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MY GUARDIAN

Alanea Alder
Minha Guardiã
Alanea Alder

Tradução: Maria Helena


Revisão Inicial: Eva Bold
Revisão Final: Aly, Shinigami e J.Angel
Leitura Final: Dani, Guinha Souza, White Dog
Relançamento: Eva

MY GUARDIAN
Alanea Alder
Dedicatória
~Amor Vincit Omnia - O Amor Tudo Conquista~

Este é dedicado a todas as Meryns aí fora, qualquer um que


já se sentiu diferente, como se não tivessem um lugar. Você
tem. Só há um para você, só um, neste universo inteiro, se
isso não é especial, eu não sei o que é. Celebre o que te torna
diferente, deixe sua louca e estranha luz brilhar, para que
outros possam ser atraídos a ela.

Lembre-se, Meryn viveu sua vida acreditando que não tinha


um lugar, quando, na verdade, ela realmente tinha um lugar
especial, só tinha que encontra-lo.

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Meryn e Beth foram chamadas pelo tio de Beth e ancião do conselho,
Magnus Rioux, para a cidade-pilar vampira de Noctem Falls. Meryn em
uma cidade de vampiros, o que poderia dar errado? Aiden e Gavriel
estão prestes a descobrir.

Eva Mae Miller tem muitos anos de vida. Mas nunca, em todos seus
séculos, ela já teve que se voltar para os vampiros em busca de
santuário. Porém, quando famílias paranormais inteiras começam a
desaparecer no seu quieto subúrbio do Texas, Eva sabe que é hora de
colocar seu orgulho de lado e se juntar aos outros refugiados que se
dirigem para Noctem Falls em busca de proteção.

Adriel Aristaios não sabe o que pensar sobre a pequena humana a


qual seu comandante está acasalado. Bethy lhe assegura que Meryn
está sã, mas ele não tem tanta certeza. Magnus deve estar fora de si
para trazer uma humana grávida e a preciosa Bethy de volta para a
Cidade da Noite, bem quando as coisas estão prestes a ficarem feias.
Para complicar as coisas ele tem quase certeza que a atrevida shifter
loira que acabara de chegar é sua companheira. Como ele pode
cumprir com seu dever e proteger seu Príncipe, quando ele não tem só a
companheira de seu comandante e a pequena Bethy para proteger,
mas também a mulher que roubou seu coração?

Quando tensões raciais ameaçam transbordar e afundar a cidade no


caos, Adriel se encontra surpreendentemente confiando na louca da
pequena Meryn e em sua companheira para impedir que as coisas
fiquem violentas. Mas, quanto mais informações surgem, fica claro que
alguém está disposto a destruir sua cidade. A pergunta é: eles o
encontrarão a tempo?

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Prólogo

— Admita. Você gosta do fato de que eu não me curvo


automaticamente quando você fala. — A mulher loira estava
de pé com as mãos nos quadris e um sorriso de lado nos lábios.
Adriel estava dividido entre querer jogar as mãos para o alto
em exasperação e beijá-la até a submissão. Ele optou pela
última opção.
Quando o viu dar um passo à frente, ela riu e começou a
correr. Ela correu pelo corredor escuro até que ele não pudesse
mais vê-la.
— Espere por mim! — ele gritou. Ele não sabia o porquê,
mas era imperativo que ela o esperasse. Por que ele foi
subitamente tomado por uma sensação de pavor? — Apareça
agora! — Ele correu o mais rápido que pôde. Os fios dos cabelos
loiros branco dela pareciam brilhar à luz das tochas; eles se
afastavam cada vez mais.
Quando ele a perdeu completamente de vista, seu coração
se apertou.
— Por favor, amor! — ele implorou.

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Ele diminuiu a velocidade quando respingos de sangue
começaram a aparecer no chão de pedra. A trilha levava a uma
grande porta de madeira. Com uma mão trêmula, ele girou a
maçaneta e a porta se abriu.
Sua companheira pendia de um grande gancho no centro
da sala, os olhos mortos enquanto o sangue escorria pelo seu
corpo e caía no chão.
— Não! — Sua raiva o consumiu, enviando seu coração
para a escuridão. Justo quando sentiu sua alma se esvair, ele
acordou de supetão.
*****
Adriel sentou-se na cama e tentou se lembrar de como
respirar. Ele estava tendo o mesmo pesadelo há semanas. Ele
nunca era capaz de salvá-la e nunca via seu inimigo. Ele não
era bruxo; por que esses sonhos o atormentavam?
Ele saiu da cama e passou a mão sobre a cesta que
iluminava o quarto; imediatamente, o quarto foi banhado por
uma luz suave e quente.
— Estou velho demais para acreditar que a luz mantém o
mal afastado. — Ele balançou a cabeça com suas próprias
ações e começou a se vestir.
Mais do que nunca, ele sentiria falta de Leif Grassfield e
Travis Hickory. Na semana passada, os dois experientes
bruxos foram convocados de volta para Storm Keep e
substituídos pelos gêmeos Morninglory, Nigel e Neil. Ele nunca
se sentiu tão velho e cansado como quando estava perto desses
dois. Eles tinham acabado de completar cem anos e eram
praticamente bebês. Ele queria enviá-los de volta a Storm Keep

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para lhes dar uma chance de crescer, para mantê-los seguros
enquanto amadureciam e adquiriam experiência, mas eles
haviam implorado para ficar, afirmando que não havia nada
para a qual voltarem. Ele entregou os gêmeos aos seus
respectivos líderes de unidade. Nigel fora para Dimitri
Romanov, da Unidade Teta, e Neil fora para Godard Kipling, da
Unidade Kapa. Agora eram a dor de cabeça deles.
Talvez ele pudesse ligar para Leif mais tarde e perguntar
sobre os sonhos. Olhando no espelho, ele ajeitou a gravata,
apertando-a com força para caber confortavelmente no
colarinho engomado. Seu longo casaco azul marinho estava
impecável e passado à perfeição. Como o líder das unidades
aqui em Noctem Falls, ele sempre se certificava de estar
impecavelmente vestido para que nenhuma das Famílias
Nobres ou Fundadoras pudesse encontrar falhas em sua
aparência.
Pegando sua prancheta, ele saiu de seus aposentos e foi
para a cozinha onde seus homens se reuniam para comer. Este
era apenas mais um dia na Cidade da Noite. Para afastar sua
mente dos sonhos assustadores, ele começou sua rotina diária
com os homens e deixou que as tarefas repetitivas e mundanas
o acalmassem.

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Capítulo 1

Adriel passou um dedo pelo colarinho e estalou o pescoço.


Eles estavam esperando no portal fae há quase uma hora pelos
representantes de Lycaonia. Faziam quase dois meses desde
que seu príncipe tinha feito o convite, mas eles estavam
finalmente a caminho. Embora ele inicialmente tinha ficado
animado ao saber que a pequena Bethy estava voltando para
uma visita, ele estava menos do que feliz com a chegada de
seus acompanhantes. Ele não estava certo de que seria capaz
de ficar no mesmo aposento que Gavriel Ambrosios sem
desafiá-lo para um duelo. A Família Real Ambrosios tinha
morrido há muito tempo, não havia como aquele homem poder
reivindicar esse nome. Apesar das garantias do Príncipe
Magnus, ele nutria uma desconfiança profundamente
arraigada sobre o guerreiro.
Em seguida havia Aiden McKenzie. Ele nunca tinha tido
a oportunidade de conhecer seu comandante e estava ansioso
para encontrar o homem, mas sua companheira era outra
história. Ele tinha ouvido rumores de que a mulher era uma

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ameaça completa. Ela não só tinha insultado um membro da
Família Nobre Evreux na cara, como também parecia causar
caos e destruição onde quer que fosse. Fofocas na cidade
diziam que ela tinha sido diretamente responsável não só pela
destruição da Mansão do Conselho de cinco mil anos de idade
de Lycaonia, mas também tinha arruinado a praça da cidade.
Por que seu príncipe convidou tal encrenqueira à sua cidade
estava além de sua compreensão. Eles tinham o suficiente
procurando famílias desaparecidas para lidar com uma
humana desequilibrada.
Quando o portal à sua frente se iluminou, ele recuou.
— Mal posso esperar para ver Bethy. — Declan Lionhart
sorriu ao seu lado.
Adriel se endireitou.
— Todos nós sentimos sua falta. — Ele ouviu um bufo e
se virou para levantar uma sobrancelha para o mais antigo
amigo. — Sim?
Declan balançou a cabeça, a boca tremendo.
— Nada.
Atrás deles, Adriel ouviu mais risadas. Ele se virou e
descobriu que Grant Douglas, Etain Vi'Aerlin e Micah Sageson
estavam escondendo sorrisos atrás das mãos.
— O que? — ele demandou.
Micah revirou os olhos.
— Vamos, Adriel, todos sabemos que você sentiu mais a
falta dela do que qualquer um, exceto talvez pela família dela.
Admita, você tem um fraco pela coelhinha propensa a

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acidentes desde que ela pediu que você fosse seu namorado
quando ela tinha quatro anos.
Adriel pigarreou e voltou-se para o portal.
— Ela é uma pessoa carinhosa que leva a sério suas
responsabilidades. Eu respeito isso.
— E o fato de ela se tornar uma organizadora com seu
pequeno e bonitinho planejador, que é a própria versão dela da
sua prancheta não significa absolutamente nada, — brincou
Etain.
Adriel lutou com um sorriso.
— Lá vem eles. Fiquem atentos, — ele ordenou.
Um homem de cabelos escuros passou pelo portal
primeiro carregando uma mala preta. Ele esperou e estendeu
a mão. Segundos depois, Bethy apareceu e pareceu tropeçar
no nada. Instantaneamente, o homem de cabelos escuros a
ajudou a ficar de pé e se afastaram. Adriel virou-se para Declan
que parecia tão chocado quanto ele. O vampiro era enorme. Ele
nunca tinha visto outro da raça deles que era tão alto quanto
o homem diante deles.
A próxima pessoa que apareceu não poderia ser outra
senão seu comandante. Aiden McKenzie era facilmente tão alto
quanto o primeiro homem, mas tinha mais músculo. O portal
praticamente desapareceu quando ele ficou na frente deste.
Ele se virou, colocou a bolsa de lado e esperou.
E esperou.
E esperou.
Aiden virou-se para Bethy.
— Onde ela está?

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Bethy deu de ombros.
— Como eu saberia? Eu vim antes de você.
De repente, uma única mão saiu do portal, acenou e
depois desapareceu.
Aiden suspirou e Bethy riu.
Quando a mão apareceu novamente, Aiden a agarrou e
puxou a pessoa. Adriel piscou. Esta tinha que ser a
companheira de seu comandante. Deuses, como ela era
pequena! Ela tinha crescido completamente?
A pequena mulher franziu o cenho para o companheiro.
— Grosseiro!
Aiden revirou os olhos.
— O portal não é um brinquedo, Meryn.
Justo quando Adriel pensou que o portal iria fechar, um
homem alto e esbelto de ascendência japonesa entrou puxando
um grande baú quadrado e móvel atrás de si. Ele
imediatamente foi para o lado de Meryn.
— Eu disse que ele iria te puxar.
Meryn deu de ombros e olhou em volta.
— Então. Onde estamos?
Adriel deu um passo à frente.
— Bem-vinda ao portal fae de Noctem Falls. Este portal
está localizado a aproximadamente duzentos e quarenta
quilômetros a oeste de Albuquerque, na Área Nacional de
Conservação El Malpais. Daqui, os escoltaremos até o cânion
na Borda, que serve como a entrada principal da Cidade da
Noite .
— Adriel! — Bethy exclamou e correu para frente.

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A próxima coisa que ele percebeu foi que tinha os braços
cheios. Ele sorriu suavemente.
— Sentimos sua falta, Bethy.
O homem à sua frente rosnou baixo.
— E-liz-a-beth. — Ele falou o nome dela em sílabas
lentas.
Bethy se afastou e piscou um olho para ele antes de se
virar.
— Gavriel, meu amor, deixe-me apresentá-lo a um dos
meus amigos mais antigos e queridos, Adriel Aristaios, o líder
da Unidade Eta e o homem encarregado de administrar as
unidades aqui em Noctem Falls. Atrás dele está Declan
Lionhart, o segundo em comando, Grant Douglas, o terceiro
em comando, Etain Vi'Aerlin, o guerreiro fae da Eta e Micah
Sageson, o bruxo. — Os homens inclinaram a cabeça com as
apresentações.
Bethy se aproximou para ficar ao lado do companheiro.
Sorrindo para ele, ela continuou:
— Cavalheiros, este é meu companheiro e amor, Gavriel
Ambrosios. — Ela se virou. — Vocês podem ter percebido, mas
o grande guerreiro atrás de mim é seu Comandante da
Unidade, Aiden McKenzie, e a pequena mulher ao seu lado é
sua companheira e minha irmã adotiva, Meryn McKenzie. —
Os homens se curvaram para Meryn, que os observou com um
olhar desconfiado no rosto. — Por último, mas certamente não
menos importante, o escudeiro de Meryn, Sei Ryuu.
O escudeiro cruzou o braço sobre o peito e fez uma
reverência.

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— Cavalheiros, é uma honra conhecer os homens sobre
os quais Elizabeth nos falou tanto.
Meryn olhou para os homens.
— Então, se eu entendi o que Aiden me contou sobre
como as classificações em outras cidades funcionam
corretamente, Adriel é um vampiro, Declan é um shifter, Grant
é um shifter, é claro que Etain não poderia ser outra coisa
senão um fae, e Micah é um bruxo.
Adriel acenou com a cabeça.
— Está correto; em cada cidade pilar, a raça
predominante daquela cidade lidera as unidades, então a
estrutura se encaixa de acordo. Se aqui fosse Éire Danu, a
estrutura das unidades seria fae, shifter, vampiro, shifter,
bruxo.
Meryn deu de ombros.
— Acho que faz sentido. Esta é minha primeira vez em
outra cidade-pilar além de Lycaonia.
Adriel assentiu.
— Esperamos que goste de sua visita a Noctem Falls.
Meryn caminhou até a beira do cânion e olhou para baixo.
Aiden ficou ao seu lado em um piscar de olhos, afastando-a.
— Meryn!
Meryn deu um tapa em suas mãos.
— O Ryuu não me deixaria cair. Onde é a cidade?
Adriel estendeu a mão para Meryn. Meryn olhou para
Bethy, que lhe assentiu encorajadoramente. Com a hesitação
de um animal encurralado, Meryn avançou e pegou sua mão.
Ele a levou até a beira e apontou.

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— Está vendo aquele grande afloramento 1? — Meryn
assentiu. — Aquela é a Borda. Vamos levá-la para baixo
voando e Micah tirará o feitiço da entrada para você, já que
esta é sua primeira visita. Se este não for desfeito, você não
será capaz de ver a porta. É uma medida de segurança que
temos para manter os visitantes indesejados afastados.
Meryn se virou para olhá-lo.
— Você pode voar? — ela perguntou com admiração e a
maravilha de uma criança.
Ele assentiu.
— Sim, é claro, quase todos os vampiros podem voar. O
mesmo acontece com a maioria dos fae, e quase todos os
bruxos conseguem flutuar.
Atrás deles, Gavriel gemeu.
Meryn girou e apontou um dedo para ele.
— Você nunca me disse que podia voar!
Gavriel levantou as mãos em uma medida defensiva.
— Calma, Meryn, não há muitos lugares para voar em
Lycaonia, há tantas árvores...
— Nada de “calma, Meryn” pra cima de mim. — Ela
caminhou até o grande vampiro e colocou as mãos nos quadris.
— Você sabia que eu queria voar!
Gavriel empalideceu e olhou para Aiden, que deu de
ombros como se dissesse: “Você está por sua conta.”
Quando Gavriel abaixou as mãos, Declan e Micah deram
um passo à frente para defender a pequena mulher. Bethy
levantou uma mão e balançou a cabeça. Eles viram em choque

1
Um afloramento é a exposição de uma rocha na superfície da Terra.

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quando a pequena humana puxou o pé para trás e chutou o
enorme vampiro nas canelas.
— Meryn ! — Gavriel gritou.
Meryn cruzou os braços sobre o peito.
— Agora estamos quites.
Adriel não pôde conter a risada. Ele sentiu esta borbulhar
em suas estranhas e não conseguiu escondê-la. Ele agarrou o
estômago, tentando recuperar o fôlego. Ele queria ser aquele a
derrubar o falso Ambrosios de seu pedestal um pouco, mas a
pequena mulher o venceu.
— Adriel? — Ele ouviu Declan perguntar incrédulo. Ele
sabia que seus homens ficariam chocados; ele raramente cedia
a suas emoções.
Ele olhou para cima, rindo. Adriel continuava enxugando
os olhos, mas as lágrimas de risada continuavam caindo. Ele
tentou explicar porque estava rindo tanto, mas não conseguiu.
Ele apenas apontou para Meryn.
O riso contagioso de Adriel desencadeou os homens. Um
a um, eles também cederam à própria alegria.
— Eu pensei que ele iria estrangulá-la, parece que eu
estava preocupado com a pessoa errada, — Micah conseguiu
dizer entre gargalhadas.
Gavriel franziu a testa.
— Não sei como as coisas acontecem aqui em Noctem
Falls, mas em Lycaonia, não agredimos nossas mulheres. Eu
nunca bati, nem jamais bateria em uma mulher,
especialmente a companheira de meu comandante, que não
apenas é humana, mas também está grávida.

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A palavra “grávida” pareceu afastar os homens da
brincadeira. Não havia criatura em seu mundo que devia ser
mais protegida do que uma mulher grávida.
Adriel olhou novamente e, sem dúvida, a mulher tinha
uma barriga pequena, mas pronunciada e arredondada. De
repente, o foco dos homens se tornou o bem-estar dela.
— Lady Meryn, se você me permitir a honra de escoltar
uma flor bonita e delicada como você até a Borda, eu ficaria
eternamente grato, — Micah ofereceu de maneira grandiosa,
ajoelhando-se sobre um joelho.
Meryn sorriu timidamente. Ela olhou para Ryuu, que
assentiu.
— Eu estarei bem ao seu lado.
Adriel olhou para o escudeiro.
— Você também pode voar?
Sorrindo, o escudeiro pisou para fora da beira do
desfiladeiro com seu baú móvel e simplesmente pairou no ar.
— Mas é claro.
Micah arrebatou Meryn em seus braços.
— Venha comigo, princesa. Deixe-me mostrar-lhe o
mundo. — Ele pulou da beirada e Meryn gritou de emoção.
Declan virou-se para ele.
— Aquela frase não é de Aladdin?
Adriel lhe jogou um olhar agudo, recusando-se a
reconhecer que também havia reconhecido a fala de um filme
infantil. Ele se virou para Bethy, mas antes que pudesse fazer
a oferta, Gavriel inclinou a cabeça e, sorrindo, pegou Bethy nos
braços e passou por eles.

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Adriel lutou contra um rosnado.
— Etain, você é responsável pelo nosso comandante.
Quando ele e Declan pisaram para fora da beirada juntos,
ele ouviu Etain perguntar:
— Então, Comandante, quanto você pesa?
*****
Eles se reuniram novamente no portão da frente e Micah
recitou o feitiço que revelaria a enorme porta de pedra
entalhada.
— Essa parece a porta do Senhor dos Anéis! — Meryn
disse animadamente.
Micah piscou um olho, e a porta se abriu. Diante deles
estava o Salão Principal de Noctem Falls.
Adriel se inclinou.
— Bem-vinda em casa, Bethy.
Ela lhe sorriu e todos começaram a avançar.
— Obrigado por dar as boas-vindas à minha
companheira, — disse Gavriel, sorrindo forçadamente.
O sorriso de Adriel foi malicioso.
— É o mínimo que eu poderia fazer pela minha namorada
favorita.
A boca de Gavriel se fechou bruscamente antes que ele se
virasse para Bethy, que estava animadamente apontando as
coisas para Meryn. Ele o olhou bravo e correu para alcançar a
companheira.
— Ora, isso não foi legal, — Aiden repreendeu,
combinando seu passo para que caminhassem juntos.

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Adriel estava com medo de ter irritado seu comandante,
mas quando olhou para cima, viu que Aiden estava sorrindo.
Aiden olhou para baixo.
— Você parece surpreso.
— Eu pensei que você ficaria com raiva por minhas
palavras perturbarem o seu segundo em comando, — admitiu
Adriel.
Aiden deu de ombros.
— Ele precisa ser perturbado de vez em quando. Contanto
que tudo seja na brincadeira.
Desta vez, quando Aiden encontrou seu olhar, o aviso foi
claro. Ele poderia provocar seu segundo em comando, mas
qualquer ação que visasse prejudicar o vampiro seria tratada
de maneira rápida e dolorosa.
Adriel inclinou a cabeça.
— É tudo na brincadeira.
— Ótimo. Agora, quando podemos comer? — Aiden
perguntou, mudando de assunto.
— Senhor, você está com fome?
Aiden balançou a cabeça.
— Eu não. — Ele apontou para Meryn, que se virou como
se fosse combinado.
— Sinto cheiro de comida. Estou com fome.
— Então, é claro, vamos encontrar algum alimento para
você. — Adriel fez uma reverência.
Meryn jogou os dois braços no ar.
— Eba! Comida!

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— Denka, vão pensar que eu não te alimento. Nós
comemos há menos de uma hora, — disse o escudeiro,
sorrindo suavemente a sua incumbência.
Meryn parou de andar e encarou o grupo. Ela apontou
para o escudeiro.
— O Ryuu me alimenta.
O anúncio foi tão franco e inesperado que os homens
começaram a rir.
Micah passou um braço em volta dos ombros dela.
— Claro que alimenta, como ele poderia deixar uma flor
tão linda definhar sem comida? — Juntamente com Bethy, eles
guiaram Meryn em direção ao túnel de transporte.
— O seu bruxo. Eu tenho que matá-lo? — Aiden
perguntou, rosnando.
Adriel beliscou a ponta do nariz.
— Não, senhor. Ele é assim com todas as mulheres que
conhece.
— Todas as mulheres? — Aiden perguntou.
Declan assentiu.
— Sim, senhor. Jovem, velha, magra, curvilínea, shifter,
vampira, não importa. Ele as trata todas como deusas.
— Ele deve ser popular, — Gavriel disse, cerrando os
dentes.
Adriel suspirou.
— Ele é, mas nunca é inapropriado com a companheira
de ninguém, apesar do que os homens aqui na cidade possam
pensar. Micah é amado por todas as mulheres aqui, porque,

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em alguns tristes casos, suas palavras são as únicas de
bondade que estas ouvem.
Adriel viu como as expressões de Gavriel e Aiden
mudaram de suspeita para respeito.
Aiden deu de ombros.
— Eu não vejo mal nisso.
Adriel escondeu um sorriso. Como ele suspeitava de
correspondências anteriores, seu comandante era um molenga
quando se tratava de assuntos do coração.
Aiden era todo sorrisos até que viu Meryn cair e
desaparecer de vista no túnel de transporte.
— Eu o mato se ela se machucar!
Adriel pegou seu relógio de bolso. Onze e meia.
Maravilhoso. Seu dia estava apenas começando.
*****
— Oh! Eu quero experimentar alguns desses! — Meryn
disse, apontando animadamente para o vendedor de
espetinhos.
Adriel virou-se para Etain, que assentiu.
— Volto logo. — Etain correu até o vendedor.
Meryn franziu a testa.
— Eu poderia ter pedido para mim.
Bethy olhou para ele e Adriel assentiu. Ela suspirou e
virou-se para Meryn.
— Noctem Falls não recebe muitos visitantes humanos; é
melhor deixar os homens pedirem para você.
Meryn inclinou a cabeça.

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— Como eles se acostumarão a lidar com humanos, se as
poucas vezes que os humanos o visitam, um membro da
unidade interfere?
Adriel piscou. Ele nunca pensou nisso assim.
Meryn suspirou e seguiu Etain, Ryuu logo atrás dela.
Quando ela apareceu ao lado de Etain, o fae olhou de volta
para onde eles estavam, um olhar interrogativo no rosto. Adriel
assentiu. Etain se aproximou de Meryn de maneira protetora.
Adriel virou-se para Bethy.
— Ela é sempre assim?
Bethy sorriu.
— Se você quer dizer que ela consegue, de alguma
maneira, examinar o cerne das questões e lidar com as coisas
de maneira eficiente e justa, a resposta é sim. Ela pode não se
dar bem com estranhos, mas definitivamente age do jeito que
é.
— Que notável, — ele murmurou.
Na barraquinha de comida, o vampiro que estava
entregando os espetinhos estava sorrindo para Meryn e rindo.
Meryn mostrou a língua para o homem, fazendo-o gargalhar
com mais força. Um segundo espetinho se juntou ao primeiro
e o rosto de Meryn se iluminou. Ela deu uma mordida no
primeiro espeto e começou a pular em uma pequena dança
improvisada.
O próximo vendedor, que tinha visto toda a interação com
curiosidade, inclinou-se sobre o balcão e gritou para Meryn:

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— Se você gosta disso, você tem que experimentar
algumas das minhas tortas de carne. Por conta da casa e seja
bem-vida!
Ao lado dele, Declan exclamou:
— O quê?
Aiden virou-se para ele.
— Qual é o problema? Ela está segura?
Adriel balançou a cabeça e apenas encarou a cena.
— O velho Richter não dá nada. Ele geralmente cobra em
dobro das pessoas que não gosta, só porque pode. Se ele
pudesse se safar cobrando pelos guardanapos, ele cobraria; ele
é avarento a esse ponto. Ele deve ter gostado da sua
companheira.
Meryn foi direto ao vendedor de torta. Ela entregou ao
escudeiro dois espetos vazios e pulou de um pé para o outro
em antecipação a próxima guloseima.
Com um sorriso gentil, o vampiro mais velho entregou a
Meryn uma torta embrulhada em um guardanapo. Ela lhe
sorriu e deu uma mordida. Ela engoliu rapidamente e começou
a assoprar o lanche quente.
— Eu serei amaldiçoado. Como ela encantou aquele velho
bastardo? — Micah sussurrou.
— Ela é a Meryn, — Bethy disse, um olhar divertido no
rosto.
Adriel virou-se para Aiden.
— Você nunca teve chance, não é?
Aiden balançou a cabeça.

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— Não. Ela me fez eu me submeter aos tapas. Mas estou
feliz; nunca fui tão feliz.
Assustado, Declan virou-se para o comandante.
— Ela bateu em você, senhor?
Aiden sorriu largamente e esfregou o queixo. Ele olhou
para Declan e piscou um olho.
— E tacou fogo no meu carro. Mas vou lhe contar tudo
mais tarde, quando estivermos em um local menos público.
Declan assentiu, em seguida, virou-se e olhou para
Meryn, que estava balançando sua torta de carne, exclamando
que era a melhor torta de carne do mundo.
— Olhe para os rostos deles, — disse Micah, apontando
para a multidão. — Eles estão encantados com ela.
— Eles não vêem muitas mulheres grávidas hoje em dia.
Já faz algum tempo desde o nosso último nascimento aqui na
cidade. — Adriel suspirou.
— Assim que mostrarmos a Aiden e Meryn a cidade,
precisamos nos encontrar com meu tio, — disse Bethy antes
de passar o braço em volta do dele.
Adriel deu um tapinha na mão dela.
— Claro, querida.
— Ela vai ficar doente de tanto comer, — disse Aiden
quando Meryn foi convidada para outro carrinho de comida.
— Hoje é um dia de fome, Aiden. Deixe-a ter o máximo de
nutrição possível. Amanhã pode ser um dia de enjôo, — Beth
advertiu.
Aiden assentiu rapidamente.

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— Eu sei; eu só não sei onde ela coloca isso. Olha o
tamanho dela.
— Ela está comendo por dois, senhor, — acrescentou
Micah.
Aiden virou-se para Adriel.
— Mais tarde, quero falar com você sobre algo que
aconteceu no portal.
Adriel inclinou a cabeça.
— Claro, senhor.
Depois de mais vinte minutos saltando de vendedor em
vendedor, Meryn deu um tapinha na barriga. Ela acenou adeus
a todos e voltou para onde eles esperavam.
— A comida aqui é incrível! — Ela olhou para o escudeiro.
— Você pode aprender a fazer aquelas tortinhas de carne?
Ryuu assentiu.
— Claro, denka.
— Estou feliz por você ter encontrado algo que goste. —
Adriel acenou com a cabeça para a praça aberta, onde dezenas
de comerciantes estavam.
— Eu também! Então, esse é tipo, o local de compras? —
Meryn acenou em torno deles.
Micah se adiantou.
— Senhor, posso?
— Claro, Micah. — Adriel assentiu.
Micah fez uma reverência profunda e se levantou, um
sorriso encantador no rosto.
— Milady, depois de entrar na cidade a partir da Borda,
você entrou no Salão Principal. A partir daí, usamos o que

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chamamos de túnel de transporte para descer onde os Níveis
começam. Quando a cidade foi projetada, havia um pouco de
preconceito dos velhos tempos, então os níveis mais próximos
da superfície, ou, onde os humanos estavam, denotavam uma
queda de classe na estrutura social. Este é o Nível Seis, o
Mercado. Aqui, vendedores e comerciantes de todos os tipos
montam barracas diariamente para vender seus produtos. —
Micah apontou para as filas e filas de carrinhos.
Meryn sorriu.
— Parece um bazar do Oriente Médio.
Micah sorriu amplamente.
— Parece, não é? Agora, aqui é onde fica um pouco
complicado. À medida que você desce na cidade, maior a
posição social. Em cada nível, quanto mais perto estiver do
túnel de transporte, melhor sua posição. Os vampiros são
extremamente conscientes sobre classes.
Adriel pigarreou.
Micah revirou os olhos e continuou:
— Cada um dos níveis residenciais é governado por uma
única Família Fundadora e as duas Famílias Nobres que se
reportam a ela. Por exemplo, o Nível Cinco é governado pela
Família Fundadora DeLaFontaine; sua propriedade é a mais
próxima do túnel de transporte. Então, temos as Famílias
Nobres DuBois e LeBeau. DuBois supera LeBeau, então elas
estão localizadas nos aposentos após a residência
DeLaFontaine, tornando a LeBeau a família de mais elevada
classificação. Depois dos aposentos da LeBeau, está o povo

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simples, ou cidadãos. Está entendendo? — ele perguntou,
parando a explicação.
Meryn estava com os olhos fechados e traçava linhas no
ar com as mãos. Ela assentiu.
— Sim. Continue.
— Certo. O próximo nível é o Nível Quatro. A Família
Fundadora é a Géroux. As Famílias Nobres são a Fabre e a
Tremblay. Depois do Nível Quatro é onde vivemos nós, os
humildes guerreiros. Não é um nível numerado, pois não
recebemos tal distinção, mas para nossa sorte, estamos
localizados bem no meio da cidade, o que facilita bastante a
patrulha. Abaixo de nós está o Nível Três, a Família Fundadora
é a Régis; e as famílias Nobres são a Evreux e a Delacroix.
— Eca! — Os olhos de Meryn se abriram quando ela fez
uma careta.
— O que foi, querida? — Micah perguntou.
Bethy acenou com as mãos freneticamente.
— Explicamos mais tarde.
— Vocês duas me provocam sem piedade, e eu me vejo
amando seus modos tortuosos, — Micah suspirou.
— Vá logo com isso, — rosnou Declan.
Adriel viu Micah piscar um olho para Meryn antes de
continuar.
— Nível Dois, a Família Fundadora é a Belle Rose. As duas
Famílias Nobres são a Voclain e a Richelieu. E por último, mas
certamente não menos importante, está o cobiçado Nível Um.
É aí que as Famílias Reais, líderes das Famílias Fundadoras,
estabeleceram suas casas. No momento da criação da cidade,

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haviam quatro famílias reais. Depois de muita tragédia, agora
existem apenas duas. O Nível Um é dividido em quatro partes.
As Casas DuCoeur e DuSang estão extintas. Mas as Casas
Rioux e Ambrosios, como bem sabe, existem hoje. É para lá
que estamos indo, o Nível Um. O Príncipe Magnus está muito
ansioso para ver a sobrinha.
Os olhos de Meryn se estreitaram em pequenas fendas.
Ela se virou para Bethy.
— Príncipe?
Bethy fez uma careta.
— É um título persistente. Fora de Noctem Falls, ele é
mais reconhecido como o vampiro Ancião.
Meryn voltou sua atenção para Gavriel.
— Príncipe?
Gavriel deu de ombros.
— A Casa só ficou ativa novamente quando vim a tona
para ser um membro da Unidade Alfa. Desisti de tais títulos
há muito tempo. Deixo isso alegremente para Magnus.
Meryn inclinou a cabeça.
— Em que nível os membros do conselho estão?
Etain se adiantou.
— Os membros fae, bruxo e shifter do conselho mantêm
residência em uma propriedade de Noctem Falls, na cidade
humana de Albuquerque. Eles usam um portal para viajar até
aqui para reuniões do conselho.
— Gostaria de ver a propriedade mais tarde. — Meryn
sorriu para Aiden, que apenas assentiu.
— Boa ideia.

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Micah estendeu o braço e apontou para o túnel de
transporte.
— Agora, se não tiver nenhuma pergunta, eu vou
acompanhá-la com alegria até o Nível Um.
Meryn torceu o nariz.
— Como fazem cocô? Para onde ele vai? Se você tem mais
prestígio quando desce, não está cagando nas classes altas?
Micah congelou e depois piscou. Ninguém parecia
respirar.
Atrás deles, o vendedor de torta de carne começou a uivar
de tanto rir e bater no balcão.
— Ela pegou você com essa, hein, bonitão!
Adriel estremeceu. Talvez uma explicação pública não
tenha sido a melhor ideia. Ao lado dele, Bethy estava com o
rosto nas mãos.
— Eu... uh... Adriel? — Micah gaguejou.
— Volte aqui para visitar, menina; mostrarei como o povo
comum vive e como a cidade realmente funciona, — prometeu
o vendedor.
Meryn se virou e fez-lhe um sinal de positivo. O homem
mais velho apenas riu.
— Micah, vamos acompanhar nossos convidados até o
príncipe, — sugeriu Adriel.
Micah assentiu e balançou a cabeça. Ele sorriu e o flerte
estava de volta em ação.
— Venha, minha pomba, vou acompanhá-la para baixo.
Meryn andou com Micah e Ryuu de volta para o túnel de
transporte.

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Enquanto Adriel caminhava atrás deles, ele ouviu um
bufo. Ele se virou e encontrou Declan sorrindo como um idiota.
— O que?
— Estou aqui há mais de seiscentos anos e nunca pensei
em perguntar como a merda funciona. — Declan começou a rir
ruidosamente.
Adriel deu-lhe um olhar sem graça antes de se virar para
Etain.
— Vou escoltar nosso comandante, você lida com a hiena
risonha.
A boca de Etain se contraiu.
— Sim, senhor.
Adriel se aproximou do comandante. Aiden lançou-lhe
um olhar compreensivo.
— Eu tenho um igual a ele. Não posso matá-lo, já que é
meu melhor amigo.
— Então o que fez? — Adriel perguntou curiosamente.
Aiden deu um sorriso lento.
— Eu o deixei no comando.
Adriel assentiu.
— Não é uma má idéia. Talvez alguns dias no meu lugar
lhe faça apreciar o decoro.
Aiden olhou para o túnel de transporte.
— Ou os homens vão matá-lo.
Adriel suspirou e concordou.
— Ou os homens o matariam. Está pronto, senhor?
Aiden engoliu em seco.
— Não, mas vamos lá.

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*****
— Tio! Tio, cheguei em casa! — Bethy chamou, abrindo a
grande porta de madeira.
— Esta não é a casa dela. — Adriel ouviu Gavriel
murmurar baixinho.
Aiden deu um tapinha nas costas do segundo em
comando dele e eles entraram nos opulentos alojamentos da
Casa Rioux.
— Bethy! — Magnus Rioux veio correndo na direção deles,
com um enorme sorriso no rosto. Ele pegou a sobrinha no colo
e a girou enquanto ela ria.
— Deuses, garota! Eu senti saudades! — Ele encheu seu
rosto de beijos.
— E eu senti sua falta! — Bethy deitou a cabeça no ombro
do tio.
Adriel sorriu para o par. Ao crescer, Bethy passara mais
tempo com o tio do que com os pais. O homem a mimava
escandalosamente, mas não com coisas materiais. Ele a
mimara com atenção e amor incondicional.
Magnus a colocou no chão e beijou sua bochecha uma
última vez.
— Onde estão o papai e o papa? — ela perguntou, olhando
em volta.
— Não estávamos te esperando tão cedo. Acredito que
estão trabalhando em uma surpresa para você. Enviei minha
secretária, Cheryl, ao laboratório de Broderick para avisá-los
que você havia chegado. — Magnus beijou a têmpora de Bethy.
Gavriel pigarreou alto.

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Bethy sacudiu a cabeça.
— Sinto muito, meu amor. — Ela se aproximou e agarrou
Gavriel pelo braço antes de arrastá-lo até o tio. — Tiozinho,
este é o meu companheiro, Gavriel.
Magnus olhou para Gavriel e sorriu.
— Eu sei quem é o bastardo.
Gavriel revirou os olhos e estendeu o antebraço. Eles
apertaram os braços em uma saudação de guerreiro antes de
recuar.
— Ela passou pela cidade toda e não está sangrando. Eu
te saúdo, — Magnus disse sorrindo.
— Não foi fácil, — admitiu Gavriel.
Magnus balançou a cabeça.
— Nem me fale. — Ele se virou para Bethy. — Tarak e
Kuruk Géroux insistiram em ser seus guardas novamente.
Os olhos de Bethy se arregalaram.
— Eu pensei que você os tinha enviado para o Caribe para
se recuperarem depois da minha última visita.
Magnus assentiu.
— Eu enviei, mas quando souberam que você estava
retornando, eles voltaram para a cidade em tempo recorde.
Eles estão convencidos de que ninguém, exceto eles, podem
mantê-la segura.
— É verdade, — uma voz profunda retumbou da porta.
— Tarak! — Bethy gritou e correu em direção ao enorme
vampiro que lhe sorria.
Ela estava quase os alcançando quando prendeu a canela
na mesa de café e começou a cair. Antes que Gavriel pudesse

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reagir, os dois vampiros estavam com Bethy nos braços,
segurando-a acima do chão.
Ela lhes deu um sorriso bobo.
— Obrigada!
Kuruk balançou a cabeça e olhou para Gavriel.
— Ela sempre parece tropeçar ou cair exatamente nos
mesmos lugares da cidade. Se ficar por perto, podemos ensiná-
lo onde ficam.
Gavriel assentiu com um sorriso tenso.
— Talvez vocês possam soltá-la agora?
Meryn riu e cutucou Gavriel nas costelas.
— Seu olho está tremendo.
Tarak riu.
— Não há necessidade de se irritar, Vossa Alteza;
estivemos cuidando da Bethy desde antes dela andar. Kuruk e
eu trocávamos de turno com um curandeiro bruxo para mantê-
la segura.
Kuruk assentiu, com um olhar ausente no rosto.
— Lembra da vez em que ela quase sufocou no berço,
enrolando-se como um burrito?
Tarak estremeceu.
— Deuses, sim. Isso foi apenas o começo.
Os olhos de Gavriel se arregalaram de surpresa.
— Vocês estão com ela há tanto tempo assim?
Os dois assentiram.
Gavriel se aproximou e estendeu o braço para Tarak em
saudação. Ele saudou ambos.
— Obrigado. Obrigado por mantê-la viva.

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Os homens trocaram olhares e cada um bateu uma mão
no ombro de Gavriel.
— Nós conhecemos sua dor. — Os três pareceram
compartilhar um momento.
— Eu estou bem aqui! — Bethy exclamou.
— Ora, ora, anjo, você sabe que eles não estão
exagerando. — Magnus passou um braço em volta dos ombros
de Bethy.
— É embaraçoso, — ela admitiu.
— Eles te amam. Eles cuidam de você desde que era bebê.
Isso não é embaraçoso, — disse Meryn em voz baixa.
Bethy se afastou do tio e puxou Meryn para um abraço.
— Você nos tem agora.
Meryn assentiu e voltou a atenção para Magnus.
— Sim, a nanica humana está aqui.
Magnus estremeceu e depois se virou para Micah, que
assentiu. Micah começou a sussurrar um feitiço.
— Tarak, a porta.
Tarak se aproximou e fechou a porta enquanto Micah
terminava o feitiço de isolamento acústico.
Meryn cruzou os braços.
— Ok, conte. O que diabos está acontecendo?
A alegria da chegada de Bethy pareceu desaparecer de
Magnus. Ele olhou para o grupo antes de se virar para Aiden.
— Meu povo está desaparecendo.
Meryn sentou-se em um dos sofás.
— Bem, que caralho!
Adriel não poderia ter dito melhor.

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Capítulo 2

— Isso parece vagamente familiar, — Ryuu murmurou.


Aiden assentiu e então se virou para Magnus.
— O que você ouviu sobre o que aconteceu em Lycaonia?
Magnus lançou um olhar para Meryn, que ficou vesga
para ele. Ele sorriu.
— Ouvi dizer que você está acasalado com um desastre
ambulante que destruiu a praça da cidade e derrubou a
Mansão do Conselho.
Meryn ofegou.
— Isso não é justo mesmo! O Kendrick derrubou a
Mansão do Conselho; eu só revesti tudo com cola de farinha.
Magnus continuou:
— Também ouvi dizer que começaram a acolher
paranormais em Lycaonia, já que não era seguro para famílias
simples ficarem sozinhas, que estavam sendo caçadas e
mortas por uma nova facção de ferals.
Aiden assentiu.
— Você recebeu o relatório sobre os colares?

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Magus foi até um polido aparador de madeira e pegou
uma pasta. Ele começou a folhear as páginas.
— De acordo com o último relatório que recebi de seu pai
e René, os colares estão sendo criados usando as almas dos
shifters não nascidos para abrigar as habilidades de seus pais
shifters e também interromper o processo de decaimento, que
elimina o mau cheiro que temos usado ao longo dos séculos
para rastrear e encontrar ferals. Entre os caçados até a quase
extinção estão os shifters de camaleão, que dão a esses novos
ferals a capacidade de ficarem invisíveis.
— Que os Deuses nos ajudem! — Tarak sussurrou.
— Ceifadores, — Meryn corrigiu.
Magnus fez uma pausa.
— Perdão, querida, o que?
— Anne nos ajudou a nomear os super ferals. Estamos
chamando-os de ceifadores, como o Ceifador, porque eles
tomam almas, — explicou Meryn.
Magnus piscou e depois pegou uma caneta. Ele escreveu
a palavra no papel.
— Esse é um nome muito adequado.
Meryn deu de ombros.
— Nós gostamos.
Adriel sentiu como se seu sangue estivesse prestes a
ferver.
— E por que as unidades não foram informadas?
Magnus estremeceu.

