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MÓDULO:

PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO E EXECUÇÕES FISCAIS

DOCENTE: Setembro de 2020 28/08/2021


TITO PACA
Código Geral Tributário (CGT)
Principais Alterações

1 Dilatação dos prazos do procedimento tributário, saindo de 15 para 30 dias e 45 para 60 dias, tanto para os
contribuintes como para a Administração Tributária;

2 Redução do valor da multa de 35% para 25% do montante do tributo em falta;

Redefinição do critério do benefício de redução extraordinária das multas em procedimentos de


3 inspecção, transgressão e pagamento espontâneo;

4
Redefinição das regras de contagem dos juros compensatórios, moratórios e indemnizatórios;

5
Dispensa da exigência de prestação de garantia idónea nos pagamentos em prestações;

6 Ajustamento do prazo de caducidade dos benefícios fiscais;

7 Criação de normas anti - abuso para prevenção e combate do planeamento fiscal abusivo;

8 Limitação de pagamento de impostos por via de cheques visados e numerários;

Introdução de critérios de flexibilização na actuação da Administração Geral


9
Tributária face aos contribuintes;

10 Alteração das regras sobre processo de transgressão fiscal;

11 Criação do regime do domicílio fiscal electrónico;

1
1-PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO- DEFINIÇÃO

• É a sucessão de actos, ou conjunto de elementos


necessários à produção de um resultado ou efeito.

• No caso do procedimento tributário, o acto administrativo que


surge é o acto tributário, cujos exemplos podemos encontrar
no artigo 55 do CPT.

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1-PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO- DEFINIÇÃO

Não obstante a obediência aos princípios gerais constantes nas


normas do procedimento administrativos, o procedimento tributário
obedece também aos seguintes princípios:

a) Forma escrita

b) Celeridade

c) Decisão fundamentada

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2- OBJECTIVOS DO PROCEDIMENTO

Uma vez adoptado o princípio da legalidade para os actos


administrativos, existiu a necessidade de se criar um conjunto
de regras fundamentais, que norteassem a relação entre
particulares e a Administração Pública, que permitisse uma
actuação rigorosa da Administração, estando ressalvadas as
garantias fundamentais dos particulares.

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3- PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO

• Forma escrita(art 77.º) São admitidos actos orais, que


devem ser reduzidos a escrito.
• Gratuito(art.º 78.º) Alguns poderão ter encargos, que deverão
constar de diploma legal regulamentar.
• Decisão(art.º 80.º) A Administração está obrigada a
pronunciar-se sobre todas as questões que lhe forem colocadas.
• Inquisitório(art.º83.º) A administração não se basta com os
elementos apresentados pelo contribuinte, deve fazer diligências para a
descoberta da verdade material.
• Legalidade A Administração procede apenas com
base na Lei e respeita os limites por esta impostos.
• P. do interesse público Toda a actividade levada a cabo
pela Administração visa o interesse da colectividade .
• Proporcionalidade Para atingir os seus fins a
Administração não pode afectar os direitos dos contribuintes, nem usar
termos que se mostrem desadequados.

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3- PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO

• Imparcialidade A Administração deve tratar de forma justa e igualitária


todos os contribuintes que com ela se relacionam.
• Colaboração(art.º 84-º) A Administração e os contribuintes devem
colaborar mutuamente na finalidades do procedimento.
• Participação É assegurada a intervenção do contribuinte no
procedimento.
• Acesso a justiça É garantido ao contribuinte o acesso a justiça para
fiscalização dos actos da Administração.

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4- ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS

I – TIPOS DE PROCEDIMENTOS

São vários os procedimentos definidos no CGT:

a)Procedimento de Determinação da Matéria Colectável


b)Procedimento de reclamação da matéria colectável(art.º 106.º e
114.º)
c)Procedimento da liquidação
d)Procedimento de Reclamação Administrativa(art.º 127.º)
e)Procedimento de Recurso Hierárquico(art.133º)

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4- ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO – INICIATIVA (art. º88º CGT)

Tipo Iniciativa Finalidade principal

• Administração • Revisão da matéria colectável


Procedimento apresentada pelo contribuinte
Tributário • Contribuintes
• Fixação de imposto adicional

• Contribuintes • Reconhecimento de Benefícios Fiscais


Reconhecimento a que o contribuinte tem direito nos
de Benefícios termos da lei ou contrato que os atribua
Fiscais

• Administração • Inspecção aos elementos fiscalmente


Procedimentos relevantes do contribuinte
Inspectivos • Tem em vista a verificação da matéria
colectável

Art.º 89º
O procedimento pode ainda ser iniciado por denúncia, desde que o denunciante se
identifique.
São punidas com multa, as denuncias dolosas não conformadas-
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4-ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS - FIM

IMPUGNATÓRIOS (2º GRAU)


DECISÓRIOS (1º GRAU)
VISAM IMPUGNAR OUTRO ACTO
PRECEDENTE.

