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Sinopse

Estudante do curso de Direito com um


estágio em uma firma de sucesso,
Hannah Witt quebrou a regra número do
Direito. Não confraternizar com o
inimigo.
Tudo que ela sempre sonhou e lutou está
prestes a sair pelo ralo. O seu
envolvimento com o Liam Blackmont
pode trazer sérias consequências.
E mesmo sabendo disso nada a impede
de cair nos braços do bilionário.
Hannah sabe o quão errado isso é.
Porém o seu corpo pensa completamente
diferente. Ele se rende aos encantos do
belo bilionário todas as vezes que
ambos se encontram.
Agora eles terão que enfrentar a fúria de
um homem muito poderoso e que
também é muito perigoso.
Playlist
Rhiana – Work
Taylor Swift – You Belong With Me
Avril Lavigne – I’m With You
Justin Bieber – Sorry
Fifth Harmony – Worth It
Justin Bieber - What Do You Mean
Adele – Hello
Christina Perri - A Thousand Years
Prólogo
- Você sabia quem eu era assim que me
viu no bar? Porque eu? Como você pode
me colocar em uma posição tão
comprometedora? É tudo isso apenas um
maldito jogo para você?
- Eu... Não. Quer dizer, sim. E isso não é
um jogo para mim. Eu não estou
jogando com você, eu sabia quem você
era, mas isso se tornou apenas um
complemento. Você é real. Imagine se
ficarmos presos juntos por mais uma
semana com você sabendo quem eu era.
- Eu não deveria estar surpresa.
- Espera. Que porra é que isso quer
dizer? Você realmente não acha que eu...
- Eu não quero ouvir isso, Liam. - Eu
joguei as minhas mãos sobre meus
ouvidos, protegendo-me de qualquer
coisa que tenha a ver com o caso da sua
família.
- Você está agindo como se eu tivesse
planejado isso, porra. – Ele grita.
- E não foi isso que aconteceu?
- Claro que não!
- Oh, então isso é apenas uma
coincidência, que você simplesmente
aconteceu de estar esperando por mim
quando saí do banheiro.
- Bem, não exatamente...
- Está vendo! Você planejou isso!
- Eu sabia quem você era, mas eu não
planejei nada, apenas aconteceu. Se
você não sabe, você é uma mulher muito
bonita e atraente. E foi isso que me fez
esperar por você na porta do banheiro.
Na verdade essa foi a primeira vez que
eu sequer me aventurei a sair da minha
casa em semanas. Eu sou um pária
social, porra! Todo mundo especulando
a minha vida e da minha família como se
fôssemos os caras maus. Você já viu as
coisas que eles estão dizendo sobre
mim?
- Você não tem que me dizer. Eu já sei
de tudo, e deixe-me dizer-lhe, não é tão
ruim quanto poderia ser. Eles apenas
querem alguém para colocar a culpa, e
você é o alvo mais acessível.
- Eu não planejei isso. - Ele respondeu,
irritado.
- Bem, eu não sei muito sobre você
Liam, mas sei o suficiente para saber o
quão isso é errado.
E como um raio, a energia retornou
cegando um pouco ambos. A chuva não
estava tão forte como antes, e os ventos
e raios já não existiam.
- Eu acredito que isso não será mais um
problema. – Ele falou e caminhou em
direção ao quarto de hóspedes. Eu o
segui até o quarto, seus olhos
encontraram os meus e eu podia ver a
fúria e a mágoa neles. O ar estava
carregado, cheio de todas as palavras
não ditas.
Tudo que ele queria ou poderia dizer
naquele momento não importava mais,
pelo menos não agora. Não depois de
tudo o que aconteceu.
Eu seria assistente da promotoria no
caso em que ele era um dos réus. E não
tinha como evitar um conflito de
interesses.
Liam fez isso para mim Eu teria que
mentir para os meus colegas de sala e
professor. E só espero que eles não
descubram.
******
Eu acordei na manhã seguinte em uma
cama vazia que tinha o cheiro de Liam.
Tudo aqui me lembrava dele, e a
maneira como ele fez eu me sentir. O
lençol e os travesseiros com o seu
perfume.
Liam Blackmont não foi apenas o meu
caso de uma noite, ele foi meu
companheiro de confinamento, o meu
amante. E ele penetrou profundamente
em meu coração.
Hoje o quarto parecia diferente pela
primeira vez em muito tempo eu me senti
sozinha. Não era a primeira vez que eu
tinha acordado sozinha, mas agora era
diferente, estava faltando algo ou
alguém, mas esse alguém era proibido
para mim.
Hora de encarar a vida real.

Um
Eu percorri cada centímetro da casa, e
Liam não estava em nenhum lugar. Ele
tinha ido embora sem dizer adeus. O seu
carro não estava mais na entrada da
minha porta.
Saber que ele tinha embora não tinha
apenas me chateado, mas tinha deixado
um vazio dentro de mim. Eu queria gritar
até não sentir mais essa dor no meu
peito. Eu estava dividida entre a razão e
a emoção, e isso era uma droga.
Eu carreguei o meu celular e liguei para
minha mãe e para as meninas. Marissa
não atendeu, mas Tay atendeu no terceiro
toque.
- Ei menina bonita, como está com o
garanhão?
- Não está.
- O que? O que aconteceu Han? – Ela
perguntou preocupada.
Eu contei tudo para Tay e como ele tinha
saído sem falar comigo, não que eu
fosse agir de outra forma, mas esperava
que ele estivesse ao menos se
despedido. Afinal de contas nos
passamos uma semana presos, de certa
forma nos criamos um vínculo.
- Sinto muito querida.
- Eu também. Eu sinto muito como eu me
deixei cair por alguém que eu nem
conhecia. E se ele fosse perigoso?
- Calma, Hannah. Não chega a tanto. E a
menos que você ou ele conte quem mais
poderia dedurar você?
- Tay?
- Ok. Sinto muito, mas é a verdade.
******
Os dias se passaram e eu não ouvi mais
nada sobre Liam. Acabei voltando a
minha rotina normal. Aula, casa, corrida
no parque e dormir cedo.
Eu já tinha terminado todos os casos que
o professor nos deu para revisar. Mas
ainda não tinha voltado para o arquivo
de Liam. Algo estava me prendendo, eu
não conseguia seguir de onde eu tinha
parado. Liam mudou tudo na minha vida
em apenas uma semana, e isso não era
bom.
Eu decidi que era hora de sair da toca e
ver o mundo lá fora.
Liguei para Tay para nos encontrarmos
para tomar um café e conversar um
pouco.
- Então, você soube algo dele?
- Não. E não espero vê-lo a não ser no
tribunal. Não há nada para falarmos,
somos dois adultos que tiveram um
tempo juntos e foi só isso, acabou.
- Olha, eu não sei todos os detalhes do
que vocês passaram juntos, mas eu vejo
a dor nos seus olhos toda vez que nos
encontramos. Você não está nada bem
Hannah. Eu te conheço há pouco tempo,
mas eu sei como se sente um coração
partido, e isso dói muito. Por mais que
você queira negar, mas isso é o que você
sempre. Você precisa lhe dar a chance
de explicar.
Eu tinha saído de Boston com a intensão
de fazer diferente, mas parece que os
dramas me perseguem.
Algo dentro de mim me dizia que Liam
me enganou, mas também que ele não fez
por querer. O jeito que ele me tocava,
que me beijava e fazia amor comigo
parecia tudo real.
- Eu não sei se ele é filho do vice-
presidente da República, e não quero me
envolver com algo assim. Isso é briga de
gigantes. A mãe de Liam teve um
relacionamento com o atual vice-
presidente a mais de trinta anos e isso
resultou em Liam, mas eles terminaram
antes dela contar que estava grávida. Na
época ele era apenas vereador e não
estava procurando nada sério.
- Deve ter sido uma barra para ele
suportar.
- Verdade, mas logo depois ela conheceu
o pai de Liam e os dois se casaram
meses depois. E que criou Liam como
filho.
- Então porque eles decidiram expor
isso agora?
- Eu não sei.
- Deve ter sido duro descobrir que toda
a sua vida foi uma completa mentira.
- Sim. Eu também não sei o que eu faria.
A imprensa está eufórica com o
escândalo. Afinal o vice-presidente é
viúvo e não tem herdeiros.
******
Eu estava atolada de casos para revisar
e estudar para as provas. Toda vez que o
professor Miles sequer caminhava na
minha direção, minha espinha endurecia,
meu coração e respiração aceleravam.
Eu me senti como se um alvo estivesse
apontado para a minha cabeça, me
deixando à deriva. Eu já não era a
melhor da sala e o professor começou a
perceber isso.
- Está tudo bem, senhorita Witt?
- Hum... Sim, claro. Eu só estou um
pouco cansada.
- Tudo bem, mas lembre-se de dormir
bem para produzir melhor.
- Claro. Obrigada, eu vou.
De volta para a minha casa eu pensei
sobre o que Tay havia me dito. Será que
Liam tinha me enganado mesmo ou eu
que me enganei?
A minha mente passou a ter vida
própria. Eu não conseguia parar de
pensar em Liam e em seu sorriso, seu
corpo perfeitamente esculpido.
Ao virar para entrar na minha rua eu
notei um caminhão de reparos
estacionado do lado de fora da minha
casa. Não tinha muitas casas ao redor do
parque, mas as que existiam ficavam um
pouco distantes uma das outras, então
esse caminhão com certeza estava
endereçado a minha casa, mas como eu
não sei.
Eu parei atrás do caminhão e um dos
homens que estava com uma prancheta
às mãos veio até mim.
- Você é senhorita Witt? – O homem
perguntou.
- Sim. O que está acontecendo. Eu não...
– Virei-me, olhando o que os outros
homens estavam fazendo. E alguns
estavam limpando a sujeira deixada pela
tempestade e outras fazendo reparos na
casa, como concertando as calhas e
arrumando as telhas no lugar. Eu tinha
pensado em chamar uma empresa de
reparos para cuidar disso, mas não tive
muito tempo para pensar nisso com tanta
coisa na minha cabeça.
- O serviço foi pago e endereçado a
senhorita. De qualquer forma só
precisamos da sua assinatura. Os
rapazes vão fazer todo o trabalho em até
uma hora.
- Ok. Obrigada.
Ainda atordoada com o que ele disse, eu
distraidamente peguei a caneta e assinei,
entregando-a de volta para o homem que
assentiu e foi encontrar os demais.
Quando eu me virei para entrar em casa
dei de cara com um arranjo no meu
alpendre, eu parei com a visão das
flores. Havia um lindo arranjo com
rosas vermelhas e um cartão. Eu não
tinha necessidade de ler para saber a
quem pertenciam, mas de todo modo eu
peguei o vaso e levei para dentro junto
com o cartão.
Obrigada pela semana maravilhosa.
Precisamos conversar, por favor, me
ligue.
Liam B.
O cartão era igual ao que ele tinha dado
as minhas amigas na noite que saímos
juntos.
Eu não sabia o que fazer com as suas
palavras. Parecia que ele tinha pedido a
algum de seus funcionários para enviar o
recado e o presente inesperado. Tão
impessoal.
Eu não podia acreditar que ele poderia
ser tão frio, mesmo depois de tudo que
passamos. Talvez ele tenha ficado com
raiva do modo como eu reagi ao saber
quem ele era.
Amassei o cartão, então joguei no lixo
da cozinha. Colocando o vaso sobre a
mesa da sala, antes de ir preparar
alguma coisa para comer.
Depois de limpar toda a bagunça do meu
lanche, eu voltei para a sala para ver um
pouco de televisão.
Eu não conseguia entender por que esse
cartão me incomodou tanto. Talvez eu
estivesse esperando algo mais
carinhoso, mais significativo, embora a
nossa situação tenha sido
desconfortável, eu nunca me senti da
forma que eu senti com Liam. Ele
acordou uma nova Hannah, alguém que
eu nem sabia que existia, e isso não se
esquece fácil.
Tudo ao redor parecia diferente. Eu não
conseguia explicar, mas a semana que eu
passei com Liam mudou muita coisa em
mim, e no modo como eu vejo as coisas.
Ele teve grande impacto em mim, mais
do que eu esperava.
Ele disse que nós precisávamos
conversar, e que era para eu ligar para
ele. Mas será que ele estaria realmente
esperando pela minha chamada? Ou foi
apenas modo de falar?
O que ele quer conversar?
Nós não temos nada para falar. Eu posso
ligar depois para agradecer pelas flores
e pela limpeza, mas isso não muda nada.
Quem eu estaria enganando?
Liam e eu estávamos em lados opostos e
isso não ia mudar por um bom tempo. O
processo que sua família abriu contra o
vice-presidente da República não se
esquece tão fácil. E todos íamos ser
notícias por um longo período de tempo.
A família de Liam não precisava do
dinheiro, mas algo me diz que isso vai
muito além do dinheiro.
Eu sempre gostei muito de estudar, mas
nesses últimos dias eu não tenho feito
nada além de procurar informações
sobre Liam e sua família. Era como uma
obsessão. Ele não saia da minha cabeça.
E eu sei da fila interminável de mulher
com quem Liam costuma se divertir nada
de impressionante ou novo para um
playboy bilionário, mas de alguma
forma eu esperava que ele fosse
diferente.
Ao pensar nele o meu corpo todo
ascende com desejo. Eu nunca fui uma
garota de me aliviar sozinha, mas nesses
últimos dias eu tenho feito muito isso, e
apesar de não ser uma especialista no
ato basta pensar em Liam, e no modo
como ele me tocava que eu venho como
nunca. O êxtase é garantido. E isso
ajudou a aliviar a tensão. Um pouco,
mas hoje tudo o que eu precisava era de
um banho gelado e uma boa noite de
sono.
Dois
O meu telefone tocou e eu corri para
atendê-lo. Era a minha amiga Tay.
- Então, alguma notícia do bilionário?
- Não. E por que eu teria notícias dele?
