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Boa leitura!
Deus.
Amor?
Besteira.
Amor era algo que não existia nesse mundo, uma ilusão
idiota a qual as pessoas se agarravam por puro desespero e
quando se nasce como um Kuhn, você não tem direito a pensar
em coisas idiotas como o amor.
Chloe não era uma flor de Lis e muito menos uma das
melhores companhias que já tive, mas ela fodia bem, e era
obediente. Eu não queria espantá-la, tampouco, pretendia entrar
no teatro que ela desejava; aquele onde nós dois estávamos em
um relacionamento.
Suspirei.
— Chloe...
Não.
Sibilei.
Claro: isso queria dizer que eu tinha que unir Kuhn e Rossi
em uma única vertente. E por isso, tinha desde cedo sido
ensinado que a minha vida era mais importante que qualquer
outra coisa. Eu era o futuro da família, era aquele que realmente
finalizaria o contrato que foi selado com o casamento entre a
minha mãe e o meu pai.
Não!
Então, sibilei.
— Não, eu vou me casar com ela, porque o nosso pai não foi
capaz de tomar conta dos negócios da família Rossi e Kuhn,
sozinho, — ronronei, jogando o meu velho na forca enquanto
cortava um pedaço de queijo e comia.
Ele me encara.
Ele não podia esperar que eu dormisse com uma garota tão
nova! Ela nem mesmo parecia ter mais de quinze anos! Por
acaso aquele velho maldito tinha perdido o pouco juízo que
parecia ter restado?
Merda.
Eu era um Kuhn.
Brian sorriu.
Eu bufei.
— Por quê?
Brian sorriu.
Nasci para ser a esposa troféu. É meu papel, meu dever com
a nossa família, uma vertente da máfia italiana. Meu pai a muito
custo se tornou um dos maiores nomes no submundo. E fora
dele, Henry McNight sustenta a imagem impecável. A imagem
que eu carrego como legado.
Céus.
Pai suspirou.
Suspirei.
— Divertir?
— Eu não me importo!
Thomas Kuhn podia até ser ardiloso e para mim, ter uma
placa de neon em sua cabeça, acenando com “perigo, não se
aproxime”, mas isso infelizmente não diminuía o quão bonito e
obviamente carismático, ele era. Sem falar, claro, que ele era
mais velho.
Pisquei.
— Acordo?
— Como?
Thomas sorriu, se afastando de mim.
Sim?
Thomas sorriu.
Thomas piscou.
Era pessoal.
Assim que coloquei meus olhos sobre ela eu sabia para onde
isso iria dar, então eu a guiei para longe dali, pedindo licença a
todos e dando a desculpa de sempre, que ela precisava de um
pouco de ar. Mesmo que a verdade, fosse que eu a queria um
pouco mais, apenas para mim. Eu queria saber mais sobre ela,
sobre o que aquela mulher que era tão diferente da foto que
minha mãe me mostrou, pensava, mas Bella, parecia
apreensiva.
Sim.
Ela seria minha e eu faria com que amasse isso, mas antes,
eu precisava que ela confiasse em mim, então precisava saber…
até onde ela odiava a ideia de ser minha futura esposa.
Charles.
Idiota.
Brian sorriu.
— Te pertence? Não era você quem estava puto por ter que
se casar com uma criança? — Ele perguntou, zombando de mim
e das minhas atitudes do passado, mas eu estalei a língua no céu
da boca, ignorando as provocações de Brian.
Ele me encarou.
— Como sabe?
— Ela não faria isso, Henry pode não ter ligado de início
para esse relacionamento, mas eu duvido que ele permita…
Brian riu.
Sibilei.
— Sugiro que você seja mais educado, — ele pisca pra mim,
— e tenha um cugino educado e sociável, que obviamente foi
convidado pra festa.
Ele bufou.
Sorri.
Assenti.
A minha Bella.