EXECUTÓRIOS
PROCEDIMENTOS ONDE A • RECLAMAÇÕES DA MC
ADMINISTRAÇÃO PRATICA • RECLAMAÇÕES
ACTOS DOTADO DE PODER • RECURSO HIERÁRQUICO
UNILATERAL DE DECISÃO.
(Ex. Execução fiscal)

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4- ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO- TIPO

COMUM ESPECIAL

Todo procedimento aplicado


a situações para as quais a Aplicado a situações que não
Lei não previu forma configurem uma situação
comum.
especial.

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4- ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO- NATUREZA

NÃO SANCIONATÓRIOS
SANCIONATÓRIOS
Ex. Reconhecimento de
Ex. Processos de transgressão
benefícios fiscais.

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NOTA

• Dever de decisão: Os chefes das Repartições Fiscais ou serviço equivalente, bem


como os agentes a quem eles tiverem delegados competências devem responder
todos os assuntos que lhe são submetidos pelos contribuintes (por exemplo
reclamações, recursos, petições, etc.)

• Dever de fundamentação: a decisão dos órgão da administração tributária deve ser


sempre fundamentada de facto e de direito e notificada/comunicada ao contribuinte
nos termos gerais ( maior desenvolvimento: ver artigo 68/ss do DL/16-A e 91 do CGT,)

• Prazos: o prazo geral para a Administração Tributária responder as petições dos


contribuintes é de 90 dias, salvo nos casos de reclamação em que o prazo é de 45
dias (Idem ver artigos 44/ss do DL/16 e 90 do CGT

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5- PRAZO GERAL DE CONCLUSÃO DO PROCEDIMENTOS (art.º 90.º)

Tipo de acto Prazo Forma de contagem

• Prazo máximo 45 dias


Procedimento • Excepcionalmente 90
dias
• Os prazos são seguidos e contam-se
• Prazo máximo de 10 de forma contínua não se suspendendo
dias aos fins de semana ou feriados
Actos
Interlocutórios
• Se o prazo terminar em dia não útil o
último dia do prazo passa para o dia útil
imediatamente a seguir
• Prazo máximo de 15
dias
Outros actos

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5- PRAZO GERAL DE CONCLUSÃO DOS PROCEDIMENTOS

Incumprimento do prazo indeferimento Fundamento para recurso


para decisão tácito hierárquico

O contribuinte não fica


prejudicado pela inactividade da
repartição fiscal

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FASES DOS PROCEDIMENTOS

Todo o procedimento obedece a cinco (5) fases gerais:

I – Fase inicial

II – Fase de Instrução

III – Fase da audiência dos interessados

IV – Fase da Decisão

V – Fase da notificação da decisão

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A liquidação pode ser revista tanto por iniciativa da Administração como por iniciativa do contribuinte

Fundamento Forma Prazo

A favor da • Constatação de existência de • Liquidação • 5 anos


administração erros ou omissões que resulte adicional
tributária prejuízo para o estado
Revisão por • Existência de erro imputável aos • Anulação • 5 anos a todo
iniciativa da serviços na liquidação oficiosa o tempo se
Administração • Indicação de valores superiores estiver
Tributária A favor do
aos que resultam da correcta pendente
contribuinte
aplicação das normas de processo de
determinação de matéria execução
colectável fiscal

• A reclamação administrativa • Reclamação • 30 dias


pode ser apresentada com administrativa
fundamento em qualquer
Revisão por iniciativa do ilegalidade
contribuinte • Não é admissível reclamação na
pendência de acção judicial com
o mesmo procedimento

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6 RECLAMAÇÃO DA MATÉRIA COLECTÁVEL
Contribuinte notificado para DAP 30 dias para Notificado de proposta
(matéria colectável) responder da matéria colectável
30 dias depois de notificado, com fundamento na
Reclamação da matéria colectável ilegalidade de aplicação de métodos indirectos, ou erro na
quantificação (art. 107º #2)

AGT Produz uma informação ou parecer sobre as provas


colhidas (FASE DA PREPARAÇÃO DA DECISÃO)

Emite uma decisão, ou faz novas diligências para o


AGT apuramento da matéria colectável.(FASE DA DECISÃO)

Notifica o contribuinte da decisão da reclamação e da


AGT liquidação, nos termos do art 93.º.