- Não se faça de desentendida Han. O
Cara lhe mandou flores vermelhas, o que
significa que ele está muito apaixonado.
E ainda mandou concertar todo o estrago
causado pela tempestade. E você acha
que não há nada aí?
- O que você quer que eu diga? Ele me
mandou flores, sim e daí? Não foi como
se ele estivesse me pedindo em
casamento. E caso você esteja se
esquecendo, ele também me mandou um
cartão nada impessoal.
- Você ainda vai auxiliar no seu caso?
- Claro que sim. É uma oportunidade
muito grande para a minha carreira, e eu
não posso desperdiçar. Todas as
oportunidades dependem do que você
faz.
Auxiliar o professor Miles em um de
seus casos é uma das coisas que eu mais
amava na minha vida. Em pouco tempo
de curso eu já tinha auxiliado em três
julgamentos, e foi uma experiência muito
rica. Eu não poderia perder essa.
O escritório do professor Miles era um
dos mais requisitados de Seattle. Ele era
o favorito dos famosos e jogadores de
futebol americano. O espaço destinado
aos auxiliares era bastante grande, havia
três estagiários de períodos distintos, e
nós dividíamos o mesmo salão que dava
para o escritório do professor Miles. A
minha mesa ficava de frente para a porta
do seu escritório e as demais ao redor
da sala.
O programa de estágio era muito bom e
a bolsa auxílio bem remunerada. O caso
contra Liam estava repercutindo em toda
a impressa, todos queriam alguma
informação sobre o filho bastardo do
vice-presidente.
Hoje um dos advogados encarregados
do caso estava em uma discursão com o
professor Miles. Eles estavam gritam a
plenos pulmões sobre como isso era
uma coisa séria e como eles poderiam
ser grandes com o sucesso do caso. Mas
o professor Miles não estava muito
contente com a forma que ele estava
conduzindo as coisas.
A tensão no lugar era evidente, e todos
estavam em alerta.
Quando o advogado saiu da sala parecia
que ele tinha comido uma quantidade
exorbitante de pimentas mexicanas e
estava sem água para ajudar a aliviar a
queimação. Seus olhos estavam grandes
e irritados, não havia nada que indicasse
que ele era um homem bom naquele
momento.
O silêncio foi sufocante enquanto ele
passava por nós como um furacão.
Benjamin Rusk, advogado muito
prestigiado e conhecido pela sua fama
de ser ordinário e miserável dentro e
fora do tribunal.
Benjamin dificilmente perdia um caso,
mas o professor Miles não era adepto da
forma como ele gostava de conduzir as
coisas, e isso estava causando vários
conflitos internos.
Eu poderia perder o meu estágio, e
ainda comprometer a minha cadeira de
Direito Civil e Processual se alguém
descobrisse o que aconteceu com Liam e
eu. Meus nervos e sentidos estavam em
alerta o tempo todo. Eu precisava
relaxar e voltar ao trabalho, mas não
estava sendo fácil me concentrar em
nada.
Depois de algumas xícaras de café com
muito açúcar, eu consegui voltar ao
trabalho. Eu tinha aula em duas horas e
precisava deixar tudo pronto e revisado
antes de sair.
O telefone tocou e o número era
desconhecido.
- Não desligue. – Era a voz que eu tanto
tinha buscado na minha mente durante
todos esses dias. E a que eu menos
esperava ouvir.
- Você ficou maluco? Está tentando fazer
com que eu seja dispensada? –
Sussurrei, avaliando ao redor para ver
se algum dos meus colegas tinha ouvido
a minha conversa. Apesar da surpresa,
eu estava contente em ouvir a sua voz.
Eu deveria ter desligado, mas por
alguma razão desconhecida eu não fiz.
Eles poderiam estar grampeando os
nossos telefones, mas mesmo assim eu
não me importava tanto.
- Eu vou ligar de volta, mas não ligue
mais. – Eu sussurrei e desliguei
rapidamente, ignorando o frenesi de
desespero em sua voz.
Respirei fundo e levantei indo em
direção ao banheiro feminino. Verifiquei
todas as cabines antes de retornar a
ligação. O telefone tocou apenas uma
vez antes de responder.
- O que você quer, Liam? – Eu falei seu
nome em um sussurro.
- Eu sinto muito se deixei você em uma
situação desconfortável, mas eu preciso
ver você. Eu sinto a sua falta. Você não
sente? – O desespero na sua voz me fez
aliviar um pouco. Era evidente que ele
estava falando a verdade.
Eu suspirei pesadamente contra o
telefone, sentindo o peso cair sobre os
meus ombros, mas antes que eu pudesse
responder ele me cortou.
- Não minta para mim, Hannah. Eu sei a
verdade, eu sei que você sente o mesmo
que eu. Você gostou das flores?
- Sim. Obrigada, elas são lindas. E
obrigada também pelos reparos, embora
tenha sido um pouco exagerado.
- Você leu o meu cartão?
- Você quer dizer aquele todo
profissional que você pedia para ligar
para você? Sim, eu li. O que você quer?
- Eu preciso te ver.
- Eu não posso. Eu tenho trabalho para
fazer e aula mais tarde.
- Eu posso esperar você terminar as suas
coisas, e então você pode vir e se
esconder na minha mansão comigo. Eu
posso fazer os arranjos. – Ele riu como
se isso fosse à coisa mais natural do
mundo. E como se nada importasse além
do que ele faz. Eu não conseguia decidir
se ele era louco ou se apenas estava
brincando comigo.
- Liam...
- Eu preciso ver você.
- Você sabe que isso não é certo
- Não. Você está errada, o que temos é
muito certo.
- Nós não temos nada, Liam.
- Sim, nós temos querida. E você sabe
muito bem disso. – Eu suspirei por que
de alguma forma ele tinha razão, mas eu
não iria admitir isso.
- Você pode falar o que você quer pelo
telefone.
- Eu quero ver você, e não apenas falar.
- Você sabe que isso é muito arriscado
para nós.
- Eu gosto quando você diz “nós”.
Alguém entrou no banheiro e meu ritmo
cardíaco acelerou. O medo brotou da
minha barriga me deixando paralisada.
E se alguém tinha ouvido a nossa
conversa? Meu pulso batia
descontroladamente, e meu sangue
correu rápido pelos meus ouvidos.
- Eu preciso ir.
- Hannah, Hannah... – Eu desliguei sem
dar a chance dele falar novamente. E sai
do banheiro. Não havia mais ninguém lá.
Caminhei de volta para a minha mesa,
sentindo todo o meu corpo tremer. Eu
estava excessivamente nervosa e
precisava controlar os meus nervos
antes que alguém percebesse.
Segundos depois o meu telefone tocou
novamente e eu quase cai da cadeira do
susto que tomei ao pensar que seria
Liam novamente, mas era apenas Tay.
- Ei. – Eu atendi com a voz meio
engraçada.
- E ai, como vão as coisas?
- Jesus! Você é algum tipo de
paranormal?
- Por quê?
- Ele me ligou há alguns minutos atrás.
- Não brinca. E o que aconteceu?
- Nada. Ele quer me ver, mas eu disse
que era impossível e ele sabe disso.
- E por quê?
- Tay!
- Eu não penso assim. Você é livre e ele
também. Por que não arriscar?
- Não é bem assim, Tay.
- Menina você é muito nova para se
prender a tanta formalidade.
- É o meu futuro.
- E daí? Você pode ter os dois, basta dar
uma chance. Hannah o que vocês dois
tem é uma coisa rara, a maioria das
pessoas passa a vida toda procurando
isso, e mais da metade não consegue
encontrar. Você tem e quer deixar
escapar.
- Não é justo.
- Nunca é querida. Mas quando é certo
ninguém pode impedir mesmo um
processo idiota.
- Você gosta dele e ele de você. E daí
que vocês estão em uma situação
complicada. Viva sua vida e não deixe
que nada e nem ninguém fique entre você
e o que te faz feliz.
- Ele me perguntou se eu não queria me
esconder em sua mansão.
- Oh meu Deus!
- Sim!
- Eu totalmente amo esse cara.
- Cale a boca.
- Pense nisso e decida.
- Ok. E obrigada, Tay.
- Não por isso querida.
Nós desligamos e eu voltei ao trabalho.
E o restante das horas passou
rapidamente. E minha mente ainda
estava ligada em Liam e na sua
proposta. Eu queria sentir suas mãos
sobre o meu corpo novamente, sentir os
seus beijos ao longo do meu pescoço e
ouvido. Fazer amor com ele, e ver os
seus olhos após a sua libertação.
Liam tinha uma grande batalha pela
frente com o processo, mas mesmo isso
não tirou aquele brilho dos seus olhos.
Ele era um homem muito forte e disso eu
não tinha dúvidas.
Eu só precisava fazer a coisa certa,
mesmo que isso custasse a minha
carreira ou a minha felicidade. Tarefa
difícil.

Três
Eu acordei de um sobressalto. Pela
primeira vez em muito tempo eu tinha
perdido a hora. Eu tinha aula hoje às
09h00min da manhã, e eu dormi demais.
Graças aos pensamentos sobre Liam.
Atirando o lençol longe eu corro para o
banheiro para tomar um banho rápido
antes de sair. Eu não me lembro do
celular ter despertado, ou de apertar o
botão de soneca. Eu tinha pelo menos
cinquenta minutos para ficar pronta e
chegar até a universidade para a minha
aula de Direito Civil.
Terminei o meu banho e me vesti em
tempo recorde. Fui até a cozinha e
peguei um iogurte, uma maçã e uma
barra de cereal na geladeira, então
peguei a minha bolsa e fui para a
garagem. Antes de sair eu verifiquei os
espelhos, não queria correr o risco de
atropelar algum animal ou pessoa.
Embora não tivesse muita gente na rua
há essa hora eu preferia prevenir.
Enquanto eu verificava os espelhos algo
me chamou atenção do outro lado da rua.
Havia um carro luxuoso estacionado do
lado oposto da rua.
O parque era muito visitado todas as
horas do dia. Pessoas caminhavam e
levavam os seus animais para passear,
mas os carros tinham que ficar do lado
oposto ao parque, onde havia um gigante
estacionamento exclusivo para isso.
Então esse carro estava aqui por alguma
razão específica. E eu tinha a impressão
de saber qual era o motivo.
Tratava-se de uma BMW preta com
rodas cromadas. O carro com certeza
valia mais do que toda a minha casa e
mais alguns trocados.
A porta do carro se abriu e Liam saiu do
veículo, parecendo calmo, requintado e
muito comestível. Deus ele era lindo.
Ele parou e ficou ao lado do meu carro.
Eu não sabia se rolava para baixo a
janela do meu carro ou se descia para
encontrá-lo.
Liam era um homem muito imponente. A
sua presença podia fazer qualquer uma
cair de amores em um piscar de olhos.
Vestindo um terno preto com camisa
branca e uma gravata dourada ele
parecia absolutamente perfeito. O rosto
bem barbeado e o cabelo bem penteado.
Na verdade ele era perfeito.
Os minutos se passaram e nós ficamos
ali parados nos encarando.
Eu esqueci todas as razões pelas quais
ele não poderia estar na minha casa,
tanto quanto Liam era o inimigo e que
estávamos de lados opostos.
Tudo que eu vi foi Liam. O meu Liam de
semanas atrás.
Meu corpo todo estava tremendo. Eu
disse a mim mesma que era por falta da
cafeína, mas a realidade era bem
diferente. O meu coração e pulso batam
freneticamente. Eu era uma bagunça
total. Saí do meu carro para encontrá-lo
na calçada. Eu alisei a minha roupa e
caminhei em sua direção, tentando
controlar a emoção.
- Você não joga limpo, Liam. O que você
está fazendo aqui?
- Eu vim ver você. – Ele falou e se
moveu mais para perto de mim. Tão
perto que eu poderia sentir o seu cheiro
viril e masculino. A sua respiração
quente contra o meu corpo, me fazendo
fraca e necessitada.
Nós estávamos há apenas poucos
centímetros um do outro. Nada que um
passo não pudesse mudar isso.
A proximidade era demais e eu não
consegui aguentar quando ele fechou a
distancia que havia entre nós.
Isso era Liam. Esse turbilhão viril e
imponente. Eu senti o meu corpo perder
a batalha quando as suas mãos saíram
para me tocar.
Liam se inclinou, nossos corpos tão
perto que nossas sombras se tornaram
uma só. Eu fechei os olhos e esperei até
que ele me abraçou e me envolveu em
seus braços musculosos e perfeitamente
esculpidos. O meu corpo se liquefez
com o seu toque. A sua boca caiu sobre
a minha. Seus lábios macios acariciando
e adorando os meus. Aquecendo todo o
meu corpo. Eu abri a minha boca o
convidando para entrar e tomar tudo que
ele desejasse. E ele chupou, sugou,
mordiscou e lambeu despertando todos
os músculos do meu corpo.
Minha língua o acariciava ansiosa para
tomar mais de seu gosto. Eu me esqueci
de tudo e de todos ao nosso redor.
Passei os meus braços por todo o seu
corpo, o sentindo estremecer ao meu
toque. Saboreando a suavidade do nosso
beijo. Quando nós terminamos eu abri os
meus olhos e o vi em pé na minha frente.
O Bilionário playboy tinha
desaparecido, aqui estava apenas o meu
Liam. O Liam que esteve comigo durante
uma semana. Fazendo amor comigo e
cuidando de mim. Assim como deveria
ser.
O Liam que me beijou como se eu fosse
muito requintada e preciosa, como se
fosse à primeira vez. Ele me beijou
novamente fazendo o mundo todo
desaparecer diante de nós.
As suas mãos apertaram o meu corpo,
me segurando junto ao seu. Nossos
lábios se separaram e ele descansou a
sua cabeça contra a minha. Ninguém se
moveu, nós apenas ficamos lá sentindo
um ao outro.
