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CASO PRÁTICO DR CONSUMO

1) Dinarco, individuo fanfarrão e mulherengo, procura impressionar as suas


“namoradas” com sinais exteriores de riqueza, apesar de viver, às custas
da mãe, numa pequena cave sem acesso a luz natural nem à rede de
fornecimento de água.
2) Um dos seus novos esquemas passa por adquirir certos bens, exibi-los
para depois, dentro de um curto espaço de tempo, devolvê-los, sem
justificação, junto do vendedor.
3) Com esse intuito, Dinarco celebrou um contrato realizado fora do
estabelecimento com Cornélia, através da adesão a cláusulas contratuais
gerais para a aquisição de um determinado bem. Cornélia propôs-lhe o
preço de venda de 300 euros + IVA, apesar da lei fixar o preço em 350
euros + IVA.
4) Para sua surpresa, Dinarco, deparou-se com uma das cláusulas que
continha os seguintes dizeres “O comprador não pode, em caso algum,
devolver o bem adquirido”, todavia não deu muito importância e
decidiu avançar.
5) Importa referir que as partes acordaram que o pagamento dos referidos
300 euros + IVA seria realizado no dia 1 de maio de 2020, mas não foi
acordada a data da entrega do bem nem o respetivo local.
6) Dinarco cumpriu com a sua parte, mas ainda continua à espera que
Cornélia cumpra com a sua. O pior é que aquele, devido a alguns rumores
que lhe chegaram aso ouvidos, desconfia que o bem que comprou é usado
e que Cornélia é uma desempregada que nem sequer tem uma loja ou
qualquer estabelecimento. Teme ter sido engando e teme não ser ele a
conseguir enganar, tal como está habituado.
Quid Iuris?
1) paragrafo, sem relevância jurídica
2) O direito de arrependimento é um instituto particular do direito de consumo,
não existe em outros ramos do direito, surge nos anos 70 na europa, em Portugal
em 1987, DL nº272/87, entretanto já revogado, este decreto de lei bem no
seguimento de uma diretiva da CEE, diretiva 85/577/CEE
O 2º paragrafo refere-se ao direito de arrependimento, Dinarco está a aproveitar
um direito de arrependimento para adquirir o bem, usa-lo para depois devolve-
lo recebendo o dinheiro de volta ou ficar com o crédito para comprar outra
coisa, isto tem relevância jurídica.
Não tem que haver motivo e tem que ter prazo (14 Dias)
O 3) paragrafo refere-se á formação do contrato, existe uma celebração de
contrato entre dois indivíduos com
preço.
No que diz respeito á sua formação temos aqui uma proposta e aceitação
O DL 24/2014, de 14 de fevereiro é, então, aplicável aos contratos celebrados à
distância e aos celebrados fora do estabelecimento comercial, com o intuito de
promover a transparência das práticas comerciais e salvaguardar os interesses
legítimos dos consumidores (artigo 2º, nº 1).
No entanto, o artigo 2º, nº 2 exclui do âmbito de aplicação da contratação à
distância e fora do estabelecimento comercial alguns contratos
A noção de contrato celebrado à distância encontra previsão legal no artigo 3º,
al. f). Traduz-se naquele outorgado entre um consumidor e um profissional, sem
presença física simultânea de ambos, que tenha como objeto o fornecimento de
bens ou a prestação de serviços.
Os contratos fora do estabelecimento comercial estão regulados pelo o diploma
DL 24/2014, de 14 de fevereiro