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6 RECLAMAÇÃO ADMINISTRATIVA DA LIQUIDAÇÃO

Reclamação da liquidação
30 dias após
notificado

Notificado para DAP 30 dias para responder, com proposta de decisão

AGT Produz uma informação ou parecer sobre as provas


colhidas (FASE DA PREPARAÇÃO DA DECISÃO)

Emite uma decisão, ou faz novas diligências para


AGT apuramento da liquidação do imposto(FASE DA DECISÃO)

Notifica o contribuinte da decisão da reclamação e da


AGT liquidação, nos termos do art 93.º.

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6- RECURSO HIERÁRQUICO
Recorre da decisão da 30 dias após notificado, para o órgão
Reclamação administrativa máximo do escalão da AGT

Produz uma informação ou parecer sobre as provas


AGT
colhidas (FASE DA PREPARAÇÃO DA DECISÃO)

Emite uma decisão, ou faz novas diligências para


AGT apuramento da liquidação do imposto(FASE DA DECISÃO)

Notifica o contribuinte da decisão do recurso interposto


e da liquidação, nos termos do art 93.º.
AGT

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O processo para responder uma reclamação e seus recursos é o mais complexo de todos os processos da
repartição
Áreas Processo

Recebe reclamação Recebe recurso


e carimba com a para a AGT e
Secretaria data de entrada carimba com a data
de entrada

Toma Toma
Sub-chefe da conhecimento e conhecimento e
repartição envia para chefe da envia para chefe da
repartição repartição

Toma Assina o despacho Toma


Chefe da conhecimento e e a notificação conhecimento e
repartição envia para chefe do envia para chefe do
contencioso contencioso

Regista, prioritiza e Valida proposta de Aloca ao técnico


Chefe do distribui ao técnico despacho e responsável pela
contencioso para análise notificação e envia reclamação para Decide recurso
para o Chefe informação à RF e notifica
contribuinte
Analisa a Tira cópias para o Informar Orgão
Técnico do reclamação e processo e envia maximo de escalão
contencioso elabora despacho e para o expediente superior sobre
notificação processo e
proposta de
Recebe notificação decisão
e, caso discorde,
Contribuinte
recorre para a
orgão maximo de
escalão superir.I
AGT

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NOTA IMPORTANTE!!!!!!!!!!!!

TANTO A RECLAMAÇÃO ADMINISTRATIVA E O RECURSO HIERÁRQUICO SO


SE SUSPENDEM MEDIANTE PRESTAÇÃO DE GARANTIA IDONEA NOS TERMOS
DO ART.º 43.º DO CÓDIGO DAS EXECUÇÕES FISCAIS.

NOS TERMOS DO NÚMERO 3 DO ART. 43º DO CEF A GARANTIA SER


PRESTADA NO VALOR DO PROCESSO ACRESCIDO DE JUROS DE MORA DE 5
ANOS E CUSTAS JUDICIAIS.

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Suspensão da execução

• Garantia:
• Prazo: 15 (quinze) dias;
• Valor: dívida exequenda, juros de mora até ao termo do limite do prazo de
pagamento de 5 (cinco) anos, custas e demais despesas;
• Não prestação da garantia: Penhora de imediato, suspendendo a execução
caso os bens tenham valor suficiente para o pagamento da dívida e
acréscimos;
• Dispensa: excepcionalmente, mediante requerimento deduzido nos 15
(quinze) dias posteriores a dedução da reclamação administrativa ou
impugnação judicial;
• Competência para dispensar: chefe do órgão de escalão superior;
• Substituição: pode ser por qualquer outro tipo de garantia admissível.
Requerimento 15 (quinze) dias posteriores ao conhecimento da primeira
penhora;
• Cessação: por extinção ou insuficiência para pagamento da dívida e
acrescido, devendo o executado proceder a substituição ou reforço no prazo
de 15 (quinze) dias após a notificação;
• Redução: caso de anulação ou pagamento parcial;
• Secessão: o sucessor deve provar a qualidade e o pagamento do imposto
devido pela transmissão da quantia a levantar.
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8- PAGAMENTO (art.º 136.º)
O pagamento da dívida fiscal pode ser feito em dois momentos
Processo Penalidades
• Pagamento dentro do prazo fixado na lei
• A repartição limita-se a receber o pagamento
Pagamento
da dívida
voluntário
• Dentro do prazo o contribuinte pode pagar
em qualquer dia