Suas mãos caíram do meu corpo e eu
senti o vazio da perda. Dei um passo
para trás colocando uma distancia entre
nós.
- O que você está fazendo aqui?
- Eu já disse. Eu queria te ver. Eu quero
te convidar para almoçar comigo.
- Eu não posso. E você não deveria estar
aqui.
- Eu não consigo parar de pensar em
você. – Ele disse dando mais um passo
para perto de mim.
- Nós não podemos. – Eu coloquei a
minha mão sobre o seu peito para mantê-
lo afastado, ou eu não iria resistir por
muito tempo.
- Não foi isso que o nosso beijo disse.
Você me quer tanto quanto eu te quero.
- Liam, por favor.
- Eu quero mais. – Seu sorriso iluminou
todo o seu rosto perfeito, seus olhos
estavam brilhantes e eu sabia que ele
estava tentando chegar até mim.
- Eu preciso ir. Eu tenho aula e já estou
atrasada. Por favor, não venha mais
aqui.
- Eu não vou desistir, Hannah. – Ele
falou, e eu não virei para ver a
determinação em seu rosto. Ele não me
seguiu, mas isso não significava que eu
tinha vencido. Liam não recebia muitos
“Nãos” e isso estava longe de ser o fim.
Resta rezar para não sermos pegos.
Quatro
Os dias se passaram voando. Eu e as
meninas decidimos ter um dia de garotas
em um SPA no centro de Seattle.
Passamos o dia de rainhas. Fizemos
unhas, cabelo, sobrancelhas, depilação,
massagem e para terminar o dia
decidimos tomar uns drinques na beira
da piscina.
O dia estava lindo. O céu reinava
absoluto.
Minha semana tinha sido uma loucura.
Semana de provas e seminários sempre
era, mas eu estava mais estressada pela
falta de concentração nos estudos. Tudo
que eu conseguia pensar era em nosso
beijo. O seu cheiro, seu sabor.
Tay e Marissa sabiam que eu precisava
relaxar então me convidaram para ir
para um SPA com elas. O hotel era
lindo, e muito luxuoso. Tay conseguiu
três convites com a sua irmã mais velha.
E aqui estamos nós.
Eu amo o inverno e tudo de bom que ele
trás, mas o verão era sem dúvida a
melhor das estações.
Todo mundo estava ao redor da piscina
em seus trajes minúsculos e caros. Eu
optei por usar um maiô na cor azul
petróleo com uma saída de banho
colorida. Tay estava usando um mini
biquíni que mal cobria as suas partes
íntimas.
Deus ela era muito ousada.
Marissa também estava usando um maiô
na cor violeta. Muito recatado e nada
sensual. Marissa detestava mostrar as
suas partes, e isso deixava Tay muito
irritada. O que as tornava cada vez mais
especiais, com seus gostos e opiniões.
Apesar de o dia estar sendo
maravilhoso, eu não conseguia parar de
pensar em Liam.
- Deve ser muito bom ser rica. Olhe só
para esses playboys e suas garotas. Eles
nãos estão nem ai para nada. – Falou
Marissa da espreguiçadeira ao meu
lado. Olhei para vê-la fuzilando um
grupo de amigos que estavam se
embebedando com algumas garotas
peitudas.
- E o que ser rico tem a ver com se
divertir? – Perguntou Tay.
- Bem, quando você é rico você não dá a
mínima para nada que faz. Eles nunca
medem as consequências dos seus atos.
- Marissa, o nome disse é preconceito.
Você não os conhece e já está tirando
uma ideia precipitada.
- Não. Eu vejo a realidade das coisas,
isso sim.
- Você é uma vadia muito louca.
- Não me chame de vadia, Tay.
- Meninas, por favor, não briguem.
Eu sorri e fechei os olhos. Essas eram as
minhas melhores amigas. Elas se amam,
mas não conseguem entrar em um
consenso.
Isso era uma das coisas que eu mais
amava em Seattle. Tudo parecia mais
leve e descomplicado. Bem diferente da
pressão que eu tinha em Boston.
Quando você se sentir sufocado saia.
Mesmo que seja complicado no início,
no final vai dar tudo certo. Eu amo a
minha mãe de todo o meu coração, mas
já estava na hora dela soltar um pouco
as rédeas. Ela fez um ótimo trabalho me
criando. Agora era a minha vez de
mostrar o quão bem ela tinha me
educado e me preparado para o mundo.
Observei Marissa sorrir para si,
provavelmente pelo jeito agressivo de
Tay. Nós com certeza éramos muito
diferentes, mas nos encaixávamos como
luvas. Tay era sempre a briguenta, mas
ela era a nossa cola. A pessoa que
sempre nos colocava para cima, e que
nunca nos deixava na mão.
- Eu vou pegar algumas bebidas. –
Informei e elas sorriram para mim.
O bar ficava do outro lado da piscina.
- O que posso fazer por você? –
Perguntou o barman atrás do balcão
vestindo apenas um calção de banho na
cor vermelha e uma camiseta regata na
cor branca. Os seus braços estavam
cobertos de tatuagens. Ele era muito
bonito e tinha um grande sorriso. O que
me lembrou de Liam. Senti a minha pele
aquecer com a lembrança do que a sua
língua podia fazer com o meu corpo. O
homem era uma máquina. A sua pele
macia contra a minha, seu beijos, a sua
barba por fazer roçando no meu
pescoço. O tom da sua voz ao comandar
na cama...
- Senhorita?
- Senhorita? – Falou o barman e eu desci
do meu devaneio.
- Desculpe. Eu vou querer dois Mojitos
de morango e uma Pinã colada.
O barman assentiu e foi preparar as
nossas bebidas. E meus pensamentos
foram de novo para Liam. Eu estava
ficando muito excitada apenas em pensar
nele. Eu esfreguei minhas pernas
tentando aliviar a pressão construída no
meio das coxas. Só então eu me lembrei
de onde estava e que alguém poderia ter
me visto.
Que vergonha.
Graças a Deus todos estavam absortos
aos meus atos libidinosos em público.
- Pronto. – Disse o barman colocando as
bebidas em cima do balcão. Eu lhe dei
um sorriso nervoso e entreguei o cartão
de crédito.
- As bebidas já foram pagas, senhorita.
- O que? Por quem? – Perguntei,
olhando ao redor. E eu poderia dizer que
alguém estava me observando. O barman
estava desconfortável sobre o meu
questionamento, mas ele respirou fundo
antes de falar.
- Que tal você levar primeiro as bebidas
das suas amigas e então volta para
buscar a sua? – Ele disse puxando a
minha Pinã colada.
Como ele sabia o que eu estava
tomando?
As minhas sobrancelhas se ergueram
diante da sua proposta. Mas decidi
ignorar e fazer o que ele havia me
sugerido. Eu nem tive a chance de
processar o que tinha acontecido. Será
que ele sabe que eu não tenho idade
suficiente para comprar bebidas
alcoólicas?
- E a sua bebida? – Perguntou Tay
quando eu coloquei os Mojitos sobre a
mesinha.
- Acabou um dos ingredientes e ele foi
pegar no estoque. – Eu menti não
querendo explicar o que eu também não
tinha entendido.
- Você pode tomar a minha se quiser, eu
não estou com muita sede. – Ofereceu
Marissa.
- Obrigada, mas vou esperar. Está tudo
bem.
Eu levantei e voltei ao bar para buscar a
minha bebida. Ao chegar lá o barman
empurrou a minha bebida junto com um
cartão chave de um quarto e um
guardanapo com alguma coisa escrito
nele.
Dizer que eu estava confusa e irritada
não me definia. Abrindo o guardanapo
eu leio o escrito: Encontre-me no
quarto 520, menina bonita.
Só havia uma pessoa que me chamava
de menina bonita. Mas como ele sabia
onde eu estava? Será que ele anda me
seguindo?
Sem perder tempo eu jogo o guardanapo
no lixo. Minha cabeça gira para trás
procurando-o, mas ele não está em
qualquer lugar à vista.
Eu quero vê-lo?
Sim! Eu quero vê-lo. O meu corpo
anseia pelo seu toque desde a última vez
que nós nos beijamos em frente a minha
casa.
Durante toda a semana toda vez que o
telefone tocava, eu esperava que fosse
ele. Eu podia sentir a sua presença onde
quer que eu esteja, mas nunca conseguia
vê-lo.
O mesmo sentimento estava aqui agora,
me deixando fraca e necessitada com a
vontade de vê-lo. Naquele momento
tudo que eu não conseguia pensar em
mais nada além de suas mãos pelo meu
corpo. A sua língua em partes que eu
nem sabia que existam no meu corpo.
Tudo isso misturado me deu a coragem
que eu precisava para vê-lo. De um gole
só eu tomei toda a minha bebida, depois
segui em direção ao lobby do SPA direto
para os elevadores.
Apertei o botão do elevador para o
andar indicado, com a chave na minha
mão e coração batendo a mil por hora. A
ideia de ver Liam enquanto minhas
amigas estavam lá embaixo me
esperando.
Eu respirei fundo e tentei relaxar um
pouco, mas de repente o elevador parou
indicando o local de parada e meu
coração disparou. Eu estava tão imersa
em meus pensamentos que nem percebi
que já tinha chegado.
As portas do elevador se abriram, e lá
estava ele esperando por mim. Senti o
meu corpo todo tremer apenas com a
visão dele diante de mim. Deus como
ele é lindo.
Eu fiquei imóvel. A energia liberada por
nossos corpos nos deixaram estáticos.
Liam deu um passo para dentro do
elevador. Ele digitou um código e então
nós começamos a subir novamente.
Eu não entendo, ele me mandou ir até o
quarto 520. Por que nós estamos indo
para outro lugar?
Liam se aproximou, então ele estava
muito perto mesmo. Ele não me deu
tempo para processar tudo o que tinha
acontecido, ele atacou. Suas mãos me
prenderam na parte de trás do elevador
enquanto a sua boca saqueava a minha.
Seus lábios sugaram os meus,
mordiscando e lambendo. Pedindo
permissão para entrar.
Excitação tomou conta de mim. O meu
corpo já não pertencia mais a mim, ele
tinha um novo dono. A quem ele
obedecia com muita satisfação. Liam era
o dono e senhor do meu corpo. A coisa
que ele podia fazer para ele deveria ser
proibida de serem mencionadas.
Ofegante eu apenas gemia em sua boca.
Liam moldou o seu corpo ao meu,
beijando ao longo do meu pescoço.
Olhando para os nossos reflexos no
espelho. Eu gemia e me esfregava contra
a sua ereção. Agarrei o seu cabelo,
tomando o controle. Eu precisava de
mais eu ia buscar isso.
A pulsação entre as minhas coxas era
demais e eu precisava aliviar.
- Eu vou saborear você por inteiro.
Adorar essa bucetinha gulosa, provar os
seus sucos quando você vier por todo o
meu rosto. E fazer você gritar o meu
nome para todo mundo ouvir quando
você gozar.
- Liam...
- Você sente isso? – Ele colocou a minha
mão sobre a sua ereção, e eu senti o
pulsar, o calor e a urgência tomar conta
de nossos corpos.
- Diga-me que você também sente isso.
Eu preciso de você. – Ele gemeu.
- Sim! – Foi tudo que eu consegui
pronunciar coerentemente. Tudo eram só
gemidos.
O elevador parou no último andar e as
portas se abriram revelando uma suíte.
Liam não me soltou um só segundo. Ele
me levantou e antes que eu pudesse
protestar a sua boca estava novamente
na minha. Liam me carregou nos braços
até o quarto, me colocando sobre uma
cama macia e bem arrumada.
- Eu quero você nua para mim, agora. –
Ele falou e isso provocou uma onda de
arrepios por todo o meu corpo. Ele
sabia todos os botões para me dar
prazer, e usava com maestria. Senti os
meus mamilos endureceram na mesma
hora ao seu comando.
Em tempo recorde eu consegui tirar o
maiô e a minha saída de banho, enquanto
ele apenas me observava com os olhos
em chamas. O desejo puro em seus
lindos olhos azul. Era como um
predador esperando a hora certa de dar
o bote.
- Linda.
Muito lentamente ele retirou a sua roupa,
levando o seu tempo para me fazer
esperar. Eu sabia o que ele queria
provar com tudo isso, mas por agora
nada disso importava. Tudo que eu
conseguia pensar era em ter o pau dentro
de mim.
Depois que ele terminou lambeu os
lábios antes de subir na cama aos meus
pés. Ele pegou um dos meus pés e me
puxou para o final da cama. Separando
as minhas pernas, ele respirou sobre o
meu núcleo e eu tive um mini orgasmo
apenas com a sua respiração lá.
Eu estava tão excitada que estava me
sentindo embaraçada. Ele plantou
pequenos beijos ao longo da minha
perna direita nunca indo até o interior
das coxas. Ele estava me provocando.
Ele repetiu o mesmo processo com a
outra perna e eu gemi em protesto.
- Liam...
- O que você quer, querida?
- Você.
Sua boca caiu sobre a minha entrada
encharcada e eu plantei minhas mãos em
sua cabeça para me manter firme no
local. Sua língua acariciou o meu
clitóris e minha cabeça balançou de um
lado para o outro. A sensação era boa
demais e eu não conseguia e segurar. Eu
puxei o seu cabelo com tanta força
quando ele sugou e mordiscou meu feixe
de nervos sensível que quase o deixei
careca.
Liam sabia como me dar prazer, ele
conhecia bem o meu corpo. O prazer foi
se construindo, e eu senti o orgasmo
chegando quando ele colocou um dedo
dentro de mim e fez pressão no meu
clitóris com a boca.
- Liam! – Eu vim com um rugido.
Entoando o seu nome por todo o quarto.
O orgasmo foi tão poderoso que eu
tenho certeza que desmaiei por alguns
segundos.
Quando eu consegui retornar do meu
êxtase ele estava me observando
sorrindo. – Você é muito linda, mas
quando goza você fica muito mais.
