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Lei mais favorável ao consumidor e o Acordo do Mercosul sobre direito


aplicável em matéria de contratos internacionais de consumo de 2017

LEI MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR E O ACORDO DO MERCOSUL SOBRE


DIREITO APLICÁVEL EM MATÉRIA DE CONTRATOS INTERNACIONAIS DE
CONSUMO DE 2017
Most favorable law to consumers and the Mercosur Agreement on Applicable Law on International
Consumer Contracts 2017
Revista de Direito do Consumidor | vol. 121/2019 | p. 419 - 457 | Jan - Fev / 2019
DTR\2019\26073

Claudia Lima Marques


Professora Titular de Direito Internacional Privado da UFRGS. Ex-Presidente do Brasilcon. Expert
convidada da SENACON/MJ. Presidente do Committee on International Protection of Consumers da
ILA (Londres). cmarques.ufrgs@gmail.com

Área do Direito: Internacional; Consumidor


Resumo: O artigo aborda a importância da implementação do Acordo Mercosul sobre direito
aplicável em matéria de contratos internacionais de consumo, em especial, do princípio da aplicação
da lei mais favorável ao consumidor, seus desafios e impactos positivos para consumidores e o
mercado.

Palavras-chave: Direito do consumidor – Lei mais favorável – Mercosul


Abstract: The article addresses the importance of the implementation of the Mercosur Agreement
on the law applicable to international consumer contracts, in particular the enforcement of the
principle of the most favourable law to consumers, its challenges and positive impacts for consumers
and for the market.

Keywords: Consumer law – Most favourable law – Mercosur


Sumário:

Introdução - I.A nova conexão da lei mais favorável ao consumidor: origem e justificativa - II.O
Brasil e o “Acordo do Mercosul sobre direito aplicável em matéria de contratos internacionais de
consumo”

Introdução

Em 21 de dezembro de 2017,1 o Mercosul aceitou a conexão – que sugeri – de aplicação da lei “mais
favorável ao consumidor”2 no “Acordo do Mercosul sobre direito aplicável em matéria de contratos
internacionais de consumo”.3 Particularmente, entre países com regras semelhantes de proteção do
consumidor, mas não harmonizadas, essa parece a melhor solução, ainda mais com a abertura dos
mercados nacionais a produtos e serviços estrangeiros, com o crescente comércio online e turismo
internacional de massas na região.4

Tal conexão aberta, de inspiração no princípio de favor (Güntigskeitprinzip)5 da regra europeia de


1980 na Convenção de Roma6 ainda não tinha encontrado aprovação em um texto vinculante no
Brasil,7 apesar de presente tanto no projeto de CIDIP VII de proteção do consumidor nos países da
OEA8 quanto no PL 3514/2015 de atualização do Código de Defesa do Consumidor para comércio
eletrônico internacional de consumo. 9
É importante que esse reconhecimento tenha se dado no Mercosul, projeto de integração que
poucas boas notícias trouxe para a proteção dos consumidores,10 mas cujos Estados Membros há
muito tempo trabalham unidos nesse tema em foros internacionais, como na OEA11 e na Conferência
de Haia.12 Como afirmei, 13 o empenho do Ministério da Justiça Brasileiro e do Itamaraty, e em
especial da SENACON/MJ desde a primeira aceitação, em 2 de setembro de 2011, foram
recompensados pela assinatura desse importante Tratado-Lei interno do Mercosul, na reunião de 51ª
Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em Brasília, dia 21 de dezembro de
2017, agora em fase de internacionalização no Brasil.
A boa notícia é dupla: é a primeira vez que uma conexão especial para consumidores e com
autonomia da vontade em Direito Internacional Privado14 é aceita no Mercosul – onde apenas a
Argentina conhece norma especial de conflito de leis para proteger os consumidores;15 e é a

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primeira vez, na América do Sul, que uma conexão aberta e pós-moderna é incluída na legislação.

Tal conexão que traz mais confiança no mercado de consumo dos países do Mercosul,16 é uma
verdadeira regra de favor a beneficiar os consumidores da região, sejam eles brasileiros, argentinos,
uruguaios ou paraguaios, sejam venezuelanos (no momento a Venezuela está suspensa do bloco),
sejam dos países associados (Bolívia e Chile), se aderiram ao acordo. Trata-se de regra de proteção
em conflitos de leis (Direito Internacional Privado), que vai combater o “duplo standard”17 no
fornecimento de produtos e serviços aos consumidores dos países da região, ao indicar a
possibilidade de aplicação da “lei mais favorável” ao consumidor, de forma que esse sujeito
vulnerável domiciliado na região possa se beneficiar do nível mais elevado de proteção das
legislações conectadas com a sua relação de consumo internacional. 18 É, assim, uma excelente
novidade para os consumidores.

Se relembramos a forte expressão do professor uruguaio, Jean-Michel Arrighi,19 que o consumidor


era “o protagonista esquecido” do Mercosul (“el consumidor, protagonista olvidado del Mercosur”)
parece que essa expressão fica agora superada por esse Acordo do bloco. O Acordodo Mercosul
sobre direito aplicável em matéria de contratos internacionais de consumo de 2017 inicia uma nova
fase da proteção dos mais fracos no Direito Internacional Privado brasileiro.
Assim, o objetivo do presente artigo é analisar, em uma primeira parte, essa nova conexão de
Direito Internacional Privado, sua origem e justificativa para a proteção desse agente vulnerável, o
consumidor, nos mercados integrados, como o do Mercosul e, em uma segunda parte, estudar e
comentar o próprio Acordo, assinado em 21 de dezembro de 2017, em Brasília, que traz ainda
importantes definições, assegura novos direitos de informação no mundo digital, que o processo de
atualização do CDC (LGL\1990\40) (PL 3415/2015 ainda em tramitação) poderia absorver, pois
regula os contratos à distância, os contratos com turistas e ainda os de viagem e turismo. O
Acordodo Mercosul sobre direito aplicável em matéria de contratos internacionais de consumo de
2017 merece atenção também, pois, pela primeira vez no Brasil, regula com aplicação de normas
imperativas no momento pré-contratual dos contratos de time-sharing ou multipropriedade, muito
comuns em nossa região. Vejamos.
I.A nova conexão da lei mais favorável ao consumidor: origem e justificativa
Inicialmente, destaque-se o efeito positivo representado pela atualização das Diretrizes da ONU de
proteção dos consumidores em 2015 (A/RES/70/186), que, se não regula diretamente os conflitos
de leis, encoraja a proteção transfronteiriça, a cooperação internacional e o tratamento igual de
todos os consumidores.20 O Acordo do Mercosul de dezembro de 2017 introduz essa conexão
especial para os contratos internacionais entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços
na região, qual seja a conexão com a “lei mais favorável”. Mister analisar a origem dessa conexão
especial de proteção dos consumidores (A) e a sua justificativa (B).
A)Origem da conexão lei mais favorável
Desde a década de 70 do século XX, a doutrina europeia defende uma regra especial de conflitos de
leis para a proteção dos consumidores21 e, mesmo considerando que o uso da lei mais favorável
pressupõe uma comparação do resultado material das duas leis pelos juízes,22 acabou o incluindo na
Convenção de Roma de 1980.

Como já destaquei,23 o art. 5 da Convenção de Roma de 198024 (substituída pelo Regulamento


Roma I) determinava que a eleição de uma lei para reger o contrato de consumo, isto é, a conexão
na autonomia da vontade, não poderia excluir a aplicação das normas e leis imperativas de proteção
do país de residência habitual do consumidor, se:
a) a oferta, publicidade ou algum ato de conclusão do contrato aconteceu nesse país (por exemplo,
a publicidade para um cruzeiro marítimo organizado na Argentina é feita na televisão aberta ou na
TV a cabo brasileira);
b) se o fornecedor ou um seu representante receber a reserva ou realizar a contratação no país de
residência habitual do consumidor (por exemplo, os contratos de multipropriedade no Uruguai,
Punta del Este, com consumidores residentes no Brasil são celebrados no Brasil por representantes
autônomos, que convidam os consumidores para coquetéis e reuniões, oferecem-lhe prêmios e
vantagens, onde o empreendimento será explicado e a proposta assinada, assim como o pagamento
futuro através de boletos de cartão de crédito que serão assinados também naquelas reuniões de
venda em solo brasileiro);
c) quando se tratar de venda de produtos e o consumidor viajar para adquirir esses produtos, mas a
viagem for organizada pelo fornecedor com essa finalidade de contratação (por exemplo, excursões
organizadas para adquirir produtos em uma zona franca ou em uma determinada fábrica no

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exterior), como esclarecia o art. 5, 2, da Convenção de Roma de 1980 sobre a lei aplicável às
relações obrigacionais oriundas de contratos.25

Já frisei26 que a origem de tal norma da Convenção de Roma de 1980 pode ser encontrada nessa
doutrina de Neuhaus, Kropholler, Jayme e muitos outros grandes juristas alemães, mas também nos
esforços da Conferência de Haia, que, em 1979, terminou uma sugestão de convenção sobre a
compra e venda de consumo.27
A primeira tentativa, em 1979, de criar uma norma especial de proteção dos consumidores em uma
convenção própria para o caso de contratos de compra e venda para consumidores em Haia não
teve sucesso, mas influenciou a então comunidade europeia para elaborar o art. 5 da Convenção de
Roma sobre lei aplicável aos contratos internacionais de 1979. Esse projeto de convenção sobre lei
aplicável à compra e venda de consumo de Haia da década de 70 do século passado visava
complementar a Convenção de Haia de 1955 sobre lei aplicável à venda internacional de
mercadorias e trazia uma importante lição, qual seja, que as regras sobre compra e venda comercial
não devem se aplicar aos contratos internacionais de consumo, lição esta que aparece também nos
Projetos de Atualização do CDC (LGL\1990\40) (PL 3514/2015 e PL 3515/,2015).
O projeto de convenção de Haia de 1979 é a verdadeira fonte de inspiração da conexão mais
favorável ao consumidor, pois se permitia a autonomia da vontade, isto é, a eleição da lei pelas
partes –geralmente o fornecedor de produtos e serviços – no contrato de consumo (art. 6, frase 1),
determinava que a lei escolhida pelas partes “não podia privar o consumidor da proteção que lhe
asseguram as normas imperativas do país de sua residência habitual” (art. 6, frase 2 do Projeto).
Essa noção que é possível escolher a lei – geralmente no contrato de adesão de consumo –, mas
que após há um “teste” da lei que é mais favorável, e esta prevalece: seja a lei escolhida é mais
favorável, sejam as normas imperativas do país de residência do consumidor são mais favorável e
prevalecem, pois não pode o consumidor ser “privado” de sua proteção.
Em outras palavras, essa regra nova cria uma regra de favor para o consumidor, pois aplica a lei que
lhe for mais favorável: ou aplica a lei escolhida pelas partes (geralmente é o fornecedor de produtos
e serviços que a escolhe, no contrato de adesão), mas só se o nível de proteção por ela assegurada
é maior que o nível de sua lei da residência do consumidor é ela aplicável; ou o consumidor se
beneficiará da aplicação das normas mandatórias ou imperativas28 da lei de sua residência que lhe
forem mais vantajosas.
Uma regra de conflito de leis, mas um princípio de “favor”, em benefício do sujeito mais vulnerável,
o consumidor! Criando um dever para o juiz comparar as normas e verificar qual é a mais favorável
para o consumidor, comparar a escolhida, com a da lei da residência do consumidor.
A regra “do projeto de Haia de 1979” tem muitos pontos fortes, pois não “conecta” no lugar de
celebração do contrato, nem de execução – conexões normalmente utilizadas para contratos
comerciais –; nem limita a escolha das partes a uma destas duas leis. A regra usa uma lei conhecida
pelo consumidor, lei da residência habitual do consumidor como parâmetro mínimo de proteção, que
este não pode abrir mão nem em contratos internacionais e com isso estimula – indiretamente –
que o fornecedor escolha no contrato de adesão uma lei “positiva” para os consumidores e não a de
mais reduzida proteção, pois a lei “nacional do consumidor” sempre seria a mais vantajosa, e o
fornecedor perderia em previsibilidade. Uma verdadeira “corrida” virtuosa, e não para leis “de
ocasião”, criando um standard mínimo de proteção: o da residência dos consumidores!
Essa regra nova influenciou muito a Comunidade Europeia que a aceitou no art. 5 da Convenção de
Roma de 1980 e continua ainda a influenciar a União Europeia e seu Regulamento Roma I. Esse
projeto de convenção visava complementar a Convenção de Haia de 1955 sobre lei aplicável à venda
internacional de mercadorias, mas tinha um campo de aplicação muito restrito e acabou por nunca
ser aprovado, superado que foi pela própria Convenção de Roma da CEE, assinada em 1980 com seu
famoso art. 5, regulando todos os contratos de consumo!
Na América do Sul, normalmente avessa à autonomia da vontade para os contratos internacionais
em geral, o tema pouco foi discutido.29 O professor argentino Antonio Boggiano tratou do tema dos
contratos de adesão em seu primeiro curso de Haia,30 mas foi em seu segundo curso que se
manifestou a favor da autonomia da vontade em contratos de consumo, se a escolha for limitada
entre a lei do comprador e do vendedor e se a lei eleita substancialmente aumentar a proteção,31 o
que, na visão atual, se aproximaria da conexão da lei mais favorável ao consumidor.32 Examinando o
projeto de Convenção de Haia e a CIDIP IV do México sobre contratos internacionais, o mestre
argentino Ricardo Boggiano33 propôs para a proteção dos consumidores uma regra de limitada
autonomia: a escolha das partes só prevaleceria se fosse essa a melhor lei, isto é, a lei mais
favorável para o consumidor, devendo, em caso contrário, aplicar-se a lei do domicílio do

