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SEMINÁRIO IV - REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL, MEDIDA CAUTELAR

FISCAL E OS MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

ALUNA: MARIANA LOPES MORAES FERREIRA

1. Qual a natureza jurídica da execução fiscal e da medida cautelar fiscal? Identificar o


fundamento e os requisitos legais da medida cautelar fiscal, bem como apontar qual
o momento oportuno para a sua propositura. (Vide anexos I e II)

A natureza jurídica da execução fiscal é de ação exacional, ou seja, de


ação de cobrança, já a cautelar fiscal tem natureza de ação antiexacional, ou seja, é
uma ação que não objetiva a execução dos créditos tributários, por vezes objetivando
obstar a execução.
Temos como fundamento legais o artigo 1º da lei 8.397 de 1992 e os
requisitos legais se encontram no artigo 2º da mesma lei.
Para que exista execução fiscal é necessário que exista um CDA, ou seja é
necessário que exista um crédito constituído. Já a cautelar fiscal deve ser proposta
antes da execução fiscal.

2. Ao responder justifique suas respostas. Quanto à exceção de pré-executividade,


pergunta-se:

(a) Em que consiste a exceção de pré-executividade? É uma ação ou meio de defesa?

A exceção de pré-executividade é um meio de defesa onde deve ser


requerido ao julgador que o mesmo reavalie, regularize ou nulifique o processo.

É meio de defesa uma vez que para existir uma exceção de pré-
executividade é necessário que exista uma ação.

(b) Qual seu fundamento legal?

Fundamentação legal se encontra no artigo 3º, parágrafo único, da lei


nº 6.830/80 e artigo 204, parágrafo único do CTN.
(c) Há limite temporal para o seu oferecimento no processo executivo?

Entendo que o limite para propositura seria o transito em julgado, posto


que após o trânsito seria cabível a ação rescisória.

(d) Há limite lógico-processual para o seu oferecimento?

Não.

(e) Quais matérias são passíveis de arguição?

Matéria de ordem pública ou que o juiz deveria ter analisado e que


pela falta de análise gera nulidade no processo.

(f) A oposição de exceção de pré-executividade tem o condão de suspender o trâmite


do processo de execução?

Não suspende de forma automática mas pode ocorrer a suspensão do


processo, uma vez que o julgamento da exceção de pré-executividade pode alterar o
processo, como por exemplo, se estiver determinado um leilão o leilão deve estar
suspenso até o julgamento da exceção de pré-executividade, posto que dependendo o
julgamento da exceção o leilão não será necessário.

(g) A oposição de exceção de pré-executividade impede o ajuizamento de embargos


à execução fiscal?

Não, pode ocorrer a oposição de exceção de pré-executividade e

3. Considerando as alterações relativas ao processo de execução trazidas pelo


CPC/15, pergunta-se:

(a) Aplicam-se os arts. 914 (admite a oposição de embargos à execução sem


garantia da execução), 915 (fixa prazo para oposição de embargos à execução – 15
dias) e 919 (estabelece que os embargos à execução não são dotados de efeito
suspensivo), todos do CPC/15 nos processos de execução fiscal? (Vide anexo III)
Se aplica o CPC mas de forma supletiva, naquilo que não for incompatível
com a lei especifica o CPC deve ser aplicado. Dessa forma, tendo em vista que na
LEF existe legislação especifica não se aplicam esses artigos do CPC.

(b) Na execução fiscal, ao executado ainda persiste o direito de, no prazo de 5 dias
da sua citação, “garantir a execução”? Justifique sua resposta.

Sim, conforme o artigo 8º da LEF, conforme caput transcrito abaixo:

Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a


dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de
Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as seguintes normas:

4. Com relação ao instrumento constritivo do patrimônio do contribuinte-devedor


previsto no art. 185-A do CTN (conhecido como penhora “on-line”). Pergunta-se:

(a) Qual sua natureza jurídica? Trata-se de espécie de penhora ou de medida


cautelar?
A natureza jurídica é cautelar e a espécie é de penhora, conforme 835, I do
Código de Processo Civil.

(b) A decretação da indisponibilidade a que se refere o art. 185-A do CTN é fato


jurídico suficiente à abertura de prazo para apresentação de embargos?

Acredito que seria fato jurídico suficiente apenas se houvesse


indisponibilidade do valor total.

( c) Quais seus pressupostos e limites legais? É necessária demonstração por parte


da Fazenda de que inexistem outros bens capazes de garantir a dívida? Ou aplica-
se o art. 854 do CPC/15 (admite a constrição de ativos financeiros sem a prévia
ciência do executado)? (Vide anexo IV e V)

Os pressupostos e limites legais são a citação do devedor e que não tenha


sido pago ou apresentado bens à penhora ou não terem sido encontrados bens
penhoráveis. Acredito que a Fazenda deve demonstrar a inexistência de outros
bens capazes de garantir a dívida.
5. Na execução fiscal o devedor-executado é citado para pagar ou indicar bem(ns)
em garantia em cinco dias. Na hipótese de oferecimento de seguro-garantia, terá
o devedor-executado que acrescentar 30% do valor do débito executado ao
seguro para que essa modalidade de garantia seja aceita? Considere em sua
resposta o teor do art. 7º, II da Lei n. 6.830/80 e o § 2º do art. 835 do CPC/15.

Não, o seguro deve ser o valor da dívida.

6. Qual o termo inicial para consideração da fraude à execução fiscal? Há alguma


divergência entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC/15? (Vide anexo VI)

Nos termos do artigo 185 do CTN, temos que o termo inicial seria a
alienação dos bens.

7. A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, execução fiscal contra a empresa


XPTO, requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal para seu sócio Luis
Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por fundamento fático o
encerramento irregular da sociedade. Considerando a vigência do CPC/15,
pergunta-se:

a) é necessária, no caso relatado, a instauração do incidente de desconsideração


da personalidade jurídica (IDPJ)? Sendo negativa ou positiva a resposta,
justifique? Se for negativa em que hipóteses o IDPJ seria cabível?.

Sim, se for possível comprovar o dolo ou fraude antes do ajuizamento da


ação, na petição inicial o autor já pode formular pedido de desconsideração de
personalidade jurídica, sendo o sócio já citado como réu no processo.

b) uma vez instaurado o IDPJ, a defesa apresentada pelo sócio ou pessoal


jurídica que se pretende atribuir responsabilidade pela obrigação tributária
pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário),
ou apenas sobre a ilegitimidade de sua responsabilização patrimonial pela
dívida objeto da execução fiscal?

A defesa pode dizer sobre o mérito da cobrança propriamente dita bem


como manifestar sobre a inclusão do terceiro no polo passivo da execução fiscal.

.
8. Em sua opinião, para que a execução fiscal seja proposta já com o sócio no pólo
passivo (seu nome consta na certidão de dívida ativa) é necessário que tenha
participado do processo administrativo para apuração de sua responsabilidade?
Justifique sua resposta indicando o dispositivo normativo processual (CPC/2015
ou lei de execução fiscal) que confirma ou infirma a legitimidade passiva do sócio
na execução fiscal.

Sim.

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