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AO DOUTOR JUIZO DE DIREITOS DA... VARA CÍVEL DA COMARCA DE...

PROCESSO Nº...

MARCELO MALVADÃO, devidamente qualificado nos autos da reclamatória trabalhista


em epígrafe, movida em face de POSTO DE COMBUSTÍVEIS ALDUTERADO LTDA,
Através de seu representante legal infra-assinado, irresignado com a r. sentença proferida,
vem respeitosamente, ante Vossa Excelência, com sustentáculo no art. 895, inciso I da
Consolidação das Leis do Trabalho e razões anexas à presente, interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

Em virtude da decisão que negou o pleiteado na inicial, com o propósito de que a matéria seja
novamente apreciada para fins de juízo de retratação de Vossa Excelência, conforme art. 485,
§ 7º do CPC, aplicável também à Justiça do Trabalho conforme Art. 3º, inciso VIII da IN 39
do TST. Ademais, cumpre ressaltar que o recorrente deixa de recolher as guias
comprobatórias do recolhimento de depósito recursal e custas processuais, por ser beneficiário
da justiça gratuita.

Isso posto, depois de cumpridas todas as disposições legais, preenchidos todos os requisitos
recursais tais quais legitimidade, interesse, capacidade recursal, recorribilidade da decisão,
adequação, tempestividade preparo e obtidas as manifestações dos demais interessados, sejam
os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da... Região.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade..., ... de ... e 2022.

VICTOR H. BARROS BRITO


OAB/PA
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA... REGIÃO

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO


Origem: ...Vara do Trabalho da Comarca de...
Processo nº: ...
Recorrente: MARCELO MALVADÃO
Recorrido: POSTO DE COMBUSTÍVEIS ALDUTERADO LTDA

Reverenda Turma,
Em que pese o renomado conhecimento jurídico e proficiência do Meritíssimo Juiz “a quo”, a
respeitável decisão não pode sobrepujar, impondo-se sua reforma pelos fatos e fundamentos
ostentados a seguir:

1 – COMO INTRÓITO
1.1 – Cumprimento dos pressupostos recursais
O ato é recorrível haja vista a sucumbência parcial, ao passo que não existe proibição legal
quanto ao recurso interposto visto que não se tratar de despachos de mero expediente,
decisões interlocutórias ou sentenças proferidas nas causas de alçada (art. 1001 do cpc, art.
893, §1°, da CLT, Súmula n° 214 TST, art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584/1970).
O recurso é digno de tempestividade, visto que o mesmo foi interpolado no octídio legal.
(CLT, art. 895, inc. I)
Destaca-se ainda o não recolhimento das custas, tendo em vista que o requerente é
beneficiário da justiça gratuita.

2 – SÍNTESE DO PROCESSADO
2.1 – Objetivos da ação
A querela trouxe à luz argumentos que, entre recorrente e recorrido havia descompromisso
quanto ao de forma correta dos vencimentos.
Na exordial sustenta-se:
a) Adicional de periculosidade, uma vez que o requerente exerce a função de bombeiro
(frentista) na requerida e está em constante com substancias inflamáveis;
b) O peticionante também pleiteia adicional noturno, uma vez que sua jornada de trabalho se
iniciava às 22h00min e perdurava até às 05h00min, percebendo apenas o valor de jornada de
um trabalhador diurno; e
c) Cabe também ao requerente pagamento de horas extras, pela razão do pleiteante ter apenas
30 minutos de intervalo intrajornada.
2.2 – Contornos da decisão guerreada
Na sentença proferida, o MM. Juiz “a quo”, considerou as pretensões do requeredor
infundadas, julgando improcedentes os pedidos e assim os fundamentando:
a) Improcedente o pedido de adicional de periculosidade, pois o trabalho de frentista
(bombeiro de posto de gasolina) é intermitente, ou seja, o empregado não trabalha em contato
permanente com inflamáveis e explosivos, sendo notório o fato de que vários minutos se
passam entre um e outro abastecimento;
b) Improcedente o pedido de diferença do adicional noturno, por ausência de previsão legal ou
consuetudinária, considerando que o artigo 73 da CLT define como horário noturno aquele
compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, cujo lapso já vem sendo
corretamente remunerado pelo empregador, como bem especifica a própria petição inicial; e
c) Improcedente o pedido de horas extras relativo ao intervalo intrajornada, eis que a empresa
concedida o tempo previsto em lei.
a) O peticionante faz jus ao adicional de periculosidade, uma vez que o mesmo encontra-se
respaldado no art. 193, inc. I, da CLT, a alegação de o requerente não está em contato
permanente com produtos inflamáveis cai por terra ante a Súmula 364 do TST que em seu
inciso I afirma de forma explicita que não apenas o emprega em contato permanente mas
também quando o contato se da de forma eventual, logo depreende-se que o requeredor é
legitimado a perceber em sua remuneração o adicional de periculosidade previsto em 30%.

3 - RAZÕES RECURSAIS
a) O peticionante faz jus ao adicional de periculosidade, uma vez que o mesmo encontra-se
respaldado no art. 193, inc. I, da CLT, a alegação de o requerente não está em contato
permanente com produtos inflamáveis cai por terra ante a Súmula 364 do TST que em seu
inciso I afirma de forma explicita que não apenas o emprega em contato permanente mas
também quando o contato se da de forma eventual, logo depreende-se que o requeredor é
legitimado a perceber em sua remuneração o adicional de periculosidade previsto em 30%;
b) Quanto ao pagamento de adicional noturno, outrora improcedente é afastado através do
art.73, § 2º, da CLT no qual define trabalho em período noturno aquele que se inicia 22:00 e
se encerra às 05:00 tal qual o horário do requerente, logo, entende-se que a parte é legitimada
a receber a remuneração de trabalho noturno, o requeredor por trabalhar no período noturno
também é suscetível a ao estresse físico e psicológico, conforme ressalta a Súmula n. 60 do
TST, desta forma trazendo à luz motivos suficientes para que se julgue procedente o pedido
do peticionante; e
c) Conforme Art. 71 da CLT, resguarda o direito de intervalo de no mínimo 1 (uma) para
trabalhos que excedem seis horas diárias, logo, o pleiteante terá direito de receber suas horas
extras, visto que o supracitado tem apenas trinta minutos para descanso e alimentação, tempo
este que só poderia ser alterado por meio de acordo ou convenção, conforme art. 611-A, inc.
III da CLT.

4 – DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Ante ao exposto, pleiteia o requeredor que o presente recurso ordinário seja recebido e
processado, já que presentes os pressupostos de admissibilidade respectivos, assim como
receba total provimento, com o intuito de reformar a decisão que julgou improcedente as
solicitações, bem como reformar a sentença, dando provimento ao adicional de
periculosidade, as horas extras e o adicional noturno.

Termos em que, pede deferimento.


Santa Izabel do Pará, 09 de novembro de 2022.

VICTOR H. BARROS BRITO


OAB/PA

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