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— Na época, acreditava-se que isso estava confinado a
Lycaonia. Eventos recentes provaram que essa suposição é
falsa. Estou contando com você para atualizar os homens.
Adriel cerrou os dentes para não ser desrespeitoso com
seu príncipe.
— Sim, senhor.
— Bem, isso é uma besteira do caralho! — Meryn
explodiu.
Todos os olhos se voltaram para a pequena humana.
Adriel queria jogar o punho no ar em apoio, mas sabia que isso
seria considerado inadequado.
— Calma, Meryn, — começou Aiden.
— Não. Nada de esconder as coisas de mim porque estou
grávida. Não posso impedir que vocês sejam estúpidos se não
me contarem as coisas. — Ela começou a afagar a jaqueta. —
Onde está o meu telefone?
Ryuu deu um passo à frente e entregou a ela o pequeno
celular.
— Aqui, denka.
— Obrigada, Ryuu. — Meryn olhou para baixo e franziu
a testa. — Sem serviço?
— Meryn... — Aiden se adiantou.
Meryn levantou uma mão, silenciando seu companheiro.
Ryuu apontou para a mesa de madeira no canto da sala.
— Denka, ali há uma linha fixa.
Meryn guardou o telefone e caminhou até o telefone preto.
Ela levantou o fone e estendeu a mão para discar.

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— Droga! — Ela teve que pegar o telefone e verificar os
números.
— Você não sabe o número? — Aiden perguntou.
Meryn deu a ele um olhar azedo.
— Não memorizo um número de telefone desde, tipo, mil
novecentos e noventa e oito. — Ela discou cuidadosamente o
número e levou o telefone ao ouvido.
Adriel assistiu todo o processo fascinado. Ele olhou e viu
que Magnus tinha um sorriso confiante no rosto. Ele sabia que
seu príncipe adorava o fato de que a humana pequena e
maluca estava contrariando todos os protocolos estabelecidos
desde a criação das cidades-pilares. Adriel sabia que Magnus
estava morrendo de vontade de fazer algo semelhante há
décadas.
Adriel adorava protocolo. Ele amava conjuntos
estabelecidos de regras; elas eram reconfortantes. Ele sempre
sabia qual era a coisa certa a fazer. Mas até mesmo ele tinha
que admitir que os processos que tinham agora estavam
quebrados e as pessoas estavam se machucando por causa
disso.
— Amelia. Ei. Não, eu estou bem. Escute, você pode
mandar uma mensagem para sua amiga em Éire Danu? Você
precisa contar a ela tudo o que descobrimos sobre os ferals e
garantir que ela conte às unidades. Não, eu não sei exatamente
o que disseram a eles. Aparentemente, o conselho tem enviado
fragmentos das coisas e não achou importante o suficiente
avisar os homens que guardam as cidades que poderiam estar
enfrentando um novo e modificado inimigo invisível. Eu sei,

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certo? Garanta que o seu irmão saiba também. Ok. Também
te amo! Tchau, tchau. — Meryn bateu o telefone no gancho.
Ela olhou para cima, sorrindo. — Eu senti muita falta de poder
fazer isso. — Ela voltou para Aiden. — Precisamos de uma nova
antena telefônica ou algo assim. Porque deixar as coisas para
o conselho não está funcionando.
Adriel tossiu na mão, ganhando sua atenção.
— O que exatamente você acabou de fazer?
Meryn deu a ele um sorriso malicioso.
— Minha irmãzona-prima tem conexões em Éire Danu e
Storm Keep. As unidades nas duas cidades estarão atualizadas
em uma hora.
Adriel olhou para Aiden que estava sorrindo. Aiden o
pegou olhando e deu de ombros.
— Meryn parece cair nessa estranha área cinzenta
quando se trata de autoridade. Ela é minha companheira,
então tem o respeito que minha posição exige, mas também
adquiriu seus próprios laços, colocando-a fora do alcance de
repreensão. Suas ações são sempre brutalmente diretas, mas
geralmente a maneira mais eficiente de fazer alguma coisa. Ela
também não deixa coisas bobas como etiqueta, protocolo,
costume ou classificação atrapalhá-la. O que ela fez em menos
de trinta segundos Magnus e eu levaríamos pelo menos de
duas a três semanas discutindo no nível do conselho.
— Extraordinário, — Magnus sussurrou.
Bethy sorriu.
— Nós também achamos que ela é extraodinária.

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Meryn se escondeu atrás de seu companheiro para se
afastar do centro das atenções.
— Estou com fome de novo e me prometeram que me
contariam como fazem cocô.
As sobrancelhas de Magnus subiram até a linha do
cabelo.
— O que?
Micah começou a rir.
— O que ela quer dizer é que está curiosa sobre a
infraestrutura da cidade, serviços públicos e saneamento.
Meryn espiou por trás de Aiden.
— Sim, isso que ele disse. Mas o mais importante é que
preciso da sua senha do Wi-Fi.
Magnus balançou a cabeça.
— Nós não temos Wi-Fi.
Meryn ofegou e quase caiu para trás. Ryuu ajudou a
mantê-la de pé.
— Como assim não tem Wi-Fi?! — ela exigiu.
— Meryn, esta é uma cidade de pedra, os sinais não
conseguem penetrar dez a doze metros de rocha sólida por
nível. Portanto, sem Wi-Fi e sem celulares, — explicou Magnus.
O lábio inferior de Meryn começou a tremer.
— Eu não posso fazer isso. — Ela se virou para Ryuu. —
Eu não posso fazer isso!
Ryuu parecia sem saber o que dizer. Ele se virou para
Aiden, que olhou para Gavriel, que se virou para Bethy.
Bethy franziu a testa enquanto pensava no problema.
— Tio, você tem internet, não é?

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Magnus assentiu rapidamente.
— Claro. Nós temos que usar conexões com fio, no
entanto.
Bethy pensou por um momento mais e se aproximou de
Meryn, envolvendo o braço em volta da pequena mulher.
— Tudo bem, vamos fazer o seguinte: meu tio entrará em
contato com um de nossos engenheiros da cidade para obter
um mapa que mostra onde todas as portas de Ethernet estão.
Dessa forma, você saberá onde tem internet não importa onde
vá. Que tal?
Meryn fungou.
— Acho que tudo bem. Mas é como se eu estivesse
isolada; não posso ver ou ouvir nada.
Bethy esfregou as costas dela.
— Eu sei, querida; encontraremos alguns cabos longos
para você e, depois de um tempo, você nem perceberá a
diferença.
— Estou sendo confinada! Amarrada! Acorrentada! —
Meryn gritou dramaticamente. Então parou e respirou fundo.
— E estou morrendo de fome!
Adriel olhou para Declan para ver o guerreiro se voltando
para ele. Adriel deu de ombros. Ele também não tinha ideia do
que achar da humana louca.
Ryuu fez uma reverência para Magnus.
— Senhor, se me permitir fazer uso da sua cozinha, eu
poderia preparar para denka seu lanche da tarde.
— Ela não comeu, tipo, seis lanches no mercado? — Etain
perguntou maravilhado.

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— Não me julgue! Meryn 2.0 gosta de comer. — Meryn
esfregou a barriga.
Etain assentiu.
— Claro, eu não quis ofender.
— Não precisa, Sei Ryuu. Trouxe chá e pequenos petiscos
para o caso de alguém estar com fome por viajar pelos portais,
— anunciou uma leve voz masculina.
— Sebastian! — Bethy correu para o bonito homem e
passou os braços em volta da sua cintura.
Magnus riu.
— Cavalheiros, Meryn, apresento meu escudeiro,
Sebastian Hearthstone. Sem ele, eu morreria de fome.
Sebastian ignorou o comentário lisonjeiro de Magnus e
empurrou o carrinho de servir para dentro da sala.
— Vejo que você ainda não pediu que nossos convidados
se sentassem. Sério, Magnus, eu não te ensinei nada?
Magnus revirou os olhos e gesticulou para que se
sentassem entre os muitos sofás da sala.
Bethy riu.
— Eu disse que o Sebastian o mantém humilde.
Aiden olhou para Magnus.
— Eu sei exatamente como se sente. — Ele indicou Ryuu,
que também o ignorou.
Ryuu fez uma reverência para Sebastian, que retornou o
gesto.
— Eu trouxe um bule de água quente, caso tenha um chá
específico que sua incumbência goste.

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Ryuu assentiu e foi até o grande baú móvel. Ele o abriu e
tirou uma pequena caixa. Ele o levou para o carrinho que
Sebastian havia levado para a sala. E começou a fazer um bule
de chá para Meryn.
Sebastian observou atentamente.
— Eu pergunto, isso é camomila abençoada?
Ryuu assentiu e deixou o chá em infusão.
— Foi um presente de um amigo. Minha denka está
grávida, então tento garantir que ela se mantenha calma; esse
chá ajuda.
— Compreensível. — Sebastian virou-se para Aiden. —
Mil bênçãos para o seu filho, que ele conheça apenas a
felicidade em todos seus dias.
Aiden sorriu.
— Obrigado.
O sorriso de Sebastian aumentou quando caminhou até
Meryn.
— Esta delicada criatura é sua incumbência?
Ryuu sorriu orgulhosamente.
— Sim, ela não é adorável?
Meryn corou furiosamente e se escondeu atrás de Ryuu.
Sebastian riu.
— Lembro-me de quando nossa Bethy costumava fazer
isso. Ahhh, ter um jovem em casa novamente. — Ele olhou
fixamente para Magnus, que levantou os braços no ar.
— Não é como se eu não estivesse procurando uma
companheira, sabe, — respondeu Magnus.
Sebastian suspirou.

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— Eu sei.
Meryn se adiantou para ficar ao lado de Ryuu.
— Podemos vir visitar depois que o bebê nascer; quero
dizer, vocês são da família, — ela ofereceu timidamente.
Sebastian se iluminou.
— Está certo! Bethy te adotou. Temos mesmo uma
criança em casa novamente.
Meryn franziu a testa.
— Mas eu não tive o bebê ainda.
Ryuu sorriu e se inclinou.
— Ele quis dizer você. Pelos padrões paranormais, você
ainda é muito jovem.
— Oh. Ok. — Meryn brincou distraidamente com os
guardanapos no carrinho.
Ryuu a conduziu até Aiden, que a puxou para seu colo.
Ela bocejou e se aconchegou no peito dele.
Por um breve instante, Adriel lembrou como foi segurar a
mulher esquiva de seus sonhos. Ele balançou a cabeça,
tentando afastar a imagem da mente.
— Adriel, o que houve? — Bethy perguntou, parecendo
preocupada.
— Nada, coração. Eu tenho tido sonhos estranhos
ultimamente, só isso. — Ele lhe deu um sorriso tranquilizador.
Bethy jogou-lhe um olhar estranho.
— Eles não seriam sobre uma possível companheira,
seriam?
Adriel a encarou.

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— Como sabia? Eu não contei a ninguém sobre esses
sonhos.
Bethy virou-se para Aiden.
— É possível?
Aiden ficou em silêncio por um momento e depois
assentiu.
— Acho que sim. Do jeito que o feitiço foi redigido, não
acho que tenha sido limitado a uma determinada cidade,
apenas a guerreiros da unidade.
— Que feitiço? — Adriel exigiu.
— Vocês precisam seriamente trabalhar em suas
habilidades de comunicação, — Meryn murmurou.
Declan sentou-se reclinado à frente, assim como Micah e
Etain.
— Que feitiço? — eles perguntaram em uníssono.
Aiden exalou e levantou a mão para esfregar a nuca.
— No ano passado, devido a razões pelas quais não posso
falar no momento, as matriarcas de Lycaonia ficaram
preocupadas com o fato de nós, como guerreiros, não estarmos
tendo oportunidades suficientes para encontrar nossas
companheiras. Então elas convenceram o bruxo Ancião de
Lycaonia, Rowan Airgead, a lançar um feitiço para atrair
nossas companheiras para nós. Até agora, todos os cinco
guerreiros da Unidade Alfa se acasalaram, com exceção de
Keelan, que está... indisponível.
Adriel sentiu uma pontada de tristeza com a menção do
jovem bruxo.

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— Lamentamos suas perdas. Ouvimos dizer que o jovem
Keelan deu sua vida para salvar sua unidade, e Rowan morreu
tentando salvar a cidade.
Meryn se virou para franzir o cenho para Adriel.
— O Keelan não está morto; só não está em seu corpo
agora, — ela refutou.
— Perdão, o que? — Magnus perguntou, um olhar
confuso no rosto.
Bethy sacudiu a cabeça.
— Não importa, tio.
Adriel sentiu a cabeça girar.
— Desculpe-me por ser franco, mas, o que?
Bethy bateu palmas e seus olhos se encheram de
lágrimas.
— Você finalmente vai ter uma companheira! Oh! Estou
tão feliz por você! — Ela puxou um lenço da manga e cobriu o
rosto.
Gavriel olhou para a companheira em choque.
— Beth, meu amor. Qual o problema? — Ele passou o
braço em volta dela e a puxou para perto de seu corpo.
Bethy apenas balançou a cabeça.
— Estou tão feliz. Ele está sozinho há tanto tempo.
Magnus, Tarak, Kuruk, Sebastian e todos os homens da
Unidade Eta ficaram olhando-a, e Adriel sabia o porquê. Bethy
nunca chorava. Nunca.
Adriel se levantou e foi até Sebastian.
— Ligue para o curandeiro, algo está errado.
Magnus empalideceu ainda mais.

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— Eu o quero aqui imediatamente!
Sebastian fez uma pausa enquanto pegava o telefone.
— Um momento. — Ele correu pelo corredor e sumiu de
vista.
Meryn olhou em volta com um olhar assustado no rosto.
— O que? Qual o problema?
Aiden parecia igualmente preocupado.
Gavriel gentilmente esfregou as costas de Bethy tentando
conter suas lágrimas. Ele olhou para cima.
— O que vocês sabem que eu não sei?
— A Bethy não chora, — sussurrou Tarak.
Kuruk assentiu.
— Eu a vi quebrar as duas pernas, o braço pegar fogo e
ser empalada em uma barra de aço. Ela nem sequer
lacrimejou. — Ele ofegou. — Ela deve estar morrendo.
— O que?! — Meryn e Gavriel exclamaram ao mesmo
tempo.
Meryn explodiu em histeria, gemendo que não queria
perder a irmã, o que fez Bethy soluçar ainda mais.
— Oh, pelo amor de Deus! Ela não está morrendo! —
Sebastian disse, voltando para a sala. — Bethy, meu amor,
abra sua mão.
Bethy tentou recuperar o fôlego enquanto mantinha a
mão aberta. Sebastian deixou cair na mão dela uma pedra de
tamanho médio, que imediatamente começou a brilhar o
suficiente para quase cegar todos na sala. Sebastian
gentilmente a tirou da palma da mão dela.

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— Ela não está morrendo; está grávida, — disse ele,
ofegando.
Adriel piscou. O som de dois baques altos atrás dele o fez
se virar na cadeira. Tarak e Kuruk estavam ambos desmaiados
no chão.
A porta estava aberta e dois homens entraram parecendo
confusos.
— Quem está grávida?
*****
Adriel observou Broderick Monroe e Caspian Rioux
processarem a cena diante de si.
Cáspian ofegou. Ele olhou de Sebastian para Bethy e de
volta para Sebastian.
— Bethy! Nossa Bethy está grávida! — Ele gritou alto o
suficiente para romper os tímpanos e depois se lançou contra
a filha. — Oh, meu amor, estou tão feliz por você! — Caspian
caiu ao lado de Gavriel e passou os braços em torno dele e de
Bethy e os balançou de um lado para o outro.
Broderick mergulhou no espaço vazio ao lado da filha e
passou os braços em volta deles pelo outro lado.
— Querida, isso é verdade?
Bethy apenas fungava no momento e estava sorrindo
largamente.
— Se o Sebastian diz que estou grávida, você sabe que é
verdade. — Ela se virou para Gavriel. — Então?
Gavriel estava branco como um lençol e estava
distraidamente sendo balançado de um lado ao outro pelos
dois sogros.

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Bethy olhou mais de perto.
— Gavriel? — Ela o agarrou pelos ombros e o sacudiu.
Ele piscou, então seus olhos pareceram se focar.
— Um bebê.
Ela assentiu.
— Sim, o que você acha?
Ele piscou novamente.
— Um bebê.
— Um jackalope2 com presas! — Meryn exclamou, rindo.
— Meryn! — Rindo, Aiden colocou uma mão sobre a boca
dela.
— Ohh! Ohh! — Caspian acenou com a mão na frente do
rosto. — Eu não vou chorar!
— Tarde demais, papa, — Bethy riu, limpando as
bochechas dele.
Gavriel virou Bethy para encará-lo e engoliu em seco.
— Você está bem? Com fome? O portal te machucou?
Você deveria estar descansando? — Ele olhou para Aiden. — O
que eu faço?
Aiden apontou para Meryn.
— Não é como se eu tivesse um caso normal de modelo.
Meryn lhe deu uma cotovelada no estômago.
— Apenas ame-a como sempre amou e dê-lhe muito
chocolate.
Aiden assentiu, esfregando a barriga.

2
O Jackalope ou lebrílope, no folclore, diz-se ser um cruzamento entre uma jackrabbit
(lebre) e um antílope, que viveria na Califórnia e é normalmente retratado como um
coelho com galhadas.

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— Chocolate cura todos os males.
Gavriel assentiu rapidamente, seus olhos sem foco.
— Certo. Chocolate. Eu posso fazer isso.
Bethy analisou o companheiro atordoado e suspirou.
— Oh céus.
O som de gemidos baixos fez com que todos se voltassem
para onde Tarak e Kuruk estavam de pé novamente e
parecendo tão chocados quanto o futuro pai.
Adriel não sabia quem parecia mais aterrorizado com a
perspectiva de Bethy grávida, os irmãos Géroux ou Gavriel.
— Nosso presente terminou bem a tempo! É quase como
se fosse o destino. — Caspian sorriu largamente.
Broderick enfiou a mão em uma bolsa de cetim e entregou
a Bethy uma pequena caixa retangular.
Ela pegou a caixa, o rosto iluminado com emoção. Ela
levantou a tampa e inalou.
— Oh, papai! Papa!
Meryn tentou se inclinar o mais para frente possível no
colo de Aiden.
— O quê? O que é isso?
Bethy imediatamente pegou seu presente e entregou ao
pai.
— Papai? — Ela estendeu o pulso.
Com os dedos trêmulos, Broderick abriu o fecho de um
intrincado bracelete de prata. Ele fungou.
— Eu não sou bom nessas coisas. — Ele fechou o fecho e
levantou a mão dela para beijá-la. — Seu papa e eu
imaginamos que, entre duas cidades, você precisaria de mais

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pedras. Dessa forma, estará segura nas duas cidades. Por ter
um colar e um bracelete, liberará as nossas pedras para
Lycaonia.
— Eu amei! — Bethy tocou cada pingente sorrindo. —
Deixe-me adivinhar. O coelho é papai, o livro é papa, a pena é
Tarak, a lança é Kuruk, a varinha é Tarragon, a espada é Adriel
e a coroa é o tio.
Broderick assentiu e se levantou. Ele distribuiu pequenas
pedras para Tarak e Kuruk. Quando parou na frente de Adriel,
passou a pedra para ele.
— Obrigado, — ele sussurrou.
— Como se eu fosse dizer não, — Adriel repreendeu. Ele
enfiou a pedra no bolso. Mais tarde, ele determinaria a melhor
maneira de carregá-la.
Gavriel roçou o pescoço de Bethy com o nariz.
— Quem é Tarragon?
Ela virou-se para encara-lo.
— O nome completo dele é Artemisia Dracunculus.
Quando descobri que seus pais haviam lhe dado o nome
científico de Tarragon3, foi assim que comecei a chamá-lo. Eu
era jovem e era muito mais fácil de dizer. Infelizmente para ele,
o nome pegou. Quando criança, sempre tive um curandeiro
bruxo e um vampiro comigo. Tarak e Kuruk se revezavam na
minha guarda, mas Tarragon sempre era meu curandeiro.
Broderick sorriu.

3 Tarragon (em português, Estragão), é uma planta medicinal que também é usada como
tempero na culinária francesa.

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— Tarragon se juntará a nós em breve. Ele está em Storm
Keep. Ele queria estudar mais alguns feitiços de cura óssea
antes de voltar para casa.
Kuruk riu.
— Não deixe que ele ouça que Bethy está grávida, talvez
nunca mais o vejamos. Ele se trancará para aprender feitiços
sobre cura de bebês e para ajudar no parto.
Meryn inclinou a cabeça e olhou para sua irmã adotiva.
— Você está grávida.
Bethy enxugou os olhos sorrindo.
— Sim, querida, eu sei.
Meryn torceu o rosto. Adriel estava aprendendo
rapidamente as muitas expressões faciais da humana; este era
seu rosto pensante.
— Mas você não é um shifter? Pensei que shifters só
pudessem conceber durante o solstício de verão? — Meryn
perguntou, olhando ao redor da sala para obter confirmação.
Adriel respirou bruscamente e virou-se para Bethy. Ela
colocou a mão trêmula no estômago antes de se inclinar contra
o companheiro.
— Como? — ela sussurrou.
Magnus esfregou o queixo.
— Não quero bisbilhotar, mas quantas vezes você se
alimenta de Bethy?
Adriel observou os olhos de Gavriel mudarem de cinza
para vermelho.
— Isso não é da sua conta.
Magnus suspirou.

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— Estou tentando ser delicado.
Gavriel rosnou.
— Isso é particular.
Magnus ignorou a agressão de Gavriel e continuou:
— Vou tomar isso como uma alta frequência. O que estou
tentando dizer é que isso já aconteceu antes. É extremamente
raro, mas na história escrita dos vampiros, o Livro da Vida,
houve exemplos registrados de mulheres concebendo fora de
época. Em todos os casos, o homem é um vampiro antigo e a
mulher outro tipo de paranormal. Foi-se teorizado que o ato de
múltiplas alimentações — ele limpou a garganta, corando —
durante a intimidade, transmite algo do vampiro para
estimular sua companheira a ovular. Isso não acontece há
quase cinco mil anos mas, pensando bem, a maior parte da
nossa geração mais antiga foi perdida na Grande Guerra. Não
há muitos com idade suficiente para fazer mais isso.
Bethy olhou ao redor da sala, com o rosto assombrado.
— E se algo estiver errado com o meu bebê?
Magnus levantou-se em um instante e ajoelhou-se na
frente da sobrinha.
— Não há nada de errado com seu bebê. Ele ou ela serão
perfeitos como você. Você terá todos os recursos e curandeiros
à sua disposição, eu mesmo cuidarei disso, — ele prometeu.
Ele levantou as mãos dela e as beijou.
— Além disso, você tem o Kendrick, a Rheia, a Anne, a
Amelia, eu e... — Meryn divagou até Aiden mais uma vez cobrir
a boca dela com a mão.
Bethy respirou fundo.

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— Claro, você está certa. Estou sendo boba.
Meryn balançou a cabeça, movendo a mão de Aiden.
— O pequeno Jack vai ficar bem. — Meryn arrulhou
perversamente.
Os olhos de Bethy se estreitaram.
— Pare de chamar meu bebê de jackalope, Meryn!
— Eu vou amar o pequeno Tambor 4, independentemente,
— Meryn disse solenemente.
Bethy rosnou.
— Tambor?
Meryn começou a rir. Aiden bateu levemente no nariz
dela.
— Tudo bem! Eu vou ser boa. Prometo.
Sebastian entregou a Bethy uma xícara e pires.
— Aqui, amor, Ryuu disse que isso ajudaria a acalmá-la.
Dois bebês na família, fomos abençoados pelos Deuses! —
Adriel observou com espanto enquanto o homem praticamente
dançava de volta para a cozinha.
Magnus se levantou e voltou a sentar na cadeira. Ele
olhou de Meryn para Bethy e hesitou.
— Talvez vocês, senhoras, devam deitar-se enquanto eu
examino algumas coisas com seus companheiros, — ele
sugeriu.
Bethy levantou uma sobrancelha e Meryn bufou. Adriel
virou o rosto para esconder o sorriso. Ele tinha acabado de

4 Acreditamos ser uma referência ao coelho Tambor (Thumper em inglês) do filme


Bambi, assim chamado por ter o costume de bater com o pé esquerdo traseiro no chão
repetidas vezes.

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conhecer Meryn, mas tinha a sensação de que ela era
igualzinha Bethy. Elas não deixariam Magnus excluí-las tão
facilmente.
Meryn virou-se no colo de Aiden para olhar para Magnus.
— Pensei que você tivesse chamado Beth e eu aqui
especificamente; por que nos mandar embora?
Magnus as olhou com uma expressão de dor no rosto e
fez uma careta.
— Na verdade, eu precisava de Aiden e Gavriel aqui, mas
não queria alertar as Famílias Fundadoras chamando o
Comandante da Unidade e seu segundo em comando. — Ele
se virou para Bethy. — Não que eu não estivesse desesperado
para vê-la novamente, coração.
Bethy bateu o dedo na lateral da xícara de chá.
— Você pode muito bem começar. Nós não vamos sair.
Além disso, Gavriel e Aiden provavelmente nos diriam mais
tarde de qualquer forma. O que você tem a dizer não pode ser
pior do que o que passamos nos últimos meses.
Magnus assentiu mais para si mesmo do que para
qualquer um na sala. Ele parou então e olhou para Aiden.
— Todos no nível do conselho acreditavam que o que
estava acontecendo em Lycaonia era um ataque local.
Assumimos que, como os ferals estavam perseguindo shifters,
as outras cidades estariam a salvo. Estávamos errados.
— Tio, o que aconteceu?
Magnus recostou-se na cadeira. Para Adriel, parecia que
todos os anos de Magnus pesaram sobre ele de uma vez. Ele
parecia cansado.

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— Famílias inteiras estão desaparecendo. Não apenas no
Novo México, mas para o leste, no Texas, e ao norte, no
Colorado. Os relatórios chegaram esparsos primeiro, já que
famílias inteiras estavam desaparecendo, não havia ninguém
por perto para reportar isso. Mas no último mês, comecei a
receber de quatro a cinco relatórios por dia das unidades locais
da Vanguarda. Você deve ter em mente que cada relatório
continha de quatro a dez pessoas por família.
Aiden rosnou baixo.
— Por que você não reportou isso imediatamente? — ele
demandou. Aiden se levantou e colocou Meryn em sua cadeira.
Ele começou a andar de um lado para o outro. — Cada atraso
deve ter custado dezenas de vidas!
Magnus ficou de pé, seus olhos mudando para a cor
vermelha.
— Você acha que não sei disso? Que eu não deito na cama
todas as noites e recito os nomes das famílias, das crianças
que desapareceram naquele dia? Minhas mãos estão atadas!
Eu tive que enviar uma mensagem enigmática para minha
própria sobrinha só para te trazer aqui! As Famílias
Fundadoras e Nobres teriam protestado contra interferências
externas! — ele rugiu.
Adriel se levantou e foi para o lado de seu príncipe,
enquanto Gavriel ficava ao lado de Aiden.
— Nós não somos inimigos aqui, — ele lembrou aos dois.
Os dois poderosos homens se levantaram, olhos fixos se
encarando. Adriel virou-se para Gavriel, que sacudiu
rapidamente a cabeça, aconselhando-o a não interferir. Adriel

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estava prestes a se colocar fisicamente entre os dois quando o
rosto de seu príncipe mudou de raiva para dor perplexa. Adriel
olhou para baixo a tempo de ver Meryn se virar e chutar seu
próprio companheiro nas canelas.
Os dois homens a olharam com espanto. Uma mulher
humana com nem metade do seu tamanho conseguiu colocar
os dois em seu lugar.
Adriel balançou a cabeça.
— Meryn, você é uma maravilha.
Meryn se colocou entre Aiden e Magnus e os separou com
seus pequenos braços. Eles se deixaram mover e cada um deu
um passo para trás.
Meryn olhou brava para os dois.
— E que porra vocês acham que vão conseguir rosnando
um para o outro? De todos nesta sala, os dois precisam
trabalhar juntos. A vida das pessoas está em jogo; vocês não
tem o luxo de puxar os paus pra fora pra ver de quem é o maior.
Adriel sentiu o queixo cair. Em todos os seus longos
séculos, ele nunca tinha ouvido alguém falar com seu príncipe
dessa maneira.
Meryn cruzou os braços sobre o peito.
— Além disso, estão perturbando a Beth. Só por isso eu
poderia eviscerar os dois, entenderam? — ela ameaçou.
Os dois homens se viraram para ver que Bethy estava
pálida e tremendo. Magnus ficou instantaneamente
arrependido.
— Bethy, minha querida, eu sinto muito. — Ele se virou
para Aiden. — Como pode ver, eu não estou no meu melhor.

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Esta situação minou a minha paciência e energia. Peço
desculpas. — Ele sentou-se novamente, exalando alto. Assim
que seu príncipe se sentou, o próprio Adriel sentou-se
novamente. Atrás dele, ele quase podia sentir a energia nervosa
exalando de sua unidade. Eles estavam presos no meio entre
a lealdade ao seu príncipe e seu Comandante da Unidade.
Bethy sorriu fracamente.
— Eviscerar, hein?
Meryn lhe mostrou a língua.
Aiden virou-se para Meryn e Adriel instintivamente se
inclinou para frente para ficar entre seu comandante e a
pequena humana.
Aiden estremeceu.
— Essa é a segunda vez que você ou seus homens tentam
proteger Meryn de mim. Tenho a reputação de ser um
espancador de companheira e não sei disso? Sou um guerreiro
de unidade pelo amor dos Deuses; eu protejo as pessoas. —
Aiden pegou a companheira nos braços e sentou-se novamente
com ela no colo. Gavriel sentou-se ao lado da companheira,
puxando-a para perto.
Adriel fez uma meia reverência para o comandante. Ele
lançou um olhar para Magnus, que assentiu com permissão.
Ele considerou Aiden por um momento e escolheu
deliberadamente suas palavras para explicar:
— Senhor, não é você. Ao contrário de Lycaonia, Noctem
Falls não é diversa. A cidade é composta principalmente por
vampiros. Muitos desses vampiros têm uma maneira arraigada
de pensar, incluindo o que é ou não um comportamento

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aceitável em suas próprias casas. Ao visitar os diferentes
níveis, você verá uma cultura enriquecida que cultivou os
melhores aspectos dos séculos anteriores e imita o decoro
social e a graça da Era Vitoriana. Apesar da atenção aguda aos
detalhes dada à etiqueta ao adotar essa época específica, as
pessoas também aceitaram, inconscientemente, a miríade de
injustiças sociais subjacentes que prevaleciam durante esse
período.
— Que porra? — Meryn perguntou.
Aiden lançou-lhe um olhar sombrio.
— Qualquer abuso das pessoas daqui deveria ter sido
relatado a mim.
Magnus se inclinou para frente, colocando as mãos nos
joelhos.
— Algumas maçãs podres podem estragar as outras. O
conselho daqui está ciente do comportamento de certos
membros de famílias de alto escalão, mas, a menos que alguém
apresente uma queixa formal, não há nada que possamos
fazer. — Ele olhou para Bethy. — É por isso que eu apoiei a
saída de Bethy da cidade. Quanto mais alto na cidade se vai,
mais as pessoas aceitam a cultura moderna. Eu queria que
Bethy fosse capaz de aprender e experimentar tudo o que o
mundo humano tem a oferecer. Por mais que eu gostaria de
fazer mudanças, sou apenas um homem, representando a
última das Famílias Reais. Estou em menor número a cada
passo.
Meryn olhou para Gavriel.

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— Você sempre disse que a Casa Ambrosios era uma
Família Fundadora, mas o Magnus aqui está dizendo que você
é da realeza, o que se passa?
Gavriel estremeceu.
— Originalmente, haviam oito Famílias Fundadoras e oito
Famílias Nobres. Após a Grande Guerra, a Casa Ambrosios, a
Casa Rioux, a Casa DuSang e a Casa DuCoeur foram elevadas
às Casas Reais pelos quatro conselhos por suas contribuições
à paz após a guerra. Essas quatro Casas não permitiram que
o ranque as influenciasse na hora de ajudar e distribuir
suprimentos para áreas devastadas pela guerra. Elas tinham
a confiança e o amor do povo. Então, tecnicamente, a Casa
Ambrosios e a Casa Rioux são Famílias Fundadoras.
Magnus lançou um olhar malicioso para Gavriel.
— Se outro membro da realeza retornasse, provasse sua
linhagem e assumisse o manto da Casa Ambrosios de verdade,
em vez de apenas no nome, nossas Casas unidas poderiam
influenciar muitos dos que estão em cima do muro.
Gavriel suspirou e balançou a cabeça.
— Você sabe porque não posso. Não quero a
responsabilidade que minha posição exigiria. Estou dedicado
a servir na Unidade Alfa. Minha casa — ele olhou para a
companheira — Nossa casa é em Lycaonia.
Adriel olhou atentamente para o grande vampiro. Ele
nunca recebeu uma explicação ou prova de seu príncipe sobre
o porquê de Gavriel ser quem alegava ser e porque tinha
permissão para reivindicar o nome Ambrosios.
— Você não pode provar que é da realeza, pode?

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Gavriel simplesmente deu de ombros.
— Esse é um ponto discutível.
Magnus virou-se para Aiden.
— Nesse caso, precisarei do seu apoio e do apoio das
unidades. O conselho aqui apoia minha liderança, mas
algumas das Famílias Fundadoras, e através delas as Nobres,
não apoiam. Eu gostaria de declarar estado de emergência e
chamar meus filhos para casa. Eu também gostaria de abrir a
cidade para qualquer paranormal na área que precise de
refúgio.
Aiden franziu a testa.
— Por que as Famílias Fundadoras não apoiariam isso?
Atrás deles, Declan riu de forma vociferada.
— Porque, senhor, o príncipe quer abrir a cidade a
qualquer paranormal local, não apenas aos vampiros. Os
habitantes locais não querem manchar sua preciosa cidade
com shifters. — Declan parecia amargo.
A expressão de Aiden ficou gélida.
— É mesmo?
Magnus assentiu.
— Eu odeio admitir, mas eles provavelmente protestariam
contra vampiros mais jovens com linhagem mista também. É
por isso que eu tive que trazê-lo aqui. Eles vão odiar ter shifters
aqui, mas não ousarão falar contra isso enquanto você estiver
na cidade.
— Por que eu? Eu não sou um vampiro, — Aiden
perguntou.
Declan, Etain e Micah riram.

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Adriel apenas encarou o comandante.
— Você está falando sério, senhor?
Gavriel sorriu de lado.
— Aiden, eu continuo te dizendo que é popular, mas você
não escuta.
Tarak deu um passo à frente.
— Vossa Alteza, se eu puder?
Magnus assentiu sorrindo.
Tarak virou-se para Aiden.
— Senhor, você dominou as Famílias Fundadoras desde
o dia em que trouxe de volta os corpos assassinados da
Unidade Alfa para Lycaonia, quase seiscentos anos atrás.
Jean-Marc Géroux, meu tio, era muito amado aqui na cidade.
Quando as palavras finais dele, jurando lealdade a você,
chegaram até nós aqui em Noctem Falls, junto com a história
do que você havia feito, cada membro das Famílias
Fundadoras juraram apoiar sua posição como Comandante da
Unidade em seu lugar. Eles reconheceram que, se você
arriscou sua própria vida para trazer Jean-Marc para casa,
não poderíamos deixar de honrar os desejos dele de respeitar
sua autoridade. Você pode não ter a posição de um membro da
Família Fundadora aos olhos deles, mas respeitarão suas
ordens. Fazer o contrário traria desonra a suas Casas e seus
nomes. Eles nunca negariam o seu pedido de ajuda para salvar
shifters quando fez tanto para salvar nossa espécie. — Tarak
colocou o punho sobre o coração e fez uma reverência, seu
irmão fez o mesmo ao lado dele.

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— Agora vê porque eu precisava de você aqui? —
perguntou Magnus.
Aiden piscou com espanto.
— Eu apenas fiz o que qualquer guerreiro faria.
Tarak lhe sorriu.
— É também porque você honestamente acredita nisso,
que tantos o seguem sem questionar.
Bethy virou-se para Tarak.
— Foi por isso que você se ofereceu para me proteger?
Porque eu era uma shifter que precisava ser salva?
Kuruk assentiu e riu.
— Isso e porque você era a coisinha mais fofa que já
havíamos visto. Você deve se lembrar, Bethy, de que não temos
muitos bebês na Cidade da Noite. Você teve a maior parte da
cidade em volta do seu dedinho desde que era criança.
Aiden dedilhou os dedos no braço da cadeira.
— O que exatamente você precisa que eu faça?
O rosto de Magnus se iluminou.
— Apenas apoie minha decisão de abrir a cidade. Avise
que está contando com os cidadãos de Noctem Falls para
ajudar a salvar seu povo e, possivelmente, jantar com duas ou
três Famílias Fundadoras. Uma semana do seu tempo, duas
no máximo. Até lá, ter shifters e bruxos na cidade será uma
ocorrência diária. — O rosto dele se suavizou. — Eles não são
ruins, Aiden. Antiquados, presos em seus costumes, mas não
ruins. Se eu tiver que usar você para que seja chique ajudar
shifters, vou usar. No final do dia, eles farão a coisa certa.
Tenho que acreditar nisso.

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Aiden olhou para a companheira.
— Apenas duas semanas. Eu gostaria de levar Meryn de
volta para casa o mais rápido possível.
— Whoo hoo! Férias! — Meryn jogou seu minúsculo braço
no ar.
Bethy olhou de Meryn para Adriel, em seguida, para o tio.
— Oh céus.
Era apenas uma minúscula humana, que problemas
poderia causar?

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Capítulo 3

Adriel estava no fundo da grande sala de reuniões, onde


membros das Famílias Nobres e Fundadoras se reuniram para
ouvir o discurso de Aiden, informando-os dos novos perigos
que os ferals representavam e pedindo seu apoio na abertura
da cidade para salvar o maior número possível de vidas
paranormais.
Em cada palavra, Adriel podia ouvir a influência de Bethy.
Ela, mais do que a maioria, entendia a política de sua cidade.
Aiden provou suas habilidades de liderança quando pediu sua
ajuda para escrever o discurso. Pouquíssimas pessoas com
poder percebiam que não eram oniscientes e onipotentes. O
fato de Aiden ter aprendido essa lição em uma idade tão jovem
dava a Adriel esperança para o futuro deles.
Grant se inclinou à sua esquerda.
— Então você vai conseguir uma companheira, hein?
Nos dois lados de Adriel, todos os trinta membros das seis
unidades de Noctem Falls alinhavam-se nas paredes traseira e

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lateral da sala, dando apoio não apenas ao Comandante da
Unidade, mas também ao seu príncipe.
Adriel continuou olhando diretamente para frente, mas
deu um leve aceno de cabeça.
— Evidentemente.
À sua direita, Declan rosnou:
— Assim como eu.
Adriel virou-se para seu segundo em comando.
— Você tem tido pesadelos?
Declan apenas assentiu.
— Por que não disse nada?
Declan levantou uma sobrancelha.
— Por que você não disse?
Adriel virou-se para encarar o salão novamente. Ele sabia
porque não havia dito nada, compartilhar a morte da mulher
dos seus sonhos não estava no topo da sua lista de coisas a
fazer. Declan também estava vendo a morte de sua
companheira?
— Quão ruins foram? — ele perguntou.
Adriel podia ouvir Declan rangendo os dentes.
— Ela morre, presa em um incêndio. E você?
— Corte nas artérias femorais, pendurada em um gancho
de carne e drenada. — Adriel estremeceu com a memória.
— Deuses! — Grant sussurrou severamente, parecendo
chocado. — Vou fazer questão de acabar com vocês dois no
treinamento de amanhã por guardar segredos assim. Vocês
sabem que nunca deixaríamos isso acontecer com nenhuma

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das suas companheiras. Não podemos ajudar se vocês não nos
contarem.
— Estou tentado a lançar um feitiço para fazer vocês
cacarejarem como uma galinha por uma semana, — ameaçou
Micah, parecendo irritado. Adriel se inclinou para frente para
olhar o bruxo; pela primeira vez, o homem jovial trajava uma
expressão séria. — O que? — Micah exigiu. — Estou bravo
porque vocês não vieram até nós. Somos seus irmãos; a quem
mais vão recorrer?
Adriel se endireitou e se recusou a responder, as palavras
honestas de Micah tocaram seu coração. Como líder de todas
as unidades da cidade, ele mantinha uma certa distância dos
homens, até os de sua própria unidade. Ele acreditava que esta
era a única maneira de manter o respeito deles, mas vendo
Aiden naquele dia, vendo-o brincar e sorrir não apenas com
seu segundo em comando, mas com outros, ele começou a se
perguntar se talvez tivesse a ideia errada.
Depois que Aiden encerrou seu discurso, houve um
punhado de aplausos educados e sem entusiasmo. Como
previsto, ninguém se opôs abertamente ao plano, mas Adriel
estava disposto a apostar que, de alguma forma, eles
encontrariam pequenas maneiras de sabotar seus esforços. Ele
viu Jourdain Régis seguir para onde Bethy estava com seu
companheiro.
— Declan, — Adriel silvou.
— Já estou tratando disso. — Adriel observou divertido
como a multidão se abria para Declan. O cabeludo shifter ruivo

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era um dos maiores homens da cidade. Ele fazia até o elitista
mais arrogante pensar duas vezes antes de se meter com ele.
Declan sorriu maldosamente enquanto se punha na
frente do odioso homem. Jourdain Régis vinha perseguindo
Bethy desde antes de ela ter a idade legal para os padrões
deles. Adriel ficou surpreso e um pouco decepcionado por
Magnus não o ter matado antes. Jourdain havia revelado seu
interesse em Bethy, e sempre conseguia deixá-la
desconfortável, ultrapassando os limites do comportamento
educado. Tarak quase havia perdido a cabeça e desafiado
Jourdain quando encontrou Bethy tremendo em um canto, na
tentativa de se afastar do membro da Família Fundadora.
Bethy tinha apenas dezesseis anos na época. O pai de
Jourdain teve que intervir, usando sua posição para manter o
filho inteiro. Ele garantiu a Magnus que seu filho deixaria
Bethy em paz até que ela fosse maior de idade.
Agora que ela estava acasalada, Adriel havia esperado
que o homem desistisse, mas Jourdain estava provando que
ele estava errado. Declan simplesmente deu um passo à
esquerda e à direita, bloqueando o caminho de Jourdain até
Bethy. A boca de Jourdain se retorceu e este disse algo
baixinho.
Adriel não pôde ouvir o que foi dito, mas sabia que fora
ruim quando Declan sorriu largamente, exibindo seus
perfeitos dentes brancos perolados.
— Etain, — Adriel latiu. Mas o homem já estava se
mexendo. Segundos depois, Etain pôs uma mão amigável no

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ombro de Jourdain e, com um aperto forte, afastou o ofensivo
vampiro para longe do furioso shifter.
— Você poderia, por favor, deixar um de nós matá-lo? —
Grant perguntou de uma maneira agradável, como se não
estivessem discutindo assassinato a sangue frio.
— Teremos muito para fazer nos próximos meses, lidando
com novas pessoas na cidade sem a dor de cabeça de enfrentar
um tribunal por matar aquele desperdício de sangue.
Adriel olhou para sua prancheta.
— Micah, você está confortável com ser designado como
guarda da Meryn enquanto ela estiver aqui? — ele perguntou.
— Absolutamente. Aquela mulher é hilária. Mal posso
esperar para ver o que ela fará a seguir. — Os olhos de Micah
brilhavam com riso.
Grant balançou a cabeça.
— Melhor você do que eu. As mulheres me confundem, e
ela é desconcertante até para uma mulher.
Micah suspirou feliz.
— As mulheres fazem com que essa vida valha a pena.
Elas acrescentam cor a essas paredes cinzas e perfume ao ar.
Grant coçou a cabeça.
— Eu tenho pinturas em meus aposentos e purificadores
de ar, estou bem.
Micah olhou em volta.
— Falando no meu pequeno foguete, para onde ela foi?
Adriel estudou sua lista e, sem olhar para cima, apontou
para o outro lado da sala onde Meryn estava parada ao lado de

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Aiden, praticamente atrás de seu escudeiro enquanto seu
companheiro cumprimentava uma fila de Nobres.
— Como você faz isso? — Micah exigiu.
Grant bufou.
— Adriel tem um detector de problemas embutido.
— Ele é simplesmente incrível no que faz, — disse Bethy,
se aproximando com seu companheiro e Declan a reboque. Ela
se inclinou e olhou para os planos dele. Ele a observou ler suas
listas, assentindo. Ela olhou para cima. — Desculpe, velhos
hábitos nunca morrem. — Suas bochechas coraram.
— Absolutamente. Na verdade, eu ia perguntar sua
opinião sobre as atribuições das unidades. Você pode ter
aprendido suas habilidades organizacionais comigo, mas
aprendeu igualmente vendo seu pai se antecipar ao Broderick
no laboratório. — Adriel entregou-lhe sua prancheta.
A boca de Bethy formou um pequeno “o”. Ele nunca
deixava ninguém mexer em sua prancheta. Com os olhos
brilhando, ela a aceitou e começou a folhear suas notas
meticulosas. Enquanto folheava as páginas, Etain voltou.
Gavriel bateu nas costas do homem.
— Muito obrigado. Vi o que você e Declan fizeram; fico
lhes devendo.
Bethy olhou para cima, confusa.
— O que eles fizeram?
— Nada, — disseram os três juntos.
Os olhos dela se estreitaram. Ela olhou para eles por mais
alguns segundos e depois voltou para as anotações.