Tínhamos conseguido, e tínhamos chegado até o carro da
Jenny para ir até aquela festa. Mas assim que chegamos até lá, e
eu vi aquele quintal enorme com apenas uma simples grama
cortada, que tinha um pequeno caminho de pedra até a entrada,
eu me toquei que eu nunca tinha vindo até a casa do meu
namorado; tanto que quando eu entrei… aquilo veio como um
tapa na minha.
Pisquei.
— Isso mesmo que ouviu, então sim… nós temos algo aqui
também, — ele soltou de um jeito despreocupado, um que me
deu inveja.
— Meu amor, agora você vai ter que aprender a viver sem
nós, e logo, logo… — ela suspirou, — você estará casada com
Thomas, o que vai fazer com que você tenha que conviver com a
família dele de qualquer jeito, — argumentou, como se aquilo
deixasse a situação melhor, — então, por que não começar
agora?
Não era algo tão incrível, mas era o suficiente. Era um lugar
afastado que deixaria Bella longe do alcance do tal namorado,
— e claro, nos meus braços. Com ela tão próxima de mim, eu
teria tempo pra fazer as coisas acontecerem exatamente como eu
queria que acontecesse, começando, claro, por Lunna, uma
prima que cumpriria exatamente o que estava em meus planos.
Sorri.
Sorri.
Foi um sonho.
Outro sonho.
[Eu]: Thomas?
[Thomas]: Quem mais seria?
Eu sei que não posso fazer isso com ele, mas mesmo quando
eu consegui um tempo para conversar com ele na faculdade hoje
— porque Jenny havia ido embora mais cedo —, eu não consegui
manter um diálogo por muito tempo, porque a minha cabeça
estava a todo momento indo até Thomas. Tanto que quando
Charles me chamou para sair, eu apenas dei uma desculpa
qualquer para voltar para casa.
Suspirei.
— O quê?
— Eu...
— Eu sei com quem você estava, Bella… — ele disse de
forma direta, — e esse não é o problema, — murmurou, e agora,
ele realmente parecia preocupado, — Eu sei que você está
acostumada à vista grossa que o seu pai parece fazer com
relação ao seu namoro, mas… quanto tempo, você acha que isso
vai durar, até o meu pai descobrir? — Thomas suspirou
profundamente e apertando minha mão, me olhou nos olhos, —
os Kuhn não são gentis com traição Bella, mesmo que esse seja
um acordo, ainda será a minha esposa e qualquer um que ouse te
tocar, terá suas mãos decepadas e a cabeça cortada.
— Não!
Tempo.
Ele bufou.
(…)
[Eu]: Thomas!!!
[Eu]: Obrigada.
Eu sabia que ele não estava falando sério sobre isso, mas de
alguma forma, não fazia diferença, e eu me vi sorrindo para a
droga da tela do celular, enquanto borboletas pareciam voar pelo
meu estômago; e infelizmente, eu não consegui me livrar dessa
sensação até o dia da viagem.
— Vim ver a Bella. — Ele fala para ela, com um tom doce.
Era fofo ver aquela relação entre irmãos.
— Sim.
— Oi, sen...
— Oi família.
Eu o encarei.
— É a sua namorada?
— Não, — ele disse pigarreando e encarando o mar, seus
olhos pareciam perdidos por ali, — Chloé disse que já não
queria me ver.
Eu entendia.
— Ok.
Claro.
Minha mamma sempre fazia isso, mas era diferente. Ela era
diferente.
— O meu o quê?
Céus.
— Como?
Eu não sabia o que sentir, não sabia o que falar e por mais
que eu quisesse ir atrás dele e questionar, — eu não sabia… o
que perguntar. Eu tinha me apaixonado por Charles aos poucos,
pelos detalhes que envolviam ele e a mim, e pela forma como
ele sempre parecia um príncipe encantado, saído de um conto de
fadas.
Chloé era tudo que havia entre Thomas e eu, mas ele havia
acabado de me falar… que não a amava.
Deus.
Droga.
Pisquei.
— Você o quê?
— Olha Charles…
Droga.
