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I.

Constituição da República Portuguesa – artigo 60º


II. A Lei nº 24/96, de 31 de Julho, (Lei de Defesa do Consumidor) estabelece o
regime jurídico aplicável à defesa dos consumidores.
 
Alguns direitos previstos na Lei de Defesa do Consumidor

Direito à qualidade dos bens e serviços


Os bens e serviços destinados ao consumo devem ser aptos a satisfazer os fins a
que se destinam e produzir os efeitos que se lhes atribuem, segundo as normas
legalmente estabelecidas, ou, na falta delas, de modo adequado às legítimas
expectativas do consumidor.

Direito à proteção da saúde e da segurança física


É proibido o fornecimento de bens ou a prestação de serviços que, em condições
de uso normal ou previsível, incluindo a duração, impliquem riscos incompatíveis
com a sua utilização, não aceitáveis de acordo com um nível elevado de proteção
da saúde e da segurança física das pessoas.
Direito à formação e à educação para o consumo:
Educação
Incumbe ao Estado a promoção de uma política educativa para os consumidores,
através da inserção nos programas e nas atividades escolares, bem como nas
ações de educação permanente, de matérias relacionadas com o consumo e os
direitos dos consumidores, usando, designadamente, os meios tecnológicos
próprios numa sociedade de informação;
Educação e Formação - Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e às
autarquias locais desenvolver ações e adotar medidas tendentes à formação e à
educação do consumidor.
A informação para o consumo; 
Informação em geral - Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e às autarquias
locais desenvolver ações e adotar medidas tendentes à informação em geral do
consumidor;
Publicidade lícita – a regulação da publicidade não protege unicamente os
interesses do consumidor, mas do cidadão.
Informação em especial - O fornecedor de bens ou prestador de serviços deve,
tanto nas negociações como na celebração de um contrato, informar de forma
clara, objetiva e adequada o consumidor, nomeadamente, sobre características,
composição e preço do bem ou serviço, bem como sobre o período de vigência do
contrato, garantias, prazos de entrega e assistência após o negócio jurídico.
Têm especial importância nesta matéria os seguintes aspetos:
  - Informação pré-contratual
- Direito de retratação
- Direito de compensação

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Direito à proteção dos interesses económicos; 
O consumidor tem direito à proteção dos seus interesses económicos, impondo-se
nas relações jurídicas de consumo a igualdade material dos intervenientes, a
lealdade e a boa fé, nos preliminares, na formação e ainda na vigência dos
contratos.
Têm especial importância nesta matéria os seguintes aspetos:
  - Informação pré-contratual
- Informação contratual
- Cláusulas contratuais gerais
- Assistência após venda
- Retenção gratuita de bens ou serviços não solicitados
- Métodos de venda agressivos
- Práticas comerciais desleais
- Direito de retratação
Por fim, a Lei assegura o carácter injuntivo dos direitos dos consumidores,
isto é, garante a sua prevalência e indisponibilidade

III. Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de Abril - transposição para o direito interno da


Directiva n.º 1999/44/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Maio,
relativa a certos aspectos da venda de bens de consumo e das garantias a ela
relativas, com vista a assegurar a protecção dos interesses dos consumidores

IV. Decreto-Lei n.º 84/2021, de 18 de outubro


a) Reforça os direitos dos consumidores na compra e venda de bens de consumo,
transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva (UE) 2019/771, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 20 de maio de 2019, relativa a certos aspetos dos
contratos de compra e venda de bens, que altera o Regulamento (UE) 2017/2394 e
a Diretiva 2009/22/CE e que revoga a Diretiva 1999/44/CE;
b) Estabelece o regime de proteção dos consumidores nos contratos de
fornecimento de conteúdos ou serviços digitais, procedendo à transposição para a
ordem jurídica interna da Diretiva (UE) 2019/770, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 20 de maio de 2019, sobre certos aspetos relativos aos contratos de
fornecimento de conteúdos e serviços digitais.
2 - O presente decreto-lei estabelece ainda:
a) O regime aplicável à compra e venda de bens imóveis em caso de falta de
conformidade;
b) A responsabilidade direta do produtor em caso de falta de conformidade dos
bens, conteúdos ou serviços digitais;
c) A responsabilidade dos prestadores de mercado em linha;
d) O regime sancionatório aplicável ao incumprimento dos deveres do
profissional.