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consumidor. Prevaleceriam como limites gerais à autonomia de vontade as normas de ordem pública
internacional e as normas de polícia (do então art. 1208 CCArg.).34
Essa parece ser a origem da conexão na América Latina, agora aceita no Mercosul. No Brasil, tive a
oportunidade de defender também a conexão da lei mais favorável para o comércio eletrônico,35 o
que acabou aceito no PL 3415/2015 (anterior PLS 281/2012) de atualização do CDC (LGL\1990\40),
em regra a ser incluída no art. 101 do CDC (LGL\1990\40). Em direito internacional privado, é usual
a divisão entre consumidores ativos, os turistas que viajam voluntariamente para outros países, e os
consumidores passivos, que contratam contratos internacionais de consumo estando em seus países
à distância, seja por catálogo, seja, hoje, por internet, telemarketing, televisão, redes sociais etc.
Essa divisão ainda se encontra no Acordo do Mercosul, mas a conexão da lei mais favorável é
utilizada em ambos os casos, em uma clara diferenciação com o Direito europeu.
Note-se que na falta de escolha pelas partes da lei aplicável, o art. 7 do projeto do Projeto de Haia
subsidiariamente mandava aplicar a lei do país de residência habitual do consumidor. Essa regra foi
também aceita pela União Europeia e acaba por estimular a escolha da lei já no contrato de adesão,
que deve ser informada ao consumidor. Assim, o consumidor aceita o contrato já sabendo que
submeterá a uma lei outra, mas que possui –no mínimo – a proteção que conhece da sua lei de
residência.
Como se pode observar, apesar de mais limitada (em suas hipóteses de aplicação) a regra de Haia
foi estendida na União Europeia para todos os contratos com consumidores, e não só ao de compra
e venda. A proposta de Convenção de Haia de 1979 elaborou, assim, a primeira regra especial para
a proteção internacional dos consumidores em matéria contratual e já no sentido da lei mais
favorável. Vejamos a justificativa de tal norma no Mercosul.
B)Justificativa para a aplicação da lei mais favorável ao consumidor
A International Law Association, através de seu Comitê de Proteção Internacional dos Consumidores,
já reconheceu a vulnerabilidade especial dos consumidores no cenário transnacional e conclui que
normas especiais de proteção do consumidor deveriam ser elaboradas em direito internacional
privado, afirmando que: “é desejável desenvolver standards e aplicar regras de direito internacional
privado que permitam ao consumidor ter o benefício da proteção mais favorável (Sofia Statement,
ILA’s Resolution 4/2012). 36
Regionalmente, mister frisar que todos os países do Mercosul possuem leis de proteção ao
consumidor, assim como os países associados. Brasil e Peru (Associado) possuem até mesmo um
Código de Defesa do Consumidor. Alguns países, como Brasil e Argentina, possuem normas
constitucionais sobre a defesa do consumidor, a significar que a sua ordem pública constitucional
incluí a defesa do consumidor.
Nas leis de proteção do consumidor e regras tuitivas da América Latina é comum a menção ao
princípio da interpretação mais favorável ao consumidor. Portanto, em um conflito de interpretações
possíveis da lei, a interpretação que deve prevalecer é a mais favorável ao consumidor, regra
presente, por exemplo, na legislação argentina (o Código Civil (LGL\2002\400) y Comercial da
Nación Argentina afirma: “Art. 3 [...] En caso de duda sobre la interpretación de los principios que
establece esta ley prevalecerá la más favorable al consumidor”), na peruana (Art. II do Título
Preliminar de la Ley 29571: “En el régimen de economía social de mercado establecido por la
Constitución, la protección se interpreta en el sentido más favorable al consumidor, de acuerdo a lo
establecido en el presente Código”), assim como a lei de proteção dos consumidores da República
Dominicana (Art. 1. “[...] En caso de duda, las disposiciones de la presente ley serán siempre
interpretadas de la forma más favorable para el consumidor”) e da Colombia (Art. 4º “Las normas
de esta ley deberán interpretarse en la forma más favorable al consumidor”).37
Também se conhece na América Latina o princípio da interpretação mais favorável no contrato ou
em matéria de cláusulas contratuais, como no art. 47 do CDC (LGL\1990\40) (Lei 8.078/1990
(LGL\1990\40)), e na lei federal do México (Art. 34: “Las condiciones generales de los contratos
serán interpretadas de la manera más favorable al consumidor. En caso de duda, prevalecerán las
cláusulas más favorables al consumidor sobre aquellas que no lo sean”). E o necessário diálogo
entre as fontes para a proteção dos consumidores, pois o direito dos consumidores pode estar
assegurado em outra lei que não a específica ou codificada como afirmam o art. 7º do CDC
(LGL\1990\40), que tem a mesma redação do Art. 1 in fine da lei mexicana: “Los derechos previstos
en esta ley no excluyen otros derivados de tratados o convenciones internacionales de los que
México sea signatario; de la legislación interna ordinaria; de reglamentos expedidos por las
autoridades administrativas competentes; así como de los que deriven de los principios generales de
derecho, la analogía, las costumbres y la equidad”. A aplicação da lei mais favorável é uma espécie
de dialogo das fontes a favor do consumidor, onde prevalece a lei que mais o beneficiar.

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Na Europa, desde a década de 1970, os doutrinadores propugnam a necessidade do Direito


Internacional Privado (a seguir DIPr.) voltar-se para a proteção dos mais fracos, especialmente dos
consumidores,38 incluindo novos elementos de conexão mais flexíveis e adaptados à tutela do
vulnerável nestas situações privadas internacionais, diante da falência das ditas conexões “neutras”
e rígidas, mais adaptáveis ao relacionamento entre iguais ou pelo menos entre profissionais,
comerciantes.39 Essas normas especiais de DIPr. seriam necessárias até que a harmonização das
normas materiais de defesa do consumidor, pelo menos nos temas principais da internacionalização
então vivida, acontecesse na Europa.40
Justifica-se a iniciativa também em virtude da especificidade do contrato internacional de consumo
(B2C) e necessidade de uma regra específica sobre o tema. A insuficiência das respostas nacionais
para a proteção dos consumidores em mercados liberalizados. Os contratos e transações entre um
empresário, pessoa física ou jurídica, que fornece produtos ou serviços a distância ou a turistas, e
um consumidor, pessoa física com fins não profissionais, têm uma especificidade que os diferencia
do comércio internacional entre profissionais (pequenos valores, contratos esporádicos, déficit de
informações, informação manipulável, marketing de massas etc.)41 e exige do Direito Internacional
Privado de hoje uma proteção da parte mais fraca ou vulnerável, o consumidor, conforme a
Resolução das Nações Unidas (UN Res. 39/248, 09.04.1985, revisada em 1999 e 2015).42
Nos tempos atuais, de aumento do número de contratos de consumo eletrônico e de turismo de
massas, estas diferenças passam a ser significativas.43 As informações prévias, a identificação do
fornecedor e do produto, o risco linguístico, a demora na prestação, os vícios e problemas de
qualidade, o direito de arrependimento, as garantias, o pagamento a distância, tudo é ainda mais
complicado em um contrato internacional de consumo, o que exige regras especiais e diferentes das
existentes para contratos do comércio internacional entre profissionais, como demonstram as
tratativas em todos os fóruns internacionais, Haia, UNCITRAL, UNIDROIT etc. 44
Assim, a proposta do Brasil trouxe regras diferentes das da CIDIP V – Convenção Interamericana
sobre Contratos Internacionais de 1994, que está em vigor somente entre México e Venezuela,45 e
permite uma autonomia da vontade das partes (iguais) sem limites, por exemplo, a qual tende a
permitir a eleição de todas as leis (mesmo não estatais) e impõe somente a observância das normas
imperativas do foro, desconsiderando as informações prestadas ao consumidor, o marketing e os
direitos do contratante vulnerável na fase pré-contratual.46
A futura regra do Mercosul justifica seu efeito pedagógico, pois estimula a confiança dos
consumidores no comércio da região, ao mudar positivamente as atuais práticas contratuais dos
fornecedores. Assim, deve ter um efeito pedagógico e geral para os 100% (cem por cento) dos
contratos internacionais de consumo da região, e não somente para poucos contratos ou casos, que
serão examinados por algum foro ou árbitro.47 Pela regra do Acordo de 2017, a eleição da Lei passa
a ser limitada por Tratado (Hard Law, norma obrigatória, não simples modelo ou sugestão, soft law),
e, dessa forma, o fornecedor deveria mudar suas práticas e contratos em 100% (cem por cento) dos
casos, e não somente quando é condenado, em menos de 10% (dez por cento) por foro ou árbitro.
Em todos os casos, os 100% (cem por cento), um Acordo deve impor a preocupação que a lei
escolhida seja válida e com as informações ao consumidor, e também que haja uma limitada eleição
do direito a ser aplicado. E nos 10% (dez por cento) dos casos de controvérsias, ainda o juiz
(árbitro) deverá realizar o teste da lei mais favorável ao consumidor, conforme as normas do Acordo
de 2017.
A criação de normas de conflito especiais para a proteção do consumidor no Mercosul é para a
região uma necessidade imperiosa de Igualdade, a proteger os mais fracos do mercado, uma vez
que o consumidor é uma pessoa física48, sem conhecimento técnico próprio de um expert, é não
profissional frente a um profissional comerciante ou expert, e as normas de Direito Internacional
Privado clássicas pressupõem a igualdade de forças (e um elemento de conexão protetor do
vendedor, aquele que teria o risco de enviar a mercadoria ao outro) e a plena liberdade na vontade
de ambos contratantes (conexão na autonomia da vontade).49 É uma oportunidade de Justiça e de
fomento ao Direitos humanos para a região, dada a falta de previsão legislativa no tema e o
crescente comércio eletrônico,50 uma vez que somente a Argentina possui normas jusprivatistas
internacionais ou de conflito especiais sobre o tema e o importante comércio eletrônico na região,
que dificulta a localização dos contratos com as regras clássicas atuais.51 É também uma estratégia
de desenvolvimento de mercado regional, uma vez que – como na Europa –, a criação destas
normas pelas antigas Convenções de Roma e Bruxelas52 ajudaram aos consumidores a criar maior
confiança nos vendedores estrangeiros, maior mobilidade de pessoas e capitais (a multipropriedade,
por exemplo, pode ser um investimento, assim como o turismo que movimenta muitos recursos),

