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• A Constituição de 1988, em seu Título II, classifica o gênero

“direito e garantias fundamentais” em cinco espécies:

– Direitos e deveres individuais e coletivos


– Direitos sociais.
– Da nacionalidade.
– Direitos políticos.
– Partidos políticos.
• Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

• Titularidade dos direitos fundamentais – os direitos


fundamentais são aplicáveis aos brasileiros natos e
naturalizados e aos estrangeiros residentes ou em trânsito no
país.
• I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;

• Igualdade entre homens e mulheres – homens e mulheres


devem ser tratados de forma igual quando estiverem em
situação de igualdade e devem ser tratados de forma
diferenciada quando estiverem em situação de desigualdade.
• II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei;

• Princípio da legalidade da Administração Pública – A


Administração Pública só pode fazer o que a lei determina (art.
37 da CF/88).
• III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;

• IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o


anonimato;

• Direito Relativo – nem sempre é livre a manifestação de


pensamento;

• Vedação ao anonimato – é vedado o anonimato, obrigando a


manifestação responsável (identificada), possibilizando a
responsabilidade civil e penal do agressor.
• V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
• VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;

• País laico - o Brasil passou a ser um país laico, isto é, sem


religião oficial, permitindo a liberdade espiritual.
• VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
• VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

• Escusa de consciência - possibilita que o indivíduo recuse


cumprir determinadas obrigações ou praticar atos que
conflitem com suas convicções religiosas, políticas ou
filosóficas.
• Privação dos direitos políticos – a escusa de consciência sem
o cumprimento da prestação alternativa dá em ensejo, de
acordo com a doutrina majoritária à suspensão de direitos
políticos;

• Doutrina clássica – de acordo com a doutrina clássica,


entretanto, é uma hipótese de perda de direitos políticos
(Alexandre de Moraes).
• IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença;

• X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
• XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

• Domicílio – o termo casa deve ser entendida no sentido de


domicílio (em acepção mais ampla que no direito civil), incluindo:
– qualquer compartimento habitado permanente ou habitual (casa, barco,
trailer etc.);
– qualquer aposento ocupado de habitação coletiva (quarto de hotel,
pensão etc.)
– qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou
atividade (escritório, consultório etc.).
• Horários de violação de domicílio
DIA E NOITE APENAS DIA
- Flagrante delito; - Por ordem judicial.
- Desastre;
- Prestar socorro.

• Teorias sobre “dia”


– 06:00 as 18:00
– 06:00 as 20:00 (CPC – horário para o cumprimento dos atos processuais)
– Teoria físico-astronômica – da aurora ao crepúsculo.
• Possibilidade de violação de domicílio durante o dia por
ordem judicial – o STF fixou o entendimento de que é possível
a violação de domicílio profissional durante o dia por ordem
judicial para fins de colocação de escuta ambiental.

• Requisitos –
– Domicílio profissional;
– Ordem judicial;
– Colocação de escuta ambiental.
• XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;

• Caráter relativo.
SIGILO DE COMUNICAÇÃO TELEFÔNICA

ORDEM JUDICIAL
(nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer)

Instrução processual
Investigação criminal penal
• XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;

• XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e


resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional;
• XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens;

• Obs.: a lei pode restringir a liberdade de locomoção mesmo


em tempo de paz.
• XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
• Requisitos:
– Reunião pacífica e sem armas;
– Não pode frustrar outra reunião anteriormente marcada para o mesmo local;
– Independe de autorização;
– Depende de prévio aviso à autoridade competente.
• XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
vedada a de caráter paramilitar;

• Liberdade de criação de associação – é livre a criação de


associação para fins lícitos.

• Caráter paramilitar – associação paramilitar que tem como


pilares hierarquia, disciplina e utilização de armas.
• XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;

• Liberdade de criação de associações e cooperativas;

• Vedada a interferência do Estado em seu funcionamento.


• XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou
ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado;

• Decisão judicial recorrível;


Suspensão • Não transitada em julgado;

• Decisão judicial transitada


Dissolução em julgado.
• XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;

• Liberdade de associação – livre a filiação, a manutenção da


filiação e o cancelamento da mesma.
• XXI - as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente;

• Necessidade de autorização - para representação dos


associados é necessária autorização expressa.

• Mandado de segurança coletivo – NÃO há representação e,


portanto, não é preciso autorização expressa.
• XXII - é garantido o direito de propriedade;

• Sentido amplo – bens móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos


etc.

• Capitalismo – é permitida a propriedade privada dos meios de


produção.
• XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

• Condicionada à função social – deve ser revertida à função social.

• Imóvel rural – a função social está ligada, dentre outras coisas, à


produtividade, proteção ao meio ambiente, às leis de trabalho e
proporciona o bem estar dos proprietários e trabalhadores da
terra.

• Imóvel urbano – a função social está ligada ao plano diretor.


• Confisco – consiste na expropriação, sem direito à
indenização.

• Hipóteses:

– Terras que são utilizadas para o cultivo de plantas psicotrópicas;

– Terras que são cultivadas mediante trabalho escravo.


• XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição;

• Motivo de interesse público – necessidade / utilidade pública


/ interesse social.

• Indenização – justa, prévia e em dinheiro (salvo exceções


constitucionais).
• XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
• XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
desde que trabalhada pela família, não será objeto de
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
• Requisitos para a impenhorabilidade:
– Pequena propriedade rural;
– Trabalhada pela família;
– Débitos decorrentes da atividade produtiva.
• XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
– Vitaliciedade dos direitos autorais – enquanto o autor for vivo, ele gozará dos
direitos autorais sobre suas obras.

– Temporariedade dos direitos autorais – após a sua morte, os direitos autorais


são temporários, repassando aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
• XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à


reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras


que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas;
• XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção
às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País;

• XXX - é garantido o direito de herança;


• XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do "de cujus";

• Legislação aplicável – aplicação da lei mais benéfica.


• XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;

• XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
• XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:

– a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou


contra ilegalidade ou abuso de poder;

• Direito de petição – direito de peticionar aos órgãos públicos em busca de


sanar violação de direito ou em busca de informações.

• Titularidade – pode ser exercido por qualquer pessoa, inclusive estrangeiros.

• Pagamento – é um direito que independe de taxa, mas não necessariamente


gratuito.
– b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

• Direito de certidão – é o direito de obter certidões em repartições públicas para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.

• Pagamento - é um direito que independe de taxa, mas não necessariamente gratuito.

• Remédio constitucional para a sua defesa – caso não seja concedida a certidão no prazo legal (15
dias), o remédio cabível é o mandado de segurança e não o habeas data.
• XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
• Oba.: Não é obrigatório esgotar a via administrativa para só depois recorrer à via judicial. Porém tem
exceções.

Exceções em que é possível exigir que se


esgote a via administrativa

Justiça Reclamação Habeas


Desportiva ao STF data
• XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;
• Direito Adquirido: direito adquirido na vigência da lei anterior.

• Ato Jurídico Perfeito: o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

• Coisa Julgada: a decisão judicial definitiva, da qual não caiba recurso.


• XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

• XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização


que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;
• XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;

• Crime – para uma conduta ser considerada criminosa, é


necessária uma lei anterior que defina o ato como criminoso.

• Pena – para alguém ser punido, é necessário que exista lei


anterior estabelecendo a pena.
• XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

• Lei penal mais benéfica – a lei penal mais benéfica retroage.

• Lei penal mais maléfica – a lei penal mais maléfica não


retroage.
• XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais;
• XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
• Racismo x injúria racial – não confundir o racismo com a injúria racial.

