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RESUMO
Este artigo visa analisar a harmonização das normas de Direito do Consumidor nos países do
MERCOSUL, com base nas ações do Comitê Técnico Nº 7. Este Comitê foi criado pela
Diretiva CCM nº 1/1995, com o desafio de promover a promoção da harmonização da
legislação do direito do consumidor nos países do MERCOSUL. Considerando isso, este
artigo investiga as ações e contribuições do Comitê Técnico Número 7 para a harmonização
das normas de direito do consumidor no MERCOSUL. Para isso, o Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) é apresentado como um bloco comercial sul-americano estabelecido pelo
Tratado de Assunção em 1991 e Protocolo de Ouro Preto em 1994. Além disso, também é
apontado como a legislação do consumidor é aplicada em seus países membros, adotando
uma pesquisa bibliográfica e documental, realizada a partir do método de abordagem
dedutivo, com base na análise qualitativa dos relatórios elaborados pelo Comitê Técnico nº 7.
Essa análise adota uma perspectiva que visa contribuir para a construção de uma escala
cronológica das questões tratadas por esse comitê, com vistas a avaliar as contribuições e os
principais tópicos discutidos para a harmonização do direito do consumidor no MERCOSUL.
Palavras chaves: MERCOSUL, Direito do Consumidor, Harmonização Legislativa, Comitê
Técnico nº 7
ABSTRACT
This article aimes to analyzes the harmonization of Consumer Law standards in MERCOSUR
countries, based on the actions of Technical Committee No. 7. This Committee was created
by CCM Directive No. 1/1995, with the challenge of advancing the promotion the
harmonization of consumer legislation in MERCOSUR countries. Considering this, the this
article investigates the actions and contributions of Technical Committee Number 7 for the
harmonization of consumer law norms within MERCOSUR. For this, the Southern Common
Market (MERCOSUR) is presented as a South American trade bloc established by the Treaty
of Asunción in 1991 and Protocol of Ouro Preto in 1994. Bisides that, it is also pointed how
consumer law is applied in its member countries, adopting a bibliographic and documentary
research, performed from the deductive approach method, based on the qualitative analysis of
the reports prepared by the Technical Committee No. 7. This analyzes adopts a perspective
that aimes to contribute for build a chronological scale of the issues dealt by this committee,
with a view to assessing the contributions and main topics discussed for the harmonization of
consumer law within MERCOSUR.
1
Doutoranda em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS (bolsista
Capes/PROEX). Mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória - FDV. Secretaria executiva da Rede
Brasileira Direito e Literatura - RDL. Advogada. E-mail: larasantosz@hotmail.com
2
Graduanda em Direito pelo Centro de Ensino Superior Dom Alberto. E-mail: juferreira931@gmail.com.
INTRODUÇÃO
Conforme pontua Amaral Junior e Vieira (2016, p.2), em 1998, por meio da Lei 1.334,
denominada Lei de Defesa do Consumidor e do Usuário, o Paraguai passou a contar com
legislação consumerista própria, sendo esta, inspirada nas legislações da Argentina e do Brasil
e, também, nas disposições do Protocolo de Defesa do Consumidor do Mercosul. Dessa
maneira, a defesa do consumidor paraguaio é também garantida na Constituição Nacional do
Paraguai (LUNARDI, 2000, p.3):
[...] esta é, de certo modo, muito semelhante à brasileira. Previa, inicialmente, como
o CDC, a proteção da saúde do consumidor, o direito à informação, à educação e à
associação, proteção contra cláusulas abusivas em contratos de adesão, benefício da
justiça gratuita, responsabilidade solidária da cadeia produtiva. Entretanto, ao revés
do CDC, excluía de sua alçada os bens e serviços gratuitos, bens de segunda mão e
serviços prestados por profissionais liberais com título universitário e cujo exercício
da atividade estivesse condicionado a registro em colégio profissional, assim como
os serviços públicos que tivessem de regulação própria. Igualmente, a
responsabilidade objetiva do fornecedor não constou da lei final, pois excluída por
veto presidencial. Todavia, numa segunda oportunidade, essa disparidade foi
diminuída com as alterações procedidas pela Ley 26.361/2008.
Somente nos arts. 24, 44 e 52 é que se pode ver a matéria sendo abordada, o que é
feito de maneira muito branda. Além disso, esse país foi o último do Bloco a
promulgar uma legislação específica sobre defesa do consumidor, o que fez em
1999, com a Lei n.º 17.189, que entrou em vigor em junho de 2000, e acabou sendo
revogada e substituída pela Lei n.º 17.250, a Ley de Defensa del Consumidor,
publicada em 17 de agosto de 2000.6 Até a entrada em vigor da Lei n.º 17.189
(atualmente revogada), as relações de consumo eram reguladas pelo Código Civil de
1969, que havia sofrido apenas algumas alterações (LUNARDI, 2000, p.3).
