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História do Direito Português

1- Período de Individualização do Direito Português:


Subdivide-se em 2 períodos:
 Logo após Portugal se ter tornado independente e utilizava o Direito herdade
pelo Reino de Leão e Castela (Direito Leonês);
 Quando surgiu o Direito verdadeiramente português. Direito consuetudinário e
faroleiro.

Fontes herdadas do Reino de Leão e Castela:

1. Código Visigótico;
2. Leis aprovadas por Cúrias e Concílios: órgão auxiliares do rei, que diferem na
entidade convocante, matérias versadas e sanções (régias ou canónicas);
3. Forais de terras anteriores à independência de Portugal e que continuaram em
vigor:
Foral Diploma concedido pelo rei, senhor laico a entidade eclesiástica a uma
determinada terra, contendo essencialmente normas de Direito Público,
estabelecendo as relações de direitos e deveres dos habitantes para consigo e
para com os outorgantes.
Existe uma divergência doutrinal no que toca aos forais:
Alexandre Herculano defende a perspetiva de que o foral é apenas o diploma
que confere existência jurídica a determinada terra, a qual prevê magistratura
própria e privativa da mesma.
Pablo Merêa opõe-se à perspetiva anterior, defendendo que a existência de
magistratura não é condição necessária nem suficiente para que haja concelho.
4. Costume: Formação de normas jurídicas baseadas na prática reiterada de uma
certa conduta, acompanhada de um sentido de obrigatoriedade.

Fontes que apareceram após a independência de Portugal

1. Leis gerais dos primeiros monarcas portugueses;


2. Forais atribuídos após a independência de Portugal;
3. Concórdias e Concordatas: Acordos efetuados entre o Rei e entidades
eclesiásticas que definem direitos e obrigações relativos ao Estado e à Igreja. As
concórdias são acordos entre o rei e entidades eclesiásticas nacionais e as
concordatas entre o Papa e o Rei.

 Contratos Agrários:
 Contratos de Exploração Agrícola:
a) Enfiteuse
b) Complantação
 Contratos de Crédito:
a) Compra e venda de Rendas
b) Penhor Imobiliário
2- Período do Direito Português de Inspiração Romano-Canónica:
2 subperíodos:
1. Época do Direito Romano Renascido e do Direito Romano Renovado (Direito
Comum);
2. Época das Ordenações.

Época do Direito Romano Renascido:

 Escola dos Glosadores, de Bolonha ou Irneriana:


 Fizeram a sistematização do Corpus Iuris Civilis em 5 partes;
 Para a interpretação do CIC utilizavam a glosa (Inicialmente glosas interlineares e mais
tarde glosas marginais);
 Críticas: Ignorância histórica e no latim; Exagero no respeito ao CIC, que levou a nunca
serem feitas soluções inovadoras;
 Foi feita uma compilação de todas as glosas, denominada de Magna Glosa ou Glosa
de Acúrcio.

 Escola dos Comentadores, Escolástica ou Bartolista:


 Apareceram devido à incapacidade mostrada pelos Glosadores de adaptarem o
Direito Romano à Época;
 Instrumento de trabalho: comentário- mais desenvolvido do que a glosa, adaptava-se
à época e apresentava soluções para os problemas concretos;
 Método: escolástico ou Aristotélico- consistia em 3 elementos:
1. Lectio;
2. Quastio;
3. Disputatio (mencionava a soluçaõ).
 Principal representante: Bártolo;
 Críticas:
1. Emprego rotineiro do método escolástico conduziu à estagnação e repetição de
argumentos;
2. A “opinião comum” , que inicialmente era o sentimento ou parecer das pessoas
em geral, passou mais tarde a ser também dos doutores, assumindo

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