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O enfoque central trabalhados no 2 e 3 capítulos da obra MST dos anos 80 se direciona

ao contexto histórico de criação e desenvolvimento do movimento sem terra, além de


pontuar os princípios pontos relacionados na construção das ideologias
pedagogicas,sociais e políticas do movimento.

Em primeira análise, se estabelece um panorama estrutural das mudanças ocorridas no


pais entre 1950 a 1960, com o desenvolvimento do setor industrial e o avanço do
capitalismo tanto para áreas urbanas como para as áreas rurais, se aprofunda a
desigualdade e os problemas sociais no país, com ênfase na exploração da mão de obra
do trabalhador rural.

Diante disso,dada a situação atual do Brasil na epoca,principalmente as problematicas


ocorridas no campo, se inicia vários lavantes sociais em prol da luta do campesinato e
da classe trabalhadora, com destaque na região do nordeste,onde surge as ligas
camponesas que se tornam um marco na luta do campesinato com o enfrentamento da
exploração do trabalhador do campo e na contribuição da politização das massas rurais.
A autora também pontua a criação de órgãos de proteção e auxílio para a classe
trabalhadora e do campesinato como a SUDENE (1958)no nordeste do país, A ULTAB
e a CONTAG ( confederação criada para defesa dos trabalhadores rurais), fato esse que
culmina na promulgação do Estatuto do trabalhador Rural em 1963.

Golpe de 64, política agrária ditatorial e importância da ditadura para a


criação do movimento dos sem terra.

Rodrigues perpétua em sua obra a importância que o contexto histórico obtém em


relação a geneses e desenvolvimento do MST, esclarecendo que durante o período mais
violento e repreensível do país, onde levantes sociais eram vistos como desordem e
ameaça política, se fez necessário a revolta e a resistência para o nascimento de grandes
movimentos sociais.

Depois que o golpe de 64 é instaurado, todos os lavantes sociais que ocorreram entre
1950 e 1960 sofreram violentas represarias e tentativa de apagamento, sendo uma
reposta da política de contrarrevolução adotada pela burguesia capitalista e monopolista
ao ascenso político da classe operária e do campesinato “ A partir de 1964 se definiram
mais claramente essas
características da revolução burguesa no Brasil. A submissão aos interesses externos e a
manutenção das desigualdades
internas apareceram fortemente como compromisso do Estado, circunstâncias expressas
na forma como foi conduzida a
questão agrária no período.” (p.118)
Reforma e política agrária durante a ditadura militar.

Após o estabelecimento da ditadura militar em 1964, o estado adota novas leis e


políticas voltadas ao setor agrário, sendo visível que todas elas eram pertinentes aos
seus interesses políticos,econômicos e sociais.
Um dos principais marcos da política agrária durante a ditadura militar ocorre ainda no
ano de 1964 ,com a promulgação da lei Do Estatuto da terra.
A justificativa da origem desta lei permeia diversas motivações segunda a autora da
obra ,que cita alguns pensadores e antropologos como José Gomes da Silva, que
pontuava que uma das motivões seria de cunho político, uma vez que estado pretendia
neutralizar e redirecionar a luta agrária da posse de movimentos esquerdistas, além da
tentativa de transformar a luta pela reforma agrária em movimento político mais
receptível, resultando assim a distruibuição desigual de terra. Já para Lígia Osório Silva
a criação dessa lei pode estar ligada a “ […]a duas ordens de fatores: de um lado, aos
movimentos sociais do campo, principalmente do Nordeste e à grande mobilização
popular reformista dos anos 50 e 60, ambos processos
estancados pelo golpe de março de 1964; e, de outro, à pressão norte-americana pela
adoção de um programa de reformas para o campo. “(P. 120-121). Apesar de ser a
primeira legislação de reforma agrária no país ,o Estatuto da Terra era visto como uma
lei estreitamente ligada aos interesses políticos e capitalistas dos setores mais ricos do
regime ditatorial.

Política agrária na ditadura

Dessa maneira, como dito anteriormente, a política agrária durante o regime militar está
intrinsecamente ligada na repreensão e desmobilização das lutas sociais do campo, da
mesma forma que o estatuto da terra se faz presente como tática de invibializacao uma
vez que era constantemente usado de forma seletiva em relação a desapropriação de
terras específicas, enquanto beneficiava as grandes “empresas rurais”,além da
conveniência em relação aos métodos ilegais dos grilheiros de terra e as políticas
totalmente voltada aos grandes proprietários de terra e aos grupos econômicos.
Os índices de concentração latifúndiaria entre 1930 até 1970 apresentadas na obra
indicam a inegável desigualdade em relação a distribuição de terras, pontuando as quase
inexistentes mudanças na estrutura fundiária do país. A amozonia também se faz
presente na estratégia da política agrária ditatoria ,uma vez que o governo investe em
grandes incentivos fiscais em empreendimentos visando a posse e o controle das
populações rurais “já em 1966, a criação da SUDAM, responsável por definir objetivos
e meios para o desenvolvimento econômico da Amazônia, e do Banco da Amazônia
(BASA), que mobilizava recursos fiscais e creditícios para os projetos aprovados pela
SUDAM. Esses órgãos abriram caminho para que empresas nacionais e estrangeiras
desenvolvessem gigantescos projetos de exploração das riquezas da Amazônia.”( p.
129).

