Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Maya Banks
Sinopse
O casamento de Jillian foi um pesadelo, a notícia da morte
do marido um desejo realizado. Ela se recusa a se curvar para
a sociedade e fingir lamentar. E seu melhor amigo, Case, estará
ao seu lado enquanto desafia as regras da sociedade e tem seu
primeiro gosto de liberdade.
Justin, oitavo duque de Whittington, está determinado a
salvar o nome de sua família do escândalo que seu irmão Case
está criando, mas a adorável Jillian não é a inimiga que ele
esperava. Tanto vulnerável quanto irritante, ele nunca
conheceu outra mulher como ela. Mas quando faíscas voam
entre eles, Justin percebe que ele deve ajudar a salvar Jillian
de seu passado antes que eles possam ter um futuro.
Prólogo
Penroth, norte de Londres
Maio de 1818
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
Cadela infiel
Ela quase deixou cair o pedaço de papel por surpresa. Sua
sobrancelha franziu enquanto examinava as palavras
novamente, procurando por outra mensagem ou alguma pista
sobre a identidade do remetente. Franzindo a testa, ela virou o
papel. Não havia nada para indicar quem era o remetente. No
que se refere a brincadeiras, isso não era divertido, e
certamente era tudo o que era: uma brincadeira inofensiva. Ela
caminhou até à mesa, colocou-a na gaveta de cima e a fechou.
Talvez Case pudesse oferecer algum conhecimento; perguntaria
a ele sobre isso quando o visse. Afastando a sensação de
desconforto saiu da biblioteca em busca de Hilda.
Ela encontrou Hilda e Elsie sentadas no último degrau da
escada. Os olhos de Elsie estavam vermelhos de tanto chorar e
Hilda tinha um braço reconfortante ao redor dela. Jillian
levantou uma sobrancelha quando se aproximou delas. — O
que na terra pode ser o problema?
Elsie olhou para ela, novas lágrimas caindo de seus olhos.
— Recebi uma carta do meu Johnny esta manhã e ele perdeu o
emprego —, lamentou. Jillian olhou para ela com expectativa,
esperando que continuasse.
— Eles deveriam se casar —, explicou Hilda. — Ele estava
trabalhando em Kensington Village em uma fábrica lá. Quando
tivesse poupado salários suficientes, ele compraria uma cabana
e mandaria buscar Elsie.
— Agora nunca vamos ficar juntos —, soluçou Elsie.
— Não pode ser tão ruim —, Jillian disse suavemente. —
Pare de prosseguir com isso, elsie, você vai ficar doente. — Ela
pensou por um momento. — Elsie, você acha que Johnny
poderia fazer as tarefas de um lacaio?
— Oh sim, milady, ele é sempre tão inteligente —, disse
ela, esperança iluminando seu rosto.
— Muito bem então, nós teremos Harry te levando para
Kensington para pegar Johnny. Hilda, você deveria ir junto.
Nós não podemos ter Elsie correndo com Johnny sem
acompanhante, — ela disse com um sorriso irônico.
Elsie olhou para ela em choque, e então se levantou e
jogou os braços ao redor de Jillian. — Oh, obrigada, milady!
— Bem, então, suba e arrume suas coisas. Você tem uma
longa jornada pela frente —, disse ela, sorrindo para a
exuberância de Elsie.
— Você fez uma coisa maravilhosa, milady —, disse Hilda
baixinho enquanto ela e Jillian observavam Elsie subir as
escadas para arrumar as malas.
— É melhor você ter suas próprias malas prontas. Vou
deixar Harry saber, para que ele possa preparar a carruagem.
Ela voltou para a biblioteca e trouxe uma bolsa de
moedas, entregando-a a Hilda. — Você precisará disso para
pagar suas refeições e hospedagem. Certifique-se de que
Johnny tenha um guarda-roupa adequado também.
— Você é muito boa para todos nós. — Os olhos de Hilda
estavam suspeitosamente úmidos.
— Vão agora —, disse Jillian, enxotando-a pelas escadas.
Acenou para eles uma hora depois, quando saíram em sua
jornada. Kensington Village estava a um dia e meio de viagem
de carruagem, então Jillian não os esperava de volta por quatro
ou cinco dias.
###
###
Jillian ficou extremamente grata quando Case chegou
naquela noite. Ela o encontrou na porta e literalmente o
arrastou para dentro.
— Pelo amor de Deus, mulher, está congelando aqui!
— Você é tão observador —, ela disse amargamente. —
Entre e feche a porta, está deixando entrar mais ar frio.
— Onde está todo mundo? — Case perguntou olhando em
volta pela casa escura.
Jillian relatou os eventos do dia. — Você pode trazer um
pouco de madeira para o fogo? —, perguntou
esperançosamente.
Case obedeceu com bom humor, acendendo um fogo no
quarto e na biblioteca. Ele empilhou madeira ao lado de cada
lareira para que ela pudesse manter as chamas acesas.
