights iluministas e liberais com a crescente burguesa,
os quais viriam posteriormente a se tornarem peças fundamentais na Revolução Francesa do
século XVIII.

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