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1.

Qual o prazo para reagir a uma avaliação indireta fundada em prejuízos fiscais
não justificados?

Resposta: 30 dias. Prazo de pedido de revisão da matéria tributável. É esta a forma de


reação da avaliação indireta. Não confundir com os 10 dias do recurso dos acréscimos
patrimoniais e das manifestações de fortuna.

2. As informações vinculativas podem compreender factos abrangidos por inspeção


com início anterior ao pedido?

Resposta: Falso. Não podem.

3. Indique os casos em que a quantificação da matéria tributável pode ser feita com
base no art. 90.º.

Resposta: 87.º, n.º 1, al. a) + b) + f). Em todos os casos de avaliação indireta, com exceção
do regime simplificado (que não é um verdadeiro caso de avaliação indireta, em que a
matéria tributável é apurada com base em coeficiente), podem ser mobilizados os critérios
do art. 90.º. Em todos os casos com exceção do regime simplificado.

4. Os pressupostos da responsabilidade subsidiária de um gerente são apenas o


exercício de funções e a existência de culpa.

Resposta: Falso. É necessário que não haja bens do responsável, ou seja, a


responsabilidade subsidiária depende sempre da fundada insuficiência patrimonial ou de
bens penhoráveis do devedor principal. Art. 23.º, n.º 2 da LGT + art. 24.º. LGT.

5. A reversão pressupõe a prévia excussão dos bens do devedor principal.

Resposta: Falso. A reversão depende apenas da fundada insuficiência de bens do devedor


principal. Art. 23.º, n.º 2 LGT + 153.º, n.º 2 do CPPT. Se existirem bens na esfera do
devedor principal, a reversão é feita, mas o processo fica suspenso relativamente ao
responsável subsidiário até se apurar o valor pelo qual ele vai responder. Ou seja, não
temos de estar à espera da excussão completa dos bens do devedor principal para
revertermos o processo de execução contra o responsável.

6. Para discutir a legalidade da dívida, o responsável subsidiário pode opor-se à


execução.
Resposta: Falso. A oposição à execução fiscal (regulada nos arts. 203.º e ss do CPPT)
serve apenas para discutir a exigibilidade da dívida. Ou seja, serve apenas para o
responsável subsidiário se opor à reversão, dizendo que aquela quantia não lhe pode ser
exigida como responsável. Independente disso, poderá impugnar ou reclamar. Mas para
discutir a legalidade da dívida não é o processo de oposição à execução, será a reclamação
ou a impugnação.

7. A intervenção do perito independente faz acrescer o dever de fundamentação da


decisão no âmbito do processo de revisão.

Resposta: Verdadeiro. Designadamente quando o perito da administração pretenda


afastar-se daquilo que é o parecer do perito independente – tem um dever especial de
fundamentação, explicando as razões pelas quais se afasta desse parecer.

8. A existência de irregularidades na contabilidade é condição necessária, mas não


suficiente da avaliação indireta.

Resposta: Falso. Não é condição necessária nem suficiente. Podemos ter uma avaliação
indireta, mesmo a do art. 88.º, sem que existam formalmente irregularidades
contabilísticas.

9. Em que casos pode haver impugnação contenciosa direta da avaliação indireta?

Resposta: Apuramento de prejuízos fiscais na avaliação (não vai haver liquidação – art.
86.º, nº 3). + manifestações de fortuna + acréscimos patrimoniais não justificados (art.
89.º-A, n.º 7).

10. Na revisão devem intervir os peritos da administração que intervieram


anteriormente durante o processo.

Resposta: Falso. A ideia é que a estrutura da comissão seja dotada até de alguma
imparcialidade, como se demonstra pela intervenção do perito independente, e que haja
no fundo uma revisão técnica daquilo que foi processado anteriormente.

11. A apresentação de um pedido de revisão pode determinar a existência de um


agravamento da coleta reclamada.

Resposta: Verdadeiro. Efetivamente, nos termos do art. 91.º, n.º 8, se a reclamação for
manifestamente improcedente, pode haver um agravamento que pode ir até 5% do valor
reclamado, cajo obviamente depois a impugnação seja julgada imprudente. Acaba por ter
a natureza de custas. A ideia não é punir a pessoa por utilizar o meio, é no fundo, nos
casos em que não exista manifestamente fundamento para tal, fazer incidir uma taxa sobre
a mobilização deste pedido. E isto não será inconstitucional. É um poder discricionário,
não é obrigatório que assim seja. Este poder discricionário deve ser fundamentado. Esse
agravamento estará dependente da própria improcedência da impugnação. A
administração não tem lançado mão deste agravamento.