— Eu iria oferecer-lhe refresco, mas queimei o jantar —,
disse ela tristemente.
Case riu. — Faminta, não é?
Seu estômago roncou em resposta.
— Ponha sua capa e vamos atacar minha cozinha. A sra.
Applegate assou um ganso para o jantar. Se você quiser, posso
tê-la vindo amanhã e preparando algumas refeições para você.
— Isso seria uma dádiva de Deus —, disse ela aliviada. —
Você não acha que ela vai se importar, não é?
— Ela adora você. A única vez que como seu pudim de
ameixa é quando ela sabe que você está vindo para o jantar.
Os dois subiram na carruagem de Case e percorreram a
curta distância até sua casa. A Sra. Applegate estava mais do
que disposta a preparar pratos frios para eles. Ela empilhou
ganso assado junto com pão ainda quente, e tortas de cereja
restantes.
— Jillian, pensei um pouco e não há motivo para a sra.
Applegate não poder ficar com você por alguns dias. Eu tinha
esquecido de mencionar que vou partir de manhã para a costa.
Estarei fora por dois dias, então certamente não precisaria dela
aqui. Isso é, se você não tem objeções, Sra. Applegate, — ele
disse voltando-se para a mulher idosa que estava colocando
seus pratos na mesa.
— Na verdade, meu senhor, ficaria feliz em servir a lady
Penroth.
— Obrigada, Sra. Applegate —, Jillian disse com gratidão.
— Você será bem-vinda com certeza.
— Eu vou fazer o meu pudim de ameixa para você, milady
—, disse ela, seus olhos brilhando.
— Por que é que eu nunca mereço pudim de ameixa? —
Resmungou Case.
###
###
Na manhã seguinte, a Sra. Applegate chegou cedo e
imediatamente começou a preparar as refeições do dia. Jillian
ficou grata pelos sons reconfortantes que emanavam da
cozinha. Logo o aroma de comida preparada encheu a casa,
atormentando Jillian com a promessa de uma deliciosa refeição
por vir.
Uma batida soou, convocando-a para a porta. Rezou para
que não fosse outra rodada de visitas. Quando abriu a porta,
no entanto, não havia ninguém lá. Ela saiu e olhou em volta.
Não vendo ninguém, ela se virou para voltar quando avistou o
pedaço de papel em sua soleira da frente. Agitação apertou seu
peito quando se inclinou para recuperar a missiva com a já
familiar cera negra. Olhou ao redor apressadamente, tentando
identificar quem havia deixado a nota, mas não viu nada além
do tráfego habitual para esta adiantada hora.
Entrou e fechou a porta com firmeza atrás dela. Só então
percebeu que havia esquecido de mencionar a primeira nota
para Case. Hesitante, ela quebrou o lacre de cera e abriu o
papel dobrado.
Morra
###
###
###
###
Por que estava tão atraída por ele? Na verdade, ela ficou
encantada em vê-lo no baile de máscaras e se viu procurando
por ele, apesar de achar que ele provavelmente não
compareceria. Seu pulso começou a acelerar assim que ele
falou com ela. Mesmo agora, ela se sentia corada e tonta. Ainda
podia sentir o cheiro dele, um cheiro limpo e masculino. Teve o
impulso mais forte de enterrar o rosto no peito dele. E aquela
mecha de cabelo que caia tão descuidadamente na testa, como
os dedos dela coçavam para empurrá-lo para trás.
Ela inspecionou o salão de baile, inconscientemente,
procurando-o entre os foliões luxuosamente vestidos. Quando
seus olhos o encontaram, seu pulso acelerou em resposta.
Parecia tão solitário, mesmo em meio à multidão de pessoas.
Ele sorriu e teve uma conversa educada com aqueles ao seu
redor. As pessoas pareciam gravitar para sua poderosa
presença, e elas valorizavam cada palavra sua. Os homens o
procuravam pedindo conselhos e opiniões sobre tudo, desde o
último debate político até o tipo de cavalo que deveriam
comprar. As mulheres eram atraídas para ele como um ímã.
Elas riam e flertavam, batendo as pestanas de modo coquete,
cada uma secretamente abrigando a esperança de que ele
mostrasse interesse por ela.
Como se sentisse o olhar dela, ele olhou para cima e
capturou seu olhar. Ele deu a ela um olhar divertido e
assentiu. Ela baixou os olhos culpada, furiosa consigo mesma
por ser pega olhando para ele.
Afastando-se rapidamente, ela tomou um copo de vinho da
bandeja de um lacaio que passava. Com crescente tédio,
continuou a assistir as atividades do baile. Ela se sentia
solitária. Ela se livrou do breve momento de melancolia,
determinada a não ceder à tristeza subjacente que parecia
segui-la aonde quer que fosse.
O ano anterior fora um caso de mudança de vida para
Jillian. Muito havia mudado para ela. Os seis meses desde a
morte de Lucas foram gastos tentando mostrar o pouco
respeito que ela tinha por ele. Então, por que não se sentia
vingada? Ela apenas sentiu tristeza pela direção que a vida
tinha tomado.