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— Acho que você deve dividir as unidades por nível. Não
sabemos quantas pessoas teremos, mas sinto que teremos
menos “acidentes” se tivermos guerreiros visíveis em todos os
níveis. — Ela devolveu a prancheta.
Ele assentiu.
— Excelente. Eu concordo. Não vamos lhes dar a
oportunidade de fazer travessuras.
Gavriel puxou Bethy para debaixo do braço.
— De que tipo de travessuras estamos falando? O Aiden
deveria saber disso?
— O Aiden deveria saber do que? — Seu comandante se
aproximou deles com Meryn e Ryuu. O salão estava vazio
agora, exceto pelos guerreiros da unidade. Todas as famílias
Fundadoras e Nobres haviam retornado aos seus níveis.
Adriel deu de ombros com apenas um ombro.
— Você viu a recepção morna deles ao plano de abrir a
cidade. Não acredito que eles protestem abertamente; mas não
se surpreenda se os suprimentos para os recém-chegados
desaparecerem, experimentarmos uma inesperada escassez de
escolta ou se, de repente, todas as pousadas e albergues no
Nível Seis fiquem lotadas.
Meryn levantou a mão.
Adriel a olhou.
— Meryn, você não precisa levantar a mão para fazer uma
pergunta.
Meryn deu de ombros.
— É a sua prancheta; você me lembra do meu professor
de matemática da oitava série.

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— Perdão? — Adriel perguntou, sem saber se isso era
uma coisa boa.
— É legal. Enfim, o que é uma escolta de nível?
— Claro, você não conheceria esse termo. Minhas
desculpas. Uma escolta de nível é um vampiro de baixo escalão
que transporta pessoas entre níveis. Eles geralmente são
usados por cidadãos que não têm a habilidade de voar, jovens
vampiros que não aprenderam como ou às vezes pelos
membros da Família Fundadora como um serviço, para que
eles não precisem voar.
Meryn virou-se para Bethy.
— Era assim que você andava por aí?
Bethy corou num tom vermelho forte.
Os olhos de Meryn brilharam, e ela sorriu.
— Conta!
Bethy pigarreou.
— Tarragon, Tarak ou Kuruk me escoltavam entre os
níveis.
Declan riu silenciosamente e Bethy lançou-lhe um olhar
feio. Declan levantou as mãos.
— Qual é, era adorável! — ele protestou.
Bethy cruzou os braços sobre o peito e deu batidinhas no
chão com o pé.
Meryn cutucou Bethy na lateral.
— Conta.
Bethy jogou os braços para cima, exasperada.

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— Tudo bem! Quando eu era pequena, queria ser como
meu papa e meu tio, então pensei que se tentasse o suficiente,
também poderia voar.
Os olhos de Meryn se arregalaram e ela se encolheu.
— Qual a profundidade desse túnel?
Tarak suspirou.
— É profundo. Quando a Bethy tinha cinco anos, o
Príncipe Magnus nos mandou instalar uma rede enorme a
cinco metros abaixo do Nível Um depois que ela acabou na ala
médica com duas pernas quebradas e uma concussão.
Tivemos que tirá-la da rede duas vezes por semana até ela fazer
oito anos e pelo menos uma vez por mês depois dos oito.
Meryn virou-se para Bethy.
— Por que você continuou tentando depois dos oito anos?
Os ombros de Bethy caíram em derrota.
— Eu continuava caindo.
— Oh. — Meryn virou a cabeça para olhar pela porta que
dava para o túnel de transporte. — Quão segura é essa rede?
— Não. — Aiden balançou a cabeça.
— Mas...
— Não, Meryn. — Aiden firmemente passou o braço em
volta dos ombros dela.
— Ok, — disse Meryn rapidamente.
Aiden a olhou.
— Sério?
— Sim. — Ela assentiu e lhe sorriu.
Adriel olhou para seu segundo em comando. Não foram
necessárias palavras. Declan se afastou para garantir que a

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rede estivesse intacta. Entre o senso de aventura de Meryn e a
sorte de Bethy, uma, provavelmente as duas, acabariam na
rede durante sua estadia.
Gavriel esfregou o nariz para cima e para baixo no
pescoço de Bethy até ela rir.
— Eu tenho ainda mais motivos para ficar colado ao seu
lado, — ele murmurou.
Bethy virou-se para Adriel.
— Se você designar todas as unidades para monitorar
cada nível, quem ficará com seus recrutas?
Adriel franziu o cenho.
— Que recrutas?
— O que? — Aiden perguntou.
— O que? — Adriel ecoou.
Aiden olhou em volta.
— Vocês não têm uma academia?
Adriel balançou a cabeça.
— Não, faz tempo. Entramos em contato com o Adair
quando precisamos de substitutos para guerreiros shifter e
fae, e contatamos Storm Keep diretamente por novos bruxos.
No ano passado, quando o conselho aprovou a ideia de Meryn
de mudar os recrutas para as propriedades das unidades, para
que a academia de Lycaonia pudesse aceitar novos cadetes, o
acordo era que as outras cidades não precisavam manter suas
próprias academias. Como o programa teve um bom
desempenho, houve conversações no nível do conselho sobre
remover permanentemente as academias das outras cidades e
mover os fundos para outros programas.

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Meryn parecia abalada.
— Esse não era o plano! Cada unidade deveria receber
cinco estagiários, e as academias receberiam trinta novos
cadetes por cidade. Era para triplicar os homens disponíveis!
Aiden cerrou os dentes.
— Aposto que o Adair e o papai não mencionaram nada
porque não queriam incomodá-la em sua condição.
— Foda-se a minha condição! Só porque estou grávida
não significa que fiquei subitamente fraca ou estúpida. Apenas
espere até chegarmos em casa, — Meryn se irritou.
Bethy passou a mão na testa.
— Oh céus.
Micah bateu palmas para chamar a atenção das
mulheres.
— Eu sei exatamente o que pode ajudar a aliviar o
estresse.
Grant o bateu na cabeça.
— Micah! Eles estão acasalados!
Micah esfregou a parte de trás da cabeça e franziu a testa
para o amigo.
— Eu não quis dizer sexo, seu imbecil insensível. O que
eu ia dizer é que está ficando tarde, e tenho certeza que essas
duas lindas deusas estão ficando com fome. Eu de fato sei que
o Sebastian está cozinhando de monte na nossa ausência, e
tenho certeza de que senti o cheiro de canela saindo do Nível
Um. — Ele piscou um olho para Bethy.
— Ele lembrou! — Bethy agora era toda sorrisos.
Micah bufou.

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— Como se aquele homem tivesse, algum dia, esquecido
alguma coisa sobre você. Ele começou a estocar suas comidas
favoritas no momento em que soube que você estava voltando
para a cidade, e isso significa muita canela e baunilha.
Meryn lambeu os lábios.
— O que Sebastian fez?
Bethy girou para encarar Meryn.
— É a sobremesa mais maravilhosa que eu já comi. Ele
cria esta obra-prima com camadas de biscoito, pudim de
baunilha caseiro, canela e chantilly. Deuses, é divino! — ela se
entusiasmou.
Meryn olhou em volta.
— Então, terminamos aqui, certo? Ótimo. Vamos. —
Meryn agarrou a mão de Bethy, e elas praticamente
começaram a correr em direção ao túnel de transporte.
— Meryn! Espere o Ryuu! Não pule nessa rede! — Aiden
gritou atrás delas.
Ela era apenas uma pequena fêmea humana; não havia
nada que ela pudesse fazer com a qual suas unidades não
pudessem lidar. Certo?
*****
Adriel olhou em volta da grande mesa de jantar. Ele
nunca fora convidado para jantar com Magnus antes; o
príncipe geralmente estava muito ocupado organizando
jantares para as famílias Fundadoras e Nobres, mantendo-as
apaziguadas.
Então, ele ficou felizmente surpreso quando Bethy
convidou toda a Unidade Eta para jantar. Aiden recebeu o

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assento no final da longa mesa, em frente a Magnus. Adriel
sentava-se à sua esquerda e Meryn à direita. À esquerda de
Adriel estavam Declan, Etain, Broderick e Caspian. Do outro
lado da mesa, Micah sentava-se à direita de Meryn, depois
Grant, Gavriel e Bethy. Os quatro cantos da sala estavam
ocupados por Tarak e Kuruk em lados opostos, atuando como
guardas e Ryuu e Sebastian em frente a eles.
Pela primeira vez, Magnus parecia relaxado, como se
estivesse realmente se divertindo. Adriel sabia mais do que a
maioria o quão difícil os últimos dois meses haviam sido para
o príncipe. Ele esperava que Aiden fosse capaz de fornecer o
apoio necessário para colocar o povo deles em segurança.
A voz de Bethy o trouxe de volta ao presente.
— Meryn, você não fez as malas? Quando o Darian nos
acompanhou até o portal, tudo o que você tinha era a sua
mochila, e Aiden só carregava uma pequena mala.
Meryn olhou brava para seu companheiro.
— Não. Eu tenho usado meu super vestido porque alguém
não me deixa ir comprar roupas de maternidade, porque está
sendo um ursinho paranoico e dramático.
Bethy piscou.
— Você está usando o Vestido de Éire Danu como roupa
de maternidade?
Meryn assentiu.
— Eu acho que o vestido gosta de mim. Quero dizer,
pense nisso. Ele tem todo esse poder legal, mas só é pego
algumas vezes por ano para as mesmas velhas coisas chatas,

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como vestidos rodados. Eu poderia estar errada, mas acho que
o viciei em camisetas gráficas.
Bethy gemeu e enterrou o rosto nas mãos.
Gavriel esfregou as costas dela tentando lutar contra um
sorriso.
— Pronto, pronto, amor.
Etain estava olhando para Meryn, seu rosto uma máscara
de concentração.
Meryn o pegou olhando.
— O que? — ela exigiu sem rodeios.
Etain inclinou a cabeça.
— Esse é realmente o famoso Vestido de Éire Danu? Uma
das relíquias fae mais poderosas que existem?
Adriel realmente olhou para Meryn e viu sobre o que
Etain estava falando. Meryn usava uma camiseta que parecia
ter ursinhos zumbi nela. Por cima da camiseta, um moletom
cinza com o zíper aberto cobria seus braços e, se ele se
lembrava corretamente, Meryn mais cedo usava jeans
desbotados e tênis sujos.
Meryn revirou os olhos antes de fechá-los. Segundos
depois, o ar ao seu redor brilhou, e agora ela estava usando
um vestido verde esmeralda com uma cintura império que caía
timidamente sobre sua barriga arredondada. Seus cachos
curtos estavam arrumados e uma argola de prata estava em
cima de sua cabeça.
— Pronto, melhor? Parece tudo da realeza agora? —
Meryn apontou para o vestido.
Etain sorriu.

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— Eu não sei por que, mas acho que você está certa,
Meryn. Sinto que o vestido está se divertindo te vestindo.
Bethy sacudiu a cabeça.
— Ursinhos. Carinhosos. Zumbis. Meryn! De onde o
vestido tirou a ideia de Ursinhos Carinhosos Zumbis?
Meryn concentrou-se em seus talheres.
— Eu posso ou não ter uma pasta do Pinterest dedicada
a camisetas que eu gosto, e ela pode ou não estar lá como
referência. — Meryn fechou os olhos novamente e sua
camiseta, moletom e jeans estavam de volta.
— O que há de errado com um belo par de calças capris
cáqui e um cardigã verde claro com pérolas? Ou um vestido de
verão e sandálias? Por que zumbis? — perguntou Bethy.
Meryn pegou sua faca de manteiga e colocou-a no prato
vazio. Distraidamente, ela começou a girar.
— Porque quando eu uso vestidos, minhas coxas se
esfregam e é uma droga. Calças capris são estranhas porque
às vezes não são curtas o suficiente quando estou com calor,
mas muito curtas quando estou com frio. Jeans e moletons são
sempre perfeitos.
Declan virou-se para ele.
— Eu nunca soube que as mulheres se sentiam assim
sobre vestidos.
Adriel deu de ombros. Ele nunca havia pensado na moda
feminina; evidentemente, havia mais planejamento nela do que
ele sabia.
Uma garganta pigarreou e a mesa se virou para olhar
para Sebastian.

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— Meryn, enquanto você estiver aqui, eu poderia tirar
suas medidas e começar a fazer algumas roupas de
maternidade elegantes e confortáveis para você. Eu faço todas
as roupas da Bethy.
O rosto de Bethy se iluminou.
— Sebastian, você é um salva-vidas! Estamos tentando
levá-la a um alfaiate há meses!
Meryn fez uma careta.
— Eles me cutucam com alfinetes de propósito! E é
sempre: “Fique parada!” e “Você não pode ter que ir ao
banheiro de novo!” Malvados velhotes!
Sebastian fez um barulho de estalo.
— Pobrezinha. Não se preocupe, Meryn, eu nunca espetei
a Bethy com um alfinete, e você pode fazer quantas pausas
quiser.
Meryn pensou por um momento e depois assentiu.
— Ok, mas apenas para dar uma folga ao meu super
vestido de vez em quando. Eu tive que parar de usar meus
outros moletons quando eles começaram a servir.
Declan franziu a testa.
— Isso não é bom?
Bethy sorriu.
— Ela usa três tamanhos a mais.
A compreensão surgiu em seu rosto.
— Oh.
Magnus riu.
— Por falar nisso, — ele se virou para Sebastian e Ryuu.
— Quando os senhores estiverem prontos, vamos começar.

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Sebastian e Ryuu trabalharam perfeitamente servindo a
mesa inteira. Um grande assado foi trazido para o centro da
mesa, juntamente com três tigelas de legumes fumegantes.
Cesta após cesta de pão fresco foi colocada e taças de vinho e
água enchidas. Quando todos foram servidos, Magnus sorriu.
— Micah, por favor?
Micah pareceu surpreso, mas depois começou um
encantamento em voz baixa. Adriel sentiu a pressão ao redor
deles aumentar depois se acalmar. Micah havia fechado a sala
em um feitiço à prova de som.
Magnus relaxou contra a cadeira.
— Obrigado, Micah.
Micah inclinou a cabeça.
— Sempre a disposição, senhor.
Magnus estava prestes a começar a falar quando uma
baixa vibração ecoou pela sala. Todos se viraram para olhar
para Ryuu. Franzindo a testa, Ryuu puxou um pequeno
telefone do bolso.
— Minhas desculpas. Normalmente nunca recebo
mensagens de texto. — Ele olhou para baixo e franziu o cenho.
Sem nem ao menos responder, ele enfiou o telefone de volta no
bolso do colete. Segundos depois, outra vibração soou por toda
a sala.
Os olhos de Meryn se estreitaram.
— Como você está recebendo mensagens de texto?
Ryuu levantou uma sobrancelha para sua incumbência e
sorriu maliciosamente.

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— De que outra forma? Magia. Tomei a liberdade de
lançar um feitiço nos telefones de todos, concentrando-me nas
baterias do seu dispositivo e usei partículas de água para
transmitir os sinais. Não é permanente, durará apenas um dia
ou dois, mas minha denka deve ter pensado em uma solução
até então.
— Pode crer! — Meryn murmurou.
O telefone de Ryuu tocou novamente, ele olhou para
baixo, envergonhado.
Aiden começou a rir.
— É o Colton, não é?
Os olhos de Bethy se arregalaram e ela também começou
a rir. Meryn sorriu de lado, e Gavriel balançou a cabeça.
Adriel se virou para Aiden.
— Por que o seu segundo em comando está mandando
mensagens para o seu escudeiro?
Aiden balançou a cabeça, rindo.
— O Ryuu é o escudeiro da Meryn, não o meu. E o Colton
tem uma quedinha masculina pelo Ryuu, principalmente por
sua capacidade de cozinhar. Suponho que o Colton não está
gostando de sua primeira noite se virando sozinho para jantar.
Ryuu exalou alto.
— Eu deixei muita comida na cozinha, junto com
refeições planejadas e receitas. Eles não deveriam ter
problemas na primeira noite.
Meryn ficou de joelhos na cadeira e se virou nesta para
poder ver seu escudeiro.
— O que aconteceu?

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Ryuu revirou os olhos.
— Os homens assumiram que as mulheres iam cozinhar
e as mulheres assumiram que os homens iam. São dez horas
da noite lá agora, e eles estão comendo sanduíches. O Colton
continua me mandando mensagens de texto com fotos dele
fazendo beicinho. Está ficando ridículo.
— Awww, eles sentem sua falta. — Meryn riu. Outro
telefone vibrou e todos olharam para Ryuu, que balançou a
cabeça.
— Esse não foi o meu.
Meryn recostou-se na cadeira.
— Foi o meu. — Ela checou o telefone e sorriu
suavemente. — Felix, é para você. — Ela apoiou o telefone
contra o copo de água.
Adriel olhou em volta.
— Quem é Felix?
Meryn apontou para a mesa. Segundos depois, o ar
brilhou, e um pequeno elfo ficou visível, sentado na beira da
tigela de sopa vazia de Meryn.
Etain ofegou.
— Isso é um elfo? Eu não vejo um desde que saí de Éire
Danu. Eles nunca deixam os jardins fae. — Ele olhou para
Meryn maravilhado. — Como vocês dois se conheceram?
Felix pulou para baixo e abraçou o telefone de Meryn
antes de retornar ao seu pequeno poleiro.
Meryn sorriu para Aiden.
— A Penny enviou um abraço de boa noite para o Felix.
Ela sente falta dele.

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Aiden assentiu.
Meryn olhou para Etain.
— Eu fui convidada para os jardins fae de Lycaonia. O
Ancião Vi'Ailean e sua companheira Vivian me convidaram
para comer bolo. O Felix estava lá, mas não parecia que ele
estava se divertindo tanto, então eu, brincando, o convidei
para sair comigo. Ele fez uma mala e se mudou para casa; nós
estamos juntos desde então. Eu não poderia ficar sem meu
amiguinho.
Felix corou e tocou seu colar; segundos depois, ele se foi
novamente.
Os olhos de Declan estavam arregalados. Ele olhou,
extasiado, o lugar onde Felix estivera sentado.
— Como ele fez isso?
O rosto de Meryn se enuviou. Bethy respondeu por ela:
— O Keelan fez um colar para o Felix que lhe permite ficar
visível ou permanecer invisível.
A mesa se aquietou. Magnus quebrou o silêncio.
— Nunca, nos meus sonhos mais loucos, eu acreditei que
teríamos um elfo aqui em Noctem Falls. Obrigado por um
presente tão incrível.
O rosto de Meryn se iluminou um pouco.
— Tudo o que fiz foi trazê-lo junto; só o Felix já é um
presente, — ela fez uma pausa e riu. — Ele está corando.
Adriel levantou sua taça de vinho.
— Você deixou o Colton no comando?
Aiden assentiu.

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— Ele pode parecer descontraído, mas na verdade é mais
rigoroso do que eu quando se trata de treinos e patrulhas. Eu
o escolhi como meu sucessor no caso de eu precisar assumir o
lugar de Ancião do meu pai antes que meu filho atinja a
maioridade.
Magnus sorriu largamente.
— Você vai ter um filho?
Meryn balançou a cabeça.
— Ainda não sabemos. Estou esperando que seja uma
menina.
Aiden estremeceu.
— De jeito nenhum. Eu não acho que posso lidar com
uma garota. Eu nunca dormiria. Eu ficaria preocupado com a
minha princesinha o tempo todo.
Broderick riu.
— Eu conheço o sentimento, mas deixe-me dizer. Nada
no mundo é melhor do que os doces abraços e beijos da sua
filha.
Bethy corou.
— Oh, papai.
O rosto de Aiden se suavizou.
— Talvez uma garotinha não fosse tão ruim.
Meryn esfregou a barriga.
— Ela pode ser uma hacker ninja que assiste Doctor Who!
Aiden franziu o cenho.
— Não, não pode. Ela será delicada e acanhada.
Meryn parecia confusa.
— Você me conheceu, certo?

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Gavriel rodou seu vinho na taça.
— Ela te pegou nessa, Aiden.
Aiden recostou-se na cadeira e cruzou os braços.
— Tudo bem, teremos um menino.
Meryn deu de ombros.
— Então ele será um hacker ninja que assiste Doctor Who.
— Nada dessa coisa de ninja hacker.
— Tarde demais.
Aiden congelou.
— O que você quer dizer?
— Eu estive colocando fones de ouvido na barriga e
tocando palestras sobre codificação e os primeiros episódios de
Doctor Who. — Ela deu um tapinha na barriga. — A Meryn 2.0
gosta.
O rosto de Aiden era impagável.
— Tenho certeza de que vai ficar tudo bem, Comandante,
— disse Grant, tentando animar Aiden.
Aiden grunhiu e se jogou em seu assado. O homem
parecia estar tentando devorar suas preocupações junto com
o jantar.
— Você não pode realmente contar com que garotinhas
fiquem acanhadas. — Micah acenou com o garfo. — A pequena
Bethy praticamente cresceu em torno das unidades. Ela pode
ter aprendido política com o Príncipe Magnus, mas aprendeu
a dar um soco com o Adriel.
Adriel sorriu com a lembrança. Bethy tinha sido uma
coisinha tão pequena.
Gavriel virou-se para sua companheira.

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— Falando nisso, o que ele quis dizer quando te chamou
de sua pequena namorada?
Os olhos de Bethy se arregalaram; ela franziu o cenho
para Adriel e depois olhou para seu companheiro.
— Notou essa, não foi?
Gavriel levantou uma sobrancelha.
— Eu não deixo passar nada no que diz respeito a você.
Qual a história?
— Quando eu era pequena, acho que quatro anos... — Ela
se virou para ele para confirmar. Adriel assentiu e ela
continuou: — ...Papa estava explicando a história do Dia dos
Namorados e como ele era comemorado. Como o Adriel era
quem mais cuidava de mim fora a minha família, eu queria que
ele fosse meu namorado. Eu desenhei um coração em um
pedaço de papel e fiz o Tarak me escoltar até o Nível da
Unidade. Eu fui diretamente até ele na frente de todas as seis
unidades e pedi que ele fosse meu namorado. — Ela sorriu. —
Ele aceitou graciosamente, e nem uma vez me fez me sentir
indesejada ou como se eu fosse um incômodo. Ele é um
verdadeiro cavalheiro.
— Ela era adorável; como eu poderia dizer não? — Adriel
colocou a taça na mesa.
Declan riu.
— Ficamos todos com ciúmes. Todos os anos depois
disso, competíamos para ver se poderíamos ser os namorados
da Bethy; ela geralmente escolhia um de seus pais, seu tio ou
Adriel, no entanto.
Bethy riu.

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— Vocês todos me fizeram sentir tão especial competindo
dessa maneira. Fizeram com que todo pretendente que se
aproximasse de mim mais tarde na vida parecesse monótono
em comparação.
Caspian recostou-se na cadeira e lhe fez um sinal de
positivo com o polegar. Adriel piscou um olho. É claro que seus
pais ficaram extasiados quando ela demonstrou pouco
interesse em namorar enquanto morava ali.
Bethy balançou a cabeça com as palhaçadas do pai.
— O Adriel me escoltava para os eventos sociais, para que
eu não precisasse ir sozinha. E manteve os pretendentes mais
ardentes afastados.
— Você quer dizer igual aquele idiota, o Jourdain? —
Meryn perguntou.
Bethy franziu a testa para Meryn, do outro lado da mesa.
— O que você sabe sobre ele?
Meryn brincou com seu assado no prato.
— Vi sua reação a ele em Lycaonia. Quase convenci o
Kendrick a matá-lo, mas você sabe, a “política” atrapalhou.
Evidentemente, ele é tipo, um imbecil importante aqui.
O rosto de Magnus se escureceu.
— Ele fez alguma coisa?
Bethy estendeu a mão e deu um tapinha no braço dele.
— Não, titio, ele não fez; ele agiu apenas como seu
desagradável eu normal.
— Eu ainda quero matá-lo. Ele te perturba. — Meryn
comeu uma porção enorme de purê de batatas.
Declan rosnou.

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— Entre para o clube. Estou morrendo de vontade de
meter minhas garras nele há décadas.
— Vou fingir que não ouvi nada disso; continuem
planejando, — Magnus disse e continuou a jantar.
— Qual é o problema dele, afinal? Quero dizer, eu sabia
que todos os vampiros, exceto o Gavriel, eram babacas, mas
ele ganha o prêmio. — Todos se viraram para encará-la. — O
que?
Bethy pigarreou e apontou ao redor da sala.
Meryn olhou em volta.
— Oh. Guerreiros da Unidade não contam, já que Bishop,
Christoff, Drake, Griffin e Malcolm são da minha turminha. E
vocês todos são legais, praticamente normais, então não
contam como vampiros.
Declan virou a cabeça, os ombros tremendo; ele estava
rindo tanto.
Magnus estremeceu.
— Obrigado, eu acho.
Etain se virou para cair contra Declan, os dois rindo
incontrolavelmente.
— Vocês já terminaram? — Adriel perguntou.
Isso desencadeou ainda mais a risada.
Do outro lado da mesa, Micah tinha o rosto enterrado nas
mãos.
— O boato é verdadeiro! Ela chamou o René Evreux de
babaca!
Meryn bufou.
— Ele mereceu. Idiota.

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Magnus virou-se para a sobrinha.
— Entendo o que você quer dizer com ser necessária em
Lycaonia.
Declan, que acabara de recuperar a compostura, perdeu-
a novamente. Ele simplesmente recostou-se na cadeira e riu
alto.
Adriel beliscou a pele entre as sobrancelhas.
— Declan, sério.
Declan bateu no ombro de Adriel com o dele.
— Você não está feliz por ser um guerreiro da “turminha”;
isso te faz normal.
Adriel olhou para Meryn.
— Você prefere shifters porque está acasalada com um?
— ele perguntou curiosamente.
Ela balançou a cabeça.
— Acho que os shifters são mais divertidos, mas não acho
que seja porque estou acasalada com o Aiden. No máximo, o
Colton ajudou a promover essa ideia. Ele brinca comigo em sua
forma de lobo.
Declan sorriu largamente.
— Sério? Tipo pegar a vareta?
Meryn balançou a cabeça.
— Não, nós usamos uma bola.
Declan simplesmente caiu de lado, rindo.
— Eu não aguento mais, por favor, pare. — Ele passou os
braços em volta do estômago. — Dói.
Etain sorriu maliciosamente.
— Pergunte a ele que animal ele é, Meryn.

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Os olhos de Meryn se iluminaram.
— De que tipo você é?
Declan sentou-se ereto, sorrindo.
— Eu sou um leão.
Os olhos de Meryn ficaram enormes.
— Como o Mufasa!
Etain riu regiamente.
Declan deu um tapa nele.
— Não é engraçado. — Ele se virou para Aiden. — Você
não tem ideia de como é bom tê-lo aqui, senhor.
— Nants ingonyama bagithi baba! — Meryn cantou.
Micah apontou para o Declan, rindo sem palavras.
Declan balançou a cabeça enquanto sorria.
— Por acaso eu gosto desse filme.
Meryn lhe fez um joinha.
— Ele é fodão.
Adriel olhou em volta da mesa, chocado. Ele não
conseguia se lembrar da última vez que seus homens ficaram
tão abertos e joviais. Ele se virou para o seu príncipe. Magnus
estava sorrindo, Broderick estava provocando a filha sobre sua
acusação, e Caspian assistia extasiado.
— Ela faz isso em casa também. De alguma forma, ela
aproxima as pessoas, e o engraçado é que ela nem tenta. Ela
faz isso naturalmente, — disse Aiden em voz baixa.
— Que dom incrível. — Adriel olhou para a pequena
humana sob uma nova luz.
Quando as risadas de todos se acalmaram, Meryn virou-
se para Magnus, uma expressão séria em seu rosto.

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— Você vai me dizer como vocês fazem cocô agora?

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Capítulo 4

Demorou mais alguns minutos para os homens


recuperarem o fôlego. Finalmente, Grant, o mais estoico da
Unidade Eta, pigarreou e sorriu para Meryn.
— Pronta para uma aula de história?
Meryn assentiu avidamente. Ela empurrou o prato para o
lado e apoiou o queixo nas mãos, ouvindo atentamente.
— Era uma vez... — Micah brincou.
Grant o ignorou.
— Antes da Grande Guerra, cada cidade paranormal
tecnicamente existia. Mas nada comparado a escala e ao nível
de organização que temos agora. Após a guerra, com a ajuda
prolongada de outras raças paranormais, cada cidade
começou a tomar forma. Os fae moveram sua cidade inteira
para um plano de existência paralelo, não querendo nunca
mais a ameaça de invasão. Lycaonia fez exatamente o oposto;
abriram suas fronteiras a todos os paranormais. O primeiro
eleito Ancião Shifter, Aaron McKenzie, declarou que não teria
chegado em casa se não fosse pela ajuda do inimigo e que, a

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partir de então, Lycaonia seria o lar de qualquer paranormal
que precisasse de um lugar para descansar.
Meryn sorriu.
— Eu ouvi falar dele.
Gavriel tossiu.
Adriel olhou para os dois enquanto Grant continuava:
— Os bruxos construíram um castelo régio, depois uma
cidade magnífica para contorná-lo. O conselho deles
concentrou-se na educação de sua geração mais jovem, já que
muitos bruxos mais velhos haviam sido exterminados. Os
vampiros queriam evitar os humanos por completo, então
decidiram construir sua cidade abaixo do solo, na face rochosa
de um desfiladeiro profundo. Com a ajuda de seus antigos
aliados de Storm Keep, eles usaram a magia para tornar a vida
abaixo do solo tão acolhedora e conveniente quanto esta era
acima do solo.
"Os bruxos e as classes reinantes dos vampiros se uniram
e projetaram a cidade. Cada família Fundadora e respectivas
famílias Nobres receberiam seu próprio nível. Usando magia de
terra, canos foram instalados para a gestão de água e resíduos.
Eles usaram magia de fogo e cristais para criar as luzes
brilhantes que você já viu por toda a cidade. Elas são ativadas
com um toque de mão.
Meryn franziu a testa.
— Para onde vai o cocô?
Grant sorriu.

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— Os resíduos são levados pelos canos até um
reservatório de lixo. Quando o nível atinge uma certa altura,
um feitiço é ativado e ele desaparece.
— Onde fica o reservatório?
— Sob a cidade, no que chamamos de Fosso. A remoção
de resíduos, a irrigação e o descarte de lixo são todos
encaminhados para baixo da cidade e depois eliminados, —
explicou Grant.
— E se alguém, eu não sei, acidentalmente cair lá? O que
acontece então?
O nariz de Grant se contraiu com a ideia de cair sobre
lixo.
— Existem proteções instaladas; o feitiço não será ativado
se um ser vivo for detectado.
— Sério? — Dessa vez, Declan perguntou.
Grant jogou ao seu amigo um olhar azedo.
— Você realmente não prestou atenção nenhuma durante
a excursão que nos deram depois que chegamos, não é?
Declan estremeceu.
— Eu tinha outras coisas em mente.
Etain riu.
— Como as duas adoráveis vampiras que queriam
conhecer um shifter de leão, se bem me lembro.
Declan deu um sorriso largo para Etain.
— Afirmativo.
Meryn revirou os olhos.
— Homens! — Ela voltou-se para Grant. — Continue, por
favor.

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Grant assentiu.
— Os vampiros, como os bruxos e os shifters, fizeram um
acordo com a rainha fae. Em troca do uso de seus portais, as
respectivas cidades dariam aos fae não apenas a terra para o
portal, mas também toda a terra ao redor num raio de 160
quilômetros. Lá, os fae seriam responsáveis por todo o tráfego
pelos portais. Eles mantêm um portal em cada uma das
cidades-pilar e apenas os fae podem ativá-los.
"Em anos mais recentes, Magnus arranjou um segundo
portal da rainha fae. Ele se abre para um grande edifício
comercial em Albuquerque. O edifício funciona como um hotel,
garagem e serviço postal para a cidade. Vampiros ligam para
os fae estacionados na cidade, eles abrem o portal e escoltam
os vampiros por este. Lá eles podem fazer compras, visitar
restaurantes, pegar correspondência, fazer qualquer negócio e
depois voltar para a cidade. Essa foi uma grande jogada para
o Magnus e consolidou sua posição como Ancião até que ele a
transfira.
Magnus deu de ombros.
— A Aleksandra é uma mulher incrível. As negociações
com ela foram encantadoras, ao contrário das reuniões com as
Famílias Fundadoras daqui. Elas me fazem querer me
esfaquear nos olhos com a minha caneta.
Meryn bateu nos lábios com o dedo.
— Eu ainda não a conheci, mas isso está na minha lista
de coisas a fazer.
Etain sacudiu a cabeça.

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— Meryn, você não pode simplesmente visitar a minha
rainha; é extremamente difícil conseguir um convite para Éire
Danu.
Meryn sorriu.
— Eu já fui convidada. Duas vezes na verdade.
Etain largou o garfo.
— O que?
— Ela é uma pessoinha legal. — Ela voltou sua atenção
para Grant. — E a comida? Tudo é trazido pelo portal da
cidade? O que faziam antes disso?
Etain olhou para Aiden e disse:
— O que?
Aiden abriu as duas mãos em frente de si.
— A Rainha Aleksandra adora a Meryn; ela até pagou pela
reconstrução da nossa praça da cidade, para que a Meryn não
se metesse em problemas por aquele pequeno incidente com
sua bomba de cola.
Etain sacudiu a cabeça.
— O que?! — Ele voltou-se para Meryn, um novo olhar de
admiração e respeito em seus olhos. — Serei guiado por minha
rainha. Em nome dela, sinto que devo oferecer minha ajuda a
você enquanto estiver aqui na cidade. Avisarei meus
companheiros e guerreiros fae que você deve ser tratada como
realeza.
Magnus se inclinou para frente, a curiosidade clara como
o dia em seu rosto.

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— Essa é uma reação bastante dramática a um incidente
tão pequeno. Eu adoraria saber como você interpreta as ações
de sua rainha com base em tão poucos fatos.
Etain respirou fundo.
— Minha rainha se importa muito pouco com os assuntos
daqueles fora de Éire Danu. — Ele se virou rapidamente para
Meryn. — Não que ela tenha uma má opinião dos humanos ou
de qualquer outra raça. Mas apenas os vampiros se aproximam
da nossa longevidade. A razão pela qual os fae vivem em um
plano diferente é por causa da mágoa e tristeza que estávamos
sentindo ao perder nossos amigos humanos. Como povo,
estávamos ficando retraídos e deprimidos. Ao nos manter
separados, minha rainha nos mantém seguros. — Ele voltou-
se para Magnus. — Por ela estender a mão, fazendo um convite
e oferecendo assistência, minha rainha está dizendo ao seu
povo, todo o seu povo, que Meryn é uma humana pela qual
valerá a pena a grande dor que minha rainha sofrerá quando
a Meryn passar deste mundo. Só isso me diz como minha
rainha vê a Meryn. Como uma filha de Éire Danu, não posso
fazer nada menos do que oferecer meu maior respeito,
assistência e proteção. — Ele colocou o punho sobre o coração
e fez uma reverência na cadeira.
Adriel olhou para Etain em choque. Ele nunca tinha visto
Etain dar esse nível de reverência a ninguém, inclusive a ele.
Como líder de sua unidade, Etain respeitava ele e suas ordens.
Magnus, como o príncipe dos vampiros, era respeitado por sua
linhagem real. Adriel sabia que Etain ouviria e seguiria as
ordens de ambos, mas naquele momento ele viu a diferença.

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Etain seguiria suas ordens, mas ele morreria por Meryn
McKenzie.
Magnus olhou do outro lado da mesa, com os olhos fixos
na pequena humana que estava alheia ao que Etain havia
revelado. Ela simplesmente lhe fez um sinal de positivo e voltou
ao Grant buscando o resto de sua história.
Grant engoliu em seco visivelmente. Ele pegou seu copo
d'água com a mão levemente trêmula, que confirmou a Adriel
que Grant também percebera o significado da declaração de
Etain. Ele tomou um gole e lançou um olhar nervoso para
Magnus e continuou:
— Para responder à sua pergunta, Meryn, a maior parte
da comida da cidade é criada e cultivada aqui em diferentes
níveis. Cada nível sendo responsável por diferentes tipos de
alimentos. O Nível Cinco cria gado, tudo, desde vacas e
galinhas a patos e codornas. Nível Quatro cultiva feno e grãos.
O Nível Três produz frutos em diferentes seções climaticamente
controladas e o Nível Dois cultiva quase todos os vegetais
conhecidos pelo homem. Especiarias e outros produtos
importantes, como açúcar, café e chá, são importados através
do portal.
— Mas... mas... como? Vocês não precisam do sol? —
Meryn gaguejou.
Os homens riram. Micah se inclinou para frente.
— Lembre-me de te mostrar os jardins de Noctem Falls.
Demorou anos para os bruxos aperfeiçoarem os feitiços
necessários para criar luz solar artificial. Eles usaram os
bruxos de terra para trazer e organizar as pedras necessárias

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e depois armazenaram os feitiços no geodos e cristais nas
paredes e tetos.
Magnus recostou-se.
— Estamos procurando expandir para plantas
medicinais. Muitos recursos valiosos estão sendo perdidos com
o desmatamento. Tenho trabalhado com meus colegas no
exterior e na Amazônia para trazer muitas de suas plantas
ameaçadas de extinção para cá. Quero doar espaço aqui no
Nível Um para o esforço.
— E por isso, eu serei eternamente grato. — Broderick
ergueu o copo para o cunhado num brinde.
Meryn estalou os dedos.
— É mesmo! Você faz as super vitaminas.
Broderick assentiu timidamente.
— Algo assim. Não são muitos dos vampiros que estão
dispostos a tomá-las, mas todos os resultados mostram que
quando eles se alimentam de um shifter que está tomando as
vitaminas, o volume de sangue necessário diminui. — Ele
olhou para Gavriel. — Minhas conversas com o Dr. Adam
McKenzie foram muito esclarecedoras. Não tínhamos nenhum
resultado de um vampiro passando por transição, então seu
feedback ajudou enormemente.
Os olhos de Adriel se estreitaram com a revelação de
Broderick. Ele olhou para Bethy.
— Você estava lá na transição dele?
Bethy olhou para qualquer lugar, menos para ele,
enquanto assentia.

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— Tinha que ser o Quinto Milênio dele, quero dizer, olhe
o tamanho dele, — sussurrou Tarak severamente.
Adriel sentiu seu estômago apertar e esfregou-o
distraidamente.
— Só você.
Broderick assentiu em simpatia.
— Eu disse a mesma coisa.
— Fala sério! — Bethy protestou.
Caspian lançou um olhar exasperado para a filha.
— Nós sabemos que você não causa essas coisas, mas,
querida, até você tem que admitir, apenas você encontraria seu
companheiro vampiro durante uma de suas maiores
transições.
Declan olhou para Gavriel de cima a baixo.
— Como você era antes?
Gavriel pensou por um momento.
— Mais ou menos do tamanho do Adriel, só que mais
magro. Depois da minha transição, nenhuma das minhas
roupas servia. Alguns dos meus alfaiates originais nem mesmo
estão vivos mais. Tem sido uma luta encontrar roupas de
qualidade.
— Vou adicioná-lo à lista, — Sebastian ofereceu.
O alívio no rosto de Gavriel era quase cômico.
— Eu ia te pedir isso mais tarde, em particular. Beth te
elogiou aos montes por meses.
Sebastian olhou para Bethy com um olhar de adoração
no rosto.
— Só por isso você ganha sobremesa extra.