• Entendimento do STF – o STF amplia o sentido de racismo para discriminação que impliquem
“distinções entre os homens por restrições ou preferências oriundas de raça, cor, credo,
descendência ou origem nacional ou étnica”.
• XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
• Inafiançável – que não cabe fiança;

• Pena de reclusão – regime fechado, aberto ou semiaberto (mais árdua do que a de detenção).
• XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático;
• XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
• Princípio da pessoalidade da pena – a regra é que a pena não passa da pessoa do condenado,
exceto a pena de perda de bens e ressarcimento de danos que podem ser repassadas aos sucessores
no limite do patrimônio transferido.
• XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
– a) privação ou restrição da liberdade;
– b) perda de bens;
– c) multa;
– d) prestação social alternativa;
– e) suspensão ou interdição de direitos;

• Princípio da individualização da pena – cada um responde


pelo crime da medida da sua culpabilidade.
• XLVII - não haverá penas:
– a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.
84, XIX;
– b) de caráter perpétuo;
– c) de trabalhos forçados;
– d) de banimento;
– e) cruéis;

• Obs.: Pena de banimento consiste na expulsão do brasileiro do


Brasil. Não é permitida pela CF/88.
• XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

• XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

• L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam


permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
• LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

• LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime


político ou de opinião;
EXTRADIÇÃO

BRASILEIRO
• Não pode ser extraditado
NATO

• Pode ser extraditado por crime comum, praticado


BRASILEIRO antes da naturalização;
• Ou por comprovado envolvimento em tráfico ilícito
NATURALIZADO de entorpecentes ou drogas afins.

• Pode ser extraditado, em regra.


ESTRANGEIRO • Não pode ser extraditado por crime político ou de
opinião.
DIREITOS FUNDAMENTAIS

• LIII - ninguém será processado nem


sentenciado senão pela autoridade
competente;

• Princípio do juiz natural – a ideia central desse


princípio é que todos tenham o direito de ser
julgados por um juiz e um juiz que tenha
competência para aquele julgamento determinado.
• LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem
o devido processo legal;

• LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e


aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
• LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;

• Juntada de prova ilícita no processo – constatando o juiz que fora juntada no


processo prova obtida por meios ilícitos deverá ele determinar que as mesmas
sejam retiradas dos autos (desentranhamento).

• Teoria dos frutos da árvore envenenada – dispõe que a prova ilícita originária
contamina as demais provas dela decorrentes
• LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;

• Inclusão do nome do réu no rol dos culpados – o princípio da presunção de inocência impede a
inclusão do nome do réu no rol dos culpados antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

• Prisão cautelar – esse princípio não impede a prisão cautelar (preventiva, temporária etc.).
• LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

• Identidade civil – é qualquer documento que, por força de lei, seja


reconhecido como identificação civil (RG, CNH etc.);

• Identificação criminal – feita na delegação quando da prisão, caso o


preso não possua identificação civil.
• LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
se esta não for intentada no prazo legal;
• Ação penal pública – proposta pelo Ministério Público (MP) por meio de denúncia;
• Ação penal privada – proposta pela ofendido ou seu representante legal por meio
de uma queixa-crime.
• Ação penal privada subsidiária da pública – proposta pelo ofendido ou seu
representante legal quando, sendo o crime de ação pública, o MP se mantiver inerte
(não denunciar nem requerer o arquivamento).
• LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem;

• Regra – as ações judiciais são públicas.

• Exceção – serão sigilosas quando o envolver a intimidade das


partes ou o interesse público o exigir.
• LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

• Espécies de prisão constitucionalmente permitidas:


– Flagrante delito;
– Ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente;
– Transgressão militar ou crime propriamente militar.
• LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada;

• Vedação de sigilo de prisão e incomunicabilidade do preso – é


vedado o sigilo da prisão, bem como não pode se manter o
preso incomunicável.
• LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado;

• Direito à assistência – o preso tem direito à assistência da família e de advogado.