O bastardo arrogante sabia o que tinha
feito. Eu amava o jeito que Liam me
tratava, como ele era sempre tão
atencioso comigo. Eu sei que ele diz
precisar de mim, mas estou começando a
perceber que ambos precisamos um do
outro.
Eu não tinha prestado atenção para o
mobiliário, mas agora eu percebi que
era o tipo de quarto apenas para
encontros casuais. Era elegante, luxuoso
de certa forma, mas totalmente
impessoal, como qualquer quarto de
hotel.
Liam me fazia sentir ousada e sensual.
Ele despertava um lado que nem eu
sabia que existia. O lado selvagem,
aventureiro. E isso me deu uma ideia de
como retribuir o que ele acaba de me
proporcionar.
Eu o tombei sobre a cama, não lhe
dando tempo para processar nada, então
a minha boca caiu sobre o seu eixo. Uma
gota de pré-gozo vazando.
A minha mente e corpo pareciam ter
vida própria, ambos em sincronia, com
apenas um desejo de saborear Liam.
O seu gosto picante e viril despertou
uma onda de sensações em meu corpo.
Ele gemia e se empurrava cada vez que
eu o levava bem fundo na minha
garganta. Eu não diminuí o meu ataque,
ele se contorcia e gemia o meu nome.
Deus ele parecia lindo a minha mercê.
Liam estava perto eu podia sentir. – Eu
não quero gozar na sua boca. – Ele
gritou escapando da minha boca com um
estalo.
Ele rolou para cima de mim me
prendendo de costas sobre a cama.
Pegando um preservativo na mesinha ao
lado ele rolou sobre a sua ereção. Eu
apenas observei o quão bonito ele
parecia naquele momento.
- Você é ainda melhor do que eu me
lembrava. Eu não quero perder você.
Você é minha.
Eu não sabia o que falar, as suas
palavras me deixam sem resposta. Liam
era um homem muito intenso e isso me
assustava às vezes, mas por agora tudo
que eu queria ele.
Liam me virou sobre a cama me
colocando de quatro, em com um
impulso ele entrou em mim.
Pressionando suas costas contra as
minhas. Uma mão brincando com um dos
meus mamilos e a outra com o meu
clitóris. A sensação era muito intensa, e
eu não iria durar muito tempo. Senti o
meu corpo apertar em torno do seu pau.
Depois de duas estocadas eu vim
novamente gritando o seu nome.
- Liam... Oh meu Deus... Liam!
Eu o senti crescer mais dentro de mim e
com um rugido ele veio também. Nós
dois caímos sobre o colchão, estávamos
exaustos, mas satisfeitos.
- Eu preciso ir. – Falei depois de
recuperar algum fôlego.
- Quando eu posso te ver de novo?
- Eu não sei, é muito arriscado, temos
que ter cuidado. Eu ligo para você.
Eu alcancei o meu maiô e saída de
banho e disse adeus. Tudo que eu queria
era ficar ali deitado com Liam apenas
curtindo o restante da noite, mas eu não
poderia arriscar. Tínhamos que
encontrar uma solução e rápido.
Cinco
Depois de um dia infernal no escritório,
tudo o que eu queria era voltar para
casa, tomar um banho e deitar. Eu faria
qualquer coisa para esquecer a
quantidade de trabalho de casa que eu
tenho para fazer.
Com a proximidade do julgamento no
processo de Liam contra o Vice-
presidente, todos estavam correndo
contra o tempo para poder conseguir
material suficiente para a promotoria.
Nada poderia passar despercebido. Nós
auxiliares fomos liberados das outras
disciplinas em virtude da quantidade de
trabalho que estávamos tendo
atualmente, mas assim que o julgamento
terminasse tudo voltaria ao normal.
Por mais que eu quisesse me distanciar
do caso, eu não conseguia. Eu descobri
bastante coisa comprometedora do
nosso cliente. Liam tinha uma grande
chance nesse caso, pois se eles tivessem
as mesmas informações que eu tinha
sobre o vice-presidente, ele ganharia
fácil.
O nosso cliente tinha uma ficha
interminável de mulher. E em dois dos
registros que eu encontrei, havia duas
mulheres quem foram obrigadas a
abortarem o filho que estavam
esperando, pois ele não queria filhos
bastardos. Que idiota.
O cara era um completo babaca, não sei
como ele conseguiu chegar à
presidência. Eu não culpo a mão do
Liam por tê-lo processado, mesmo que
tenha sido anos depois.
Entrei na minha garagem, fechei as
portas antes de ir para dentro pelos
fundos. Assim que eu entrei e acendi as
luzes a campainha tocou.
Achei muito estranho, pois não havia
ninguém na rua quando eu cheguei, pelo
menos não que eu tenha visto.
Mesmo com o meu corpo todo pesado
de tanto cansaço eu me arrastei para a
porta da frente. Havia um homem
vestindo um terno preto parado do lado
de fora da minha porta.
Eu estava tão cansada que nem me
lembrei de ver pelo olho mágico quem
era. Ele estava segurando um buquê de
rosas vermelhas e um envelope.
- Senhorita Witt?
- Sim.
- Eu sou John, chofer do Sr. Blackmont.
Ele me pediu para entregar-lhe essas
flores e esse envelope.
Eu estava pasma. Liam era
completamente louco. Sorri quando ele
me entregou o buquê e em seguida o
envelope.
- Obrigada, elas são lindas. E o seu
patrão é louco.
- Ele também pediu que a senhorita lesse
o que está dentro do cartão e assinasse
antes me entregar.
- Oh, tudo bem. – Coloquei as flores
sobre a mesa da sala, então abri o
envelope. Havia um cartão escrito:
Boa noite menina bonita. Desculpe
incomodá-la tão tarde, mas eu preciso
de uma resposta hoje mesmo ou eu vou
enlouquecer.
Venha almoçar comigo, você pode
marcar a hora e local se assim preferir,
apenas aceite o meu convite. John irá
lhe entregar três envelopes, espero que
você aproveite.
Com amor, Liam.
Depois de ler o cartão eu olhei para o
seu motorista que já estava com uma
caneta na mão para que eu assinasse. Eu
balancei a cabeça rindo. – Esse homem
está louco, John.
Assinei com um sim, concordando em
almoçar com ele, mas também sugeri
que ele escolhesse o local. E depois
entreguei ao motorista que me agradeceu
dando-me os três envelopes que Liam
havia falado no cartão.
- Tenha uma boa noite, senhorita Witt.
- Boa noite, John.
Fechando a porta eu verifiquei o
primeiro envelope. Nele continha três
ingressos para a área VIP do show de
Rhiana. Eu gritei eufórica. Deus eu
amava suas músicas, ela é maravilhosa.
Liam sabia que eu amava Rhiana, pois
durante todo o período em que nós
passamos juntos eu cantei praticamente
todas as músicas dela. Havia também
um pequeno cartão.
Para uma noite de garotas. Divirta-se.
Com amor, Liam.
Sorrindo como uma boba, eu abri o
segundo envelope, e nele havia um
convite para passar um final de semana
em Aspen – Colorado, com tudo pago.
Deus, esse homem era louco!
A segunda nota dizia: Eu sei que você
sempre quis conhecer Aspen, ai está à
oportunidade. Tenha uma boa estadia.
Com amor, Liam.
Normalmente nós mulheres reclamamos
da falta de atenção dos homens com o
que nós queremos ou desejamos. Mas
Liam não parecia ter esse problema. Ele
se lembrava de tudo que eu tinha falado
enquanto estávamos confinados. E isso
aqueceu o meu coração. A forma como
ele decidiu me presentear.
O terceiro e último envelope continha
apenas uma nota:
Hannah,
Eu sei que você não acredita em
destino, mas eu sim. Quando eu vi você
pela primeira vez naquele bar eu não
consegui pensar em nada menos do que
ter você. Você é linda, engraçada,
espirituosa, delicada, determinada e
muito fácil de amar. Obrigado por ter
me dado à honra de conhecer você. E
se você encontrar no seu coração uma
razão para nos dar uma chance, eu
prometo que não desperdiçá-la.
Com amor, seu Liam.
Eu não sabia o que falar a minha
garganta apertou e as lágrimas caíram.
Liam tinha virado a minha vida de
cabeça para baixo, e eu amava a
maneira que eu era com ele. Ele me
fazia sentir livre, amada e desinibida.
Tudo parecia simples. Embora a nossa
realidade fosse bem diferente.
Seis
Liam estava louco eu sabia disso. Há
duas horas ele me mandou uma
mensagem com o endereço do nosso
almoço, me dando apenas uma hora para
ficar pronta. O restaurante que ele
escolheu era muito famoso, pois toda a
elite de Seattle o frequentava.
Um almoço lá e iria embora o meu
salário de pelo menos três meses. Sem
contar o fato de que estaríamos expostos
aos olhos curiosos de todos. Quando eu
sugeri que ele escolhesse o local eu não
tinha ideia de que ele escolheria um
lugar tão badalado.
E se alguém nos reconhecesse?
Eu agitei o pensamento da minha cabeça
e me concentrei no que vestir. Decidi
usar um vestido de mangas curtas na cor
branco com detalhes em dourado, e um
cinto fino. Uma sapatilha na cor azul
marinho e o cabelo preso em um rabo de
cavalo alto. O dia estava quente, então
eu estava dispensando a jaqueta jeans.
O look era bem simples e casual, mas
era perfeito para um almoço à tarde.
Maldito bilionário presunçoso.
Poderíamos ir a um Fast Food, mas ele
precisa ser tão ostentoso.
Ao chegar ao restaurante a anfitriã, que
parecia muito mais jovem do que eu me
olhou dos pés à cabeça antes de
perguntar: - Mesa para quantos?
- Eu estou aqui para ver alguém. – Eu
falei e mesmo antes dos meus olhos
ousarem sobre o local, eu senti a sua
presença. Era como um imã, estávamos
totalmente conectados em um nível
espantoso. Os meus olhos encontraram
os seus e eu sorri ao ver o brilho do seu
rosto quando ele me viu. Ele tinha
escolhido uma mesa ao fundo do
restaurante, ao lado de uma grande
janela. Eu apontei para a jovem o meu
encontro, e então fiz o meu caminho até
ele.
- Você é maluco. – eu falei ao chegar à
mesa. E ele levantou para me receber,
me dando dois beijos de cada lado de
minhas bochechas.
- Apenas por você.
Ele puxou a minha cadeira para, e
colocou para dentro. – Obrigada.
- O prazer é todo meu.
- Você sabe que esse lugar é bastante
exagerado, não?
- O melhor para a melhor.
- Você sabe que eu não poderei beber
aqui, não é?
- Com medo de se embebedar e não
resistir aos meus encantos?
- Cale a boca. – Falei rindo.
- Não. Apenas tenho dezenove anos, e é
contra a lei vender bebidas para
menores de vinte e um anos.
- Relaxe e aproveite o nosso almoço. E
a propósito, você está linda.
- Obrigada. Você também não está nada
mal.
Liam estava vestindo um terno cinza
com uma camisa na cor branca e uma
gravata preta. O seu cabelo muito bem
penteado para trás, e o seu rosto
barbeado.
Eu queria passar a mão pelo seu cabelo
arrumado e assanhá-lo. Beijar todo o
caminho ao longo do seu pescoço. Sentir
o seu cheiro, o seu gosto, e o seu corpo
junto ao meu. Queria sentir os seus
braços ao meu redor, me apertando.
O homem era incrível mesmo sem
nenhum esforço.
A minha calcinha estava completamente
encharcada, e ele nem tinha me tocado.
Como é que eu vou passar uma refeição
inteira sem pular no seu colo?
Especialmente sabendo que tem por
baixo de toda essa roupa.
- Hannah?
- Hannah?
- Oh, eu sinto muito. Eu não ouvi o que
você falou. – Eu balancei a cabeça
tentando sacudir os pensamentos
pervertidos da minha mente. Senti o meu
rosto aquecer com o embaraço.
- Você está bem, querida?
- Sim. Desculpe-me.
- Eu não me importo, mas vamos
alimentá-la primeiro antes que eu decida
foder você aqui mesmo para todo mundo
ver o que você faz comigo.
- Oh... – Foi tudo que eu consegui
pronunciar.
- Querida você estava olhando para mim
como se eu fosse a sua sobremesa
favorita, e visto que eu não quero nada
mais do que me enterrar nessa sua
bucetinha gananciosa, então vamos
alimentá-la antes que eu mude de ideia.
Eu queria que ele mudasse de ideia. Eu
queria ser fodida por Liam para todo
mundo ver. Isso era o que ele fazia para
mim. Eu me tornei uma vadia safada.
Liam trouxe a tona o meu lado selvagem,
e eu queria gastar todo esse lado
adorando o seu corpo.
- Ok. – Eu engoli em seco.
Abri o menu para poder me distrair um
pouco, mas não tive muito sucesso, pois
a tentação estava bem na minha frente.
Eu já tinha decidido o que pedir, mas
Liam ainda estava indeciso sobre o que
eu iria comer então eu esperei.
- Vocês estão prontos para fazer o
pedido? – Perguntou o garçom com um
grande sorriso no rosto. O homem era
bastante jovem, tinha o cabelo castanho
e a pele morena. Muito bonito, mas
estava me encarando fixamente.
Uma olhada para Liam para saber que
isso não estava lhe agradando muito. A
sua mandíbula estava trincada no seu
rosto. E então decidi aliviar a tensão
formada. Coloquei a minha mão sobre a
sua e acariciei. Ele tirou os olhos do
garçom e posou sobre os meus.
Visivelmente mais relaxado.
- Eu vou querer um salmão grelhado ao
molho de maracujá e uma garrafa de
Chablis. E para a senhorita, um risoto de
camarão. Isso é tudo.
O garçom anotou o nosso pedido e com
um aceno saiu.
- Como você sabia o que eu queria
comer?
- Querida, eu sei tudo ou pelo menos
quase tudo sobre você.