A técnica de pesquisa adotada por este estudo, além da pesquisa bibliográfica, foi a
pesquisa documental, realizada a partir das atas elaboradas pelo Comitê Técnico nº 7 (CT 7),
conforme arquivos disponibilizados no site do MERCOSUL. O procedimento adotado para
coletar os dados se deu através da análise dos arquivos que estão disponibilizados no site do
MERCOSUL, no link de “Documentos e Normativa, Atas e Anexos”, do órgão (CT Nº 7)
Defesa do Consumidor. Foram acessados os resumos de ata, as atas integrais e a agenda,
disponibilizados pelo Comitê (MERCOSUL, 2018).
A partir dessa análise inicial, optou-se por analisar o período de 2016 a 2019, por ser
o intervalo mais recente e, também, por esse interregno consolidar as iniciativas mais
consistentes até então adotados no âmbito da harmonização da legislação consumerista.
Foram analisadas 13 atas, no período de 2016 a 2019, com vistas a identificar o histórico e as
ações atuais do referido comitê. Os dados obtidos foram organizados de forma cronológica e
analisados em uma abordagem qualitativa (MINAYO, 1995, p.22), que busca verificar de
forma individualizada a repercussão das ações adotadas para a harmonização então
pretendida.
O método dedutivo se manifesta justamente em razão da organização da abordagem
promovida por este estudo. Isto é, nos capítulos iniciais foram apresentadas as premissas que
orientam esta análise, tanto do ponto de vista da integração – o que é o MERCOSUL, como
opera e o que é o CT 7 –, quanto do ponto de vista jurídico – o que é harmonização do direito
consumerista, qual o tratamento jurídico do direito do consumidor nos países do
MERCOSUL. Esses conceitos retornam neste capítulo, para viabilizar a análise dos dados
coletados, sendo possível, a partir desse exercício, verificar a conformidade entre os objetivos
estabelecidos e o que o CT 7 apresenta como resultados, e como se dá essa evolução ao longo
do tempo.
Conforme mencionado, foram identificadas 13 atas referentes a este período, sendo
uma ata do ano de 2016, quatro atas do ano de 2017, quatro atas do ano de 2018 e, por fim,
quatro atas do ano de 20193. Quanto ao ano de 2016, a realização de apenas um encontro é
dado a ser ressaltado como atípico, tendo em vista que a frequência identificada é de quatro
reuniões anuais. Quanto ao ano de 2019, cabe ressaltar que a quarta reunião prevista para esse
ano ainda não ocorreu, não tendo local e data até este momento, o que justifica a inexistência
de análise a seu respeito.
Seguindo a proposta deste capítulo, passa-se a análise individualizada de cada uma
das atas, ressaltando os assuntos de maior relevância e repercussão para a harmonização do
direito consumerista. No ano de 2016, excepcionalmente, conforme mencionado, ocorreu
apenas uma reunião do Comitê nº 7 do MERCOSUL, onde foram tratados os seguintes
assuntos: (i) Estatuto da Cidadania do MERCOSUL; (ii) Elaboração de uma norma aplicável
aos contratos internacionais de consumo; (iii) Reparação de danos decorrentes de consumo.
No que se refere ao Estatuto da Cidadania do Mercosul, avaliaram a segunda edição
do curso Curso MERCOSUR de Defensa del Consumidor promovida pela Escuela Argentina
de Derecho del Consumidor em sua plataforma on-line. Segundo, Beltrame de Moura (2018,
p.150), no que se refere ao Estatuto da Cidadania do Mercosul, é um conjunto de direitos
fundamentais e de benefícios para os cidadãos dos Estados-Partes. Trata-se, portanto, de uma
iniciativa relevante, na medida em que “a Decisão expressamente prevê a adoção do conceito
de “Cidadão do Mercosul” através da assinatura de um protocolo internacional anexo ao
Tratado de Asunción até o ano de 2021, data do 30o aniversário de criação do Mercosul”
(BELTRAME DE MOURA, 2018, p.150).
As delegações do Paraguai e Uruguai comprometeram-se a fazer modificações para a
próxima edição digital. Por sua vez, a delegação do Brasil, comprometeu-se para o primeiro
semestre de 2017 a sua versão em Língua Portuguesa para o curso. E, ainda, neste tema foi
proposto jornadas de capacitação para autoridades de aplicação deste curso.