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Bethy bateu palmas, animadamente.
— Mal posso esperar!
Magnus riu.
— Como se você não fosse dar a ela quantas sobremesas
ela quisesse de qualquer forma. Você sempre a mimou demais.
Caspian, Broderick, Sebastian e Adriel se viraram juntos
para encarar Magnus. Adriel falou primeiro:
— Senhor, acredito que o ditado é: o roto falando do
rasgado.
Caspian riu.
— Bem dito.
Magnus pareceu ofendido.
— Eu sou o tio dela, os deuses me dão o direito de mimar
minha sobrinha.
— Porque ela é linda, como você, — brincou Caspian.
Magnus assentiu.
— Porque ela é um gênio, como você, — Broderick
continuou, irônico. Magnus assentiu novamente.
— Porque ela era a coisa mais adorável que você já tinha
visto, e ela roubou seu coração e inteligência no segundo em
que você pôs os olhos nela, — concluiu Adriel.
Magnus olhou para seus irmãos e os guerreiros ao redor
da mesa.
— Como se ela não andasse pelo Nível da Unidade
conquistando seus corações quando era um bebê.
Adriel, Declan, Etain, Grant e Micah sorriram. Adriel
admitiu para si mesmo, ironicamente, que Magnus estava
certo.

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— Ela era toda cabelos loiro-branco e enormes olhos
azuis, — lembrou Declan, sorrindo.
Etain piscou um olho para Bethy, que estava corando
furiosamente.
— Ela era tão pequena que eu não conseguia acreditar
que algo tão pequeno pudesse ser real. A primeira vez que a vi
cair e quebrar o braço, eu queria destruir o item inocente que
o quebrou.
Micah riu.
— Foi o chão.
Etain assentiu.
— Exatamente. Eu lembrei no último segundo que
precisávamos do chão.
Grant passou a mão na boca, sorrindo.
— Eu não acho que ela soubesse andar. Tarak ou Kuruk
a carregavam para todo lugar.
Tarak deu de ombros.
— Era mais fácil para os nossos nervos.
Magnus tomou outro gole de vinho.
— Depois da reunião de hoje, fiz minha secretária enviar
o boletim informativo paranormal para a área toda. Uma
pequena cidade no Texas entrou em contato comigo. Eles já
estavam fazendo as malas quando souberam que estávamos
abrindo a cidade. Eles chegaram a Albuquerque e passarão a
noite em nossa propriedade lá. Eles devem chegar amanhã de
manhã.
— Talvez haja alguns pequeninos vindo para ficar
conosco nesse grupo, — sugeriu Caspian.

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— Hmmm, caubóis, — disse Meryn sonhadoramente.
Aiden rosnou para ela antes de levantar a mão dela até
os lábios para beijá-la.
Meryn deu de ombros.
— Não me interpretem mal, vocês todos em seus
elegantes uniformes ficam ótimos, mas tem algo especial em
um homem de jeans apertado e botas de caubói. — Ela se virou
para Bethy. — Você acha que eles estarão usando botas de
caubói?
Bethy sorriu.
— Podemos ter esperança.
Gavriel se inclinou e beliscou seu pescoço, fazendo-a rir.
Meryn bateu nos lábios com o dedo.
— Vamos precisar de um novo sistema de classificação.
Aiden balançou a cabeça.
— Meryn, — ele rosnou o nome dela.
Meryn ignorou o companheiro.
— Vou ter que tirar fotos e adicioná-las ao meu banco de
dados para que o meu minion e a Anne possam votar.
Caramba! Caubóis! Espere até eu contar para a Amelia, aposto
que ela vai querer votar então.
Caspian piscou um olho para seu companheiro.
— Conte comigo.
Broderick beijou o pescoço de Caspian.
— Você pode olhar, mas não toque.
Caspian mandou beijos pelo ar para seu companheiro.
— Claro, querido, — disse ele em um sotaque texano
perfeito.

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Uma única mulher humana.
Adriel estava começando a pensar que seis unidades não
seriam o bastante para lidar com ela e com a notória má sorte
de Bethy.
*****
Na manhã seguinte

Eva Mae Miller caminhava ao lado de Josie McLauren


enquanto se dirigiam para a beira do canyon onde a entrada
para Noctem Falls ficava escondida dentro da própria rocha.
As duas eram as extraviadas da grande matilha de lobos que
caminhava do portal temporário dos fae em direção à cidade.
A matilha havia optado por ficar na propriedade de Noctem
Falls, em vez de caminhar durante a noite. Agora era de manhã
cedo e, pelos rosnados ao seu redor, a maior parte da matilha
não tivera a chance de tomar café.
Os fae que abriram o portal deram uma olhada no grupo
deles e decidiram que um portal temporário a alguns
quilômetros da cidade era mais seguro do que usar o
tradicional, tão perto da borda. Isso significava que eles tinham
que andar, mas dessa forma, ninguém cairia acidentalmente.
— Sinto muito que você tenha que andar comigo, Eva, —
a jovem mulher grávida bufou.
Eva passou um braço em volta do seu ombro.
— Não se preocupe comigo nem um pouco. Na verdade,
eu gosto desse ritmo mais lento, é muito relaxante.
Josie abaixou o rosto, sorrindo.
— E você evita o Stefan aqui atrás.

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Eva deu um suspiro exasperado.
— Isso também é uma vantagem. — Stefan Bolivar era o
atual Alfa da matilha, seu melhor amigo, e pedra no sapato
tudo de uma vez.
Depois de perder sua família para caçadores humanos no
leste da Rússia, ela decidiu deixar o país. Ficou intrigada com
as histórias que ouviu sobre o Oeste Selvagem da América e,
antes que percebesse, pagara a passagem e começara sua
jornada para o oeste.
Stefan tinha apenas cento e cinquenta anos em 1850,
quando ela finalmente acabou em Wolftown, Texas, uma
pequena cidade administrada por um bando de lobos
mexicanos cinzentos. Quando ela se aproximou dos alfas da
matilha, Demetrio e Adora Bolivar, ela foi calorosamente
recebida, apesar de ser um tigre.
Ela gastou suas economias e abriu um bar. O chamou de
Moeda de Ouro, e garantiu que este fosse um local seguro para
os moradores locais tomarem uma bebida. Ao longo dos anos,
Wolftown se transformou de uma cidade empoeirada no
deserto em uma próspera atração turística.
A matilha havia modernizado todos os edifícios, mas os
mantinham exatamente como se pareciam quando a cidade foi
fundada. As pessoas da cidade usavam o mesmo estilo de
roupa que usavam há mais de cem anos, dando à cidade uma
sensação autêntica. Além disso, facilitava para saber quem era
um shifter e quem era um visitante humano.

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Eva entendeu porque a matilha decidiu ir a Noctem Falls
em busca de proteção, mas tinha sido difícil colocar uma placa
de fechado em seu bar. Ela já sentia falta de sua casa.
— Voltaremos antes que você perceba. — Josie deu um
tapinha no braço dela.
— Eu sou tão transparente assim?
— Acho que todos estamos nos sentindo da mesma
maneira. Se não fosse por todas as famílias desaparecidas na
área, não acho que o Stefan teria concordado em nos mudar
para Noctem Falls, mesmo que temporariamente. Você sabe
como nos sentimos sobre vampiros. — Josie estremeceu.
Eva sabia que a decisão de mudar o bando para Noctem
Falls tinha sido difícil para Stefan. Ele havia passado quase
dois dias empoleirado em um dos bancos do bar dela, girando
uma garrafa de cerveja meio vazia nas mãos. Havia
animosidade entre os vampiros e bandos de lobos locais, e Eva
realmente não estava ansiosa pela tensão.
— Falando no diabo. — Josie assentiu à frente delas.
Stefan estava voltando até elas, franzindo a testa e todo o
seu corpo estava tenso. Este não era um bom sinal.
— Stefan, o que houve?
Ele se aproximou e passou um braço casual em volta da
cintura dela. Quando ele começou a se inclinar ela pensou que
ele estava apenas flertando novamente. Ela estava prestes a
pisar no seu pé quando ele sussurrou em seu ouvido:
— Estamos sendo seguidos. Não consigo vê-los, mas algo
não parece certo.

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Eva sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela
lentamente começou a olhar em volta. Droga. Ele estava certo.
À sua esquerda, ela viu o vento levantar uma nuvem de poeira
que se separou e correu em torno de um largo objeto.
Ela se virou para Stefan.
— Eu vi, — ele sussurrou severamente. — Quando eu der
o sinal, preciso que as duas corram o mais rápido possível em
direção à borda. — Os olhos dele encontraram os dela e ela
assentiu. Ela protegeria Josie para que ele pudesse se
concentrar no resto do bando. — O pai já enviou uma
mensagem de emergência para o sanguessuga principal; eles
estão enviando ajuda. — Com um sorriso rápido, ele se
inclinou, lambeu sua bochecha e saiu correndo antes que ela
pudesse bater nele.
Segundos depois, dois dos betas da matilha correram
para trás para flanqueá-las dos dois lados. Eva deveria saber
que Stefan não se ariscaria de jeito nenhum com uma mulher
grávida. Ela sorriu maliciosamente para Elias Santiago e Jorge
Diaz.
— Parece que estamos prestes a nos divertir um pouco.
O sorriso de resposta de Elias era tranquilizador.
— Posso te abraçar também, Eva? — ele brincou.
— Só se você quiser que o Stefan arranque seu braço do
corpo. Você sabe como ele é protetor com a Eva, — Jorge
avisou. Jorge, no entanto, não esperou por permissão; ele
passou um braço musculoso em volta da barriga redonda de
Josie. Não era segredo no bando que ele era o companheiro de
Josie. Infelizmente, Josie já estava vendo alguém quando eles

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se conheceram. Os últimos meses haviam sido complicados
para todos. Por fim, o amante de Josie havia deixado a cidade,
abandonando ela e seu filho ainda não nascido. O coração de
Josie fora quebrado, mas Jorge estivera lá a cada passo,
pegando os pedaços e devolvendo-os com carinho para ela.
Debaixo de sua mão, Eva sentiu Josie ficar tensa. Um
longo uivo à frente do bando fez com que todos corressem o
mais rápido possível. Depois de algumas centenas de metros,
Jorge simplesmente pegou Josie no colo e correu. Eva não
sabia o que a fez virar à direita, mas sentiu movimentos
segundos antes de colocar o corpo entre Jorge e o atacante.
Eva foi levantada e jogada para o lado. Rosnando, ela
estendeu as garras, mudando parcialmente as mãos. Ela
apertou o passo, correndo para alcançar o bando. Enquanto
corria, viu Elias no chão, preso por um inimigo invisível. Sem
pensar, ela se lançou para frente, envolvendo os braços em
torno da massa sobre Elias, e caiu no chão com eles.
Cegamente, ela atacou à esquerda e à direita. Ela sentiu com
satisfação suas garras cravarem-se em um material macio
segundos antes que sangue quente escorresse por suas mãos.
— Peguei, seu filho da puta, — ela rosnou.
— Eva, depressa! — Elias estava de pé e indo em direção
ao bando.
Eva congelou ao sentir movimento ao seu redor. Estava
cercada.
— Vamos lá, meninos, eu te mostrei o meu, — ela
mostrou as garras. — Agora me mostre o de vocês, — ela
ronronou.

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Em um momento ela estava observando cuidadosamente
os arredores, no outro estava de costas no chão e vendo
estrelas. Enquanto a escuridão aflorava em sua visão, ela
ouviu os sons de comandos sendo gritados.
— Já tava na hora, porra, — ela resmungou antes de
desmaiar.
*****
Eva acordou com uma forte dor de cabeça, mas, verdade
fosse dita, ela estava feliz por ao menos acordar. As coisas não
pareciam muito boas quando seus olhos se fecharam. Com
grande esforço, ela abriu um olho, depois outro, e olhou em
volta. A primeira coisa que viu foi um par de olhos verdes lhe
olhando.
— Olá, — disse ela em saudação.
— Ei.
A mulher de cabelos castanhos espetados continuou lhe
olhando.
— Posso te ajudar? — Eva perguntou.
— Não, eu estou bem. — Mais uma vez, seus olhinhos
verdes sem piscar se prenderam nela.
— Por que você está me encarando? — Eva finalmente
perguntou.
— O bruxo da Unidade Kapa estava direcionando
voluntários; ele te olhou e disse que você era a minha pessoa
para vigiar.
Provavelmente porque você é maluquinha, e eu não estou
tão machucada.

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— Provavelmente porque ele sabia que eu não podia foder
contigo, — a mulher admitiu em voz alta.
Eva sorriu. Pelo menos ela não era entediante.
— Eu sou Eva Mae Miller.
— Sério? Esse nome veio com um par de shortinhos Daisy
Dukes?
O queixo de Eva caiu antes que ela caísse na gargalhada.
— Você sabe falar, né não?
— Sim! Eu sou Meryn McKenzie, prazer em conhecê-la.
— Os olhos de Meryn dançavam de alegria.
Eva gemeu quando se sentou. Mãos pequenas tentaram
empurrá-la de volta para baixo.
— Meryn, eu estou bem, sério. Eu só preciso me levantar
e me alongar.
Os olhos de Meryn se estreitaram em fendas cheias de
suspeita.
— Ok, mas não se machuque, porque eu não sou uma
curandeira, então você provavelmente morreria ou algo assim.
Eva passou as pernas pela lateral da maca e se levantou.
Meryn fez o mesmo e agora Eva era quem a estava olhando.
— Cadê o resto de você?
Meryn cruzou os braços.
— Em algum lugar entre “vai te” e “foder”, acho eu.
Eva riu.
— Eu gosto de você.
Meryn lhe mostrou a língua.

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— Acho que também gosto de você. Fico feliz que você não
tenha sido eviscerada. Porra, você é alta, no entanto; você tem,
o que, um metro e oitenta e dois?
— Nah, apenas um metro, oitenta e um centímetros e
noventa milímetros.
— E esses últimos dez milímetros fazem toda a diferença,
hein?
— Pode apostar. — Eva olhou em volta. Elas estavam em
uma grande caverna aberta. — Onde estamos afinal? — Ela
sentia como se alguém as estivesse observando. Ela era uma
gata; ela sabia como era perseguir sua presa. Naquele
momento, ela se sentia a presa.
Meryn esfregou os braços para cima e para baixo em um
gesto nervoso.
— Chamam aqui de Salão Principal. Todo mundo está
sendo trazido até aqui de lá; aquela é a abertura chamada de
Borda. — Meryn apontou para a entrada da caverna. Homens
estavam trazendo apressadamente pessoas pelas portas e para
dentro do salão. — Todas as unidades estão lá fora, protegendo
o resto da sua matilha até que os bruxos possam abaixá-las e
trazê-las para dentro. Meu escudeiro saiu para ajudar, pois ele
evidentemente pode levantar e abaixar plataformas inteiras,
bastardo sorrateiro, — ela resmungou.
Eva olhou em volta e tudo o que viu foram seus
companheiros de cidade. Espalhados entre eles havia
guerreiros de unidade com mãos brilhantes, curando os
feridos.
— Onde estão todos os vampiros?

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Meryn bufou.
— Eles tiveram que ser mandados de volta para baixo.
Havia muito sangue; eles estavam ficando meio fora de
controle. Apenas Magnus e um punhado dos mais velhos
conseguiram manter a compostura. Embora, em defesa deles,
há muito sangue. Se eu tivesse tanto café assim ao meu redor,
eu provavelmente também perderia a cabeça.
Eva observou como um vampiro alto e lindo, com olhos
vermelhos sangue e presas estendidas, se aproximava.
— Ah, Meryn? Você disse que todos os vampiros afetados
foram para baixo, certo?
— Sim, por que?
Eva apontou para o homem abatendo-se sobre elas. Ela
estava prestes a empurrar Meryn para trás de si quando a
pequena mulher colocou as mãos nos quadris e levantou o pé.
Quando o homem estava na frente delas, ela deixou o pé voar,
chutando-o nas canelas. Eva piscou. Não era isso o que ela
teria feito com um vampiro sedento de sangue que as estava
atacando, mas pareceu funcionar. Os olhos vermelhos do
homem evanesceram para uma mística cor cinza prateada e
uma carranca apareceu em seu rosto.
— Meryn, isso dói, sabia?
— Era para doer. Controle a sua presa tesuda; você está
assustando a minha pessoa.
O homem olhou para Meryn sem piscar os olhos.
— Você acabou de dizer “presa tesuda”?
— Sim. Sério, Adriel, eu pensei que você tinha mais
controle, sendo um líder de unidade e tals.

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Adriel esfregou o local entre as sobrancelhas.
— Meryn, minhas presas estão estendidas porque ela é a
minha companheira.
— Oh. Bem, merda. Então morda à vontade, acho. —
Meryn arrastou o sapato no chão, o rosto corado de vergonha.
Eva não conseguia tirar os olhos do guerreiro à sua
frente. Ela ouvira falar do calor do acasalamento, mas nunca
em mil anos teria pensado que isso a afetaria assim. Suas
mãos doíam de verdade por querer tocá-lo. Ele era vários
centímetros mais alto que ela, pelo que ela agradecia. Ele
usava seus longos cabelos escuros e ondulados em um rabo de
cavalo, e havia uma sugestão de barba aparecendo ao longo de
sua mandíbula quadrada. Ele exalava força e poder e o tigre
dela estava agitado.
Ele franziu o cenho para Meryn.
— Eu não mordo. — Ele se virou para Eva e ajeitou a
gravata antes de alisar a camisa. Ele fez uma reverência,
pegando sua mão. Ele a beijou levemente e depois se endireitou
completamente. — Meu nome é Adriel Aristaios. Eu sou o líder
de unidade responsável pelos guerreiros da unidade aqui de
Noctem Falls, e sou o seu companheiro. — Ele permitiu que a
mão dela voltasse para sua lateral.
Eva engoliu em seco; seu estômago parecia ter criado
asas e estava tremulando em seu tronco.
— Meu nome é Eva Mae Miller. Sou a única shifter de
tigre em uma cidade de lobos. Sou dona de um bar chamado
Moeda de Ouro e sou sua companheira.
Meryn deu uma cotovelada em Adriel.

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— Aposto que você aprecia botas de caubói agora, — ela
provocou.
Adriel olhou para as botas de Eva e depois de volta para
o rosto dela. Ele engoliu em seco.
— Elas são muito atraentes.
— Ele quer muito te foder com você usando essas botas,
só as botas, — Meryn interpretou.
Adriel olhou ao redor da sala.
— Onde está o seu companheiro?
Meryn revirou os olhos.
— Ele também não consegue me controlar.
— Você sempre é tão irritadiça? — Eva perguntou,
examinando os arredores.
— Mais ou menos. Eu vim porque todo mundo estava
pulando e correndo para ajudar quando recebemos a ligação,
e eu pareceria uma idiota se ficasse na sala de jantar comendo
pudim e jogando no meu notebook. Mas então o Aiden e o
Gavriel desapareceram para ajudar as unidades. — Ela parou
e apontou para uma bonita mulher loira no meio da sala. — A
Beth, minha irmã adotiva, está direcionando as pessoas como
uma controladora de tráfego aéreo, e então o Ryuu me
abandonou. — Eva ficou chocada ao ver a pequena mulher
esfregando os olhos raivosamente.
— Ei, criança, vai ficar tudo bem. — Eva passou a mão
pelos cabelos de Meryn.
Meryn franziu o cenho para ela.
— Eu não gosto daqui! — Meryn apertou o peito.

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Agora, Eva realmente estava preocupada. Isso não
parecia uma reação normal à confusão ao seu redor. Ela olhou
em volta freneticamente, tentando encontrar alguém que
conhecesse a pequena humana.
Ela olhou para seu companheiro; ele tinha um olhar
igualmente preocupado.
— Assumo que esse não é um comportamento normal
dela?
Adriel pressionou os lábios.
— Não acredito que seja. Ela é um pouco diferente, mas
parece estar com dor, e isso não é aceitável.
— Denka, eu estou aqui. — Um japonês alto disse,
caminhando até eles rapidamente, pegando o pulso de Meryn.
Em instantes, a respiração irregular de Meryn havia
desacelerado, e ela parecia mais calma.
— Ela está bem? — Eva perguntou.
— Ela ficará assim que eu a levar de volta ao Nível Um,
— ele respondeu.
— Eu estou bem. Eu tenho que cuidar da Eva; ela é a
pessoa que me designaram, — Meryn protestou.
Eva encontrou os olhos do homem e os dois pareceram
chegar a um acordo tácito.
— Que tal você me mostrar o Nível Um? Podemos comer
um pouco do pudim do qual você estava falando, — sugeriu
Eva.
— Você está sendo muito legal. Eu odeio ficar assim. —
Meryn esfregou o rosto com a manga.

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— Qual o problema? Ou é algo do qual você não gosta de
falar? — Eva perguntou.
Meryn deu de ombros.
— O Kendrick acha que sou parte bruxa, mas não fiquei
com nenhum poder legal como bolas de fogo ou voar, apenas
emoções estúpidas.
— Você é uma empata, — disse Eva, entendendo seu
dilema. Ela olhou ao redor da sala. Eles estavam cercados de
dor, confusão e medo. — Precisamos levá-la de volta a esse
outro nível.
— Eu concordo. Permita-me me apresentar. Meu nome é
Sei Ryuu; sou o escudeiro de Meryn. Você pode me chamar de
Ryuu, seria uma honra acompanhá-las de volta ao Nível Um,
onde minha denka pode descansar. — Os olhos de Ryuu
dispararam para a barriga de Meryn.
— Deuses, você está grávida, — Eva exclamou.
— Sim. — Os olhos de Meryn estavam começando a ficar
sem expressão.
Eva virou-se para seu companheiro.
— Aponte-me na direção certa, eu vou nos levar até lá.
Adriel apontou para o lado oposto do salão.
— O túnel de transporte está localizado ao longo da
parede oposta. Em circunstâncias normais, eu não deixaria o
seu lado, no entanto, — ele indicou a multidão ao seu redor.
— Vá cuidar do meu povo, e eu estarei com a Meryn no
Nível Um. Estarei esperando, — ela prometeu.

MY GUARDIAN
Alanea Alder
Os olhos dele escureceram. Ele hesitou por um momento,
ela podia ver em seus olhos o desejo de ficar com ela, mas seu
senso de dever venceu.
— Eu voltarei por você.
— Encontre o Stefan ou o Demetrio Bolivar. O Stefan é o
Alfa atual, Demetrio é o Alfa anterior, qualquer um poderá te
dizer se alguém está desaparecido e ajudar a organizar as
pessoas.
— Meus agradecimentos. — Ele ergueu a mão dela para
beijá-la uma última vez e depois foi em direção à abertura da
Borda para ajudar as pessoas da cidade.
Eva agarrou o braço de Meryn e começou a abrir caminho
através da multidão caótica. Quanto mais se afastavam da
multidão, melhor Meryn parecia ficar. No momento em que
chegaram no túnel, os olhos verdes de Meryn estavam focados
e alertas.
— Meryn, espere! — Eles se viraram para ver um homem
correndo na direção deles.
— Ei, Micah. Pensei que você estivesse ajudando a curar
pessoas? — Meryn questionou.
Micah assentiu.
— Eu estava, mas todo mundo foi trazido para baixo para
que os outros bruxos não tenham que se preocupar em agir
como transporte; eles foram transferidos para a cura. Essa não
é a minha habilidade mais forte, então o Adriel me redirecionou
para você. — Ele se virou e a olhou de cima a baixo. — E quem
é essa deusa amazônica?
Eva sorriu.

MY GUARDIAN
Alanea Alder
— Eu sou a Eva, companheira do Adriel.
O rosto de Micah ficou trágico. Ele fez mimica como se
estivesse sendo esfaqueado no peito.
— Destino cruel! Ver uma visão tão etérea e saber que
você pertence ao meu irmão guerreiro, a tragédia.
— Você é divertido. — Eva balançou a cabeça, sorrindo.
Micah virou-se para Ryuu.
— Senhor, se você transportar nossa delicada flor, eu
ajudarei minha deusa. — Ele levantou o braço, indicando o
túnel.
— Claro. — Ryuu acompanhou Meryn até a entrada do
túnel.
— Pare. Não é permitido a nenhum shifter descer até os
níveis, eles devem permanecer aqui no Salão Principal, — a
escolta de túnel zombou deles.
Meryn coçou a cabeça.
— Mas nós viemos do Nível Um.
— Eu duvido muito disso. O Nível Um é reservado para a
realeza dos vampiros, não são permitidos shifters, — ele
zombou.
— E o Broderick e a Elizabeth Monroe; eles são shifters,
— rebateu Meryn.
Os olhos da escolta se estreitaram.
— Eles são da realeza. Broderick Monroe está acasalado
com o próprio irmão do nosso príncipe e Elizabeth é sua filha.
— E eu sou irmã dela. — Meryn cruzou os braços sobre o
peito, olhando brava para o escolta.

MY GUARDIAN
Alanea Alder
— Elizabeth Monroe não tem irmã. Agora volte para o seu
chalé de caridade, vaca!
O queixo de Meryn caiu quando seus olhos se encheram
de lágrimas. Eva podia não a conhecer há muito tempo, mas
apostava que essas eram lágrimas nascidas de raiva e
frustração, em vez de medo ou fraqueza. Ela não ficou nem um
pouco surpresa quando Meryn levantou a perna como se fosse
chutar o escolta.
— Isso. É. Sparta! — Meryn exultou. Ela foi chutar, mas
não conseguiu levantar a perna o suficiente. O escolta riu
zombeteiro.
Meryn virou-se para eles.
— Eu não consigo chutar! Eu não consigo fazer meu
kung-fu!
— Você sabe kung-fu? — Eva perguntou.
Meryn balançou a cabeça.
— Não, mas e se eu quisesse aprender um dia?
— Saia daqui, sua porca inútil! — A escolta empurrou
Meryn não muito gentilmente.
Sem nem pensar, Eva virou o corpo e chutou o homem
bem no peito. A força do chute o jogou de volta ao túnel. Levou
um momento para ele recuperar o fôlego, e então ele pairou no
ar.
— Vadia estúpida! Vampiros conseguem voar.
Ryuu estalou os dedos. O corpo do escolta estremeceu
quando luz azul dançou em seu corpo; ele congelou e depois
caiu no túnel.

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Alanea Alder
— Eles também podem cair. — Ryuu bufou com desdém.
Ele se virou para Meryn. — Denka, você está machucada?
— Estou bem. — Meryn respondeu antes de encará-la
com um olhar de maravilha infantil no rosto. — Essa foi a coisa
mais legal que eu já vi em toda a minha vida, — disse ela em
um sussurro admirado.
Eva deu de ombros.
— Você ainda é jovem.
Micah virou-se para ela.
— Como você sabia que havia uma rede no fundo do
túnel?
Eva olhou para ele surpresa.
— Tem uma rede?
Micah estendeu o braço.
— Meu líder de unidade é o bastardo mais sortudo que
eu conheço. Minha gloriosa deusa guerreira, posso
acompanhá-la até o Nível Um?
Ela colocou a mão no braço dele.
— Sim, obrigada.
Eles observaram enquanto Meryn se inclinava sobre a
beira do túnel.
— Isso. É. Esparta! Vadia!! — Ela fez uma pequena dança
de vitória e, em seguida, permitiu que Ryuu a escoltasse para
baixo.
Talvez ficar em uma cidade vampira seria mais divertido
do que ela pensara.

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Alanea Alder
Capítulo 5

Eva atravessou a porta aberta atrás de Meryn.


O belo homem que abriu a porta para eles fez uma careta
diante da ladainha de palavrões vindos da rede abaixo deles.
— Está tudo bem? Estou chocado que você seja exposta
a uma linguagem tão severa, pequena. — Ele rapidamente
fechou a porta pesada, bloqueando todo o som do corredor.
Eva segurou a língua. Ela já ouvira uma linguagem vulgar da
“pequena”.
— Sebastian, esta é Eva Mae Miller. Ela é a minha pessoa
e companheira do Adriel. Ela se juntará a nós para o almoço.
Eva, este é o Sebastian, escudeiro do Magnus.
O rosto de Sebastian se iluminou.
— Eu sempre acreditei que quanto mais, melhor.
Parabéns por encontrar seu companheiro. Devo dizer que
estou tão feliz que nosso jovem Adriel tenha te encontrado; ele
anda sempre tão preocupado.
— Ela é incrível! Ela chutou aquele escolta idiota bem no
peito, e então POW! Ele voou para trás pelo menos 15 metros.

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Então Ryuu congelou a bunda dele e ele caiu como uma pedra.
Foi incrível! É isso o que ele ganha por me chamar de vaca.
Os olhos de Sebastian brilharam perigosamente com as
palavras do escolta por um momento, mas o brilho
desapareceu quando ele se virou e sorriu para Eva.
— Forte e amável, já houve uma combinação mais
intoxicante? Bem-vinda a Noctem Falls, querida. Espero que
você não encontre mais coisas desagradáveis.
Eva sentiu o rosto corar e ficou maravilhada com o fato
de este homem ter causado isso. Ela tinha mais de quinhentos
anos, possuíra uma taberna durante a época do Oeste
Selvagem e depois um bar por mais de cento e cinquenta anos.
Não havia muito nesta terra que a fazia corar; no entanto, seus
sinceros elogios fizeram sangue correr para suas bochechas.
— Ele só voou cerca de quatro metros, Meryn, — ela
corrigiu.
— Tanto faz! — Meryn se atirou em uma poltrona
reclinável que parecia ter sido projetada para alguém com o
dobro do seu tamanho. Ela estendeu a mão para o chão de um
lado da poltrona e pegou o notebook, que estava conectado à
parede por um longo fio. Ela olhou para Sebastian e fez
biquinho. — Por favor, posso comer um pouco de pudim antes
do almoço, Sebastian? Acho que o bebê está com fome.
Eva viu o escudeiro se derreter no local.
— Claro, querida, eu já volto. — Ele se apressou.
Eva sentou-se perto de Meryn em um dos muitos sofás.
— Sua sem vergonha, — ela admoestou.
Meryn deu de ombros.

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— Pelo pudim dele, eu não tenho vergonha.
Micah se sentou no sofá em frente a Meryn.
— Eu vou poder passar tempo com duas lindas mulheres
e comer o pudim do Sebastian; eu devo ter feito algo certo em
uma vida passada. — Ele se recostou, ficando confortável.
Eva olhou em volta. Ela nunca esteve em um lugar tão
opulento. Ela estava começando a sentir suas humildes raízes
do Texas.
— Eu entendo porque o Magnus tem um escudeiro, ele é
o príncipe por aqui. Por que você tem um?
Meryn digitou à vontade no teclado enquanto Ryuu se
ocupava no aparador fazendo chá.
— Porque a mãe do Aiden disse que eu precisava de um.
— Por quê? — Eva estava aprendendo rapidamente que
se você queria uma resposta direta da Meryn, precisava fazer
uma pergunta direta.
— Porque um dia ele vai ser o ancião shifter, e eu serei a
Lady McKenzie. Eu meio que espero que isso nunca aconteça;
eu realmente não acho que fui feita para reuniões de caridade
e círculos de costura.
— Isso parece horrível, — Eva estremeceu. Ninguém em
casa tinha escudeiros. Até os encontros locais eram casuais.
— Obrigada! Finalmente! Eu prefiro enfiar brotos de
bambu debaixo das unhas do que participar de um almoço de
caridade da alta sociedade. Seria menos doloroso desviar
fundos de algumas empresas antiéticas e doar eles, do que
socializar com um bando de idiotas arrogantes.
Eva olhou para a pequena mulher.

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— Eu realmente gosto de você. — Era verdade. A
honestidade de Meryn e sua visão do mundo paranormal eram
refrescantes.
— Eu acho que vou gostar de você também, minha
pessoa.
— Você realmente vai continuar me chamando assim?
— Eu gosto assim... Enfim, vocês todos foram atacados
por ferals, hein? Que droga. — Meryn parou de digitar, olhou
para a tela e depois voltou a digitar.
Eva apenas lhe jogou um olhar curioso.
Meryn se virou quando ela não respondeu.
— O que?
— Ser atacado por ferals é tão comum de onde você vem
que você fica sossegada com isso?
Meryn assentiu.
— Bem... sim. Eu fui atacada por ferals... — ela torceu o
nariz. — Pessoalmente, acho que foram duas vezes. Então eles
atacaram a cidade; que foi quando eu tive problemas por
revestir a praça da cidade de Lycaonia com cola de farinha.
Mas, em minha defesa, era a única maneira de ver os
bastardos invisíveis.
Eva e Micah trocaram expressões chocadas. Ela voltou-
se para Meryn.
— Você realmente está falando sério. Como você
sobreviveu?
— Nesta primeira vez, meu amigo elfo foi pedir ajuda,
depois o Aiden virou a versão Hulk shifter e brincou com a

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bunda do feral como se fosse o Loki5. Pah, pah. — Meryn
imitou o ato de bater em algo. — Na segunda vez, meu minion,
Rodas, usou um feitiço de bola de fogo para impedir que um
feral entrasse em casa. Foi quando o Gavriel virou super
vampiro. Ele arrancou os braços do feral e depois bateu nele
até a morte com eles. — Quando Sebastian voltou, empurrando
um carrinho, seu rosto se iluminou. — Pudim mágico!
Eva viu como as palavras de Meryn agradaram Sebastian.
— É apenas uma receita simples, pequena, — ele refutou,
servindo-lhe uma enorme porção. Ele se virou para Eva
segurando uma tigela. — Você gostaria de experimentar um
pouco?
Ela assentiu.
— Sim, obrigada. — Quando Ryuu se virou um momento
depois com um chá verde com aroma de jasmim, ela sabia que
tinha morrido e ido para o céu. Ela poderia se acostumar a ser
servida assim. — Mais tarde, você terá que me contar sobre
sua versão do Hulk shifter, minions, super vampiros e o Rodas.
Sebastian entregou a Micah uma tigela e todos caíram de
boca.
Meryn riu e assentiu.
Atrás deles, a porta se abriu e fechou quando Adriel
entrou na sala. Ele sorriu.
— Cheguei na hora para comer pudim?
Micah se levantou e Adriel acenou para ele se sentar
novamente.
Sebastian assentiu e pegou outra porção.

5 Loki, deus da mitologia nórdica, conhecido por brincar com os outros e trapacear.

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Adriel apontou para a porta.
— Por que há um escolta de túnel na rede gritando
obscenidades?
Meryn nem sequer desviou o olhar do notebook.
— Babaca.
— Ah. Entendo. — Adriel foi até Eva. Ela estava prestes a
ir mais para o lado, para abrir espaço quando ele balançou a
cabeça. — Fique confortável. Soube mais tarde que você foi
uma das primeiras trazidas devido a ferimentos. Está tudo
bem? — Ele sentou-se ao lado dela no sofá. Embora suas
palavras fossem ditas de uma maneira fria e casual, quando
ele pegou a mão livre dela, ela podia sentir o batimento
cardíaco dele acelerando. Ele deve ter ido diretamente a ela
depois de saber que ela havia sido ferida.
— Está tudo loco de bom. Tenho pudim e chá; não poderia
estar mais feliz. — Ele simplesmente assentiu sem dizer uma
palavra, mas sua frequência cardíaca começou a diminuir.
— Loco de bom, — Meryn riu.
— Tu tá me tirando? — Eva falou demoradamente.
Meryn riu.
— Eu gosto da forma que você fala.
A porta se abriu e fechou novamente. Dessa vez Magnus,
Aiden, Gavriel e Beth entraram com Tarak atrás deles.
Magnus apontou para a porta.
— Por que há um homem gritando na rede?
— Babaca, — Meryn respondeu novamente.
— Ah. — Magnus caiu em uma cadeira grande e exalou.
Ele olhou para a mesa de café animado. — Temos pudim?

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Eva virou a cabeça para que o príncipe de todos os
vampiros não a visse sorrir com a pergunta dele. Um homem
gritando em uma rede, impotente. Nada pelo qual se
preocupar. Pudim? Pare tudo.
Aiden olhou para Ryuu.
— Por que ele está brilhando num tom azul?
Ryuu deu de ombros delicadamente.
— Ele foi desrespeitoso com a minha denka.
Aiden virou-se como se fosse voltar para fora.
— Oh, ele foi, não foi?
— Aiden, preciso de abraços, — disse Meryn.
O Comandante da Unidade fez uma careta e caminhou de
volta para a poltrona reclinável. Ele pegou sua companheira e
sentou-se, colocando-a no colo. Ele passou o queixo sobre a
cabeça dela. Meryn nem sequer desviou o olhar do notebook.
Eva nunca tinha visto alguém tão sintonizado com seu
companheiro. Meryn sabia exatamente do que Aiden precisava,
e sem pensar duas vezes, deu isso a ele. Meryn bocejou, mas
continuou digitando.
Aiden acariciou sua nuca com o nariz.
— Você precisa descansar?
Meryn parou de digitar e recostou-se contra o
companheiro.
— Isso não vai fazer nenhum bem.
Aiden olhou ao redor da sala.
— Ela teve dificuldade para dormir ontem à noite.
Sebastian virou-se para eles.

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Alanea Alder
— Você precisa de alguma coisa? Roupa de cama nova,
mais travesseiros, cobertores, talvez um ventilador? — ele
sugeriu.
— Estou mais para cinco ml de Nyquil6 e um litro de
vodka, — Meryn bocejou.
Ryuu largou o bule de chá e se aproximou para pegar seu
pulso.
— Você precisa descansar, denka; seu corpo precisa
disso, o bebê também.
Meryn assentiu e soltou seu pulso com um puxão.
— Não é tão fácil assim, sabe. Parece que não consigo
ficar confortável. — Ela olhou por cima do notebook. — O
Sebastian encomendou alguns equipamentos de informática
para mim. Eu tenho uma teoria sobre como instalar Wi-Fi e
serviço de celular na cidade. Só estou esperando a aprovação
da Rainha Aleksandra para que o Etain coloque meu grande
plano em ação. Enquanto isso, se você me der seu endereço de
e-mail, te enviarei um mapa da cidade. Eu digitalizei aquele
que a Beth me deu.
Beth riu.
— Claro que digitalizou. Quando você entrou em contato
com a Rainha Aleksandra? — Ela mexeu em sua tigela de
pudim.
— Não entrei, mas fiz a Amelia falar com ela já que já a
conheceu.
— Faz sentido.

6 Nyquil é um forte remédio para gripe que causa muito sono e faz uma pessoa dormir
profundamente.

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Alanea Alder
Eva sentiu a cabeça começar a rodar.
— Você conhece a Rainha dos Fae? — Ela olhou em volta.
Ocorreu-lhe que ela estava casualmente comendo pudim com
o Príncipe dos Vampiros. Quem eram essas pessoas?
Beth virou-se para ela.
— Nós não fomos apresentadas. Meu nome é Elizabeth
Monroe; este é o meu companheiro, Gavriel Ambrosios.
Magnus Rioux é o meu tio e líder aqui em Noctem Falls. O
guerreiro alto atrás de mim é meu guarda, Tarak, e o grande
homem que está abraçando Meryn é Aiden McKenzie. Suponho
que, já que você desceu com a Meryn, que já conheceu o Ryuu,
o Sebastian e o Micah. — Eva notou que Beth estava olhando
para onde sua mão estava unida à de Adriel.
— Meu nome é Eva Mae Miller. Eu não sou muito
importante e tals, sou apenas uma dona de bar do Texas. Vim
com o pessoal de Wolftown. Enquanto estávamos no nível
superior, encontrei meu companheiro. — Ela sorriu para
Adriel.
— Oh meus Deuses! — Beth exclamou. — Estou tão feliz
que você esteja aqui! Ele estava tão preocupado com você!
Ela olhou para o companheiro.
— Vocês são próximos?
Ele assentiu brevemente.
— A Bethy é a coisa mais próxima que tenho de família
fora as unidades.
Eva pensou em Stefan e o pânico começou a surgir.
Adriel apertou a mão dela.
— O quê? O que te agitou tanto?

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— Você chegou a encontrar o Stefan Bolivar? Ele e seus
pais estão bem?
Adriel assentiu.
— Falei tanto com Stefan quanto com Demetrio. Avisei
que você estava se recuperando e estaria no Nível Um. Eles
disseram que ajudariam os outros a se acomodarem.
— A Adora estava com eles?
— Suponho que você esteja se referindo à mulher que
tinha ambos os lobos machos Alfas pulando a cada comando
dela. Sim, ela estava lá. — Os lábios dele se contraíram com
diversão.
— Deuses, eu amo aquela mulher. Ela poderia comandar
um exército sem pestanejar. Ela ajudou enormemente para
acalmar todos, — acrescentou Beth.
Eva teve que sorrir.
— Ela normalmente gosta de se sentar e deixar os
meninos lidarem com as coisas, mas quando há uma
emergência, ela simplesmente assume o controle.
Aiden beijou o topo da cabeça de Meryn.
— Eu conheço alguém assim.
Eva colocou sua tigela vazia na mesa de café.
Ao lado dela, Adriel se levantou.
— Se nos derem licença? Eu gostaria de mostrar a minha
companheira nossos alojamentos. — Ele se virou para ela. —
Eu não queria parecer presunçoso, mas, considerando a falta
de espaço de armazenamento disponível, deixei avisado de que,
quando seus pertences chegassem, eles deveriam ser enviados
para a minha casa.

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Alanea Alder
— Bow chica wow wow! — Meryn cantou.
Adriel apenas balançou a cabeça enquanto Eva ria e se
levantava.
— Eu adoraria ver onde você mora. — Ela se virou e
piscou um olho para Meryn. — Se ele tiver sorte, vou deixá-lo
fazer de mim uma mulher desonesta.
— Que os Deuses me deem forças, — Adriel murmurou
enquanto se aproximava e pegava a mão dela.
— Deem resistência, — Meryn murmurou, ainda colada
ao seu notebook.
— Meryn! — Beth repreendeu.
*****
Adriel andou um pouco atrás de Eva enquanto
caminhavam em direção ao túnel de transporte. O pobre
bastardo que irritou Meryn estava agora choramingando na
rede abaixo. Mas nem isso poderia desviar sua atenção da
perfeição diante dele.
Os quadris de Eva balançavam de um lado ao outro,
hipnotizando-o. Meryn estava certa; não havia nada mais sexy
do que jeans e botas de caubói. Exceto que no caso dele, uma
cowgirl o deixava extasiado. Não apenas qualquer cowgirl: sua
companheira.
Eva virou-se para ele.
— Você vai ter que assumir daqui, docinho.
Por um momento, seu cérebro deixou de funcionar.
— Perdão?
Ela mordeu o rechonchudo lábio inferior, escondendo um
sorriso.

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Alanea Alder
— Eu num consigo voar.
— Oh. — Certo, é claro que ela não conseguia.
Balançando a cabeça, ele caminhou para ficar ao lado dela.
Quando ele passou o braço em volta da sua cintura, ele pensou
que nunca a soltaria. — Minhas desculpas, mas vou precisar
te abraçar para carregá-la para cima. — Do jeito que os olhos
dela dançavam com travessuras, ele podia ver que ela sabia
que ele estava mentindo.
Ela se inclinou contra seu corpo, pressionando todas as
suaves curvas contra ele.
— Considerando que estou planejando te foder na
próxima hora mais ou menos, não acho que você precise se
desculpar. — Os lábios dela pareciam acariciar seu ouvido com
cada palavra dita.
— Sou sempre seu mais humilde servo, — ele sussurrou
de volta. Ele sentiu vontade de exultar quando a viu estremecer
com suas palavras.
Ele os levantou facilmente até o Nível da Unidade. Não
surpreendentemente, não havia ninguém guardando a
entrada. Com grande relutância, ele a colocou no chão.
Quando ele foi recuar, ela agarrou sua mão e sorriu.
— Lidere o caminho.
Adriel olhou para as mãos deles por um momento. Ele
nunca tinha realmente dado as mãos com uma mulher antes.
A Bethy não contava de verdade, porque se não se segurasse a
mão dela, ela acabaria se matando caminhando até o banheiro.
— Eu posso soltar, se isso te incomoda. — A voz de Eva
quebrou sua linha de pensamento.