- Isso é um pouco assustador, sabia?
- Não. Eu apenas presto atenção no que
a minha garota gosta.
- Obrigada, mandão. E eu não sou a sua
garota.
- Ainda.
- Obrigado por concordar em almoçar
comigo. Eu sei que é bastante
complicado, mas mesmo assim eu
agradeço ter o prazer da sua companhia.
- Sim, com certeza não foi fácil.
- Eu já lhe falei que você está linda.
- Sim, obrigada.
A verdade é que eu estava muito nervosa
com esse encontro. A qualquer momento
alguém poderia nos reconhecer, ou os
paparazzi poderiam nos fotografar. E
isso estava fazendo um estrago no meu
estômago. Os meus nervos estavam à
flor da pele.
Eu tentei convencer minha mente que
está seria a última vez que eu iria vê-lo,
mas não estava fazendo um bom
trabalho.
- Você gostou das flores? – Seu sorriso
se espalhou por todo o seu lindo rosto.
Ele estava usando aquele sorriso sedutor
para me conquistar, e sabia que estava
funcionando.
Ele me despia com o olhar. O tom da sua
voz causava uma onda de arrepios em
meu corpo. Os seus olhos azuis
profundos me bebiam como se eu fosse à
última gota de água no deserto.
- Sim. Eu amei as flores e os presentes,
obrigada. Você não precisava se
incomodar.
- Eu quero você.
- Liam, você sabe que isso é impossível.
Nós não podemos.
- Hannah, isso é mais do que possível.
Você quer isso tanto quanto eu, você
apenas tem medo do que pode acontecer
por conta do seu trabalho.
- Liam...
- Hannah, eu se eu te disser que esse
processo não é para extorquir dinheiro
do seu cliente, mas sim para fazê-lo
pagar pelo que ele tirou da minha mãe.
O seu cliente era sócio da minha mãe em
uma empresa de decoração. A minha
mãe abriu a sua empresa quando tinha
apenas dezoito anos. O seu pai tinha
acabo de falecer, ela estava na
faculdade de Designer e decidiu usar o
dinheiro do seu fundo fiduciário para
abrir o seu próprio negócio. Mas ela não
era formada e precisava de alguém que
tivesse um diploma registrado para abrir
a sua empresa. Foi ai que ela decidiu
contratar um Designer profissional e um
administrador para ajudá-la a colocar a
empresa no mercado.
- A empresa deu muito certo nos
primeiros dois anos, período em que ela
se formava na universidade. Ela
dispensou o designer e ficou apenas com
o administrador, que por sinal se trata
do seu cliente. Eles começaram a se
envolver de uma forma nada
profissional. Ela era muito jovem e
ingênua. E ele se aproveitou disso e a
seduziu.
- De repente a empresa começou dar
problemas. Faltava material e as contas
não batiam. A essa altura a minha mãe
tinha dado total controle da empresa
para ele. Ele começou a se afastar,
quase não aparecia para trabalhar, e
estava sempre inventando uma desculpa
para não vê-la.
- Meses se passaram sem que ele sequer
aparecesse ou telefonasse. A minha mãe
descobriu então que estava grávida e
decidiu procurá-lo. Ele tinha se mudado
para um bairro nobre e estava vivendo
como um playboy. Minha mãe não teve
muita sorte ao confrontá-lo. Eles
brigaram e ele disse que não queria mais
vê-la.
- Dizer que ela ficou arrasada é pouco.
Sozinha, sem dinheiro, família ou a sua
empresa ela se viu obrigada a declarar
falência. Pouco tempo depois ela
conheceu o meu pai e ele se apaixonou
perdidamente por ela. A minha mãe não
queria enganá-lo, então contou tudo que
tinha passado e que esperava o filho de
outro homem. Mas ele acolheu com tudo
que ela tinha. Eles se casaram dois
meses antes de eu nascer. Ele era o meu
pai. O pai que me escolheu, o pai que
me deu o seu nome, educação, carinho,
amor e tudo que ele tinha. E é por isso
que nós estamos processando-o.
- Depois de passar anos lutando para
provar a fraude que ele tinha cometido,
nós finalmente conseguimos. E é por
isso que levou tanto tempo. Ele desviou
todo o dinheiro para uma conta no nome
de outra pessoa na Suíça.
- Oh meu Deus, Liam.
- Sim, mas eu não quero que você pense
nisso agora. Vamos aproveitar o tempo
que temos e depois conversaremos
sobre isso.
Eu estava completamente chocada com a
revelação de Liam. Como alguém pode
ser tão canalha? Eu queria saber tudo
sobre Liam, mas como ele disse nós
estávamos aqui para almoçar.
- Ok. Eu concordei.
- Eu sinto muito.
- Não sinta, ele vai pagar por tudo o que
fez.
- Eu não tenho dúvidas.
- Eu não consigo para de pensar e você,
Hannah. Eu sei que a minha vida é uma
loucura, mas eu quero que você saiba o
quanto significa para mim.
- Eu sei.
- Tem sido um maldito pesadelo, mas a
verdade virá à tona. E logo não
precisarei me esconder em minha casa.
- Por que você está se escondendo?
Você deveria contar a todos o
desgraçado que ele é. Como alguém
como ele chegou à presidência?
- As pessoas veem o que elas querem. E
nesse momento eu sou o vilão. O
playboy bilionário que quer mais fama e
dinheiro.
- Liam, mas você não é assim. Eles
precisam saber a verdade.
- À noite em que nos conhecemos...
- Não foi nada premeditado. Eu juro,
estava apenas confinado por muito
tempo e já não aguentava mais, então
decidi sair para tomar um pouco de ar. E
lá estava você...
O garçom escolheu justamente esse
momento para trazer a nossa comida.
Depois de colocar sobre a mesa, ele nos
deixou sozinhos de novo.
Eu não sabia que o nosso almoço seria
tão revelador. Mas ouvir Liam o seu
coração me deixou muito feliz que ele
confiava em mim para revelar algo tão
íntimo. A sua honestidade me deixou
sem palavras.
- Você pode pensar que eu estou
tentando te enganar, mas eu juro que tudo
que eu contei é a mais pura verdade. E
eu vou provar. Se você quiser eu posso
mandar a minha pesquisa para você
verificar com seus próprios olhos.
- Eu acredito em você.
Liam me olhou pelo que pareceu uma
eternidade e só então falou: - Vamos
comer antes que a nossa comida esfrie.
Ele pegou o garfo e deu uma mordida do
seu salmão, e eu fiquei ali apenas o
observando quão lindo ele era.
O nosso almoço terminou em silêncio,
apenas aproveitando a companhia do
outro.
- A verdade vai vencer. – Eu falei
quebrando o silêncio.
- Obrigado. Eu vou lutar por isso.
Hannah, eu quero que você saiba que o
tempo que passamos foi a melhor coisa
que aconteceu comigo em um longo
tempo.
- Eu sinto a mesma coisa, Liam. Apenas
é complicado. Eu preciso daquele
trabalho para poder obter o meu
diploma. E eu não posso jogar tudo para
o alto de repente. Eu preciso que você
me dê um pouco de tempo.
- Eu entendo. – Ele respondeu
cabisbaixo. E eu senti o meu coração
partir com a sua tristeza evidente. Liam
era um homem que não escondia os seus
sentimentos e isso dizia muito da sua
personalidade.
Nós nos despedimos cordialmente com
um aperto de mão, e depois Liam beijou
a minha mão.
- Obrigada pelo almoço. A comida
estava deliciosa.
- Eu que agradeço à sua companhia.
- Eu amei.
- O prazer é todo meu, minha menina.
Sete
Nada poderia me preparar para o que
vinha pela frente, mas eu sabia que de
alguma forma que eu não poderia
auxiliar no caso de Liam.
Depois do nosso almoço, eu cheguei em
casa e fui surpreendida por uma caixa
que estava no alpendre. A princípio eu
pensei que fosse mais um presente de
Liam, mas dado ao modo como ela tinha
sido embrulhada, não se tratava de algo
que Liam me enviaria.
Liam sempre me enviava as coisas
perfeitamente bem embaladas, mas essa
caixa tinha várias camadas de papel
cobrindo-a. Alguém queria que apenas
eu visse o conteúdo dela.
Eu a peguei e levei para dentro.
Confesso que eu fiquei um pouco
apreensiva em abri-la, mas logo a
curiosidade venceu. Peguei o abridor de
cartas e comecei a retirar o embrulho.
Ao abrir eu me deparei com algo que
não esperava ver. Eu me senti enjoada e
desconfortável. O conteúdo foi enviado
especificamente para mim. Alguém nos
observava, eles sabiam.
Na caixa havia várias fotografias minhas
e de Liam na noite em que nos
conhecemos no bar. E um bilhete que
dizia: Será que vale a pena perder o
seu trabalho por ele?
A mensagem foi alta e clara. Ele queria
que Liam recuasse. E achou em mim uma
oportunidade para fazer isso acontecer,
mas isso não seria tão fácil. Liam iria
vencer, mesmo sem a minha ajuda,
porque a verdade sempre vem à tona.
A ideia de que alguém sabia sobre nós
me perturbou por semanas, hoje não
tanto quanto antes. O desabafo de Liam
tinha me mostrado o outro lado da
situação. Ele me mostrou a verdade, e se
eu quero um dia ser uma juíza eu terei
que fazer um bom juízo dos fatos.
Avaliar todos os fatos e não se prender
ao favorável. Justiça se trata de fazer a
verdade vir à tona e fazer os culpados
pagarem pelos seus erros. E isso era o
que eu pretendia fazer.
Agora a parte mais difícil era descobrir
como fazer isso sem prejudicar o meu
futuro ou a minha relação com Liam.
******
O final de semana estava chegando, hoje
era uma sexta-feira, e grande maioria já
tinha ido embora. Eu estava revisando
um caso para poder ir embora. No nosso
andar apenas o nosso escritório estava
funcionando. Havia apenas o professor
Miles e eu.
Eu estava tão concentrada que nem
percebi quando a porta do escritório do
professor tinha sido aberta.
- Hannah, você tem um minuto?
-Hum... Claro, professor.
Ele ficou lá parado esperando que eu me
levantasse e entrasse em seu escritório.
Ele queria ter uma conversa privada,
onde ninguém pudesse nos interromper.
Não era incomum ele me chamar em seu
escritório, mas algo sobre a maneira
como ele falou me deixou nervosa no
mesmo instante. E inconscientemente eu
sabia o que estava por vir.
O professor deu um passo para o lado,
permitindo que eu entrasse primeiro. Eu
entrei e sentei em uma cadeira em frente
a sua mesa enquanto ele fechava a porta.
- Professor Miles, há algo errado? - O
meu nervosismo estava levando a
melhor.
Ele não respondeu de imediato.
Contornando a mesa, ele sentou em sua
cadeira antes de falar qualquer coisa. Eu
nunca me senti tão intimidada na minha
vida.
- Senhorita Witt, você sabe que esse
estágio é um dos requisitos para que
você possa obter o seu diploma de
graduação, não é?
- Sim, senhor.
- Então, você também está ciente de que
má conduta ou comportamento não
profissional é motivo de suspenção
imediata do programa de estágio?
- Sim, senhor. Comportamento não
profissional? Eu não entendo o que isso
tem a ver comigo, senhor.
Ele piscou algumas vezes antes de
responder: - Tenho razão para acreditar
que há um conflito de interesses entre
você e o caso Mitchell.
- Senhor...
- Você é uma jovem muito talentosa e
dedicada, senhorita Witt. Porém eu vou
ter que afastá-la desse caso e fazer um
relatório sobre o motivo do afastamento.
- Senhor, eu posso explicar...
Eu não sabia o que dizer a minha mente
estava completamente em branco. Eu já
esperava que isso fosse acontecer algum
dia, mas não tão rápido.
Com uma avaliação negativa eu não
seria capaz de passar nessa disciplina. E
todo o meu esforço sairia em vão. Iria
atrasar o meu curso em mais um
semestre, sem contar a vergonha de ter
uma avaliação negativa do meu
empregador.
- Eu entendo, senhor. Mas se eu pudesse
ter a chance de lhe explicar o que
aconteceu, agradeceria muito. Eu não
posso reprovar nessa matéria. Nada foi
proposital ou armado. E espero que o
senhor me dê essa oportunidade de me
explicar.
- Nós teremos a oportunidade de
conversar sobre isso em outra ocasião.
Por agora, eu gostaria que você
recolhesse as suas coisas e aguarde até
que entre em contato.
- Tudo bem, senhor. E quanto às aulas?
- Você poderá assistir normalmente.
- Obrigada, senhor.
- Eu sinto muito Hannah, mas a
integridade desse escritório de
Advocacia está em jogo, e eu não posso
arriscar perder tudo que eu construí ao
longo dos anos.
Eu fiz o meu caminho de volta para a
minha mesa, meus olhos vagando ao
redor memorizando cada coisa. Eu iria
sentir faltar de estar aqui.
Ao sair do prédio eu dei uma última
olhada antes de ir para o
estacionamento. Estava escurecendo e
eu não queria dirigir á noite, então me
apressei. As lágrimas que eu tanto lutei
para conter agora estavam caindo como
uma cascata.
Quando eu me aproximei do meu caso,
Liam correu para me encontrar.
- Hannah, você está bem? Eu tenho
tentado ligar para o seu celular, mas está
indo direto para a caixa postal. O que
aconteceu? Por que você está chorando?
- O que você está fazendo aqui, Liam?
- Eu recebi uma caixa com algumas fotos
nossas e um texto ameaçador em relação
a você, então eu tentei falar com você,
mas não consegui. E decidi vir até você
e ver se tudo estava bem.
- Eles já sabem.
- O que? Como?
- A mesma caixa que você recebeu, eu
também recebi. E suspeito que o
professor Miles também tenha recebido.
- Oh Hannah, eu sinto muito.
- Ele me afastou do caso e disse que eu
ficaria até o seu caso ser encerrado.