Porra!
— Meu Deus, papai! Claro que não! Não é Bella? Ela sabe
que estou brincando, afinal, Tommy e eu éramos crianças! —
Ela falou, com aquele tom inocente que só Lunna conseguia ter,
os lábios rosados, os olhos felinos.
Tudo que tive que fazer foi uma prova, e acabei por
conseguir metade da bolsa, e quando Jess pesquisou sobre o
colégio, ela selecionou algumas meninas para que eu me desse
bem. E isso era para o “bem do nosso futuro”, de acordo com
ela.
Bufei de raiva.
— Como assim?
— O quê?
— Não, Jess.
Jenny piscou.
Merda!
— Ela está com o outro, ela vai te deixar. — Jess diz com
descaso, — mas nem tudo ta perdido.
— Está tudo bem, Bella. Você pode falar o que pensa, você
e Thomas logo estarão casados.
— Sendo assim, eu não gostei muito dela, não sinto que ela
seja tão verdadeira quanto aos seus sentimentos felizes em
relação ao meu casamento com Thomas. — Eu soltei, o que fez
Francesca soltar uma risada leve, como se estivesse se
perguntando se eu estava fazendo toda aquela cerimônia, por
conta de algo que se mostrava tão óbvio.
— Não leve a mal, Bella. Ela sempre foi assim, Paul nunca
colocou freios nela. Mas… — ela respirou fundo, como se
estivesse procurando as palavras certas para me dizer o que ela
queria, — se algo assim está te incomodando tanto, você com
toda certeza, vai precisar marcar o seu território. — Ela
simplesmente respondeu, o que me fez arquear uma de minhas
sobrancelhas.
— Sim?
Ela me encarou.
Eu sorri.
— É isso que você quer?
— Nada.
Bella piscou.
— Então…
Talvez fosse por ela estar ali de verdade. Por eu poder vê-la
em minha frente, e não apenas um nome a ser citado, — mas isso
me incomodava profundamente, — eu não a queria próxima de
Thomas e muito menos tendo a chance de se tornar a mãe do
filho dele. Da criança que eu teria que criar como minha.
Estremeci.
Thomas sorriu.
Eu desejava.
Deus.
Filhos?!
Estremeci.
— Foi…
Grunhi.
— Eu não consegui.
— Por Deus…
Ele sorriu.
Sorri.
Ele gargalhou.
Eu podia não amar ela, mas isso não queria dizer que ela
não deveria me amar.
— O que você quer dizer com a cidade ser apenas minha por
duas noites? — Acabei perguntando assim que ele puxou a
cadeira para eu me sentar, e Thomas me encarou, sentando-se do
outro lado, em frente a mim.
— Para mim?
Após isso, ele aos poucos jogou o seu peso em cima do meu
corpo, os seus dedos deslizando pela minha barriga, por cima do
meu vestido e o meu corpo respondia a cada toque seu. Ele
desceu uma das suas mãos até a minha coxa, para me olhar
novamente, como se esperasse uma resposta.
Isso fez ele erguer o meu vestido até a altura dos meus
seios. E ele ficou observando atentamente a renda do meu sutiã
vermelho enquanto tocava a linha dos meus seios, com os seus
dedos quentes, e isso… fez eu sentir os meus seios se
enrijecerem.
— Não.
— Papá, cheguei.
— Certo, Henry.
— Hoje. Hoje mesmo eu vou falar com ele, espero que ele
entenda. — Falo em um grunhido baixo e ela suspira
pesadamente.
Bufei.
— Perdão?
A cara de pau que ela teve de falar aquela merda pra mim,
foi sem tamanho, mas ao mesmo tempo? Eu sabia que ia dar
algum jeito de resolver aquilo, de receber a piedade de Bella.
— Claro que vai, escuta a sua irmã aqui. — Jess falou com
aquela convicção de sempre antes de me abraçar, e bagunçar o
meu cabelo por completo.
