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AO DOUTO JUÍZO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE xxxx/RJ.

ATOrd nº xxxxxxx.201x.5.01.0xxx

EXEQUENTE, por seus procuradores, nos autos da Ação em epígrafe, que


move em face de 1ª EXECUTADA E OUTROS, em razão da interposição de Agravo
de Petição pela 2ª Executada, com fulcro no artigo 897 da CLT, vem, respeitosamente,
perante V. Exa., apresentar a sua

CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE PETIÇÃO

na forma das razões abaixo, requerendo sejam remetidas ao E. TRT da 1ª Região


para regular processamento.

N. Termos,

P. Deferimento.

Macaé, 12 de abril de 2023.

xxxx xxxxxxxx OAB/RJ xxx.xxx


AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 1ª REGIÃO

CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE PETIÇÃO

Juízo de Cognição: 2ª VARA DO TRABALHO DE xxxxx/RJ

PROCESSO Nº: xxxxxxx.201x.5.01.0xxx

AGRAVANTE: 2ª EXECUTADA

AGRAVADO: EXEQUENTE

DOUTOS JULGADORES,

COLENDA TURMA,

I – DA TEMPESTIVIDADE

O Exequente foi intimado em XX/0X/2023 (terça-feira) a apresentar contrarrazões ao


agravo de petição, dando início ao octídio legal em XX/0X/2023 (quarta-feira), vindo a
encerrar XX/0X/2023 (quarta-feira), conforme a sua contagem em dias úteis (art. 775,
da CLT). Portanto, tempestiva a presente medida.

II – DO MÉRITO

II.1 - DA MATÉRIA A SER DISCUTIDA

Cumpre destacar que a matéria aventada no Agravo de Petição se traduz na


infundada alegação de: (i) do irregular direcionamento da execução em face da
devedora subsidiária; conforme se demonstrará a seguir.

II.2 – DO REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO

Em esparsas alegações, a Agravante sustenta que somente poderia ser


alvo da execução após esgotadas todas as possibilidades de localização dos bens da
devedora principal. Todavia, tais argumentos são extremamente frágeis e não
merecem prosperar.

É fato público e notório que as diversas execuções contra a 1ª Executada


que tramitam nesta Subseção Judiciária têm encontrado enormes dificuldades de
recebimento do crédito exequendo, sobretudo por não ter conseguido leiloar os bens
da devedora principal, que, frisa-se possui extensa lista de credores, de modo a
concluir pela impossibilidade de satisfação dos créditos pela devedora principal.
Mas, segundo a Agravante é medida de Justiça fazer o Agravado (credor
trabalhista de verba de natureza alimentar), esperar anos a fio para levantar a quantia
devida constante nestes autos.

Merece ser ressaltado que a responsabilidade subsidiária nasce com o


inadimplemento da execução, e não com a insolvência do responsável principal,
como previsto art. 455 da CLT e Súmula 331, IV, C. TST, ou seja, com o não
pagamento da execução pelo devedor principal, vejamos:

“Art. 455. Nos contratos de subempreitada responderá o


subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de
trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o
direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo
inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro.
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada,nos
termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a
retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das
obrigações previstas neste artigo”.

“Súmula nº 331 do TST (...) VI – A responsabilidade subsidiária


do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da
condenação referentes ao período da prestação laboral”.

A execução dos bens do devedor subsidiário não exige que sejam


esgotados todos os meios em face do devedor principal, ante os princípios da primazia
do credor e da efetividade, a execução se faz em benefício do credor, e não do
devedor, e objetiva realizar a sanção condenatória, do que resulta privilegiar o
meio mais eficaz em detrimento do de menor efetividade. Ademais, tal exegese
se coaduna com a inteligência do disposto no artigo 805 do CPC/2015.

Apenas para complementar, também não se exige do Magistrado sequer o


procedimento executório via Sistema SISBAJUD ou pedido de informações à
Secretaria da Receita Federal, todas estas medidas são facultativas à atividade
jurisdicional, que podem e devem se efetivar pelos meios legais executórios que
imprimam maior celeridade à efetivação do direito tutelado.

Some-se a isso a dicção da Súmula 12 do E.TRT/RJ:


SÚMULA Nº 12 IMPOSSIBILIDADE DE SATISFAÇÃO DO
DÉBITO TRABALHISTA PELO DEVEDOR PRINCIPAL.
EXECUÇÃO IMEDIATA DO DEVEDOR SUBSIDIÁRIO.
Frustrada a execução em face do devedor principal, o juiz deve
direcioná-la contra o subsidiário, não havendo amparo jurídico
para a pretensão de prévia execução dos sócios ou
administradores daquele. (grifo nosso)

Do verbete sumular é possível, através de breve leitura, notar que não se


exige incansável busca pelos bens do devedor principal, para que o débito trabalhista
possa ser exigido do devedor subsidiário.