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maior confiança também nos produtos e serviços estrangeiros, estimulando o consumidor para
participar do comércio eletrônico e a distância..53 Um Acordo (Hard Law) oferece a todos, inclusive
ao juiz e ao árbitro, um marco normativo claro para a proteção dos consumidores de forma
adequada54 e não somente pelo uso da lex fori (lei territorial do foro) como lois de police (ou
imperativa).55
A International Law Association elaborou uma resolução sobre os melhores modelos de normas de
direito internacional privado em matéria de direito do consumidor, a Res. 1/2016 (Johannesburg
Guidelines on Best Practices on the Law Applicable to International Protection of Consumers) e
considerou todos os modelos até então existentes que permitiam a autonomia da vontade das
partes (o modelo suíço, que exclui a eleição da lei não foi citado). Ao final, ao elaborar seu modelo
de best practice, escolheu o modelo europeu, mas acrescentou: a lei escolhida pelas partes não
poderá privar o consumidor do benefício da lei de sua residência quando esta lei lhe for mais
favorável. A lei mais favorável para o consumidor significa a lei que, tendo em vista todas as
circunstâncias onde o contrato foi feito, assegura garantias ou compensações mais protetivas para
os interesses do consumidor.56 Como se vê, o modelo está sendo bem aceito internacionalmente e o
seu maior desafio que é saber determinar qual a lei em contato com o caso que é mais favorável,
está sendo pouco a pouco respondido pelas organizações internacionais.
A OEA, após o fracasso da negociação da parte II da CIDIP VII que deveria ser sobre proteção do
consumidor, elaborou também uma resolução, CJI/RES 227 (LXXXIX-O/2016), em que reconhece a
importância de dotar os países com normas sobre proteção internacional dos consumidores e
menciona especificamente as declarações de Sofia e Johannesburg da ILA, concluindo:
Conclamar os países a considerar as recomendações das organizações internacionais para a adoção
de princípios e mecanismos apropriados nas áreas de direito aplicável, solução de conflitos e
melhores práticas comerciais de fornecedores de produtos e serviços destinados a consumidores em
casos transfronteiriços.57
Se essa é a justificativa, no caso brasileiro, que tem um dos melhores Códigos de Defesa do
Consumidor do mundo, a justificativa da nova conexão para contratos internacionais de consumo
parece ser ainda maior, pois pode ser uma vantagem competitiva de seus fornecedores de produtos
e serviços, uma vez que já estão acostumados a standards de alto nível de proteção do consumidor.
Vejamos.
II.O Brasil e o “Acordo do Mercosul sobre direito aplicável em matéria de contratos
internacionais de consumo”
Nessa segunda parte, gostaria de refletir porque o Brasil faria tal sugestão, se tem um dos melhores
Códigos de Defesa do Consumidor da região e pode aplicar esse CDC (LGL\1990\40) como lei de
ordem pública internacional? E, em uma segunda parte, qual seriam as principais normas e avanços
que o Acordo traria para o Brasil.
A)A jurisprudência brasileira a demonstrar a insuficiência das regras de Direito
Internacional Privado atuais do Brasil e o Projeto de atualização do CDC
O Direito Internacional Brasileiro está pouco acostumado a utilizar regras de aplicação imediata ou
de ordem pública positiva.58 Em verdade, não é certo que todo o CDC (LGL\1990\40) seja de ordem
pública internacional (art. 1º do CDC (LGL\1990\40)).59 Aqui, três tipos de decisões merecem
menção: uma sobre turistas-consumidores, uma sobre produtos importados vendidos no Brasil e
sobre contratos online internacionais.

A primeira é o famoso caso Panasonic (REsp 63.981/SP) de 2000,60 em que o e. STJ declarou que a
empresa nacional que se beneficia de marca internacional tem também os ônus da mundialização:
I – Se a economia globalizada não mais tem fronteiras rígidas e estimula e favorece a livre
concorrência, imprescindível que as leis de proteção ao consumidor ganhem maior expressão em
sua exegese, na busca do equilíbrio que deve reger as relações jurídicas, dimensionando-se,
inclusive, o fator risco, inerente à competitividade do comércio e dos negócios mercantis, sobretudo
quando em escala internacional, em que presentes empresas poderosas, multinacionais, com filiais
em vários países, sem falar nas vendas hoje efetuadas pelo processo tecnológico da informática e
no forte mercado consumidor que representa o nosso País.61
Assim, no caso, fez valer a global warranty de uma filmadora comprada em Miami, mesmo se o
Direito Internacional Privado brasileiro mandava aplicar a lei da Flórida, considerando o CDC
(LGL\1990\40) e suas normas de garantia como leis de aplicação imediata ou imperativas
internacionalmente.62

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Mesmo que se possa criticar essa decisão, ela teve o importante pioneirismo de estabelecer um
vínculo entre a globalização das marcas e a confiança que criam nos consumidores brasileiros,
turistas no caso:
III – Se empresas nacionais se beneficiam de marcas mundialmente conhecidas, incumbe-lhes
responder também pelas deficiências dos produtos que anunciam e comercializam, não sendo
razoável destinar-se ao consumidor as conseqüências negativas dos negócios envolvendo objetos
defeituosos. [...]. (REsp 63.981/SP, Quarta Turma, DJ 20.11.2000, p. 296)

Essa linha da jurisprudência é utilizada até hoje63 e forçou o fato da aplicação imperativa do CDC
(LGL\1990\40) face à confiança criada pela marca mundial.
Outro aspecto mais polêmico da decisão foi a responsabilização da filial de empresa estrangeira, da
mesma marca. Essa linha, porém, firmou-se na jurisprudência, com o uso da teoria da confiança e
da aparência (“se empresa brasileira aufere diversos benefícios quando se apresenta ao mercado de
forma tão semelhante a sua controladora americana, deve também, responder pelos riscos de tal
conduta”, ementa do REsp 1021987/RN, Quarta Turma, DJe 09.02.2009) uma vez que é direito do
consumidor a facilitação do acesso à Justiça (“sendo direito do consumidor a facilitação da defesa de
seus direitos e a efetiva reparação dos danos morais experimentados, é de se concluir pela
legitimidade passiva da recorrente para responder aos termos da ordem judicial questionada, não
sendo razoável impor à recorrida o ônus de demandar empresa internacional [...]”, também no REsp
1021987/RN, Quarta Turma, DJe 09.02.2009). Limites foram traçados em caso de time-sharing
assinado no exterior com empresa mexicana da mesma.64
A segunda decisão a comentar é recente. Trata-se de um caso comum e insólito, de um consumidor
que compra em um supermercado internacional brasileiro em cidade do interior um videogame,
produzido pela Sony Computer Entertainment America INC (portanto, produto importado),65 e que
se vê forçado a ter que pedir “assistência técnica” no exterior negando-se a representante brasileira
da marca de o consertar ou fazer valer sua garantia, ao que o e. STJ afirmou:
À luz do sistema de proteção do consumidor, a teoria da aparência e a teoria da confiança, duas
faces da mesma moeda, protegem a segurança jurídica e a boa-fé objetiva dos sujeitos vulneráveis
e dos contratantes em geral. Em consequência, atribuem força negocial vinculante à marca mundial
em detrimento de ficções contratuais, contábeis ou tributárias que contrariam a realidade dos fatos
tal qual se apresentam nas transações de consumo e, simultaneamente, embasam – como técnica
de defesa judicial contra o consumidor-vulnerável – a fragmentação de pessoas jurídicas em
mercado reconhecidamente globalizado.66
Nessa decisão, a ementa ainda ensina como deve ser esta governança global:
Em vez de deixar o consumidor à míngua de remédio jurídico e financeiro, compete às empresas
integrantes de grupos econômicos com operação mundial, ou regional, prever, em contratos
comerciais que celebrem entre si, mecanismos de ressarcimento e compensação recíprocos para
hipóteses como a dos autos. Investir maciçamente em marcas mundiais para, logo após,
contraditoriamente e em detrimento de sujeitos vulneráveis, usar de artifícios jurídicos vetustos e
injustos de uma contratualística ultrapassada (nos planos ético e político) para negar, no varejo dos
negócios, o que, com afinco, se pregou a quatro ventos, caracteriza venire contra factum proprium
(o proprium aqui significando a força comum e abrangente da marca globalizada), ou seja, prática
abusiva, nos termos do art. 39 do CDC (LGL\1990\40). Não se pode punir o consumidor que
acredita em marca globalizada, mundialização essa que é estimulada pelo próprio titular da marca e
que a ele favorece.
Quanto aos contratos do comércio eletrônico internacional de consumo, as Diretrizes da ONU ,
revisadas em 2015, bem especificam que a proteção do consumidor tem que ser do mesmo nível
que a do consumidor do comércio físico.67 O Direito Internacional Privado brasileiro, porém, manda
aplicar aos contratos à distância o parágrafo segundo do art. 9º da LINDB,68 segundo o qual a lei da
residência do proponente deve ser a aplicada e como o art. 30 do CDC determina de forma
imperativa que é sempre o fornecedor o ofertante, é uma regra que discrimina o consumidor à
distância e não condiz com o determinado com a Diretiva da ONU. O Decreto 7.962, de 15 de março
de 2013 (LGL\2013\2685), dispõe sobre a contratação no comércio eletrônico,69 mas não no que se
refere à sua internacionalidade,70 nem a Lei 12.965, de 24 de abril de 2014, conhecida como Marco
Civil da Internet. No mundo digital, é muito difícil para o consumidor identificar se a empresa com
que está contratando é nacional ou estrangeira.71 O PLS 281/2012 de atualização do CDC
(LGL\1990\40), hoje PL 3515,2015 propõe um novo art. 101 do CDC (LGL\1990\40), contendo uma
muito necessária regra sobre a lei aplicável no fornecimento a distância internacional.72