Mas isso não demora muito, já que Bella logo chega com o
seu suposto noivo, em um carro que era claramente de luxo, e
esbanjava isso.
— Bom dia, minha princesa. — Tento agir como de
costume, fazendo até mesmo um sorriso brotar nos meus lábios.
Culpa.
Era isso que estava estampado em seu rosto, o que fez com
que ela risse de nervoso.
Deus.
Sibilei.
Não.
— A Bella…
— Ela estava com o... — Jenny faz uma pausa, como se não
quisesse continuar e isso já dizia muita coisa sobre quem estava
com ela, então quando ela continuou, não me surpreendeu nem
um pouco. — Bella estava com o Charles.
— Thomas…
— Você acha mesmo que ela vai ficar com você? A Bella me
ama, ela vai se casar comigo! — Aquele desgraçado teve a cara
de pau de dizer e eu bati outra vez na cara dele, e dessa vez foi
com a minha arma.
— Eu vou…
— Não, porra, não... Bellaaa — grito por ela por seu nome
enquanto Jenny e Brian, entram na sala seguidos pela equipe
médica.
Pisquei.
— Amnesia?
— Mas o que tem ele, mamãe. Que dia é hoje? Amanhã não
seria o dia do nosso noivado?
— Quem é você?
Bella nem sequer olha para mim quando eu saio pela porta e
tudo que eu consigo pensar: é que eu vou matar o maldito do
Charles.
Eu acordei no hospital e todos estavam falando sobre coisas
que eu me esqueci, mas tudo que eu conseguia me lembrar, —
depois de me esforçar muito, — era de estar pronta para ir à
casa do Thomas para o noivado, e depois escuridão.
— Aconteceu?
[Eu]:Também te amo.
Ela tentou, mas isso não era suficiente pra mudar minha
mente e meu coração.
— Você se casa comigo. — Ela diz rindo, mas isso não faz o
menor sentido.
— No banheiro.
(…)
— Precisamos conversar.
Eu até entendo a surpresa dele, era mais fácil ele ir até a
minha casa do que eu na dele, mas aquele exagero estava me
irritando. Porque tudo estava me irritando nesse ponto da vida.
— Eu sei que deve ser difícil, mas tenha paciência, logo ela
se lembra, afinal é passageiro.
— O que aconteceu?
(…)
— Por que você não pede para alguns dos nossos homens
verificar isso? — Ele pergunta e eu acabo sibilando.
Bufei.
— Eu deveria?
— Uma moça me pagou para cortar uma das selas, mas não
fiz nada aos cavalos.
Pisquei.
Jess.
— Te trouxe um presente. — A Jenny falou ao entrar em
meu quarto, um sorriso largo brotando em seu semblante.
Eu estava linda.
— Ah é?
— Chegamos!
— Bem.
— Notícia?
— Você não precisa se preocupar em dar um herdeiro pro
Tommy, porque eu já estou grávida dele, — ela ronrona aquelas
palavras e eu sinto meu sangue ferver, mesmo sem saber o
porquê.
— Você e o Thomas…
Engulo em seco.
— Claro.
O meu casamento vai ser meio que uma festa de gala, tem
uns 500 convidados, a minha futura sogra e minha mãe acabaram
organizando tudo juntas.
— De volta?
— Eu te amo.
— Se o que eu sinto por ele não for amor, eu não sei bem o
que é. — Falo sem saber bem o que dizer e o meu pai ri, como
se soubesse mais do meu coração do que eu.
— Me acompanhem.
— E agora?
— Senhor...
— Não é nada.
— Então vamos deixar para ver até onde ela vai. — Jenny
sugere. — Mas conte a verdade para a Bella, seja lá qual for, e
peça para ela se fazer forte todas as vezes que a Lunna for falar
com ela.
— Preciso que vocês façam o mesmo. — Peço sentindo
minha cabeça latejar. — Jenny, o que você sabe sobre o
Charles?
— Eu também.
Depois de me emocionar com o momento dos meus pais, a
Francesca me chama e diz que já está na nossa hora.