Olhou inquieta ao redor do salão de baile esperando Case
fazer sua aparição. Não tinha paciência para a melancolia,
irritada por ela ter se esgueirado naquela noite reservada para
diversão e alegria. Case iria animá-la como sempre fazia. E
talvez ele pudesse tirar sua mente de seu irritante e bonito
irmão.
Capítulo Nove
— Alguém realmente se casa por amor? — Jillian
perguntou, enquanto colocava sua xícara de chá no pires.
Lady Bea e Lady Cecilia trocaram olhares astutos e Lady
Bea se inclinou para a frente em sua cadeira. — O que a instiga
a perguntar, minha querida?
Jillian amaldiçoou sua natureza impulsiva enquanto
olhava as duas mulheres, que a olhavam com uma curiosidade
aberta. Elas se reuniram em casa de Lady Bea, menos Lady
Burlington, Adela Farnsworth e Eloise Huntington, que haviam
se retirado para suas propriedades rurais com seus maridos.
Suspirou e se inclinou para frente para colocar o pires na mesa
diante dela. — Eu só queria saber se alguém já se apaixonou
—, ela disse levemente.
— Oh, meu Deus, você está apaixonada? —, perguntou
Lady Cecilia com prazer.
— Eu não tenho certeza se sequer acredito no amor.
Uma expressão esquisita iluminou o rosto de lady Bea e
um olhar distante apareceu em seus olhos. — Com certeza, as
pessoas se apaixonam.
— Você estava apaixonada pelo conde? —, perguntou
Jillian.
Lady Bea continuou como se não a tivesse ouvido. —
Casei com o conde de Winthrop na minha segunda temporada.
Um arranjo foi alcançado entre nossos pais, e eu não o vi senão
uma vez antes do dia do nosso casamento.
Ela se mexeu na cadeira e olhou para baixo. — Havia esse
jovem... de uma boa família, embora eles tivessem caído em
tempos difíceis. Ele não era intitulado. Era o terceiro filho de
um barão e tinha pouca esperança de herdar.
— Eu o conheci no início da temporada, pouco antes de
meu casamento com o conde ser arranjado. Algo mágico
aconteceu entre nós. Nós nos víamos tanto quanto o decoro
permitia, e até conseguimos um encontro no jardim da
propriedade dos meus pais uma noite. Ele foi o primeiro
homem que eu beijei.
Um sorriso gentil curvou as rugas suaves ao redor de sua
boca quando ela parou, evidentemente perdida em suas
memórias.
— O que aconteceu com ele? — Jillian perguntou.
Lady Bea olhou para ela, e ela ficou surpresa com o brilho
das lágrimas nos olhos da mulher mais velha.
— Ele veio me ver na noite anterior ao casamento com o
conde e implorou que eu fugisse com ele para Gretna Green.
Eu me arrependo até hoje que não tive coragem de seguir meu
coração. Eu o afastei e nunca vou esquecer o
desapontamento... a dor em seu olhar pouco antes de ele ir.
Ela olhou de volta para as mãos, torcendo os dedos
enquanto falava. — Nunca mais o vi.
Respirou fundo e olhou de volta para Jillian, tentando
valentemente segurar as lágrimas. — Ouvi dizer que ele se
juntou aos militares e depois foi enviado para as colônias, onde
morreu em batalha.
Lady Cecilia deu um tapinha no braço de Lady Bea,
reconfortavelmente. — Você não poderia saber, Bea.
Provavelmente você teria sido viúva ainda jovem.
Ela sorriu calorosamente para lady Cecilia e depois olhou
para Jillian. — Então você vê, minha querida, o amor é muito
real, nós nem sempre o tratamos corretamente.
— Mas como você sabe? —, perguntou Jillian. — Como
você sabe que não está confundindo alguma paixão passageira
por amor?
O olhar de lady Bea se suavizou. — Todos nós passamos
momentos de fantasia, como imagino que você tivesse por
Lorde Penroth.
— Breve como foi —, murmurou Jillian.
— Mas quando você não pode imaginar estar longe de
alguém —, continuou Lady Bea. — Quando o pensamento de
estar sem ele lhe traz uma angústia incomensurável... então,
minha querida, você está apaixonada.
###
###
###
###
###
###
###
###
Depois do banho, Jillian se sentiu completamente
revigorada. Vestiu um vestido simples e foi em busca de Justin.
Ela havia acabado de descer as escadas quando quase foi
derrubada por dois cães turbulentos. Sentou-se no último
degrau, oprimida pelo vigor deles.
— Bem, quem nós temos aqui? — Ela riu, tentando
acariciar as massas de pele se contorcendo.
— Minhas desculpas, milady. — Edward correu para
puxar os cachorros dela.
