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INTRODUÇÃO
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Professora do Curso de Direito da Universidade Federal do Tocantins - UFT. Doutoranda em Direito Público
pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS (bolsista CAPES/PROEX). Integrante do Núcleo de
Direitos Humanos da UNISINOS. Mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória - FDV. E-mail:
lara.taroco@mail.uft.edu.br.
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Doutor em Direito. Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Santa Cruz do
Sul. Procurador Federal. Email: janriereck@gmail.br.
propostas pretéritas de ocupação produtiva da região, as quais visam permitir e incentivar
atividades econômicas como mineração, agricultura, pecuária e outras.
A partir desses dois documentos, que tratam de parte da proposta de desenvolvimento
da ditadura civil-militar para Brasil, esta pesquisa investiga como a noção de ocupação
produtiva da Amazônia emerge em ambos. Isso com o objetivo de: analisar como o
desenvolvimentismo da época é atrelado pela ditadura à ocupação produtiva da Amazônia; e
investigar de que maneira o Programa de Integração Nacional (PIN) e o II Plano Nacional de
Desenvolvimento (PND) tratam do tema.
Nesse sentido, no primeiro item deste estudo situa-se a questão do desenvolvimento
no Brasil, principalmente a partir da acepção econômica, delimitando esse conceito e
estabelecendo os acordos semânticos necessários para a compreensão dessa temática à luz do
contexto brasileiro. Após, passa-se a analisar a ocupação produtiva da região amazônica e o
lugar dos povos indígenas e demais comunidades tradicionais nessa proposta.
Em momento seguinte, analisa-se o Programa de Integração Nacional (PIN) e o II
Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), com vistas a identificar como a proposta da
ocupação produtiva da Amazônia é tratada nesses documentos, e em que medida é associada
ao desenvolvimentismo do campo econômico.
Cumpre advertir que não se pretende esgotar a análise do planejamento econômico
formulado pelos governos ditatoriais civil-militares, mas cinge-se a proposta de ocupação
produtiva da Amazônia tal qual delineada no PIN e no PND II. Nesses termos, o PIN e o PND
II podem ser considerados exemplos de políticas nacionais de desenvolvimento ditatoriais, os
quais, como se passa a analisar adiante, associam desenvolvimentismo e autoritarismo,
afastando da apreciação democrática qual a noção de desenvolvimento adotada e os objetivos
pretendidos.
Quero dizer ao povo amazônico o meu testemunho, que venho recolhendo ao longo
de minhas viagens, do entusiasmo que se levanta na alma de todos os brasileiros
com a iniciação do Programa de Integração Nacional [...] Trago à Amazônia a
confiança do Governo e a confiança do povo em que a Transamazônica possa ser,
afinal, o caminho para o encontro de sua verdadeira vocação econômica e para
fazer-se mais próxima e mais aberta ao trabalho dos brasileiros (MÉDICE, 1970,
p.153)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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1989.
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SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M; Brasil: uma biografia. São Paulo:
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