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Esses exemplos demonstram os problemas no mercado brasileiro com aplicação territorial do CDC
(LGL\1990\40), seja com produtos importados, em que a aplicação é certa e necessária a
responsabilidade solidária em nosso mercado imposta pelo CDC (LGL\1990\40), seja com a proteção
do consumidor turista, em que o CDC (LGL\1990\40) atua como lei de aplicação imediata, afastando
o art. 9º da LINDB. Esses mesmos problemas aparecem nas compras online internacionais, em que
o aspecto internacional é menosprezado para proteger um consumidor que sequer saiu do país de
seu domicílio. A doutrina brasileira é unânime em considerar que a Lei de Introdução às Normas de
Direito Brasileiro (LINDB) de 1942 – cujo nome foi apenas atualizado em 2010 e cujo texto não
sofreu modificações importantes desde 1977 –, está defasada em relação à pujança da sociedade
globalizada de consumo brasileira e seus riscos.
Mister frisar que o Código de Defesa do Consumidor, que ao contrário do Código do consumo
Francês, não trata diretamente do tema da proteção internacional dos consumidores, nem em caso
de contratos, nem de delitos.73 O art. 9º da LINDB é uma regra rígida de conflito de leis, não abre
espaço para a autonomia da vontade,74 para toda a responsabilidade extracontratual, sejam delitos
ocasionados por acidentes ambientais, acidentes de trânsito, aéreos, de consumo, fato de produtos
e serviços, problemas e difamações na Internet, pequenos atos ilícitos entre particulares e outros
quase-delitos, logo, é uma regra geral e insuficiente75 para o contexto de globalização hoje
vivenciado pelo Brasil.76 Em matéria de contratos a distância, o § 2º atual do art. 9º indica como
aplicável a lei do lugar de residência do proponente,77 só que em contratos de consumo o diálogo
com o CDC determina, em seu art. 30, que o proponente dos contratos de consumo internacionais é
sempre o fornecedor. Nesse sentido, fica comprovada a insuficiência das regras de direito
internacional privado atuais e seu diálogo com o CDC (LGL\1990\40) para regular o comércio
eletrônico.
Na atualização do CDC (LGL\1990\40), o consumo internacional é um dos temas tratados. Como já
escrevi,78 a preocupação com a proteção internacional do consumidor sensibilizou o Parlamento
Brasileiro79 e no substitutivo do e. Senador Ricardo Ferraço foi possível sugerir, em redação de
minha autoria em conjunto com a eminente Profa. Dra. Nádia de Araújo, um novo art. 9º (arts. 9º-
A, 9º-B e 9º-C) da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, com regras especiais de
proteção dos consumidores, mas somente dos consumidores pessoas naturais, como tem sido a
tendência mundial80 e na jurisprudência brasileira.81 Assim, o tema está presente nos Projetos de
Lei 3514/2015 sobre comércio eletrônico e o mundo digital (no art. 101, um novo § 2º: “Aos
conflitos decorrentes do fornecimento a distância internacional, aplica-se a lei do domicílio do
consumidor, ou, desde que mais favorável a este, a norma estatal escolhida pelas partes,
assegurado, em qualquer hipótese, o acesso do consumidor à Justiça”)82 e que modifica também a
LINDB, oriundos do Senado Federal (PLS 281/2012 e PLS 283/2012) agora em exame pela Câmara
de Deputados.83 Na parte que modifica a LINDB se introduz novas regras sobre os contratos
internacionais e delitos.84 A regra sobre contratos internacionais merece nossa atenção:
Art. 9º As obrigações, salvo os casos específicos previstos em lei, reger-se-ão pela lei do país em
que se constituírem.
[...]
Art. 9º-B. O contrato internacional de consumo, entendido como aquele realizado entre um
consumidor pessoa natural e um fornecedor de produtos e serviços cujo estabelecimento esteja
situado em país distinto daquele de domicílio do consumidor, reger-se-á pela lei do lugar de
celebração ou, se executado no Brasil, pela lei brasileira, desde que mais favorável ao consumidor.
§ 1º Se a contratação for precedida de qualquer atividade negocial ou de marketing, por parte do
fornecedor ou de seus representantes, dirigida ao território brasileiro ou nele realizada, em especial
envio de publicidade, correspondência, e-mails, mensagens comerciais, convites, prêmios ou
ofertas, aplicar-se-ão as disposições da lei brasileira que possuírem caráter imperativo, sempre que
mais favoráveis ao consumidor.
§ 2º Os contratos de pacotes de viagens internacionais ou viagens combinadas, que envolvam
grupos turísticos ou serviços de hotelaria e turismo, com cumprimento fora do Brasil, contratados
com agências de turismo e operadoras situadas no Brasil, reger-se-ão pela lei brasileira.
Destaque-se que, enquanto o novo § 2º do art. 101 do CDC (LGL\1990\40) é geral, para todos os
consumidores que se utilizam do comércio interacional on-line, o novo art. 9º-B da LINDB define
consumidor de uma maneira mais restrita que o CDC (LGL\1990\40), somente como pessoa física
que contrata internacionalmente. A norma incluída no texto do CDC (LGL\1990\40) é clara quanto à
lei mais favorável, comparando-a com a lei do domicílio do consumidor: “aplica-se a lei do domicílio
do consumidor, ou, desde que mais favorável a este” e ainda se preocupa que essa norma seja

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estatal e não de origem outra que o estado, como os princípios desenvolvidos pela Pace Law School
sobre proteção do consumidor nos EUA ou alguma política internacional de alguma empresa (a
norma estatal escolhida pelas partes), e com o acesso do consumidor à Justiça, pois em nada
adianta a lei ser mais favorável ao consumidor se ela mesma impedir esse acesso do consumidor à
Justiça (“assegurado, em qualquer hipótese, o acesso do consumidor à Justiça”).
No novo art. 9º, a conexão é com o lugar da celebração, conexão clássica e tradicional no direito
brasileiro, mas se a execução for conectada com o Brasil, a lei brasileira aplica-se se for mais
favorável ao consumidor. Também é essa a preocupação do § 1º, que indica aplicável as normas
imperativas brasileiras sempre que mais favoráveis ao consumidor que aqui recebeu a oferta ou as
práticas comerciais dirigidas para o mercado brasileiro. O § 3º é sobre pacotes de viagens e viagens
combinadas, com múltiplos serviços e em muitos países, mas que se forem aqui contratados, a
estes se aplica a lei brasileira. Novamente uma preocupação da aplicação da lei mais favorável.

Esse PL 3514/2015 encontra-se em exame na Câmara de Deputados85 e é perfeitamente compatível


com o acordo do Mercosul, que só se aplicará a contratos de consumidores domiciliados no Brasil
que contratem com fornecedores do Paraguai, Uruguai e Argentina e, no futuro, talvez da Venezuela
e da Bolívia, se forem países membros plenos do Mercosul, e do Chile e do Peru, se um acordo
espelho for contratado com estes países. Daí a necessidade de se aprovar a atualização do CDC
(LGL\1990\40) e se internalizar o Acordo do Mercosul. Segundo Diego Fernández Arroyo, um dos
objetivos do Mercosul era ser uma ponte para acabar com o “isolamento” do Brasil em direito
internacional privado.86 Vejamos, pois, as benesses que esse Acordo trará para a região e suas
regras em detalhes.
B)Principais regras e avanços do Acordo do Mercosul
O Preâmbulo do Acordo do Mercosul bem demonstra a necessidade de proteger o consumidor em
suas compras e contratações internacionais a distância e no turismo na região como forma de
reforçar a integração econômica e social, pois afirma ser o Acordo testemunho “da necessidade de
dar proteção ao consumidor e da importância de adotar regras comuns sobre o direito aplicável em
matéria de contratos internacionais de consumo, contratos entre fornecedores de bens ou
prestadores de serviços e consumidores ou usuários na região”.87
Como afirmava a doutrina, as regras sobre contratos internacionais dos países do Mercosul estão
defasadas e não ajudam o próprio processo de integração: “Os critérios da lex loci celebrationis
(Brasil) e lex loci executionis (Argentina, Paraguai e Uruguai) em lugar do critério da autonomia na
escolha da lei aplicável podem constituir entrave para a afirmação do Mercosul enquanto bloco que
almeja o livre comércio”.88 A Argentina legislou sobre Direito Internacional Privado no seu novo
Código Civil (LGL\2002\400) e Comercial e o Paraguai aceitou os Princípios de Haia sobre contratos
internacionais. Em matéria de contratos internacionais de consumo, apenas a Argentina possui uma
regra de direito internacional privado especial para o tema na região. O art. 2655 do Código Civil
(LGL\2002\400) y Comercial de la Nación dispõe que se aplica o direito do consumidor em quatro
casos: se houve publicidade naquele país, se o fornecedor recebeu o pedido naquele país, se o
consumidor foi “induzido” a sair de seu país para fazer compras ou se o contrato é de viagem
combinada. Nos demais casos, na regra geral da Argentina, o lugar do cumprimento se aplica, a não
ser que não possa ser determinado, caso em que se aplica o lugar de celebração.
O acordo do Mercosul assinado em 2017, que tive a honra de redigir o primeiro texto, foi inspirado
na proposta brasileira de CIDIP VII e visa superar este entrave no que concerne aos contratos entre
consumidores-pessoas físicas e fornecedores de produtos e serviços da região. O foco do Acordo é a
proteção do consumidor e a aplicação da lei mais favorável a este, estimulando as compras na
região,89 cujo potencial é de 80 bilhões de reais para as empresas brasileiras, que já estão
adaptadas à lei considerada mais favorável aos consumidores.90
A primeira versão do Acordo foi aprovada pelo GMC/Mercosul em Cuiabá, na reunião LXXXIX em 18
de outubro de 2012, porém, a oposição da Venezuela a algumas expressões do acordo fizeram com
que este fosse aprovado pelo Mercosul, somente quando a Venezuela está suspensa do bloco,
aprovado com o mesmo texto, mas em dezembro de 2017. Agora, o Acordo encontra-se em fase de
internalização, que esperamos seja breve. O texto do Acordo é bastante inovador, vejamos, pois,
suas principais regras e os avanços que estas normas trazem para o Brasil e para a Região.

Como se sabe, o Mercosul não possui Diretivas para harmonização91 e seus principais textos
derivados são os acordos negociados pela Reunião de Ministros.92 O atual acordo foi negociado pela
SENACON-MJ e órgãos de defesa do consumidor dos quatro países no âmbito do Comitê Técnico 7
(CT-7) do GMC-Mercosul e sugerido em forma de Tratado internacional ou Tratado-Lei. Segundo o
Art. 1º do Acordo, seu objetivo não é universal, mas sim regional, pois é apenas “determinar o

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direito aplicável em matéria de contratos internacionais de consumo celebrados no âmbito do