• Direito ao silêncio – o preso deve ser advertido do seu direito de permanecer em silêncio, sob pena
de nulidade do inquérito.
• LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

• LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela


autoridade judiciária;

• LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando


a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
• LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

• Prisão civil por dívida de alimentos – só pode ser preso o


responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia.
• Depositário infiel

• Pacto de São José da Costa Rica – O brasil firmou o


compromisso de não mais prender o depositário infiel.

• Súmula vinculante 25 – É ilícita a prisão civil por dívida do


depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
• LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

• OBS.: A assistência gratuita gera ao seu beneficiário a isenção


de custas e despesas processuais, garantindo a ele o acesso à
Justiça.
• LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
sentença;

• Erro judiciário

– Responsabilidade do Estado – responsabilidade objetiva (independe


de dolo ou culpa);

– Responsabilidade do juiz – responsabilidade subjetiva (depende de


dolo ou culpa).
• LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;
• LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania.

• LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
• LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;

• Proteção – direito de locomoção;

• Hipóteses:
– HC preventivo (salvo-conduto);
– HC repressivo (alvará de soltura).
• LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-
data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público;

• Prazo – 120 dias (prazo decadencial)

• Caráter residual - Direito não amparado por habeas corpus ou


habeas data (bem como mandado de injunção e ação popular).
• LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por:
– partido político com representação no Congresso Nacional;
– organização sindical,
– entidade de classe
– ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

• Requisito de 1 ano – aplicável apenas às associações.


ART. 5º, INCISO XXI ART. 5º, INCISO LXX
XXI - as entidades associativas, LXX - o mandado de segurança
quando expressamente autorizadas, coletivo pode ser impetrado por:
têm legitimidade para representar b) (...) associação legalmente
seus filiados judicial ou constituída e em funcionamento há
extrajudicialmente; pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou
associados;
1. Representação judicial; 1. Substituição Judicial;
2. Atua em nome de outro 2. Atua em nome próprio
(representando-o) (defendendo direito alheio)

3. Precisa de autorização expressa; 3. Não precisa de autorização.


• LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
• CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO À
EFICÁCIA (JOSÉ AFONSO DA SILVA)

Classificação das normas


constitucionais quanto à eficácia

Eficácia Eficácia Eficácia


Plena Contida Limitada

Normas
programáticas
DIREITOS FUNDAMENTAIS

Eficácia • Foram suficientemente regulamentadas para que


sozinhas possam produzir todos os efeitos.
plena • Possuem aplicação DIRETA, IMEDIATA E INTEGRAL

• Foram suficientemente regulamentadas para que


Eficácia sozinhas possam produzir todos os efeitos, mas
podem ter seus efeitos restringidos por lei.
contida • Possuem aplicação DIRETA, IMEDIATA E NÃO
INTEGRAL

• Não foram suficientemente regulamentadas para


Eficácia que sozinhas possam produzir todos os seus efeitos,
necessitando de regulamentação infraconstitucional
limitada para produzir seus efeitos sensíveis.
• Possuem aplicação INDIRETA, MEDIATA E REDUZIDA
• MANDADO DE INJUNÇÃO

• EFEITOS DA DECISÃO

• POSIÇÕES:
• a) Concretista
– Geral (erga omnes);
– Individual:
• b) Não Concretista
• LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

– a) para assegurar o conhecimento de informações relativas


à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;

– b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-


lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
• LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
• Hipóteses cabíveis – para anular ato lesivo:
– Ao patrimônio público
– À moralidade administrativa
– Ao meio ambiente
– Ao patrimônio histórico
– Ao patrimônio cultural
• § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.

• APLICAÇÃO X APLICABILIDADE

• Aplicação imediata – significa que o Poder Judiciário, sendo


invocado a propósito de um caso concreto nela garantida, não
pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado o direito
reclamado (José Afonso da Silva).
• § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

• Enumeração aberta – os direitos fundamentais do art. 5º não


excluem a existência de outros direitos fundamentais previstos
na própria Constituição Federal, no direito infraconstitucional e
em tratados internacionais.
• § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

• Tratados recepcionados como emendas/ REQUISITOS:


– Aprovados pelo Congresso Nacional;
– Em dois turnos de votação;
– Por maioria de 3/5 dos votos dos respectivos membros.
• § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

• Adesão – Tribunal Penal Internacional criado pelo Estatuto de


Roma.
• Direito de atividade sindical na empresa – corresponde ao direito de
ação sindical nos locais de trabalho, bem como ao de organização
através de representantes e comissões sindicais.