- Ele está desesperado, sabe que vai
perder e está jogando com todas as
armas que tem para me prejudicar. Eu
sinto muito que você tenha sido pega
nesse fogo cruzado.
- Você não precisa se desculpar. Nós
não temos culpa dele ser um miserável.
- Querida, por que você não me contou
que tinha recebido as fotos?
- Não havia muito para se fazer, Liam.
- Mesmo assim, você deveria ter me
alertado. E eu teria lidado com isso.
- Como ele te ameaçou?
- Não importa agora, querida. Ele é
maluco e nós não vamos dar o gosto de
saber que ele venceu por agora.
- Ok.
- Me deixe te levar?
- E o meu carro?
- Eu vou pedir alguém para vir buscá-lo.
- Tudo bem.
Ele sorriu e abriu para que entrasse.
Quando ele chegou ao lado do motorista,
ligou o carro e vi o seu peito desinflar
como se tivesse prendendo a respiração
por muito tempo, ou tirando um peso de
suas costas.
- Eu soube que você voltou para a
empresa. É verdade?
- Não. Pelo menos não totalmente. Eu
voltei a trabalhar, mas apenas de casa,
por enquanto.
- Eu sei que não significa nada, mas
estou muito orgulhosa de ser sua amiga.
Você é um homem muito forte Liam
Mitchell Blackmont.
- Obrigado. E a sua opinião é a única
que importa. Significa o mundo para
mim.
Eu sorri e nós seguimos em direção ao
tráfego. Liam decidiu pegar o caminho
mais longo para chegar até o parque,
mas quando nos aproximamos da entrada
ele simplesmente passou e seguiu em
direção à rodovia.
- Espere. Aonde vamos? Você passou da
entrada.
- Querida, você não achou que eu fosse
deixar você ficar sozinha naquela casa
longe de tudo e de todos, não é?
- Liam, isso não é engraçado. Por favor,
me leve de volta para casa.
- Eu sinto muito querida, isso não será
possível, agora. Ele está desesperado
para vencer e não medirá esforços para
me fazer recuar. E isso pode incluir a
minha fraqueza mais evidente.
- Você está louco.
- Apenas por você. E não é seguro no
momento para você ficar sozinha lá.
- Liam, isso não tem nada a ver comigo.
Eu sou apenas uma garota que fodeu,
isso não grande coisa.
De repente ele parou o carro, sem se
importar em pisar fundo nos freios, me
fazendo saltar. Sorte minha que eu
estava usando o cinto de segurança.
- Você perdeu a sua maldita mente?
- Nunca mais se refira a você como uma
foda qualquer. – Liam rugiu e eu virei
para encará-lo. O seu rosto estava
vermelho, ele parecia prestes a explodir.
E logo me arrependi pela escolha infeliz
de palavras.
- Liam, eu sinto...
- Não! Eu vou mantê-la em segurança, é
o mínimo que eu posso fazer depois da
bagunça que eu fiz da sua vida. – Ele
falou e depois ligou o carro.
Eu o tinha ofendido eu sabia disso, mas
tudo que eu queria era ficar na minha
casa e nada mais.
Nós saímos da rodovia em direção a
uma estrada de terra. O caminho era
deserto, mas com uma linda paisagem.
Dirigimos por mais alguns quilômetros
antes de parar em frente a uma
propriedade que parecia ser suficiente
para abrigar uma centena de pessoas.
Liam não parecia do tipo rural, mas a
casa definitivamente era sua.
Havia um grande portão de ferro bem na
nossa frente. Um dos seguranças veio
verificar o carro assim que paramos.
- Sr. Blackmont.
- Boa noite, Clive.
- E instantaneamente os portões se
abriram para que pudéssemos entrar.
Havia mais seis seguranças pelo o que
pude ver.
- Por que você precisa de tanto
segurança?
- Eu tenho mesmo que responder a essa
pergunta?
- Não.
- Foi o que eu pensei.
- Eu só não imagino como deve ser
estranho ter tanta gente ao seu redor
fazendo tudo por você. Deve ser muito
chato e cansativo.
- Você vai se acostumar. – Dito isso ele
saiu do carro e veio até a minha porta.
Eu não tive muito tempo para processar
o que tinha dito, pois quando a porta se
abriu eu pude ver a opulente mansão de
Liam. Eu sabia que ele era rico, mas há
uma grande diferença entre saber e ver
com os seus próprios olhos.
- Bem-vinda ao meu humilde lar.
- Você deve estar brincando comigo?
- O que? Por quê?
- Essa mansão não tem nada de humilde.
Você é tão esnobe.
- Vem cá, vamos conhecer a casa onde
você vai ficar confinada comigo por um
bom tempo.
- Muito engraçado.
- Eu sou um homem bastante sério,
senhorita Witt.
- Sim, eu sei.

Oito
A mansão de Liam era muito maior por
dentro do que se via por fora. As portas
da frente eram feitas de madeira.
Carvalho antigo, esculpido e
transformado em porta. As janelas eram
de vidro, e cada uma tinha
aproximadamente dois metros de altura.
Ao abrir a porta ele deu um passo para o
lado permitindo a minha passagem.
Havia um grande lustre de cristal,
pendurado no centro da sala de entrada.
Era composto por lágrimas de cristal
que brilhavam mais do que diamantes.
Nós estávamos no térreo e mesmo de lá
dava para ver toda a extensão da
propriedade. Era uma vista e tanto. Ao
fundo se via as luzes de Seattle.
Aproximei-me mais da janela para
poder ver melhor, e dei de cara com uma
enorme escada de ferro, que levava aos
demais andares da mansão.
- Você terá uma visão melhor do terceiro
andar. Venha, eu vou lhe mostrar.
- O que tem no terceiro andar?
- O meu quarto.
- Oh...
Ele estendeu a mão para mim
entrelaçando os nossos dedos. E o meu
corpo despertou com o seu toque. Eu
ansiava por isso, ter o seu corpo contra
o meu. E agora mais ainda.
O seu toque enviou faíscas através do
meu corpo, me fazendo hiper-consciente
do calor que emanava de sua mão.
Liam sorriu enquanto deslizava os seus
dedos sobre os meus. Ele parecia uma
criança pronta para mostrar todos os
seus brinquedos, então ele me levou
pela escada para um rápido tour.
Ele estava indo muito rápido, eu quase
não tive a chance de ver o que havia no
primeiro andar. O mobiliário era muito
luxuoso e caro. Ele deve ter contratado
algum Designer de Interiores, pois tudo
harmonizava perfeitamente.
Tudo que eu sabia era que o primeiro
andar era composto por uma cozinha
gigante, uma sala de jantar com uma
mesa estilo reis e rainhas. Os móveis
todos projetados com a mais nobre das
madeiras. Uma lavanderia, dois
banheiros, uma área externa para
churrasco e uma sala de TV.
O segundo andar era composto por
quartos de hóspedes. Liam me
confidenciou que havia vinte quartos no
segundo andar e eu não acreditei, até
que eu mesma comprovei. E todos tinha
banheiro. Imagine a quantidade de tempo
que se levava para manter uma mansão
como essa limpa?
Que exagero! Quem precisa de tantos
quartos?
E por fim, nós chegamos ao terceiro
andar. Eu estava muito cansada de subir
as escadas, então nós fomos pelo
elevador. Sim, você não ouviu errado.
Havia um elevador em sua casa. O
terceiro andar era comporto por uma
biblioteca que também era o escritório
de Liam em casa, o quarto que tinha sido
dos seus pais e o seu quarto.
No final do corredor havia uma janela e
eu pude comprovar que Liam tinha razão
com relação à vista. Com certeza era
muito melhor daqui de cima. Dava para
ver quase toda a cidade de Seattle um
pouco longe, mas mesmo assim era uma
vista impressionante.
- É incrível.
- Sim.
- Você fica aqui sozinho? – Perguntei
quando ele me guiou até a porta do seu
quarto. Eu estava nervosa e muito
ansiosa para ver o lugar onde dormia.
Eu engoli o nó que se formou na minha
garganta e esperei que ele abrisse a
porta do quarto.
Quando nós estávamos presos na minha
casa eu ficava pensando no dia que a
tempestade passasse e ele tivesse que ir
embora. O que aconteceria? Se nós
voltaríamos a sermos dois estranhos que
tiveram um bom tempo juntos? Ou se nós
poderíamos ter alguma coisa? Hoje
aquela angústia não existe mais, mesma
com a incerteza do que nós tínhamos, eu
não me sinto como antes. Liam era um
total desconhecido para mim, e isso me
deixou mais do que receosa. Porém hoje
ele é alguém que eu conheço e confio
com todo o meu coração.
Tudo isso significava que nós estávamos
nos movendo em direção a algo mais.
Algo real e verdadeiro. E essa sensação
formou borboletas no meu estômago.
A porta do quarto se abriu e uma cama
California King Size com lençóis
brancos e amarrotados me
cumprimentaram. Os travesseiros
estavam espalhados pelo quarto,
demonstrando o uso da noite passada.
Ao lado da cama havia duas mesinhas
de cabeceira, cada uma com um abajur
luxuoso. A mesinha do meu lado
esquerdo tinha um despertador e uma
caneca, e a do lado direito um livro, um
óculos que provavelmente era para
leitura e um iPad.
A porta do seu banheiro estava
entreaberta e eu tive um vislumbre dos
azulejos escuros e da sua banheira que
mais parecia uma piscina.
- Ali fica o meu closet. – Ele apontou
para a porta ao lado do banheiro. Eu
sabia que Liam era rico, mas isso ia
além do que a minha imaginação poderia
sonhar. O seu quarto era todo
acarpetado. Tudo que um bilionário
tinha direito, mas faltava uma coisa.
- Sem TV?
Ele sorriu e pegou um dos controles
remotos que estavam em cima da cama e
apontou para a parede em frente à cama
e um painel contendo uma TV gigante
surgiu de dentro.
- Oh meu Deus!
- Seja bem-vinda a minha casa, Hannah.
Venha dar uma olhada na vista da minha
sacada.
A vista do seu quarto era realmente
perfeita. As luzes de Seattle brilhavam a
noite e o som do vento contra as árvores
produziam uma sinfonia fantástica. O
som, o cheiro e o ar do campo eram o
melhor para se viver. Eu nem preciso
dizer por que eu escolhi viver em uma
casa tão longe da civilização, como diz
Liam e as minhas amigas. Mas isso era o
me fazia feliz, poder respirar um ar puro
de verdade.
O seu jardim era muito bonito e bem
cuidado. Já estava escuro, mas havia
muitas luzes, então eu pude ter uma boa
visão. Eu estava na sacada quando ele
se aproximou, eu podia sentir o calor do
seu corpo mesmo antes dele me tocar.
Liam tomou o seu tempo, apenas me
observando. Eu sabia que ele gostava de
me ver, mas eu queria que ele me
tocasse logo. O meu corpo implorava
pelo seu toque.
As suas mãos caíram sobre os meus
ombros, fazendo o seu caminho ao longo
da minha nuca e cabelo, massageando a
tensão que nem eu sabia que estava lá.
A sensação das suas mãos no meu corpo
me tocando provocou uma onda de
arrepios. Todos os meus músculos
ficaram em alerta. Ele apertou
levemente os meus ombros me fazendo
revirar os olhos de prazer. Era tão bom,
e ele sabia o que estava fazendo.
Suas mãos foram para a minha blusa,
arrastando-a para fora do meu corpo
com um movimento rápido. Prendi a
respiração com o calor que se propagou
pelo meu corpo se concentrando entre as
minhas coxas.
Eu sabia que ele não ia deixar nada
entre nós. E estava fazendo o seu
movimento para me ter como queria.
A última coisa que eu imaginava ao
acordar essa manhã era que eu seria
suspensa do meu estágio e que seria
raptada para a mansão de Liam. E que
ele estaria fazendo todas essas coisas
maravilhosas para o meu pequeno
corpo.
Sua boca pairou sobre o meu ombro,
beijando até o meu pescoço. Seus lábios
macios contra a minha pele, fazendo
movimentos suaves e gentis com as
mãos pelo meu corpo. Cada vez que ele
me tocava era ainda melhor.
Empurrando o meu cabelo para o lado
ara lhe dar mais acesso, ele beijou mais
alto ao longo do meu pescoço, me
fazendo gemer sob o seu toque.
Enquanto a suas mãos eram gentis com o
meu corpo, a sua boca estava sendo
exigente. Ela sugou e beijou todo o
caminho ao longo do meu ombro,
pescoço até a orelha, dando leves
mordidas. Se eu não estivesse segurando
contra o parapeito da sacada eu teria
caído, pois minhas pernas estavam
moles feitos geleias.
Ele podia sentir o tremor que irradiava
do meu corpo. Ele sabia o que estava
fazendo para mim. Suas mãos
deslizaram até os meus seios,
pressionando fortemente contra o meu
sutiã, causando um frenesi pelo o meu
corpo.
Liam era um especialista em me deixar
ofegante. Ele sabia todos os botões que
apertar para me dar prazer. Apertando e
amassando os meus seios, fazendo os
meus mamilos endurecerem sob o seu
toque.
A abertura entre as minhas pernas estava
em chamas. O meu coração estava
acelerado e minha respiração instável.
- O seu corpo é tão perfeito, Hannah.
Por que você tenta afastá-lo de mim?
Você é minha. – Seus dedos percorreram
o centro do meu estômago. Eu tentei
controlar os tremores que irradiavam do
meu corpo, mas era inútil, a sensação
era muito boa. Ele também podia sentir
o que estava fazendo comigo.
Os seus dedos penetraram a barreira da
minha calça, deixando o meu corpo
tenso.
- Você me quer tanto quanto eu te quero.
Quer que eu te mostre?
- Liam... – Eu gemi. O meu corpo queria
o seu toque e ambos sabíamos disso.
Eu não queria mais esperar, mas ele
estava levando isso muito lento,
torturando a nós dois com esse ritmo.
