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20-04-2021

PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS
1) Procedimentos tributários especiais;
2) Ações complementares de informação e fiscalização tributária;
3) Procedimento de liquidação→ proceder ao apuramento da obrigação de imposto-
AVALIAÇÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL: a avaliação da matéria coletável pode ser feita de
2 maneiras…
a) Avaliação Direta (regra geral): 83º/1 LGT- determinar o valor real dos bens sujeitos
a tributação, podendo competir à AT (IRS, IMI) ou pode ser uma situação de
autoliquidação (IRC, IVA).
Esta avaliação baseia-se em critérios objetivos, os valores/dados que se tem
efetivamente, fazendo-se contas de acordo com a compatibilidade de cada um.
b) Avaliação Indireta: 83º/2 LGT- utiliza-se quando há uma impossibilidade de
determinar a matéria coletável por métodos diretos, sendo que é EXCECIONAL e
SUBSIDIÁRIA, utilizado apenas nas situações previstas.
Art. 90º LGT- elenco não taxativo de indícios e presunções que a AT pode lançar
mão.
+ GRAVOSA PARA O CONTRIBUINTE!!
Art. 87º LGT- para o Dr. Casalta Nabais, so há um caso neste artigo que o
mesmo considera ser avaliação indireta, só neste caso é que o mesmo considera que
há verdadeiramente uma impossibilidade de determinação da matéria coletável →
alínea b).
Porque e que os outros não são?
a) Regime simplificado de tributação: 28º e 31º CIRS- é uma opção, portanto
não há uma verdadeira impossibilidade de avaliação por métodos diretos.
Este regime aplica-se a profissionais liberais e empresários em nome
individual, que, no exercício da sua atividade, tenham um montante anual
líquido de rendimentos inferior ou igual a 200 mil euros (caso contrário-
32º CIRS), interessa, então, para quem tenha mais de 75% de rendimento
declarado e menos de 25% de encargos próprios da atividade→ PRESUNÇÃO
➔ Todos os outros casos, excetuando o art. b) do art. 87º, são falsos casos de
avaliação indireta.
Art. 91.LGT
Pedido de revisão da matéria coletável
Ex: eu sou alvo de inspeção tributária, declarei 10.000, e a AT faz uma liquidação adicional
afirmando que declarei menos do que tive de lucros. Como posso reagir?

 O sujeito passivo tem que ser notificado que irá ser avaliado por meios indiretos;
 Não se aplica aos casos de regime simplificado (demonstra falso caso de avaliação
indireta), nem às situações de manifestação de fortuna;
 Prazo 30 dias para fazer um requerimento fundamentado às finanças da minha área
fiscal;
 O procedimento especial de revisão ocorre entre 2 peritos (do sujeito passivo/ do AT);
 A liquidação, durante este pedido, fica suspensa, sendo a AT não pode vir liquidar o
imposto, enquanto este pedido não for decidido.
 Os peritos vão discutir o montante fixado da matéria coletável, tentando chegar a um
acordo:
I 92º/3 LGT- Havendo acordo, o tributo é liquidado com base na matéria
tributável acordada. O sujeito passivo só poderá impugnar depois disto, se se
provar que o perito extravasou os poderes de representação.
II 92º/6 LGT- Na falta de acordo, a AT fixa o valor que entender adequado, já
podendo o sujeito passivo impugnar judicialmente.
++ pode haver nomeação de um perito independente (raro porque é caro). Vantagens:
1) 92º/7 LGT: quando há não há acordo entre os peritos (AT e independente), a AT tem que
fundamentar porque é que adere ou rejeita o parecer do perito independente; 2) 92º/8 LGT:
se houver acordo entre o contribuinte e perito independente, mas a AT fixar valor diferente,
o contribuinte pode impugnar esta decisão (tem boas razões para o fazer). A impugnação
ou reclamação graciosa tem efeitos suspensivos.

 86º/5 LGT:
O pedido de revisão é um preliminar indispensável para a posterior impugnação da
liquidação com fundamento nestes 2 argumentos:
1. Erro na quantificação;
2. Pressupostos de determinação da avaliação indireta da matéria coletável (87º/1
LGT) não se verificam;
A IMPUGNAÇÃO JUDICIAL DA LIQUIDAÇÃO COM FUNDAMENTO NESTAS
RAZÕES, DEPENDE DO PRÉVIO PEDIDO DE REVISÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL!!

Quid iuris quando há reversão do processo de execução fiscal? Dado que o art. 22º/5
LGT garante ao responsável subsidiário as mesmas condições do devedor principal,
permite-se que este impugne com base nos fundamentos do art 86º/5 LGT, de modo a ter
os mesmos meios de defesa que o responsável original (o anterior não tem culpa que o
subsidiário não tenha feito o pedido de revisão).
SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO→ permite que o responsável subsidiário, a partir
do momento em que o processo de execução fiscal reverta para ele, no prazo de 30 dias,
possa vir a lançar mão do pedido de revisão do art. 91º LGT. Porque? pode conseguir
resolver o problema ser ir a tribunal.

SÓ SE PODE REAGIR JUDICIALMENTE QUANDO HOUVER NOTIFICAÇÃO DO ATO FINAL


DE LIQUIDAÇÃO!!!!
➔ NÃO SE PODE IIMPUGNAR ATOS INTERLOCUTÓRIOS
➔ Princípio Da Impugnação Unitária- 54º CPPT: a regra em direito fiscal é a de que
não há impugnação autónoma dos atos anteriores à liquidação, apenas cabendo
a impugnação da liquidação, podendo o contribuinte imputar ao ato de
liquidação qualquer ilegalidade que tenha sido cometida durante o processo.

➢ Correção quantitativa: correção da matéria coletável determinada com base em


métodos indiretos;
➢ Correção técnica: correção da matéria coletável determinada no âmbito da avaliação
direta.

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