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23 de novembro de 2022 22:50

Caso 8

Primeiramente, Joaquim é sujeito passivo residente de acordo com o art. 13º/1 e 16º/1.

15º/1 - princípio da tributação do rendimento

No caso em concreto vamos começar por verificar que estes rendimentos são da categoria A,
logo à partida:
1. NoÊqueÊrespeitaÊàÊdeterminaçãoÊdoÊrendimentoÊLIQUIDOÊporÊcategoria,ÊháÊqueÊ
verificarÊquaisÊasÊdeduçõesÊespecificasÊaÊefetuarÊaoÊrendimentoÊbruto,ÊqueÊparaÊaÊ
categoriaÊAÊseÊencontramÊprevistasÊnoÊart.Ê25ºÊeÊss.Ê
2. AlémÊdoÊmais,ÊrelativamenteÊaosÊrendimentosÊdaÊcategoriaÊA,ÊoÊenglobamentoÊéÊ
obrigatórioÊpeloÊartÊ22º/1ÊeÊ2,ÊoÊqueÊsignificaÊqueÊseÊiriamÊaplicar-seÊtaxasÊdeÊimpostoÊ
geraisÊeÊprogressivasÊprevistasÊnoÊartÊ68º.Ê
3. Assim,ÊàÊpartidaÊhaveriaÊretençãoÊnaÊfonteÊqueÊiriaÊoperarÊmedianteÊoÊart.Ê99º.Ê

Todavia,ÊHÁÊcertasÊespecificidadesÊnoÊcasoÊqueÊteremosÊqueÊanalisarÊ(dasÊremuneraçõesÊ
acessórias):Ê

Relativamente ao uso pessoal do carro:


• é um rendimento da categoria A, isto é, de trabalho dependente (art. 1º/1 e art 2º/1 al.
A)), fazendo parte das remunerações acessórias, isto é, direitos, benefícios ou regularias
auferidos devido à prestação de trabalho ou em conexão com esta (não se incluindo na
remuneração principal), constituindo para o beneficiário uma vantagem económica, de
acordo com o art.Ê2º/3Êal.ÊB)ÊeÊn.Ê9) - vantagem resultante da utilização pessoal pelo
trabalhador ou membro de órgão social, de viatura automóvel que gere encargos para a
entidade patronal, quando exista um acordo escrito entre este e a entidade patronal.
• Este é ainda um rendimento em espécie, e há regras especificas para determinação do
rendimento coletável de acordo com o art 24º/5. Além do mais, não haverá retenção na
fonte de rendimentos da categoria A que respeitem rendimentos em espécie de acordo
com os artigos 98º/1 e 99º/1 ("exceção dos rendimentos em espécie").
• Se não existir acordo, não deverá este qualificar-se como rendimento da categoria A,
havendo que se enquadrar em sede de IRC.

Quando ao subsídio de almoço:


• Este é um rendimento da categoria A, de trabalhado dependente (art 1º/1, e art 2º/1 al.
A), fazendo parte das remunerações acessórias, isto é, direitos, benefícios ou regalias
auferidos devido à prestação de trabalho ou em conexão com esta, constituindo para o
beneficiário uma vantagem económica, de acordo com o art.Ê2º/3Êal.ÊB)ÊNº2). Assim,
de acordo com este artigo, este subsídio tem de exceder o limite legal estabelecido ou
tem que exceder em 60% sempre que o respetivo subsídio seja atribuido através de
valores de refeição.
• Sendo que este subsídio é em dinheiro, então está sujeito a retenção na fonte de acordo
com os artigos 98º/1 e 99º/1 al. A)

Quanto ao subsídio de residência:


• Este é um rendimento da categoria A, de trabalho dependente (art. 1º/1 e art 2º/1 al. A),
fazendo parte das remunerações acessórias, isto é, direitos, benefícios ou regularias
auferidos devido à prestação de trabalho ou em conexão com esta, constituindo para o
beneficiário uma vantagem económica por força do artÊ2º/3Êal.ÊB)ÊnºÊ4).Ê
• A retenção na fonte será realizada de acordo com os artigos 99º/1 al. A) e 98º.
Quando à viagem para a Joaquim:
• Este é um rendimento de categoria A de trabalho dependente (art. 1º/1 e art 2º/1 al. A),
fazendo parte das remunerações acessórias, isto é, direitos, benefícios ou regularias
auferidos devido à prestação de trabalho ou em conexão com esta, constituindo para o
beneficiário uma vantagem económica por força doÊartÊ2º/3Êal.ÊBÊNº6.
• Este é também um rendimento em espécie, e logo há regras especificas para a
determinação do rendimento coletável pelo art. 24º.
• Não haverá assim retenção na fonte de rendimentos da categoria A se forem
rendimentos em espécie de acordo com os artigos 99º/1 (parte final) e 98º/1.

