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Com previsão expressa no art. 5º, LIV, da Constituição Federal, ao lado da
Dignidade da Pessoa Humana, o Devido Processo Legal é um princípio regente,
de valor pré-constituinte e hierarquia supraconstitucional, igualmente
sustentáculo da efetividade das propostas do Estado Democrático de Direito,
garantindo que a prestação jurisdicional somente se concretize mediante o
respeito de regras instrumentais previamente estabelecidas, distante das quais
ninguém poderá sofrer sanção penal. Em outras palavras, o devido processo
legal exige respeito aos mecanismos procedimentais fixados, somente em razão
dos quais o Estado pode conferir a cada um o que merece.
Com efeito, denota-se que o devido processo legal é sustentáculo para todos os
demais princípios norteadores penais e processuais penais, reclamando sua
observância e fiel cumprimento, como instrumentos de garantia da prestação
jurisdicional.
Por fim, acerca da terminologia empregada, é certo que o devido processo legal
deve ser observado por todos os ramos do direito processual e, em se tratando
da seara penal, inexiste motivos para se conferir designação distinta¹, porquanto
obviamente voltada ao processo penal.
Aspectos criminais
Aspectos Processuais
NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado. 15. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2016 - nota 1 do art. 1º;
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Com previsão expressa no art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal, a Legalidade é
um princípio delimitador, que estabelece as margens para a atuação do Estado
Democrático de Direito, garantindo inexistir infração ou sanção desprovidas de
previsão legal.
Nesse passo, a Constituição Federal, em seu art. 22, inciso I, estabelece ser de
competência privativa da União legislar sobre matéria penal, tratando, portanto,
de atividade própria do Congresso Nacional a criação dos dispositivos penais.
Como cediço, em matéria penal, os tipos legais não devem ser imprecisos ou
genéricos, sob pena de ensejarem incertezas quanto a conduta ali descrita,
inclusive dando margem a discricionariedades em sua aplicação, uma vez
passível de interpretações indevidas. Ao revés, devem os tipos penais primar
pela constrição de seu alcance, ainda que providos de balizas interpretativas
(como ocorre com os elementos objetivos normativos, sujeitos ao juízo de
valoração pelo magistrado), evitando excessos ou desvios em sua aplicação.
Leitura Complementar
NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 16. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016 - nota 1-F, 4, 4-A, 5 e 8 do art. 1º;
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Com previsão expressa contigua ao Princípio da Legalidade, no art. 5º, XXXIX, da
Constituição Federal, a Anterioridade estabelece que as leis incriminadoras só
podem ser aplicadas para fatos póstumos, portanto praticados após o início de
sua vigência.
Este princípio é vital para a eficácia da Legalidade, garantindo prévia ciência aos
destinatários, quanto aos comportamentos definidos como ilícitos, bem como a
respectiva reprimenda a eles cominada, permitindo que, munidos desse
conhecimento, optem por infringir ou não a norma incriminadora.
Ademais, impõe a fixação prévia dos limites mínimo e máximo das penas,
dispondo acerca da longevidade pela qual pode se estender a limitação da
liberdade do infrator, pelo Estado.
Como cediço, não pode o Estado cercear a liberdade do sentenciando por prazo
indeterminado, uma vez inadmissível a existência de título judicial penal incerto.
Em outras palavras, as sentenças condenatórias devem respeitar as balizas
legais, fixando reprimendas por tempo certo, assim determinadas de acordo
com a previsão anterior contida em lei.
Sob esse aspecto, diversas críticas são levantadas quanto a ausência de prazo
máximo de execução das medidas de segurança, uma vez extensíveis por
período indeterminado aos inimputáveis, embora conferidas em razão da
prática de determinada infração, para qual são previstos limites legais de
cerceamento pelo Estado.
Por fim, não só em relação aos limites temporais, mas também quanto as
espécies de sanções cominadas, a Anterioridade deve ser respeitada, não se
podendo estipular reprimenda distinta daquela(s) cominada(s) para a prática
delitiva.
NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado. 16. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016 - nota 1-F e 6 do art. 1º;