— Para o vinhedo?
— Estou.
Quando pego uma das camisolas para decidir qual usar para
dormir, o pingente que estava no meu pulso cai. Eu me sento na
cama e o pego do chão, e me lembro que o Thomas disse que
tinha me preparado como presente de aniversário. Eu olho com
atenção e vejo que tem algo na pedrinha, então, resolvo olhar
mais de perto, e lá está uma foto nossa, juntos. Mas dessa vez as
coisas estão diferentes, é como se as peças do quebra cabeça
estivessem se encaixando.
“A chácara.”
“O jantar no bistrô”
“O noivado.”
— Você se lembrou…
— Ragazza…
— Eu me lembro daqui, me lembro de Veneza, de tudo, mas
quando tento me lembrar do acidente, não vem nada. Não me
lembro do dia em que eu fui conversar com o Charles, apenas de
estarmos voltando para casa. — Conto para ele e Thomas segura
uma das minhas mãos.
— Eu...
Bella suspira.
— Bella…
— Como é?
Pigarreei.
— E?
— E depois… eu estava na cama dela, no quarto dela… —
confessei, — não havia marcas no meu corpo e nem no dela,
nem o menor sinal de que transamos. Mas ela afirma que sim, e
eu estava completamente nu. Não sei o que aconteceu de
verdade, porque eu não me lembro, mas eu sei Bella… —
segurei a mão dela entre as minhas, — eu sei que não fiz isso.
Não transei com a Lunna.
— Me conta tudo.
Não vou negar que estou com medo, não quero ter um filho,
— pelo menos não agora, — porque eu quero fazer a minha
faculdade, aproveitar o meu casamento e viver um pouco a
minha vida, antes de cogitar ser mãe e dedicar os próximos anos
da minha vida ao meu bebê.
— É claro que vai fazer tudo que você quiser, não espero
que sacrifique nada pelo nosso filho, Bella, — Thomas disse me
pegando de surpresa, — eu sou o seu marido, e esse filho
também é meu. Não existe motivos para que você pare a sua vida
pelo nosso filho, — ele disse colocando uma das mãos sobre
minha barriga, — se acontecer, seremos felizes e faremos tudo
juntos.
— Olha que ela é linda. — Jess fala. — Agora vem, ela está
na sala te esperando.
— Irmão.
Deus… eu poderia ficar aqui, presa nessa ilha com ele, para
sempre.
Thomas passa as suas mãos por todo o meu corpo e isso me
faz arfar.
Por que o meu papá não tem o poder que a família daquela
sem-sal tem?!
Idiota.
— Lasanha?
Sim.
— Então fale.
Direta.
Estranho.
— O filho é seu.
— Cale a boca, menina. Você não tem nada a ver com isso!
É uma intrusa nessa família! — Paul grita com Bella e isso faz
uma veia saltar em minha testa.
— Lunna?
— Isso não muda nada. — Paul fala. — Lunna vai ter que
morar aqui, terá que ser aceita como parte da família, ela está
gerando o próximo herdeiro! — Ordena.
— Não por isso! — meu pai fala. — Isso só prova que você
está honrando essa família e o contrato entre nós, mas por agora,
deixem-nos a sós. Preciso falar com o Thomas.
— Por que eu não faria? — Meu pai pergunta com uma das
sobrancelhas erguidas e eu bufo.
Respirei fundo.
— Você tem razão, mas a Lunna não faz ideia de onde está
se metendo. Ela está comprando briga com alguém que não pode
vencer, — ele disse, — Lunna podia ter causado uma guerra com
uma declaração dessas, e se não for verdade, ela vai causar a
própria morte.
— Se esse for o caso, ela vai ter o que merece, — Eu falo e
isso faz Thomas rir.
— Só as noites?
— Geme baixo querida, você não quer que eles ouçam nós
dois, quer? — Ele sussurra e ao mesmo tempo que eu quero
matá-lo, também quero sentar tão forte nele, que Thomas nem
mesmo será capaz de pensar em algo para me falar.