Sobre a Elaboração de uma norma aplicável aos contratos internacionais de
consumo, informaram que este projeto se encontra em órgãos decisórios, neste caso no CMC
(Conselho do Mercado Comum). Ademais, nesta oportunidade em relação às propostas de
ações de integração regional, analisaram resultados sobre a cooperação para a atenção ao
consumidor turista e visitante, e, ainda, a delegação Argentina apresentou um novo
questionário referente ao comparativo de reparação de danos de consumo no MERCOSUL.
3
MERCOSUL. Comitê Técnico n. 7 – Reuniões/Documentos Oficiais. Disponível em: https://documentos.merc
osur.int/. Acesso em: 30 jun. 2020.
No ano de 2017, foram realizadas quatro reuniões do Comitê Técnico Número 7 do
MERCOSUL. A primeira reunião foi realizada em abril, na Argentina, e foram tratados os
seguintes tópicos: (i) Estatuto da Cidadania do MERCOSUL; (ii) Sistema de Informação e
Defesa do Consumidor do MERCOSUL (SINDEC); (iii) Cooperação para a atenção ao
consumidor turista e visitante; (iv) Reparação de danos decorrentes de consumo.
Em relação ao Estatuto da Cidadania do MERCOSUL, decidiram continuar com o
Curso MERCOSUR de Defensa del Consumidor, na plataforma virtual, e, solicitaram
eventuais atualizações para adaptar as modificações realizadas em alguns dos Estados Partes.
No que diz respeito à implementação do Sistema de Informação e Defesa do Consumidor do
MERCOSUL, os representantes do Paraguai informaram que em função da incompatibilidade
normativa e da impossibilidade de se adaptar ao SINDEC (do Sistema de Informação e
Defesa do Consumidor do MERCOSUL), descontinuará sua participação na implementação.
Neste sentido, a delegação Argentina ofereceu apoio e assistência técnica para a
eventual implementação, deste sistema no Paraguai. Dessa forma, todas as delegações
decidiram trabalhar com base estatística, relacionada com as reclamações dos consumidores,
para adotar ações e tutela para uma eventual implantação de um sistema de gestão de
reclamações e conflitos. E, ainda, no que se refere às propostas de ações de integração
regional, analisaram possibilidades de introduzir melhoras a cooperação para a atenção ao
consumidor turista e visitante, e, ainda, continuaram as análises evolutivas ao comparativo de
reparação de danos de consumo no MERCOSUL.
Na segunda reunião no ano de 2017, realizada em junho, novamente na Argentina,
foram colocados em pauta os seguintes tópicos: (i) Estatuto da Cidadania do MERCOSUL;
(ii) Sistema de Informação e Defesa do Consumidor do MERCOSUL (SINDEC); (iii)
Cooperação para a atenção ao consumidor turista e visitante; (iv) Reparação de danos
decorrentes de consumo; (v) Comércio eletrônico.
Sobre o Estatuto da Cidadania do MERCOSUL, Curso MERCOSUR de defensa del
consumidor, será dada a continuidade da análise para acrescentar dados específicos de cada
país, analisando as mudanças e atualizações para introduzir no texto existente. Da mesma
forma, ao tratar do SINDEC, a delegação Argentina, confirmou que enviará a base de dados
para o Paraguai e se dispôs a ajuda-lo com a parte técnica da implementação.
Além disso, todas as partes confirmaram que irão trabalhar com a convergência de
dados estatísticos relacionados a reclamações de consumidores e sua classificação, para que
possam, dessa forma, adotar ações de tutela e proteção necessária. E, ainda, ficou estabelecido
que cada país emitirá um boletim virtual de conteúdo geral para publicação nas páginas da
web de cada órgão.
Ainda nesta reunião, os membros do bloco deram continuidade às análises dos
assuntos pertinentes a comércio eletrônico – estudo das transações de consumo
transfronteiriço e analisaram possibilidades de introduzir melhoras a cooperação para a
atenção ao consumidor turista e visitante, e, ainda, continuaram as análises evolutivas ao
comparativo de reparação de danos de consumo no MERCOSUL.