MERCOSUL”. A redação do texto parece indicar que o fornecedor e o consumidor devem estar “no
âmbito” do Mercosul, daí sua aplicação apenas regional.
Na Europa, a Convenção de Roma, hoje Regulamento Roma I sobre lei aplicável aos contratos
internacionais em geral e contendo um artigo sobre contratos de consumo, era também em seu
início um tratado-lei, clássico de direito internacional público, apesar de vincular os países de um
processo de integração. A diferença é que, no caso europeu, haviam outras muitas normas
europeias de proteção dos consumidores, nas diversas Diretivas.93 Neste sentido, a opção do
Mercosul no Acordo ora em comento não é inédita, apenas face à não-supranacionalidade do
Mercosul, vem limitada ao tratado e não acompanhada de regras internas materiais do Mercosul
sobre proteção do consumidor. Nesse sentido, o Acordo traz as definições que ele mesmo necessita,
como consumidor, fornecedor, contrato internacional de consumo e normas auxiliares definindo
“local de celebração” e “domicílio” (Art. 2).
As regras principais são os artigos 4 a 8, que cuidam direito aplicável. O Artigo 4 regula os
“contratos celebrados pelo consumidor no Estado Parte de seu domicílio”, isto é, o consumidor
passivo, que de sua casa no Brasil, no seu computador, na TV, celular ou por telefone realiza um
contrato internacional com fornecedor de serviços e produtos na Argentina, por exemplo. O texto do
artigo explica:
Os contratos internacionais celebrados estando o consumidor no Estado Parte de seu domicílio,
especialmente no caso de contratação à distância, regem-se pelo direito eleito pelas partes, as quais
podem optar pelo direito do domicílio do consumidor, do local de celebração ou cumprimento do
contrato ou da sede do fornecedor dos produtos ou serviços. O direito escolhido será aplicável desde
que mais favorável ao consumidor.
A regra principal para contratos à distância ou online é pois a da autonomia limitada de vontade,
que permite a eleição da lei (limitada a quatro leis, a saber: a lei “do domicílio do consumidor, do
local de celebração ou cumprimento do contrato ou da sede do fornecedor dos produtos ou
serviços”), desde que esta lei escolhida seja a mais favorável ao consumidor no caso concreto,
exame a ser realizado pelo juiz ou árbitro em verdadeiro “teste” da lei mais favorável. Segundo o
Art. 4, parte 2, no “caso de ausência de escolha válida, os contratos internacionais de consumo
regem-se pelo direito do Estado Parte do domicílio do consumidor”.
O Art. 5 regula os contratos celebrados pelo consumidor estando fora do Estado Parte de seu
domicílio. É o caso do turista ou dos consumidores chamados “ativos”, que saem de seu país de
domicílio para realizar uma contratação entre presentes. A regra é um pouco diferente, pois permite
a autonomia da vontade, mas não conecta com a sede do fornecedor, afirmando:
Os contratos internacionais de consumo celebrados pelo consumidor estando este fora do Estado
Parte de seu domicílio regem-se pelo direito eleito pelas partes, as quais podem optar validamente
pelo direito do local de celebração ou de cumprimento do contrato ou pelo do domicílio do
consumidor. O direito escolhido será aplicável desde que mais favorável ao consumidor.
A regra subsidiária em caso de não escolha será a da celebração, a exemplo do direito brasileiro,
que vem definido no Art. 2 como “o local onde o consumidor e o fornecedor se encontrarem
fisicamente para a celebração do contrato”.
O Artigo 6 é uma regra de ajuda (Hilfsnorm) sobre como se dará a escolha e informação do direito
aplicável, especificando que a “escolha do direito aplicável pelas partes deve ser expressa e por
escrito, conhecida e consentida em cada caso”.
Em se tratando de escolha on-line, a regra ainda indica que no caso de apenas adesão pelo
consumidor ao direito escolhido pelo fornecedor no contrato, este direito escolhido “deve ser
expresso de forma clara tanto nas informações prévias oferecidas ao consumidor, quanto no próprio
contrato”. E a “escolha do direito aplicável deve ser expressa em forma clara e destacada em todas
as informações oferecidas ao consumidor”. A ideia aqui é alertar o consumidor que o fornecedor
elegeu uma lei e informar o seu conteúdo claramente para o consumidor.
Já o Artigo 7 regula os contratos de viagem e turismo. A regra não é totalmente clara, mas regula os
casos em que os consumidores estão contratando em seu país de domicílio prestações de viagem e
turismo que ocorrerão em outros países. Assim afirma:
Os contratos de viagem cujo cumprimento ocorra fora do Estado Parte de domicílio do consumidor,
contratados em pacote ou com serviços combinados, como grupo turístico, ou conjuntamente com
outros serviços de hotelaria e/ou turismo, serão regulados pelo direito do domicílio do consumidor.
O domicílio do consumidor é uma conexão pouco prática para contratos de viagem, mas no sistema

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do Acordo é fácil interpretar que se trata de uma regra semelhante ao Art. 4 de contratos celebrados
estando o consumidor em seu país de domicílio.
No PL 3515/2015, de atualização do CDC (LGL\1990\40) o texto parece mais claro:
Art. 9º-B. [...]
§ 2º Os contratos de pacotes de viagens internacionais ou viagens combinadas, que envolvam
grupos turísticos ou serviços de hotelaria e turismo, com cumprimento fora do Brasil, contratados
com agências de turismo e operadoras situadas no Brasil, reger-se-ão pela lei brasileira.
O texto do Projeto de atualização do CDC (LGL\1990\40) é mais claro que o Acordo do Mercosul,
pois é uma regra unilateral (indica apenas a lei brasileira como aplicável) e especifica que a
celebração deve se dar no Brasil. Se bilateralizada a regra do PL 3515/2015 chegaria a mesma regra
do Acordo do Mercosul, conforme a interpretação que estamos dado para ele. Neste sentido, uma
vez aprovada a atualização do CDC (LGL\1990\40) ajudará a “interpretar” o espírito do Artigo 7 do
Acordo do Mercosul.
Por fim, o Artigo 8 regula os tão comuns no Mercosul, contratos de “tempo compartilhado e
contratos semelhantes de uso de bens imóveis por turnos”.94 Ficaram famosos os casos
multipropriedade ou time-sharing no Mercosul,95 em que o imóvel estava localizado no Uruguai,
geralmente em Punta del Este, o proprietário e administrador era argentino e o consumidor
brasileiro.96 No Brasil, a Lei 13.777, de 20 de dezembro de 2018 (LGL\2018\12032), introduz o
contrato de multipropriedade no Código Civil (LGL\2002\400) e o faz regular também pelas normas
do Direito do consumidor, em um obrigatório diálogo das fontes (art. 1.358-B do CC/2002
(LGL\2002\400)). E define:
Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel
é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade,
da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
A Lei brasileira, porém, não regula as relações de multipropriedade internacional, daí a contribuição
representada pelo Acordo do Mercosul de 2017.
O Acordo no Artigo 8 propõe em verdade um diálogo das fontes na interpretação do contrato sempre
a favor do consumidor, afirmando que sem
prejuízo das regras anteriores, as normas imperativas do Estado Parte em que foi realizada a oferta,
a publicidade ou qualquer atividade de comercialização (marketing), entre outras atividades
realizadas pelos representantes ou pelos proprietários, organizadores ou administradores de tempos
compartilhados e de sistemas semelhantes ou contratos de utilização por turno de bens imóveis, ou
a assinatura de pré-contratos ou contratos de tempo compartilhado ou direitos de uso por turno de
bens imóveis, serão levados em consideração para a interpretação do contrato, a qual será efetuada
em favor do consumidor.
O último artigo do Acordo é um pouco enigmático, pois se refere à interpretação do contrato que
deve ser feita com base na lei do lugar onde foi feito o marketing, se for essa a mais favorável ao
consumidor. A experiência demonstrou que o time-sharing ou multipropriedade é vendido em um
país, o de domicílio do consumidor, prometendo “férias” e tranquilidade, às vezes em festas com
álcool e técnicas de vendas apuradas. Assim, a regra visa coibir que se fuga desta lei do lugar de
oferta e celebração do contrato, escolhendo uma outra lei para regular o contrato. Em resumo, a lei
que regula o contrato de multipropriedade será regulada pelos artigos 4º e 5º, conforme o caso,
mas sempre as regras imperativas do país onde se fez a oferta importarão para a interpretação
deste contrato.
No PL 3515/2015 de atualização do CDC (LGL\1990\40) o texto parece mais claro e completo:
Art. 9º-B. [...]
§ 1º Se a contratação for precedida de qualquer atividade negocial ou de marketing, por parte do
fornecedor ou de seus representantes, dirigida ao território brasileiro ou nele realizada, em especial
envio de publicidade, correspondência, e-mails, mensagens comerciais, convites, prêmios ou
ofertas, aplicar-se-ão as disposições da lei brasileira que possuírem caráter imperativo, sempre que
mais favoráveis ao consumidor.
A regra proposta pela atualização do CDC (LGL\1990\40) é mais uma vez unilateral, indicando
apenas a lei brasileira, se a oferta ou o marketing for dirigido (por exemplo, on-line) ou realizado no
território brasileiro. É assim mais clara e completa que a regra do Mercosul, pois além de ser
unilateral, indica que as normas imperativas da lei brasileira passam a reger o referido contrato (em
especial a oferta e o marketing), e não, como na regra do Mercosul, que esta lei deve ser levada em

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conta para a “interpretação” do contrato. Nesse sentido, a regra do PL 3515/2015 será mais ampla
que a do Mercosul e se aprovada, pode complementar a regra do Acordo do Mercosul
Sem querer fazer uma conclusão ainda, posso afirmar que princípio da aplicação da lei mais
favorável ao consumidor será muito útil na região e um modelo internacional na proteção dos
consumidores. O princípio se aplica especialmente em casos transfronteiriços, quando é possível
aplicar mais de um ordenamento jurídico, face às normas de direito internacional privado dos países
e o status transnacional da relação privada de consumo. Para desenvolver uma proteção
internacional do consumidor realmente é necessário pensar-se em aplicar aquela que assegure
maior proteção aos seus direitos e não a regra escolhida em um contrato de adesão redigido em
inglês pelo criador do serviço digital ou do produto comprado a distância. A União Europeia
consolidou este princípio no Art. 5 da antiga Convenção de Roma de 1980, hoje Regulamento de
Roma I, afirmando que se deveria aplicar a lei escolhida pelas partes somente se fosse mais
favorável que as regras imperativas de proteção dos consumidores do país de residência dos
consumidores. O Acordo do Mercosul, assinado em dezembro de 2017, para reger os contratos de
consumo intrarregionais também aceita e adapta este princípio. Esperamos que o referido Acordo
seja logo internacionalizado em dois países e entre em vigor internacional, mas o art. 7º do CDC
(LGL\1990\40) já permite sua utilização pelos juízes brasileiros desde já.
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1 Disponível em: [www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/18097-atos-adotados-por-ocasiao-


da-li-reuniao-do-cmc-e-da-li-cupula-de-chefes-de-estado-do-mercosul-e-estados-associados-
brasilia-20-e-21-de-dezembro-de-2017#V]. Acesso em: 01.05.2018.

2 Veja minha sugestão, em 2000, no Curso da OEA (MARQUES, Claudia Lima. A proteção do
consumidor: aspectos de direito privado regional e geral. XXVII Curso de Derecho Internacional-
OEA/CIJ, Washington, 2001. p. 657 e s.) e aceitação pelo governo brasileiro na proposta para a
CIDIPVII e para o Mercosul, em: MARQUES, Claudia Lima. A insuficiente proteção do consumidor
nas normas de direito internacional privado – Da necessidade de uma Convenção Interamericana
(CIDIP) sobre a lei aplicável a alguns contratos e relações de consumo. Revista do Tribunais, São
Paulo, v. 788, ano 90, jun. 2001. p. 11-56.

3 Veja MARQUES, Claudia Lima. Nota ao Acordo do Mercosul sobre direito aplicável em matéria de
contratos internacionais de consumo. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, v. 118, ano 27,
jul.-ago. 2018. p. 561 ss.

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4 Assim também o autor espanhol VELÁZQUEZ GARDETA, Juan M. El derecho más favorable al
consumidor, la mejor solución también para los contratos de consumo online. In: FERNÁNDEZ
ARROYO, Diego P.; GONZÁLES MARTÍN, Nuria. Tendencias y relaciones – Derecho internacional
privado americano actual. México: UNAM, 2010. p. 33.

5 De acordo com JAYME, Erik. Identité culturelle et intégration: le droit internationale privé
postmoderne. Recueil des Cours de l’ Académie de Droit International de la Haye, 1995, II. p. 47, há
uma materialização da regra de conflito, para que se aplique a lei mais favorável, logo, a lei
“material” mais favorável aos interesses do mais vulnerável, suplantado o jogo clássico do conflito
de leis.

6 Assim defendi em MARQUES, Claudia Lima. Las teorias que se encuentran detrás de la propuesta
brasileña em la CIDIP VII. In: ARROYO, Diego Fernández (Org.). Protección de los consumidores en
América. Trabajos de la Cidip VII (OEA). Asunción: La Ley Paraguaya, 2007. p. 161-177.