— Oh, não precisa, eles estavam apenas me
cumprimentando. Quais são seus nomes? — Ela se inclinou
para acariciar suas cabeças e foi recompensada com uma
lambida no nariz. Ela riu e recuou.
— Tobias e Lady Madeline, mas nós os chamamos de Toby
e Maddie. Eles são os labradores de caça de sua graça. Eles
vieram da Terra Nova como filhotes.
— Eles são lindos —, ela elogiou, acariciando seu pelo liso.
— Qual deles é Toby e qual é Maddie?
— O preto é Toby e a amarela é Maddie.
— Você pode me direcionar para o duque?
— Sua graça está na sala de estar —, Edward informou a
ela. — Venha, vou acompanhá-la até lá.
Os dois cães caminharam atrás de Jillian, com o rabo
abanando em interesse.
Justin se levantou da cadeira em frente ao fogo quando ela
entrou na sala. — Meus cães estão incomodando?
— Não, eles foram muito acolhedores.
— Disso é o que eu tenho medo —, disse Justin
secamente. — Eles tendem a ser muito acolhedores.
Jillian riu. — Eles me receberam um tanto
entusiasticamente. — Ela coçou suas orelhas, sorrindo para
suas expressões ansiosas.
— Você está com fome? — Justin perguntou. — Cook está
preparando o almoço enquanto falamos.
Os dois atravessaram a grande sala de jantar formal,
Jillian olhando espantada para a longa mesa. Parecia ser capaz
de acomodar pelo menos cinquenta pessoas. Eles continuaram
passando e entraram em uma área de jantar menor e menos
formal. Parecia muito mais íntima, esta mesa com seis lugares
no máximo. Estava situada bem ao lado da cozinha e a
cozinheira estava ocupada entrando e saindo, carregando uma
bandeja de sanduíches e duas tigelas de guisado de coelho com
cheiro maravilhoso.
— Aqui é onde eu como quando não estou entretendo um
grande número de convidados —, ele disse, gesticulando para
ela se sentar.
Quando terminaram de comer, Justin convidou Jillian a
uma excursão pelos jardins.
Ela correu para vestir sua capa e depois o encontrou no
terraço. Eles caminharam pelo atalho bem cuidado dos jardins,
Justin parando para apontar várias plantas e flores.
— Eu gostaria que você pudesse vê-las em flor —, disse
ele, enquanto caminhavam entre as sebes que separavam o
jardim de rosas das plantas perenes. — Case me disse o
quanto você ama o seu jardim.
Jillian parou e se virou, olhando para ele surpresa. —
Vocês falaram de mim muitas vezes?
— Não, não mesmo. Case é surpreendentemente reservado
quando se trata de você.
— Por que isso é surpreendente?
— Nós geralmente discutimos tudo. Não temos segredos,
ou pelo menos não costumávamos ter.
— Talvez seja porque não há nada para discutir —, disse
ela incisivamente. — Case e eu nunca fomos menos que
honestos sobre nossa amizade. Presume-se muito, mas isso
não faz disso verdade.
Ele suspirou. — Acho que é melhor que isso venha à tona
agora para que possamos tirá-lo do caminho. — Ele parou por
um momento e passou a mão pelo cabelo. — Eu gostaria muito
de esclarecer tudo entre nós.
— Case é muito honrado. Eu não consigo pensar em
nenhum homem mais nobre. Ele sabe quanto valor você coloca
na decência. Eu não posso imaginá-lo fazendo algo que acharia
que te desapontaria. Se você acha que ele iria, você não pode
conhecê-lo como eu, — ela disse apaixonadamente.
— Eu vejo que ele tem uma forte defensora.
— Não, muito pelo contrário —, ela disse suavemente. —
Ele é meu maior defensor, meu único apoiante e amigo.
— Eu acho que gostaria de mudar isso —, disse ele,
olhando atentamente.
Ela olhou para ele intrigada. — Você está sugerindo que
nos tornemos amigos?
— Sim, acho que estou. Eu admito, acho que a julguei
mal, embora você tenha me dado todos os motivos.
Jillian se perguntou o que a admissão lhe custara. — Eu
gostaria disso —, disse ela em voz baixa.
— Vamos começar de novo então? Lady Penroth, permita-
me apresentar-me. Meu nome é Justin Devlin, o duque de
Whittington. — Ele levou sua mão aos lábios. Ela sentiu um
arrepio subir pelo seu braço. Toda a atenção dela estava focada
na sensação dos lábios dele contra a pele dela. Sua boca ficou
seca quando imaginou aqueles lábios nos dela.
Ele abaixou a mão dela, ainda segurando-a na sua. Ela
recuperou seus sentidos e deu-lhe um sorriso deslumbrante. —
Tão feliz em conhecer você, sua graça.
— Por favor, me chame de Justin.
— E você deve me chamar de Jillian —, disse ela,
cooperando.
— Começamos com o pé direito agora? — Ele perguntou,
um sorriso curvando seu rosto bonito.
— Sim, eu acredito que começamos. — Ela retornou seu
sorriso.
