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embargos de declaração,
R. Frei Matias Tévis, 65, sala 603, Ilha do Leite | 50070-465 Recife (PE)
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de 2006. Isso significa que para o órgão são juridicamente ineficazes as demais
formas de intimação, como a realizada pela imprensa e a por oficial de justiça.
Esse entendimento foi firmado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (em
raciocínio que vale tanto para processos criminais quanto para os cíveis). 1
2 RELATÓRIO
1 Supremo Tribunal Federal. Plenário. Habeas corpus 83.255/SP. Relator: Ministro MARCO
AURÉLIO. 5 nov. 2003, maioria. Diário da Justiça, seção 1, 12 mar. 2004, p. 38.
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riormente feito pelo município de Chã Grande/PE, realizado para fins se-
melhantes, qual seja, a ação de promoção turística local.
41. De acordo com o que determina o art. 8 o do Decreto no 3.931/2001, é
possível a referida adesão, desde que preenchidos alguns requisitos:
Art. 8o A Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, poderá
ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da Administração que
não tenha participado do certame licitatório, mediante prévia con-
sulta ao órgão gerenciador, desde que devidamente comprovada a
vantagem.
§ 1o Os órgãos e entidades que não participaram do registro de pre-
ços, quando desejarem fazer uso da Ata de Registro de Preços, de-
verão manifestar seu interesse junto ao órgão gerenciador da Ata,
para que este indique os possíveis fornecedores e respectivos pre-
ços a serem praticados, obedecida a ordem de classificação.
§ 2o Caberá ao fornecedor beneficiário da Ata de Registro de Pre-
ços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceita-
ção ou não do fornecimento, independentemente dos quantitati-
vos registrados em Ata, desde que este fornecimento não prejudi-
que as obrigações anteriormente assumidas.
§ 3o As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este
artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cen-
to dos quantitativos registrados na Ata de Registro de Preços.
42. A partir da leitura do referido dispositivo, conclui-se pela possibilidade
de adesão de um município à ata de registro de preços realizada por ente
municipal diverso, desde que: a) esteja devidamente comprovada a vanta-
gem a ser obtida; b) o município manifeste seu interesse junto ao órgão
gerenciador da ata; c) o fornecedor beneficiário da ata opte pela aceitação
do fornecimento, desde que este fornecimento não prejudique as obriga-
ções anteriormente assumidas; d) as aquisições ou contratações adicionais
não excedam a cem por cento dos quantitativos registrados na ata.
43. O que a análise dos autos demonstra é que, apesar de o réu DIOCLÉ-
CIO ROSENDO DE LIMA, na qualidade de gestor do município, ter consul-
tado a Prefeitura de Chã Grande/PE sobre a possibilidade de adesão à ata
de registro de preços referente ao Pregão n o 007/2012 (id. 4161400, p.
4/5), assim como a empresa beneficiária CARLOS MARQUES FERREIRA
JÚNIOR-ME por meio do Ofício GP no 202 /2012 (id. 4161408, p.5/6), não se
tendo noticia, ainda, de que as aquisições teriam ultrapassado os quanti-
tativos constantes da ata de registro de preços, é certo que não houve
justificativa para a adoção de tal procedimento, não restando suficiente-
mente comprovada a vantagem a ser obtida com a referida adesão.
44. Embora tenham sido juntadas ao processo administrativo propostas
de outras empresas do ramo de publicidade, de modo a justificar a vanta-
gem obtida com a adesão à ata formalizada pelo município de Chã Gran-
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de/PE (id. 4161362), não se tem notícia de como foi realizada tal cotação
de preços, nem mesmo da forma como tais empresas foram recrutadas
para participar dessa consulta, inexistindo qualquer oficio ou publicação
oficial que demonstre o interesse da Prefeitura na seleção das propostas
de preços apresentadas.
45. Dessa forma, não há como se considerar legítima e suficiente a justifi-
cativa dada pela Prefeitura para embasar a adesão pretendida, à míngua
de elementos que comprovem ter a cotação de preços efetivada se re-
vestido da formalidade necessária à sua validade. Nem sequer podem ser
consideradas como justificativa válida – conforme entendeu o douto Juí-
zo de origem – as descrições constantes da proposta para celebração do
convênio, que destacam a localização geográfica do município e o fato de
se tratar de região que necessita de maior divulgação turística (id.
4161281, p. 4), eis que tais argumentos representam apenas os motivos
elencados pela Prefeitura para que o convênio fosse firmado.
46. Além disso, chama a atenção, como bem ressaltado pelo MPF em suas
razões recursais, os indícios de fraude constantes das propostas juntadas.