12. O responsável subsidiário só pode impugnar uma avaliação indireta após requerer
a sua revisão.

Resposta: Falso. No caso da responsabilidade subsidiária, a lei atribui ao responsável


subsidiário os mesmos direitos de impugnação e de reclamação que atribui ao devedor
principal. No entanto, neste caso, tem-se entendido que não é condição de impugnação
da liquidação o pedido de revisão, porque a liquidação já existe. Ao passo que nas
circunstâncias normais, a liquidação só é feita depois do pedido de revisão.

13. O responsável subsidiário pode lançar mão do pedido de revisão da matéria


tributável.

Resposta: Verdadeiro.

14. Antes da reversão, o responsável subsidiário pode procurar infirmar a verificação


dos pressupostos da responsabilidade.

Resposta: Verdadeiro. O responsável subsidiário tem direito a audição, mesmo que haja
uma presunção legal de culpa, nos termos do art. 23.º, n.º 4. Ele tem esse direito de
audição, pelo que poderá nesse momento, confrontado com os argumentos da
administração, procurar demonstrar que não se verificam os pressupostos para a reversão.
Há sempre direito de audição antes da decisão de reversão.

15. Se o devedor principal tiver impugnado a dívida, fica precludido o direito de o


responsável deduzir impugnação.

Resposta: Falso. Ele tem os mesmos direitos do devedor principal. E não se verifica neste
caso uma exceção de caso julgado. Os sujeitos são diferentes. O pedido será o mesmo –
anulação da dívida. A causa de pedir também pode divergir, consoante os fundamentos
que sejam invocados.
16. As informações vinculativas só podem ser revogadas quatro anos após a sua
emissão.

Resposta: Falso.

17. Assinalar as opções corretas.

Respostas: O responsável subsidiário goza de uma prerrogativa de pagamento sem juros.


+ Em geral, no procedimento tributário são admitidos todos os meios de prova.

18. É sempre possível impugnar judicialmente a liquidação por excesso de


quantificação da avaliação indireta.

Resposta: Falso. Não podemos impugnar uma avaliação indireta se tiver havido acordo
quanto à matéria tributável. Art. 86.º, n.º 4 da LGT.

19. Regra geral, todos os atos preparatórios do ato tributário podem ser impugnados
diretamente.

Resposta: Falso. Princípio da impugnação unitária. Por via de regra, os atos preparatórios
não são diretamente impugnáveis, exceto quando forem imediatamente lesivos dos
direitos e interesses legalmente protegidos do contribuinte ou também quando a lei assim
o dispuser.

20. A impugnação de uma liquidação fundada em métodos indiretos pode ter efeito
suspensivo sem prestação de garantia.

Resposta: Verdadeiro. Pode, quando houver intervenção do perito independente e este


concordar com o perito do contribuinte e se a AT decidir em sentido diferente, nos termos
do art. 92.º, n.º 8, a impugnação ou a reclamação da liquidação tem efeito suspensivo,
independentemente do pagamento ou da prestação de garantia.

21. O princípio do inquisitório implica a existência de um ónus da prova subjetivo.

Resposta: Falso. O ónus da prova em sentido subjetivo é contraditado pela existência do


princípio do inquisitório, ou seja, independentemente da repartição do ónus da prova, a
administração não pode deixar de realizar as diligências que se mostrem devidas para
apurar a verdade material. No processo e no procedimento tributário devemos falar do
ónus da prova, mas em sentido objetivo.
22. O princípio do inquisitório é, em si mesmo, incompatível com o princípio da
participação.

Resposta: Falso.

23. Se o responsável pagar a dívida, extinguir-se-á a execução fiscal, não podendo


deduzir oposição à execução.

Resposta: Falso. Nos termos do art. 9.º, n.º 3, o facto de haver um regime mais favorável
de pagamento de impostos, como é aquele que decorre do art. 22.º, n.º 5, não implica uma
renúncia aos meios de reação. Para além disso, aquela dívida tributária está a ser exigida
ao responsável pela primeira vez, portanto não faria sentido que o mesmo, ao pagar
voluntariamente, fosse suportar os juros e os encargos que se referem à falta de pagamento
do devedor principal. Por este duplo motivo, o responsável pode pagar, mas pode também,
não obstante ter pago, discutir a legitimidade da reversão.

24. A avaliação da matéria tributária é da competência…

Resposta: da AT e do sujeito passivo (no caso de autoliquidação dos impostos).

25. A impugnação judicial da liquidação depende de prévia reclamação quando o


fundamento for a falta de audição prévia.

Resposta: Falso. Quando o fundamento for falta de audição prévia, a impugnação não
depende da prévia reclamação. A impugnação judicial da liquidação depende de prévia
reclamação quando o fundamento for erro nos pressupostos ou excesso de quantificação.
Art. 86.º, n.º 5 da LGT.

26. No pedido de revisão pode ser possível um acordo parcial.

Resposta: Verdadeiro. É possível que haja efetivamente um acordo parcial, por exemplo,
relativamente a um período de tributação e não relativamente a outro ou relativamente a
um imposto e não relativamente a outro imposto.

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