• Instauração de processo de execução fiscal


após decurso do prazo para pagamento
Cobrança
voluntário sem que esta tenha ocorrido
coerciva
• Possibilidade de penhora de bens
• Quanto mais tarde for feito o pagamento
maior é o valor em dívida

• Acarreta juros de mora


• Instauração de processo de execução fiscal
Pagamento a pela falta de pagamento de 1 prestação.
prestações

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9- O PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL

É o processo que visa a cobrança coerciva, com base


num título executivo, pelo qual se determina o direito do
exequente, de uma quantia certa, líquida e exigível.
(art.º 1º Código das Execuções Fiscais)

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Suspensão da execução

• Causas de suspensão:
• Prestação de garantia idónea;
• Citação do cônjuge ou companheiro da união de facto do executado, após a
penhora dos bens comuns do casal em execução por dívida não
comunicável;
• Pedido de pagamento em prestações da dívida e acrescido;
• Acção subordinada de verificação e graduação de créditos;
• Acção subordinada de anulação da venda;
• Falência ou insolvência do executado;
• Pender acção judicial sobre a propriedade ou posse dos bens penhorados.

• Garantia idónea
• Garantia bancária;
• a caução e seguro-caução;
• a hipoteca, o penhor e a penhora na execução fiscal de bens de valor
suficiente para assegurar o pagamento da dívida exequenda e acréscimos
legais.

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Competência Material
Poderes de cognição
Órgão administrativo Tribunal
Direcção e gestão do processo.
Conhecimento da legalidade das diligências
 Instaurar o processo de execução efectuadas pelo órgão administrativo.
fiscal;
 Autorizar o pagamento a prestações;  Oposição à execução fiscal, quando
 Decidir a oposição à execução, quando deduzida por embargos do executado,
deduzida por requerimento; incluindo quando recaia sobre os
 Penhora, quando não deva ser pressupostos da responsabilidade solidária
ordenada pelo Tribunal; ou subsidiária;
 Aplicar os valores penhorados ou do  Oposição à penhora;
produto da venda dos bens  Penhora, nos casos em que legalmente seja
penhorados no pagamento da dívida competente;
exequenda e acréscimos legais;  Reclamações dos actos praticados pelo
 Decisão de proceder à efectiva entrega órgão administrativo de execução fiscal, no
dos bens penhorados ao depositário e, exercício dos seus poderes legais de
dos vendidos, ao adquirente; direcção e gestão do processo;
 Liquidar os juros de mora vencidos no  Acções subordinadas de verificação e
período do processo; graduação de créditos;
 Elaborar a conta de custas relativas  Acções subordinadas de anulação da venda;
aos actos por si praticados;  Reclamações da conta de custas.
 Declarar a extinção do processo de
execução fiscal;
 Efectuar as citações, notificações e
publicações obrigatórias.
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Títulos Executivos

• Requisitos

• O processo de execução fiscal tem por fim, de acordo com o título executivo que
lhe serve de base, a cobrança de:

• Quantia certa;
• Liquida; e
• Exigível.

• As certidões de dívidas tributárias têm força de titulo executivo e valem como


sentença transitada em julgado.

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Títulos Executivos

• Certidões de dívidas tributárias;


• Certidões de decisões exequíveis de aplicação de multas
Títulos executivos em processo de transgressão fiscal;
• Quaisquer outros títulos a que a lei especial atribua força
executiva;

• Assinados e com menção da entidade emissora;


• Data da emissão;
• Nome e domicílio ou residência dos devedores;
Elementos
Art. 35.º, n.º 2 • Natureza e proveniência da dívida;
• Indicação por extenso do montante e da data a partir da
qual são devidos juros de mora e da importância sobre que
incidem.

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Títulos Executivos

Certidões de dívidas tributárias

• O órgão administrativo procede à extracção da certidão de dívida tributária, no


termo do prazo do pagamento voluntário da prestação tributária autoliquidada ou
oficiosamente liquidada pela Administração Tributária, com base nos elementos
ao seu dispor.

• Prazo voluntário - prazo estabelecido nas leis tributárias para


pagamento de dívidas de impostos e demais prestações tributárias.

