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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 3 Sociologia do desenvolvimento

2o ano – 2o bimestre

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SOCIOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 3 Sociologia do desenvolvimento
2o ano – 2o bimestre

Capitalismo
Breve histórico do capitalismo

• C apitalismo: produto de um processo histórico que se desenvolveu a partir


da Idade Moderna e que se reproduziu com base em um conjunto combinado
e inter-relacionado de condições econômicas, sociais, culturais e políticas.
n  mparado teoricamente sobretudo pelas ideias liberais, foi difundido
A
principalmente a partir das revoluções Industrial e Francesa.
n  ão deve ser analisado somente pelo viés econômico, mas também como
N
modelo de organização social.

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Características e contradições do capitalismo


• As contradições no sistema capitalista são evidenciadas pela exploração
e pela desigualdade que marcam as relações entre as classes sociais.
• Características básicas: produção e reprodução do capital, propriedade
privada e livre concorrência, desenvolvimeno desigual no tempo e no espaço
geopolítico.
• A crise do capital vivenciada na década de 1970 produziu uma
contrarreforma que se caracterizou pela ascensão da vertente do
capitalismo denominada “neoliberalismo”.

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Críticas ao capitalismo
• As relações sociais são relações de produção, baseadas na exploração sofrida
pelo proletariado.
• Produção/reprodução das desigualdades sociais.
• Defesa do individualismo e

NSF/ALAMY/GLOW IMAGES
do consumismo como ideais
de felicidade.
• T ransformação dos elementos
essenciais das relações sociais
em mercadorias.
• Estado atua de acordo com
os interesses da burguesia.
Crise de 1929 nos Estados Unidos
levou milhares de desempregados
a buscar ajuda em centros de
alimentação gratuita. O capitalismo
tem se revelado um modo de produção
caracterizado por crises cíclicas.

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Mudanças no papel do Estado


• No início do século XX, o sistema capitalista e os fundamentos de uma
economia de mercado demonstraram ser insuficientes para cumprir
as funções básicas de manutenção da sociedade.
• A crise de 1929 evidenciou a necessidade de limitar a autorregulação
do mercado.
• A partir da crise de 1929, seguindo os pressupostos da teoria keynesiana,
o Estado passou a regular o mercado.
• O Estado nacional tornou-se o principal agente capaz de restabelecer
a ordem econômica e social por meio do planejamento econômico.
• O desenvolvimento pode ser entendido como um processo sustentável de
melhoria da qualidade de vida de determinada sociedade, em que a forma
para atingi-lo é definida por seus próprios membros.

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A Cepal e a construção de um pensamento


desenvolvimentista
• A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) foi criada
em 1948 dentro da estrutura da ONU para produzir estudos que auxiliassem
a explicação e a superação do subdesenvolvimento na região.
• Principais pesquisadores que contribuíram para o desenvolvimento das
teorias cepalinas: Celso Furtado e Fernando Henrique Cardoso (Brasil),
Raúl Prebisch (Argentina) e Enzo Faletto (Chile).
• Os estudos produzidos pela Cepal levaram ao desenvolvimento e à
adaptação de teorias, bem como à sua aplicação, a fim de superar o modelo
agrário exportador e substituir as importações por meio da industrialização,
com base nas vantagens comparativas de cada país.
• Atualmente, a Cepal tem se empenhado na construção de uma noção
de desenvolvimento sustentável como alternativa para o crescimento
econômico dos países latino-americanos.

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Algumas teorias cepalinas


• Teoria do subdesenvolvimento: pensada com base no antagonismo entre
os “países centrais” (com intenso desenvolvimento industrial) e os “países
periféricos” (nações subdesenvolvidas), caracterizado pelo comportamento
ativo dos primeiros diante da passividade dos segundos no contexto
das dinâmicas econômicas globais. A política de industrialização por
substituição de importações poderia pôr fim a essa fase.
• Teoria da dependência: baseada nos princípios da teoria do
subdesenvolvimento, buscava ampliar a visão desta, agregando a noção
de imperialismo (dependência dos países periféricos em relação aos
países centrais). O atraso tecnológico e a ausência de poder nas relações
comerciais exercidas pelos países periféricos reforçavam essa dependência.
n Segundo a teoria da dependência, a dominação não era exercida apenas
por grupos externos, mas também por elites locais, que colaboravam
na reprodução da exclusão das classes populares.

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Debate contemporâneo sobre desenvolvimento


• A crise do neoliberalismo, evidenciada na década de 1990, levou a um debate
global sobre a dimensão econômica do desenvolvimento e o papel
do Estado nas políticas públicas.
• Como contraponto ao Produto Interno Bruto (PIB), que avalia apenas
a dimensão econômica, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud) criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
que passa a avaliar três dimensões: a renda, a educação e a saúde.
• Além dessas três dimensões, outras variáveis passam a fazer parte do debate
sobre o desenvolvimento, como o meio ambiente e a segurança global.

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Estado Mínimo
• A consolidação do modelo neoliberal, a partir da década de 1980, como
doutrina ideológica hegemônica resultou no fortalecimento da teoria do
“Estado Mínimo”.
• O ideário do Estado Mínimo pressupõe a transferência das atribuições
estatais para o mercado e/ou sociedade, e o Estado passa a atuar como
um regulador das atividades privadas.
• Algumas características do Estado Mínimo são:

• P rivatizações de empresas estatais.