Eu estava arqueando ainda mais o meu quadril, subindo
enquanto me preparava para sentar outra vez em cima de
Thomas, quando ouço batidas na porta e paro, sentindo ele
pulsar dentro de mim.
Céus.
— Claro que não, Brian… você sabe que eu não faria isso,
— murmuro, — eu só estou sentindo a sua falta, estou me
sentindo desamparada e completamente sozinha. Venha me ver,
pelos velhos tempos... — Peço, mas ele suspira do outro lado e
eu desligo, antes que ele tenha a chance de me dizer não.
Droga!
Eu entendia que ela era sem sal e sem graça, mas… ele?
Além de nada fora do comum, ele era pobre.
— Minha mãe.
Charles sorri.
— Lunna vai ficar aqui, ele disse que foi ao médico com
ela, e que a sua gravidez é realmente é de risco. Falou que ela
precisa de cuidados e que teremos que cuidar dela.
— Por que ele… não contratou ninguém para ficar com ela?
— Falei tentando não soar grossa demais, porque dentro de
mim… apenas raiva estava me preenchendo.
— O seu irmão.
— Pena que a sua mãe não esteja aqui para colocá-la no seu
lugar. — Ela fala me olhando com desprezo, — talvez se ela
estivesse, você não tivesse se tornado uma vadia dissimulada
como se tornou. Elaine teria vergonha da filha que teve.
Se ele me queria ali? Por que não estava? Por que não
respondia?
Droga.
Charles tinha me dito como Bella havia agido com ele nos
últimos tempos e isso queria dizer, que eu ainda podia ter
esperanças. Graças a isso, eu compro uma lingerie e uma garrafa
de champanhe. Consigo com um bom fornecedor, um boa noite
cinderela e vou até a casa que Thomas havia comprado para ele
e para aquela sonsa com quem tinha se casado.
— Oi, Lunna.
— Pode pedir.
Por que uma casa tão grande? Ela sequer merecia estar
casada com o Tommy.
Queria tanto poder voltar atrás, mas isso não era possível e
eu teria que viver com isso. Com a realidade que caia sobre
nossas cabeças.
Bella a encara.
Brian suspirou.
Mas nós dois acabamos nem tendo tanto tempo para fazer
nada mais, porque eu… acabei tendo o meu primeiro squirt, e
Thomas? Gozou logo em seguida, e se deitou na cama, para logo
me puxar para os seus braços.
— Seu pai ainda vai escolher nós dois, — eu disse para ele,
mesmo que uma voz em minha cabeça me falasse que ele nem
mesmo existia.
Sorri.
Bufei.
Merda.
— Não chegue perto dele! Olhe o que você fez! — Ela grita,
— você destruiu a minha vida! Roubou o meu marido e me fez
perder o meu bebê!
Eu sibilei.
— Você me enganou!
Porra.
Sim. Eu.
Sibilei.
Isaque.
Claro que era Isaque. Aquele imbecil que achava que Paul
era mais apropriado para tomar o meu lugar, — do que o meu
próprio filho, — eu tinha tolerado as suas relutâncias em aceitar
as ordens de Thomas, mas agora? Ele tinha ido longe demais e
eu tinha que ensinar a eles, que não se brinca com os Kuhn.
— Thomas…
— Ele…
— Ele vai ficar bem, — ela disse, — eu sei que vai. Thomas
é um homem forte.
— Notícia?
Ela sorriu.
Pisquei.
— Como?
Deus.
Funguei.
Ela piscou.
— Ele será, logo ele irá acordar e você poderá contar tudo
para ele.
Encarei a médica.
Porra.
Besteira.
— Acha mesmo que essa merda vai colar? Você causou mal
demais para a minha filha, — ele fala e sua voz está cheia de
rancor, — agora. Despejem. — O pai de Bella ordena e jogam
água no meu rosto, para que eu comece a me afogar. Apenas
para ele rir e ordenar, — podem tirar o pano.