Quanto à viagem mas em relação à família:


• É também um rendimento da categoria A por força do art. 2º/11, através do qual
consideram-se rendimentos do trabalho do sujeito passivo os beneficios ou regalias
atribuídos pela respetiva entidade patronal a qualquer outra pessoa do seu agregado
familiar.

= Foi possível concluir que a viagem é um rendimento na perspetiva dos beneficiários, mas
ainda cumpre cumprir se é um gasto dedutível em função da empresa. (todo os outros
rendimentos facilmente se consideram dentro dos gastos dedutiveis).

Assim, relativamente aos gastos empresariais


• Segundo o art 17º CIRC lucro tributável das pessoas coletivas corresponde ao resultado
liquido do periodo e das variações patrimoniais positivas e negativas. 104º/2 CRP - o
IRC é efetuado com base no rendimento real - isto é uma concretização para as pessoas
coletivas do princípio da igualdade - não devo ser tributado no meu rendimento bruto,
mas do meu rendimento liquido. Gastos - (menos) rendimentos.
Adaptação aos princípios fiscais - nem todos os gastos que uma empresa regista devem
ser aceites, pois a empresa vai registar todos, quer estejam ou não documentados - o
direito fiscal tendo em conta os principios prevalecentes deve aceitar todo o qualquer
gasto? Não! Porque temos o art. 23º - gastos que NÃO são aceites.
• Os gastos dedutíveis encontram-se estabelecidos no art.23º e os não dedutíveis no 23º-
A.
• O art. 23º-A é taxativo então começamos por este e é possível perceber que as despesas
com viagens não constam deste artigo.
• Logo temos de ir ao 23º/1, mas de acordo com o Acórdão 779/12 STA o gasto só será
dedutivel se este ocorreu somente no interesse da empresa, e seria essencial e
indispensável para a sua atividade (business purpose test).
Esta é uma presunção ilidivel.

- Se considerarmos que era indispensável, então aplicava-se este artigo e era um gasto
dedutível.
- Se não considerassemos essencial, como era mais provável se considerar no caso, então
aplicamos o art. 23º a contrario e não podemos considerar o gasto dedutivel.

Consideração do rendimento real, adaptadas aos princípios do direito fiscal (art. 23º).

3 grandes teorias:
• Existência de relação necessária entre gastos e rendimentos - afastada
• Realização de um juizo de conveniência, juizo subjetivo - face ao princípio da legalidade e de
certeza juridico é contrário aos princípios do direito fiscal então é afastado pela doutrina
• BusinessÊpurposeÊtestÊ(REGENTE)Ê- existência de uma relação entre os gastos e o interesse
da empresa - atividade da empresa, relevante e que haja uma adequação deste gasto à
estrutura produtiva da empresa e proposito de obtenção de lucros.

Quanto à responsabilidade tributária, estamos primeiramente perante uma relação de


substituição tributária, o substituto é a sociedade e os substituídos são os trabalhadores.
No caso concreto houve retenção e não entrega, então aplicamos o art. 28º/1 LGT, ficando o
trabalhador desonerado de qualquer responsabilidade, recaindo esta unicamente sobre a
entidade empregadora.
Se se concluir que a empresa não tem meios financeiros suficientes para proceder ao
pagamento, então haverá reversão da execução fiscal contra o responsável subsidiário por
insuficiência dos bens penhoráveis (art. 23º/2 LGT), e assim os administradores e gestores
serão responsáveis subsidiários por força do art. 24º LGT.