7 Veja sobre a CIDIP VII, MARQUES, Claudia Lima; DELALOYE, M. L. La propuesta “Buenos Aires” de
Brasil, Argentina y Paraguay: El más reciente avance en el marco de la CIDIP VII de protección de
los consumidores. Revista de Direito do Consumidor, v. 73, 2010. p. 224-265. Porém, encontrou
repercussão em textos não vinculantes como os Princípios de Sofia da ILA-International Law
Association, veja
MARQUES, Claudia Lima; DELALOYE, M. L. El rol de los principios en la proteccion internacional del
consumidor: la Declaracion de Sofía de la International Law Association. In: AMARAL JÚNIOR,
Alberto do; VIEIRA, Luciane Klein. (Org.). El derecho internacional privado y sus desafíos en la
actualidad. Bogotá: Ibañez, 2017. p. 137-150, destacando o Princípio 2: “It is desirable to develop
standards and to apply rules of private international law that entitle consumers to take advantage of
the most favourable consumer protection”. (p. 142 e ss.).

8 Veja meu livro de pós-doutorado com a proposta de CIDIp VII, MARQUES, Claudia Lima. Confiança
no comércio eletrônico e a proteção dos consumidores. São Paulo: Ed. RT, 2004. E, sobre a OEA,
ARRIGHI, Jean-Michel. OEA – Organização dos Estados Americanos. Bauru: Manole, 2004. p. 85 ss.

9 Veja comentários de DEL´OLMO, Florisbal de S.; JAEGER Júnior, Augusto. Curso de direito
internacional privado. 12. ed. Gen, 2017. p. 237.

10 Veja-se DREYZIN DE KLOR, Adriana, El Mercosur- Generador de una nueva fuente de derecho
internacional privado. Buenos Aires: Zavalia, 1997; e STIGLITZ, Gabriel. El derecho del consumidor
en Argentina y en el Mercosur. Derecho del consumidor. Buenos Aires, 1995. p. 20 ss. v. 6.

11 Veja detalhes da proposta em MARQUES, Claudia Lima e DELALOYE, Maria Laura. La Propuesta
“Buenos Aires” de Brasil, Argentina y Paraguay: el más reciente avance en el marco de la CIDIP VII
de protección de los consumidores. Revista de Direito do Consumidor, 73, 2010. p. 224-265.

12 Assim ARAÚJO, Nádia de. A proteção do consumidor nos contratos internacionais: necessidade de
regulamentação específica se torna realidade no Brasil e demais países do Mercosul. In: MARQUES,
Claudia Lima; GSELL, Beate. Novas tendências do direito do consumidor – Rede Alemanha-Brasil de
pesquisas em direito do consumidor. São Paulo: Ed. RT, 2015. p. 531-549.

13 Veja MARQUES, Claudia Lima. Nota ao Acordo do Mercosul sobre direito aplicável em matéria de
contratos internacionais de consumo. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, v. 118, ano 27,
jul.-ago. 2018. p. 562.

14 Autonomia da vontade em Direito Internacional Privado ou em conflitos de leis no espaço é a


possibilidade das partes escolherem a lei que se aplica a seu contrato, veja, por todos, ARAÙJO,
Nádia. Direito internacional privado. São Paulo: Ed. RT, 2018. p. 369 e ss. E o curso de KOHLER,
Christian. L´autonomie de la volonté em droit international privé: um príncipe universel entre
libéralisme et étatisme. Haia: ADI-Poche, 2013. p. 15 ss.

15 Veja-se sobre o novo direito internacional privado e o art. 2655 do Código Civil y Comercial de la
Nación Argentina (FERNÁNDEZ ARROYO, Diego P., Main Characteristics of the New Private
International Law of the Argentinian Republic. In: RABELZ, 2016, p. 130-150. O artigo sobre
relações de consumo prevê duas conexões rígidas, o lugar do cumprimento e em algumas
circunstâncias o domicilio do consumidor é o seguinte: “Artículo 2655. Derecho aplicable – Los
contratos de consumo se rigen por el derecho del Estado del domicilio del consumidor en los

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siguientes casos: a) si la conclusión del contrato fue precedida de una oferta o de una publicidad o
actividad realizada en el Estado del domicilio del consumidor y éste ha cumplido en él los actos
necesarios para la conclusión del contrato; b) si el proveedor ha recibido el pedido en el Estado del
domicilio del consumidor; c) si el consumidor fue inducido por su proveedor a desplazarse a un
Estado extranjero a los fines de efectuar en él su pedido; d) si los contratos de viaje, por un precio
global, comprenden prestaciones combinadas de transporte y alojamiento. En su defecto, los
contratos de consumo se rigen por el derecho del país del lugar de cumplimiento. En caso de no
poder determinarse el lugar de cumplimiento, el contrato se rige por el derecho del lugar de
celebración”.

16 Assim afirma o considerando 4 do Preâmbulo do referido Acordo: “Observando que o crescimento


exponencial das relações entre consumidores e profissionais, produtores ou fornecedores de bens e
serviços na região e as cambiantes modalidades em que estas se produzem tornam necessário um
marco normativo claro que facilite a contratação internacional e estimule a confiança das partes nos
contratos internacionais de consumo;

17 Veja sobre a diferença de postura em relação aos direitos dos consumidores das mesmas
empresas a depender do país de destino dos produtos e serviços e o papel do direito internacional
privado, MADRID MARTÍNEZ, Claudia. La protección internacional del consumidor, o de como el
derecho internacional privado puede influir em la conducta de los provedores de bienes y servicios.
p. 155-196, p.155 ss., em especial conclusão, p. 196.

18 Veja MARQUES, Claudia Lima. Nota ao Acordo do Mercosul sobre direito aplicável em matéria de
contratos internacionais de consumo. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, v. 118, ano 27,
jul.-ago. 2018. p. 563.

19 ARRIGHI, Jean Michel. La protección de los consumidores y el Mercosul. Revista Direito do


Consumidor, São Paulo, n. 2, 1992. p. 126.

20 No Preâmbulo, o terceiro considerando é: “Destacando a necessidade de oferecer uma adequada


proteção ao consumidor, de acordo com as Resoluções A/RES/39/248 e A/RES/70/186 da
Assembleia Geral da ONU;”. Veja meu artigo MARQUES, Claudia Lima. 25 anos de Código de Defesa
do Consumidor e as sugestões traçadas pela revisão de 2015 das diretrizes da ONU de proteção dos
consumidores para a atualização. Revista de Direito do Consumidor, v. 25, 2016. p. 55-100.

21 KROPHOLLER, Jan. Das Kollisionsrechtliche System des Schutzes der Schwächeren


Vertragspartei. RabelsZ 42, 1978. p. 634-661.

22 Ibidem, p. 657.

23 MARQUES, Claudia Lima. A proteção da parte mais fraca em direito internacional privado e os
esforços da CIDIP VII de proteção dos consumidores. XXXIV Curso de Derecho Internacional –
Organizado por el Comité Jurídico Interamericano y El Departamento de Derecho Internacional de la
Secretaría de Asuntos Jurídicos de la Secretaría General de la OEA. 34. ed. Washington: Secretaría
General/ Washington-DC, 2008. p. 261-308.

24 O texto do Artigo era: “Artigo 5º- Contratos celebrados por consumidores – 1. O presente artigo
aplica-se aos contratos que tenham por objecto o fornecimento de bens móveis corpóreos ou de
serviços a uma pessoa, o «consumidor», para uma finalidade que pode considerar-se estranha à sua
actividade profissional, bem como aos contratos destinados ao financiamento desse fornecimento. 2.
Sem prejuízo do disposto no artigo 3º, a escolha pelas partes da lei aplicável não pode ter como
consequência privar o consumidor privado da protecção que lhe garantem as disposições imperativas
da lei do país em que tenha a sua residência habitual: – se a celebração do contrato tiver sido
precedida, nesse país, de uma proposta que lhe foi especialmente dirigida ou de anúncio publicitário,
e se o consumidor tiver executado nesse país todos os actos necessários à celebração do contrato,
ou – se a outra parte ou o respectivo representante tiver recebido o pedido do consumidor nesse
país, ou – se o contrato consistir numa venda de mercadorias e o consumidor, se tenha deslocado
desse país a um outro país e aí tenha feito o pedido, desde que a viagem tenha sido organizada pelo
vendedor com o objectivo de incitar o consumidor a comprar”.

25 JAYME, Erik e HAUSAMANN, Rainer. Internationales Privat- und Verfahrensrecht. Munique: Beck
Verlag, 1998. p. 116.

26 Veja-se MARQUES, Claudia Lima. Por um direito internacional de proteção dos consumidores:

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sugestões para a nova Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro no que se refere a lei aplicável a
alguns contratos e acidentes de consumo Livro de Anais do 2º Congresso Brasileiro de Direito
Internacional. O Direito Internacional – Livro em Homenagem à Francisco Rezek. Ijuí: Unijuí, 2004.
v.1. p. 691 ss.

27 Veja VON MEHREN, Arthur, VON MEHREN. Rapport explicatif -Loi applicable à certaines ventes
aux consommateurs. Actes et Documents de la Quatorzième session, 1996. Haia: Bureau Permanent
de la Conférence, 1982. tome II. Ventes aux consommateurs, Law applicable to certain consumer
sales, Texts adopted by the Fourteenth Session and Explanatory Report. p. 6.

28 Veja-se MARQUES DOS SANTOS, António. Les règles d’application immédiate dans le droit
international portuguais. Paris: Fondation Calouste Gulbenkian, 1991. p. 181 ss.

29 Assim TONIOLLO, Javier Alberto. La protección internacional del consumidor – Reflexiones desde
la perspectiva del derecho internacional privado argentino. Revista de Derecho del Mercosur, ano 2,
n. 6, dic. 1998. p. 96.

30 BOGGIANO, Antonio. International Standard Contracts. Recueil des Cours, 1981, I. t. 170,
Nijhoff, Dordrecht, 1982. p. 9 ss.

31 BOGGIANO, Antonio. The contribution of the hague conference to the development of private
international law in Latin America. universality and genius loci. Recueil des Cours, 1992, II, t. 233,
Nijhoff, Dordrecht, 1993. p. 137.

32 Assim MADRID. Op. cit., p. 173.

33 Veja , por todos, BOGGIANO, em seu texto The contribuition, cit., p. 138 e 139.

34 BOGGIANO. The contribuition, cit., p. 137.

35 Veja meu Curso na OEA, MARQUES, Claudia Lima. A proteção do consumidor: aspectos de direito
privado regional e geral. XXVII Curso de Derecho Internacional-OEA/CIJ. Washington, 2001. p. 657
ss.; e o meu livro de pós-doutorado: MARQUES, Claudia Lima. Confiança no comércio eletrônico e a
proteção dos consumidores. São Paulo: Ed. RT, 2004.

36 No original em inglês: “2. It is desirable to develop standards and to apply rules of private
international law that entitle consumers to take advantage of the most favourable consumer
protection”. Veja: Conference Resolution Sofia 2012. Disponível em: [www.ila-hq.org/en/
committees/index.cfm/cid / 1030]. Acesso em: 02.09.2012.

37 Veja a crítica na Colômbia a essa norma em: TAMAYO JARAMILLO, Javier. Principio de
interpretación favorable al consumidor. Disponível em: [www.ambitojuridico.com/noticias/
columnista-impreso/mercantil-propiedad-intelectual-y-arbitraje/principio-de-interpretacion]. Acesso
em: 05.05.2018.

