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O direito do consumo em Portugal tem suas origens em um conjunto de eventos históricos e

legislativos. A sua evolução pode ser traçada em cinco linhas:

Regime do Estado Novo: Durante o período do Estado Novo em Portugal (1933-1974), não
havia uma legislação específica de proteção ao consumidor. O regime era caracterizado por um
controle estatal rígido sobre a economia e pouca atenção aos direitos dos consumidores.

Adesão à União Europeia: A entrada de Portugal na União Europeia, em 1986, trouxe consigo a
obrigatoriedade de harmonização das leis nacionais com as diretrizes europeias. Isso incluiu a
adoção de medidas de proteção ao consumidor.

Código do Consumidor: Em 1995, foi promulgado o Código do Consumidor, que estabeleceu os


direitos e deveres dos consumidores em Portugal. Esse código introduziu conceitos
fundamentais, como o direito à informação, à segurança e à reparação de danos.

Diretivas Europeias: Ao longo dos anos, Portugal tem vindo a transpor para a legislação
nacional diversas diretivas europeias relacionadas com o direito do consumo. Essas diretivas
têm como objetivo garantir um elevado nível de proteção aos consumidores em áreas como
contratos à distância, publicidade enganosa e práticas comerciais desleais.

Reforço da Proteção: Desde a implementação do Código do Consumidor, têm ocorrido


atualizações e reforços na proteção aos consumidores em Portugal. Isso inclui medidas como a
criação de entidades de resolução alternativa de litígios, a promoção da educação do
consumidor e o aumento da fiscalização das práticas comerciais.

Definição consumidor:

O consumidor, nos termos do artigo 2.º da Lei 24/96 e do artigo 2.º, alíneas g) e o) do Decreto-
Lei n.º 84/2021, é uma pessoa que se enquadra em diferentes elementos:

Elemento subjetivo: Refere-se à condição da pessoa física ou jurídica que adquire, utiliza ou
solicita bens ou serviços no âmbito de uma relação de consumo.

Elemento objetivo: Diz respeito à aquisição, utilização ou solicitação de bens ou serviços que
não se destinam a atividades profissionais ou comerciais.

Elemento teleológico - uso misto: Considera-se consumidor quando a aquisição, utilização ou


solicitação de bens ou serviços é destinada tanto a fins pessoais quanto profissionais, desde
que a dimensão pessoal prevaleça.

Elemento relacional: Envolve a relação estabelecida entre o consumidor e o fornecedor,


caracterizada pela posição de vulnerabilidade do consumidor e pela assimetria de informações.

Portanto, um consumidor, de acordo com essa legislação, é uma pessoa física ou jurídica que
adquire, utiliza ou solicita bens ou serviços, não com finalidade profissional ou comercial
predominante, mantendo uma relação de consumo em que está em posição de vulnerabilidade
em relação ao fornecedor.
Preço:

O preço desempenha um papel fundamental nas relações de consumo, garantindo a


transparência e proteção dos consumidores. De acordo com o artigo 8.º, n.º 1 da Lei de Defesa
do Consumidor (LDC), os fornecedores são obrigados a indicar de forma clara e precisa os
preços dos bens ou serviços oferecidos.

No contexto das práticas comerciais com redução de preços, reguladas pelo Decreto-Lei
70/2007, de 26 de março, é importante compreender sua definição e regime jurídico.
Conforme o artigo 3.º, n.º 1, alínea b) desse decreto-lei, as promoções são consideradas
práticas comerciais com redução de preços.

No entanto, é essencial que as promoções cumpram as disposições legais. O preço de


referência, mencionado nos artigos 5.º e 5.º-A, deve refletir uma redução real de preço durante
a promoção. Caso contrário, se o preço permanecer o mesmo antes e durante a promoção,
configura-se uma clara violação. A fiscalização dessas práticas é regulada pelo artigo 15.º do
Decreto-Lei 70/2007.

A não conformidade com as disposições legais pode levar a consequências sérias. Nos termos
do artigo 16.º, n.º 1 do Decreto-Lei 70/2007, configura-se uma contraordenação económica
grave, sujeita a penalidades.

Portanto, é fundamental que os fornecedores cumpram as obrigações legais relacionadas à


indicação de preços e às práticas comerciais com redução de preços, garantindo que as
promoções sejam realizadas de forma transparente e respeitando os direitos dos
consumidores. A fiscalização adequada dessas práticas contribui para a proteção e confiança
dos consumidores no mercado.

Contrato celebrado a distância:

Os Contratos celebrados à distância são uma modalidade contratual regulada pelo Decreto-Lei
24/2014, de 14 de fevereiro. É importante compreender a definição desse tipo contratual,
conforme estabelecido no artigo 3.º, alíneas h) e w), desse diploma legal. Essa definição
abrange as características e os meios utilizados para a celebração desses contratos à distância.