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Alanea Alder
— Não! Quero dizer, é perfeitamente aceitável. — Ele
começou a caminhar em direção a sua casa.
— Você parecia realmente estar pensando
profundamente. Quer compartilhar?
— Eu estava pensando que você é a primeira mulher com
quem eu já fiquei de mãos dadas. A Bethy realmente não conta,
porque você tem que segurá-la firme para onde quer que ela
vá.
Eva parou.
— O que exatamente ela é para você? Não pense que eu
não notei o jeito afetuoso com que você diz o nome dela.
Sua companheira estava com ciúmes? Ele olhou nos
olhos dela e viu hesitação. Ele balançou a cabeça.
— Eu conheço a Bethy desde que ela tinha cerca de um
ano. Foi nessa época que seu pai se mudou para Noctem Falls
para começar a pesquisar sobre a criação de um substituto do
sangue. Todos nós descobrimos rapidamente que a Bethy tem
a pior sorte do mundo. Ela já havia quebrado cada osso do seu
minúsculo corpo quando fez três anos de idade. Ela havia
tropeçado, caído, colidido, botado fogo, ficado presa em quase
todos os cantinhos dessa cidade. Magnus atribuiu a ela um
guarda vampiro e um curandeiro bruxo apenas para mantê-la
viva por tempo o suficiente para ela crescer.
— Deuses! Aquela pobre mulher. Ela está melhor agora,
certo?
Adriel balançou a cabeça.

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Alanea Alder
— Não, mas acho que todos ao seu redor estão tão
acostumados a isso que conseguimos evitar os ferimentos
graves.
Adriel apontou para o grande edifício à sua frente.
— Essa é a nossa sala de reuniões e de jantar. Cada
guerreiro da unidade tem sua própria casinha nesse nível. Ao
contrário de outras cidades, onde as unidades vivem juntas em
propriedades, recebemos um nível inteiro para nos manter
separados das classes mais altas, então tínhamos espaço
suficiente para construir o quanto queríamos.
Ele a guiou pelo meio da caverna que agia como sua “rua
principal”.
— Do outro lado da sala de jantar, temos nossos campos
de treinamento e um centro de recreação. Temos nossa própria
biblioteca, sala de cinema, pequeno restaurante, piscina e
centro de armazenamento.
— Piscina! Vocês têm piscina! Onde fica? — Eva olhou em
volta, animada.
— Atrás do refeitório. Entendo por sua reação que você
gosta de nadar.
— Eu sou um shifter de tigre, é claro que adoro nadar.
Quando podemos ir? — Ela o olhou como se ele tivesse
prometido a ela o sol e as estrelas.
— Eu tenho algo melhor, lembre-me de lhe mostrar mais
tarde.
Os olhos dela se estreitaram.
— Melhor que uma piscina?
— Melhor que uma piscina.

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Alanea Alder
— Ok, eu estou confiando em você nisso. Então, como
funciona o restaurante? — Eva se aproximou e espiou pela
janela.
— É um sistema de honra. Como a cidade é inexpugnável,
não precisamos patrulhar como as unidades das outras
cidades fazem, por isso temos mais tempo de inatividade.
Nesse tempo de inatividade, todos adotamos hobbies. A
Unidade Kapa gosta de jardinagem, então eles têm seu próprio
edifício hidropônico interno. Eles nos fornecem legumes
frescos e frutas durante todo o ano. Beau e Riordan, da
Unidade Lambda, gostam de construir coisas, então a cada
dois meses eles vão a Albuquerque para procurar madeira de
qualidade, e têm sua própria oficina. Deacon e Belenos, da
Unidade Teta, adoram cozinhar, então administram nosso
refeitório. O Grant, da minha unidade, tricota; ele diz que isso
o acalma. De qualquer forma, ele cria os cobertores mais
intricados que eu já vi. Tudo é colocado no armazém junto com
qualquer coisa extra recolhida na cidade. Se alguém precisa de
algo, ele pega, mas sempre deixam algo em troca ou oferecem
horas de serviço, por exemplo, troca de turnos de escolta de
túnel com o criador do item.
Eva riu.
— Eu prefiro que um dos guerreiros da unidade me
acompanhe do que aquele idiota de antes.
— O que aconteceu exatamente? — ele perguntou.
Quando ela lhe relatou o que foi dito e como a escolta
empurrou Meryn, ele sentiu sua pressão arterial começar a
disparar. Meryn não apenas foi maltratada, mas foi maltratada

MY GUARDIAN
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à plena vista de um guerreiro da unidade. O que se traduzia
em não mostrar respeito por Magnus ou pelos guerreiros da
unidade; esta era uma mistura traiçoeira.
— Vou falar com o Magnus no jantar. Como o Aiden está
visitando, toda a minha unidade está convidada para o jantar
durante a sua estadia.
— Esse foi o pedido do Aiden?
— Sim. Ele nem sempre tem a chance de viajar para as
diferentes cidades e se reunir com as outras unidades, então
ele queria tirar proveito de sua visita.
— Então, onde você mora?
Adriel levantou as mãos unidas deles e apontou para o
fim da rua.
— A minha é bem a última casa. Ela fica um pouco
afastada das outras. Como líder da unidade, eu não queria
fazê-los sentir como se eu estivesse os vigiando.
— Ou eles poderiam pensar que você estava tentando agir
como se fosse superior a eles.
Adriel paralisou no lugar.
— Você não acha que eles, na verdade, viram minhas
ações dessa maneira, não é?
Eva inclinou a cabeça e o olhou. Ele achou seus olhos cor
de laranja e âmbar fascinantes.
— Provavelmente não, porque você é muito sincero, e
suas ações mostram que você coloca os homens em primeiro
lugar. Mas isso pode ser visto dessa forma por outros.
Adriel começou a repassar suas interações com os
homens. Eles acreditavam que ele era consciente em relação a

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Alanea Alder
ranques? Estava ele se alienando deles e, se estivesse, estava
deixando passar coisas que um bom líder veria, por causa
disso? Ele franziu a testa até sentir lábios macios nos dele. Ele
deu um passo para trás, surpreso. Ela riu da expressão dele.
— Não quis te assustar, mas você parecia sério demais.
Seus pensamentos estavam tirando você de mim e eu não
gostei disso.
— Você consegue alcançar os meus lábios. — Ele soltou
a primeira coisa que veio à mente.
As bochechas dela coraram enquanto ela soltava a mão
dele para passar os braços em volta do seu pescoço.
— Eu meio que sou alta.
— Eu gosto disso. De verdade. Eu não tenho que me
dobrar ao meio para beijar. Não sei como meu comandante
consegue com sua companheira sendo tão pequenininha.
— Ela está grávida; tenho certeza que eles deram um
jeito.
Ele riu. Nos últimos dois dias, ele riu duas vezes. Isso fora
mais do que ele rira fazia anos. Talvez a cidade precisasse de
uma humana louca e uma tigresa sexy para dar nova vida aos
corredores antigos.
— Obrigado.
— Pelo quê?
— Por isso. — Ele apontou para o caminho deles. — Por
andar comigo e conversar. Não me lembro de passar por algo
tão agradável.
Ela lhe deu um sorriso malicioso e recuou.
— Leve-nos para a sua casa e ficará melhor.

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Alanea Alder
Ele inclinou a cabeça para trás e começou a imaginar
qualquer coisa, exceto sua companheira nua e implorando. Ele
jurara a si próprio que, quando fosse abençoado com uma
companheira, a cortejaria e levaria as coisas devagar; ele faria
isso certo. Ele olhou para baixo novamente e ela piscou um
olho para ele.
Que os Deuses acima lhe dessem força.
Eles começaram a andar novamente e seus olhos se
voltaram para o traseiro perfeitamente arredondado, envolto
em jeans desgastado.
E resistência.
*****
Quando chegaram na casa dele, Adriel descobriu que
estava nervoso. Ele morava sozinho há séculos, mas, apesar
dos muitos anos, não havia acumulado muito. Ele abriu a
porta e ela entrou.
— Não há muito... — ele começou. Mas viu a expressão
dela. Seus olhos estavam arregalados de admiração, e ela
analisava cada pequeno detalhe.
Embora Adriel não tivesse muito, o que tinha lhe era
muito especial. Ele colecionara pequenas peças aqui e ali em
suas viagens; no mundo humano, elas seriam consideradas
inestimáveis, mas para ele cada uma contava uma história.
— Tudo está tão limpo e perfeito. Quero dizer, eu meio
que achei que seria limpo, já que sua gola está engomada e seu
uniforme parece feito de papelão, mas eu pensei que seria
limpo como um hospital. A sensação aqui é aconchegante. —
O nariz dela se contraiu. — Isso é canela?

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Ele assentiu e a levou a uma pequena cozinha. Quando
estava em casa, Adriel guardava um punhado de paus de
canela em uma panela pequena de água no fogão.
Ele apontou para o pequeno pote de prata.
— Minha mãe me ensinou isso. Quando criança, eu
acreditava que a cozinha dela era o lugar mais mágico de
qualquer uma das quatro cidades.
Eva virou-se para ele com os olhos tristes.
— Você sente muita falta dela, não sente?
Ele respirou fundo e congelou suas feições.
— Sim.
Ela se aproximou e passou os braços em volta da cintura
dele.
— Você não precisa fazer isso, sabe. Eu não direi a
ninguém se você ficar chateado. Você é o meu companheiro, e
tudo o que acontece entre nós permanece entre nós. Você pode
tirar sua máscara comigo.
Suas palavras quebraram as cordas que mantinham sua
fachada no lugar. Quando sua máscara caiu, parecia que um
peso enorme caiu no chão com ela. Ele se inclinou
pesadamente para frente e apoiou a bochecha no ombro dela.
— Eu amo o quão alta você é, — ele murmurou, inalando
o aroma dela.
— Eu sempre odiei isso, mas se ajuda a apoiá-lo, não
amaldiçoarei mais a Destino por meus centímetros a mais.
Adriel se endireitou e olhou para baixo.
— Eu não entendo. Você é perfeita, como pode odiar algo
sobre si mesma?

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Alanea Alder
Ela inalou bruscamente.
— Você realmente quer dizer isso, não é? Você realmente
quer dizer isso.
— Claro que sim, não tenho o hábito de dizer coisas que
não quero dizer.
— Talvez um dia eu me veja do jeito que você me vê, até
então... me mostre o resto da sua casa.
— Não há muito. Aqui é a cozinha. Há um lavabo para os
hóspedes enfiado embaixo da escada. — Eles voltaram pelo
caminho que vieram. — Esta é a sala de estar e do outro lado
das escadas fica o meu escritório. — Ele a levou para o andar
superior. — À esquerda está o quarto principal, à direita, um
banheiro de hóspedes e dois quartos de hóspedes. Não é muito,
mas atende perfeitamente às minhas necessidades.
— Você me quer no quarto de hóspedes? — Ela arqueou
uma sobrancelha.
— Não, mas eu jurei que trataria minha companheira com
o maior respeito. Eu a cortejaria adequadamente e a encheria
de presentes até que você se sentisse pronta para ser
reivindicada. Eu não queria que você se sentisse pressionada.
— E se eu, na verdade, não precisar de presente algum e
preferir que você me corteje na cama? Podemos reivindicar um
ao outro quando parecer certo.
Ele engoliu em seco.
— Eu poderia te mostrar o quarto principal.
— Parece uma ideia bem boa pra mim.
Ele abriu a porta e parou. Virando-se para ela, ele
pigarreou.

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— Você me permitiria carregá-la pelo limiar? É uma
tradição humana, mas sinto que precisamos fazer algo para
honrar a ocasião.
Ela corou e colocou os braços em volta do pescoço dele.
— Sim, por favor.
Ele a pegou com facilidade e a segurou perto do peito.
— Bem-vinda a casa, Eva Mae Miller.

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Capítulo 6

Eva sentiu a boca secar quando ele a recebeu em casa.


Ela não queria estragar o clima romântico em que finalmente
o metera, ressaltando o fato de que ela já tinha uma casa no
Texas. Uma vez dentro do quarto, ele a colocou no chão
suavemente.
— É apenas uma suíte simples, podemos pedir coisas
novas, se você quiser.
Ela analisou os móveis de madeira escura e as roupas de
cama creme. Do lado de fora, ela esperava que a casa dele fosse
toda de metal e cromo, mas uma vez lá dentro, eram madeiras
quentes, suaves cremes e brancos. Ela tinha a sensação de que
a casa refletia muito o homem.
— Eu amei; não ouse mudar nada. — Ela foi até a cama
e pulou nesta, o que falava de sua altura. Ela geralmente não
precisava pular em nada. Ela se esticou, estendendo os dedos
dos pés e as mãos. Ela não bateu na cabeceira da cama ou no
pé desta. Ela sentou-se para vê-lo lhe sorrindo.
— Esta cama foi construída customizada?

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Ele assentiu.
— Eu tenho um e noventa e oito. Mesmo com uma cama
king size, eu sentia que meus pés iam ficar para fora. Eu
mandei fazer esta cama e alguns dos artesãos do mercado
fizeram a roupa de cama.
— Eu nunca vou sair desta cama! — Ela rolou ao redor,
nunca atingindo a borda.
Ele caminhou para frente e gentilmente tirou as botas
dela. Depois que as botas foram tiradas, ela teve que tirar as
roupas. Esquecendo até mesmo que ele estava no quarto, ela
arrancou a blusa e a calça jeans. De calcinha, sutiã e camiseta,
ela voltou a rolar na cama. Ela nunca sentiu nada mais
decadente na vida.
— Você parece um gatinho amassando o cobertor.
Ela parou de flexionar os dedos e o olhou. Sua boca
tremia com um sorriso, mas seus olhos estavam escuros com
luxúria.
— Eu realmente gosto da sua cama.
— Sim, eu percebi.
Ela deu um tapinha no espaço ao lado de si.
— Venha se deitar comigo.
Ele franziu a testa.
— No meio do dia?
— É ainda melhor no meio do dia. Você tira um tempo
para relaxar enquanto o mundo inteiro continua do lado de
fora e gasta um pouquinho de tempo para si mesmo. Vamos.
— Isso é altamente irregular, — disse Adriel, tirando a
gravata. Ele dobrou-a cuidadosamente pondo-a em um

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suporte de madeira no canto. Em seguida, tirou a camisa,
cuidadosamente arrumando-a em um cabide e pendurando-a
na porta do armário. Ele não prestou menos atenção às suas
calças. Ela notou que seu companheiro vampiro quase não
tinha pelos. Ele tinha apenas centímetro após centímetro de
pele lisa como mármore. Não importa quão simples ou
mundana fosse a tarefa, como pendurar a camisa, seu corpo
se movia com uma graça sem esforço. Ela podia observar o
corpo dele se mover e flexionar pelo resto da vida e nunca se
cansaria da visão. Quando estava de cueca e meias, ele deu
um passo à frente como se fosse subir na cama. Ela levantou
a mão.
— As meias têm que sair.
Ele olhou para os pés dela.
— Você ainda está com as suas.
Ela balançou o pé para ele.
— As minhas são fofas com potrinhos nelas.
Adriel tirou as meias e as colocou na cômoda. Ele subiu
na cama ao lado dela e exalou.
— Isso é, de fato, maravilhoso. Eu nunca soube que deitar
no meio da tarde poderia ser tão bom.
Espere até eu apresentá-lo a sesta.
— Então, me conte sobre o seu trabalho. — Ela se virou
de lado e apoiou a cabeça na mão.
Ele se virou para encará-la e fez o mesmo.
— Eu gerencio as unidades aqui em Noctem Falls,
reportando apenas ao meu príncipe e meu comandante.
Existem seis unidades na cidade: Eta, Teta, Iota, Kapa,

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Lambda e Mu. Nossa função original era proteger a cidade, mas
nas décadas mais recentes, não tivemos que proteger muito,
por isso alteramos um pouco nossos papéis.
— Como assim?
— Mantemos uma posição neutra na cidade, muitas vezes
agindo como árbitros. As famílias Fundadoras e Nobres sabem
que, como guerreiros da unidade, não mostramos tratamento
preferencial, então podem confiar que seremos justos.
Também ajudamos a treinar jovens vampiros a voar e dominar
seus dons. Nós revezamos turnos patrulhando o mercado para
manter a paz. De vez em quando, uma briga começa por causa
de um acordo que foi mal; nós ajudamos a acalmar as coisas.
Ouvindo o que tem acontecido em Lycaonia, eu quase gostaria
que tivessem nos chamado para ajudar. Os homens teriam se
atropelado para ajudar a Alfa e as outras unidades.
— Por que mantiveram as coisas privadas? Não tenho
medo de te dizer que estou puta por não termos sido alertados.
Se tivéssemos tido tempo, poderíamos ter fortalecido nossa
cidade, mas é difícil lutar contra o que não se pode ver. Você
sabia que os ferals podiam ficar invisíveis assim? — Eva estava
muito irritada por terem sido pegos de surpresa. Ela quase foi
morta porque não era capaz de lutar contra um inimigo que
não podia ver.
— Não. A única coisa que nos disseram foi para ficarmos
atentos a quaisquer relatos de pessoas desaparecidas nas
cidades vizinhas. Aiden assumiu que as informações que
estavam aprendendo sobre os ferals em Lycaonia e divulgando
para o conselho estavam sendo repassadas às unidades.

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"Meu príncipe se manifestou e disse que, no nível do
conselho, a informação foi classificada para apenas aqueles
que “precisavam saber”. Como as unidades aqui não
patrulham do lado de fora, fomos classificados como
indivíduos que não precisavam saber. Até mesmo agora, a
mensagem que o Príncipe Magnus divulgou no boletim é
extremamente vaga. Ele afirma que há uma nova ameaça aos
paranormais em todo o país e, se possível, que estes se mudem
para uma cidade-pilar ou para as proximidades de uma, assim
que os arranjos possam ser feitos.
Eva rosnou.
— As pessoas têm o direito de saber, — ela se irritou.
— Eva, querida, para onde elas iriam?
Eva o olhou.
— O que você quer dizer? Eles poderiam vir aqui, como
nós fizemos. — Havia uma dor nos olhos dele que ela não
entendeu. — O que estou perdendo?
— Eva, desde que te conheci, tenho agradecido aos
Deuses que você estava entre a primeira onda de refugiados.
Querida, Noctem Falls não é grande o suficiente para abrigar
todos. Em um determinado momento, teremos que recusar as
pessoas. É por isso que a mensagem era tão vaga, se
alertassem o mundo paranormal inteiro sobre o que está
acontecendo, haveria um pânico e todos correriam para as
quatro cidades-pilar, mesmo os paranormais que nunca
entrariam no radar do inimigo.
"No final, haveria milhares de pessoas circulando pelas
cidades-pilar, possivelmente nos expondo aos humanos, mas,

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no fim das contas, criando as circunstâncias perfeitas para que
nosso povo fosse morto.
Eva ofegou.
— Seria como atirar em peixes num barril.
— Seus coloquialismos são como música; eles
acrescentam tempero à conversa.
— Que bom que você gosta. Então, nós apenas temos que
esperar, pela Destino, que os que precisam de proteção vão
para uma cidade-pilar?
Adriel fechou os olhos e ficou de costas.
— Acho que agora entendo a raiva impotente do meu
príncipe. Ele sabe que vamos perder pessoas; simplesmente
não há nada que possa ser feito a respeito.
— Ele deveria perguntar a Meryn. Juro que aquela
minúscula dínamo7 tem uma resposta para tudo. Aposto que
eu já tenho os mapas que ela prometeu.
— Ela é surpreendentemente organizada e eficiente.
Considerando sua personalidade, eu esperava que ela fosse
um pouco mais desmiolada.
— Ela é adorável.
— Você já gosta dela, não gosta?
— Ela é tão pequena e tagarela, como posso não gostar
dela?
Adriel rolou de volta para encará-la.
— Ouvi do seu ex-Alfa que o motivo de você se machucar
foi porque estava salvando uma mulher grávida dos ferals.
Eva balançou a cabeça.

7 Dínamo é um gerador que transforma energia dinâmica em energia elétrica.

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— Tecnicamente, isso não é verdade. Josie já estava fora
de perigo. Me machuquei puxando um feral de cima do nosso
beta.
— Eu também ouvi dizer que você deixou alguns mortos
no seu caminho.
Eva sentiu o ácido se acumulando na garganta.
— Esta é a parte em que você me diz para ficar fora de
perigo?
— Não.
Ela piscou.
— O que? — Ela realmente esperava que ele lhe desse o
discurso de: "você é minha companheira, preciso de você em
segurança", que ela ouvira outras mulheres receberem em
mais de uma ocasião.
— Na verdade, eu esperava poder convencê-la a tomar o
lugar do Micah como guarda da Meryn. Eu realmente poderia
usá-lo de volta na rotação, especialmente agora com tantos
refugiados que precisam de atenção médica e de transporte
para cima e para baixo do túnel.
— Você confia em mim?
— Claro que confio.
— Você acredita que sou forte o suficiente para mantê-la
segura? — Ela estava sonhando? Ela nunca teria imaginado
que seu companheiro vampiro mais velho, preso aos seus
costumes, trocaria os papéis tradicionais de gênero e pediria
que ela protegesse alguém.
Adriel riu.

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— Coração, eu vi os corpos dos ferals que você matou, sei
que é forte. Você pode transformar parcialmente as mãos,
correto?
Ela deu de ombros.
— Talvez.
— Eu pensei que não estávamos usando máscaras um
com o outro? — Ele se inclinou para frente e roçou o nariz no
dela.
— Tudo bem! Eu sou fodona. Feliz?
— Muito, na verdade. Ainda vou me preocupar, é claro,
mas me sinto melhor sabendo que você pode rasgar o peito de
um homem se ele tentar machucá-la.
— Então, o que eles estão procurando, esses novos ferals
malucos?
— Meryn me informou que eles chamam esses novos
ferals de “ceifeiros”, porque roubam as almas dos shifters. Eles
têm matado shifters grávidas para colher a alma do feto para
atuar como um recipiente para abrigar as almas dos pais
shifters. Isso dá aos ceifeiros as habilidades dos shifters que
eles matam.
Eva sentiu-se enjoada. Por isso eles estavam atrás da
Josie.
— Como eles ficam invisíveis? Eu nem senti o cheiro deles
se aproximando.
— Eles caçaram os shifters de camaleões até o ponto da
extinção. Eles também descobriram que, como o colar retém
almas, ele interrompe completamente o processo de
decomposição, por isso não há cheiro.

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Eva sentiu gelo inundar suas veias.
— Eles poderiam estar em qualquer lugar, ser qualquer
um, e não saberíamos até que fosse tarde demais.
— Sim.
Eva ficou de costas e olhou para o teto. O conselho estava
certo. Se essas informações fossem divulgadas, as pessoas
entrariam em pânico, nunca sabendo se a pessoa sentada ao
lado delas era uma das pessoas que as caçava. Semana
passada, sua maior preocupação era se ela havia pedido
cerveja suficiente. Agora, ela estava morrendo de medo por
seus companheiros shifters. Isso era como perder os pais
novamente. Ela odiava a sensação de ser caçada.
— Você sabe que faremos tudo o que pudermos, não é?
— Você está se referindo a todos os guerreiros da
unidade, não apenas aos que se reportam a você, não é?
Adriel passou um braço em volta da cintura dela e puxou
seu corpo para perto do dele. A princípio, ela pensou que ficaria
muito quente; é por isso que ela geralmente odiava ficar de
conchinha. Eventualmente, sua temperatura de shifter seria
demais para ela. Mas a pele dele era levemente fria ao toque.
Distraidamente, ela passou os dedos pelo braço dele.
— Você é gostoso.
— Não sou muito frio?
— Não, eu sou muito quente?
— Não, é incrível.
— Então o mingau está perfeito, — ela brincou.
Atrás dela, ele riu.
— Eu acho que somos perfeitos em todos os aspectos.

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— Conte-me sobre o Gavriel.
Sob os dedos dela, seus músculos ficaram tensos.
— Por que você pergunta?
— Porque eu notei que você olhou para todos na sala,
exceto ele; estou curiosa sobre o porquê.
— Versão longa ou versão curta?
— Vamos começar com a curta, e eu farei perguntas.
— Basicamente, acho que ele está mentindo sobre quem
é. O nome Ambrosios morreu há quase cinco mil anos, logo
após a Grande Guerra. Então, seiscentos anos atrás, ele
aparece do nada e se junta a Alfa e a Casa é restabelecida.
Eva pensou no que ele disse.
— Seu príncipe não teria verificado a reivindicação dele?
— Ele diz que sim, mas sei que ele não está sendo sincero.
— Como tem tanta certeza?
— Eu tenho o Livro da Vida da Casa Real de Ambrosios.
O Príncipe Magnus não conferiu o livro para verificar se o
Gavriel estava dizendo a verdade.
— Por que você tem o livro? Seu sobrenome é Aristaios.
— Agora, estamos entrando na longa história. Minha
tataravó era humana. Depois que seu companheiro foi morto,
os parentes dele a expulsaram. Em vez de manter o nome dele,
Ambrosios, ela mudou para que não a encontrassem. Ao longo
dos séculos, mudar o nome tornou-se uma espécie de tradição.
A última encarnação foi escolhida na época em que nasci,
quando meus pais decidiram voltar para uma cidade liderada
por vampiros. Minha mãe escolheu Aristaios para homenagear

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minha tataravó e, a seu modo, enganar os vampiros que
moravam aqui.
— Por que foi uma enganação?
— Porque Aristaios é o nome do deus grego que nasceu
de Apolo e uma mulher humana. Alguém imortal e alguém
mortal.
— Isso é engenhoso. Por que você nunca reivindicou
Ambrosios?
Ela o sentiu dar de ombros.
— Não havia razão. Depois da morte dos meus pais, fui
promovido a líder de unidade da Eta. Estou feliz comandando
os homens. Não queria me associar às famílias que haviam
rejeitado a minha por algo fora de seu controle. Estou feliz
como estou.
— O Gavriel não parece ser uma má pessoa. Além de
reivindicar o nome, ele pediu algum dinheiro da família ou
usou o nome para subir de ranque?
— Isso que é confuso; ele não o fez. Nem uma vez. Toda
semana, desço e verifico o cofre da família da Casa Ambrosios,
e nada foi tomado. Pelo contrário, ele evitou quaisquer
tentativas que meu príncipe tentou de lhe dar privilégios e
posição. Ele simplesmente usa o nome.
— Então eu não deixaria isso incomodá-lo. Ele pode ter
suas próprias razões para reivindicar o nome. Se não está
machucando ninguém ele usá-lo, então eu não acho que vale
a pena ressentimentos. Talvez você deva tentar conhecê-lo
melhor. Ele pode lhe dizer o porquê. — Por um momento, Eva

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temeu que tivesse ultrapassado os limites. Ela mal conhecia
seu companheiro. Quem era ela para lhe dizer como se sentir?
— Você acha mesmo?
Ela deu um suspiro de alívio; ele não estava bravo.
— Acho mesmo. Eu nunca vi nenhum homem tão atento
a companheira como aquele homem foi com à sua Bethy.
Exceto, talvez, pelo urso. Ele parecia o tipo de se enfurecer
primeiro e fazer perguntas depois.
Adriel resmungou.
— Pelo menos ele é um bom companheiro para a Bethy,
lhe concedo isso. Ele a tem mantido viva praticamente sozinho,
e isso é algo. Farei o que você sugere e tentarei conhecê-lo
melhor, mas eu ainda não gosto que ele esteja mentindo.
— Você é um seguidor de regras, não é? E quão ruim é a
sorte daquela garota?
— As regras trazem ordem ao caos e transformam os
animais em cavalheiros. A estrutura ajuda a se saber como
agir ou responder em qualquer situação e simplifica as coisas.
E para responder sua segunda pergunta, acredito
secretamente que a Bethy pode ter sido amaldiçoada ou algo
assim. Eu nunca vi alguém tão afligido não apenas com má
sorte, mas também com má coordenação e equilíbrio. É como
ver um bêbado cambaleando em torno de um salão de baile,
mal desviando das mesas empilhadas com taças de
champanhe apenas para chegar à porta e tropeçar, quebrar o
braço, e do nada uma bola de boliche cair sobre si.
— Você não está falando sério.

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— Muito sério. Havia uma razão pela qual Tarak e Kuruk
trocavam de turnos cuidando da Bethy. Seria praticamente
necessário sair para uma bebedeira para se recuperar de
cuidar dela. Não que eles já tivessem saído, mas se há dois
homens nesta terra que merecem, são eles.
— Ela está grávida, sabe; eu pude sentir o cheiro quando
a conheci.
— É por isso que tanto o Kuruk quanto o Tarak
desmaiaram com a notícia. Não sei qual aspecto de sua
gravidez os assustou mais: protegê-la enquanto ela está
grávida ou depois do parto, tendo duas especiais para vigiar
com a mesma má sorte.
— Pobrezinhas.
— E você? Tem família?
— Não.
— Apenas não? Você conseguiu arrancar toda a minha
história sórdida de mim, você não pode confiar em mim
também com a sua história?
Quando ele se inclinou para a frente e beijou sua nuca,
ela sentiu as paredes ao redor do coração começarem a
quebrar.
— Eu mal era adulta, ainda uma filhote na verdade.
Lembro-me de perguntar ao meu papai se eu tinha idade
suficiente para visitar as cidades humanas. Ele ria e
bagunçava meus cabelos e dizia que eu poderia ir quando fosse
mais velha. Acho que eu tinha duzentos anos na época.
Tínhamos uma vida feliz vivendo nas florestas do que é hoje o
leste da Rússia. A natureza nos fornecia tudo o que

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precisávamos, então ficávamos na forma de tigre a maior parte
do tempo. Um dia, eu estava voltando para casa de uma caçada
e tive um mau pressentimento. Quando cheguei à nossa toca,
havia poças de sangue. Meus pais haviam sido esfolados e seus
corpos deixados para trás como lixo. Eu fiquei tão brava que
desmaiei. Quando acordei, estava deitada no meio de uma casa
humana. Eu havia matado os homens que tinham os couros
dos meus pais secando no fundo.
Eva sentiu a velha náusea chegar como sempre que se
lembrava do que havia feito. Seu companheiro esfregou
círculos suaves em suas costas. Ele não disse nada,
permitindo que ela escolhesse continuar ou não.
— Me transformei em humana de novo e fui para o fundo.
Eu não estava acostumada com as mãos humanas, então
meus dedos estavam tendo problemas com os nós. Foi quando
ouvi o som de uma arma sendo destravada. Virei-me e um
menininho, com não mais que cinco ou seis anos, estava
apontando uma arma para mim. Eu apenas fiquei parada lá.
Eu sabia que não importava o que tivesse acontecido com
meus pais, eu nunca poderia machucar uma criança. Então
eu esperei. Ele olhou as peles dos meus pais atrás de mim e
então para mim. Ele perguntou se eu era a pessoa que matou
o pai dele. Eu disse que sim. Ele perguntou se eu era um tigre
e eu disse que sim. Foi quando lhe ocorreu o que estava
pendurado atrás de mim. Ele me perguntou se as peles eram
dos meus amigos, eu lhe disse que eles eram da minha mãe e
do meu pai. Ele parecia tão chocado, tão confuso. Ele largou a
arma e correu de volta para casa. Eu não sabia o que fazer.

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"Ele voltou carregando uma faca; passou por mim e
tentou cortar as cordas que esticavam a pele dos meus pais.
Perguntei-lhe por que ele estava ajudando. Ele se virou e vi que
ele estava chorando. Ele disse que seu pai tinha matado minha
mãe e meu pai, mas eu só matei o pai dele. Ele me disse que,
mesmo rosnando de raiva, eu havia poupado ele, sua mãe, e
suas duas irmãs bebê. Peguei a faca e soltei a pele de meus
pais. Ele me perguntou como poderia distinguir um tigre
comum de um tigre humano, para que ele não matasse a mãe
ou o pai de alguém por engano. Eu disse a ele para não matar
nada que não precisasse. Se ele matasse um tigre que o estava
atacando, ele tinha o direito de matá-lo, mas matar apenas por
matar era errado.
"Levei meus pais para casa, enrolei seus corpos esfolados
no couro e enterrei os dois perto do rio que amavam. Depois
disso, eu não aguentava mais viver sozinha na floresta, então
fui para a cidade dos humanos. Eu roubei algumas roupas de
um varal e uma bolsa de um homem que estava tentando
estuprar uma mulher. Aprendi lentamente como ser humana,
economizei meu dinheiro e fui para o oeste. Não parei até
chegar ao Texas.
Eva nem percebeu que tinha começado a chorar até
Adriel a virar para encará-lo, e ele começou a afastar suas
lágrimas com beijos. Foi a primeira vez que ela contou a
alguém o que havia acontecido com seus pais, e ficou feliz que
a primeira pessoa a quem contou foi seu companheiro.
— Deuses, meu amor, eu gostaria de ter estado lá com
você. Dói meu coração saber que você estava lá sozinha,

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lidando com tanta tristeza em tenra idade quando eu existia
neste mundo. Eu daria tudo para tirar essa dor de você.
Ela fungou quando um sorriso começou a se formar em
seu coração. Ela olhou para cima e, pela primeira vez em
séculos, realmente não se sentia sozinha.
— Eu sei de uma maneira em que você pode me fazer me
sentir melhor.
— Talvez essa não seja uma ideia tão boa; você reviveu
um trauma. Seria errado da minha parte me aproveitar
enquanto você está em um estado delicado.
Eva viu a sinceridade em seus olhos e percebeu que
naquele exato momento se apaixonara completamente por ele.
Ela ficou de joelhos e depois o montou.
— Você é o meu companheiro, e sua companheira precisa
muito de você. Você vai negá-la?
O corpo dele já estava respondendo. Na junção de suas
coxas, ele estava começando a endurecer, e seus olhos haviam
mudado para um vermelho rubi.
— Eu não poderia negar nada a você nesta vida. Se você
pedisse meu coração ainda pulsante, eu o rasgaria
alegremente do peito. Qualquer coisa na vida que você desejar,
eu lhe darei, pois nunca serei capaz de retribuir o presente que
é você.
— Você pode manter seu coração, docinho; você vai
precisar. Estou pedindo outra parte do seu corpo. — Ela se
abaixou e começou a acariciá-lo por cima da cueca. Ele jogou
a cabeça para trás, sibilando.
— As coisas que você faz comigo, mulher.

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— Aperte o cinto, caubói, esta cavalgada está prestes a
ficar selvagem.
Ele sentou-se, flexionando cada um dos músculos
abdominais. Ele se manteve no ângulo perfeito para beijá-la
gentilmente.
— Como desejar.
— Sim, por favor. — Ela pressionou o corpo sobre o dele.
— Se você deseja manter essas roupas inteiras, sugiro
que as remova, — ele sussurrou baixinho. — Mas saiba disso,
o fato de você não ter outras é a única razão pela qual elas
ainda estão intactas. Eu realmente não acho que poderia me
impedir de matar qualquer homem que a visse sem roupas
íntimas, e esse tipo de comportamento é desaprovado pelas
classes reinantes.
Eva riu e pulou de cima de seu companheiro. Ela tirou as
roupas, jogando-as ao acaso pelo quarto antes de atacá-lo
novamente. Ele se equiparara a velocidade dela e, quando ela
voltou para a cama, ele estava tão nu quanto ela. Quando suas
peles nuas fizeram contato, ambos gemeram; era o paraíso
estar perto assim dele. Ele os rolou até ficar ajoelhado entre as
pernas dela.
— Faz muito tempo desde que eu estive com alguém. —
Ele olhou para o corpo dela.
Ela levantou uma sobrancelha e ele sorriu de lado.
— Não assim. Sexo às vezes é apenas sexo. Estou me
referindo a intimidade.
— Nunca é fácil deixar alguém se aproximar. É por isso
que o calor do acasalamento é tão importante. Ao longo dos

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anos, ouvi descrições diferentes de como é o calor do
acasalamento, mas o que sinto por você empalidece em
comparação. — Ela entrelaçou os dedos por trás da cabeça.
Ele se inclinou e começou a colocar pequenos beijos no
interior de suas coxas.
— Acho que sei o que você quer dizer. Se fosse apenas
atração, sexo seria a resposta, mas não é. Partilhei coisas com
você no curto espaço de tempo em que te conheci que nunca
disse a outra alma viva. — Cada pequeno toque enviava
correntes elétricas ao seu clitóris, aumentando cada vez mais
sua paixão.
Ela assentiu.
— Eu também. É como se a Destino8 tivesse juntado
décadas de sermos melhores amigos em momentos. O nível de
conforto significa mais para mim do que o sexo.
Ela quase gemeu de frustração quando ele passou por
seu monte e começou a subir por sua barriga. Embora ela
estivesse gostando da sensação dos seus lábios, tão suaves e
gentis em seu corpo, seu núcleo estava implorando por alívio.
O nariz dele se aninhou entre os seios dela e ele inalou como
se estivesse memorizando seu cheiro.
Ela enrolou as pernas no corpo dele enquanto ele
mordiscava sua clavícula. Não foi até que ele passou a língua
em seu pescoço para provocar sua orelha que ela percebeu que
ele não a tocara intimamente, e ainda assim ela estava tão

8 Aqui preferiu-se colocar “a Destino”, pois durante várias passagens de vários dos livros
da série os personagens se referem ao destino no feminino.

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preparada que era como se ele tivesse passado horas entre
suas pernas. Nunca antes um homem tomou seu tempo com
ela. A maneira como ele a tocava, era como se estivesse
adorando seu corpo.
— Você poderia... — Ela fez uma pausa. Não queria
parecer carente.
Ele se afastou e a olhou nos olhos.
— Nunca hesite em pedir algo para mim. Ou, por falar
nisso, em me dizer se eu fizer algo que você não gosta. Pode
levar um ou dois séculos, mas pretendo memorizar cada
centímetro do seu corpo.
— Você me beijaria? — ela deixou escapar.
Os olhos dele se arregalaram.
— Que os Deuses me perdoem. Aqui estou eu,
aproveitando seu corpo depois que disse que tomaria meu
tempo e faria as coisas direito, e você tem que pedir um beijo.
Eu sou um canalha por me entregar aos meus próprios
desejos.
Eva passou os dedos pela testa e mandíbula dele.
— Eu quero saber o seu gosto.
— Então, por todos os meios, se banqueteie. — Ele
abaixou a cabeça e tomou posse total dos seus lábios. Era isso
que estava faltando! Ela atraiu a língua dele para sua boca
enquanto seus quadris se contraiam contra o corpo dele. Ele
duelou com a língua dela, evocando seu prazer. Quando sua
língua foi picada pela presa estendida dele, ela sentiu o
profundo rosnar dele ao longo do peito.
Ele se afastou, ofegando com força.

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— Você me permitirá dar a nós dois o que precisamos?
Você amarrará seu fôlego, coração, mente e alma à minha?
Você se colocará sob minha proteção por toda a eternidade?
— Sim! Deuses, qualquer coisa! Por favor! — Eva estava
tão drogada com a provocação dele que teria concordado com
qualquer coisa.
— Obrigado, — ele sussurrou antes de enterrar as presas
profundamente em seu pescoço. Por uma fração de segundo,
ela teve que lutar contra seu tigre para impedir que ela o
jogasse de cima dela, mas então o prazer veio. Onda após onda
de prazer. Explosões irromperam de seu núcleo, arrancando
gritos após gritos de sua garganta.
Justo quando ela pensou que não aguentaria mais, ele
mergulhou o corpo profundamente no dela. Isso! Era por isso
que ela esteve ansiando desde o momento que sentiu o cheiro
dele. Ela apertou as pernas ao redor dele e levantou os quadris
para encontrá-lo impulso por impulso.
Enquanto ele se alimentava e o prazer começava a
aumentar novamente, ela sentiu um calor começar a se
espalhar no centro do peito. A própria essência de quem ela
era começou a levantar em direção ao seu companheiro.
Quando sua alma se fundiu com a dele completamente, ela
sabia que nunca mais estaria sozinha. Suas almas
entrelaçadas brilharam e começaram a se separar e, por um
breve momento, ela se sentiu em pânico; ela não queria deixar
o refúgio que seu corpo e alma forneciam. Mas quando sua
própria alma voltou ao peito, ela sentiu um pedaço dele
pulsando alegremente junto dela.

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O bater de seu corpo no dela, a sensação de suas presas
profundamente em seu pescoço, e o calor de sua alma ao lado
da dela provou ser demais. Dessa vez, quando ela gritou, ele
se afastou e rugiu por seu orgasmo junto com ela.
Ela sentiu as pálpebras começarem a tremer enquanto
tentava ficar acordada. Seus rápidos ofegos no ombro dela
garantiram que ele estava tão acabado quanto ela.
Gentilmente, ele se retirou do seu corpo e deitou ao seu lado.
Por alguns minutos, nenhum dos dois disse uma palavra,
mas não era necessário. Seus dedos se entrelaçaram enquanto
davam as mãos. Não foi um silêncio constrangedor; foi um
momento de reverência pela beleza que haviam compartilhado.
Quando sua respiração voltou ao normal, ela se virou
para encará-lo.
— Esse foi um baita primeiro beijo, Professor.
Quando ele se virou para ela, parecia um devasso deus
do pecado.
— Eu procuro agradar. — Ele fez uma pausa. —
Professor?
— É a prancheta. — Sorrindo, ela fechou os olhos e
deixou o sono toma-la.

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Capítulo 7

Eva riu enquanto afastava suas mãos errantes. Após o


cochilo, seu companheiro ficou horrorizado ao descobrir que
dormiram por mais de sete horas. Agora estava quase na hora
do jantar, e ele ainda não tinha verificado seus homens.
Mas, apesar de tudo, ele não conseguia manter as mãos
para si.
— Pensei que você tivesse dito que precisávamos ir ao
refeitório para verificar os seus guerreiros? — ela exigiu
enquanto vestia a blusa.
— Eu preciso. — Ele beliscou o ombro dela e depois
atravessou o quarto para vestir suas roupas imaculadas. Para
ir jantar, ele simplesmente trocou a jaqueta curta do uniforme
por uma versão mais longa e elegante.
Eva olhou para suas botas, jeans e camisa de botão.
— Vou parecer ridícula se todos os outros estiverem
formais.
Ele balançou a cabeça com a preocupação dela.