• Participação dos sindicatos dos trabalhadores nas negociações


coletivas de trabalho - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho, não podendo a mesma ser realizada
sem a presença do sindicato dos trabalhadores (art. 8, VI).
• Direito de proteção especial dos dirigentes eleitos dos
trabalhadores (estabilidade sindical) – é vedada a dispensa
do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura
a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei (CF, art. 8º, VIII). Esse
direito é chamado de estabilidade sindical.
• CONTRIBUIÇÃO SINDICAL E CONFEDERATIVA
• Contribuição confederetiva – a contribuição para o custeio do sistema
confederetivo é fixada em assembleia geral, visto que não tem a
natureza de tributo e é devida apenas pelos filiados ao sindicato.

• Contribuição sindical – a contribuição sindical é tributo e, portanto,


instituído por lei.
• Representante dos empregados nas empresas com mais de
200 funcionários - Nas empresas de mais de duzentos
empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores.
DIREITO DE GREVE

• Conceito de greve – é um direito de autodefesa que consiste


na abstenção coletiva e simultânea do trabalho,
organizadamente, pelos trabalhadores de um ou de vários
departamentos ou estabelecimentos, com o fim de defender
interesses determinados.
• Decisão dos trabalhadores quanto ao direito de greve – a
Constituição Federal assegura o direito de greve aos empregados,
competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devem por meio dele
defender.

• OBS.: SERVIÇOS ESSENCIAIS - A lei definirá os serviços e atividades


essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade, inclusive responsabilizando os abusos cometidos (art. 9º).
• Destinação do direito de greve – destina-se aos empregados
de empresas privadas, incluídas as sociedades de economia
mista e as empresas públicas.
• CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE GREVE

– direito coletivo, cujo titular é um grupo organizado de


trabalhadores;

– direito trabalhista irrenunciável no âmbito do contrato individual;

– direito relativo, podendo sofrer limitações, inclusive em relação às


atividades consideradas essenciais;
– instrumento de autodefesa, que consiste na abstenção simultânea do trabalho;

– procedimento de pressão;

– finalidade primordial: defender os interesses da profissão (greve reivindicativa);

– caráter pacífico.
NACIONALIDADE

• Conceito – é o vínculo jurídico-político de Direito Público interno, que


faz da pessoa um dos elementos componentes da dimensão do
Estado.
• ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

• é a aquisição involuntária de
Nacionalidade nacionalidade, decorrente do
primária simples nascimento ligado a um
critério estabelecido pelo
(NATO) Estado.

• é a aquisição voluntária de
Nacionalidade nacionalidade, resultante da
secundária manifestação de um ato de
vontade.
(NATURALIZADO)
• CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE

IUS SANGUINIS
• – funda-se no vínculo de sangue, segundo o qual será
nacional todo aquele que for filho de nacionais,
independentemente do local do nascimento;

IUS SOLI
• – atribui a nacionalidade a quem nasce no território do
Estado que o adota, independentemente da nacionalidade
dos ascendentes. (Adotado como regra no Brasil)
• BRASILEIROS NATOS - São brasileiros natos:

A • os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
país.

B • Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,


desde que qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil.

• Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de


mãe brasileira, desde que sejam registrados em

C repartição brasileira competente OU venham a residir


na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira.
• BRASILEIRO NATURALIZADOS (AQUISIÇÃO SECUNDÁRIA)

• Manifestação da vontade para a naturalização – a Constituição prevê


a aquisição da nacionalidade secundária por meio da naturalização,
sempre mediante a manifestação da vontade do interessado.