38 Ficaram famosos os trabalhos de ZWEIGERT, NEUHAUS e LANDO, sugerindo o primeiro que o


DIPr. incluísse valores sociais e, o segundo, que se abandonasse a autonomia de vontade nos
contratos entre contratantes fracos e fortes, como os de consumo e o terceiro, pragmaticamente,
que passasse o DIPr. a escolher como conexão o domicílio do contratante mais fraco, veja
KROPHOLLER, Jan. Das Kollisionsrechtliche System des Schutzes der Schwächeren Vertragspartei.
RabelsZ 42 (1978). p. 634 ss.

39 Assim KROPHOLLER, 1978, p. 636.

40 Assim se manifesta, denominando a ordem jurídica alemã da época de “lacunosa e insegura para
os contratantes mais fracos” (KROPHOLLER, p. 635).

41 Ver MARQUES, Claudia Lima. XXVII Curso de derecho internacional-OEA/CIJ. p. 657ss.

42 Ver JAYME, Erik. Identité culturelle et intégration: Le droit internationale privé postmoderne.
Recueil des Cours de l’ Académie de Droit International de la Haye, 1995, II. p. 44ss. Ver também
BATIFFOL: “l’adjectif «matériel» s’entend par opposition au caractère formel des règles de conflits;
dans les pays de common law on parle plus généralement de substantive law, et l’expression de
règles substantielles a paru longtemps plus claire en français” (BATIFFOL, Henri. Le pluralisme des

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méthodes en droit international privé. Recueil des Cours de l’Académie de Droit International de la
Haye, 1973. t. 139, Leiden: A.W. Sijthoff, 1974. p. 82).

43 Ver LORENZETTI, Ricardo Luis. Comercio electrónico. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 2001. p.
256; e STIGLITZ. El derecho del consumidor en Argentina y en el Mercosur, publicado na Argentina,
La Ley, 19.05.1995 e em Direito do Consumidor, v. 6. p. 20 ss. E TONIOLLO, Javier Alberto. La
protección internacional del consumidor: reflexiones desde la perspectiva del derecho internacional
privado argentino. Revista de Direito do Mercosul, Buenos Aires/Porto Alegre, ano 2, n. 6, dez.
1998. p. 95 ss.

44 MARQUES, Cláudia Lima, Confiança no comércio eletrônico e a proteção do consumidor. São


Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p. 301 ss.

45 MORENO RODRIGUEZ, José. La Convención de México sobre el derecho aplicable a la


contractación international. In: FERNANDEZ ARROYO/MORENO RODRIGUEZ, p. 128.

46 NOODT TAQUELA, María Blanca, Cap. 25, em FERNÁNDEZ ARROYO, Diego (Org.). Derecho
internacional privado de los estados del Mercosur – Argentina, Brasil, Paraguay, Uruguay. Buenos
Aires: Zavalia, Buenos Aires, 2003. p. 996-1000.

47 Lorenzetti indica 6% na Europa, LORENZETTI, Ricardo Luis. Comercio electrónico. Buenos Aires:
Abeledo-Perrot, 2001. p. 169.

48 As Convenções mais famosas de Direito Internacional Privado da Haia, como a Convenção de


agentes comerciais criam pautas de equilíbrio nas relações entre pessoas físicas e pessoas morais ou
pelo menos expertos, e profissionais frente a não profissionais.

49 JAYME, Recueil des Cours 1995, II. p. 44: “Le droit international privé classique, élaboré au XX°
siècle, formula donc des objetifs plus ou moins formels: l'égalité du traitement des personnes,
l'harmonie des décisions concernant le même rapport, la prévisibilité des solutions, les rapports
juridiques universels”.

50 Veja LORENZETTI, Ricardo L. Comercio electrónico. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 2001. p. 10ss.

51 Ver SCOTTI, Luciana B. La (Des)protección Del ciberconsumidor en América – una mirada desde
la Arg Ver SCOTTI, Luciana B.La (Des)protección Del ciberconsumidor em América – una mirada
desde la Argentina y El Mercosur. In: FERNANDEZ ARROYO, Diego y MORENO RODRIGUEZ, José A.
Protección de los Consumidores en America-Trabajos de la CIDIP VII (OEA), Le Ley-CEDEP,
Asunción, 2007. p. 536: “Recientemente , El GMC aprobó La Resolución 21/2004 que a fin de
favorecer la confianza en las relaciones de consumo realizadas por comercio electrónico precriebe
que debe garantizerse a los consumidores durante todo el proceso de la transacción comercial, el
derecho a la información clara , precisa, suficiente y de fácil acceso sobre el proveedor del producto
o servicio; sobre el producto o servicio ofertado; y respecto a las transacciones electrónicas
involucradas. Dicha resolución se aplicará a todo provedor radicado o estabelecido em alguno de los
Estados partes del Mercosur (artículo 1º)”.

52 Nas Comunidades Europeias, hoje, União Europeia, as primeiras convenções europeias sobre a lei
aplicável aos contratos internacionais (Convenção de Roma de 19 de junho de 1980) e sobre a
competência judicial e execução na matéria (Convenção de Bruxelas de 1968 e na de Lugano) eram
normas de Direito Internacional Público clássicas e continham regras especiais de proteção dos
consumidores, distintas das regras sobre contratos internacionais entre profissionais e dual hard
laws (normas obrigatórias de uniformes, não Diretivas, leis modelos ou soft laws), distintas para o
tema da jurisdição e do direito aplicável (lei aplicável).

53 Veja MARTINS, Guilherme Magalhães. Confiança e aparência nos contratos eletrônicos de


consumo via internet. Revisa de Direito do Consumidor, São Paulo, v. 64, out. 2007. p. 43-70.

54 Ver VISCHER, F. The antagonism between legal security and the search for justice in the field of
contracts. Recueil des Cours de l’Académie de Droit International de la Haye, 1974. t. 142. Leiden:
A. W. Sijthoff, 1975. p. 30ss.

55 Veja MARQUES, Claudia Lima; JACQUES, Daniela, Normas de aplicação imediata como um
método para o direito internacional privado de proteção do consumidor no Brasil. Estudos em
Memória do Professor Doutor António Marques dos Santos. Coimbra: Almedina , 2005. v. I. p. 127;

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FRANCESKAKIS, Ph. La théorie du renvoi. Paris: Sirey: 1958. p. 7 ss. “[...] l’on peut dire que les lois
d’application immédiate sont les lois de droit matériel qui, dans la volonté du législateur, doivent
s’appliquer aux actes et aux faits qu’elles visent, quelle que soit la loi régit ces actes ou faits en
vertu des règles de conflit des lois” (MARQUES DOS SANTOS, António. Les règles d’application
immédiate dans le droit international portuguais. Paris: Fondation Calouste Gulbenkian, 1991. p.
181; NEUMAYER, Karl H. Autonomie de la volonté et dispositions impératives en droit international
privé des obligations. Revue Critique de Droit International Privé, Paris, n. 4, 1957. p. 581;
LECLERC, Frédéric. La protection de la partie faible dans les contrats internationaux, Bruxelas, 1995.
p. 330; SPERDUTI, Giuseppe. Les lois d’application nécessaire en tant que lois d’ordre public. Revue
Critique de Droit International Privé, Paris. t. 66. p. 257-270, 1977. p. 671; e LALIVE, Pierre.
Tendances et méthodes en droit international privé. Cours général. Recueil des Cours de l’Académie
de Droit International de la Haye, 1977. t. 155. Alphen aan den Rijn (The Netherlands): Siijhoff &
Voordhoff, 1979. p. 130; OPPETIT, Bruno. Le développement des règles matérielles. COMITÉ
FRANÇAIS DE DROIT INTERNATIONAL PRIVÉ. In: Journée du Cinquantenaire; problèmes actuels de
méthode en droit international privé. Paris: Éditions du Centre National de la Recherche Scientifique,
1988. p. 122; POCAR, Fausto. La protection de la partie faible en droit international privé. Recueil
des Cours de l’Academie de Droit International de la Haye, 1984. t. 188. Dordrecht/Boston/London:
Martinus Nijhoff Publishers, 1986. p. 400; GUEDJ, Thomas G. The theory of the lois de police, a
functional trend in continental private international law – A comparative analysis with modern
American theories. The American Journal of Comparative Law, v. 39, 1991, p. 696; SAVIGNY,
Friederich Carl Von. Traité de droit romain. Trad. GUENOUX, Ch. Paris: Firmin Didot Frères Libraires,
1851. t. VIII. p. 35: “Lois d'une nature positive rigoureusement obligatoire, par là même
n'admettant pas cette liberté d'appréciation qui n'a pas égard aux limites des divers États”.

56 O texto é: “Final Suggestion of the Committee of a mixed Model Rule: Article 1. Consumer
Contracts 1. An international consumer contract shall be governed by the law of the country where
the consumer has his habitual residence, provided that the professional: a. pursues his commercial
or professional activities in the country where the consumer has his habitual residence, or b. by any
means, directs such activities to that country or to several countries including that country, and in
both cases, the contract falls within the scope of such activities. 2.If the requirements in points (a)
or (b) of paragraph 1 are not fulfilled, the law applicable to a contract between a consumer and a
professional shall be governed by the law choose by the parties and in absence of choice, by the law
of the country where the goods or services were supplied. 3.The parties may choose the law
applicable, provide that this law is more favorable to the consumer. 4.The parties may choose
between the law of the habitual residence of the consumer, the place of conclusion or the place of
performance of the contract, and in this case, the more favorable to the consumer is the law that
assures the protective remedies or redress more adequate to the interest of the consumer in the
dispute”.

57 O texto em espanhol é: “3. Instar a los países a considerar las recomendaciones de las
organizaciones internacionales para adoptar principios y mecanismos apropiados en materia de
derecho aplicable, de procedimientos de solución de controversias y de mejores prácticas
comerciales para los proveedores de bienes y servicios destinados a los consumidores en
transacciones transfronterizas”.

58 Veja sobre o tema, ARAUJO, Nadia de. Direito internacional privado: teoria e prática brasileira. 6.
ed. Rio de Janeiro/São Paulo: RT, 2018.

59 Trata-se com certeza de ordem pública nacional, como esclarece a Ley do Mexico, usada como
modelo para a nossa: “Artículo 1.- La presente ley es de orden público e interés social y de
observancia en toda la República. Sus disposiciones son irrenunciables y contra su observancia no
podrán alegarse costumbres, usos, prácticas, convenios o estipulaciones en contrario”.

60 Veja NOVAIS, Elaine Cardoso de Matos. Mercadoria adquirida no exterior: globalização e a efetiva
defesa do consumidor. Revista de Direito do Consumidor, v. 47. p. 190-199.

61 Ementa do “Caso Panasonic” em BRASIL. REsp 63.981-SP, do Superior Tribunal de Justiça. RSTJ,
Brasília, ano 12, n. 137, jan. 2001. p. 387-492. In: MARQUES, Cláudia Lima, BENJAMIN, Antônio H.
de V. e MIRAGEM, Bruno, Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 5. ed. São Paulo: RT,
2016. p. 240.

62 MARQUES, Claudia Lima; JACQUES, Daniela. Normas de aplicação imediata como um método
para o direito internacional privado de proteção do consumidor no Brasil. Estudos em memória do
Professor Doutor António Marques dos Santos. Coimbra: Almedina, 2005. v. I. p. 127.

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63 Veja-se REsp 1.525.384/MG, Terceira Turma, decisão monocrática, DJe 19.03.2018.

