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Santos
Capa e Diagramação: Criativa TI
Revisão: Bah Pinheiro
Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as
pessoas. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos
são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa.
Todos os direitos reservados. São proibidos o
armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra,
através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o
consentimento escrito da autora.
Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.
Sumário
Sinopse
Dedicatória
Agradecimentos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Epílogo
Sobre a Autora
Sinopse
Emir sempre foi um homem sério e centrado. Suas
responsabilidades com a família vêm em primeiro lugar, mesmo que
isso o jogue, por diversas vezes, em caminhos que nunca almejou
trilhar.
Catarina está em um momento difícil da sua vida. Educada e
moldada para ser o que a mãe determinasse, nunca pensou que
seria obrigada a se casar para salvar o nome Mancini da falência.
Uma noite avassaladora, na boate WALAH, seus desejos
ditam as ações e um homem misterioso cruza seu caminho.
O calor das areias do deserto é sentido por ela através do
seu toque, um momento tórrido e latente que a faz agir sem pensar
e marca em definitivo o destino de ambos.
Dedicatória
A todas que se permitem enxergar o outro lado da moeda.
Agradecimentos
Com este livro realizo um desejo há muito distante. Escrever
meu primeiro mocinho com essa origem.
Sou apaixonada por aprender, principalmente o que se
relaciona a culturas diferentes, busco mostrar um pouco do que
pesquiso adequando a trama criada.
Agradeço a Deus a oportunidade de escrever esta obra de
forma tão rápida, aconteceu uma pausa na reta final do livro, a
primeira em mais de cinco anos de profissão, para me dedicar à
minha missão espiritual, o que só acrescentou positivamente
quando o retomei.
Às minhas queridas amigas, companheiras de profissão,
colegas de jornada, que incentivaram e estiveram ao meu lado
compartilhando dos processos.
A todas as leitoras, queridas, amadas e atrevidas, que
sempre estiveram comigo nas aventuras que proponho a cada livro.
Obrigada pela oportunidade de mostrar mais uma história
apaixonante para o mundo.
Prólogo
Entro na boate WALAH, um novo conceito de ambientes
com as músicas e DJs da atualidade, destinada à elite e muito
badalada na cidade. Toda sua decoração é inspirada na Turquia, ao
que parece, um dos investidores tem origem turca e resolveu
apostar no ramo do entretenimento no Brasil.
Uso um vestido preto Gucci, ajustado às minhas curvas
esguias, graças à genética da família, sou alta, magra, cabelos
levemente ondulados e claros ao natural.
Uma raridade no mundo de hoje, mas de fato não preciso de
muito para estar encaixada no estereótipo ditado pelo ramo da
beleza, completamente equivocado, na minha opinião.
Houve uma época que minha mãe tentou me forçar a seguir
carreira de modelo, mas neguei veemente e ameacei fugir de casa
para sempre. Exagero que nunca concretizaria, mas funcionou para
mantê-la longe e respeitar meu espaço.
Caminho entre corpos suados que se remexem ao ritmo de
uma batida eletrônica intensa, a escuridão do ambiente é
parcialmente iluminada por ondas de luz, os tons quentes lembram
as areias do deserto, faz a alusão de estarmos lá.
— Tequila? — Layla, minha melhor amiga, questiona alto
para que eu possa ouvir.
— Sim. — Balanço a cabeça e faço sinal de joia.
Depois de uma conversa tensa com a minha mãe sobre os
negócios da família, mandei mensagem para Layla e marcamos de
nos encontrar aqui.
Um ritmo sensual entra nos alto-falantes, começo a mover
os quadris no compasso, fecho os olhos e ergo uma mão. Giro e
rebolo com mais ênfase, amo as melodias que despertam meu lado
ousado, é como se o corpo falasse através dos movimentos e
mostrasse todo desejo que oprimo em meu íntimo.
Tanto tempo agindo dentro de padrões pré-estabelecidos,
algo primitivo e visceral, que oculta meu lado mais devasso, se
esconde por baixo das responsabilidades que fui obrigada a assumir
desde cedo por conta do comportamento de dona Elisandra.
Hoje, quero extravasar, colocar toda essa ânsia que me
consome para fora, vou achar um homem apto, quente e disposto,
para ser minha distração e válvula de escape.
Layla me entrega duas doses de tequila, temos um ritual
desde que começamos a beber, abrimos as noites com dois copos,
consecutivos, assim entramos no clima da festa, sendo boa ou ruim.
Batemos os copos ao mesmo tempo e viramos, uma e em
seguida a outra. Sinto meu palato e garganta queimarem, o
estômago protesta levemente, mas mantenho firme meu propósito.
Preciso de mais bebida e uma boa observação para
encontrar a presa certa.
Peço um Dry Martini, subimos para o mezanino, reservado
para elite da alta-roda, já que aqui não entra ninguém que não tenha
muitos dígitos na conta bancária.
Ao que parece, minha querida mãe tem um bom
relacionamento com a administração ou assessoria do lugar, não
entendi bem, só gravei a parte que poderia usar seu nome para ter
acesso ao ambiente exclusivo.
Uma sala ampla, bem-decorada, ainda na mesma temática,
sofás dispostos pelo lugar, algumas pessoas dançam, outras
sentadas conversam, miro no canto extremo e encontro o que
procuro para a noite.
Um homem sisudo, observador, tem os olhos atentos ao
salão, parece gravar milimetricamente cada um na pista, cabelos
curtos, uma barba espessa, tão grossa, que consigo medir seu
contorno alinhado daqui.