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V. O Decreto-Lei n.º 109-G/2021, se 10 de Dezembro
Rransposição parcial para a ordem jurídica nacional da Diretiva (UE)
2019/2161, alterando várias normas de proteção dos consumidores
contidas em diferentes diplomas.
Analisamos em seguida as principais novidades a ter em conta:

 O Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de outubro, que institui o regime


jurídico das cláusulas contratuais gerais passa a tipificar como
contraordenação a utilização de cláusulas absolutamente
proibidas. Esta alteração assume especial relevância uma vez que
até agora a utilização de cláusulas absolutamente proibidas
apenas gerava a nulidade das mesmas;
 O Decreto-Regulamentar n.º 38/2012, de 10 de abril passa
a estabelecer a competência da Direção Geral do Consumidor
para fiscalizar o cumprimento do diploma das cláusulas
contratuais gerais;
 O Decreto-Lei n.º 138/90, de 26 de abril, que regula a indicação de
preços dos bens destinados à venda a retalho, no qual foram
introduzidas alterações, passa a prever que qualquer indicação
relativa a uma prática comercial de redução de preço, a respeito
de bens destinados à venda a retalho, deve indicar o preço mais
baixo anteriormente praticado. Pretende-se obter assim uma
maior transparência na indicação dos preços devendo as
empresas sempre que se referem a saldos, promoções ou
liquidações indicar o preço mais baixo anteriormente praticado;
 O Decreto-Lei n.º 70/2007, de 26 de março, que regula as práticas
comerciais com redução de preço, altera a definição do preço mais
baixo anteriormente praticado o qual passa a ser o preço mais
baixo a que o produto foi vendido nos últimos 30 dias
consecutivos anteriores à aplicação da redução do preço. Assim, a
referência para a indicação do preço que atualmente se situa nos
90 dias anteriores à aplicação da redução do preço passará para
30 dias. Adicionalmente a obrigatoriedade de exibição do preço
mais baixo anteriormente praticado nos letreiros, etiquetas ou
listas nas quais os preços sejam afixados deixa de ser alternativa
à indicação da percentagem de redução de preço;

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 O Decreto-Lei n.º 57/2008, de 26 de março, que estabelece o regime
aplicável às práticas comerciais desleais das empresas nas relações
com os consumidores passa, entre outras alterações, a prever: (i) o
dever de o prestador do mercado em linha informar os
consumidores se o terceiro que oferece os bens ou serviços
através do seu mercado em linha é ou não um profissional; (ii)
dever de o prestador de mercado em linha informar os
consumidores dos parâmetros determinantes da classificação das
propostas apresentadas em resultado das pesquisas destes e o
dever de referirem se as avaliações efetuadas por consumidores
que sejam por si disponibilizadas são verificadas e de que forma
o são; (iii) o direito do consumidor face a uma prática comercial
desleal à redução adequada do preço ou à resolução do contrato;
 O Decreto-Lei n.º 24/2014, de 14 de fevereiro, relativo aos contratos
celebrados à distância e fora do estabelecimento comercial , o qual,
entre outras alterações passa a prever (i) uma alteração do seu
âmbito de aplicação alargando-o a  determinados contratos de
fornecimento ou prestação de serviços digitais ou de serviços com
conteúdos digitais; (ii) a introdução de novos requisitos de
informação pré-contratual; (iii) o alargamento do prazo do
direito de livre resolução de 14 para 30 dias nos casos específicos
de contratos celebrados fora do estabelecimento, no domicilio do
consumidor ou no âmbito de excursões organizadas, e, por fim;
 A Lei n.º 24/96, de 31 de julho, que estabelece o regime legal
aplicável à defesa dos consumidores (Lei de Defesa do
Consumidor), na qual foram introduzidas alterações
relativamente à informação a prestar aos consumidores,
designadamente no caso de garantias, serviços pós-venda e
funcionalidade de bens com elementos digitais.

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