Dessa forma, seguindo a agenda anual do Comitê Técnico número 7 do
MERCOSUL, a terceira reunião do ano de 2017 foi realizada em agosto, no Brasil e em pauta
estiveram os seguintes assuntos: (i) Sistema de Informação e Defesa do Consumidor do
MERCOSUL (SINDEC); (ii) Curso de Defesa do Consumidor; (v) Comércio eletrônico; (iii)
Cooperação para a atenção ao consumidor turista e visitante; (iv) Reparação de danos
decorrentes de consumo;
Em relação ao SINDEC (Sistema de informações do MERCOSUL de Defesa do
Consumidor), as delegações dos Estados Partes, comprometeram-se de circular
trimestralmente as informações referentes a reclamações fundamentadas. Sobre a implantação
do Curso de Defesa do Consumidor, na plataforma on-line, as delegações comprometeram-se
de continuar realizando. A delegação brasileira, por sua vez, comprometeu-se de realizar esse
curso na modalidade virtual, com a colaboração da Argentina que já realiza esse curso. E,
também, o Brasil se comprometeu a disponibilizar as demais delegações o curso de tutores
para atuarem nesta plataforma.
Outrossim, em relação ao Comércio eletrônico – Estudo sobre transações de
consumo transfronteiriço, analisaram um marco normativo harmonizado e a reformulação da
GMC 21/04. E, ainda, deram continuidade às análises das possíveis melhoras ao atendimento
do consumidor turista e visitantes e, também, a compilação do estudo comparativo sobre a
reparação de danos no âmbito do MERCOSUL.
A quarta reunião de 2017, foi realizada em novembro no Brasil, e tratou dos
seguintes assuntos: (i) Código de Defesa e Proteção do Consumidor no MERCOSUL; (ii)
Sistema de Informação e Defesa do Consumidor do MERCOSUL (SINDEC); (iii) Curso de
Defesa do Consumidor. Na oportunidade, foi apresentado pela delegação brasileira uma
minuta de Código de Defesa e Proteção do Consumidor no MERCOSUL, as delegações
concordaram em harmonizar aspectos fundamentais nas leis de proteção do consumidor,
inclusive, a delegação Argentina ficou de analisar determinados artigos e fazer um
comparativo com normativos existentes.
Em relação do SINDEC, as delegações manifestaram que continuarão trocando as
informações a respeito das reclamações recebidas em seus sistemas trimestralmente. E, ainda,
as delegações manifestaram que continuam em processo de atualização do conteúdo do Curso
de Defesa do Consumidor. A delegação brasileira informou que irá verificar junto à Secretaria
Técnica do MERCOSUL sobre a possibilidade de criar uma plataforma que possa comportar
o curso virtual. Os demais assuntos, já tratados em reuniões anteriores, foram continuados,
sem nenhuma mudança que apresentasse relevância.
No ano de 2018, o Comitê Técnico número 7 do MERCOSUL realizou 4 reuniões
(MERCOSUL, 2018), sendo que a primeira delas foi em março no Paraguai, e trataram dos
seguintes assuntos: (i) Curso de Defesa do Consumidor; (ii) Escola do MERCOSUL de
Direito do Consumidor; (iii) Sistema de Informação e Defesa do Consumidor do
MERCOSUL (SINDEC); (iv) Código de Defesa e Proteção do Consumidor no MERCOSUL
As delegações concordaram em continuar com o curso. A delegação Argentina expôs
que implementou a Escola Argentina de Educação do Consumidor e ofertou a plataforma sem
ônus para os demais países conforme trecho da ata:
Assim, percebe-se que um primeiro passo rumo à harmonização foi dado, pois com a
consolidação da Escola do MERCOSUL de Direito do Consumidor, haverá estudos e
produção científica em função da harmonização da norma consumerista. Nesta mesma
reunião, no que se refere ao SINDEC, as delegações decidiram continuar as atualizações
trimestrais, e, concordam em trabalhar conjuntamente com convergência de dados, para obter
uma informação homogênea e adotar tutelas de proteção ao consumidor. E, ainda, incluíram
na agenda de trabalho de 2018 a continuidade do Código de Defesa do Consumidor do
MERCOSUL apresentado pelo Brasil na última reunião de 2017. Como mencionado
anteriormente, os demais assuntos, já tratados em reuniões anteriores, foram continuados, sem
nenhuma mudança que apresentasse relevância.
Na segunda reunião do ano de 2018, que aconteceu em maio, no Paraguai, os
assuntos tratados foram: (i) Curso de Defesa do Consumidor; (ii) Escola do MERCOSUL de
Direito do Consumidor; (iii) Sistema de Informação e Defesa do Consumidor do
MERCOSUL (SINDEC); (iv) Código de Defesa e Proteção do Consumidor no MERCOSUL.