47. Constata-se que foram anexados ao procedimento administrativo de
adesão propostas de preços das empresas Público Eventos (id. 4161361,
p. 14/16), BM2 EVENTOS, Jardim do Éden (CARLOS MARQUES FERREIRA
JÚNIOR-ME) e BRUNO PRODUÇÕES (id. 4161362, p. 1/8) sem qualquer ofício
da Prefeitura de Riacho das Almas/PE solicitando tal cotação de preços,
como já dito anteriormente, o que já causa certa estranheza.
48. Fortalecendo as suspeitas acerca de um possível esquema de monta-
gem de preços, o orçamento enviado pela empresa Público Eventos apre-
senta o seu nome fantasia com fonte idêntica utilizada pela empresa Jar-
dim do Éden (CARLOS MARQUES FERREIRA JÚNIOR-ME), fato que se mos-
tra, no mínimo, incomum, diante dos inúmeros tipos de fontes existentes.
Note-se, inclusive, que os layouts de todas as propostas anexadas são bas-
tante semelhantes entre si, o que não pode ser considerado corriqueiro
em se tratando de empresas diversas, sem nenhuma ligação entre si.
49. Ademais, é de se reconhecer que as propostas apresentam erros ma-
teriais que põem em dúvida a validade da cotação de preços em tese rea-
lizada, como a proposta da empresa PÚBLICO EVENTOS, que é endereçada à
Prefeitura de Chã Grande/PE ao invés de ser direcionada ao Município de
Riacho das Almas/PE, e a proposta de Bruno Produções, que, embora se-
diada em Capoeiras/PE, indicou como local de assinatura a cidade de Chã
Grande/PE.
50. Além de todas as irregularidades até então apontadas, verifica-se não
haver prova nos autos de que o objeto do convênio firmado foi efetiva-
mente cumprido e entregue pela empresa CARLOS MARQUES FERREIRA
JÚNIOR-ME, consubstanciando-se, assim, o desperdício de recursos pú-
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18. Em primeiro lugar, essa corte regional não observou ordem judicial vin-
culante do Supremo Tribunal Federal, que determinou suspensão dos prazos
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15. Portanto, essa corte regional não poderia ter reconhecido prescrição da
pretensão do Ministério Público Federal neste processo, por incidência da Lei
14.230/2021, devido à decisão vinculante acima. Deveria ter julgado o recurso
com base exclusivamente nos argumentos de mérito da apelação.
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18. Segundo a redação do art. 1o, § 4o, da Lei 8.429, de 2 de junho de 1992
(Lei da Improbidade Administrativa), na redação da Lei 14.230/2021, “[a]pli-
cam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios consti-
tucionais do direito administrativo sancionador.” Direito Administrativo sanci-
onador e Direito Penal não são sinônimos.
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21. O art. 5o, inc. XL, da CR, dispõe que “a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu” (sem destaque no original), e não toda norma sancionadora,
de outra natureza menos severa. A retroatividade da lei penal mais benéfica
justifica-se por aspectos humanitários associados à tutela da liberdade de loco-
moção do agente criminoso (art. 5 o, incs. XV e LXVIII, da CR), decorrente da
tradicional previsão de penas privativas de liberdade e de outras sanções mais
severas para crimes. A liberdade de locomoção não era nem é ameaçada ou
obtemperada, de forma direta ou reflexa, pela LIA ou pela Lei 14.230/2021.
4 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Trad. Maria Celeste Cordeiro Leite
dos Santos. Brasília: Universidade de Brasília, 1995. p. 87-8.
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24. Sob a ótica tradicional que estrutura o direito intertemporal não criminal,
a regra é que os fatos sejam regulados pela legislação em vigor da época em
que foram praticados (princípio tempus regit actum), de modo que a retroativi-
dade das leis é hipótese excepcional no ordenamento jurídico. Esse posiciona-
mento encontra amparo no já mencionado art. 5 o, inc. XXXVI, da CR, e no art.
6o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), 5 cujas disposi-
ções estabelecem que alterações promovidas por ato normativo supervenien-
te não alcançam ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada. No
caso, salvante a intimação a que se refere o art. 3 o da Lei 14.230/2021,6 ela não
contém outra norma que imponha sua aplicação retroativa.
5 “Art. 6o A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito,
o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei n o 3.238, de 1957)
§ 1o Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou. (Incluído pela Lei no 3.238, de 1957)
§ 2o Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, pos-
sa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição
pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei no 3.238, de 1957)
§ 3o Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recur -
so. (Incluído pela Lei no 3.238, de 1957)”.
6 “Art. 3o No prazo de 1 (um) ano a partir da data de publicação desta Lei, o Ministério Pú-
blico competente manifestará interesse no prosseguimento das ações por improbidade
administrativa em curso ajuizadas pela Fazenda Pública, inclusive em grau de recurso.”
