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UNIDADE II -
A TRANSIÇÃO À INDUSTRIALIZAÇÃO DESENVOLVIMENTISTA
OBSERVAÇÃO:
Todos os gráficos utilizados – à exceção do slide 2 – foram extraídos do texto de referência abaixo:
BERTOLA, Luis; OCAMPO, José Antonio. Industrialização dirigida pelo Estado. In: Desenvolvimento,
vicissitudes e desigualdade - uma história econômica da América Latina desde a Independência. Madrid,
SEGIB, 2012. pp. 151-211.
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CRESCIMENTO
MÉDIO ANUAL DO
PIB DO BRASIL POR
DECÊNIO
1901-2020 - %
Apud SOARES, Gabriella. Brasil tem pior década para a economia em 120 anos…
https://www.poder360.com.br/economia/brasil-tem-pior-decada-para-a-economia-em-120-
anos/
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●
Com a crise sistêmica aprofundada pela ‘crise do petróleo’ de 1973, não apenas
o modelo keynesiano foi abalado nos países desenvolvidos, mas também as
políticas desenvolvimentistas (veja o slide xx desta mesma apresentação).
●
Os efeitos da ‘crise da dívida externa latino-americana’, que emergiu com a
moratória mexicana de 1982 (o Brasil, em 1987), produziu desdobramentos
políticos importantes sobre o cenário brasileiro:
●
uma onda de greves e mobilizações sociais a partir ainda de 1978;
●
a eleição de um candidato civil de oposição ao Regime Militar em 1984;
●
a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte em 1986;
●
a quase-vitória da esquerda (PT) nas eleições presidenciais de 1989;
●
o resgate do liberalismo como referência teórica fundamental da elite
econômica a partir de 1990.
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1.Três períodos:
1930 ---
●
Políticas de combate à crise de ‘29 – ferramentas ‘de mercado’: gestão
monetária, incentivos fiscais, restrições às importações, controle da oferta
1940 --- ●
Mundo: onda longa expansionista do período pós-II Guerra / políticas
keynesianas
1950 --- ●
Brasil / AL – políticas ativas de industrialização: protecionismo industrial;
investimentos públicos no setor de infraestrutura; financiamento externo;
1960 --- empresas estatais; aumento da recepção de IED; endividamento público e
privado, altas taxas de crescimento econômico
1970 --- ●
Dois períodos políticos:
●
1945 – 1964: república democrática, regime do ‘populismo desenvolvimentista’
1980 --- ●
1964 – 1984: regime militar, ‘desenvolvimentismo autoritário’
●
‘Crise da dívida’: redução drástica do financiamento externo e do IED; forte
redução das taxas de investimento e de crescimento; inflação » hiperinflação;
1994 --- crise da industrialização; desemprego; redução do gasto público
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1944 --- ●
A Conferêcia de Bretton Woods (“Conferência Monetária e Financeira
Internacional das Nações Unidas”) celebrou um novo ordenamento
internacional para as economias capitalistas:
●
criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial;
●
o FMI tornava-se encarregado da estabilidade monetária internacional;
●
o Banco Mundial deveria financiar o desenvolvimento econômico dos
países ‘subdesenvolvidos’
●
estabelecimento de taxas fixas de câmbio;
●
abandono definitivo do padrão-ouro e ancoragem ao dólar (única moeda
com lastro em ouro).
●
O Brasil aprofunda o modelo desenvolvimentista iniciado na etapa final do
Governo Vargas:
●
medidas protecionistas para a indústria nacional;
●
expansão do gasto público;
●
direcionamento dos saldos da balança comercial e de financiamento
externo para a infraestrutura industrial:
●
1952: BNDES
●
1953: Petrobrás
●
1957: construção de Brasília / Pólo Industrial do Amazonas (ZF)
●
1962: Eletrobrás
●
facilitação e promoção do IED (investimento externo direto);
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1964 ---
●
estímulo à demanda interna por via do crédito e do aumento do salário
mínimo (efeito do multiplicador keynesiano)
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Juscelino
Kubitschek:
Brasília,
1959
João
Goulart:
Artur de Sousa Costa e J.M. Keynes Eletrobrás,
conversam em Bretton Woods.
1962 19
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1964 --- ●
A guerra fria levou a uma política de contenção dos movimentos sociais: com
o apoio dos EUA, do empresariado industrial e financeiro, da oligarquia rural,
da mídia e dos setores médios urbanos, os militares revogam a Constituição
de 1947 e estebelecem um regime militar autoritário.
●
Os governos militares aprofundaram o projeto desenvolvimentista: criaram
novas (e muitas) empresas estatais, ampliaram o endividamente externo e o
financiamento ao IED e bateram records de taxas de crescimento econômico,
mas também de inflação. As taxas de investimento/acumulação foram
excepcionais, auxiliadas pela repressão aos movimentos que reivindicavam
redistribuição da renda.
1974 --- ●
Um choque de preços do petróleo desatou uma recessão nos EUA, que foi
seguida por uma crise fiscal em todo ‘mundo desenvolvido’, com uma rápida
escalada inflacionária, que por sua vez elevou abruptamente a taxa de juros.
Isso desestruturou as dívidas dos países ‘subdesenvolvidos’, instalando uma
crise sistêmica que ameaçava a economia mundial desde o final dos anos ‘60.
●
Com a depressão e a elevação dos juros, a balança de pagamentos dos
países latino-americanos colapsou. Na ausência de uma âncora cambial (as
reservas ‘evaporaram’), a inflação caminhou em direção à hiperinflação.
Entre 1983/88 nove países entraram em moratória (default).
●
O regime militar não sobreviveu à crise: o último general-presidente (João
Figueiredo) encerrou seu mandato no final de 1984, com uma inflação anual20de
1984 --- 215%.
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Anos 80:
Emílio greves e
Médici: mobilizações
Transama- sociais
zônica,
1972
Sarney: moratória
Ernesto
Geisel:
da dívida, 1987
Itaipú,
1978.
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1984 --- ●
O agravamento da crise entre os ‘desenvolvidos’ levou a uma substituição
dos governos social-democratas e suas políticas econômicas keynesianas;
partidos conservadores, ancorados em propostas de política econômica
liberais, devolveram a hegemonia na economia internacional a esta corrente,
com uma rápida conversão das diretorias do FMI e do Banco Mundial.
●
Na América Latina e no Brasil, os efeitos da crise foram graves: a inflação
disparou, as taxas de investimento despencaram e o crescimento econômico
não alcançou a terça parte das taxas da década de ‘70. A dívida púbica (‘dívida
externa’) comprimiu o gasto público e as políticas anticíclicas foram
inviabilizadas. Em 1989, um partido então considerado como de ‘extrema-
esquerda’ (PT) quase ganhou as eleições presidenciais e isso acendeu um sinal
amarelo em Washington.
●
A vitória de Fernando Collor de Mello, com uma plataforma assumidamente
liberal, entretanto, não resolveu os problemas econômicos, que se
agravaram. A inflação de 1992 foi de 1.158%, e em 1993 – quando Collor de
Mello já havia sido afastado da presidência e o novo presidente era Itamar
1994 --- Franco – foi de 2.477%.
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