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Amor quase impossível

A Ritinha era uma menina muito bonita, que tinha acaba do de fazer 12
anos. Os seus longos e lisos cabelos de ouro estavam sempre muito bem
cuidados. Os olhos eram verdes como uma alface e os lábios tinham a cor
dos morangos madurinhos. Tinha uns pais muito ricos, que lhe davam tudo
o que ela desejava. Quando não saía com os pais, o chofer da família
levava-a aonde ela queria ir, inclusive, à escola. Os rapazes, deliciados,
apreciavam de longe aquela bela moça a sair do carrão.

Com a mesma idade, o João era um rapaz cujos pais tinham muito
pouco dinheiro e, apesar de andar com roupa modesta e, por vezes,
remendada, mas lavada, os seus olhos azuis e os cabelos castanhos
tonavam-no um moço bonito, muito atraente para as raparigas. Mas o que
mais encantava as outras pessoas era o seu lindíssimo sorriso sincero e
bondoso.

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Andava na mesma turma da Rita mas nunca trocaram uma palavra
sequer. Ele nem ousava olhar de frente para ela. Apesar disso, gostava
imenso dela. Um sentimento escondido e secreto foi crescendo dentro do
seu peito e, se alguma vez lhe passava pela cabeça fazer algo para o
revelar, a sua condição económica e social logo o colocava no seu lugar.
Para evitar tentações, na sala de aula, procurava sentar-se o mais longe
possível da amada, de preferência, na fila de trás. Mas, quando via os
outros rapazes mandarem piropos ou a arrastarem a asa à sua amada, sentia
uma vontade de os esganar e, só com muito esforço se conseguia conter.

Certo dia, no intervalo da manhã…

7ºA (João Pinto) – Orientação Prof. Francisco Magalhães

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Certo dia, no intervalo da manhã...

...ao sair precipitadamente da sala, João derruba os livros da Rita.


Muito atrapalhado, e muito corado, gaguejou:
– Des.. desculpa.
Ele debruça-se para apanhar os livros do chão ao mesmo tempo que
ela. As mãos de ambos tocam- se e trocam o primeiro olhar. Rita ao ver o
rosto do João, fica espantada com o brilho daquele olhar. “ Que belo
rapaz!” - pensou a Rita.

– Como te chamas? - perguntou ela.


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- Eu chamo-me João … e tu és a Rita, não é? - respondeu o João,
cada vez mais envergonhado.
- Como sabes o meu nome?!
- Eu estou na mesma turma que tu e vejo-te todos os dias! - disse o João
mais confiante.

Naquele momento, aproximaram-se os colegas e eles pararam a conversa.


João afasta-se triste por não poder continuar junto dela. O seu coração bate
excitado com esta troca de palavras. Seria tão bom, para ele, continuar a
falar com a sua amada! Tinha sido um momento mágico! Ouvir a sua voz
tão doce, tão gentil, o seu cheiro perfumado, o seu toque macio... Tantas
palavras que ficaram por dizer... Lembrou-se então de lhe escrever um
poema.

“ Peço muita desculpa,
Por te pôr envergonhada.
Penso em ti todos os dias,
Porque és a minha amada!

Deitei os teu livros ao chão,


Mas foi sem querer.
Muito, muito atrapalhado,
fiquei envergonhado de morrer!

Sempre gostei de ti,


Mas não te consegui dizer.
Já queria namorar contigo
Antes deste momento acontecer!”

Com esta declaração de amor, escrita numa folha do seu caderno


cuidadosamente arrancada, ganhou coragem, e muito discretamente, passou
pelo cacifo da Rita e meteu lá o billhete.
No fim das aulas, Rita abre o cacifo e …

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Turma R4 – 3º ano – Orientação Profª Maria Olinda Carvalho
“Escrita em 3 ciclos”

No fim das aulas, Rita abriu o cacifo e reparou num papel que não
sabia de onde viera. Ficou entusiasmada e abriu a carta. Quando começou a
ler ficou maravilhada com aquele poema, mas, segundo o pai, ela não podia
conviver com pobres. Contudo, a rapariga ganhou coragem e foi conversar
com o João.
Rita admitiu que, também ela, o amava e admirava. Queriam ficar
juntos para toda a vida. Iriam convencer o pai dela a aceitar a relação de
ambos. Esta missão foi bem sucedida, pois o pai queria ver a sua filha feliz.

A partir de então, os dois pombinhos começaram a passar mais tempo


juntos e as suas famílias entenderam-se.

6ºD Escola E.B.2

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