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TIRAR O FOLÊGO!
Sylvia Feitosa
SP/ 2023
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ISBN:9788591364824
CDD B869.3
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PRÓLOGO
O baile
O sonho
Kátia
- É? Hum...
- Bem é mais uma convocação. A turma
está reunida na praça central para jogar vôlei,
ainda falta dois jogadores e... Bem, faz tempo
que você não joga com a gente. Virou riquinha
e metida a besta é?
A menina observou seu amigo, também
companheiro de travessuras. Ele estava
mudado, um vislumbre de barba começava a
aparecer no rosto alegre. Um bigode
despontava sobre os lábios carnudos e os
olhos estavam ainda mais brilhantes. Ralph
se tornara um adolescente charmoso e seu
humor acentuado dava-lhe um “quê”
misterioso.
- Deixa disso Ralph. Quem vai jogar?
Ralph comemorou a vitória intimamente,
sabia que provocá-la era a melhor tática para
estimular o desafio. Mariana sempre queria
provar algo, seja lá porque motivo fosse.
- A turma de sempre, da escola, da vila, e
nem tem gente suficiente. E então?
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Ralph
Enquanto isso...
E o tempo passou...
O Noivado
Cordéis
No hospital...
Um tenebroso segredo
...Foi correndo os
olhos pelo salão.
Homens da terceira
idade com moças
seminuas a tiracolo. Observando um casal
mais próximo, Mariana pôde vislumbrar o
brilho da aliança no dedo do grisalho. A moça
era somente a acompanhante. Seu estômago
revirou. Um grupo misto de jovens, senhoras
e homens tragavam canabis sem nenhuma
cerimônia.
Raparigas se insinuavam aos homens que
entravam na boate, estando acompanhados
ou não.
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Ferida
Do outro lado
Naquela tarde...
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E Mariana viveu uma nova identidade
amortizada como se não houvesse passado, só
futuro, e planos que não se desenhavam por
mais os projetasse.
DAVID
“Leva-me mais alto do que já estive”
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- Eu também!
Uma voz tênue foi ouvida às suas
costas. Mary virou-se espantada.
Um sorriso largo no rosto do homem que
a olhava ali sentada.
- Você realmente combina com esse lago,
Mariana. É tão bela quanto a paisagem.
Mariana estava atordoada, não
conseguia pensar.
A voz era diferente, a maneira de olhá-la
quase com devoção, mas era David que estava
ali em pé, diante dela.
Levantou-se passando as mãos na saia
molhada, o rosto desfeito pelas lágrimas, os
cabelos embaraçados pela chuva. Sentiu-se
pequena.
- David...
- Sua tia deve estar maluca na
rodoviária, esperando por você.
- Eu...
Mary não se conteve, correu até aqueles
braços fortes. “Que saudade” - Murmurou.
O homem sorriu.
Ele parecia mais jovem. Mary deduziu
que dor a tinha envelhecido, enquanto o
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- Desculpe e obrigada.
- Ainda posso deixa-la de castigo até a
próxima geração. - E Gil abraçou-a. Todos
riram.
- É bom estar de volta.
- E cabe a David, amarrar você ao pé da
mesa. - A voz de Lucas saiu tão infantil o
quanto ela lembrara, mas agora ele era um
adolescente esguio e frágil. Espantou-se com
a cumplicidade entre David e Lucas.
- Pode deixar Lucas, Mary nunca mais vai
embora. Até porque ela só tem trinta dias para
preparar o casamento.
Mary perdeu o fôlego, estava sonhando
de novo?
- Vai me dar a honra de organizar a festa?
- Uma Magda, sofrida, mas ainda altiva e
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