• Redução dos gastos públicos.
• Fortalecimento das instituições financeiras.
• Consolidação das liberdades individuais.
• Competição entre agentes econômicos.
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Globalização e desenvolvimento
• A partir da segunda metade do século XX, intensificou-se o fenômeno
conhecido como globalização ou mundialização.
• Fatores que contribuem para a explicação desse fenômeno: criação e
fortalecimento dos organismos multilaterais (Gatt, ONU, OMC, Banco
Mundial, FMI), desenvolvimento dos transportes, das telecomunicações
e das tecnologias da comunicação, estabelecimento de princípios políticos
universais (direitos humanos).
• As políticas de caráter “global” passaram a ser priorizadas em detrimento
das políticas de desenvolvimento como iniciativa dos Estados nacionais.
• Na área econômica, houve a globalização dos mercados e o incremento
dos processos de integração regional.
• A reprodução das desigualdades sociais, que atingem principalmente as
minorias, tem levado os Estados nacionais a adotar políticas afirmativas.
De maneira contraditória, tem se observado a precarização do trabalho.

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 4 Globalização e integração regional
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GLOBALIZAÇÃO E
INTEGRAÇÃO REGIONAL

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 4 Globalização e integração regional
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Globalização como construção de processos


de integração
• G lobalização: processo ainda em curso, que representa a ideia de
“integração do mundo”. Deve ser pensado tendo por base aspectos
econômicos, políticos, sociais e culturais.
• Aldeia global: conceito que busca analisar a noção de “encurtamento
das distâncias” pelo intenso desenvolvimento tecnológico dos meios de
transporte e de comunicação.
• O geógrafo Milton Santos partiu de evidências sociológicas sobre a
distribuição da riqueza e do poder para explicar as desigualdades sociais
nos planos internacionais e locais com o processo de globalização.
• Na produção das Ciências Sociais não existe uma interpretação única
sobre esse processo. Há, por exemplo, desde perspectivas históricas, que
pensam os movimentos do mundo contemporâneo como uma nova fase dos
movimentos coloniais dos séculos XIV e XV, até perspectivas culturais, que
apontam para a homogeneização cultural e o enfraquecimento dos traços
tradicionais e regionais.

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 4 Globalização e integração regional
2o ano – 2o bimestre

Críticas ao processo de globalização


• O processo de globalização não pode ser analisado somente pela visão da
construção de integrações harmoniosas decorrentes do desenvolvimento
tecnológico.
• E xistem diversas correntes críticas desenvolvidas pelas Ciências Humanas
para as quais características como a exclusão social, a má distribuição
dos recursos, o forte domínio das grandes corporações, o aumento da
desigualdade entre os países desenvolvidos e os países periféricos e a intensa
padronização cultural são resultados da consolidação de uma globalização
perversa e negativa.
• A exploração do trabalho infantil, o turismo sexual, que utiliza crianças
e adolescentes, e a destruição do meio ambiente são outros exemplos
de consequências negativas que se intensificaram com o processo de
globalização.

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 4 Globalização e integração regional
2o ano – 2o bimestre

Movimentos sociais antiglobalização


• A oposição ao processo de globalização e a seus efeitos inclui diferentes
pontos de vista de movimentos nacionais, alguns com tendências
conservadoras (que rejeitam a globalização em prol da valorização da
estrutura local, com posições até mesmo xenofóbicas), e de movimentos
antiglobalização (que consideram a globalização produtora de desigualdade e
pobreza) ou altermundialistas.

YANG HOI-SUNG/AFP
Manifestantes antiglobalização
protestam nas ruas de Seul, em 2010,
durante o encontro do G20. Uma das
críticas ao processo de globalização
é a possibilidade de existir uma
padronização cultural, em que as culturas
locais perderão importância e serão
influenciadas por uma cultura global.

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 4 Globalização e integração regional
2o ano – 2o bimestre

Integração regional
• A integração regional desenvolve-se por meio da consolidação do processo
de globalização, no qual ocorre a busca do estabelecimento de relações nas
esferas econômica, jurídica e política.
• Tal integração pode ser percebida, principalmente, na formação dos blocos
econômicos (organização de compromissos e relações entre países com
interesses de crescimento e fortalecimento em relação ao mundo).
• Alguns dos principais exemplos de blocos regionais são o Mercosul, a União
Europeia e o Nafta.
• O diálogo econômico implica integração política. Busca-se compor
satisfatoriamente a relação econômica, e, com isso, as finalidades — como
crescimento econômico e melhoria dos indicadores sociais dos países —
tornam-se parecidas.

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SOCIOLOGIA CAPÍTULO 4 Globalização e integração regional
2o ano – 2o bimestre

Aproximar e distanciar países


• A integração e a globalização modificam as relações entre os países,
ao passo que a primeira “aproxima” e a segunda “separa”.
• Conflitos políticos e competição econômica trazem problemas à maioria
da população mundial. O consumo — e não a cidadania — torna-se um meio
de inclusão social, gerando a exclusão de muitos.
• Para os cientistas sociais David Held e Anthony McGrew, há duas maneiras
de perceber as perspectivas no campo dos benefícios da globalização.
n Os “céticos”: centralizam seus estudos na identidade nacional, na ação
estatal, no comunitarismo, no imperialismo e nas desigualdades regionais.
n Os “globalistas”: concentram seus estudos nas redes, nos fluxos, no
declínio do poder do Estado, no cosmopolitismo e no multilateralismo.
• Uma terceira abordagem considera a integração um fenômeno identitário,
pois a identidade sustenta os princípios de integração (europeus com
identidade europeia se reuniriam na Comunidade e/ou União Europeia;
brasileiros, argentinos, uruguaios, paraguaios e venezuelanos se uniriam
em um modelo de integração comum, no caso o Mercosul).

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