Diante disso é possível analisar que a política agrária se voltava pro grande monopólio
capitalista burguês,reiterando a herança colonialista deixada no país: a exploração
exarcebada de mão de obra e o mercado voltado para o setor externo.

Contexto da criação do MST


E é neste contexto de extrema violência, inviabilização e apagamento de lutas sociais
resultando em diversos conflitos, principalmente no campo, com mais de 450 revoltas
resultando na morte de 113 pessoas durante os anos de 1971 até 1976 , nasce o
movimento sem terra.

O mst tem sua gêneses apartir das ocupações de terra que começam no sul do país em
1979, se extendendo para outros estados como Santa Catarina, São Paulo e Paraná.
As motivações da criação do mst além dos conflitos violentos pela terra, se pertuavata
em relação a perca das suas terras, resistência da expansão pecuária e o desamparo
causado com a construção da hidrelétrica de itaipu.
A autora pontua através do geógrafo Bernardo Mançano Fernandes as 3 principais fases
de desenvolvimento do MST:

• primeira se perpetua entre 1979 até 84 que foi marcado pelo nascimento do
movimento com as articulações das lutas e a construção de encontros e reunioes .
• A segunda fase ocorre de 1985 até 89 refere-se a consolidação do MST em um nível
nacional

• E a terceira fase que corresponde a 1990 com a institucionalização do movimento com


a criação da redes cooperativas escolas e centros de formação.

Formação política do MST


De acordo com

A luta pela terra no Brasil se mostra um fator desafiante em vista a alta concentração de
terra e a exploração da força de trabalho que acaba favorecendo o capital em detrimento
dos trabalhadores.

O ponto central no desenvolvimento da luta do campesinato deve estar centralizado na


construção da consciência de classe e da consciência política para que haja uma
compreensão significativa, não somente relacionado às questões agrárias. Ademais,
sendo analisado o contexto social em que se está envolto, possibilitando debates mais
incisivos sobre a reforma agrária e a revolução da luta pelas terras.

E é com a educação que se possibilita a construção desta consciência crítica e da


mobilização da classe trabalhadora dentro do desenvolvimento político do MST.
A ideologia marxista enfocada no movimento,enfatiza que a criação de uma sociedade
socialista não está independente do pensamento e da atividade humana.

Portando somente com a construção de uma visão crítica e política dentro do


movimento se possibilita uma base reformista e revolucionário concreta,ademais
resultando na amplitude e evolução da causa.
Dessa forma uma visão e construção política se faz necessário para que o movimento
alcance uma base reformista e revolucionária , e também como forma de esclarecimento
de razões mais amplas por trás da luta pela terra e enxergar o horizonte dela.

Política de pedagogia do MST

O mst adota uma pedagogia subversiva em relação às políticas educacionais brasileira,


resistindo às elites e ao capitalismo , que historicamente negligenciam a educação do
campo.

Dessa forma o mst busca ampliar o acesso a educação nos acampamentos e


assentamentos através da introdução do tema das lutas trabalhadores nos conteúdos
educacionais, fornecendo como dito anteriormente, a uma formação política para a
militância.

A base ideológica da pedagogia do MST está centrada na ideia marxista que enfatiza a
relação entre a produção da existência e processo educativo, sendo o trabalho o
princípio educativo primordial.

Três Momentos Importantes na Formação do MST: O texto identifica três momentos


cruciais na formação do MST:

• Anos 70 e 80: Surgimento do movimento, desenvolvimento da consciência de classe e


identidade do MST.

• A partir de 1987: Transformação do movimento em uma organização mais estruturada,


com novas reivindicações além da terra, como acesso ao crédito, estradas, saúde e
educação.

• Anos 1990: Inserção do MST em um projeto popular para o Brasil, envolvendo-se em


lutas mais amplas, como a privatização da Vale. O MST apoia publicamente a
candidatura de Lula à presidência, dada a proximidade do PT com os ideais do
movimento na época.

As praticas educativas do mst estão intrinsecamente ligadas às estratégias de resistência


e organizativas , evidênciando a educação como marco central da formação e
desenvolvimento do movimento.

Reflexão crítica sobre a política da pedagogia do MST

Neste tópico é trabalhado as limitações e críticas que alguns pensadores do movimento


aludiram a certa da formação pedagógica do movimento.

Maria Cecília turatti constrói uma pesquisa aborda acampamentos no estado de São
Paulo, constatando os conflitos gerados pelas circunstâncias miseráveis dos
acampamentos , também pontua conflitos de hierarquia,submissão de
lideranças ,dificuldade de estabelecer laços de solidariedade e práticas de difamação.
Ela conclui tmb a falta de extensão na formação de quadros como parte do problema
nos assentamentos, o que dificulta a ampliação de práticas e possibilidades
educacionais nos membros da base do mst .

Turatti tmb enfatiza a importância da formação política como um trabalho árduo mas
crucial para o desenvolvimento dos membros da base do movimento

O atrelamento entre o mst e pt também sofre críticas dada ao fator que o PT depois da
eleição de lula, não avançou na concretização da reforma agrária , o que gerou crise no
movimento.

Em suma, os capítulos trabalhados dissecam a importância da criação e


desenvolvimento do mst para a luta agrária no país, reiterando os percalços e limitações
sofridas pelo mesmo e também um mapeamento do contexto histórico envolvendo o
estado ditatorio, o capitalismo e burguesia que envolviam sua gêneses.

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