— Bom. Agora gostaria de ver os estábulos? — Ele
ofereceu o braço a ela.
— Adoraria ver seus cavalos —, disse ela com um pouco
de emoção. — Eu tinha toda a intenção de aprender a cavalgar
quando a temporada acabasse. Suponho que isso não aconteça
agora.
Ele pareceu surpreso. — Você não sabe montar?
Ela balançou a cabeça.
— Nós teremos que corrigir isso, rapidamente. Não há
motivo para você não aprender a montar enquanto está aqui.
— Você quer dizer que iria me instruir?
Ele sorriu. — Eu acho que pode ser arranjado.
Quando entraram nos estábulos, Jillian avidamente
examinou as fileiras de baias que abrigavam os cavalos.
Aromas frescos de feno misturavam-se com o odor úmido dos
cavalos e o cheiro persistente de esterco. O cavalariço se
esticou para fora de uma baia onde estava esfregando um
cavalo.
— Boa tarde, sua graça. É bom ter você em casa.
— Como estão os cavalos, Ben? — Justin perguntou
acenando para o cavalariço.
— Acabei de exercitar Ciclope, ele está bem genioso esta
manhã.
— Por que você o chama Ciclope? —, Perguntou Jillian.
— Porque ele é grande e feio —, Justin respondeu
divertido —, e ele tem um grande nó na testa que se parece
muito com um olho de Ciclope, mas ele é rápido e um cavalo
muito bom.
— Ele é seu então?
— Sim, ele é meu. Você gostaria de vê-lo? Eu só espero
que ele se lembre de mim. Ele está aqui desde que parti para a
Índia.
Eles caminharam para o final das fileiras de baias e
pararam em frente do último. Um grande cavalo relinchou e
enfiou a cabeça por cima da porta. Jillian recuou com cautela.
— Não deixe que ele te assuste —, Justin afirmou. — Vá
em frente, você pode tocá-lo.
Ela hesitantemente estendeu a mão para tocar o nariz do
cavalo, que imediatamente começou a acariciar sua mão e ela
recuou alarmada.
Justin riu. — Ele está apenas procurando por uma
cenoura ou um pouco de açúcar.
— Ele é grande —, ela disse com admiração. — Mas não
tão feio.
O cavalo sacudiu a cabeça, empinando no seu lugar no
estábulo.
— Você se lembra de mim, não é, garoto? — Justin disse,
esfregando o pescoço de Ciclope carinhosamente.
O cavalo relinchou, empurrando o ombro de Justin com o
nariz.
— Eu vou te levar para uma boa corrida amanhã —,
Justin prometeu.
Justin se virou mais uma vez para o cavalariço. — Ben,
Lady Penroth tem o desejo de aprender a cavalgar. Temos uma
sela adequada?
— Sim, sua graça. A da sua mãe está na selaria tão boa
quanto no dia em que foi comprada. Queenie seria a escolha
perfeita para o primeiro passeio de sua senhoria.
— Sim, de fato — concordou Justin. Ele se virou para
Jillian. — Queenie é uma égua mais velha, muito dócil e tão
motivada para a velocidade quanto uma tartaruga. Você não
tem nada a temer com ela. O que você diz de sua aula começar
logo de manhã?
Ela franziu a testa quando de repente se lembrou de um
fato importante. — Eu não tenho nada adequado para vestir.
Recuso-me a tentar tal esforço em uma roupa como esta, — ela
disse, gesticulando impaciente para as saias longas e cheias de
seu vestido. — E eu não tenho um traje de montaria.
— Poderia deixar que sua senhoria tomasse emprestado
algumas calças masculinas —, sugeriu Ben, tentando avaliar a
reação deles a uma sugestão tão escandalosa.
A expressão de Jillian se iluminou e Justin sentiu sua
própria se turvando.
Ele se lembrava bem de sua última escapada em calças e
sabia que, se ela aparecesse em sua aula vestida naquelas
calças apertadas, ele seria reduzido a um idiota tagarela.
Imaginou a visão deliciosa de seu traseiro bem formado, a
curva suave de seus quadris perfeitos para a mão de um
homem. O chamado impaciente de seu nome por Jillian
interrompeu rudemente seus pensamentos. E ele nem sequer
chegara aos seios dela ainda. Suspirou pesadamente e olhou
para Jillian e Ben, que o olhavam com curiosidade.
— Justin? Ouviu-me?
— Desculpe, o que é que você disse?
Ela deu a ele um olhar de exasperação. — Eu disse que,
como ninguém sabe que estou aqui, não vejo nenhum
problema em usar calças.
Droga, mas ela parecia animada com a perspectiva. Ele
gemeu interiormente. — Se você se sentir mais confortável —,
ele disse amigavelmente.
— O quê? Nenhuma objeção do modelo da decência? —
Ela perguntou em falso horror. Ela se dissolveu em uma
risadinha quando ele revirou os olhos para o céu.