Salário
• NoÊqueÊrespeitaÊàÊdeterminaçãoÊdoÊrendimentoÊLIQUIDOÊporÊcategoria,ÊháÊqueÊverificarÊ
quaisÊasÊdeduçõesÊespecificasÊaÊefetuarÊaoÊrendimentoÊbruto,ÊqueÊparaÊaÊcategoriaÊAÊseÊ
encontramÊprevistasÊnoÊart.Ê25ºÊeÊss.Ê
• AlémÊdoÊmais,ÊrelativamenteÊaosÊrendimentosÊdaÊcategoriaÊA,ÊoÊenglobamentoÊéÊobrigatórioÊ
peloÊartÊ22º/1ÊeÊ2,ÊoÊqueÊsignificaÊqueÊseÊiriamÊaplicar-seÊtaxasÊdeÊimpostoÊgeraisÊeÊ
progressivasÊprevistasÊnoÊartÊ68º.Ê
• Assim,ÊàÊpartidaÊhaveriaÊretençãoÊnaÊfonteÊqueÊiriaÊoperarÊmedianteÊoÊart.Ê99º.Ê

Remuneração - 2º

Art. 2º/3 al. A) e b) - remunerações acessórias

Às remunerações em espécie aplica-se art. 24º.

21º CIRS - substituição tributária + normas de substituição tributária da LGT

IRC
• Incidência
- Objetiva - art. 1º - todos os rendimentos são sujeitos a tributação
- Subjetiva - Critério dual de residência - quem tenha sede (sede jurídica ou estatutária) ou
direção efetiva (onde é realmente realizada a administração, onde são tomadas as decisões).
Art. 2º - diferenciação de vários sujeitos passivos em sede de IRC
Art. 4º - regra espelho do art 15º do IRS, worldwide income. Quais são os rendimentos que se
consideram auferidos em território português
• QualificaçãoÊdosÊgastosÊeÊtributaçõesÊautónomasÊ- 23ºÊ
• VerÊnormasÊanti-abusoÊ

Carro da empresa:
• Remuneração acessória em espécie - art. 24º IRS, regra de equivalência patrimonial
• utilização pessoal de uma viatura quando exista acordo, então temos um rendimento da
categoria A
• Gastos da viatura ligeira, são tributação autónoma (88º/3). EXCEÇÃO: sempre que exista
acordo, se já houve tributação em sede de IRS não faz sentido haver tributação em sede de
IRC. (88º/6)

Tributações autónomas do IRC - encontramos finalidades anti abuso nestas tributações; o


legislador pretende fazer com que o contribuinte não as use em excesso. Evitar a utilização
excessivas de diversas despesas - tributação adicional sobre estas despesas para levar que
estas não sejam realizadas com tanta regularidade.

Art. 23º - aceitar os gastos de uma disponibilização de uma viatura - pode ser aceite pois as
empresas para a atribuir melhor qualidade de trabalho aos trabalhadores, atribuem estas
regalias. Faz parte do seu interesse, pois o interesse da empesa também é o interesse do bem
estar do trabalhador - aceite pelo business purpose test desde que seja proporcional. Ex. se
fosse um ferrari, poderia haver algo que já extravasa o próprio interesse e estrutura produtiva
da empresa.

Pensar sempre em caso prático:


• Verificar se não estamos perante rendimentos tributáveis em IRS
• Se alguém está a receber e está a ser tributado em IRS há uma empresa que está a pagar e vai
ter um custo associados a esses pagamentos e poderá ter uma tributação autonoma tambem
associada a esses pagamentos - sobre tributação autónoma, mas também a regra do art. 23º - a
regra dos gastos.

Viagem:
Rendimento da categoria A do IRS - ponto 6 al. B) al. 3 de art. 2º - a título pessoal. Usufruto
fora do horário do trabalho e pago á família, não é conexo com as funções de trabalho. 2º/11 -
aplicação a membro do agregado familiar.

Art. 23º - podemos qualificar como interesse da empresa pelo business purpose test. Terá
tributação autónoma?

NÃO É GASTO DE REPRESENTAÇÃO - srria a situação de reunião num hotel, relacionada


com a estadia das pessoas convidadas a participar no evento -> despesas gravitacionais vao
ser despesas de representação.

Nem todas as despesas que são aceites, são tributação autonoma.

Temos vários níveis de tributações autónomas.

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