O artigo 3º, al. g) do DL 24/2014, de 14 de fevereiro, estabelece a noção de


contrato celebrado fora do estabelecimento comercial por remissão a diversas
subcategorias contratuais dispersas pelas suas subalíneas. Trata¬-se, pois, do
contrato celebrado na presença física simultânea do profissional e consumidor
em local que não seja o estabelecimento comercial, incluindo os casos em que é
o consumidor a fazer uma proposta contratual, abrangendo os contratos:
Contudo o consumidor está a violar a boa fé
O artigo 762º, nº 2 do CC estabelece um princípio geral relativo ao
cumprimento contratual, transversal aos contratos de natureza civil, que impõe
que no cumprimento da obrigação e no exercício do correspondente direito as
partes devam proceder de boa-fé. A boa-fé é um conceito ético-jurídico,
relativamente ao qual não corresponde um conteúdo rígido e uniforme, pois,
apresenta contornos variáveis ou flexíveis, determinados em função das
circunstâncias de cada caso, e que impõe um padrão de conduta assente na
lealdade, correção, diligência e lisura
O 4º paragrafo refere-se a clausulas contratuais
O artigo 9º, nº 2 da LDC, com o intuito de prevenir abusos resultantes de
contratos pré-elaborados e promover a igualdade material dos contraentes,
estabelece, por um lado, a obrigação de redação clara e precisa, em caracteres
facilmente legíveis das CCG e, por outro, a proibição de inclusão de tais
cláusulas em contratos singulares que originem significativo desequilíbrio em
detrimento do consumidor.
A utilização de CCG rege-se pelo DL 446/85, de 25 de outubro que estabelece
regras relativas à sua inclusão em contratos singulares, à sua interpretação e
integração e à fiscalização do seu conteúdo, e que analisaremos seguidamente.
A noção de Clausulas Contratuais Gerais resulta do disposto no artigo 1º, nº 1
do DL 446/85, de 25 de outubro. Trata-se, pois, de cláusulas pré-elaboradas,
unilateralmente formuladas, sem negociação prévia e cujo conteúdo o
destinatário não pôde influenciar. Para qualificar um contrato de adesão releva,
em primeiro lugar, a unilateralidade das cláusulas, em segundo, que tais
cláusulas contemplem de forma genérica e massificada os interesses
económicos do proponente e, em terceiro lugar, que ao potencial aderente não
lhe assista a possibilidade de negociação, limitando-se a aceitá-las ou rejeitá-las.
Neste contrato o preço está inferior ao que está de acordo com a lei, e por isso
viola esse princípio.
A razão porque a lei fixe o preço e outras vezes não o faz?
Por causa da proteção do pequeno comercio
obrigação de indicação dos preços resulta do DL 138/90, de 26 de abril
(alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 162/99 de 13 de maio) conjugado
com o artigo 8º, nº 1, als. c) e d) da LDC.
É imperativo que a proposta contratual contenha todos os elementos necessários
para avaliar, comparar preços, escolher e decidir com mais informação e
conhecimento no momento da celebração do contrato, assegurando-se,
igualmente, uma maior transparência no funcionamento do mercado. Portanto, o
profissional deve indicar o preço total dos bens ou serviços, incluindo os
montantes das taxas e impostos, os encargos suplementares de transporte e as
despesas de entrega e postais, quando for o caso, bem como o modo de cálculo
do preço, nos casos em que, devido à natureza do bem ou serviço, o preço não
puder ser calculado antes da celebração do contrato (artigos 8º, nº 1, al. c), d) e
e) da LDC e 1º do DL 138/90, de 26 de abril)
A omissão de indicação do preço constitui, igualmente, uma prática comercial
desleal, em concreto, uma omissão enganosa nos termos dos artigos 9º, nº 1 e
10º, al. c) do DL 57/2008, de 26 de março.
A matéria relativa às práticas comerciais com redução de preço, cujo propósito
seja o de escoar existências, aumentar o volume de vendas ou promover o
lançamento de um produto não comercializado anteriormente, é regulada pelo
DL 70/2007, de 26 de março.

Dinarco, deparou-se com uma das cláusulas que continha os seguintes dizeres
“O comprador não pode, em caso algum, devolver o bem adquirido” esta
clausula é abusiva nos termos dos art.º 15,16, 17,18,19,20,22 que tratam das
clausulas abusivas, ver nas alíneas
Ver art.º 18, al. b, f DL 446/85
Artigo 18.º
Cláusulas absolutamente proibidas
São em absoluto proibidas, designadamente, as cláusulas contratuais gerais que:
a) Excluam ou limitem, de modo direto ou indireto, a responsabilidade por
danos causados à vida, à integridade moral ou física ou à saúde das pessoas;
b) Excluam ou limitem, de modo direto ou indireto, a responsabilidade por
danos patrimoniais extracontratuais, causados na esfera da contraparte ou de
terceiros;
c) Excluam ou limitem, de modo direto ou indireto, a responsabilidade por não
cumprimento definitivo, mora ou cumprimento defeituoso, em caso de dolo ou
de culpa grave;
d) Excluam ou limitem, de modo direto ou indireto, a responsabilidade por atos
de representantes ou auxiliares, em caso de dolo ou de culpa grave;
e) Confiram, de modo direto ou indireto, a quem as predisponha, a faculdade
exclusiva de interpretar qualquer cláusula do contrato;
f) Excluam a exceção de não cumprimento do contrato ou a resolução por
incumprimento;
g) Excluam ou limitem o direito de retenção;
h) Excluam a faculdade de compensação, quando admitida na lei;
i) Limitem, a qualquer título, a faculdade de consignação em depósito, nos
casos e condições legalmente previstos;
j) Estabeleçam obrigações duradouras perpétuas ou cujo tempo de vigência
dependa apenas da vontade de quem as predisponha;
l) Consagrem, a favor de quem as predisponha, a possibilidade de cessão da
posição contratual, de transmissão de dívidas ou de subcontratar, sem o acordo
da contraparte, salvo se a identidade do terceiro constar do contrato inicial.
Artigo 12.º (Cláusulas proibidas)
As cláusulas contratuais gerais proibidas por disposição deste diploma são nulas
nos termos nele previstos.

O direito á informação
Declaração de aceitação à Cornélia
Falta da entrega bem do art.º 9 – B LCD
Ele pode resolver o contrato, mas a indeminização é no tribunal
Ele não exerce profissão Dinarco, art.º2 nº1 , da LDC

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