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— Não se preocupe. Meryn usava uma camisa dos
Ursinhos Carinhosos Zumbi noite passada. Comparado a isso,
acho que você parece perfeita.
— Você só gosta do meu jeans.
— Deuses acima, sim!
Uma vez vestido, ele pegou sua prancheta sempre
presente, e eles caminharam de mãos dadas ao andar inferior
e de volta para a estrada principal que dividia o Nível da
Unidade ao meio. Ao contrário de antes, o refeitório estava
agora iluminado e o riso dos homens podia ser ouvido do lado
de fora.
— Parece que todo mundo voltou bem.
— Vamos entrar para que eu possa apresentá-la. — Eles
subiram e ele lhe abriu a porta. Ela entrou e quase riu alto.
Parecia que os homens haviam tomado a grande sala adjacente
ao refeitório e a transformaram em sua enorme caverna
masculina. Máquinas de fliperama alinhavam uma parede;
havia duas mesas de pingue-pongue, dardos e cinco TVs de
tela grande instaladas com diferentes consoles de jogos. Ela
podia facilmente ver homens carregando sua comida da sala
de jantar e sentando pesadamente em qualquer um dos sofás
de couro ou cadeiras de jogos.
— Atenção! — Adriel latiu.
Todo o barulho parou quando eles perceberam que o líder
da unidade estava na sala. O caos se seguiu quando os jogos
foram interrompidos e os homens tropeçaram uns sobre os
outros para ficar diante deles.
Adriel estremeceu com a exibição deles. Ela riu.

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— Homens, eu gostaria que conhecessem minha
companheira, Eva Mae Miller. Ela foi uma das refugiadas que
resgataram hoje e, por isso, têm minha eterna gratidão. —
Adriel fez uma reverência e, pelas expressões chocadas dos
homens, eles não tinham ideia do que fazer.
— Eu mal posso te dizer o quanto estou feliz por termos
salvado sua companheira. Mil bênçãos ao seu acasalamento,
— disse Micah, se aproximando para beijar Eva nas duas
bochechas.
Adriel se levantou e fez uma careta para o bruxo. Micah
se inclinou e sussurrou:
— Viu, ele gosta de mim.
— Vão acabar matando esse seu traseiro idiota um dia
desses, Micah, — Declan advertiu, puxando-o para longe dela.
Declan pegou a mão dela e a beijou.
— Bem-vinda a Noctem Falls. Se precisar de ajuda,
informe qualquer um de nós. — Ele balançou a cabeça para
trás, indicando os homens atrás de si.
— Tranquilo. Eu só queria que soubessem o quanto estou
agradecido, — disse Adriel, passando um braço em volta da
cintura dela.
— Eu também ficaria agradecido se tivesse uma
companheira como ela, — provocou um dos homens.
— Estamos prestes a ir para o Nível Um; posso obter uma
atualização rápida dos líderes das unidades? — Adriel
perguntou.
Dois homens deram um passo à frente.

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— Boa noite... — Eles acenaram para Eva. — Meu nome
é Dimitri Romanov, e esse é Godard Kipling; lideramos as
unidades Teta e Kapa. — Dimitri virou-se para Adriel e
continuou: — Godard e eu nos encontramos com as pessoas
da cidade. Graças a Eva e seus betas, ninguém morreu. Todos
que precisavam de atendimento médico o receberam e estão se
recuperando no Salão Principal.
Dimitri tinha cabelos e olhos escuros. Godard era o seu
oposto, com cabelos loiros areia e olhos azuis. Um era como o
céu noturno, o outro como uma tarde ensolarada.
Os outros três líderes avançaram por entre os homens
boquiabertos.
— Meu nome é Beau Westerly, — ele apontou para o
homem à sua direita. — Este é Viktor BelleRose, e este é
Warrick DuBois. Tanto Viktor quanto Warrick cresceram aqui
em Noctem Falls, portanto, se tiver alguma dúvida, eles podem
ajudar. — Beau bateu nas costas dos dois homens, fazendo-os
estremecer. — Senhor, antes de retornar ao nosso nível,
revezamos patrulhando os outros níveis para ficar de olho nos
vampiros afetados pelo sangue. Todo mundo se acalmou e, por
enquanto, estão na deles.
Beau fez jus ao seu nome, lembrando Eva do estereótipo
íntegro do “vizinho amigável”. Ao contrário dos outros
vampiros que conhecera, seus cabelos castanhos claros eram
cortados curtos e ele estava recém-barbeado. Ele tinha olhos
azuis claros e um sorriso amigável.
Viktor a fazia encarar. Ela sabia que estava sendo rude,
e sabia que seu companheiro estava em pé ao seu lado, mas

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não conseguia evitar; ele era lindo. O cabelo dele era a coisa
mais próxima do prateado que ela já vira em questão de cabelo.
Não era bem um cinza, e sim mais como uma mistura de cinza
e branco. Ela meio que esperava que este tivesse um brilho
metálico na luz. Mas o que era mais único que seu cabelo eram
seus olhos. Eles eram de um verdadeiro roxo profundo. Ele
sorriu calorosamente e ela corou.
— É herança de família. Qualquer pessoa nascida no clã
BelleRose tem cabelos prateados e olhos cor de ametista.
— Você é muito bonito. Eu nunca vi essa combinação
antes, — disse Eva. Ao lado dela, Adriel pigarreou. Ela colocou
a mão sobre a dele em sua cintura. — Claro, eu prefiro homens
de cabelos escuros com obsessões nada saudáveis por
pranchetas. — Ela piscou um olho para Viktor, que riu.
Eva olhou para o companheiro para descobri-lo olhando-
a carinhosamente. Ela lhe mandou beijos no ar e ele piscou
um olho para ela.
— Eu não acho que sou bonito o suficiente para ela, —
uma voz profunda retumbou.
Ela olhou para Warrick e balançou a cabeça.
— Não, mas você é um garoto grande. Eu adoraria saber
o que você come. O que você tem, 160 quilos?
Ele riu.
— 165, — ele admitiu. — A família BelleRose tem cabelos
brilhantes e olhos roxos e, mais ou menos uma geração sim e
outra não na família DuBois, ficamos tão grandes quanto os
fae. Acho que barganhamos melhor.

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Até Eva ver Gavriel, ela não sabia que os vampiros eram
tão grandes.
— Eu me pergunto se é por isso que o Gavriel é tão
grande.
Os homens se aquietaram. Eva olhou em volta.
— Ok, o que eu disse?
— O Gavriel costumava ser do meu tamanho, coração. No
ano passado, ele passou por uma de suas principais
transições. O resultado é o que você vê. Ele ganhou 10
centímetros de altura e quase 30 quilos de músculo. Ouvi dizer
que ele precisa treinar com o Aiden e os fae agora.
— Coração? — Declan engasgou com a palavra.
Adriel franziu o cenho para seu segundo em comando.
— Existe uma razão pela qual eu não devo usar termos
carinhosos com minha companheira? Eu pensei que esse era
um processo padrão.
— Agora você soa mais consigo mesmo. — Etain assentiu.
— Você deveria ouvi-lo na cama. — Eva suspirou feliz.
Adriel beijou-a na têmpora.
— Apenas para você.
— Isso é simplesmente estranho, — disse Beau, de olhos
arregalados.
A máscara de indiferença de Adriel voltou ao lugar.
— É tão difícil acreditar que eu poderia ser carinhoso?
Você poderia ouvir um alfinete cair. Ela saiu de debaixo
do braço de Adriel e deu um passo à frente. Ela percebeu com
satisfação que alguns dos homens deram um passo para trás.

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— Escutem aqui. Eu não falo direito ou chique que nem
meu maravilhoso companheiro, então vou dizer claramente.
Ninguém, e eu quero dizer ninguém mesmo, pode machucar
meu companheiro ou menosprezá-lo de qualquer forma. Eu
não me importo se você é um líder de unidade ou o próprio
príncipe. — Ela se concentrou e deixou as mãos se
transformarem. Agora, toda a fila da frente dos homens,
incluindo os líderes da unidade, recuou. — Eu vou estripar
vocês antes de permitir que machuquem ele, ouviram?
— Deuses, ela não é a coisa mais sexy que vocês já viram?
— Uma voz masculina disse do fundo.
Eva revirou os olhos.
— Venha aqui, Micah. — Micah havia recuado quando os
líderes da unidade se apresentaram para o relatório.
Micah abriu caminho de volta para a frente.
— Sim, minha linda gatinha?
Eva virou-se para Adriel.
— Você sabe que ele está brincando, certo? — Ela
congelou; seu companheiro estava meio virado para longe
deles, a mão sobre o rosto. — Adriel?
Quando ele se virou, tinha lágrimas escorrendo pelo rosto
e estava ofegando.
— Adriel! — Ela foi para o lado dele, e ele se inclinou
contra ela. Segundos depois, uma profunda e rica gargalhada
escapou, e Adriel estava ofegando novamente. Seu
companheiro estava rindo tanto que ela literalmente teve que
segurá-lo.
— Ele está rindo, — alguém sussurrou.

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— Ele fica muito bom rindo, — outro comentou.
Quando ela olhou ao redor da sala, os homens estavam
sorrindo largamente.
— O que perdemos? — uma suave voz masculina
perguntou. Segundos depois, dois jovens homens de cabelos
alaranjados derraparam até parar na frente do grupo.
— Quem o fez rir?
— Sim, quem?
Eva piscou.
— Há dois de vocês.
— Sim.
— Sim.
Adriel enxugou os olhos.
— Eu acho que o Declan se mijou.
Sua observação fez os homens se juntarem a ele nas
risadas.
Declan gaguejou indignado.
— Mijei não!
— Devemos checar, — sugeriu um dos gêmeos de cabelos
laranja.
— Sim, — o outro respondeu. E juntos, eles tiraram as
calças do Declan ali, frente de todos. — Não, não tem mijo aqui.
— Não mesmo.
— Dimitri! Godard! Controle esses pirralhos! — Declan
rugiu, se atrapalhando com as calças.
Adriel se inclinou sobre seu corpo, em um esforço para
ficar de pé. Ele passou os braços em volta do estômago.
— Deuses! Você viu o rosto dele?

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A essa altura, todos na sala estavam chorando de tanto
rir, inclusive Eva.
Declan estendeu a mão, mas os gêmeos escaparam de seu
agarre e se esconderam atrás de seus respectivos líderes de
unidade.
Grant se inclinou.
— Obrigado. Obrigado, por ajudá-lo a se lembrar de como
rir.
Eva sentiu o coração inchar. Ela não conseguia imaginar
por quanto tempo seu companheiro estoico tentara ser forte
sozinho. Mas, tendo tirado a máscara com ela, ele parecia estar
tendo dificuldade em mantê-la no rosto.
Quando sua respiração desacelerou, ele lhe sorriu e
enxugou os olhos.
— Os dois demônios travessos são Nigel e Neil
Morninglory, transferências recentes de Storm Keep. — Adriel
apontou para onde os dois estavam espreitando por trás de
Dimitri e Godard. Os dois líderes de unidade trajavam
expressões exasperadas.
— Prazer em conhecê-los, — disse ela acenando para eles.
— Prazer em conhecê-la também, — gritou o de trás de
Dimitri.
— Qual é você?
— Eu sou o Nigel.
Eva virou-se para Godard.
— Isso significa que você é o Neil. Obrigada por uma
recepção tão calorosa.
Neil lhe sorriu e fez um sinal de positivo.

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— Recepção calorosa, minha bunda! Vou enfiar esses dois
monstros no tubo de lixo! — Declan ameaçou.
Adriel olhou para Micah.
— Estou lhe designando novamente para a patrulha de
nível. A Eva assumirá a guarda de Meryn.
O rosto de Micah decaiu e assumiu uma expressão ferida.
— Ser separado da minha delicada flor machuca meu
coração.
Adriel o ignorou.
— Dito isso, é melhor irmos. Você está pronto, Declan?
Sua camisa está fora da calça; você sabe que temos uma
imagem para manter aqui na cidade, — disse Adriel em um
tom perfeitamente sério.
Declan olhou para o companheiro dela e então
lentamente começou a sorrir.
— Isso foi uma piada? Foi você que fez uma piada?
— O mundo talvez nunca saiba. — Adriel virou-se e
ofereceu-lhe o braço. — Minha dama.
Ela apoiou a mão no antebraço dele e o deixou
acompanhá-la até a porta.
— Mal posso esperar para ver como é o jantar, —
murmurou Eva.
— Foi uma piada. Tenho certeza de que foi uma piada, —
disse Declan a Etain enquanto colocava a camisa dentro da
calça.
Adriel inclinou a cabeça.
— Depois de você.
*****

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Adriel notou alguns novos rostos no jantar. Demetrio,
Stefan e Adora Bolivar foram adicionados à lista de convidados.
Sebastian passava de pessoa para pessoa, enchendo copos e
sorrindo; ele estava totalmente em seu elemento. Todos
estavam espalhados, conversando na antecâmara enquanto
esperavam o jantar ficar pronto.
Eva foi puxada do seu lado para os braços de um lindo
shifter de lobo. Adriel teve que se lembrar no último momento
que matar esse filhote no jantar seria uma espécie de gafe
política.
— Stefan, solte a Eva. O companheiro dela parece estar a
dois segundos de te estrangular, e eu não o culpo nem um
pouco, — disse o lobo mais velho para o filho.
— Aquele não pode ser seu companheiro; ele é um
vampiro. Aposto que o companheiro dela é o lobo com quem
eles vieram, — Stefan disse, apontando para Grant, que
balançou a cabeça.
Stefan franziu a testa.
— O leão então. — Declan também balançou a cabeça.
Adriel puxou Eva para o seu lado.
— Ela é a minha companheira. Eu sou Adriel Aristaios, o
líder da unidade aqui em Noctem Falls. Acredito que nos
encontramos mais cedo para discutir a acomodação do seu
povo.
Stefan rosnou baixinho.
— Isso foi antes de eu saber que você tinha acasalado com
a minha Eva.
Adriel sentiu suas presas se estenderem.

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— Sua Eva?
Eva se entrepôs entre os dois.
— Stefan, é melhor você ser legal com o meu
companheiro, ou eu não estarei mais na sua liga de futebol de
fantasia.
Stefan fechou a boca.
— Você não sabe do que eles são capazes.
Gavriel deixou sua conversa com Aiden para ficar ao lado
dele.
— Eles, quem, exatamente?
Adriel ficou surpreso com a demonstração de apoio.
Stefan rosnou.
— Eles mataram meu primo!
Demetrio suspirou.
— É verdade que Angel foi morto por vampiros, mas filho,
isso foi quase quatrocentos anos antes de você nascer.
Os olhos de Stefan nunca deixaram os dele.
— Eu ouvi as histórias dos meus tios; eles matam
shifters. Aposto que o problema com os ferals é coisa deles.
Adora deu um tapa no braço do companheiro.
— Esses são os seus irmãos a quem ele está se referindo.
Magnus se aproximou para ficar entre os dois.
— Filho, é verdade que setecentos anos atrás muitos
shifters foram mortos por vampiros. — Magnus colocou uma
mão consoladora no ombro de Adriel e o apertou. — Mas
também é verdade que os shifters caçavam e matavam
vampiros inocentes também, incluindo os pais de Adriel.

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Adriel ouviu um ofego suave, e então Eva estava
subitamente ao seu lado. Gavriel recuou para permitir que sua
companheira ficasse ao seu lado em uma demonstração de
apoio.
Parte do fogo pareceu sair de Stefan.
— Sinto muito por seus pais. — Os olhos de Stefan se
encheram de simpatia.
Adriel não sabia o que pensar do jovem lobo. Em um
segundo ele estava rosnando e mostrando os caninos, no
outro, ele realmente sentia muito por sua perda.
Eva deitou a cabeça no ombro dele.
— O Stefan é muito jovem para um Alfa. Ele às vezes é
apressado e impetuoso, mas nunca é insincero, falso ou
mentiroso. Nosso povo o ama por esses motivos.
Stefan revirou os olhos.
— Eu não sou tão jovem assim.
Gavriel e seu príncipe riram. Adriel não pôde deixar de
sorrir.
— Filhote, eu provavelmente sou mais velho que seus
pais, e o Príncipe Magnus é pelo menos três vezes mais velho
do que eu.
Stefan franziu a testa.
— Eu não posso ser o mais novo aqui.
Bethy se aproximou para ficar ao lado do companheiro.
— Você é mais velho do que eu.
— Do que eu também! — Adriel ouviu uma voz falar.
A cabeça de Meryn apareceu ao lado de Bethy.

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Stefan sorriu; ele começou a falar e depois parou. Ele
cheirou o ar e caminhou até Meryn, franzindo a testa. Ele
cheirou o seu cabelo e depois o pescoço.
— Ele está fazendo aquela coisa de farejar! Eu já passei
por isso; foi assim que fiquei presa com o Aiden! — Meryn
gritou.
Aiden avançou, seus olhos negros como azeviche.
— Por que você está cheirando a minha companheira?
Stefan olhou para Aiden.
— Ela tem um cheiro familiar. — Ele se inclinou
novamente, cheirando a orelha dela.
— Ele está fazendo isso de novo. — Meryn acenou com a
mão na frente do rosto de Stefan. — Xô. Xô.
Stefan olhou para os pais, perplexo.
— Eu nunca esqueço um cheiro. Eu conheço o dela de
algum lugar. — Sua cabeça se voltou para Meryn bruscamente.
— Companheiro? Como você pode estar acasalada? Você é
apenas um bebê!
Ao lado dele, Eva riu e se inclinou para sussurrar:
— Eu pensei a mesma coisa quando a vi.
— Eu estou totalmente crescida! Sério, gente! Eu não sou
tão baixinha assim! Vocês que são todos enormes. — Ela bateu
o pé.
Stefan olhou para baixo.
— Você está grávida. — Ele olhou bravo para Aiden. —
Velho sujo.
Os olhos de Aiden se arregalaram.
— O que? — ele exigiu com uma voz estrangulada.

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Meryn começou a rir.
— Velho sujo! Espere até eu contar pro Colton!
Demetrio virou-se para eles, com o rosto vermelho.
— Agora que meu filho conseguiu pisar com os dois pés
na bola e ofender a todos aqui, vamos nos despedir.
O príncipe rejeitou suas preocupações com um aceno de
mão.
— Não se preocupe. Estar perto desses jovens me fez
perceber o quão monótona e seca minha vida cotidiana se
tornou. Precisamos de mais Stefans e Meryns neste mundo.
Stefan e Meryn se viraram para o príncipe, sorrindo.
— Obrigado! — disseram juntos.
Aiden bateu no ombro do jovem lobo.
— Deixe-me te contar sobre como os humanos
envelhecem. Eu não sou um velho sujo.
— Esqueça isso, eu quero ouvir sobre o que aconteceu
setecentos anos atrás, — interrompeu Meryn.
Bethy suspirou.
— Meryn! Se lembre dos traquejos sociais. Este não é um
tópico para discussão no jantar.
— Por quê?
Bethy olhou ao redor da sala como se estivesse pedindo
ajuda para responder à pergunta.
O príncipe levantou uma sobrancelha para sua sobrinha.
— Bem, Bethy, você não vai responder-lhe?
Gavriel teve pena de sua companheira e respondeu por
ela.

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— Meryn, eu sei que você se obcecou com a história
paranormal, mas é um pouco diferente quando os eventos
discutidos pessoalmente afetam as pessoas na sala.
— Sim, mas se o Stefan estiver certo, muitos shifters
foram mortos, e de acordo com o Magnus, os vampiros foram
caçados. Por que nada disso está nos livros de história? —
Meryn perguntou, cruzando os braços.
Bethy franziu o cenho.
— Está sim, não está?
Meryn balançou a cabeça.
— Não. Eu li sobre Noctem Falls, e não havia menção
nenhuma disso.
Bethy pegou o telefone. Segundos depois, ela o entregou
a Meryn.
— Pronto.
Meryn usou o dedo para rolar e ler.
— No verão de 1315, irrompeu um conflito entre os
vampiros de Noctem Falls e uma matilha de lobos local. Razão
desconhecida. — Ela se virou para Stefan. — Quantos shifters
foram mortos?
Stefan virou-se para o pai para obter a resposta. Demetrio
esfregou a nuca.
— Toda a matilha do oeste foi dizimada. Enterramos
trezentos e vinte e nove membros da matilha. Os lobos
restantes tiveram que se juntar à nossa matilha; não havia
membros suficientes para se sustentarem.
Meryn girou e olhou para Magnus.
— Bem?

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— Duzentos e quatro, — respondeu o príncipe, franzindo
a testa.
Meryn devolveu a Bethy seu telefone.
— Conflito, a porra da minha bunda. Mais como batalhas
campais, por que isso não está nos livros de história?
Magnus pareceu um pouco chocado.
— Eu não tinha ideia de que não estava neles. Demetrio?
O lobo mais velho parecia igualmente surpreso.
— Isso também é novidade para mim.
— Senhoras e senhores, o jantar está pronto. — A voz
estrondosa de Sebastian fez mais de uma pessoa pular. As
notícias inquietantes sobre eventos passados preocupavam
todo mundo.
Magnus caminhou até Meryn e ofereceu-lhe o braço.
— Aiden, se você me permitir escoltar sua sedutora
companheira para o jantar?
Aiden sorriu e fez uma reverência para Magnus,
estendendo-lhe a honra. Lentamente, todos foram para a sala
de jantar.
*****
Quando todos estavam sentados, Sebastian e Ryuu
serviram o jantar. Eva estava nervosa com seu jeans até ver
Meryn com a mesma camiseta do Caça-Fantasmas que usava
mais cedo.
— Não, obrigada, Sebastian, não estou me sentindo
realmente com vontade de estrogonofe de carne hoje à noite.
— Meryn segurou as mãos sobre o prato para evitar ser
servida.

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— Denka, você está doente? — Ryuu perguntou.
— Eu não estou me sentindo enjoada se é isso que quer
dizer; é só que nada parece bom para mim agora. Tudo o que
eu realmente quero é um pouco mais do pudim mágico do
Sebastian.
— Meryn, você não pode viver de pudim, — disse Aiden,
uma expressão preocupada no rosto.
— Eu não consigo evitar.
— Eu irei buscar-lhe um pouco imediatamente. Ouvi
mais de uma mulher dizer que, quando estavam grávidas, se
negavam seus desejos, nada mais parecia ter o sabor certo. —
Sebastian passou a tigela grande para Ryuu.
Adora assentiu.
— É verdade. Quando estive grávida do Stefan, fiquei um
mês inteiro vivendo de guisado de carne de veado. Levou anos
antes que eu pudesse comer o mesmo novamente.
— Obrigada, Sebastian, — disse Meryn, parecendo
aliviada. Sebastian foi em direção à cozinha enquanto Ryuu
começava a servir o jantar de todos.
Magnus virou-se para Demetrio.
— Como as pessoas estão se instalando?
O lobo mais velho deu um sorriso conciso.
— Acho que seria mais fácil para todos se soubéssemos
uma data exata de quando poderíamos voltar para casa. Ainda
estávamos discutindo contra vir aqui ontem à noite na
propriedade da cidade. O ataque esta manhã realmente
assustou muita gente. Eu acho que, no fundo da mente de
todos, não acreditávamos realmente que seríamos atacados.

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Adriel olhou do outro lado da mesa para Magnus.
— Senhor, precisamos pensar para onde essas pessoas
irão. Já recebemos mais do que o projetado, e seu anúncio foi
enviado apenas ontem. Simplesmente não temos planos
presentes para abrigar tantas pessoas assim.
Beth virou-se para o tio.
— Ele está certo. Organizar apenas viagens ao banheiro
tornou-se um pesadelo logístico esta manhã. São necessários
mais escoltas de túneis junto com alojamentos semi-
permanentes. Eles não podem ficar no Salão Principal para
sempre.
— Eu acho que nenhum de nós estava preparado para
tantas pessoas, tão cedo, — admitiu Magnus.
Sebastian voltou com uma grande tigela de pudim para
Meryn. Ela pegou sua colher e comeu ansiosamente.
Eva gostou do pudim, mas era uma shifter; ela precisava
de mais do que açúcar e leite para mantê-la satisfeita, e o
estrogonofe de carne do Sebastian era o melhor que ela já tinha
comido.
Gavriel girou o macarrão no garfo.
— Por enquanto, poderíamos instalar moradias
temporárias no Salão Principal. Poderíamos enviar alguém
para a cidade buscar tendas e mais camas.
Eva pensou novamente no Nível da Unidade. As pequenas
casas pareciam ter sido esculpidas diretamente nas paredes de
pedra.
— Temos alguém que pode criar casas semelhantes às do
Nível da Unidade? — ela perguntou.

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Etain assentiu.
— Aposto que os gêmeos poderiam fazer isso, se lhes
mostrassem como. O que eles não têm de conhecimento, mais
do que compensam com o poder.
Eva ficou intrigada. Ela acabara de conhecer os gêmeos;
eles não teriam sido sua primeira escolha.
— Como eles são mais poderosos que os bruxos anciãos?
Etain deu de ombros.
— Não sou especialista, mas acho que, por serem gêmeos,
suas habilidades são ampliadas entre si se conjurarem um
feitiço juntos.
Magnus lentamente começou a sorrir.
— Eva, acho que essa é a melhor sugestão que tivemos
sobre o assunto. — Ele se virou para Adriel. — Você acha que
eles estão dispostos a isso? Podemos pedir que o Micah ou o
Emlyn Blackwood mostrem a eles como se faz.
— Eu acredito que eles são capazes, e isso os manteria
longe de problemas, — disse Adriel, com um leve sorriso nos
lábios.
— Graças aos Deuses! — Declan suspirou.
— Quem são os gêmeos? — Meryn perguntou.
Eva não pôde deixar de sorrir.
— Você vai amá-los, Meryn. Acabei de conhecê-los, antes
de vir aqui. Eles são jovens, mas cheios de energia, e adoram
brincadeiras.
Meryn deu um sorriso triste.
— Me lembra o Keelan.

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— Agora que sabemos o que queremos fazer, minha
próxima pergunta é: onde? — Beth perguntou, mudando de
assunto.
— Não podemos criar as casas no Salão Principal;
estaríamos efetivamente criando um ponto estreito para
futuros refugiados, — apontou Meryn.
— E se fossem criadas no fundo do corredor? — Beth
sugeriu.
Meryn balançou a cabeça.
— A certa altura, estaríamos de volta ao problema original
de muitas pessoas próximas à entrada. — Ela se virou e olhou
para Magnus. — De acordo com os mapas que digitalizei, as
Famílias Fundadoras mantiveram a maioria de suas pessoas
próximas ao túnel de transporte. E se aprofundássemos mais
na Terra? Provavelmente conseguiríamos que as Famílias
Fundadoras concordassem se apontarmos que estamos
expandindo seu nível para crescimento futuro, e isso não lhes
custará nada. As pessoas adoram merda grátis.
— Eu sei que meu povo se sentiria melhor se pudesse ter
algum senso de normalidade. Ter um lugar para retornar, que
lhes dê privacidade para relaxar, ajudaria enormemente, —
acrescentou Stefan.
— Bem dito, Stefan. Gostaria que os jovens aqui agissem
com metade do seu senso de responsabilidade. Tenho
vampiros com o dobro da sua idade e que não são tão maduros.
— Stefan sorriu com os elogios.
Magnus olhou para o outro lado da mesa.

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Alanea Alder
— Meryn, você é um gênio. Isso é exatamente o que
faremos. Habitação extra nunca machuca nenhuma cidade. —
Ele jogou um olhar matreiro para Beth. — Talvez vocês duas
devessem ficar em Noctem Falls. Acho que consegui fazer mais
coisas nos dois dias com vocês aqui do que nos últimos seis
meses por conta própria.
— Não, obrigada, tio. Assim que terminamos aqui,
voltaremos para Lycaonia. Finalmente arrumei meu closet do
jeito que gosto, — respondeu Beth.
Magnus fez beicinho.
— Nenhuma das minhas secretárias se compara a você.
Beth deu um tapinha no braço dele.
— Você quer dizer que elas não te mimam do jeito que eu
te mimo.
— Exatamente! Eu, na verdade, tenho que pedir meu
café.
— Tenho certeza que você encontrará uma eventualmente
que durará mais de um ano. — Beth olhou para Meryn. —
Meryn, você recebeu uma resposta da Amelia?
Meryn olhou para cima, as duas bochechas estavam
cheias de pudim. Ela levantou um dedo e terminou com sua
porção.
— Sim. A Rainha Aleksandra concordou. Ela ficou muito
impressionada com o meu método improvisado de ter Wi-Fi por
toda a cidade. Ela implementará algo parecido em escala maior
para Éire Danu.
Etain esfregou as mãos.
— Excelente. Mal posso esperar para começar.

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Meryn raspou a tigela com a colher.
— O Magnus já me deu uma grande sala de trabalho aqui
no Nível Um. Sebastian disse que todo o equipamento chegou
hoje à tarde, então assim que você colocar os portais no lugar,
montarei o centro de comunicações e teremos Wi-Fi na cidade
inteira até amanhã à tarde.
Meryn continuou a raspar sua tigela, batendo a colher
contra a porcelana. Magnus franziu a testa.
— Sebastian, dê mais pudim a essa criança; é óbvio que
ela ainda está com fome.
Antes de vir para Noctem Falls, Eva ouvira rumores sobre
Magnus Rioux. Ele era conhecido por ser justo, mas exigente.
Todo mundo sabia que ele adorava a sobrinha, mas ela não
achava que muitos sabiam que ele tinha um coração mole no
que se referia aos jovens.
— Eu tenho que saber, Meryn, como você conseguiu
colocar Wi-Fi aqui na cidade em menos de dois dias, quando
os engenheiros da cidade tem tentado métodos diferentes há
anos sem resultados, — perguntou Magnus, parecendo
impressionado.
— Foi fácil, mas provavelmente porque estou acostumada
a fazer perguntas quando quero saber alguma coisa. Quando
passamos pelo portal vindo aqui, enfiei minha mão e puxei-a
para trás antes de passar completamente. Isso significa que,
uma vez que o portal está aberto, a matéria pode passar por
ele em qualquer direção.
"Fiz algumas perguntas ao Etain e à rainha, através da
minha irmãzona-prima, e descobri que portais podem ser

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criados para permanecer abertos. Não é uma prática atual
porque apresentaria um problema de segurança. Mas para o
que eu preciso que os portais sejam abertos não criaria
nenhuma brecha na segurança. Amanhã, o Etain andará pela
cidade colocando portais fixos do tamanho de uma moeda de
dez centavos em todo o lugar, todos eles retornando ao centro
de comunicações que instalarei usando o equipamento que o
Sebastian comprou para mim. Em seguida, ele colocará portais
indetectáveis nas duas torres de celular mais próximas da
região. Os portais simplesmente agiriam como pequenas
janelas, permitindo que os sinais de Wi-Fi e celular passassem
para o centro de comunicação e de lá por toda a cidade. Eu só
tive que obter permissão da rainha para abrir tantos portais.
O melhor de tudo é que, sabendo como esses minúsculos
portais funcionam, eu posso trabalhar em rede em uma escala
muito maior. Muwahaha!
Eva se juntou à salva de palmas que Meryn recebeu no
final de sua explicação.
— Meryn, esse é um trabalho incrível.
Meryn, parecendo envergonhada com os elogios,
concentrou-se em seu pudim.
— Obrigada. Eu só odeio ficar sem internet. Eu tenho que
poder procurar coisas e acessar meus arquivos sempre que
quiser.
Magnus levantou a mão.
— Você está me dizendo que, a partir de amanhã à tarde,
toda a cidade terá Wi-Fi?
Meryn olhou para cima.

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— Sim. Quero dizer, você já tinha colocado o serviço na
cidade ou não teríamos os fios de Ethernet; essa era a parte
mais difícil. Estou apenas configurando uma rede sem fio
usando alguns roteadores de alta tecnologia. Vou postar o
nome da rede e a senha geral de Wi-Fi em todos os níveis para
que as pessoas comecem a usá-lo. Na verdade, há muito pouco
a ser feito quando os portais estiverem no lugar.
— Meryn, eu sinto que deveria recompensá-la de alguma
forma. Existe algo que você gostaria por resolver uma das
minhas queixas mais antigas? — Magnus ofereceu.
— Você tem um desses cofres do qual o Gavriel me falou?
Você tem pilhas de moedas de ouro igual o Tio Patinhas? —
Meryn perguntou parecendo animada.
Magnus franziu a testa, parecendo confuso.
— Eu não sei quem é o Tio Patinhas, mas sim, temos um
cofre Rioux. Contanto que não seja uma herança de família,
você pode receber algo como recompensa.
— Incrível! Eu ganho uma à caça ao tesouro. Mal posso
esperar.
Eva pensou que Meryn parecia uma criança na véspera
de Natal; ela estava praticamente pulando na cadeira.
Beth virou-se para Gavriel.
— Você quer checar o cofre dos Ambrosios enquanto
estamos aqui?
Ao lado dela, Eva sentiu Adriel endurecer.
Gavriel balançou a cabeça.
— Há apenas uma coisa na qual eu estaria interessado
em recuperar, e a última vez que verifiquei, não estava lá.

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Tenho muito pouco uso para tesouros; tenho tudo que preciso
ao meu lado. — Ele levantou a mão dela e a beijou gentilmente.
Um zumbido fraco fez todo mundo checar seus telefones.
Aiden levantou o dele e o sacudiu.
— É o meu. — Ele olhou para baixo e o entregou a Meryn.
— Eu não posso mais lidar com ele, se divirta.
O rosto de Meryn se iluminou.
— É o Sascha de novo?
Aiden grunhiu e deu uma mordida enorme no macarrão.
Os dedos de Meryn digitaram no telefone. Rindo, ela
largou o telefone e olhou em volta da mesa.
— Desde que o Aiden colocou o Colton no comando, o
líder da Unidade Gama, Sascha Baberiov, está mandando
mensagens para o Aiden sem parar.
Gavriel riu.
— O que ele ameaçou neste último?
— Ele disse que iria amarrar o Colton às torres do sino e
usá-lo para praticar arremesso de facas.
— O que você aconselhou? — Gavriel perguntou a Meryn.
— Garantir que a Rheia estivesse de prontidão com
bandagens.
Aiden gemeu.
— Não terei unidades algumas em Lycaonia quando
voltarmos.
O telefone de Aiden tocou, Meryn atendeu e começou a rir
tanto que Aiden arrancou o telefone da sua mão. Ele olhou
para baixo, começou a xingar e se levantou. Ele já estava
discando quando saiu da sala.

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Alanea Alder
Os olhos de Beth estavam enormes.
— Meryn, o que aconteceu?
— Rheia enviou uma mensagem com uma foto do Colton
correndo atrás do Sascha; ele tinha três pequenas facas saindo
dele.
— Oh céus, — Beth murmurou.
Gavriel virou a cabeça enquanto seu peito tremia de tanto
rir. Naquele momento, ele lembrava a Eva tanto de Adriel que
era assustador. Ela chegaria ao fundo desse mistério do nome
Ambrosios nem que fosse a última coisa que fizesse.
— Eu esperaria pelo Aiden, mas ele já sabe. — Magnus
pegou sua taça de vinho. — Adriel, você e sua companheira
foram convidados para jantar amanhã à noite com os chefes
das famílias Géroux e BelleRose. Eu não posso convidar toda
a Unidade Eta, mas eu queria alguns rostos familiares lá para
facilitar para a Meryn.
Adriel inclinou a cabeça.
— Claro, estaremos lá.
Eva sentiu um momento de pânico. Ela estava olhando
em volta da mesa quando Beth chamou sua atenção e
assentiu.
— Eu vou ajudá-la a se arrumar. Nós somos mais ou
menos do mesmo tamanho, mesmo que você seja um pouco
mais alta. Meus vestidos compridos ficarão perfeitos em você.
— Graças aos Deuses! — Eva disse inclinando-se para
trás. — Não conseguimos trazer muito, e o que conseguimos
empacotar está em algum lugar entre aqui e Albuquerque. Mas
posso lhe dizer isso, sei que não empacotei nada formal.

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— Por que empacotaria, querida? Isso deveria ser apenas
temporário, lembra? — Adora a lembrou.
Bem quando ela achou que sua mente explodiria com
todos os planos que ela precisava fazer para fazer a transição
para lá, ela sentiu um leve beijo na bochecha. O olhar calmo
de Adriel a ajudou a recuperar o fôlego. Ele sorriu.
— Um dia de cada vez. Nada pode ser resolvido da noite
para o dia.
Stefan riu.
— Exceto o problema de Wi-Fi de Noctem Falls,
evidentemente.
Adriel jogou um olhar sem expressão para Stefan e virou-
se para Demetrio.
— Você precisa deste filho? Você tem outra prole para
carregar seu nome?
Demetrio riu.
— Temos outro filho. Ele acabou saindo de sua unidade
e trabalhando com a Vanguarda.
Meryn estalou os dedos.
— É por isso que o nome deles soa familiar. Acabei de
adicionar o nome dele ao banco de dados. Cristo Bolivar, certo?
Adora assentiu.
— Sim, esse é o nosso filho mais velho.
— Venha me encontrar amanhã e eu vou aprontá-la, —
prometeu Beth.
Eva jogou um olhar aguçado para Meryn.
— Ela não precisa mais da sua ajuda do que eu?
Beth soltou um bufo indigno.

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— Não. Ela tem o Vestido de Éire Danu; a monstrinha
pode ficar pronta em um piscar de olhos.
Meryn cruzou os braços e recostou-se.
— Eu não sei por que tenho que ir. Só vou fingir que sou
muda.
Demétrio se inclinou para perto da companheira.
— E você queria garotas, — ele brincou.
— Seu parvo! — ela riu.
— Meryn, eu conheci o Viktor BelleRose hoje à noite. Ele
é o líder da Unidade Iota, e se todos os homens da família
BelleRose se parecerem com ele, você vai querer ir, confie em
mim. — Eva piscou um olho.
Meryn se inclinou para frente.
— Sério?
— Talvez você deva ficar aqui, — Aiden resmungou,
voltando para a sala e sentando-se.
— De jeito nenhum! Como ele era? — Meryn perguntou.
— Cabelos longos e prateados e olhos de ametista, o
sorriso mais lindo e maneiras impecáveis, — descreveu Eva.
— Todos os homens BelleRose são impressionantes, —
disse Beth, ignorando os rosnados de seu companheiro.
— Eu com certeza vou, mas ainda posso fingir que sou
muda. — Meryn esfregou o braço de Aiden. — Todos ainda
estão inteiros?
Aiden suspirou.
— Por enquanto. Eu tive que fazer o Colton prometer não
retribuir.

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— Você realmente acha que ele não vai retribuir? —
Meryn perguntou, parecendo cética.
— Não. Eu sei que ele vai, mas eu disse a ele que se os
homens não estivessem vivos e em condições de trabalhar
quando eu voltar, vou fazer do Kendrick o athair do nosso filho.
Meryn estremeceu.
— Ai. Como ele reagiu?
— Ele prometeu que todos seriam capazes de fazer
patrulhas e depois desligou.
— Quanto você quer apostar que ele planeja fazer algo
com o Sascha que não prejudique sua capacidade de andar?
— Gavriel perguntou.
Aiden esfregou o queixo enquanto um sorriso lento
começou a se formar.
— Eu aceitaria essa aposta.
Meryn bateu palmas.
— Então. Amanhã nós instalamos o Wi-Fi, levamos a Eva
para a Beth para coisas de garotas e depois vamos conhecer os
vampiros gostosos?
Beth pegou sua agenda.
— Estarei em reuniões com o tio amanhã de manhã. —
Ela olhou para Stefan e Demetrio. — Gostaria que pelo menos
um de vocês participasse da reunião da tarde que estarei
preparando para revisar os requisitos de moradia.
Demetrio assentiu.
— Eu posso ir nas reuniões, o que deixará o Stefan livre
para ficar com a matilha. Eles ficarão mais calmos se o Alfa
estiver com eles.

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Alanea Alder
Beth mordeu o lábio inferior.
— Como o Micah vai mostrar aos gêmeos como criar as
casas de pedra se ele estiver protegendo a Meryn?
Micah suspirou dramaticamente.
— Infelizmente, o dever me afasta dos meus verdadeiros
amores. A adorável deusa guerreira protegerá minha delicada
flor em meu lugar. Um adeus tão agridoce.
Declan beliscou a ponta do nariz.
— Adriel, realmente precisamos dele?
Grant deu um tapinha no ombro dele.
— Calma, calma. Ele é útil de vez em quando.
Micah fungou.
— Não sou apreciado em minha vida.
Declan olhou para Adriel, uma expressão de dor no rosto.
— Nós realmente queremos o Romeo aqui influenciando
os gêmeos demônios?
Seu companheiro riu.
— Eu acho que eles vão ficar bem. A menos que você
esteja se oferecendo para ir com eles?
— Não, senhor, — respondeu Declan rapidamente.
Meryn sorriu.
— Mal posso esperar para conhecê-los.
— Que os Deuses nos ajudem, — disseram Declan, Grant
e Etain em uníssono.
Eva entrelaçou os dedos atrás da cabeça e inclinou a
cadeira para trás.
Apertem o cinto, caubóis.

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Capítulo 8

Mais tarde naquela noite, enquanto estavam se


aprontando para dormir, Eva ficou esperando o
constrangimento se instalar. Na verdade, ela conhecia esse
homem há menos de vinte e quatro horas, e embora
houvessem se reivindicado, havia tantas coisas que ela não
sabia sobre ele. Ele apagou a luz, mas ela podia vê-lo
claramente pela luz noturna no banheiro.
— O que te fez ficar tão séria? — Adriel se aproximou dela
por trás e passou os braços em volta da sua cintura. Ele vestira
uma calça de pijama folgada, mas seu peito estava
maravilhosamente nu. Ela se recostou contra ele, apreciando
a sensação de sua pele contra a dela.
— De que lado da cama você dorme?
— Era sobre isso que você estava franzindo o cenho?
Ela olhou para o teto.
— Não, não exatamente. — Quando Eva não deu mais
detalhes, ele simplesmente a abraçou. — Nós não nos
conhecemos tão bem.

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Alanea Alder
— Ah, agora estamos chegando a algum lugar. Claro que
não, acabamos de nos conhecer.
— E aqui estamos, prestes a subir na cama, apagar a luz
e dizer: “boa noite, querido".
— Poderíamos pular na cama, deixar a luz acesa e dizer:
“bonne nuit” se isso fizer você se sentir melhor.
— Você está brincando comigo?
— Talvez um pouco. Temos que dormir? Sim. Temos que
dividir uma cama? Não. Se preferir, eu durmo em um dos
quartos de hóspedes.
Eva girou rapidamente em seus braços.
— Isso não foi o que eu quis dizer.
Ele beijou seu nariz.
— Eu sei. Então, companheira minha, você gostaria de se
juntar a mim nesta cama para dormir esta noite?
— Eu gosto de me esticar.
— Ok.
— Eu me remexo e viro muito.
— Sem problema.
— Eu estive sozinha por séculos; não sei como fazer isso.
E se a sua respiração me mantiver acordada? Ou se você
acordar toda vez que eu me levantar para fazer xixi?
— Eu estive igualmente sozinho por muito tempo, mas
hoje à noite é diferente de todas as outras noites anteriores. —
Ele a levou para a cama e puxou as cobertas. Ela balançou a
cabeça e subiu. Ele ficou confortável atrás dela e a abraçou.
— Como esta noite é diferente para você? — Ela segurou
o antebraço dele contra o peito como um bichinho de pelúcia.