— Senhora, se sente, você não pode ir até lá, ele está bem,
ele está acordando… — ela me falou e eu a encarei, sem
entender.
— Como?
Bufei.
Sibilei.
— Sim… eu sei.
Henry sorriu.
Eu o encarei.
Henry bufou.
— Boas notícias?
Assenti.
Sorri.
Thomas piscou.
— Bella? O que-…
A minha mãe fez o seu caminho para vir até o meu pai, e
meu deus… como ela estava linda, brilhante! E quando os olhos
deles se encontraram? Eu vi os olhos do meu pai se tornaram
marejados.
E óbvio, quando a minha mãe chegou até o altar — como um
bom casal casado que tinha praticamente décadas de casamento
—, eles se beijaram.
Ele sorriu de canto, a sua boca logo indo até o meu seio,
para começar a brincar com a sua língua no mesmo.
Ele me segurou firme pelo quadril, e com uma das mãos ele
puxou a minha calcinha para o lado e meteu dentro de mim com
força, o que me fez entrelaçar as pernas em sua cintura, e o
puxar mais para perto, fazendo ele entrar cada vez mais fundo, e
me preencher por completo.
— Ok. — Concordo.
— Eu te amo, ragazze…
Claro. Brian.
Bom.
Bella sorriu.
FIM.
Como a minha vida era perfeita com a minha Elaine, nos
dois conhecemos no ensino médio, e desde então nunca mais nos
separamos. Eu amei aquela mulher com todas as forças que
havia dentro de mim, e sabia mesmo depois de sua morte, que eu
jamais seria capaz de amar outra vez.
Eu sei que a culpa era minha, pois não coloquei rédeas nela,
não a ajudei o suficiente, não expliquei como o mundo
funcionava, mas eu não conseguia. Eu estava ocupado…
sofrendo pela perda da Elaine. Não me envolvi com nenhuma
mulher, apenas me dediquei ao trabalho e na vida dos meus
filhos, mas isso obviamente não foi o suficiente.
Eu sabia que tinha que ter feito algo quando ela começou
com aquela loucura de amor pelo Thomas, mas pensei que não
haveria problema. Pensei que passaria e não passou.
Lunna fez de tudo para estar com ele, mas claramente… não
era recíproco e depois de mentir e se envolver na tentativa de
assassinato de Thomas, — a minha filha foi morta, — pela sua
esposa. Bella McNight.
Vicente não se deu ao trabalho de me avisar. Ele nem
mesmo concedeu a ela um enterro. Ele enviou as cinzas de
Lunna para mim, em uma caixa. A jogou fora como um pedaço
de lixo e eu sequer tinha forças para contar aos seus irmãos… o
que tinha acontecido. E talvez por isso, essa briga continue
dentro de mim. Eu já não sei se vingo minha família ou se
permaneço em paz com a família Kuhn.
Eu sei que a minha Lunna fez tudo aquilo por amor, mas
desde que voltei para a Sicília, — as memórias de Lunna e de
Elaine, — se tornaram mais e mais dolorosas. Mas ainda que eu
desejasse me vingar, a minha vingança teria que esperar um
pouco, porque eu precisava que os meus filhos tivessem alguém
que pudesse cuidar deles. E quando isso acontecesse, quando
ambos estivessem seguros e longe do alcance daqueles monstros,
— eu poderia mostrar para a família Kuhn e a família McNight,
— o gosto amargo que eu senti ao ter as cinzas de Lunna em
minhas mãos.
Nunca poderia esquecer das minhas queridas leitoras,
gratiluz por tanto, vocês são minhas âncoras, as pessoas que me
fazem escrever mais e mais a cada dia.
Beijos
PS: Se você encontrar algum erro ortográfico ou
gramatical, por favor, reporte a minha assessora
@vpassessorialiteraria. Farei as alterações assim que receber sua
notificação.
Beijos,
Karyelle Kuhn