Usa uma camisa preta social de manga comprida, ajustada
a seu tronco, avanço alguns passos determinados, preciso analisar
melhor. Paro próxima à grade, balanço o corpo sutil, enquanto
circulo o dedo na borda do copo e finjo prestar atenção nas pessoas
dançando.
Aguardo tempo suficiente para virar na direção do homem
misterioso, meu ar sensual se dissipa ao encontrar o lugar vazio.
Bato o pé, feito uma criança mimada, irritada, ao girar, trombo de
frente com um peitoral firme, meu copo vira em cima de nós, mas
antes que me afaste, sinto duas mãos grandes segurarem meus
braços.
O calor que o contato passa faz minha pele se arrepiar e um
choque se alastrar por todo braço e descer a espinha, estremeço.
Ergo o olhar gradativamente, temerosa, sem saber o motivo.
Maxilar quadrado, coberto pela barba desenhada que
admirei à distância.
Era ele.
Chego a seus olhos, gemas negras me fitam com
profundidade, ao mesmo tempo que parece irradiar um calor
escaldante, que incendeia meu corpo e me torna cativa, em
instantâneo.
— Selam[1], senhorita.
— Eu... não... — Pigarreio, a fim de encontrar voz.
Seu cheiro é maravilhoso, não se parece com nada que já
tenha sentido, é fresco e ao mesmo tempo marcante, diferente e
estranho, mas não de modo ruim.
— Está sozinha? — Seus olhos finalmente deixam os meus
e percorrem por meu pescoço parando no decote do vestido que
uso.
Um modelo ousado e revelador, encaixa perfeitamente em
meus seios pequenos, não extravasa em nada na sensualidade que
pretendia exercer hoje.
— Quer me fazer companhia? — Ele ergue os olhos
rapidamente para os meus. — Preciso de alguém, para um objetivo,
talvez você seja o que procuro.
— É cedo para dizer, senhorita, mas tenho certeza de que
suas intenções são compatíveis aos meus anseios. A julgar pela sua
feição, quer esquecer o mundo e viver algo primal. — Surpresa,
sorrio com descaso. — Por sorte, também quero essa mesma
intensidade.
— Então, um brinde ao destino. — Ergo minha taça vazia.
Seus olhos correm do objeto vazio para minha roupa, ambos
estamos molhados pelo líquido derramado, então, segura meu pulso
apertado e marcha sentido contrário à entrada.
Enrugo as sobrancelhas, confusa, não há nada além de uma
parede e um segurança gigante parado para onde está nos levando.
Ao ver nossa aproximação, o homem aciona um botão
escondido e a parede simplesmente se abre, como num passe de
mágica, dá acesso a um cômodo oculto.
É provável que isso deveria me preocupar, apesar de hoje
meu objetivo ser a caçadora e me aventurar em algo lascivo, não
quero terminar em uma vala morta e estuprada.
Ele percebe minha relutância e arrisca um olhar, seus
passos estacam antes de entrar pela passagem, os dedos acariciam
com delicadeza minha bochecha e fecho os olhos com o contato.
Não sei o que deu em mim, esse homem está mexendo com
todos os sentidos do meu corpo, não consigo controlar.
— Acalme-se, flor do deserto. Só quero cuidar de você.
— Não preciso que... — engulo seco —... cuidem de mim.
— Cuidar e obrigar são duas palavras diferentes, com
significados opostos.
Abro os olhos e suas gemas escuras estão cravadas em
mim, aceno com a cabeça, consentindo que faça o que precisa,
mesmo que não entenda direito o que é.
Assim que a porta é fechada atrás de nós, luzes acendem e
o ambiente se torna mais claro, não muito, mas o suficiente para
enxergar ao redor. Minha atenção se volta para uma parede em L,
toda de vidro, que possibilita enxergarmos a boate inteira.
— Nós vemos, eles não. — Escuto sua voz grossa logo
atrás de mim, próximo o suficiente para seu calor atingir minha pele.
— Isso é bom. — Volto-me em sua direção, meus braços
correm para seus ombros, o contato é bem-vindo.
[1]
Selam — Oi.
[2]
Qalbi — meu coração.
[3]
Kahvaltı — café da manhã.
[4]
Çay — chá.
[5]
Merhaba — Olá.
[6]
Iyi geceler — Boa noite, em turco.
[7]
Abi - irmão
[8]
Baba – pai.
[9]
Tamam — Tá bom.
[10]
Merhaba Bayan — Olá senhorita
[11]
Shayla - lenço grande e retangular, é enrolado no pescoço e é cruzado na altura dos
ombros.
[12]
Hayatim — minha vida.
[13]
Caricigim — minha esposa.
[14]
Dur - Pare com isso!
[15]
Bok – merda.
[16]
Yeğen – sobrinho.
[17]
Süper, sevgili Catarina yeğenim. — Ótimo, querida sobrinha Catarina.
[18]
Memnum oldum, yeğen – Prazer em te conhecer, sobrinha.
[19]
Sus – calado.
[20]
Allahalla – ô, meu Deus.
[21]
Dry box – tipo de contêiner para carga seca.
[22]
Muxarabi – espécie de treliça em madeira.
[23]
Günaydin – Bom dia.
[24]
Lok – não.
[25]
Kuzen – prima.
[26]
Super – o mesmo que “que bom, que legal”
[27]
Abasi – demônio.
[28]
Günaydin - Bom dia.
[29]
Eşek oğlu eşek – filho de um burro.