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Alanea Alder
— Porque, ao contrário das milhares de noites antes de
conhecê-la, eu sei quão linda minha companheira realmente é.
Tantas coisas em que pensei, mas são as coisas que eu não
imaginava que me fazem querer ficar de joelhos e agradecer
aos Deuses por você ter sido escolhida para mim.
— Como o quê?
— Eu não pensei que você seria uma shifter. Morando
aqui, sempre presumi que teria uma vampira como
companheira. Mas, tendo-a tocado uma vez, sei que aquilo
teria sido uma farsa. Anseio pelo calor do seu corpo. Se eu
tivesse acasalado com outro vampiro, eu ficaria no frio pelo
resto da minha existência.
Ele beijou seu pescoço e ela estremeceu.
— Seu corpo é outra coisa para a qual eu não estava
preparado. Você é tão alta e forte. Como guerreiro, eu estava
pronto para proteger minha companheira contra todas as
coisas, mas descobri que amo que você possa acompanhar
meu passo e caminhar ao meu lado. O fato de você possuir
tanta força significa que, quando se entrega a mim, sinto-me
humilde por poder acariciar um corpo que é tão poderoso, mas
tão suave e delicado.
"Essas são coisas que eu nunca poderia ter planejado;
isso significa que terei que fazer ajustes na minha maneira de
pensar e na maneira como faço as coisas, mas isso não
significa que o que temos não seja perfeito. Para cada coisa
nova que descobrimos um sobre o outro, recebemos um
presente, e eu, da minha parte, fico eternamente grato.

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Alanea Alder
Eva não conseguia falar; cada palavra que ele
pronunciava criava outro nó em sua garganta. Então ela
simplesmente assentiu e se concentrou em manter as lágrimas
sob controle. Quando ele ficou quieto por um tempo, ela
sussurrou:
— Boa noite, querido.
— Boa noite, meu amor.
*****
Eva acordou e se espreguiçou. Franzindo a testa,
percebeu que estava sozinha na cama. Na noite anterior, ela
ficara tão preocupada por dormir ao lado dele, e havia
desmaiado no momento que Adriel parou de falar. Ela sentou-
se e olhou em volta; um pedaço de papel branco estava na
mesa de cabeceira.

Foi puro inferno sair da nossa cama hoje de manhã, mas


eu tinha que me encontrar com os homens. Sirva-se de qualquer
coisa na cozinha. Os gêmeos devem ser deixados aí antes que
você saia para ficar com a Meryn. Eles ficarão com você até que
Micah possa pegá-los mais tarde. Eternamente seu, Adriel.

Eva colocou a carta debaixo do travesseiro para não


perdê-la. Se levantou e foi ao banheiro. Se ela tivesse que usar
as mesmas roupas de ontem, pelo menos, ela estaria limpa.
Ela rapidamente tomou banho e secou o cabelo. Olhou no
espelho e franziu a testa. Ela não tinha nem um protetor labial
consigo, e duvidava que Meryn tivesse alguma maquiagem. Ela

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Alanea Alder
definitivamente precisava conversar com Beth mais tarde para
obter ajuda.
Ela desceu as escadas, seguindo o olfato até a cafeteira.
Franzindo a testa, ela notou que não havia café. O bule parecia
já ter sido lavado e guardado, mas ela podia sentir o cheiro de
café. Rosnando, ela abriu a porta da despensa e deu um passo
para trás.
O que diabos é isso?
Quinoa, sementes de chia, lentilhas, cereal Bran Flakes,
detox em pó Green Powder, flocos de aveia. Ela bateu a porta
e a abriu novamente. Sim, a mesma coisa estava lá. Eva foi à
geladeira. Quando abriu a porta e olhou dentro, sentiu o
queixo cair. Uma dúzia de ovos, leite integral, queijo cottage,
água engarrafada, uma gaveta de folhas verdes, outra gaveta
de legumes e iogurte. O homem nem sequer tinha um
microondas.
— Caralho, eu vou morrer.
Ela estava esfregando as têmporas, tentando evitar uma
dor de cabeça pela abstinência de cafeína quando bateram na
porta. Ela a abriu, rosnando. Os dois guerreiros que ela
conheceu no dia anterior, Dimitri e Godard, recuaram.
— Viemos deixar os gêmeos, mas se for um momento
ruim... — Godard a observou com cuidado, como se ela
estivesse prestes a atacar.
Eva saiu para a pequena varanda.
— Não, está tudo bem. Na verdade, eu já estava indo para
o Nível Um para me encontrar com a Meryn.
Dimitri soltou um suspiro de alívio.

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— Ótimo, eles são todos seus.
Eva achou cômico o modo como os dois homens adultos
pareciam praticamente correr para se afastar deles.
Ela olhou para os gêmeos à sua frente.
— Quantos anos vocês tem, afinal?
— Cem... — Nigel começou.
— Anos... — Neil terminou.
— Tudo bem, garotos. Vamos descer para nos encontrar
com a Meryn e sem gracinha. Eu ainda não tomei café, então
não vou me sentir mal por matá-los até ao meio-dia, pelo
menos.
— Certo.
— Não se preocupe.
Com os olhos turvos, Eva seguiu os gêmeos até o túnel de
transporte, e eles a flutuaram para baixo. Ela bateu na grande
porta de madeira que servia de entrada para a casa do Príncipe
Magnus. Segundos depois, a porta se abriu e Sebastian lhe
sorriu. Ele a olhou por um momento e depois franziu o cenho.
— Não tomou café?
Ela apenas balançou a cabeça.
— Ele também não tinha nada de comida em casa.
Ele abriu a porta.
— Adriel é muito consciente sobre a comida que come.
Ele considera as refeições como formas de abastecer o corpo.
— Eu mataria por um biscoito Pop Tart, — Eva
resmungou.

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— Vá em frente e sentem-se na sala de jantar. A Meryn
está acordando agora; eu trarei café e café da manhã em um
momentinho.
— Nada de gérmen de trigo orgânico, certo?
Sebastian balançou a cabeça e sorriu.
— Nada, eu prometo.
Eva teve que sorrir enquanto observava os gêmeos
atravessarem a casa do príncipe. Eles ficaram muito próximos
um do outro, os olhos arregalados observando tudo na sala.
Apesar da falta de café, ela sentiu seu tigre começar a
ronronar. Ela sempre teve um fraco por jovens.
Eva sentou-se no mesmo assento da noite anterior, Nigel
sentou-se à sua esquerda e Neil sentou-se do outro lado do
irmão gêmeo.
— Este lugar é muito chique, — disse Nigel, olhando para
o candelabro.
— Sim, eu tenho medo de respirar muito forte, —
confessou Neil.
— Eu também, — disse Meryn, entrando na sala com os
olhos semicerrados. Ryuu a levou para a mesa. Ela se sentou
e colocou a bochecha na superfície de madeira. — Ryuu, eu
não posso mais fazer isso. Eu preciso de café, café de verdade.
Estou cansada de estar cansada pra caralho.
Ryuu a olhou.
— Vamos tentar uma xícara e ver como você fica. — Ele
saiu e foi para a cozinha.
Nigel deu uma cotovelada na lateral dela e balançou a
cabeça em direção a Meryn.

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— Nigel, Neil, conheça Meryn McKenzie. Meryn, quando
estiver consciente, poderá conhecer Nigel e Neil Morninglory.
— Palavra, — Meryn resmungou.
Neil cobriu a boca com as mãos para encobrir uma
risadinha.
Eles são tão malditamente fofos.
— Aqui está, senhoras e senhores. Café fresco moído,
biscoitos, molho, bacon, ovos e massas variadas. — Sebastian
entrou na sala e começou a colocar grandes travessas na mesa.
Os gêmeos engoliram em seco, analisando a comida disposta.
Tudo pelo que Eva procurava era café.
— Onde está o café? — ela e Meryn perguntaram ao
mesmo tempo. Meryn abriu os olhos e assentiu como se para
reconhecer a dor que compartilhavam.
Ryuu colocou uma xícara na frente de Meryn, enquanto
Sebastian fazia o mesmo por ela. Depois de adicionar creme e
açúcar, ela tomou o primeiro gole.
Meryn estremeceu.
— Eu acho que isso tocou minha alma.
Eva recostou-se na cadeira, segurando a caneca contra o
peito.
— Eu sei que o meu tocou.
Ela e Meryn embalaram suas xícaras de café, enquanto
os gêmeos começaram a dizimar os pratos de comida. Eva
pensou que Sebastian ficaria chateado, mas ele estava
sorrindo de orelha a orelha.

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— Eu não cozinho para um apetite jovem há muito tempo.
Vocês, meninos, continuem comendo; eu farei mais para as
meninas aqui. — Assobiando, Sebastian voltou para a cozinha.
Quando Eva terminou o café, os olhos de Meryn estavam
abertos e ela estava encarando os gêmeos.
— Eles são como bebês Keelan!
Neil olhou para Meryn com a boca cheia de comida.
— Ooo não, Keelan?
Eva lhe jogou um olhar afiado.
— Não fale de boca cheia.
Ele mastigou rapidamente e engoliu.
— Sim, senhora. — Ele olhou de volta para Meryn. — Você
conhece Keelan Ashwood?
A alegria de Meryn pareceu diminuir.
— Sim, eu moro com ele na propriedade Alfa.
— Isso é tão legal! — Nigel disse.
— Você conhece o irmão dele, Kendrick? — Nigel
perguntou, praticamente prendendo a respiração.
Meryn assentiu.
— Sim, somos próximos assim. — Ela levantou os dedos
cruzados. — Ele está hospedado na propriedade Alfa;
assistimos Doctor Who juntos.
Os gêmeos se entreolharam excitados.
— Ele assiste Doctor Who?
Eva olhou de Meryn para os gêmeos e de volta para
Meryn.
— Quem é Kendrick?
— O irmão do Keelan, — disse Meryn.

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Alanea Alder
— Simplesmente o bruxo mais legal que já existiu! —
Nigel exclamou.
— Sim! Nós costumávamos andar perto dos arquivos
quando éramos pequenos, só para ter um vislumbre dele. Ele
é tão incrível, — Neil suspirou.
— Quando conseguíamos reunir a coragem, íamos lá e
fazíamos perguntas a ele para podermos passar no exame de
guerreiro, embora às vezes ele estivesse no meio de um
experimento e ameaçasse nos estripar, mas até isso era legal,
— explicou Nigel.
— Ele é uma pessoinha muito boa; ele me apoiou quando
os membros do comitê imbecil estavam tentando falar mal de
mim em Lycaonia. Ele foi tipo: “Acho que não, plebeus”, ou algo
assim. E eu estava tipo: “Rá! Toma essa!” e eles tiveram que
simplesmente calar a boca e aceitar. Ele foi tão foda, — Meryn
disse, acenando com as mãos.
Nigel e Neil balançaram a cabeça para cima e para baixo
em concordância.
— Denka, do que você gostaria para o café da manhã? —
Ryuu perguntou.
— Pudim Mágico, — ela prontamente respondeu.
Ele inclinou a cabeça e depois foi para a cozinha.
— O que é pudim mágico? — Neil perguntou.
— É gostoso? — Nigel ponderou.
— É o melhor pudim do mundo. É a única coisa que
acalma meu estômago. Depois de tomar uma xícara de café,
me sinto quase normal. — Meryn olhou ao redor da sala. Seus
olhos pousaram na jarra de café. Ela desceu com cuidado da

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cadeira e foi na ponta dos pés até o aparador. Ela se serviu de
uma segunda xícara e depois se esgueirou de volta para a
mesa. Ela acrescentou creme e açúcar e tomou um gole. — Eu
senti falta disso.
Eva franziu o cenho.
— Você deveria tomar café, estando grávida e tals?
Meryn deu de ombros.
— Sinto-me melhor esta manhã do que há semanas. Acho
que o bebê também gosta de café.
— Veremos isso ainda, — disse Ryuu, entrando com uma
grande tigela. Ele a colocou na frente de Meryn e pegou o pulso
dela com o polegar e o indicador.
— Isso é muito poder, — disse Neil, protegendo os olhos.
Nigel também se virou para longe.
Ryuu olhou para os gêmeos e sorriu.
— Poucos bruxos conseguem perceber esse tipo de magia.
Enquanto estou aqui, se tiverem alguma dúvida, podem vir até
mim. — Ele olhou para o pulso de Meryn e um olhar de
surpresa apareceu em seu rosto. — Você está certa, denka; o
café realmente ajudou a sua condição. Mas não vamos
exagerar. Fique com duas xícaras de manhã. Se eu não ver
nenhum efeito prejudicial ao bebê, podemos adicionar outra
xícara à tarde. — Ele balançou a cabeça. — Só o seu filho
ficaria melhor quando exposto ao café.
Meryn deu um tapinha na barriga.
— Essa é a minha pequena Meryn 2.0!
— Ah, senhor, como devemos chamá-lo? — Neil
perguntou.

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Ryuu colocou a mão no peito e fez uma reverência.
— Perdoe meus maus modos, eu estava preocupado com
a condição da minha denka. Meu nome é Sei Ryuu; podem me
chamar de Ryuu.
Nigel sorriu timidamente.
— Ninguém além de Kendrick podia ver a magia que
podíamos.
As sobrancelhas de Ryuu se ergueram.
— Vocês conhecem Kendrick Ashwood?
— Mais ou menos. Nós só o seguimos muito quando
morávamos em Storm Keep, — disse Neil, corando.
— Falarei com ele mais tarde. Acredito que ele é o melhor
para recomendar materiais de aprendizagem para o seu tipo
de magia. Vou providenciar uma variedade de livros para
serem entregues mais tarde. — Ryuu virou-se para Meryn. —
Denka, enquanto você estiver em seu centro de comunicações,
estarei com Sebastian aprendendo a fazer seu pudim mágico.
— Você é o melhor, Ryuu! — Meryn jogou o braço no ar.
Eva pensou que os pobres gêmeos desmaiariam de
choque. Neil estava até balançando um pouco na cadeira.
— Só para nós? — Nigel sussurrou.
— Do próprio Kendrick. — Neil virou-se para seu irmão
gêmeo. — Me belisque, estamos sonhando?
Distraído, Nigel beliscou Neil que chiou.
— Não, estamos acordados.
— Ryuu, certifique-se de pegar tudo o que precisarem.
Espero que eles possam criar dispositivos mágicos legais como

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minha chave de fenda sônica. Estou adotando-os como meus
bebês Keelan! — Meryn anunciou.
Ryuu colocou a mão sobre o coração.
— Como quiser, denka.
Nigel olhou em volta confuso.
— O que isso significa?
Meryn acenou com a colher para ele.
— Isso significa que vou ajudar a cuidar de vocês.
— Mas fomos designados para cá; somos guerreiros da
unidade, — disse Neil.
Meryn deu de ombros.
— Isso é legal; o Keelan também é um guerreiro da
unidade.
— Nós tendemos a nos encrencar... — Neil começou.
— Muito, — Nigel terminou.
O sorriso de resposta de Meryn foi absolutamente
assustador.
— Então estão na companhia perfeita.
Sebastian ainda estava cantarolando feliz quando voltou
para a sala. Ele colocou um prato de café da manhã na frente
dela.
Eva olhou para os gêmeos animados, em seguida, para
Meryn, que ela já conseguia perceber que estava tramando
algo. Ela olhou para cima e Ryuu piscou um olho para ela.
Oh, bem, a vida estava ficando muito tediosa de qualquer
maneira.
— Sebastian, posso tomar outra xícara de café? Acho que
vou precisar. — Eva levantou a própria xícara.

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Ryuu assentiu em aprovação.
Sebastian lhe serviu sua segunda xícara.
— Eu amo ter jovens por aqui.
Eva sorriu.
— Acho que não é tão ruim.
*****
— Meryn, onde coloco isso? — Nigel perguntou,
mostrando uma caixa.
— Você pode desempacotar? Devem ser os roteadores.
Vou precisar deles aqui. — Meryn estava desenrolando cabo
após cabo.
Nigel e Neil trabalharam juntos continuamente para
descompactar os roteadores. Quando terminaram, os levaram
para a grande estação de trabalho que Magnus havia
fornecido. Um a um, eles os entregaram a Meryn, e ela
começou a conectá-los.
Quando terminaram, todos se afastaram.
— Parece um círculo de convocação para computadores,
— disse Nigel.
— Espero que convoque meu maldito Wi-Fi e serviço de
celular para esta cidade. — Meryn verificou o telefone. — Onde
está o Etain?
— Estou aqui, minha senhora. — Etain sorriu enquanto
entrava. — Houve um pouco de dificuldade em um dos níveis,
mas quando expliquei que o que estava fazendo lhes daria
internet sem fio, ficaram mais do que dispostos a ajudar.
— Uma cidade de babacas, eu juro, — Meryn murmurou.

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Etain caminhou pela sala e colocou portal após portal,
dezenas deles, onde a parede encontrava o teto. Limpando o
suor da testa, ele se sentou em uma das cadeiras.
— Isso deve funcionar. Fiz a viagem para as torres de
celular logo pela manhã. Faça sua mágica.
Meryn já estava se movendo. Ela verificou o sinal da
internet em cada um dos roteadores. Ela pegou o telefone e
soltou um grito alto. Ela mostrou o telefone.
— Olha, eu tenho sinal! — Ela correu para uma caixa
grande e começou a arrastá-la pelo chão. Em segundos, Nigel,
Neil e Etain estavam ao seu lado. Etain levantou a caixa e a
levou para a mesa.
— O que é isso?
— Um presente da Unidade Alfa. — Meryn sorriu.
Etain estendeu a mão e pegou um pequeno walkie-talkie.
— São como telefones?
Meryn assentiu.
— São walkie-talkies. Eu os usei com as unidades em
casa. Depois de estabelecer quais canais são para que tipo de
comunicação, esses bebês permitem que você posicione os
rapazes conforme necessário. Por exemplo, o canal um em casa
é para o Aiden e os membros do conselho tomarem grandes
decisões. O canal dois é para os líderes das unidades
receberem ordens ou retransmitirem sua localização. O canal
três é para que todos recebam ordens. Na verdade, esses aqui
carregam um pequeno portal na parte traseira do painel da
bateria para que você tenha recepção não importa onde esteja.
Legal, hein?

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Etain balançou a cabeça, sorrindo.
— Se eu não tivesse certeza de que meu comandante iria
me estripar, eu a beijaria por isso. — Ele entregou a Nigel e
Neil os walkie-talkies deles.
Meryn pegou seis e os colocou de lado.
— Estes são para mim, Aiden, Magnus, Tarak, Kuruk e
Eva. Quando sairmos, vocês todos terão dois extras que
poderão usar conforme necessário. — Meryn jogou um para
Eva.
Eva deu de ombros e os prendeu no cinto.
— Estou me sentindo muito oficial por aqui.
Meryn prendeu o dela na bolsa do notebook.
— Agora, eu só preciso criar codinomes para todos.
Etain se virou.
— Codinomes?
— Sim. Os caras os usam em casa.
Etain pegou a caixa que continha os dispositivos portáteis
para os outros guerreiros da unidade.
— Vou passar esses para os homens. Obrigada, minha
senhora; você prestou um grande serviço a esta cidade hoje.
Meryn teclou distraidamente em seu notebook.
— Agora posso verificar meu Sim City e minha FarmVille.
Etain pareceu surpreendido e virou-se para Eva.
— Ela acabou de reestruturar toda a tecnologia da cidade
para poder jogar na internet?
Eva deu de ombros preguiçosamente. Conhecendo
Meryn, provavelmente isso era meio verdade.
— Eu posso checar meus gatos, então estou grata.

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Meryn levantou a cabeça.
— Você tem o jogo de coleção de gatos? É divertido?
— Eu gosto, mas, vendo bem, eu gosto de gatos. — Eva
sorriu.
— Ah sim. — Meryn voltou a atenção para o notebook.
— Mais uma vez obrigado, Meryn. — Etain acenou e saiu
pela porta.
— Até mais tarde, — disse Meryn sem olhar para cima.
Eva encostou-se na parede. Talvez ficar de olho em Meryn
seria mais fácil do que ela pensava.
Poucos minutos depois, Eva percebeu o quanto fora
ingênua ao supor que Meryn se contentaria em permanecer no
centro de comunicações com seu notebook.
Meryn fechou o notebook com um clique e olhou para os
gêmeos.
— Então, o que fazem por aqui para se divertir?
Nigel e Neil trocaram olhares.
— Nós não estamos aqui há tanto tempo; acabamos de
nos mudar de Storm Keep. — Juntos, eles olharam para Eva.
Eva levantou as mãos.
— Não olhe para mim, eu cheguei aqui ontem.
— Quando chegamos, eles nos levaram ao Nível Seis, o
mercado, o que foi divertido. Além disso, eles têm comida
gostosa. — Meryn esfregou a barriga.
Nigel e Neil sorriram.
— Podemos te levar, — disseram juntos.
— Vamos nessa! — Meryn se levantou, colocou a bolsa do
notebook no ombro e foi em direção a porta.

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Eva a seguiu.
— E o seu escudeiro?
Meryn balançou a cabeça.
— Ele está em uma missão de extrema importância e não
deve ser perturbado.
Eva ficou confusa até lembrar que Ryuu estava
aprendendo a fazer aquele pudim de que Meryn gostava tanto.
— Você quem sabe, baixinha; você é a chefe.
Meryn parou e se virou.
— Eu gosto do som disso. Eu sou a chefe. — Ela se virou
e continuou indo para o túnel.
Os gêmeos levantaram os quatro sem esforço pelo túnel
de transporte até o Nível Seis. Quando chegaram no nível, Eva
ouviu um assobio baixo à direita. O escolta de túnel do dia
anterior lhes rosnou, os olhos vermelhos. Nigel e Neil ficaram
entre ele e onde Meryn e Eva estavam.
Eva teve que admitir que, apesar de pequenos para
bruxos, os dois tinham coragem. Acima de suas cabeças, ela
deixou seus olhos mudarem para os do seu tigre e sibilou de
volta. O vampiro fechou a boca com surpresa. Seu tigre já
considerava os gêmeos e Meryn como filhotes a serem
protegidos, e ela não gostava da maneira ameaçadora do
escolta.
— Massa! — os gêmeos disseram juntos.
Meryn puxou seu braço.
— Vamos lá! Sinto o cheiro de espetinhos de carne! — Eva
deu um último rosnado e deixou Meryn puxá-la para entre as
bancas dos vendedores. Haviam quase alcançado a seção mais

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longínqua quando um vampiro grande e ricamente vestido
entrou em seu caminho.
— Nenhum shifter é permitido no Nível Seis; devem
permanecer no Salão Principal até que nosso príncipe tenha
descoberto o que fazer com vocês, — disse ele, cruzando os
braços.
— Caralho. De novo? Eu preciso de uma autorização de
visitante ou algo assim? — Meryn reclamou.
— Escute, amigo, eu não sei quem você é, mas esta é Lady
Meryn McKenzie. Ela é uma convidada especial do Príncipe
Magnus, — Nigel informou o vampiro zombador.
— Sim! E é a companheira do nosso comandante, — Neil
acrescentou para variar.
— Eu sou Andre DuBois, sua desculpa patética de bruxo.
E as coisas estavam bem aqui antes que ela e seu companheiro
chegassem e começassem a mudar as coisas. Noctem Falls é
uma cidade vampira; não precisamos do seu tipo aqui, — disse
ele, irritado, acenando com os braços. A essa altura, eles já
haviam atraído uma multidão.
Eva suspirou. Eles realmente precisavam de alguém
como Beth, que era mais experiente politicamente, porque sua
solução envolvia colocar esse imbecil em um saco preto.
Ao redor deles, metade da multidão murmurou em
concordância com Andre, alguns ficaram em silêncio e outros
falaram em defesa de Meryn.
— Você não fala por todos nós, DuBois! Eu conheci essa
pequena dama e seu escudeiro anteontem; são boas pessoas,
independentemente se são shifters ou humanos. Ela é bem-

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vinda na minha barraquinha a qualquer dia, — disse um velho
antes de cuspir aos pés de Andre.
Era como se as palavras do velho mudassem o humor da
multidão.
— Veja como ela é pequena e está grávida também; por
que ele está implicando com ela?
— Não foi ela quem acabou de colocar Wi-Fi para nós?
Ao redor deles, mais pessoas estavam apoiando Meryn.
Eva não se importava com quem dizia o quê; havia muitas
pessoas ao seu redor para manter Meryn segura. Ela ficou na
ponta dos pés e procurou uma estratégia de saída.
— Venha aqui, sua putinha, eu mesmo vou escolta-la de
volta ao Salão Principal. — Andre agarrou Meryn pelo braço e
puxou seu corpo inteiro para cima.
Eva nem pensou; suas mãos se transformaram e ela
cortou o braço de Andre. Silvando, ele soltou Meryn e recuou,
agachando-se em uma posição defensiva.
Eva empurrou Meryn para trás de si enquanto Nigel e Neil
ficaram um de cada lado delas. Ela não conseguia ouvir o que
eles estavam dizendo, mas logo começaram a brilhar com uma
fraca cor verde. Nigel levantou a mão esquerda, enquanto Neil
levantou a direita. Juntos, eles lançaram seu feitiço que
atingiu Andre.
Andre balançou a cabeça e depois zombou dos gêmeos.
— Isso é o melhor que podem fazer? Nem doeu, — disse
ele com arrogância.
Neil sorriu diabolicamente.
— Ainda não.

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A expressão superior sumiu do rosto de Andre quando ele
agarrou a própria barriga. Todo mundo ouviu um grande
gorgolejo, então Andre estava agarrando o traseiro. Pânico
encheu seus olhos enquanto ele se virou e correu em direção a
um dos banheiros do Nível. Ele parou no meio do caminho,
gritou e começou a correr mais rápido. A porta bateu e depois
houve silêncio.
Foi abafado no começo, mas lentamente todos ao redor
começaram a rir. O velho aproximou-se e deu um tapinha nas
costas de Nigel.
— Muito bem, rapaz, muito bem. — Ele se virou para
Meryn. — Você não viria aqui e não visitaria, não é?
Meryn estava esfregando o braço com um olhar distraído
no rosto.
— Na verdade, estávamos a caminho da sua barraquinha.
Tudo o que desejo desde que cheguei aqui são seus espetinhos,
aquelas tortinhas de carne e o pudim mágico do Sebastian.
O velho passou um braço em volta do ombro dela e a
acompanhou através da multidão que se dissipava. Ele
continuou, passando pelas mesas colocadas em frente à sua
barraquinha e a sentou em sua pequena cozinha. Os gêmeos
sentaram-se em ambos os lados de Meryn, preenchendo o
pequeno espaço. O homem mais velho pegou dois espetos de
uma prateleira onde esfriavam e os colocou em um prato para
ela. Ele olhou para os gêmeos.
— Depois de um golpe daqueles, podem comer o que
quiserem. Já faz anos desde que alguém colocou um dos
membros da Família Nobre no lugar deles.

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Nigel e Neil balançaram a cabeça.
— Obrigado, mas já tomamos dois cafés da manhã hoje.
O velho sentou-se em frente a Meryn.
— É isso que você estava desejando?
Meryn estava gemendo e lambendo o liquido que escorria
por seu antebraço.
— Eu poderia viver disso.
Ele se virou para Eva.
— Você vai se sentar?
Eva balançou a cabeça e encostou-se à armação da
barraquinha.
— Estou bem.
— Fique à vontade. Meu nome é Aaron Culpepper. Sou
cidadão da sexta geração aqui da cidade, — disse ele com
orgulho.
Meryn balançou a cabeça.
— Sou humana, então isso não significa muito. O que é
isso em anos?
Aaron jogou a cabeça para trás e riu.
— Coisinha atrevida. Basicamente, o que isso significa é
que minha família ajudou a estabelecer a cidade quando ela
estava sendo criada.
Meryn franziu a testa.
— Eu pensei que as Famílias Nobres e Fundadoras
criaram a cidade.
Aaron balançou a cabeça.

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— Você realmente vê um homem como Andre DuBois
fazendo algo mais árduo do que pensar em si mesmo todos os
dias?
Meryn riu.
— Não. Então vocês fizeram tipo, o trabalho duro?
Ele assentiu.
— Poder-se-ia dizer que sim. Minha família e famílias
como a minha são as que ajudaram a esculpir a cidade da
rocha. Cultivamos a comida em diferentes níveis e cuidamos
dos animais. Se uma família tem membros suficientes para
atingir a cota, podem enviar membros ao mercado para ganhar
dinheiro extra, mas mesmo isso é tributado primeiro pela
Família Nobre e depois pela Família Fundadora.
— Parece um sistema feudal bizarro. Por que ficar? —
Meryn perguntou, rasgando seu segundo espeto.
Aaron deu de ombros.
— Não há mais para onde ir. Com novos perigos fora da
cidade, os membros das Famílias Nobres e Fundadoras estão
reiterando a sorte que temos em viver na cidade. Tenho a
sensação de que com o espaço na cidade ficando em alta
demanda, teremos ainda mais impostos.
— Você não pode simplesmente contar ao Magnus? — ela
perguntou.
Os olhos de Aaron se arregalaram.
— Nem todos nós temos a intimidade de chamar o
príncipe pelo primeiro nome. Ele faz o melhor que pode, mas
todos sabemos que ele está caminhando em uma linha muito
tênue. O príncipe antes dele governava a cidade com um punho

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de ferro, usando medo e intimidação para manter as pessoas
na linha. O Príncipe Magnus é mais justo, mas como não
recorre ao medo e tortura, as outras famílias estão
pressionando para ver exatamente com o quanto conseguem
se safar.
— Vocês não podem ajudá-lo? — Meryn colocou seu
palito vazio no prato.
Ele balançou a cabeça.
— Minha primeira lealdade é com a Família Nobre que
supervisiona nossa área. Depois com a Família Fundadora que
supervisiona nosso Nível. Mesmo se eu estivesse certo, se
passasse por cima das cabeças das Famílias Nobres e
Fundadoras e fosse diretamente ao Príncipe Magnus, eu seria
severamente punido.
— Isso é uma droga!
Nigel e Neil trocaram olhares.
— Isso é comum, Meryn. Mesmo nas unidades, há uma
cadeia de comando por um motivo. Na verdade, ajuda a manter
as coisas funcionando sem problemas.
Meryn dedilhou a mesa.
— Ele sabia exatamente quem eu era e ainda assim me
agarrou. Essa é uma bofetada flagrante na cara não apenas do
meu companheiro, mas também do Magnus. — Ela se virou
para Aaron. — O que vai acontecer com ele?
Aaron coçou o queixo.
— Depende de como a família DeLaFontaine vê as
mudanças recentes. Se apoiam o Príncipe Magnus, o que
Andre fez pode impactar sua posição com o Príncipe. Se não

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apoiam o Príncipe Magnus, ele receberá um tapinha nas
costas. Eles farão um espalhafatoso pedido de desculpas
público, é claro, mas nada será feito para impedir que isso
aconteça novamente.
Eva bufou.
— Ele terá dificuldade em agarrar alguém se os dois
braços estiverem enfiados na bunda.
Aaron lhe sorriu.
— Você vai fazer isso?
Eva balançou a cabeça.
— Não vou precisar. O companheiro da Meryn deve ser
um dos maiores shifters que eu já vi. Ele atacaria um furacão
para proteger a companheira, e se o Aiden não o matar de
primeira, o escudeiro da Meryn pode amarrá-lo com nós azuis.
Meryn mordeu o lábio inferior.
— E se não reportarmos nada?
Eva olhou para Meryn.
— O que está tramando?
— Estou tentando fazer essa coisa de política como a Beth
faz. Basicamente, é como jogar xadrez, mas com pessoas. A
única variável é não ter certeza de como uma pessoa reagirá.
— Meryn piscou um olho para ela. — Mas eu sou boa nisso,
lembra?
Eva estava prestes a dizer não quando a cena de quando
ela conheceu Meryn veio à mente. Meryn era uma empata! Era
verdade que não era uma empata boa, inferno, nem uma
empata treinada, mas sabia ler as pessoas.
— O que cê tem em mente, baixinha?

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Meryn desenhou círculos em cima da mesa com o dedo.
— Se não reportarmos nada, então Aiden ou Magnus
ouvirão sobre isso pela primeira vez provavelmente do Andre
reclamando dos gêmeos. Nem meu companheiro nem Magnus
são estúpidos; levarão cerca de dez segundos para descobrir o
que aconteceu, e então Andre terá que lidar com o Aiden no
exato momento em que ele descobrir que o homem à sua frente
machucou sua companheira grávida.
Aaron sorriu largamente.
— E é assim que se sobrevive na Cidade da Noite.
Nigel e Neil pareciam nervosos.
— Nós ainda lançamos um feitiço em um membro de uma
Família Nobre.
Meryn virou-se para eles e seus olhos começaram a
encher de lágrimas.
— Mas... mas... eles estavam apenas tentando me ajudar.
Ele estava machucando tanto meu braço. — Ela cobriu o rosto
com as mãos. — Não é como se eles o tivessem machucado.
Eva se adiantou para confortar Meryn quando ouviu uma
risadinha.
— Sua pequena atriz!
Meryn limpou o nariz na manga.
— Eu tenho estudado política em casa. Se todo mundo
vai usar eu ser uma humana baixinha contra mim, eu vou
fazer isso agir a meu favor.
Aaron se levantou e pegou mais dois espetos da prateleira
e os colocou no prato.
— Você faz bem ao coração de um velho.

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Meryn puxou o pedaço de carne do palito com os dentes.
— Eu simplesmente odeio babacas.
Aaron riu.
— Então você está na cidade errada.
Nigel e Neil riram.
— Estávamos nervosos em vir aqui, mas qualquer lugar
era melhor do que ficar em Storm Keep. Estamos felizes por
você estar aqui, Meryn, — disse Neil, falando por ele e seu
irmão.
— Se eu puder comer mais comida assim, ficarei feliz
também. — Ela fez uma pausa. — Mas eu não gosto daqui,
apesar da comida deliciosa; é muito escuro.
Eva recostou-se no batente de madeira.
— Esta cidade é chamada de Cidade da Noite, Meryn.
Meryn estremeceu.
— Eu sei, e ainda não gosto daqui. É como se as sombras
tivessem olhos e dentes e estivessem nos caçando.
Eva ficou sem fôlego. Foi exatamente assim que ela se
sentiu quando acordou ali pela primeira vez, como se estivesse
sendo caçada.
Meryn terminou seu lanche e se levantou.
— Obrigada de novo pela comida. Mas não tenho
dinheiro.
Aaron fez uma careta para ela.
— Como se eu fosse aceitar seu dinheiro, moça. Você fez
o suficiente para me manter sorrindo por décadas.
Meryn sorriu maliciosamente.
— Isso significa que eu posso voltar para comer mais?

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Aaron jogou a cabeça para trás e riu alto.
— Para você? Qualquer coisa.
Meryn esfregou a barriga.
— Ótimo, porque eu estava falando sério. Até agora, as
únicas coisas que consegui manter no estômago são seus
espetinhos, as tortas de carne do seu vizinho e o pudim do
Sebastian.
A expressão de Aaron ficou pensativa.
— Vou fazer minha irmã entregar alguns espetos todas as
tardes até você ir embora; não podemos deixar seu bebê passar
fome.
O rosto de Meryn congelou, e ela olhou para baixo.
— Eu não pretendia conseguir comida de graça; estava
apenas brincando.
Aaron olhou ao redor da sala tentando avaliar o que fez
de errado. Finalmente, Eva percebeu que Meryn não estava
acostumada à bondade. Ela se afastou do batente e bagunçou
os cabelos de Meryn.
— Apenas diga “obrigada”, Meryn. Duvido que um
punhado de espetos vai acabar muito com ele. — Ela piscou
um olho para Aaron.
— Está certo. Além disso, eu posso me gabar de que meus
espetinhos estão sendo servidos no Nível Um, — disse ele
bruscamente.
Meryn olhou para cima.
— De verdade?
Ele assentiu.

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— Sim. Agora vá embora. Não será muito bom para o seu
plano você não estar lá embaixo para testemunhá-lo, estou
certo?
Meryn riu.
— Essa é a minha parte favorita.
Eva levou Meryn para a saída.
— Claro que é, sua coisinha perversa.
Nigel e Neil acenaram e começaram a caminhar em
direção ao túnel de transporte. Eles estavam prestes a descer
quando um estalo alto foi ouvido entre os quatro.
— Meryn, Eva, Nigel ou Neil, na linha, — a voz de Adriel
chamou com clareza.
Eva tirou o walkie-talkie do cinto.
— Ah, oi?
— Você tem que dizer “câmbio”, — Meryn sussurrou.
Eva revirou os olhos.
— Câmbio.
— Eva. Graças aos Deuses! Onde você está?
— Estamos saindo do mercado agora para descer ao Nível
Um, por quê?
— Vá para lá imediatamente. Não pare por nada, não fale
com ninguém, apenas vá ao Nível Um e peça ao Sebastian para
fechar o nível.
Meryn engoliu em seco.
— Estamos com um caminhão de problemas agora.
— Estamos descendo agora. — Ela colocou o walkie-talkie
no cinto. Ela tinha um mau pressentimento sobre isso. — Não
acho que isso seja sobre nós, Meryn.

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Nigel segurou sua mão enquanto Neil pegou a de Meryn.
Nigel estava com um olhar sério.
— Vocês ouviram nosso líder de unidade, vamos lá.
Eu só espero que todos estejam bem.

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Capítulo 9

Sebastian estava lhes esperando ao lado de uma porta


aberta.
— Graça aos Deuses que estão bem! Entrem rápido para
que eu possa trancar. — Eles entraram rapidamente e
Sebastian trancou a porta atrás deles.
Ryuu estava esperando de braços cruzados por Meryn.
— Eu não posso protegê-la se você não me manter ao seu
lado.
— Como você descobriu sobre aquele babaca no mercado
tão rápido? — Meryn perguntou, parecendo surpresa.
Os olhos de Ryuu se estreitaram.
— O que aconteceu no mercado? — Ele se aproximou e
colocou a mão no ombro dela. Segundos depois, ele
gentilmente puxou a manga dela para revelar um grande
hematoma. O ar ao redor do escudeiro começou a crepitar. —
Quem é o responsável por isso?
Meryn gentilmente se libertou e deu um tapinha no peito
dele.

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— Não se preocupe, os gêmeos cuidaram dele. Aposto que
ele ainda está no banheiro.
Ryuu fez uma reverência para os gêmeos.
— Vocês têm meus agradecimentos por protegê-la
quando eu não pude. — Ele se endireitou. — Porque alguém
pensou que seria uma boa ideia fugir.
Meryn deu de ombros, incapaz de encontrar os olhos do
escudeiro.
— Eu fiquei com fome.
Ryuu exalou e puxou Meryn para seus braços. Beijou sua
testa de um jeito fraterno e a conduziu para sua cadeira
reclinável favorita.
— Embora eu esteja feliz que você esteja comendo algo
além de pudim, eu nunca quero sentir o medo que senti
quando percebi que cadáveres estavam sendo encontrados e
você não estava em lugar nenhum.
Eva levantou a mão.
— Calma aí. Cadáveres? O que diabos está acontecendo?
Sebastian apontou para os sofás e todos se sentaram. Ele
foi ao aparador, onde parecia que uma casa de chá inteira
explodira. Eva teve a sensação de que Sebastian cozinhava
quando ficava nervoso.
— Micah veio aqui à procura dos gêmeos. Quando não
conseguimos encontrá-los, ele relatou isso a Adriel naqueles
novos walkie-talkies. O que não sabíamos era que Adriel
acabara de ser chamado ao Salão Principal pelo Alfa Bolivar
para relatar que dois membros de sua matilha foram mortos.

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Quando não conseguimos encontrá-la, é claro que todos
entraram em pânico.
Eva recostou-se, sua mente chocada. Quem? Qual de
seus amigos havia sido morto enquanto ela encontrava seu
companheiro e comia pudim?
— Eles disseram quem foi?
Sebastian balançou a cabeça.
— Sinto muito, não, não disseram.
Eles ouviram a tranqueta se movendo e a porta se abriu.
Adriel e Aiden entraram correndo, olhando em volta. Micah
fechou a porta atrás deles. Aiden foi diretamente para Meryn e
a pegou no colo.
— Eles não conseguiam te encontrar. — Ele se sentou e
enterrou o rosto no pescoço dela.
Eva se levantou e foi até o companheiro.
— Quem?
— Um casal, John e Emily Wolfrun.
Eva agarrou seus braços.
— Eles têm um garotinho; ele só tem um ano! Ele está
bem?
Adriel engoliu em seco.
— Ele está com a Adora. Graças aos Deuses que ele
estava na creche que criaram para cuidar dos pequenos.
Eva sentiu as pernas cederem, e ele simplesmente a
abraçou para segurá-la perto de si, carregando seu peso
facilmente.
— Como eles foram mortos? — Meryn perguntou.
Eva se virou.

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— Por que você quer saber uma coisa dessas?
— Porque isso nos ajudará a pegar o assassino. — Meryn
encontrou seu olhar exigente. Não havia vestígios de
travessuras ou bobagens agora. Meryn estava com raiva, e
estava falando sério.
— Eles foram drenados, — disse Aiden, sentando-se
ereto.
— Eles não vieram aqui para virar comida! — Eva gritou.
— Eva, você precisa se acalmar, — disse Adriel, tentando
fazê-la se sentar.
— Eu estou calma! Já cansei de vampiros me tratando
como uma cidadã de segunda classe e matando meus amigos!
— Eva respirou fundo. Seu tigre estava perto da superfície; ela
tinha que fazer mais que isso.
— Não sabemos ao certo se vampiros são responsáveis,
— disse Adriel uniformemente.
Ela o olhou bravo.
— Sério? Então os vizinhos com quem eles cresceram
estavam apenas esperando que viéssemos aqui para que
pudessem drená-los, sem motivo?
Adriel esfregou a nuca.
— Tudo o que estou dizendo é que não podemos descartar
nada.
Micah cruzou os braços e encostou-se na parede.
— A situação está muito feia, Adriel. No curto espaço de
tempo que cuidei de Meryn, ela foi abusada verbal e
fisicamente. Se ela, como a companheira do Comandante da
Unidade e a sobrinha adotada e convidada especial do Príncipe

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Magnus, está sendo tratada assim, como você acha que está
sendo com os outros?
Ryuu deu um passo à frente.
— Ela foi abordada novamente hoje, no mercado. Quem
quer que tenha sido deixou uma contusão do tamanho da mão
dele em seu braço.
Os caninos de Aiden se estenderam e suas costas
começaram a se curvar. Ele estava a cerca de dois segundos
de se transformar. Meryn levantou a manga.
— Beijinho. — Aiden começou a cheirar o braço dela, e
então gradualmente seu corpo ficou menor. Ele beijou seu
braço gentilmente.
Eva virou-se para Adriel.
— Foi Andre DuBois, um membro da Família Nobre. Ele
sabia quem ela era e não temia retribuição.
Os olhos de Adriel brilharam com raiva.
— Independentemente de seus sentimentos pessoais
sobre a questão de abrir a cidade, eles têm a obrigação de
respeitar o governo do Príncipe Magnus.
Eva colocou as mãos nos quadris e inclinou a cabeça para
trás.
— De alguma forma, eu não acho que se trata de abrir a
cidade. Eles têm problemas com Magnus, e eu sinto que isso
está se formando há um tempo.
— Não tínhamos problemas até os refugiados
aparecerem, — disse Adriel bruscamente.
Eva sentiu como se tivesse levado um tapa.
— Sério?