• Ato de soberania estatal – a concessão da nacionalidade secundária é


ato de soberania estatal, que se encontra dentro do poder
discricionário do Chefe do Poder Executivo.
• NATURALIZAÇÃO – são brasileiros naturalizados:

– os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por
um ano ininterrupto e idoneidade moral (naturalização ordinária).
• NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA

NATURALIZAÇÃO • Qualquer estrangeiro que venha de país em que não se fala


a língua portuguesa -
ORDINÁRIA • Cumprir os requisitos previstos em lei.

• Qualquer estrangeiro que venha de país em que se fala a


NATURALIZAÇÃO língua portuguesa -
ORDINÁRIA • Um ano de residência ininterrupta no Brasil e idoneidade
moral;

NATURALIZAÇÃO • Qualquer estrangeiro -


EXTRAORDINÁRIA • 15 anos de residência ininterrupta no Brasil e sem
condenação criminal.
(não pode ser negada)
• PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL

• Portugueses residentes no Brasil – aos portugueses com residência


permanente no país, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição (art. 12, § 1º).
TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIRO NATO E
NATURALIZADO

• Igualdade entre brasileiros natos e naturalizados e exceção -


a Constituição brasileira não permite que a lei crie distinções
entre brasileiros natos e naturalizados. As únicas
diferenciações permitidas são as que se encontram
consagradas na própria Constituição Federal.
• CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS

CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO

Presidente e Vice Presidente da República

Presidente da Câmara dos Deputados; LINHA SUCESSÓRIA

Presidente do Senado Federal; DO PRESIDENTE

Ministro do Supremo Tribunal Federal; DA REPÚBLICA

Carreira diplomática;

Oficial das Forças Armadas; SEGURANÇA

Ministro de Estado da Defesa NACIONAL


– função no Conselho da República – no Conselho da
República, órgão superior de consulta do Presidente da
República, foram constitucionalmente reservadas seis
vagas a cidadãos brasileiros natos (art. 89, VII);

BRASILEIRO
• Não pode ser extraditado
NATO

• Pode ser extraditado por crime comum,


BRASILEIRO praticado antes da naturalização;
• Ou por comprovado envolvimento em tráfico
NATURALIZADO ilícito de entorpecentes ou drogas afins.
• direito de propriedade empresa jornalística, rádio (radiodifusão
sonora) e TV (radiodifusão de sons e imagens) – semente o brasileiro
naturalizado há mais de dez anos
– pode ser proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão sonora de sons e
imagens;

– ser sócio com mais de 30% do capital total e do capital votante

– e participar de gestão dessas empresas (CF, art. 222).


• PERDA DA NACIONALIDADE - será declarada a perda da nacionalidade
do brasileiro que (art. 12, § 4º):
– I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;

– II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:


• a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

• b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;
DIREITOS POLÍTICOS

Conceito – os direitos políticos positivos consistem no conjunto


de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no
processo político e nos órgãos governamentais.
São direitos políticos expressamente previstos na Constituição Federal
(art. 14):

– direito ao sufrágio;

– direito ao voto nas eleições, plebiscitos e referendos;

– direito à iniciativa popular de lei;


DIREITO AO SUFRÁGIO

Conceito – o direito ao sufrágio é materializado pela capacidade


de votar e ser votado, representando, pois, a essência dos
direitos políticos;
Aspectos do sufrágio – o direito ao sufrágio pode ser visto sob dois
aspectos:

– capacidade eleitoral ativa – representa o direito de votar, o direito de alistar-se


como eleitor (alistabilidade);

– capacidade eleitoral passiva – consiste no direito de ser votado, de eleger-se


para um cargo político (elegibilidade);
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA

Conceito – a capacidade eleitoral ativa representa o direito de votar, o


direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade);

Aquisição – a aquisição da capacidade eleitoral ativa, no Brasil, se dá com


o alistamento realizado perante os órgãos competentes da Justiça
Eleitoral, a pedido do interessado (não há inscrição de ofício).
Cidadão – o alistamento eleitoral dá ao nacional a qualidade de cidadão,
tornando-o apto ao exercício dos direitos políticos.