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ção do comportamento ilícito, ainda que mais grave que lei posterior-
mente editada. Diversamente do que ocorre no direito penal, assim, não
há no direito administrativo sancionador o princípio da retroatividade
da lei mais benéfica ao infrator.7
[É] Verdade que coube ao Direito Penal, na sua secular trajetória, desen-
volver direitos e garantias fundamentais para limitar o exercício do jus
puniendi estatal in abstracto e in concreto, na defesa do jus libertatis. Do
mesmo modo, o Direito Processual Penal igualmente consagrou a discipli-
na processual instrumental para realizar esse objetivo. Neste contexto, o
Direito Administrativo Sancionador pode avaliar com o devido rigor cien-
tífico as contribuições desses ramos do Direito Público, sem jamais aban-
donar a sua índole de regime jurídico administrativo instrumental de tute-
la de interesses públicos.
[...]
Com esta compreensão, o Direito Administrativo Sancionador não está
submetido ao Direito Penal. O Direito Penal pode contribuir na elabora-
ção de um ferramental próprio para o Direito Administrativo Sanciona-
dor. Mas, aqui, a diretriz é contribuir para integrar, e não desnaturar a ín-
dole administrativista dos sistemas sancionadores administrativos. Neste
contexto, atribui ao Direito Administrativo Sancionador o objetivo de ins-
titucionalizar modelos dinâmicos, especializados, sensíveis às demandas
e mudanças econômicas, sociais, factuais e tecnológicas cada vez mais
comuns. Modelos que promovam o atendimento aos valores de coerên-
cia, racionalidade e segurança jurídica na tutela dos objetivos de interes-
se público.8
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§ 1o, da Lei 8.429/1992), exigido comprovação de dolo direto (art. 1o, § 2o, da LIA),
alterado formalmente espécies de improbidade tipificadas nos arts. 9o a 11 da
LIA e excluído a cláusula geral contida no caput do art. 11, tais mudanças apenas
incidem sobre atos praticados a partir da entrada em vigor da Lei 14.230/2021,
sem retroagir para repercutir na esfera jurídica dos processos em curso, à vista
do instituto do ato jurídico perfeito e do princípio tempus regit actum.
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33. Exercício legítimo do direito estatal de punir atos de improbidade não ca-
racteriza ofensa a direito subjetivo de agentes ímprobos. O estado sanciona-
dor não pode ter sua legítima pretensão de coibir e punir atos de improbidade
administrativa obstada por não ter observado, em 20 de junho de 2012 (termo
final de vigência do convênio MTur 472/2011), em 18 de outubro de 2017 (data
de ajuizamento da ação) e em 27 de fevereiro de 2019 (data de publicação da
sentença), lapsos temporais que só foram criados em 25 de outubro de 2021.
Não houve prescrição se se aplicar a redação originária do art. 23 da Lei
8.429/1992, a única existente ao tempo em que a pretensão foi posta em juízo.
Como o art. 25, § 5o, da LIA, é norma de natureza processual, não pode haver
aplicação retroativa, sob pena de violação do art. 14 do CPC.14
35. Em verdade, não houve prescrição, geral nem intercorrente, ainda que
fossem aplicáveis os novos prazos estabelecidos pela Lei 14.230/2021.
36. A nova redação do art. 23, caput, da Lei 8.429/1992, dispõe que o prazo
prescricional para ajuizar ação de improbidade é de oito anos, contados do fato
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
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38. O art. 23, § 5o, da LIA, passou a prever prescrição intercorrente de qua-
tro anos, contada entre os marcos interruptivos previstos nos incisos do § 4o
do mesmo artigo (ajuizamento da ação de improbidade, sentença condenató-
ria, acórdão confirmatório de condenação, entre outros).
39. Até o momento, não transcorreram mais de quatro anos entre nenhum
dos marcos interruptivos da prescrição previstos nos incisos do art. 23, § 4o,
da nova redação da LIA: (a) a ação de improbidade foi ajuizada em 18 de outu-
bro de 2017; (b) a sentença condenatória foi proferida em 27 de fevereiro de
2019, menos de dois anos após ajuizada a demanda; (c) o acórdão embargado,
parcialmente confirmatório da condenação, foi proferido em 21 de junho de
2022, pouco mais de três anos após a sentença.
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43. Como o art. 23, § § 4o e 5o, da LIA, na redação da Lei 14.230/2021, estabele-
ceu nova hipótese de prescrição, com prazo prescricional inferior ao da reda-
ção original da Lei 8.429/1992, é manifesto que a inovação legislativa acarretou
proteção deficiente do bem jurídico que ela visa a tutelar – a probidade na ad -
ministração pública. Torna-se passível de controle de convencionalidade, dian-
te de sua colisão com o sistema da Convenção de Mérida.
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4 CONCLUSÃO
[Assinado eletronicamente.]