— Acho que eu merecia isso —, disse ele com relutância.
Naquele momento, Jillian percebeu que ela realmente
gostava dele. Sua disposição em admitir quando ele estava
errado foi cativante. Poucos homens aceitariam isso tão
graciosamente. Ela olhou para ele atentamente, vendo-o sob
uma nova luz. Seus olhos eram sinceros, sem uma sugestão de
decepção. O que foi que Case disse? Justin é o homem mais
honrado que conheço. Jillian não poderia culpar seu senso de
decência quase irritante. Era mais do que uma fachada com
Justin. Era algo a que ele dava grande importância. Sua
consciência exigia isso. Consciência. Não era uma
característica que ela estava acostumada a encontrar em um
homem.
O fogo queimava vivamente na sala de estar quando os
dois voltaram para a casa. Jillian gostou imensamente do
cômodo. Era grande, mas tinha um apelo aconchegante. No
centro da parede oposta havia uma gigantesca lareira de pedra.
Poderia ter facilmente envolvido um pedaço inteiro de carne
para assar em um espeto. Troncos, não pedaços de madeira
queimavam na lareira.
Acima da lareira havia uma cornija grossa de carvalho.
Acima disso, um retrato da antiga duquesa estava pendurado
na parede. Ela era uma mulher adorável, elegante e imponente.
Jillian pensou que Case parecia muito com ela.
Contra a parede à esquerda da lareira, havia uma grande
estante de livros, volumes enchendo as prateleiras. Suas mãos
pareciam ansiosas para folhear as páginas. Um piano estava à
direita da lareira, bem na frente de uma grande janela que dava
para a frente da casa. Tapetes de pele de carneiro suntuosos
adornavam o chão em vários lugares, um na frente da lareira,
outros em frente ao grande sofá e das cadeiras situadas perto
do fogo.
O cômodo não tinha a formalidade da maioria das salas de
estar, e Jillian não podia deixar de pensar que aquela era uma
sala da família onde todos se encontravam para desfrutar da
companhia um do outro. Ela sentiu uma pontada de anseio,
uma que lhe era familiar. Como teria sido crescer em uma
família unida com pais e irmãos amorosos para interagir? Ela
se acomodou em uma poltrona felpuda perto do fogo, perdida
em seus pensamentos.
Justin observou a demonstração de emoções em seu rosto,
curioso quanto à causa de sua melancolia. Ela tinha a
aparência de uma criança perdida, os olhos arregalados e
transparentes. Ela o intrigava como nenhuma mulher jamais
fizera. Ela era imprevisível, mas ela tinha uma profundidade
que ele achou surpreendente. Tantas mulheres, conhecidas
suas, eram criaturas rudes e insidiosas.
Ele não se incomodou em corrigir Jillian quando ela o
chamou de romântico. É verdade que ele não queria se
contentar com nada menos que o casamento com uma mulher
que amava, mas tinha pouca segurança de que encontraria
uma mulher que correspondesse às suas expectativas. O
pensamento de um casamento sem amor e sem vida o
deprimia.
Ele invejava Case por sua liberdade. Ninguém dava a
mínima com quem ele se casasse, ou sequer fosse se casar. Ele
não tinha uma sucessão familiar para considerar, nenhuma
pressão para fornecer um herdeiro e nenhuma expectativa a
cumprir.
Ele também invejava a proximidade de Case com Jillian.
Nunca desejou a amizade de uma mulher. Os homens em sua
posição certamente não eram amigos de membros do sexo
oposto, mas de alguma forma ele sabia que iria gostar de tal
relacionamento com Jillian, mas não queria que terminasse ali.
Ele queria mais.
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
Justin foi até os estábulos, esperando que uma cavalgada
vigorosa dissipasse sua inquietação. Como convencer Jillian a
se casar com ele? Havia uma possibilidade agora que ela
pudesse estar grávida de seu filho. O pensamento estava longe
de ser desagradável, mas ele queria que ela se casasse com ele
porque queria, não porque não tivesse outra escolha.
Ele não ousaria pressioná-la, no entanto. Depois do
tratamento de Penroth, ela tinha motivos para desconfiar do
casamento. Pelo menos ele esperava que isso explicasse sua
relutância. A única outra explicação era que ela não queria se
casar com ele, e ele não queria insistir nessa possibilidade.
Ele passou pela correnteza em direção a um carvalho que
se estendia pouco antes da floresta. Duas lápides de pedra
estavam aninhadas contra a base da velha árvore. Justin
desmontou e se ajoelhou na frente dos marcos.
Ele tirou um pouco da neve restante das inscrições.
Recostando-se nos calcanhares, ele olhou para os nomes de
seus pais.
— Encontrei minha duquesa, Pai —, disse ele em voz
baixa. — Eu acho que você e minha mãe aprovariam. — Ele se
sentou em silêncio por um longo tempo, pensando em seus
pais e como as coisas seriam se estivessem vivos hoje. Sua mãe
teria gostado de Jillian e a teria posto sob suas asas, tratando-
a como a filha que nunca teve. Seu pai... bem, ele não estava
inteiramente certo de qual seria a reação de seu pai à escolha
da noiva de Justin.