Obs.: a qualidade de eleitor confere ao cidadão a maioria dos direitos


políticos, mas não a totalidade dos direitos políticos, posto que muitos
destes direitos dependem do preenchimento de condições que só
gradativamente se incorporam ao cidadão. É o que ocorre com o direito
de ser votado, que não se adquire com o mero alistamento eleitoral.
Obs.: todo elegível é obrigatoriamente eleitor, mas nem todo
eleitor é elegível, ou seja, aquele que possui capacidade eleitoral
passiva (elegibilidade) necessariamente possui capacidade
eleitoral ativa (alistabilidade), mas a recíproca não é verdadeira.
Obrigatoriedade
do alistamento • maiores de dezoito anos.
eleitoral e do voto

Alistamento • analfabetos
eleitoral • + de 70 anos;
facultativo • + de 16 – 18 anos;

Impossibilidade • estrangeiro
de alistamento • Conscritos, durante o serviço militar
eleitoral obrigatório.
PLEBISCITO E REFERENDO – são formas de consulta a população (art. 14),
que deverão ser convocados ou autorizados pelo Congresso Nacional.
– Plebiscito – é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
submetido.

– Referendo – é convocado com posterioridade a ato legislativo ou


administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA

Conceito - consiste no direito de ser votado, de eleger-se para um cargo


político (elegibilidade);

Obs.: Para que alguém seja elegível não basta apenas ser alistável, mas
sim, deve cumprir uma série de requisitos gerais.
Requisitos – para que um indivíduo se torne elegível, é
necessário o cumprimento de determinados requisitos gerais,
denominados de condições de elegibilidade, bem como a não
incidência de nenhuma das inelegibilidades, que constituem os
impedimentos da capacidade eleitoral.
Condições de elegibilidade

– nacionalidade brasileira ou condição de equiparado a português,


sendo que para Presidente da República e Vice-Presidente da
República exige-se condição de brasileiro nato (art. 12, § 3º);

– pleno exercício dos direitos políticos (exclui-se daqui os que


perderam ou têm suspensos os seus direitos políticos);

– alistamento eleitoral;
– domicílio eleitoral na circunscrição (o eleitor deve ser domiciliado no
local em que se candidata, pelo período mínimo exigido pela
legislação eleitoral subconstitucional);

– filiação partidária (não se admitindo a candidatura autônoma ou


avulsa);
CARGO IDADE MÍNIMA
NA DATA DA POSSE
• Presidente da República;
• Vice-Presidente da República; 35 anos
• Senador da República;
• Governador do Estado e do Distrito
Federal; 30 anos
• Vice-Governador do Estado e do
Distrito Federal;
• Deputado Federal;
• Deputado estadual ou distrital;
• Prefeito; 21 anos
• Vice-Prefeito;
• Juiz de Paz;
• Vereador 18 anos
PARTIDOS POLÍTICOS

Criação, fusão, incorporação ou extinção de partido político – é livre a


criação, fusão, incorporação ou extinção de partidos políticos,
resguardada a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana;
Preceitos de observância obrigatória pelos partidos políticos:

– caráter nacional;

– proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;

– prestação de contas à Justiça Eleitoral;

– funcionamento parlamentar de acordo com a lei;


Personalidade jurídica dos partidos políticos – os partidos políticos só
adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil;

Registro dos partidos políticos – os partidos políticos registrarão seus


estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Fundo partidário e acesso gratuito à rádio e televisão – os partidos
políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito a
radio e à televisão, na forma da lei;

Partidos políticos e organizações paramilitares – é vedada a utilização


pelos partidos políticos de organizações paramilitares;
INELEGIBILIDADE

Inelegibilidade absoluta – impede que o cidadão concorra em qualquer


eleição, a qualquer mandato eletivo;

Inelegibilidade relativa – consiste em restrições impostas à elegibilidade


para alguns cargos eletivos, em razão de situações especiais em que se
encontra o cidadão-candidato no momento da eleição.
Casos de inelegibilidade absoluta:

– os analfabetos, que embora sejam alistáveis, não são elegíveis;

– os não-alistáveis, uma vez que a elegibilidade tem como pressuposto a


alistabilidade (ex.: os estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar
obrigatório).