No âmbito desses contratos, é relevante entender as definições de consumidor e profissional,


conforme especificado no artigo 3.º, alíneas e) e n) do Decreto-Lei 24/2014. Essas definições
estabelecem as partes envolvidas nesses contratos, identificando a posição do consumidor e
do profissional.

O regime jurídico dos Contratos celebrados à distância é abrangido pelos artigos 4.º a 8.º do
Decreto-Lei 24/2014. Essas disposições estabelecem as obrigações e direitos das partes
envolvidas, incluindo informações pré-contratuais, forma de celebração, prazos de execução e
responsabilidades.

Uma solução essencial prevista nesse regime é o direito de arrependimento. Os artigos 10.º a
14.º do Decreto-Lei 24/2014 estabelecem o direito do consumidor de desistir do contrato
celebrado à distância, sem a necessidade de justificar a sua decisão, dentro de um
determinado prazo.

Assim, essas leis relacionadas aos Contratos celebrados à distância garantem a proteção dos
consumidores, estabelecendo regras claras para a celebração e execução desses contratos. O
direito de arrependimento é uma salvaguarda importante, assegurando que os consumidores
tenham a possibilidade de reconsiderar sua decisão sem penalidades injustas. O cumprimento
dessas disposições legais contribui para a transparência e a confiança nas transações à
distância.

Contratos celebrados fora do estabelecimento comercial

Os Contratos celebrados fora do estabelecimento comercial são uma modalidade contratual


regulada pelo Decreto-Lei 24/2014, de 14 de fevereiro. É importante compreender a definição
desse tipo contratual, conforme estabelecido no artigo 3.º, alínea i), subalínea vi), desse
diploma legal. Essa definição abrange os contratos celebrados em locais diferentes do
estabelecimento comercial, como a residência do consumidor.

No âmbito desses contratos, é relevante entender as definições de consumidor e profissional,


conforme especificado no artigo 3.º, alíneas e) e n) do Decreto-Lei 24/2014. Essas definições
estabelecem as partes envolvidas nesses contratos, identificando a posição do consumidor e
do profissional.

O regime jurídico dos Contratos celebrados fora do estabelecimento comercial é abrangido


pelos artigos 4.º a 8.º do Decreto-Lei 24/2014. Essas disposições estabelecem as obrigações e
direitos das partes envolvidas, incluindo informações pré-contratuais, forma de celebração,
prazos de execução e responsabilidades.

Uma solução essencial prevista nesse regime é o direito de arrependimento. Os artigos 10.º a
14.º do Decreto-Lei 24/2014 estabelecem o direito do consumidor de desistir do contrato
celebrado fora do estabelecimento comercial, sem a necessidade de justificar a sua decisão,
dentro de um determinado prazo.

Assim, essas leis relacionadas aos Contratos celebrados fora do estabelecimento comercial
garantem a proteção dos consumidores, estabelecendo regras claras para a celebração e
execução desses contratos. O direito de arrependimento é uma salvaguarda importante,
assegurando que os consumidores tenham a possibilidade de reconsiderar sua decisão sem
penalidades injustas. O cumprimento dessas disposições legais contribui para a transparência e
a confiança nas transações realizadas fora do estabelecimento comercial.
Praticas comercio desleal

As Práticas Comerciais Desleais são regulamentadas pelo Decreto-Lei n.º 57/2008, de 26 de


março. O objeto dessa legislação é estabelecer regras e normas para coibir práticas enganosas
e desleais no âmbito das relações de consumo.

É importante compreender as definições de consumidor e profissional, conforme especificado


no artigo 3.º, alíneas a) e b) do Decreto-Lei n.º 57/2008. Essas definições determinam as partes
envolvidas nas transações comerciais e a posição do consumidor em relação ao profissional.

No que se refere às Práticas Comerciais Desleais, é essencial entender sua definição, conforme
estabelecido nos artigos 5.º e 6.º, alínea c) do Decreto-Lei n.º 57/2008. Essas disposições
descrevem comportamentos que são considerados desleais, enganosos ou agressivos, visando
a proteção do consumidor.

No caso das Práticas Comerciais Agressivas, o artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 57/2008 trata
especificamente dessas ações que visam coagir ou pressionar o consumidor a tomar uma
decisão de compra de forma precipitada ou prejudicial.

Os direitos do consumidor também são abordados nessa legislação. O artigo 14.º do Decreto-
Lei n.º 57/2008 estabelece direitos fundamentais, como o direito à informação clara, completa
e precisa, o direito de não ser submetido a práticas comerciais desleais e o direito a um recurso
efetivo em caso de violação dessas práticas.

Dessa forma, as leis relacionadas às Práticas Comerciais Desleais têm como objetivo principal
proteger os consumidores de comportamentos enganosos, desleais e agressivos no contexto
das relações de consumo. Ao assegurar direitos e impor normas de conduta justas, essas leis
visam promover a transparência e a confiança nas transações comerciais, fortalecendo a
proteção do consumidor.

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