A delegação Argentina informou sobre as atividades realizadas na Escuela
Argentina de Derecho del Consumidor, e, convidou as demais delegações para visita-la e
enviar suas contribuições, foi realizado o oferecimento da plataforma nos termos do anexo IV
da ata desta reunião. E, dessa forma, foi designada a plataforma oficial do CT7 para o ditado
dos cursos. Finalmente, as delegações dos Estados Partes afirmam que a plataforma consolida
a Escola de Defesa do Consumidor do MERCOSUL. Em relação do SINDEC, as delegações
confirmaram o envio trimestral das informações, e manifestaram a necessidade de um avanço
na convergência das informações. No que diz respeito à criação do Código de Defesa do
Consumidor do MERCOSUL as delegações concordam em continuar com as análises das
normas.
A terceira reunião do ano de 2018 aconteceu em Montevidéu, no mês de agosto, e
foram deliberadas as seguintes pautas: (i) Curso de Defesa do Consumidor; (ii) Escola do
MERCOSUL de Direito do Consumidor; (iii) Sistema de Informação e Defesa do
Consumidor do MERCOSUL (SINDEC); (iv) Código de Defesa e Proteção do Consumidor
no MERCOSUL; (v) Cooperação para a atenção ao consumidor turista e visitante; (vi)
Reparação de danos decorrentes de consumo.
As delegações ratificam a necessidade de um Código de Defesa do Consumidor do
MERCOSUL. No que se refere ao SINDEC, as delegações continuarão com as atualizações
trimestrais.
E em relação à Escola do MERCOSUL de Direito do Consumidor, a delegação da
Argentina se compromete na próxima reunião do CT7 apresentar uma proposta de
regulamentação da plataforma da escola, as delegações concordam que a plataforma deve ser
usada tanto para cursos de extensão do MERCOSUL quanto para cada um dos Estados Partes,
assim, a delegação da Argentina se compromete para março de 2019 o primeiro curso de
Derecho de Reparación de Daños em Materia de Relaciones de Consumo. Os Estados Parte
também deram continuidade às análises dos assuntos referentes ao Sistema de cooperação
para atenção ao turista e consumidor e o Regime de Reparação de Danos do MERCOSUL.
A quarta reunião do ano de 2018, foi realizada em novembro no Uruguai, e o Comitê
Técnico número 7 do MERCOSUL deliberou os seguintes assuntos: (i) Curso de Defesa do
Consumidor; (ii) Escola do MERCOSUL de Direito do Consumidor; (iii) Sistema de
Informação e Defesa do Consumidor do MERCOSUL (SINDEC); (iv) Código de Defesa e
Proteção do Consumidor no MERCOSUL.
Sobre a criação do Código de Defesa do Consumidor do MERCOSUL, o Comitê
Técnico nº 7 continuará o trabalho de codificação dos direitos fundamentais para contar com
uma legislação homogênea. As delegações vão enviar os dados e planilhas dos registros
estatísticos do Sistema Mercosul de Informação e Defesa do Consumidor, para a Secretaria do
MERCOSUL, para compartilhar e comparar as bases de dados, para eventuais políticas
públicas das matérias pertinentes, para que os conflitos sejam resolvidos.
A delegação Argentina apresentou uma proposta de projeto de norma sobre a criação
da Escola do MERCOSUL de Direito do Consumidor, as delegações dos Estados Partes
acordaram em levar para a CCM (Comissão de Comércio do MERCOSUL) para sua
consideração sobre o projeto. Nesta reunião também foi solicitado a Secretaria do
MERCOSUL que traduza para o Português o “Atlas do MERCOSUR de Derecho de
Reparación de Daños en Materia de las Relaciones de Consumo”. Para que este material
constitua o primeiro curso da Escola MERCOSUL de Direito do Consumidor.
A primeira reunião de 2019 foi realizada em março, na Argentina, e nesta ocasião os
seguintes assuntos foram deliberados: (i) Curso de Defesa do Consumidor; (ii) Escola do
MERCOSUL de Direito do Consumidor; (iii) Sistema de Informação e Defesa do
Consumidor do MERCOSUL (SINDEC); (iv) Código de Defesa e Proteção do Consumidor
no MERCOSUL.
As delegações acordaram em descontinuar o trabalho de elaboração de texto único,
ou seja, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor do MERCOSUL, que não existirá
mais. Essa decisão foi tomada tendo em vista que, os princípios dos direitos do consumidor do
MERCOSUL, estarão presentes num capítulo do Estatuto de la Ciudadania del MERCOSUR,
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