• O número de contribuinte;
• O número matricial do imóvel, quando o tributo incidir sobre
Elementos prédios ou sobre os seus rendimentos;
Art. 36.º, n.º 3 • Identificação do tributo em dívida e do ano a que respeita;
• Identificação da autoliquidação ou da liquidação oficiosa da
dívida cuja falta de pagamento originou a dívida;

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Títulos Executivos

Insuficiência do título executivo

• As insuficiências título executivo podem ser supridas, mediante apresentação de


prova documental, em prazo a fixar pelo Tribunal, que o devolve para o devido
aperfeiçoamento, quando respeitem a falta dos requisitos seguintes:
• Menção da entidade emissora;
• Data da emissão;
• Domicílio ou residência dos devedores;
• Numero de contribuinte do devedor;
• Identificação da autoliquidação ou da liquidação oficiosa da divida
tributária, cuja falta de pagamento originou a dívida exequenda.

• São insupríveis as insuficiências do título executivo resultantes da falta dos


requisitos seguintes:
• Assinatura da entidade emissora;
• Indicação por extenso do montante da dívida e acréscimos legais;
• Indicação da data a partir da qual são devidos juros de mora e do
montante sobre que incidem
• Identificação do devedor e dos responsáveis solidários demandados
conjuntamente com o devedor;
30
• Indicação da natureza e proveniência
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da dívida.
O processo de execução
Pagamento
Procedimento (visão global)

Pagamento a prestações

INSTAURAÇÃO
Nomear bens a penhora

CITAÇÃO
Instauração Oposição à execução
3ª PENHORA

4ª Oposição a penhora
VENDA DOS BENS PENHORADOS

5ª PAGAMENTO DA DÍVIDA


EXTINÇÃO DA INSTÂNCIA

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O processo de execução
Procedimento Prazos

5 dias , após a
• Simples Despacho do chefe da Repartição emissão ou
conhecimento de
Fiscal facto
superveniente
Instauração
5 dias, após
despacho de
• Registo dos processos instauração da
execução

Citação Quando seja anterior a penhora, nos casos em que a dívida


exequenda seja no valor igual ou inferior a 2.500.000,00.

Pedido de pagamento Nomeação de bens a


Pagamento Oposição à execução
a prestações penhorar

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Actos Processuais

Elementos
• Duplicado do requerimento inicial, se houver;
Citação
• Síntese ou cópia legível do título executivo.

Teor do mandato de citação Art. 65.º

Comunica ao executado:

 Que pode opor-se à execução, por requerimento ou embargos, no prazo de 30 (trinta)


dias;
 Que, dentro desse prazo, pode, em alternativa, requerer o pagamento a prestações, salvo
se o já tiver feito no prazo de pagamento voluntário;
 Que o direito de escolha dos bens penhoráveis é sempre do exequente mas o executado
pode propor, no prazo de oposição, a dação em cumprimento de bens suficientes para o
pagamento da dívida exequenda e acréscimos legais ou indicar outros bens penhoráveis;
 Que deve indicar, dentro desse prazo ou posteriormente, a existência de reclamação
administrativa ou impugnação judicial da dívida exequenda ou de acto de que a sua
liquidação legalmente dependa, sob pena de ficar responsável pelo pagamento das
custas da execução a que a não comunicação vier a dar causa.
33

LAD-204015111107QS
C O CEF consagra vários regimes especiais de penhora

Direitos sobre bens


Bens imóveis Bens móveis
móveis e bens imóveis
(Art. 111) (Art. 112)
(Art. 113)

Regime especiais de Dinheiro e


Bens indivisos
penhora outros valores
(Art. 119)
depositados em contas
bancárias
(Art. 114)

Abonos,
vencimentos,
Títulos de crédito e
rendas, juros e Partes Sociais Créditos
valores mobiliários
outros rendimentos (Art. 116) (Art. 115)
(Art. 117)
periódicos
(Art. 118)

34 LAD-204015111107QS
C
O processo de execução fiscal ganha força com a penhora dos bens do executado
Competência para penhora

• A penhora é
Tribunal sempre
• Habitação principal do executado ordenada por
• Bens móveis localizados na habitação do despacho
executado
• Estabelecimento comercial ou industrial
• Concessão mineira
• Penhoram-se
prioritariamente
Órgão
os bens do
Administrativo
executado cujo
• Outros bens imóveis
valor pecuniário
• Outros bens móveis
seja de mais
• Créditos
fácil realização.
• Contas bancárias
(Art.101)
• Títulos de crédito
• Bens indivisos

35 LAD-204015111107QS
Verificação e Graduação dos créditos

 Os credores com garantia real podem reclamar os


Prazos respectivos créditos nos 30 dias posteriores à citação
pessoal;
 Os credores ausentes podem reclamar até 15 dias antes da
realização das vendas.