Uma brisa suave arrastou seu cabelo e ele fechou os olhos
enquanto imaginava que era a mão de sua mãe alisando suas
madeixas errantes. Uma sensação de paz tomou conta dele e
ele pôde ver o rosto sorridente de sua mãe, aquecendo-o com
carinho.
Levantando-se do chão, ele se preparou para montar seu
cavalo, mas voltou-se para as sepulturas mais uma vez. —
Sinto saudades de vocês dois. Queria que estivessem aqui para
conhecer Jillian. — Profunda tristeza agarrava seu coração
enquanto ele se colocava na sela. Com um último olhar para
onde seus pais descansaram, ele galopou.
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
###
Justin tropeçou para trás quando Penroth atacou
novamente, e quando ele olhou de volta para cima, estava
olhando para o cano de uma arma. De onde veio isso?
Desânimo o invadiu. Ele falhou. Que Case proteja Jillian, ele
orou. — Eu sempre vou amar você —, ele sussurrou.
Determinado a não morrer sem matar o bastardo que
ameaçava Jillian, ele se preparou para lançar-se com força
total em Penroth. Então um tiro soou e ele cambaleou para
trás. Que estranho, ele não sentiu dor. Ele colocou as mãos
sobre o corpo, certo de que sentiria seu sangue vital se
esvaindo. Olhando para cima, ele ficou chocado ao ver Penroth
agarrando seu lado e, em seguida, ele caiu do penhasco. Ele
correu para frente e olhou sobre a borda no momento em que o
corpo de Penroth desaparecia na onda crescente.
Ele se virou para ver Jillian cair no chão, uma mão na
barriga e a outra apertando firmemente uma pistola.
Compreendeu o que ocorrera, e correu para ela. — Jillian, você
está bem? Querida, diga alguma coisa!
Lentamente sua cabeça levantou e ela olhou para ele com
o olhar entorpecido. — Eu o matei —, ela sussurrou. Ela olhou
para a arma na mão e estremeceu. Ela largou-a
apressadamente como se tivesse queimado sua pele.
Ele a envolveu em seus braços, balançando-a para frente e
para trás enquanto a abraçava firmemente contra ele.
Suavemente, ele a pegou no colo e caminhou lentamente de
volta para a casa. Quando chegaram à cabana, Case surgiu
pela porta. — O que aconteceu?! — Ele exigiu. — Ela está bem?
É o bebê?
Justin balançou a cabeça, passou por ele e entrou na
casa. Ele depositou Jillian no sofá da sala da frente e segurou o
rosto dela com as mãos. — Fale comigo, querida. Você está
ferida?
Ela olhou para ele sem expressão, como se não
compreendesse o que ele estava dizendo.
— Pegue uma bebida para ela —, ele gritou para Case, que
estava parado na porta, encarando preocupado.
Momentos depois, ele pressionou um copo nos lábios dela,
forçando um pouco do líquido em sua boca. Ela piscou
rapidamente e então lágrimas encheram seus olhos. — Oh
Deus, Justin!
Ele a esmagou contra ele. — Não chore, querida. Ele não
vale suas lágrimas.
— Alguém por favor, me diga o que diabos está
acontecendo? — Case explodiu.
— Penroth —, Justin murmurou.
— Aqui? — Case perguntou incrédulo.
— Ele atacou Jillian. Ele teria atirado em mim, mas Jillian
pegou a pistola do meu guarda-roupa e atirou nele antes que
ele pudesse.
Case olhou boquiaberto para eles. — O quê?
— Eu atirei nele —, disse Jillian em voz baixa.
Ele passou a mão pelo cabelo e abriu a boca para falar,
mas fechou de novo. — Ele está morto?
— Sim —, Justin disse em um tom recortado. — Ele caiu
do penhasco.
— Já foi tarde —, Case murmurou. — Jilly, você está
bem? Devo chamar o médico?
— Ela vai ficar bem —, Justin disse calmamente. —
Convoque o comissário em vez disso.
Case arqueou uma sobrancelha. — Você acha que isso é
sensato? Se ele caiu no oceano, é duvidoso que alguém
reconheça o corpo quando ele estiver em terra.
— Basta trazê-lo —, Justin disse com firmeza. — Isso foi
feito em legítima defesa. Não há nada que alguém possa fazer
para Jillian. Melhor esclarecer isso agora ou teremos que viver
com isso pairando sobre nossas cabeças.
Case assentiu e saiu apressadamente.
Justin voltou-se para Jillian e seu coração se apertou
quando viu lágrimas correndo por suas bochechas. — Ahhh,
querida, não chore —, ele disse suavemente. — Eu não posso
suportar quando você chora.