Tudo o que eu queria naquele momento
era ele. Não havia dúvida de que iria
acontecer.
Liam me virou colocando-me de frente
para ele, baixando a minha calça para
fora. Depois me trazendo para mais
perto.
As minhas mãos deslizaram para baixo
da sua camisa, encontrando os cumes
dos seus músculos do seu corpo
perfeitamente esculpidos.
Liam gemeu ao meu toque, e soltou a
fecho do meu sutiã me deixando
completamente nua diante dele.
Beijando ao longo da minha clavícula e
em torno dos meus seios. Enfiei os
dedos em seus cabelos puxando-os com
força para me manter estável.
A sua língua lambeu e sugou cada um
dos meus mamilos enquanto os seus
dedos encontraram o caminho entre as
minhas pernas. Circulando o meu
clitóris com seus grandes dedos.
- O que você quer primeiro, Hannah? O
meu pau ou os meus dedos? – Ele
perguntou circulando o feixe de nervos
sensível.
Eu não respondi. Eu não poderia, a
sensação era boa demais, e eu não
conseguia nem falar. Em vez disso, eu
levei a minha mão e mostrei-lhe
exatamente o que eu queria primeiro.
O meu corpo tremeu sob o seu toque.
Ele colocou um dedo dentro de mim me
surpreendendo, depois inseriu outro. Eu
balançava dentro e fora em seus dedos
habilidosos. Tomando um dos mamilos
entre os dentes, ele mordiscou e eu gritei
vindo apenas em seus dedos. O orgasmo
me bateu como um soco na face. Eu mal
tinha voltado do meu estado mágico
quando ele aplicou mais pressão sobre o
meu clitóris me estimulando mais uma
vez. A carne estava sensível ao toque,
mas por nada nesse mundo eu lhe
pediria para parar.
- Você fica tão linda quando goza para
mim. Não há ninguém como você.
- Liam...
- Minha menina bonita está pronta para
ser fodida? Por que eu estou morrendo
de vontade de estar dentro dessa sua
buceta quentinha e apertada.
- Liam, por favor.
- Quantas vezes você gozou pensando
em mim, querida?
- Eu não sei.
- Hannah...
- Deus, Liam. Eu gozei todas as noites
pensando em você. Eu não conseguia
parar de pensar em você.
Ele aumentou a pressão no meu clitóris
me fazendo puxar mais forte o seu
cabelo. Empurrando os dedos
novamente dentro de mim. A sensação
era muito intensa. Inserindo um terceiro
dedo ele me lançou de novo sobre a
borda. Minha respiração ficou presa na
minha garganta. Seus dedos trabalharam
rapidamente, e eu não conseguia mais
aguentar até que ele diminuiu o ritmo
novamente.
- Isso mesmo, monte os meus dedos,
querida. Eu quero ver você se desfazer
sob os meus dedos novamente, você fica
tão linda.
Eu não sabia o que fazer. Liam me
levava à beira do êxtase e depois me
puxava de volta. Era como flutuar sobre
um penhasco. Cada toque, cada beijo
fazia o meu corpo vibrar. Estes não eram
beijos que você dava para alguém que
apenas se sentiu atraída. Eram beijos
lentos, que significavam alguma coisa.
Eram beijos apaixonados.
- A sua pele é tão macia. E eu quero
adorá-la para sempre. – Depois de algo
tão doce, quem era eu para discutir?
Arqueei o meu pescoço dando-lhe o
acesso que necessitava ao meu corpo.
Liam adorava beijar ao longo do meu
pescoço. Alguns homens são tarados por
peitos e bundas, mas ele definitivamente
era um homem de pescoço.
Nós rolamos para baixo, deitados sob a
luz da lua e estrelas completando um ao
outro. Não havia nada entre nós. E a lua
era testemunha do nosso amor. Como
chave e fechadura.
Liam beijou o meu colo indo em direção
aos seios, seus braços fortes me
segurando. Eu amava sentir cada toque,
mesmo que fosse pequeno ou agressivo.
Colocava o meu corpo em chamas.
As minhas mãos saíram para percorrer o
seu corpo também, eu queria senti-lo.
Cada polegada de sua pele, os cumes
dos seus músculos. Beijar todo o seu
corpo e sentir o seu gosto em minha
boca.
- Eu quero você para sempre, Hannah.
- Beije-me, Liam.
Movendo-se entre as minhas pernas, ele
soltou beijos no meu estômago indo para
as coxas. Seus lábios muito próximos a
minha abertura pulsante. Eu podia sentir
a sua respiração lá. Ele passou a língua
pelas minhas dobras e eu agarrei o seu
cabelo com tanta força que quase o
deixei careca. A sensação era boa
demais, me deixando completamente
sem senso.
Definindo um ritmo lento, ele lambeu e
sugou as minhas dobras, me deixando
excessivamente encharcada. Deus, o
homem tinha uma boca.
Olhando em seus olhos, eu pedi
silenciosamente para que ele tomasse o
que queria mais rápido. Eu precisava
dele mais rápido. O meu orgasmo estava
se aproximando e tudo que eu queria era
explodir em êxtase. Tudo que eu queria
era ele.
- Porra, você é tão linda.
Eu não conseguia mais aguentar, enrolei
as minhas pernas em envolta da sua
cintura, trazendo-o para mais perto de
mim. O calor dos seus lábios, o seu
desejo despertou o meu lado mais
selvagem.
Eu o beijei com tudo que eu tinha,
colocando a minha língua profundamente
em sua boca. Nossas línguas
entrelaçadas se tornaram uma só.
Puxando a sua camisa pela sua cabeça,
eu a joguei ao lado das minhas roupas.
Então ouvi o som do zíper sendo aberto.
Liam levantou os quadris para que eu
pudesse puxar as suas calças para fora
também. Ele não estava usando cueca e
o seu pau saltou livre para fora da calça.
- Oh...
O seu corpo pressionou contra o meu,
sua ereção rígida cutucando as minhas
dobras encharcadas. E a vontade de
coloca-lo para dentro era grande
demais, mas Liam tinha outros planos.
Provocando-me ele segurou a sua ereção
e passou a cabeça do seu pau pelas
minhas dobras.
- Oh meu Deus, Liam. Por favor. – Eu
me esfregava contra a sua ereção,
tentando obter mais dele.
- Durante todos os dias que estivemos
longe um do outro eu não conseguia
pensar em nada além da sua buceta
apertada. Eu quero me afundar em você
até que não resto um só espaço entre
nós.
- Sim, por favor. – Eu gemi.
- Eu quero ver a sua buceta gulosa
apertar o meu pau enquanto os seus
peitos saltam para cima e para baixo
quando você me montar. Quero brincar
com o seu clitóris e sugar os seus
mamilos rosados até que você não possa
pensar em mais nada além de nós dois.
- Então faça, por favor.
Eu não podia esperar mais para tê-lo
dentro de mim, olhando para o seu pau
que estava pedindo para ser chupado. Eu
queria senti-lo dentro de mim, mas
primeiro eu iria fazê-lo vir em toda a
minha boca.
Uma gota de pré-gozo estava vazando da
ponta do seu pau, suplicando por
atenção. Lambendo os meus lábios eu
me ajoelhei e o tomei em minha boca.
Eu não era uma profissional na arte do
oral, mas eu sabia o que Liam gostava e
usei tudo para fazê-lo se desfazer em
minha boca. O seu gosto era incrível,
minha língua deslizou facilmente para
cima e para baixo em seu eixo. Ele
estava tão ereto e grande que não
caberia totalmente na minha boca, mas
eu levaria mais do que poderia apenas
para satisfazer os nossos desejos.
- Hannah. – O meu nome em seus lábios
era um aviso de que ele estava no limite.
Seu corpo estremeceu e seus quadris
empurraram mais para minha boca.
Liam era um homem de negócios. Um
bilionário acostumado a mandar em tudo
e todos. Ele sempre estava no controle,
e vê-lo se desfazer assim me fez mais
selvagem, ousada. Eu queria tomar cada
gota de sua semente quando ele
estivesse pronto. Acariciando as suas
bolas e aplicando um pouco de pressão
o fez aumentar a pressão que exercia
sobre o meu cabelo. Ele tinha gostado
então eu lhe daria mais, muito mais.
- Meu pau enterrado na sua boca é a
visão mais perfeita do mundo. – Ele
gemeu, e eu o chupei mais forte, sugando
e massageando as suas bolas. O senti
inchar dentro da minha boca e nós dois
gememos.
O pulsar entre as minhas pernas estava
mais forte. Os seus quadris balançavam
contra a minha boca. Eu estava bem
perto de gozar também apenas ao ouvi-
lo.
- Foda a minha boca, Liam. Eu quero
sentir o seu pau bem fundo na minha
garganta. – Ele tremeu ao me ouvir e
seus quadris trabalharam mais rápido,
enquanto suas mãos apertavam o meu
cabelo.
Pressionando a minha língua para trás
quando eu o levei mais fundo, eu o senti
apertar o seu punho no meu cabelo,
trazendo lágrimas aos meus olhos, mas
eu não iria parar. Empurrando os seus
quadris tão fundo que eu pude senti-lo
em todos os lugares. Ele estava
literalmente fodendo a minha boca, mas
a sensação era muito boa.
Sentindo o seu pau engrossar e alongar
dentro de minha garganta eu me preparei
para recebê-lo. Os seus dedos cravaram
em meu couro cabeludo enquanto o
primeiro jato de jorro veio na minha
garganta.
- Hannah! – Ele gritou. – É isso aí
menina bonita, tome todo o meu suco. Eu
quero que você engula toda a minha
semente.
Eu tomaria tudo. Quando a última gota
saiu eu passei a língua ao redor do seu
eixo, limpando-o. O seu aperto no meu
cabelo foi diminuindo, mas ele ainda
estava com os olhos fechados
respirando pesadamente.
Seus olhos finalmente se abriram e
encontraram os meus. Eu separei os
meus lábios e os lambi antes de passar
na cabeça do seu pau. Liam fez um som
que mais parecia um gemido de
satisfação, e isso me colocou um enorme
sorriso no rosto.
- Hannah. – Ele sussurrou. E caiu para o
lado me puxando contra ele. Passamos
alguns minutos apenas assim, ele me
segurando contra o seu peito. A
sensação da sua pele contra a minha era
muito boa.
Virando-me para que ficássemos cara a
cara ele me beijou. Beijou-me com tudo
o que tinha: raiva, desejo, necessidade,
amor, cumplicidade. Liam Blackmont me
beijou de todas as formas que um
homem poderia beijar uma mulher. E
isso me fez a mulher mais feliz do
mundo.
Nove
Abri os meus olhos e tentei me lembrar
de onde eu estava. Então tudo veio a
minha mente, a suspensão, a casa de
Liam, o sexo maravilhoso que tivemos
sob a luz das estrelas. O meu corpo
estava dolorido em lugares que eu nem
sabia que existia, cada músculo tinha
sido bem trabalhado.
Sorrindo eu empurrei os lençóis de cima
de mim, levantando cuidadosamente. Eu
precisava usar o banheiro e não queria
acordar Liam que dormia pacificamente
ao meu lado.
O quarto estava completamente escuro
por conta das cortinas, e não dava para
ver a hora, pois o meu celular estava
longe de ser encontrado.
Depois de usar o banheiro eu peguei
uma das camisas de Liam no seu closet e
fui até a sacada para tomar um pouco de
ar.
Liam não tinha mentido quando disse
que adoraria o meu corpo de todas as
formas possível. O homem não se
cansava nunca.
Fazer amor com Liam sob a luz das
estrelas tinha sido a melhor coisa que
nos aconteceu em muito tempo. Eu sabia
que Liam sentia o mesmo que eu, mas às
vezes as coisas não são tão fáceis como
gostaríamos. Havia tanta coisa para ser
resolvida. Quando eu conheci Liam
naquele dia no bar eu não esperava me
envolver tanto, mas mesmo que eu
pudesse voltar no tempo eu não faria
nada diferente, com exceção da forma
que eu reagi ao descobri quem ele era.
Depois de uma longa maratona de sexo
nós decidimos ir para a sua cama
gigante. Nós a batizamos de todas as
formas, e eu não poderia me parar de
pensar em quantas mulheres ele tinha
trazido para sua cama. Mas deixando
esse pensamento de lado eu absorvi os
raios de sol. O dia estava lindo.
Nós não conseguíamos manter as mãos
longes um do outro. Eu não conseguia
me lembrar da que horas nós
adormecemos. Tudo o que eu sabia era
que ele ainda estava dentro de mim
quando peguei no sono, ou desmaiei com
tantos orgasmos que ele me deu.
Minha garganta estava seca e rouca,
resultado das atividades orais e gritos
de prazer com o que Liam fez para o
meu corpo. O homem sabia usar todas as
ferramentas do sexo.
Eu estava tão longe de tudo, mas ao
mesmo tempo me sentia como se
estivesse em casa. Liam me fazia sentir
assim. A vista de Seattle ao longe trouxe
de volta algumas questões a minha
mente. O que aconteceria agora? Como
nós lidaríamos com tudo isso? Será que
Liam realmente queria dizer o que ele
falou sobre ficar comigo?
Braços quentes me enrolaram, e o calor
do seu corpo contra a minha pele
provocou arrepios por todos os lugares.
- Eu espero que você esteja pronta para
a próxima maratona. Por que eu quero
passar o dia todo enterrado dentro da
sua buceta. Eu vou possuir você de
todas as maneiras possíveis e quando eu
terminar com você, isso a arruinará para
todos os outros homens, por que você é
só minha. – Ele falou contra o meu
pescoço e meu corpo todo tremeu com a
sua promessa.
- Bom dia para você também. – Eu falei
sorrindo.
- Eu poderia me acostumar com essa
vista. Você, aqui na minha casa nua e em
meus braços. – Ele disse sorrindo,
acariciando e beijando a minha orelha.
- Sim. – Eu gemi.