O Agravante tenta distorcer a exegese da Súmula 12 do E. TRT/RJ a fim


de escusar-se a responder pelo crédito trabalhista devido ao Agravado, pois, não são
necessárias à exaustão de medidas constritivas para, somente depois, o devedor
subsidiário ser chamado a pagar.

Não obstante, ao que se refere a alegação do benefício de ordem, também


não merecem guarida fática as alegações do Agravante, tendo em vista que esta
sequer nomeou bens livres e desembaraçados da devedora principal que bastassem
para solver o crédito exequendo, conforme entendimento jurisprudencial que passa a
transcrever in verbis:

EXECUÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.


EMPRESA EMPREGADORA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
BENEFÍCIO DE ORDEM. SÚMULAS 12 E 20, DO E. TRT.
PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 827, DO CÓDIGO CIVIL. 1)
Conforme dispõem as Súmulas 12 e 20, deste E. TRT, "frustrada
a execução em face do devedor principal, o juiz deve direcionála
contra o subsidiário, não havendo amparo jurídico para a
pretensão de prévia execução dos sócios ou administradores
daquele". "Responsabilidade subsidiária. Falência do devedor
principal. Continuação da execução trabalhista em face dos
devedores subsidiários. Possibilidade. A falência do devedor
principal não impede o prosseguimento da execução trabalhista
contra os devedores subsidiários". 2) Ao responsável
subsidiário apenas cabe o benefício de ordem se nomear
bens livres e desembaraçados do Executado, sitos no
mesmo município, quanto bastem para solver o débito do
trabalhador. Inteligência do parágrafo único do art. 827 do
Código Civil, aplicável supletivamente ao Direito do Trabalho,
nos termos do parágrafo único do art. 8º, da CLT. 3) Aplicando-
se o disposto na Súmula 20, deste E. Regional, encontrando-se
o devedor originário em recuperação judicial ou estado
falimentar, configura-se a impossibilidade da sua
responsabilização imediata, devendo ser a execução
direcionada contra o devedor subsidiário, não cabendo, na
hipótese, a habilitação do crédito nos autos da recuperação
judicial/falência. (TRT-1 - AP: 00123834220155010483 RJ,
Relator: ROGERIO LUCAS MARTINS, Data de Julgamento:
05/06/2019, Gabinete do Desembargador Rogerio Lucas
Martins, Data de Publicação: 12/06/2019) (grifo nossos)

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. EXECUÇÃO.


BENEFÍCIO DE ORDEM. A responsabilidade subsidiária não
pressupõe o exaurimento da execução perante a devedora
principal, bastando a inadimplência da obrigação.
Outrossim, não há benefício de ordem ou responsabilização
preferencial dos sócios da devedora principal, mesmo
porque a responsabilidade destes últimos é igualmente
subsidiária e entre devedores de uma mesma classe não há
benefício de ordem. (TRT-3 - AP: 00109850720165030148
0010985- 07.2016.5.03.0148, Relator: Oswaldo Tadeu
B.Guedes, Quinta Turma – 01/04/2019) (grifo nosso)

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ESGOTAMENTO DA


EXECUÇÃO CONTRA DEVEDOR PRINCIPAL.
INEXIGIBILIDADE. CELERIDADE PROCESSUAL. O
processamento executivo contra o responsável subsidiário
não pressupõe o exaurimento da execução perante a
devedora principal, mas, somente, que os atos executórios se
iniciem em face dela, sendo possível ser redirecionada contra o
devedor subsidiário, quando constatada sua inadimplência.
(TRT-7 - AP: 00018774520125070030, Relator: JOSE
ANTONIO PARENTE DA SILVA, Data de Julgamento:
28/02/2019, Data de Publicação: 07/03/2019) (grifo nosso)

Merece ser ressaltado que o bem indicado pela Agravante não encontra-se
livre e desembaraçado, posto que é objeto de penhora em diversas demandas
trabalhistas que, inclusive, tramitam junto a esta Especializada, não servindo à
finalidade que se busca.

Consoante o ostentado neste petitório, não há óbice que impeça o


redirecionamento da execução para a Embargante, por nenhum ângulo que se
observe tal cenário.

Como se observa, a Agravante utiliza-se do meio aviado de forma


protelatória, pois, já é pacificado que a responsável subsidiária responde pelo crédito
exequendo, apenas dificultando o recebimento do crédito de natureza alimentar pelo
Embargado.

Nessa toada, requer seja aplicada a multa constante no artigo 774,


parágrafo único do CPC/2015, pugnando ainda seja considerada atitude
atentatória à dignidade de Justiça com base nos incisos II, III e IV do mesmo
dispositivo legal.

III - DA CONCLUSÃO

Requer o Agravado que seja NEGADO PROVIMENTO ao Agravo de


Petição interposto, posto que não possui fundamentos jurídicos para prosperar, tudo
como medida de DIREITO e JUSTIÇA.

Nestes termos,
P. Deferimento. Macaé,
22 de abril de 2023.

xxxxx xxxxxx OAB/RJ xxx.xxx

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