— Eu matei um homem, Justin, e não lamento. Ele ia
atirar em você... — Ela se interrompeu quando engoliu um
soluço. — Oh Deus, Justin, eu quase perdi você.
— Shhh, Jillian, você nunca vai me perder. Querida, você
sabe o que isso significa?
Ela olhou para cima, os olhos brilhantes com as lágrimas.
— O quê?
— Nós estamos livres. Livres.
Seus olhos se arregalaram de admiração quando ela
percebeu seu significado. Ela abriu a boca para falar, mas nada
saiu. Então ela começou a chorar pra valer.
Através de suas lágrimas, um pouco do peso horrível foi
tirado dela. As palavras de Justin se repetiam em sua mente.
Livre. Ela estava finalmente livre do domínio de Lucas. Ela não
era mais uma mulher casada.
Ela olhou para o homem na frente dela com novos olhos.
Ele a observava, seu rosto uma espiral de preocupação. Ela
sorriu hesitantemente e estendeu a mão para tocar sua
mandíbula. — Eu te amo —, ela sussurrou.
Ele capturou a mão dela e levou-a aos lábios. — E eu te
amo.
— Justin, e se... se o comissário quiser me prender?
— Você deve saber que eu nunca deixaria isso acontecer
—, ele murmurou. — Quaisquer que sejam nossas
circunstâncias, eu ainda sou o Duque de Whittington e minha
história não será posta em dúvida.
— Mas eu o matei.
— Ele teria matado você e eu, Jillian. Você não teve
escolha.
Os dois olharam para cima quando Case entrou, um
cavalheiro de aparência corpulenta seguindo-o de perto. — Eu
digo —, o homem começou. — O que acontece aqui? Lord Case
disse que houve um disparo.
Justin se levantou e rapidamente explicou as
circunstâncias. Jillian observou o homem ouvir com grande
interesse a história. Ela mordeu o lábio nervosamente, com
medo do que o comissário diria.
— Tentou sufocar sua senhoria, você diz? —, Perguntou o
homem. — Isso é desprezível.
— Você pode ver as marcas por si mesmo —, disse Justin
gesticulando para onde ela estava sentada no sofá.
O homem ficou vermelho e depois gaguejou: — Tudo bem,
tudo bem, não há necessidade de desconsiderar o decoro. Eu
certamente acredito em sua palavra, sua graça. Vou pegar suas
declarações e fazer um relatório. Não há necessidade de
medidas adicionais.
Jillian deu um enorme suspiro de alívio quando o
comissário saiu alguns minutos depois. Ela começou a tremer
quando o medo reprimido foi liberado. Justin se ajoelhou na
frente dela, tomando suas mãos nas dele. — Vamos para nosso
lar, Jillian.
Ela olhou para o amor refletido em seus olhos e seu
coração se contraiu. — Lar é onde você está.
Ele a puxou para seus braços e a beijou suavemente,
reverentemente. — Jillian, você vai me dar a honra de se tornar
minha esposa?
— Isso significa que eu posso ser uma duquesa, afinal? —
Ela perguntou provocativamente.
Sua expressão ficou séria quando ele olhou nos olhos dela.
— Você sempre foi a duquesa do meu coração.
Ela derreteu sob o seu olhar quente. — Sim, eu ficaria
honrada em ser sua esposa.
Ele girou-a ao redor e depois parou na frente de Case,
parecendo confuso com a presença de seu irmão.
Case riu. — Oh, não se importem comigo. Eu obviamente
não estou aqui.
— Chame sua carruagem. Você pode nos levar para casa
—, disse Justin, sorrindo largamente.
###
A chegada deles provocou grande festa em Whittington.
Edward não pôde conter as lágrimas de alegria quando Justin,
Jillian e Case atravessaram as grandes portas de carvalho para
dentro da casa. Jillian foi envolvida por seus criados, e Hilda
interrompeu com uma dança campestre, levantando as saias e
batendo os calcanhares. Foi realmente o dia mais feliz que
Whittington tinha visto em muitos anos.
Naquela noite, todos se reuniram em torno da grande
mesa na sala de jantar e fizeram um jantar comemorativo. O
geralmente leal Edward parecia perfeitamente à vontade com a
familiaridade entre os empregados e seus empregadores. Ele
não iria viver para sempre, ele pensou com uma nota de
tristeza, mas ele veria Whittington tocando os acordes de
felicidade antes de ir ao encontro de seu criador.
Ele esteve aqui para testemunhar três gerações de
Whittingtons através de suas alegrias e suas dores de cabeça.
Depois que o ex-duque e duquesa morreram tragicamente, ele
pensou que nunca sentiria a casa ressoando com tanto amor e
riso. Ele estava grato por ter vivido o suficiente para provar que
estava errado. E se Deus estivesse disposto, ele estaria aqui
para receber a quarta geração de Whittingtons que ele serviria.
###
[←1]
Hessian (a partir de Hesse na Alemanha) refere-se a um estilo de bota que se tornou popular no
século XVIII