Rol taxativo
Espécies de inelegibilidade relativa – a inelegibilidade relativa poderá
decorrer de:

– motivos funcionais
– motivos de casamento, parentescos ou afinidade;
– condição de militar;
– previsões em lei complementar;

Rol enumerativo (ou exemplificativo)


MOTIVOS FUNCIONAIS

Reeleição – O Presidente da República, os Governadores de Estado e do


Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído
no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente (art. 14, § 5º).
Regras aplicáveis ao Presidente, Governador e Prefeito

Não precisa renunciar

1º mandato
2º Mandato
(admissível uma Inelegibilidade para
(inadmissível
reeleição para um Presidente e Vice-
único período reeleição
Presidente
imediatamente subsequente)
subsequente)
Regras aplicáveis ao Presidente, Governador e Prefeito

Precisa renunciar
06 meses antes do pleito

1º mandato Elegibilidade para


2º Mandato
(admissível uma qualquer outro
reeleição para um (inadmissível
mandato desde que
único período reeleição
renuncie 06 meses
imediatamente subsequente)
antes do pleito
subsequente)
Casos de exigência e de não exigência de desincompatibilização dos
Vices – o Vice-Presidente da República, o Vice-Governador e o Vice-
Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus
mandatos respectivos, desde que nos seis meses anteriores ao pleito, não
tenham sucedido ou substituído o titular.
MOTIVOS DE CASAMENTO, PARENTESCO OU AFINIDADE

Inelegibilidade - são inelegíveis (inelegibilidade reflexa):

São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os


parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.
Orientação do TSE e o STF – o cônjuge, os parentes e afins são elegíveis
até mesmo para o mesmo cargo do titular (Chefe do Executivo), quando
este tiver direito à reeleição e houver renunciado até seis meses antes
do pleito eleitoral (caso Garotinho e Rosinha).
CONDIÇÃO DE MILITAR

Impossibilidade de filiação a partido político – o militar é alistável,


podendo ser eleito (art. 14, § 8º), porém, é-lhe vedado, enquanto estiver
no serviço ativo, estar filiado a partido político.

Possibilidade de registro da candidatura sem filiação partidária –


entendeu o TSE que pode o militar, mesmo sem prévia filiação partidária
ter sua candidatura registrada. Entretanto, o registro de sua candidatura
deverá ser apresentada por partido político e autorizada pelo candidato.
Elegibilidade do militar – o militar é elegível, atendidas as seguintes
condições:

– a) Se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

– b) se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade


superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

Perda e suspensão dos direitos políticos – o cidadão pode, em situações


excepcionais, ser privado, definitivamente (perda) ou temporariamente (suspensão),
dos direitos políticos, o que importará com efeito imediato, na perda da cidadania
política.

Impossibilidade de cassação dos direitos políticos – A CF veda expressamente a


cassação dos direitos políticos, que significa a supressão arbitrária dos direitos
políticos, normalmente motivada por perseguições ideológicas.
Casos de perda e suspensão de direitos políticos (art. 15) - é vedada a cassação de
direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

– I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;


– II - incapacidade civil absoluta;
– III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
– IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;
– V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL OU PRINCÍPIO DA
ANUALIDADE

Princípio da anterioridade eleitoral ou princípio da anualidade – de


acordo com o princípio da anterioridade eleitoral, “a lei que alterar o
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência” (art.
16).

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