64 Veja-se decisão vencedora no: “Recurso especial. Contrato de prestação de serviços.


Hospedagem. Modalidade tempo compartilhado. Time-share. Ilegitimidade passiva. Teoria da
aparência. Inaplicabilidade. Reexame de provas. Inviabilidade. Súmula7/STJ. Inovação Recursal. 1.
Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de
1973 (Enunciados Administrativos 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a controvérsia a saber se a ora recorrida é
parte legítima para integrar o polo passivo de demanda que busca a rescisão de contrato de
prestação de serviços de hospedagem de férias na modalidade tempo compartilhado (time-share)
com a devolução dos valores pagos. 3. Tendo a Corte de origem concluído, à luz da prova dos autos,
que a relação jurídica de direito material entre os autores e a prestadora era bastante clara e a
fornecedora dos serviços era perfeitamente conhecida pelos autores, tanto que realizaram
reclamação extrajudicial à Procuradoria Federal do Consumidor, no México, inviável a inversão do
julgado, haja vista o óbice da Súmula nº 7/STJ. 4. Inviável a análise de teses alegadas apenas nos
embargos de declaração por se tratar de evidente inovação recursal. 5. Recurso especial não
provido” (REsp 1616587/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Rel. p/ Acórdão Ministro Ricardo Villas
Bôas Cueva, Terceira Turma, j. 18.09.2018, DJe 26.10.2018).

65 Veja mais sobre o tema em meu artigo, MARQUES, Claudia Lima. A proteção do consumidor de
produtos e serviços estrangeiros no Brasil: primeiras observações. Revista de Direito do Consumidor
41. p. 39-80. E, MARQUES, Claudia Lima. A responsabilidade do importador pelo fato do produto.
Revista de Informação Legislativa, Brasília, n. 111, 1991. p. 277-294.

66 Extrato da ementa do REsp 1709539/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, j.
05.06.2018, DJe 05.12.2018.

67 Veja sobre esse princípio, SANTOLIM, César Viterbo Matos. Os princípios de proteção do
consumidor e o comércio eletrônico no direito brasileiro. Revista de Direito do Consumidor, São
Paulo, n. 55, jul.-set. 2005. p. 53-84.

68 O texto da LINDB é: “Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituírem...§ 2º. A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que
residir o proponente.” Veja também KLEE, Antônia Espíndola Longoni. A proteção do “consumidor
eletrônico” no Mercosul. Revista Trimestral de Direito Civil – RTDC, Rio de Janeiro, v. 9, n. 33, jan.
2008.

69 Veja MIRAGEM, Bruno Nubens Barbosa. Aspectos característicos da disciplina do comércio


eletrônico de consumo: comentários ao Dec. 7.962, de 15.03.2013. Revista de Direito do
Consumidor, São Paulo, ano 22, n. 86, mar.-abr. 2013. p. 296 ss.

70 Veja o livro de KLEE, Antônia Espíndola Longoni. Comércio eletrônico. São Paulo: RT, 2016.

71 Veja a decisão do STJ no REsp. 1.021.987-RN, Rel. Min. Fernando Gonçalves, j. 07.10.2008.

72 O texto do Art. 101 do PL 3515 antigo PLS 281/2012, na forma de seu substitutivo, é: “Na ação
de responsabilidade contratual e extracontratual do fornecedor de produtos e serviços, inclusive no
fornecimento a distância nacional e internacional, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste
Título: I – será competente o foro do domicílio do consumidor, nas demandas em que o consumidor
residente no Brasil seja réu e que versem sobre relações de consumo; II – o consumidor residente
no Brasil, nas demandas em que seja autor, poderá escolher, além do foro indicado no inciso I, o do
domicílio do fornecedor de produtos ou serviços, o do lugar da celebração ou da execução do
contrato ou outro conectado ao caso; III – são nulas as cláusulas de eleição de foro e de arbitragem
celebradas pelo consumidor. Parágrafo único. Aos conflitos decorrentes do fornecimento a distância
internacional, aplica‐se a lei do domicílio do consumidor, ou a norma estatal escolhida pelas partes,
desde que mais favorável ao consumidor, assegurando igualmente o seu acesso à Justiça.”

73 Veja-se GONÇALVES, Anabela Susana de Sousa. Da responsabilidade extracontratual em direito


internacional privado – A mudança de paradigma. Almedina: Coimbra, 2013. p. 187 ss.

74 Veja, por todos, as magistrais lições de ARAÚJO, Nádia. ARAUJO, Nadia de. Direito internacional
privado: teoria e prática brasileira. 6. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: RT, 2018.

75 Veja detalhes em meu artigo MARQUES, Claudia Lima. Novos rumos do direito internacional

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privado quanto às obrigações resultantes de atos ilícitos. RT 629/72 ss.

76 Veja detalhes em FURTADO ROBERTO, Wilson. Dano transnacional e internet – Direito aplicável e
competência internacional. Curitiba: Juruá, 2010. p. 248 ss.

77 MARTINS CASTRO, Luiz Fernando. O comércio eletrônico e a defesa do consumidor no direito


brasileiro e no Mercosul. In: Silva Júnior, Roberto Rodrigues da (Coord.). Internet e direito –
Reflexões doutrinárias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. p. 138 e ss. E, mais recente, o livro de
MULHOLLAND, Caitlin. Internet e contratação: panorama das relações contratuais eletrônicas de
consumo. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.

78 MARQUES, Claudia Lima. 25 anos a comemorar: horizontes alcançados pelo Código Brasileiro de
Defesa do Consumidor de 1990 e horizontes a alcançar, em especial na proteção internacional dos
consumidores, in MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno (Org.); OLIVEIRA, Amanda Flávio de
(Org.). 25 anos do Código de Defesa do Consumidor: trajetória e perspectivas. 1. ed. São Paulo: RT,
2016, p. 395 e seg.

79 Como ensina Nádia de Araújo, “o Parecer n. 243/2014 citar expressamente a necessidade de


atualizar também as normas que regem o comércio internacional, que estavam previstas no art. 9.º
da LINDB. Segundo o Senador Ricardo Ferraço, “não houve como desconhecer, no substitutivo
proposto ao PLS 281, a nova dimensão internacional do consumo, sob pena de não preparar o CDC
e a legislação brasileira para os próximos anos” (ARAÚJO, Nádia de. A proteção do consumidor nos
contratos internacionais: necessidade de regulamentação específica se torna realidade no Brasil e
demais países do Mercosul. Revista de Direito do Consumidor, v. 100, jul.-ago. 2015. p. 451-471.

80 Veja MARQUES, Claudia Lima. Consumer protection in private international law rules: the need
for an Interamerican Convention on the law applicable to some consumer contracts and consumer
transactions. In: BOURGOIGNIE, T. (Dir.). Regards croisés sur les enjeux contemporains du droit de
la consommation. Blais (2006). p. 145ss.

81 Assim conclui em MARQUES, Claudia Lima. “Brésil – Rapport national”. In: D. P. Fernández Arroyo
(Ed.). Consumer Protection in International Private Relationships. Asunción: CEDEP, 2010. p. 47ss.

82 Assim: [www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1408274&
filename=PL+3514/2015].

83 Veja a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em setembro de 2015,


[www.12.senado.leg.br], e no Plenário e remessa à Câmara em novembro de 2015:
[www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/106768].

84 A regra sobre delitos flexibiliza a lex loci delicti commissi: “Art. 9º-C. As obrigações
extracontratuais, caso nenhuma das partes envolvidas possua domicílio ou sede no país em que
ocorrer o acidente, dano, fato ou ato ilícito, reger-se-ão pela lei do lugar onde os efeitos se fizerem
sentir. Disponível em: [www.camara.gov.br/proposicoesWeb/
prop_mostrarintegra?codteor=1408274&filename=PL+3514/2015].

85 Note-se que o PL 3514,2015 ainda revoga “o inciso II do art. 101 da Lei 8.078, de 11 de
setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), e os §§ 1º e 2º do art. 9º do Decreto-lei
4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).”

86 FERNANDEZ Arroyo, Diego, Derecho internacional privado interamericano – Evolución y


perspectivas. Buenos Aires: Rubinzal-Culzoni, 2000. p. 79.

87 Texto publicado em Revista de Direito do Consumidor, v. 118, ano 27, São Paulo, jul.-ago. 2018.
p. 565.

88 FRIEDRICH, Tatyana Scheila; ANDRADE, Isabela Piacentini de. Lei aplicável a contratos
internacionais no Mercosul. Revista Brasileira de Direito Internacional, Curitiba, v. 2, n. 2, jul.-dez.
2005. p. 39 ss.

89 Veja [www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2017/11/mercosul-tera-base-comum-em-defesa-
do-consumidor].

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90 Assim: [https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/12/epoca-negocios-mercosul-
podera-aprovar-proposta-brasileira-sobre-direito-do-consumidor.html].

91 Veja TELLECHEA BERGMAN. Protocolo de cooperação e assistência jurisdicional em matéria civil,


comercial, trabalhista e administrativa entre os Estados-Membros do Mercosul. In : MARQUES,
Claudia Lima (Ed.). Estudos sobre a proteção no Brasil e no Mercosul. Porto Alegre: Livraria dos
Advogados, 1994, 220 ss; e MARQUES, Claudia Lima. O “direito do Mercosul”: direito oriundo do
Mercosul, entre direito internacional clássico e novos caminhos de integração. Derecho del Mercosur
y de la Integración. Buenos Aires/Porto Alegre: Síntese), n. 1, fev. 2003. p. 61 ss.

92 Assim os textos: Protocolo de Las Leñas de cooperación y asistencia jurisdiccional en materia


civil, comercial, laboral y administrativa (CMC. DEC. 5/92), Protocolo de Buenos Aires sobre
jurisdicción internacional en materia contractual (CMC. DEC. 1/94), Protocolo de medidas cautelares
(CMC. DEC. 27/94), Protocolo de Santa María sobre jurisdicción internacional en materia de
relaciones de consumo (CMC. DEC. 10/96), Acuerdo sobre arbitraje comercial internacional del
mercosur (CMC. DEC. 3/98), Protocolo de San Luis en materia de responsabilidad civil emergente de
accidentes de tránsito entre los Estados Partes del mercosur (CMC. DEC. 1/96) ; Acuerdo de
transporte multimodal internacional entre los Estados Partes del mercosur (CMC. DEC. 15/94).

93 Assim JAYME, Erik; KOHLER, Christian. L'interaction des règles de conflit contenues dans le droit
dérivé de la Communauté Européenne et des conventions de Bruxelles et de Rome. Rev. Crit.
Internat. Privé, 84 (1) jan.-mar. 1995.

94 Também conhecidos como multipropriedade na definição de Gustavo Tepedino,: “Com o termo


multipropriedade designa-se, genericamente, a relação jurídica de aproveitamento econômico de
uma coisa móvel ou imóvel, repartida em unidades fixas de tempo, de modo que diversos titulares
possam, cada qual a seu turno, utilizar-se da coisa com exclusividade e de maneira perpétua”
(TEPEDINO, Gustavo. Multipropriedade imobiliária. São Paulo: Saraiva, 1993, p. 1).

95 Veja KEMELMAYER DE CARLUCCI, Aida, El tiempo compartido (mal llamada multipropriedad) y la


defensa de los consumidores en el derecho comunitario europeo. Posible proyección al Mercosur.
Derecho del Consumidor, v. 7, 1996. p. 92 ss.

96 Veja MARQUES, Claudia Lima. Contratos de time-sharing e a proteção dos consumidores: crítica
ao direito civil em tempos pós-modernos. Revista de Direito do Consumidor, v. 22, abr.-jun. 1997. p.
64 ss. Veja mais recentemente, VIEIRA, Luciane Klein. Os 25 anos de vigência do CDC e as relações
internacionais de consumo: desafios e perspectivas. Revista de Direito do Consumidor, v. 103. p.
101-125.

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