- Diga que você e minha, Hannah.
- Liam...
- Por favor. – Ele sussurrou, beijando o
meu pescoço e ombro.
Virando-me para que eu pudesse encará-
lo eu pude ver a sinceridade das suas
palavras e palavras em seus olhos. E
isso me deixou mais confusa do que
nunca.
- Eu quero você e você também me quer.
Vamos nos dar isso? – Suplicou.
- É complicado, Liam.
- Eu vou descomplicar.
Mesmo depois da quantidade de sexo
que tivemos na noite e madrugada, Liam
não parecia nada cansado. A sua ereção
estava muito rígida contra a minha
entrada. E eu percebi que ele não
poderia ter o suficiente de mim, assim
como eu dele.
Tomando a minha mão ele me levou de
volta para o quarto e pelas próximas
horas ele me mostrou o quão
descomplicado e certo poderia ser.
Convencendo-me do quanto
pertencíamos um ao outro.
******
Depois de tomar um banho e vestir uma
camisa e uma cueca de Liam eu fiz o
meu caminho para o andar de baixo.
Liam estava longe de ser visto. Ele saiu
do quarto quando eu me recusei a tomar
banho com ele. Eu estava exausta e
precisava de um pouco de descanso e
um pouco de comida.
Eu precisava encontrar a minha bolsa
para poder ligar para a minha mãe e
para as meninas. Ao chegar ao primeiro
andar eu verifiquei a hora em um relógio
que havia no corredor. Já passava das
onze da manhã.
E pela primeira vez em muito tempo eu
não me sentia triste ou preocupada. Eu
não queria sair do meu trabalho, mas
também não poderia mudar o que
aconteceu entre Liam e eu nem se eu
quisesse, e claro que eu não queria. Ele
foi a melhor coisa que já me aconteceu.
O destino nos pregou uma peça, mas
enquanto estivéssemos juntos nada
poderia nos atingir. Assim eu esperava.
Isso era o resultado de uma maratona de
sexo. Eu estava brilhante e muito feliz.
Indo em direção à sala de estar
encontrei a minha bolsa em uma mesinha
de madeira ao lado de um grande
arranjo. A casa de Liam era tão bem
decorada que daria uma matéria para
uma revista de Designer de Interiores de
Luxo. Eu precisava conhecer o seu
Designer.
Rolando através das minhas ligações e
mensagens eu ouvi algumas de Tay e
outras de Marissa preocupadas comigo.
Havia uma centena de mensagens de
texto também.
Ignorando as demais mensagens eu
decidi ligar para Tay primeiro, pois ela
era sempre a mais nervosa. O telefone
tocou duas vezes antes de responder.
- Hannah! Oh meu Deus, menina. Onde
você está? Nós tentamos entrar em
contato com você durante toda a noite. E
já estava preocupada que você tivesse
sido morta e enterrada no parque. O que
aconteceu?
- Jesus! Você sabe como dar um bom
dia, Tay. Eu sinto muito. O meu
professor descobriu tudo sobre Liam e
eu. Ele optou por me suspender e me
deixar fora do caso. Liam me encontrou
quando eu estava saindo do escritório e
me trouxe para a sua casa.
- Oh, Hannah. Eu sinto tanto, querida.
Como ele descobriu?
- Eu não tenho certeza, mas vou tentar
descobrir assim que ele me chamar para
conversar. Por agora não quero pensar
muito sobre isso.
- Talvez tenha sido melhor assim. Você
estava muito nervosa e estressada
durante esses últimos dias, e tudo por
causa desse processo e da sua ligação
com Liam.
- Eu sei, mas por que você estava
tentando falar comigo ontem à noite? O
que aconteceu? Marissa está bem?
- Oh, sim. Ela está bem. Nós estávamos
tentando tirar a sua bunda gorda do
parque para se distrair um pouco. Uns
amigos de Marissa acabaram de voltar
da Europa e nós saímos para beber um
pouco. Mas quando você não atendeu
nenhuma das nossas ligações ou
mensagens ficamos preocupadas, e
fomos até a sua casa, e ninguém
respondeu, então você já deve imaginar
o que sentimos.
- Sinto muito. Eu estava um pouco ou
muito ocupada ontem à noite.
- Eu aposto que sim. E então, Liam tirou
todo o seu estresse?
- Tay!
- Oh, cale a boca sua pequena prostituta.
Tendo todo esse sexo quente enquanto
estávamos preocupadas, não sinta. Eu
faria o mesmo.
- Cale a boca sua cadela. – Eu ri.
- Estou feliz que ele te resgatou amiga.
Você merece toda a felicidade do
mundo. Então como foi?
- Tay, eu descobri músculos que nem
sabia que existiam no meu corpo. O
homem sabe usar as ferramentas.
- Sua puta sortuda.
- Ele quer estar em um relacionamento
comigo, mas eu acho que é muito cedo. –
Eu sussurrei.
- O que? Não é cedo, Hannah. Vocês se
gostam, o que há para decidir?
- Eu não sei. O nosso relacionamento
poderia prejudicá-lo no seu julgamento.
Isso poderia afetar o rumo das coisas.
- E vocês foderem como coelhos não
afeta?
- Sim, mas é diferente.
- Diferente como?
- Hannah, pare de arranjar motivos para
sabotar o que vocês dois tem amiga.
Eles já sabem o que aconteceu, agora
viva e seja feliz.
- Eu não sei...
- Olha, você não fez nada de errado.
Tudo aconteceu antes mesmo de você
saber quem ele era. A verdade vencerá.
- Eu espero que sim. Tay, eu tenho tanto
para contar a vocês, mas quero fazer
pessoalmente.
- Ok. Você já sabe o que eu faria, não é?
- Sim, Tay. Não precisa me falar, todo
mundo sabe o que você faria. – Eu
respondi sarcasticamente.
- Bom, então aproveite.
- Você pode passar lá em casa mais
tarde e ver se está tudo bem, por favor?
- Claro. Eu tenho aula às 16h00min,
então eu vou passar lá antes de ir para a
universidade. Você vai ficar ai todo o
final de semana?
- Obrigada. E ainda estou decidindo.
- Ok, mas lembre-se do que eu te disse.
Eu vou avisar Marissa que você está
viva e que está tendo sexo quente com
um bilionário.
- Você é louca. Eu te amo.
- Também amo você. Até logo.
Nós nos despedimos bem a tempo, por
que Liam apareceu dez segundos depois
vestindo apenas um short e nada de
camisa.
Deus! Esse ia ser um ótimo final de
semana.
Liam caminhou em minha direção e me
puxou para o seu corpo. Sua boca
desceu sobre a minha me deixando sem
fôlego com o beijo que ele me deu.
- Vamos? Eu preciso alimentar a minha
mulher.
- O que tem no térreo, Liam?
- A central de segurança, a academia, a
piscina e sauna e a minha garagem.
- Você é tão esnobe.
- Não esnobe, apenas gosto de
aproveitar bem a vida.
- Você vai me preparar café da manhã?
- Por que não? Não seria a primeira vez.
– Ele deu de ombros e me levou para a
sua cozinha gigante.
- Fora as vezes que você fez para mim,
quando foi à última vez que você
preparou café para alguém?
- Eu vou invocar a quinta emenda e me
abster do direito de responder a essa
pergunta. – Ele falou sorrindo.
- Sei, muito espertinho.
- Faz bastante tempo, mas isso não
importa agora.
- Aposto que tem filas de mulheres atrás
de você que se matariam por isso.
- E ainda sim, a única que eu quero não
está nem aí para mim. Agora senta lá e
fique bonitinha até que eu termine o
nosso café.
Eu decidi que deveria fazer o nosso
café. Era o mínimo que eu poderia fazer
para agradecê-lo pela noite
maravilhosa. Levantei e fiz o meu
caminho até ele.
- Onde estão todos?
- Folga.
- Todos?
- Com exceção dos seguranças e do meu
motorista.
Esbarrando em seu peito eu tomei a
frigideira da sua mão. – Deixe-me fazer
isso. – Ele me deu um sorriso
presunçoso.
- Com medo da minha comida? –
Perguntou enquanto contornava a ilha da
cozinha em direção ao lugar que eu tinha
desocupado.
- Claro que não, você cozinha melhor do
que eu, mas eu quero fazer o nosso café.
- Sim, senhora. – Ele sorriu.
Eu fiz ovos e bacon fritos. Assei
biscoitos que eu encontrei na geladeira e
torradas com geleia de amora. E para
beber havia suco de laranja, leite,
iogurte e café. Cortei também algumas
bananas, maçã, morangos e melão. Um
café da manhã que mais parecia um
pequeno almoço.
Nós sentamos para comer em completo
silêncio. Liam colocou propositalmente
sua cadeira bem próxima a minha,
fazendo com que os nossos braços
escovassem um no outro toda vez que
levássemos algo a boca.
Quando eu perguntei por que ele teria
que ficar tão próximo, ele me respondeu
que era para eu não me esquecesse de
como nós éramos juntos. E que toda vez
que eu tivesse alguma dúvida era só
lembrar-se desses momentos.
Ele é louco, eu sei. Mas o gesto era
doce, e fez a dor entre as minhas pernas
pulsar mais com o seu desabafo. Essa
era a sua ideia maluca de me marcar em
todos os sentidos, e estava funcionando.
Embora eu não pudesse esquecer jamais
de tudo isso, era muito doce que ele
fizesse isso para mim. E como eu
poderia me esquecer dele? Nem em um
milhão de anos.
Olhando ao redor da grande casa eu me
perguntava se tinha sido a casa dos seus
pais. Ás vezes era fácil esquecer o que
Liam passou com a perda dos seus pais.
Ele quase nunca falava sobre eles e eu
não iria pressioná-lo.
- Você nunca...
- Eu queria...
- Você primeiro.
- Primeiro as damas.
- Eu insisto.
- Tudo bem, só por que você é bonita. –
Ele brincou. – eu queria saber se você já
decidiu? – E eu vi os seus olhos
baixarem ao me perguntar. Talvez
estivesse com medo da minha resposta.
- Ainda decidindo. Eu não quero... – O
seu telefone soou no bolso do seu short
me fazendo parar o que estava falando.
E pelo olhar no seu rosto ele não iria
atender.
- Você pode atender. – Eu disse depois
que ele tocou algumas vezes mais. E ele
ainda não tinha feito nenhum movimento
para atendê-lo. Então a sua mão deslizou
para o bolso tirando o telefone.
Liam manteve o telefone diante dos seus
olhos, não me deixando ver o que estava
deixando-o tão irritado. O seu rosto
estava pedrado, imóvel. Eu agarrei a sua
mão para poder tirar a sua atenção do
que tinha lhe feito tanto mal.
- O que foi? Algo ruim? Você está bem?
– Os seus olhos azuis olharam para mim,
mas eu não tinha certeza do que estava
vendo. Parecia que ele tinha visto algo
terrível. E isso assustou a merda fora de
mim.
- Liam, algum problema?
- Sim. – Ele finalmente quebrou o
silêncio. – Hannah, eu sinto muito, mas
eu acho que você não poderá voltar para
casa. Pelo menos não agora.
- O que? Liam, eu não posso...
- Não, Hannah. Veja. – Liam estendeu o
seu celular para baixo da mesa, e eu
segui com os olhos o que ele estava me
mostrando.
Confusa, eu peguei o telefone e dei de
cara com algo que fez o meu sangue
gelar e o ar dos meus pulmões sumirem.
Era uma foto minha com Liam, mas no
meu rosto havia um grande X cortando a
minha cabeça, e uma frase abaixo:
Recue ou ela vai pagar o preço.
- É por isso que você não pode ir. Não é
seguro lá fora. Eu sabia que ele era
louco, mas não sabia o quanto. Eu
preciso alertar os meus advogados e os
seguranças.
- Eu não tenho muita escolha, não é?
- Eu sinto que tenha que ser assim, mas
prometo mantê-la segura. Ninguém sabe
que eu tenho esse lugar.
- Por que ele está me envolvendo nisso?
- Por que você é importante para mim.
- Como ninguém sabe desse lugar?
- Está casa foi um presente que o meu
pai deu para a minha mãe no aniversário
de casamento deles de vinte anos. Era o
nosso refúgio longe da agitação da
cidade. – Ele falou com um sorriso
triste.
Eu esperava que tudo ficasse bem agora
que nós estamos juntos, mas a verdade é
que nada está bem. Nós temos muito que
lutar para conseguir ficar bem. Liam
sentia muito por ter me envolvido nessa
briga de gigantes, mas eu não. Ele
provavelmente pensaria que eu só
ficaria por conta do que acabou de
acontecer, o que não era verdade.
Liam se levantou e levou os nossos
pratos para a pia. Eu me levantei logo
em seguida e sai em direção ao jardim.
Precisava respirar um pouco de ar puro.
Com o celular na mão eu decidi avisar
Tay e Marissa que não estaria em casa
por algum tempo para que elas não se
preocupassem. Depois liguei para a
minha mãe para saber como ela estava.
Eu só queria ouvir a sua voz, rastejar
pelo seu colo enquanto ela alisava o
meu cabelo.
Por que tudo tinha que ser tão difícil?
Eu pensei sobre as minhas opções e
nada me agradou. Eu poderia ir embora
para Boston e ficar com a minha mãe,
poderia ir até a polícia e relatar tudo
que estava acontecendo, mas eu tinha a
impressão de que não daria em nada. O
maldito estava no poder e não seria
difícil ele acabar comigo, eu poderia ir
até o professor Miles e contar tudo
também ou poderia ficar aqui com Liam
e deixar que ele cuidasse de tudo. Mas
será que isso seria o melhor?
Continua...
NOTA DA AUTORA
A Série Paixão Ardente é composta por
três livros. Os demais livros serão
lançados a cada quinze dias após o
lançamento do primeiro. Boa leitura.
Para saberem mais sobre esse e outros
livros de Ava G. Salvatore, acessem e
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