Cada um dos credores deve instruir o pedido dirigido ao


Tribunal Provincial Competente, com certidão da sentença
Requisitos da reclamação ou algum título executivo, sem o que o pedido não é admitido.

 Tem legitimidade para impugnar as reclamações de


créditos, o exequente ou executado.
Legitimidade  O prazo de impugnação é de 30 dias após a
Prazos de impugnação notificação dos créditos reclamados.
Sentença  A sentença é lavrada nos 15 dias posteriores ao
termo do prazo de reclamação de créditos.

36 LAD-204015111107QS
Venda de bens Penhorados
Artigo 121.º e seguintes

Modalidades Formalidades Pós-Venda


Da venda
 Proposta em carta  A venda deve  O adquirente deve
fechada, tratando-se efectuar-se no depositar o preço da
de bens móveis ou próprio auto do venda no prazo de
imóveis; processo; 30 dias após o auto;
 Proposta em carta  Tratando-se de mais  Pago o preço e os
fechada, tratando-se de um bem imóveis, impostos de
de bem móveis com deve lavrar-se um transmissão
o valor superior a Kz. auto por cada eventualmente
2.500.000,00; prédio; devidos, o bem é
 Negociação  Pela totalidade de adjudicado ao
particular; bem móveis proponente ou
 Venda directa; vendido, é lavrado arrematante;
 Arrematação em um auto único;  Caso o preço não
hasta pública;  Em caso de venda seja pago nos 15
 Venda em bolsas de Estabelecimento dias posteriores à
capitais ou Comercial ou realização da venda,
mercadorias; Industrial, lavra-se o processo
 Venda em depósito um auto único; prossegue com a
público.  Feita a venda é penhora dos bens do
emitido um título de proponente
cobrança. suficientes;

37 LAD-204015111107QS
Venda de bens Penhorados
Artigo 121.º e seguintes

E se a importância arrecadada na Que encargos impendem sobre os


venda for insuficiente? bens vendidos?

 Nestes casos o processo continua  Por via de regra os bens devem ser
os seus termos com a penhora de vendidos livres de quaisquer ónus
novos bens ou, o património do ou encargos;
executado tiver esgotado, reverte  O órgão administrativo de
contra os responsáveis execução fiscal competente para
subsidiários. a execução, deve nos 15 dias
 O montante arrecadado é aplicado seguintes à realização da venda,
para o pagamento das custas promover o cancelamento dos
primeiro passando-se depois à registos que tiverem caducado;
amortização da dívida.

38 LAD-204015111107QS
Meios de reacção aos actos administrativos
Reclamações
Actos susceptíveis de reclamação: Actos praticados pelo órgão administrativo de
execução fiscal que lesem direitos e interesses
legalmente protegidos do executado ou de
terceiros (Art. 161º).
Legitimidade para reclamar: O executado ou um terceiro directa e
efectivamente prejudicado (161º).
Prazo: 10 dias posteriores:
• À notificação do acto lesivo ou,
• Ao efectivo conhecimento do mesmo
(Art. 161º).
Local de apresentação: Junto do órgão de execução fiscal que praticou o
referido acto (Art 162º).

A quem se dirige a reclamação: Tribunal competente com jurisdição fiscal e


aduaneira (Art. 162º, d), n.º1, Art 10º).

Efeitos da reclamação: A reclamação não suspende o processo de


execução fiscal, excepto quando o reclamante
invocar causa legal de suspensão do processo (Art.
163º).
39 LAD-204015111107QS
Meios de reacção às decisões administrativas (Cont.)
Recurso ordinário
Decisões susceptíveis de recurso: As decisões proferidas pelo tribunal competente com
jurisdição fiscal e aduaneira listadas no Art.164º. Ex.:
Incidentes de oposição por embargos e oposição à
penhora; Despachos interlocutórios, etc.

Legitimidade para recorrer: Qualquer interveniente processual que não tiver obtido
a satisfação integral dos seus interesses (Art. 165º).

Prazo e local de apresentação do recurso: 15 dias após à notificação da decisão de que se irá
recorrer, a apresentar no tribunal recorrido. (Art. 166,
n.º 1).
A quem se dirige o recurso ordinário: À Câmara do Cível e Administrativo Fiscal e Aduaneiro
do Tribunal Supremo (Art. 164º, n.º1).
Efeitos do recurso: O recurso não tem efeito suspensivo, salvo nos casos em
que a decisão recorrida tiver sido desfavorável ao
executado e este tenha prestado garantia nos termos do
Art. 40º, n.º 1, a).
Subida do recurso: Apenas sobem imediatamente os recursos que recaírem
sobre as decisões listadas no Art. 168º. Ex.: Que ponham
termo ao processo; Que conheçam do mérito da causa.

Produção de prova: Não é admitida prova testemunhal (Art. 166º, n.º 4).
40 LAD-204015111107QS
Meios de reacção às decisões administrativas (Cont.)
Recurso extraordinário para uniformização de jurisprudência

Quando é que pode ser interposto o Quando a sentença perfilhar, relativamente


recurso: à mesma questão, solução oposta a mais de
três sentenças proferidas em primeira
instância ou de acórdão do Tribunal
superior.
Obs.: não pode ter havido alteração
substancial da regulamentação jurídica
aplicável. (Art. 173º).

A quem se dirige o recurso extraordinário: Tribunal Supremo (173º).

Prazo: 15 dias posteriores à data da apresentação


da decisão de que se irá recorrer (Art 174º).

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Meios de reacção às decisões administrativas (Cont.)
Recurso extraordinário de revisão

Quando é que se pode requerer: Quando tiver na sua base um dos fundamentos
que se seguem:

• Incompatibilidade da decisão judicial a rever


com a decisão judicial transitada em julgado
sobre falsidade de documento que serviu de
base à decisão;

• Incompatibilidade com qualquer facto ou


documento que tenha sido fundamento
essencial da decisão a rever e que o
interessado prove não ter conhecido nem
poder ter no processo em que a decisão em
que a decisão que constitui objecto de
revisão for proferida (n.º 1, Art 175º)
Prazo: 30 dias após o transito em julgado da decisão
cuja revisão se pretende, sem que ultrapasse 3
anos desde a ocorrência daquele facto (n.ºs 1 e
3, Art. 175º).
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Actividade
Reclamações
Actos susceptíveis de reclamação: (Art. 161º).

Legitimidade para reclamar: ( Art. 161º).

Prazo: (Art. 161º).

Local de apresentação: (Art 162º).

A quem se dirige a reclamação: (Art. 162º, d), n.º1, Art 10º).

Efeitos da reclamação: (Art. 163º).

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Nulidades

• São nulidades insanáveis, sem prejuízo do aproveitamento dos termos subsequentes


do processo que delas absolutamente não dependam:
• A falta de citação, quando possa prejudicar os direitos do executado;
• Falta de requisitos essenciais do título executivo que não possa ser suprida
ou não tenha sido suprida no prazo fixado pelo órgão administrativo ou pelo
Tribunal;
• Ineptidão da petição nos incidentes e nas acções subordinadas de
verificação e graduação de créditos e anulação da venda.
• As nulidades são de conhecimento oficioso pelo órgão administrativo ou pelo
Tribunal;
• Podem ser conhecidas ou arguidas até à extinção do processo ou ao trânsito em
julgado do recurso ordinário ou extraordinário da decisão judicial.

• O acto tiver sido omitido;


• Tenha havido erro sobre a identidade do citado;
Falta de citação • Tenha sido indevidamente efectuada a citação edital;
• Não tenha sido citada a pessoa designada por lei;
• Quando não tiver sido assinada a certidão do acto e o acto não
tiver sido testemunhado nos termos da lei.

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Custas e Outros Encargos Processuais

• Obrigação do pagamento de custas - a pagar pela parte vencida, que suportar as


outras despesas do processo, incluindo as resultantes das publicações obrigatórias.
• Sanção por litigância de má fé ou negligencia processual - pode haver lugar, nos
termos do Código de Processo Civil e a título de custas, à aplicação de uma sanção
pecuniária, a ser aplicada pelo Tribunal, caso o executado não proceda ao seu
pagamento voluntário junto do órgão administrativo.
• São igualmente devidas custas pelo executado que tiver dado causa ao
prosseguimento da execução por não ter comunicado, no prazo de 15 dias após a
citação, a pendência da reclamação administrativa ou impugnação judicial.
• Isenção de custas - Estão isentos de custas e demais encargos:
• Os órgãos da Administração Tributária;
• O Estado e quaisquer dos seus serviços, estabelecimentos ou organismos;
• As instituições públicas de previdência e segurança social;
• As pessoas colectivas de direito público;
• Ministério Público;
• Os partidos políticos;
• Os sindicatos.
• Os responsáveis subsidiários quando procedam ao pagamento integral da
dívida no prazo de oposição.
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Custas e Outros Encargos Processuais

• Preparo - valor igual a 20% do montante das custas devido a final, que devem ser
pagos nos 10 (dez) dias posteriores à apresentação da petição, nos casos seguintes:
• oposição de executado, quando deduzida por embargos;
• oposição à penhora;
• concurso de credores;
• anulação da venda.

• Isenção – não prejudica a obrigação do demandante garantir por depósito as


despesas com as diligências do processo que tiver requerido, sob pena de não se
realizarem;
• A falta de pagamento pontual dos preparos implica o acréscimo da conta final de
custas de uma prestação sancionatória igual a metade do seu montante.
• Ao valor das custas apuradas na conta final deduz-se o montante do preparo já pago.

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Custas e Outros Encargos Processuais

• O valor da ou das dívidas exequendas reduzido das anulações


parciais que tiverem tido lugar, na execução fiscal, mesmo
quando prossiga por requerimento do sub-rogado;
• A metade da dívida exequenda contestada, na oposição de
executado;
• A metade do valor dos bens penhorados abrangidos na
Valor do oposição, na oposição à penhora;
processo
• A metade do valor dos bens penhorados, no levantamento da
penhora;
• A metade do produto dos bens vendidos, na anulação da venda,
quando rejeitada;
• O valor das custas cuja anulação se requer, na reclamação da
conta.

Nos casos em que não possam ser subsidiariamente resolvidos nos termos do
Código de Processo Civil, o valor é fixado pelo juiz, tendo em conta a sua
complexidade e a situação económica do executado

47 LAD-204015111107QS
Custas e Outros Encargos Processuais

• 5 por cento do valor sobre que incidem, quando o valor da causa


seja igual ou inferior a Kz 5.000.000,00;
Taxas • 5 por cento sobre Kz 5.000.000,00 acrescido de Kz 2.500,00 por
cada Kz 100.000,00, quando o valor da causa seja superior a Kz
5.000.000,00.

• As contas de custas são elaboradas e cobradas, conforme os actos a que


respeitarem, pelo órgão administrativo ou pelo Tribunal.
• A reclamação e pagamento das custas são reguladas pelo disposto no
Regulamento do Processo Contencioso Administrativo, com as devidas
adaptações.

Destino das custas: Os valores arrecadados nas custas cobradas pelos órgãos
administrativos, são receitas do Estado, cuja afectação compete ao Titular do Poder
Executivo.

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Extinção da Instância
Causas da extinção

O Processo de Execução Fiscal extingue- Nas execuções por multas, o processo


se: de execução extingue-se
Com o pagamento da dívida exequenda;  Por morte do infractor;

 Dissolução da pessoa colectiva;


Com a anulação da liquidação ou declaração
de nulidade ou inexistência insanável;
 Amnistia;

Procedência da oposição;  Anulação da decisão condenatória;

 Prescrição da multa.
Declaração de prescrição da dívida
exequenda;

Declaração em falhas, sem prejuízo da


possibilidade de renovação;

As49 causas de extinção da execução são de conhecimento oficioso.


LAD-204015111107QS
Extinção da Instância
Tipos de Extinção

Por Pagamento Voluntário Por cobrança Coerciva Declaração em falhas

 O pagamento é sempre  Se a penhora for de  É declarada em falhas a


efectuado por meio de dinheiro, o levantamento dívida exequenda sempre
título de cobrança; do dinheiro deve ser feito que:
 Deve ser feito na mediante um Mandado
repartição fiscal onde emitido a favor da  Inexistirem bens
correr a execução ou repartição fiscal em que penhoráveis do executado;
quaisquer outros locais correr o processo;  Se o executado for
permitidos por lei;  Se, em virtude da penhora desconhecido ou, nos
 São admitidos os forem arrecadadas tributos de propriedade,
pagamentos por conta, quantias suficientes para o não seja possível
desde que este pagamento da dívida e não identificar o prédio;
corresponda ao valor não houver graduação, a  Estar o devedor do crédito
inferior a 10% do valor da instância é extinta depois penhorado ausente em
dívida. de feitos os pagamentos. parte incerta e não dispor
o executado de outros
bens.

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Actividade

EXERCÍCIO 1
A empresa X, após ser notificada do indeferimento da Reclamação
Administrativa, no valor de Akz 3.000.000,00 a 01 de Agosto,
pretende interpor Recurso Hierárquico. Em que termos o deve fazer e
quais os custos associados?
Taxa de juros de mora= 1%.

Exercício 2
Após resposta negativa do banco onde foi efectivada a penhora da
empresa Z, considera-se extinto o processo de execução fiscal?

LAD-
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20401011
TITO PACA
CEF 2015 52

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