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Alanea Alder
Ela foi até a porta e ficou surpresa quando Micah se
afastou da parede para caminhar com ela. Ela queria bater a
porta até esta cair das dobradiças, mas não queria quebrar a
propriedade de Magnus.
— Você pode me levar ao Salão Principal? — ela
perguntou suavemente.
— É claro.
*****
Adriel encarou a porta. Sua companheira havia acabado
de se afastar dele.
— Isso foi babaca, cara, — disse Meryn.
Adriel balançou a cabeça.
— Sinto muito, o quê? Eu não entendo.
Meryn deu-lhe um olhar duvidoso.
— Talvez não. Você realmente esqueceu que ela é uma
refugiada? Você basicamente disse que estavam bem sem ela.
Adriel revisou a conversa na cabeça.
— Não, não foi isso que eu quis dizer.
Meryn o olhou.
— Você fala a sério, não é?
— Sim. Eu quero ir até ela, mas temos uma reunião em
alguns minutos. — Ele passou a mão pelos cabelos.
Ele olhou para Meryn.
— Com o Micah escoltando a Eva, você precisará de um
novo guarda.
Meryn olhou para os gêmeos.
— Posso ficar com eles?
Adriel olhou surpreso para os jovens.

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Alanea Alder
— Sério?
— Eles me protegeram totalmente no mercado, além
disso, o Ryuu vai pegar uns livros de magia para eles
estudarem. Eles podem estudar e me proteger. Eu posso
começar a repassar fatos forenses e podemos assistir Doctor
Who, é como matar quatro coelhos com uma cajadada só.
Adriel voltou sua atenção para os dois em questão; ambos
tinham expressões esperançosas. Se ele os deixasse ficar ali,
eles poderiam explodir acidentalmente o Nível Um. Mas do lado
positivo, isso deixaria dois líderes de sua unidade livres para
se mover sem se preocupar com um dos gêmeos fugindo. Ele
os prendeu com uma expressão assassina.
— Esta é a sua única chance. Mostrem-me que posso
confiar em vocês para mantê-la segura, e não vou recomendar
que ambos retornem a Storm Keep.
Os dois engoliram em seco.
— Nós juramos. Nada vai acontecer com a Meryn. Nós
gostamos dela.
Adriel lutou para manter sua expressão séria quando
queria sorrir. Ambos estavam tão ansiosos e dispostos a
agradar. Ele nem conseguia se lembrar de ser tão jovem.
— Eu vou lhes lembrar disso. Ela é sua responsabilidade
agora. Sinto que precisaremos mais da Eva para lidar com os
refugiados do que no serviço de guarda. — Ele suspirou. —
Quer dizer, assim que ela voltar a falar comigo.
— Dê a ela um pouco de espaço, — sugeriu Meryn.

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Alanea Alder
— Talvez essa seja a melhor coisa. Ela provavelmente não
gostaria de falar comigo agora de qualquer forma. — Adriel
sentiu como se seu estômago estivesse com um nó.
Meryn revirou os olhos.
— Não, sério, dê a ela seu próprio espaço. Ela está
desistindo de tipo, uma casa, um bar e outras coisas. Dê a ela
um lugar onde ela não se sinta como uma refugiada.
— Meryn, você é um gênio. — Adriel sentiu uma onda de
esperança. Ele agora tinha um plano de ação.
— Eu sei. É o que eu faço, — disse ela com naturalidade.
Aiden se levantou e gentilmente colocou sua companheira na
cadeira. Ele emoldurou o rosto dela e a beijou suavemente.
— Pelo bem do meu coração, por favor, só fique aqui
embaixo e coma pudim.
Meryn assentiu.
— Eu até me cercarei de travesseiros e cobertores macios.
Ficarei em um casulo de segurança.
— Você vai simplesmente assistir freneticamente Doctor
Who e jogar FarmVille, não é? — ele perguntou sorrindo.
— Pode apostar. Eu não trabalhei duro para conseguir
Wi-Fi por nada. — Meryn esfregou a bochecha contra a dele.
— Fique bem.
Aiden se levantou.
— Claro. — Ele se virou para Adriel. — Vamos.
*****
Eva entrou na grande tenda no centro do salão.
— Eva! — Stefan chamou.

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Quando se deu conta ela foi arrebatada em um abraço.
Normalmente, ela se contorceria para descer, mas precisava de
um abraço após a briga com seu companheiro. Se é que ela
podia chamar aquilo de briga.
Stefan deu um passo para trás, franzindo a testa.
— O que aconteceu?
— Eu ouvi sobre os assassinatos; como está o Benji? —
Eva olhou em volta.
— Está com a mamãe. Ele é muito pequeno para entender
o que aconteceu, mas continua chamando pela mãe. — Stefan
cerrou a mandíbula. — Quando eu encontrar o bastardo que
fez isso, vou rasgá-lo em pedaços. — Ao redor deles, a matilha
respondeu à raiva do Alfa com rosnados baixos.
— Você conseguiu detectar um cheiro? — ela perguntou.
Ele balançou a cabeça.
— Não, quem quer que tenha sido cobriu seus rastros. —
Stefan a levou para a mesa onde outros lobos estavam
sentados. As famílias estavam amontoadas na tenda para
discutir o que havia acontecido. Ela olhou para trás e notou
que Micah ficou no fundo perto da entrada. Ele lhe acenou,
avisando-a que ficaria por perto.
— Temos que fazer alguma coisa; somos como peixes
num barril aqui. Eles vão simplesmente nos pegar um por um,
— uma mulher falou da multidão.
— Não é como se pudéssemos sair também. Um: não
podemos flutuar para fora daqui. E dois: teríamos ferals nos
nossos pés no momento em que chegássemos ao deserto
aberto, — outro homem gritou.

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Eva subiu em um banco comprido.
— Eles estão fazendo planos para nos dar moradias de
verdade. Eu estava lá ontem à noite quando analisaram quais
problemas tinham que ser resolvidos primeiro, assim como o
Stefan. Os bruxos da unidade trabalharão quase sem parar
para esculpir casas na pedra. Isso tirará todos do Salão
Principal e os colocará em casas.
— É claro que você diria isso, Eva; você é um deles agora,
— um homem disse.
Eva olhou para a multidão.
— Foi o Wade? Wade, traga sua bunda magra até aqui em
cima!
Um homem alto e magro avançou e foi empurrado até
chegar à pequena abertura na frente da sala.
— O que? — ele perguntou desafiadoramente.
— Eu cuidei dos seus filhotes quando você ficou tão
bêbado que estava sarrando a caixa de correio, quando sua
companheira estava fora da cidade visitando a irmã. — Eva
enfiou o dedo bem no rosto dele.
Ele ficou vermelho como uma beterraba enquanto uma
voz feminina foi ouvida acima da multidão:
— Ele fez o que?
Eva olhou ao redor da sala.
— Eu cuidei dos filhos de todos vocês, até do Benji. — A
multidão se acalmou em um silêncio respeitoso. — Eu sou a
mesma pessoa que era então, só estou acasalada, só isso.
— Com um vampiro! — uma mulher gritou.
Eva virou-se para a mulher; a companheira de Wade.

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— Pelo menos meu companheiro não tentou foder minha
caixa de correio em forma de peixe, Loradean, então não fique
chateada comigo porque você descobriu que o Wade fez algo
estúpido. Novamente. Todos sabemos que isso faz parte do
charme dele.
Wade lançou-lhe um olhar agradecido. Ao redor deles, as
pessoas começaram a rir.
— Meu companheiro é um bom homem. Ele é inteligente
e leal, e se importa demais da conta com tudo. Até agora,
aposto que ele está doente de preocupação porque deixou
passar algo que poderia ter impedido isso. Mas, mais do que
tudo, ele é justo. Não importa para ele que sejamos shifters;
ele se importa com cada vida igualmente. — Eva parou. O que
significava que ele não a via de maneira diferente por ser uma
refugiada.
Bem, maldição.
— Como se a Destino fosse dar a Eva nada menos que o
Príncipe Encantado? Se o companheiro dela não fosse o melhor
dos melhores, todos sabem que ela seria a primeira a dar um
pé na bunda dele, — Josie gritou, com as mãos nos quadris.
Todo mundo estava assentindo agora e sorrindo.
Stefan se aproximou.
— O que foi? Parece que você acabou de tomar uma
pancada na cabeça com um porrete.
— Eu tenho que ir. Acabei de foder com algo, e tenho que
pedir desculpas. — Eva passou as mãos pelo rosto. Ela pulou
do banco.
Ela sentiu uma mão em seu ombro; Stefan lhe sorriu.

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— Ele fez você perder a cabeça; acho que posso acabar
gostando dele, afinal.
— Obrigado, Alfa. Tudo bem, vira-latas, deixe-me passar.
Eu tenho que encontrar meu companheiro. — Eva se espremeu
por entre as pessoas que se dirigiam para a saída.
— Acaba com eles, Eva Mae!
— Diga ao príncipe vampiro que não somos folgados, Eva.
Nós podemos ajudar.
— Direi! — Eva prometeu.
Quando ela chegou à saída, Micah sorriu e estendeu a
mão.
— Pronta?
— Vamos nessa!
*****
Adriel sentiu-se impaciente enquanto todos se sentavam.
Magnus havia convocado uma reunião de emergência com a
Unidade Eta junto com Aiden, Gavriel e Beth para discutir os
assassinatos.
Magnus sentou-se.
— O que realmente sabemos?
Adriel se levantou e olhou para sua prancheta.
— Dois refugiados, John e Emily Wolfrun, desapareceram
esta tarde. Quando não retornaram à creche para buscar o
filho, Stefan, o Alfa dos lobos, organizou uma busca. Seus
corpos foram encontrados na parte não utilizada do fim do
Salão Principal. O sangue de John e Emily havia sido
completamente drenado e tinham duas feridas no pescoço
consistentes com mordidas de vampiros. Nenhum dos dois

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Alanea Alder
tinha interações prévias com quaisquer vampiros da cidade. —
Ele virou uma página e respirou fundo. — O que alguns de
vocês talvez não saibam é que pouco antes da reunião, Dimitri
fez um relatório de desaparecimento. Augustus Pettier, um
vendedor de vinhos da família Géroux, não fora visto desde a
noite passada. Sua irmã diz que ele nunca apareceu para abrir
a barraca de vinho esta manhã.
Magnus tinha uma expressão de dor no rosto.
— Você acha que ele virou um feral?
Adriel sentou-se e colocou sua prancheta à frente de si.
— Infelizmente, parece que sim. Muitos vampiros foram
afetados ontem com o cheiro de tanto sangue dos refugiados
feridos permeando os níveis. É muito possível que isso fosse
demais para ele lidar.
Magnus o olhou.
— Quero que a Eta se mude para o Salão Principal para
patrulhar enquanto as casas estão sendo preparadas.
Etain se inclinou para frente.
— Senhor, e as companheiras? Eva, Beth e Meryn estarão
no Nível Um.
— E terão Sebastian, Ryuu, Aiden, Gavriel, Tarak, Kuruk
e eu lá embaixo com elas. As pessoas precisam ver guerreiros
da unidade patrulhando para lhes dar uma sensação de
segurança. — Magnus virou-se para Adriel. —Algum outro
problema?
— Não, senhor. — Adriel balançou a cabeça.
À sua direita, Declan bufou. Adriel olhou para o segundo
em comando.

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— O que?
— Senhor, não quero desrespeitar, mas os shifters
estavam nervosos antes que tivéssemos um duplo homicídio
para investigar. Sua própria companheira e a pequena Meryn
foram abordadas verbalmente. Preconceitos estão subindo à
superfície, mas sempre existiram. Com tantos shifters aqui
agora, receio que veremos mais incidentes.
Aiden encontrou os olhos de Adriel antes de se virar para
Declan.
— Eles sempre deram problemas aos guerreiros shifters
das unidades?
Declan assentiu, parecendo culpado.
— Não apenas shifters. Apenas para dar exemplos
recentes, Meryn e Eva foram barradas no túnel de transporte,
apesar de estarem com Micah. E pelo que você estava me
dizendo antes da reunião, Meryn foi agredida no mercado por
um vampiro à plena vista de Nigel e Neil Morninglory. É claro
que são jovens, mas ambos são guerreiros da unidade. Os não-
vampiros têm muito pouco respeito e poder, apesar da posição
ou ranque.
Adriel sentiu como se tivesse levado um soco.
— Por que não relataram nada disso?
A expressão de Declan ficou apologética.
— Senhor, antes que os refugiados chegassem aqui, os
incidentes eram tão pequenos que não mereciam ser relatados.
Por exemplo, vampiros não se afastavam para um guerreiro da
unidade passar, ou um guerreiro da unidade tinha que repetir
pedidos antes que as ações fossem tomadas.

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Adriel se inclinou para trás.
— Mas isso acontecia o tempo todo, ou estou errado nessa
suposição?
— Não, senhor.
— Eu gostaria que você tivesse ido ao seu líder de unidade
ou a mim para falar sobre isso. Você deveria saber por agora
que minha porta está sempre aberta para os guerreiros da
unidade, — Magnus disse, parecendo tão abalado quanto ele.
Declan balançou a cabeça.
— Não, senhor, não podíamos. Todos nós já vimos o
quanto você já está trabalhando duro para mudar as
percepções. Lhe levou décadas para conseguir que a maioria
da cidade estivesse disposta a tentar substitutos do sangue.
Não queríamos minar aqueles esforços, então basicamente
escolhemos nossas batalhas.
— Eu aprecio isso mais do que imagina. — Magnus deu
a Declan um sorriso cansado. — Quero que os guerreiros da
unidade se concentrem em manter esses refugiados em
segurança e em rastrear Augustus Pettier. — Ele se virou para
Bethy. — Chegamos a algum lugar com o projeto habitacional
hoje?
Bethy sacudiu a cabeça.
— Não, mas isso pode ser uma coisa boa. À luz da
tragédia recente, eu gostaria de manter todos os refugiados
juntos em um nível. Eu não acho que eles gostariam de se
separar e, francamente, não há guerreiros suficientes para
patrulhar todos os níveis, garantindo que os shifters não sejam

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intimidados. Gostaria de apresentar a ideia de adicionar todas
as habitações adicionais ao nível seis.
Magnus franziu o cenho.
— Mas é aí que está o mercado.
Beth assentiu.
— Exatamente. Eles estarão cercados por pessoas. É uma
atmosfera animada, eles podem ficar juntos e terão acesso a
vendedores. Isso eliminará a necessidade de escolta de túneis
por completo. Mais tarde, podemos gerenciar as casas vazias
como hotéis ou aposentos para visitantes. Como um benefício
adicional, a criação das moradias será muito mais rápida, pois
estaremos concentrados em uma área só em vez de dividir os
bruxos em quatro níveis.
Magnus assentiu lentamente.
— Gostei. Vamos fazer isso. — Ele esfregou ambas as
têmporas. — E, é claro, nós jantaríamos com a família Géroux
hoje à noite. Talvez devêssemos cancelar?
Adriel falou:
— Não acho que seja uma boa ideia, senhor. A família
Géroux, como sabe, sempre foi uma das suas maiores
apoiadoras. Acho que jantar hoje à noite reforçará sua fé neles.
— Adriel olhou para Aiden e continuou: — Na verdade, eu
recomendaria que você jantasse com as diferentes famílias o
máximo que puder, para ter uma ideia de seus verdadeiros
sentimentos.
— Não há como fazer isso sem usar magia, — disse
Magnus.

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— A Meryn poderia, senhor; ela é uma empata natural.
Ela teve que sair do Salão Principal ontem, quando os
refugiados chegaram, porque a dor e confusão deles a
sobrecarregaram, — sugeriu Adriel.
Bethy balançou a cabeça, parecendo preocupada.
— Ela não é treinada, qualquer coisa que possa captar
pode não ser confiável.
— Ela poderia fazer isso. Na verdade, ela faz isso
naturalmente, — Aiden comentou. — Ela, na verdade, só tem
duas leituras: “amigo” e “babaca”. Ela pode te dizer se gosta de
alguém ou não. Mas será completamente subjetivo. E ela
geralmente sabe dizer quando alguém está mentindo, mas nem
sempre. — Ele olhou para Magnus. — Mas no momento em
que ela ficar cansada, ou for demais, acabou. Eu não me
importo onde isso nos deixa. A saúde dela vem primeiro.
Magnus inclinou a cabeça.
— Isso é óbvio. Sebastian arrancaria minha cabeça se eu
colocasse aquela criança em risco.
Aiden sorriu.
— Ela tem os dois escudeiros enrolados no dedinho.
Gavriel apenas encarou o amigo. Aiden suspirou.
— Sim, ela também me tem completamente, mas eu sou
seu companheiro; isso é natural.
Magnus se levantou.
— Parece que pelo menos temos um plano de ação. — Ele
olhou para Adriel. — Aumente as patrulhas no Salão Principal
e localize Augustus Pettier. — Ele olhou para Declan. —
Comece a registrar todos os incidentes que os guerreiros da

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unidade vivenciem com vampiros desrespeitosos. Se eu tiver
que ir ao conselho para obter seu apoio, precisarei de provas.
Declan assentiu.
— Sim, senhor.
Finalmente, Magnus olhou para a sobrinha.
— E vamos construir aquelas casas, quanto mais cedo
melhor.
— Sim, tio, — ela respondeu.
Adriel se levantou e foi em direção à porta.
— Com pressa? — Declan brincou.
Adriel parou e virou-se para a sala, estremecendo.
— Sim, na verdade estou. Eu tenho uma companheira
para localizar e a quem me humilhar.
Aiden assentiu com simpatia.
— Há um velho que me aconselha em casa quando eu
estrago as coisas com a Meryn. Quando você estraga tudo,
chocolate e joias são seus melhores amigos.
— Obrigado pelo conselho, senhor.
— Boa sorte, filho. — Magnus lhe sorriu.
— Tenho a sensação de que vou precisar.
— Ela é uma forte mulher do Texas, que por acaso é uma
shifter de tigre. Você não precisa de sorte, precisa de um colete
a prova de balas, — brincou Beth.
Que os Deuses me ajudem.
*****
Logo que ele saiu pela porta, pegou o novo walkie-talkie.
— Micah, na linha.
— Sim, senhor?

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— Onde você está?
— Você quer dizer eu ou sua luxuriosa companheira?
— Me lembre novamente porque eu não te mato?
— Porque eu sou um dos bruxos mais experientes que
você tem desde que o Leif e o Travis retornaram a Storm Keep,
e você não quer se arriscar a ter outra dor de cabeça como os
gêmeos como meu substituto.
Adriel rosnou com o tom presunçoso de Micah.
— Eu posso arriscar. Agora, onde está minha
companheira?
— Na sua casa. Ela se encontrou com os lobos um pouco
e depois insistiu em vê-lo, mas como você estava em uma
reunião, ela decidiu esperar por você em casa.
— Obrigado.
— De nada.
Adriel pulou no túnel de transporte e voou até o nível da
unidade. Ele passou pelos homens fazendo exercícios e foi
direto para casa. Caminhou até a porta e congelou. Ele não
tinha ideia do que dizer. Ele estava prestes a abrir a porta
quando esta se abriu. Sua companheira estava diante dele,
parecendo ansiosa.
Ele franziu a testa.
— Você está bem?
O rosto dela relaxou.
— Sim, estou bem. Como você está?
— Bem.
Eles ficaram lá olhando um para o outro.
Finalmente, ela revirou os olhos e agarrou a camisa dele.

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— Entre aqui.
Adriel entrou na casa atrás dela.
— Antes que qualquer outra coisa seja dita, devo lhe dizer
o quanto te amo, e que nunca, em mil vidas, eu a machucaria.
Não pretendia me referir a você mais cedo, quando falei dos
refugiados. Na minha cabeça, seu lugar é aqui. Esta é a sua
casa agora. — Adriel andava de um lado para o outro no
saguão.
— Eu sei. Isso me ocorreu quando eu estava te
defendendo para a matilha que você não quis dizer o que
parecia. — Ela se inclinou contra o corrimão.
Ele parou.
— Você me defendeu?
— Claro que sim; você é meu companheiro. Eles estavam
fazendo suposições apenas porque você é um vampiro, e eu
não gostei disso.
— Acredito que tenha havido muitas suposições e
emprego de estereótipos na cidade recentemente. Não ajuda
quando as ações validam algumas dessas crenças.
— Você estava certo ao dizer que não devemos tirar
conclusões precipitadas; mas eu estava com tanta raiva.
Adriel se aproximou e a puxou para seus braços.
— Sinto muito por seus amigos.
Ela deitou a cabeça no ombro dele.
— Eles eram boas pessoas, Adriel, ótimos pais. Agora
aquele garotinho nunca os conhecerá.
— Você é muito protetora com os pequenos, não é?
Ela deu de ombros.

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— Mesmo depois que me juntei à matilha, eu ainda era
maior na forma de shifter que o Alfa. Eu meio que cuido de
todos. Mas acho que meu tigre gosta de proteger os pequenos.
Ela vê qualquer um menor que eu como um filhote.
— Eu não sou menor que você, você me deixa te proteger?
— Só se eu puder protegê-lo também.
Ele beijou a ponta do nariz dela.
— Feito. Declaro oficialmente que terminou nossa
primeira e última briga.
Eva riu.
— Eu tenho um temperamento muito forte para que esta
seja a última briga.
— Adoro quando você fica esquentadinha. — Ele agarrou
sua mão. — Vamos lá, eu tenho algo para você.
— Sério? — ela perguntou suavemente, seu rosto se
iluminando.
— Sim. Espero que goste.
— Lidere o caminho, caubói.

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Capítulo 10

Eva segurou na mão de Adriel enquanto ele a levava para


mais fundo na parte escura e não utilizada do nível da
unidade. Eles estavam caminhando por alguns minutos, e ela
ainda não tinha ideia de para onde estavam indo. Ela estava
prestes a lhe perguntar para onde estavam indo quando um
cheiro familiar a atingiu.
— Sinto cheiro de água.
Ele se virou e piscou um olho para ela.
— Muito bom.
Ele a levou para um túnel menor que se abria em uma
enorme caverna. Ele bateu em uma pequena esfera à esquerda,
e ao redor deles, uma suave luz dourada encheu a caverna
quando as esferas de brilho se acenderam. Ela ficou sem
fôlego.
— Oh, Adriel. — Diante deles havia uma pequena lagoa e
uma cachoeira alta. — É lindo.

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— Eu descobri esta caverna algumas centenas de anos
atrás. Os homens sabem que é o meu lugar especial, então o
deixam em paz. Eu venho aqui para meditar e fazer ioga.
Ela o olhou.
— Você faz ioga? — Ela riu. — Eu deveria saber; você tem
um estoque de gérmen de trigo e comida hippie.
Ele franziu a testa.
— Não é comida hippie. É muito boa para o corpo.
— Para o seu corpo talvez. O meu funciona a base de Beer
Nuts9 e taquitos.
Ele estremeceu.
— Isso é assustador.
— Mostre-me.
— Gérmen de trigo?
— Não, seu ioga.
Ele sorriu e começou a desabotoar o casaco, a camisa e
depois as calças. Ele cuidadosamente dobrou as roupas e tirou
os sapatos e as meias. Vestindo apenas sua cueca boxer, ele
pisou em um estrado liso e redondo. Ela se perguntou se ele
mandara fazer este, ou se centenas de anos de uso haviam
suavizado o estrado.
Eva se acomodou, puxando as pernas contra o peito e
apoiando a bochecha nos joelhos. Ele começou devagar,
levantando os braços. Então pareceu se dobrar enquanto
abaixava o corpo no chão. Ele se levantou facilmente usando
apenas os braços e balançou as pernas no ar. Ele se abaixou

9 Beer Nuts é uma marca estadunidense se salgadinhos de amendoim.

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novamente em uma flexão invertida. Ela era uma shifter, uma
shifter felina ainda por cima, mas nunca tinha visto alguém se
mover com tanta graça. Era como se seu corpo fosse feito de
água.
Toda vez que ele inalava, se mexia; toda vez que ele
exalava, se virava. Era como se Adriel estivesse dançando no
ar. A princípio, ela pensou que ele estava usando sua
capacidade de voar para manter-se equilibrado
impossivelmente na posição vertical, mas ela viu o modo como
os músculos dele contraíam e se moviam sob a pele. A forma
como gotas de suor escorriam por seu peito vindos de sua
mandíbula cinzelada.
A cada movimento, ele parecia agradecer ao universo,
adorando-o com seu corpo. Foi só quando ele se sentou e levou
as mãos ao peito que ela percebeu que estava chorando. Ela
nunca tinha visto algo mais bonito na vida.
Ela se levantou e começou a tirar as roupas. Ela o queria.
Ela deixou suas roupas caírem ao seu redor enquanto
caminhava lentamente em direção a ele. Quando Adriel abriu
os olhos, ela estava de pé diretamente à sua frente. Seus olhos
mudaram de tranquilos para calorosos em segundos.
— Como se sente sobre a ioga agora?
— Por favor, meu companheiro, — ela sussurrou.
Ele estendeu a mão, pegou a mão dela e a puxou
gentilmente para baixo ao lado dele. Enquanto se recostava,
ela deixou a pedra fria esfriar sua pele quente. Ele se afastou
por um momento, tirando a cueca. Sorrindo, ele voltou e
colocou os dois antebraços em ambos os lados da cabeça dela.

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Ele levantou o corpo sobre o dela e então, com força infinita,
abaixou-o apenas o suficiente para roçar seu corpo. Ela
arqueou as costas, precisando de contato, mas ele se levantou
ainda mais, ficando fora de alcance. Repetidamente, ele se
abaixou, deixando seu membro rígido a provocar antes de
levantar novamente.
Como ele poderia afetá-la tanto tocando-a tão pouco?
A próxima vez que Adriel se abaixou, ela colocou as
pernas ao redor dele e o puxou para perto de seu núcleo. Ele
olhou para baixo e sorriu. Quando se levantou de novo, ela
sentiu seu corpo levantar do chão. Ele os abaixou novamente,
desta vez permitindo que as pontas dos dedos dos pés dele
tocassem o chão. Ele colocou o corpo sobre o dela. Arqueando
as costas, ele abaixou os quadris. Ela estendeu a mão por entre
eles e guiou seu pau pulsante para dentro dela. Quando ele
flexionou os quadris, ela sibilou de prazer.
Repetidamente, ele impulsionou os quadris para frente,
enchendo-a completamente. No entanto, nenhuma outra parte
do seu corpo a tocava. Ela precisava de mais. Ela abriu os
olhos e descobriu que ele a observava atentamente; a
intimidade do momento a fez desviar o olhar.
— Não, — foi seu comando monossilábico.
Ela virou a cabeça e o encarou. Sem quebrar o contato
visual, Adriel gentilmente puxou o corpo para trás e a adentrou
lentamente. Ela sentiu lágrimas descerem por suas têmporas.
Lenta e sempre muito gentilmente, ele a tornou sua.
— Por favor, — ela disse suavemente.
— Do que você precisa?

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— Você. Eu preciso de você.
— Resposta perfeita, meu amor.
Finalmente, ele se abaixou. Ela sentiu suas fortes pernas
musculosas aninhadas entre as dela. Ela imediatamente
encostou seus peitorais, envolvendo os braços em volta dele.
Ela entrelaçou os tornozelos acima de sua firme bunda
enquanto tentava fazer com que cada centímetro de seus
corpos se tocassem.
Seu corpo ansiava pelo dele. Penetração após penetração,
ele acendeu um fogo, mas não era o bastante. Meio
enlouquecida, ela o olhou.
— Eu sei o que você precisa, e eu sempre o darei a você,
— Adriel sussurrou contra seu pescoço. Ela convulsionou
quando calafrios percorreram seu corpo. Quando suas presas
mergulharam profundamente em seu pescoço, ela gritou.
Agora! Agora eles eram um! Seu corpo finalmente alcançou o
auge ao qual ela perseguia e explodiu. Ele levantou a cabeça e
passou a língua sobre a mordida. — Eu te amo, Eva Mae Miller.
Eu te amei antes de você nascer, e eu vou te amar depois que
deixarmos esta existência para explorar o além. Você é meu
consolo, minha paz, minha força e meu lar.
Eva sorriu para seu rosto bonito quando manchas
cinzentas começaram a bloquear sua visão.
— Idem, caubói. Idem.
*****
Quando Eva acordou, ela imediatamente se deu conta de
duas coisas. Um: eles ainda estavam na caverna dele. E dois:
estavam na água. Ela se virou nos braços dele e olhou em volta.

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Adriel a carregara até à água e estava flutuando
preguiçosamente com ela.
Rindo, ela mergulhou na água e libertou seu tigre.
Quando foi para a superfície, seu companheiro estava
sorrindo. Ela passou por ele nadando e cutucou suas costas
com o nariz, fazendo-o gritar.
— Seu nariz está como gelo, Eva. Está muito frio para
você? Deveríamos sair?
Eva fez o melhor que pôde para mostrar a língua para ele
e depois foi para a cachoeira. Ela deixou o riso dele para trás
de si enquanto se afundava dentro da água. Ela adorava
brincar na água. Depois de vinte minutos, ela percebeu que
seu companheiro já havia saído, estava seco e vestido.
Ela suspirou, mas saiu da água. Quando seus pés
estavam solidamente em pedra lisa, ela se transformou de
volta. Adriel a envolveu em seu casaco para se secar.
— Muito frio?
Os dentes de Eva batiam.
— Não estava frio na água, mas está um cadinho aqui
fora.
Adriel piscou.
— Eu amo o jeito que você fala.
— E eu te amo. — Eva usou o casaco dele para secar a
maior parte da água do corpo e ficou de pé, vestindo as roupas.
— Eu quero dar isso a você. A lagoa, — disse Adriel.
Ela girou.
— Não! Este é o seu lugar especial, eu não posso aceitar.
Adriel se levantou.

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— Você está desistindo de tanto para ficar comigo. Eu sei
que não discutimos isso, mas não posso sair da cidade e não
vou desistir de você.
Eva assentiu.
— Eu percebi isso no momento em que senti seu cheiro
como meu companheiro e vi seu uniforme.
— Você merece um lugar só seu.
Eva franziu o cenho.
— Eu não vou morar na sua casa com você?
Adriel congelou.
— É claro que sim!
— Se eu precisar de espaço extra, apenas reivindicarei
um dos seus quartos de hospedes. Você fica com seu espaço
especial.
Adriel balançou a cabeça.
— Você precisa mais. É perfeito para o seu tigre.
Eva sabia que o presente dele era na verdade para
agradá-la e não uma maneira de dizer que sentia muito. Ela
deu batidinhas com o pé no chão.
— Que tal isso? Nós viremos aqui juntos. Eu posso
observar você praticando ioga, podemos fazer amor e eu posso
nadar. Relaxamento definitivo.
— Relaxamento definitivo, hein? Só ficamos de acordo se
eu puder te ensinar ioga.
— Eu não acho que sou tão maleável assim.
— Você é um shifter de tigre. Eu acredito que você poderia
ser “maleável” assim, o que, na verdade, cria oportunidade

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para tantas novas posições. — Seus olhos estavam ficando
vermelhos de novo enquanto ele lambia os lábios.
Ela engoliu em seco.
— Eu poderia tentar.
— Então, este será o nosso lugar especial a partir de
agora? — ele perguntou, se aproximando para puxá-la contra
o peito.
— Eu posso consentir com isso.
Ele beijou sua testa.
— Ótimo. Agora, vamos levá-la até a Bethy. Conhecendo
ela, ela já está perdendo a cabeça por causa desta noite.
Especialmente porque é com a Casa Géroux, e nosso único
suspeito vive no nível deles.
Eva se inclinou para trás para olhar seu companheiro.
— Essa não é a mesma família do Tarak e Kuruk?
— Sim, e essa é a principal razão pela qual esse jantar é
tão importante. A Casa Géroux sempre apoiou o Magnus,
então ele demonstrará seu apoio mantendo os planos de
jantar.
— Então passou de um jantar político terrível e chato
para um jantar político dolorosamente desconfortável, — ela
supôs.
— Eu diria que essa é uma suposição adequada.
— Maravilha.
*****
Eva se sentou quieta enquanto Beth aplicava a última
pincelada de pó brilhante em seu rosto.

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— Pronto, agora você está pronta! — Beth colocou a
maquiagem e o pincel de lado.
Eva olhou no espelho e ficou encarando. Seus cabelos
loiros e rebeldes estavam presos em um coque arrumado na
nuca. Sua maquiagem era natural, mas de alguma forma
destacava sua melhor característica: seus olhos.
— Você é uma milagreira.
Beth zombou.
— Como se você não fosse linda de morrer antes de eu
começar.
— Não assim. Assim fiquei polida e sofisticada.
— Acostume-se a isso. Tenho a sensação de que o Adriel
verá muito o Nível Um a partir de agora. Meu tio quer que se
saiba o quanto ele apoia os guerreiros da unidade. — Beth
olhou no espelho e passou um pouco mais de batom. Ela se
virou para ela sorrindo. — Pronta para o grande desafio?
— Jantar?
Beth balançou a cabeça.
— Não. Meryn.
Eva seguiu Beth para fora do quarto e pelo corredor. Sem
bater, ela entrou e suspirou. Meryn estava esticada em uma
grande cadeira de grandes dimensões. Ela estava embrulhada
em um cobertor que agora exibia manchas laranja de pó. Eva
olhou para baixo e viu o culpado. Um saco vazio de Cheetos
estava esquecido no chão. Os olhos de Meryn estavam um
pouco desfocados e vidrados enquanto esta assistia televisão.
— Céus, está pior do que eu imaginava. — A testa de Beth
enrugou quando ela a franziu.

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Atrás deles, Ryuu entrou carregando uma xícara em uma
bandeja. A menos que o nariz de Eva estivesse brincando com
ela, era café.
— Denka, aqui está o seu regalo da noite. — Gentilmente,
ele envolveu os dedos de Meryn ao redor da xícara.
Lentamente, Meryn começou a bebericar seu café. Só após
beber até a última gota que ela olhou em volta. Ela viu a
aparência de Eva e Beth e gemeu. Ela puxou o cobertor sobre
a cabeça e se escondeu entre as almofadas da cadeira.
Exasperada, Beth se aproximou e começou a desenrolar
o cobertor de burrito da Meryn. Quando ela finalmente estava
descoberta, Meryn fez uma careta para a irmã.
— Eu vou eviscerá-la.
Beth bufou e deixou cair o cobertor.
— Não, não vai, porque você nunca machucaria sua
sobrinha ou sobrinho.
Meryn piscou e sorriu.
— Verdade. — Ela fechou os olhos e o ar ao seu redor
brilhou. Desapareceram os moletons folgados e a camiseta, em
seu lugar apareceram jeans e um novo casaco de moletom com
capuz. Beth olhou, horrorizada com a mudança.
— Meryn! Você não pode usar isso! Faça outra coisa.
Meryn fechou os olhos novamente, e apenas a cor do
moletom com capuz mudou de preto para cinza.
A boca de Beth se abriu e fechou em horror.
— Tudo bem. Tudo bem. Nós podemos fazer isso. — Ela
se aproximou e sentou-se ao lado de Meryn. — Tudo bem,
docinho, imagine o seguinte: um vestido de cetim preto abaixo

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do joelho, decote canoa abaixo dos ombros e mangas
compridas. Imagine meias de seda e sapatos de saltos baixos
e bico triangular. Você está usando pérolas e seus cabelos e
maquiagem parecem as da Audrey Hepburn. — Beth ficou de
pé quando as roupas de Meryn começaram a mudar. Quando
terminou, Meryn sentava-se recatadamente com um lindo
vestido formal azul marinho. Era de decote canoa abaixo dos
ombros, como Beth descreveu e acentuado com minúsculas
safiras. O colar de pérolas era exatamente como Beth planejara
e o cabelo de Meryn estava penteado para trás para dar um
toque moderno a um visual vintage. Suas sobrancelhas
estavam artisticamente arqueadas, as maçãs do rosto altas
brilhando e os lábios em um vermelho perfeito.
— Droga, Meryn, você está incrível, — Eva disse,
balançando a cabeça com a mudança.
Beth inclinou a cabeça.
— De onde veio esse penteado?
Meryn deu de ombros.
— É assim que fica depois que eu saio do banho e o
escovo, antes de ele secar e ficar encaracolado. Eu sempre
achei que parecia elegante.
Beth fez uma careta.
— Sinto falta dos seus cachos espetados.
Meryn deu de ombros e bocejou. Sua roupa vacilou por
um segundo entre o estilo glamoroso da noite e o pijama de
Pikachu.
— Não se atreva! — Beth gritou.
A imagem parou e Meryn ainda estava arrumada.

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— Você não tirou uma soneca enquanto estávamos fora?
— Eva perguntou.
Meryn balançou a cabeça.
— Não consigo dormir. Não consigo dormir desde que
cheguei.
Eva olhou em volta.
— Onde estão os gêmeos?
— Micah apareceu e os pegou. Eles estão trabalhando em
casas no Nível Seis. Ouvi dizer que os vendedores descobriram
o que aconteceu e doaram muitas coisas de casa. Acho que o
primeiro conjunto de famílias deve se mudar por agora. —
Meryn sorriu. — Eles até impressionaram o Declan
redesenhando a planta das moradias. As casas estão sendo
construídas de quatro em quatro, criando mini-pátios onde os
edifícios se encontram. Nigel disse que as crianças precisariam
de um lugar seguro para brincar.
Eva sentiu-se aliviada. Quanto antes a matilha pudesse
se mudar para as casas e voltar a uma aparente normalidade,
melhor.
Beth se abaixou e ajudou Meryn a se levantar.
— Ouvi dizer que a matilha está organizando um
churrasco para conhecer melhor seus vizinhos. Os vendedores
estão empolgados, faz décadas que eles não fazem nenhum
tipo de festa.
Eva não pôde deixar de sorrir.
— Espero que os seus vendedores vampiros estejam
prontos para um bom e velho churrasco texano.
Beth piscou um olho.

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— Acho que talvez seja exatamente disso que precisem.
— Ela se virou para Meryn. — Você está disposta para hoje à
noite? Você não precisa usar seu dom se não quiser.
— Que história é essa de dom dela? — Eva perguntou.
— Seu companheiro, Adriel, sugeriu que a Meryn usasse
sua empatia durante os jantares formais para ter uma ideia
melhor de quem apoia o meu tio. — Beth olhou para Meryn,
preocupação claramente visível em seu rosto.
— Como você se sente sobre isso, Meryn? — Eva
perguntou. Ela sabia que Adriel não teria sugerido uma coisa
dessas a menos que fosse absolutamente necessário. Ele havia
testemunhado o quanto a dor das pessoas havia afetado a
pequena humana e entendia o preço que ela pagava.
Determinar a lealdade dessas famílias devia ser vital.
Meryn deu de ombros.
— Eu, na verdade, não consigo controlar isso. Olho para
alguém e, às vezes, sei que não gosto deles. Então há
momentos em que conheço alguém e sei que vou gostar deles,
como com você e o Stefan.
Isso surpreendeu Eva.
— Stefan?
Meryn assentiu.
— Ele é honesto. Ele diz exatamente o que está sentindo;
eu gosto disso.
— Sim. Esse é o Stefan, certinho.
Beth virou-se para elas.
— Vocês estão prontas, senhoras?
Meryn sorriu.

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— Traga os gostosões!
Eva riu. O jantar poderia acabar sendo estranho e
político, mas com Meryn lá, com certeza não seria chato.
*****
— Ela ainda está encarando, — Javier BelleRose disse,
apontando para Meryn.
Eva tinha que admitir que estava ficando meio
assustador. Meryn ficara olhando para a cabeça da casa
BelleRose por pelo menos dez minutos.
Aiden rosnou e esfregou o pescoço dela com o nariz.
Meryn distraidamente deu um tapa nele.
— Mas ele é tão bonito.
A companheira de Javier, Marie, levou o guardanapo à
boca e riu. Tudo o que a mulher fazia era elegante.
— Você é muito bonito, querido, — ela brincou com seu
companheiro.
O vampiro mais velho realmente corou.
— Bem, obrigado, suponho. Embora eu nem me compare
a você em beleza, meu amor. — Marie sorriu.
Eva podia praticamente ver o amor entre o casal. Simon
Géroux e sua companheira, Leana, não eram diferentes,
embora parecesse haver uma tristeza em torno de Simon e sua
companheira.
— Eu acho que não sou ninguém em comparação, —
brincou Simon.
Meryn virou a cabeça para encará-lo.

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— Você é gostoso como um guerreiro. Como se a merda
estivesse atingindo o ventilador, eu me esconderia totalmente
atrás de você, — disse Meryn sinceramente.
Beth cobriu o rosto com as mãos enquanto Simon
piscava. Ele franziu a testa e então seus lábios se contraíram
antes de ele começar a rir.
— Deuses, eu precisava disso! Obrigado, Meryn.
Considerando quantos da minha linhagem se tornaram
guerreiros da unidade, vou aceitar isso como um elogio.
Meryn franziu a testa.
— Não pareceu um elogio?
Leana bateu no ombro do companheiro.
— Claro que pareceu, querida, não ligue para ele. Nós
dois tivemos um longo dia.
Um longo silêncio constrangedor encheu a sala. Todo
mundo olhou em volta, sorrindo nervosamente.
— Isso é porque uma das suas pessoinhas pode ter
enlouquecido e exsanguinado dois dos refugiados? — Meryn
perguntou sem rodeios, olhando ao redor da mesa com um ar
de inocência.
Eva observou os olhos de Beth e Magnus se arregalarem.
O queixo de Aiden caiu e, ao lado dela, seu companheiro ficou
tenso.
Os olhos de Simon se arregalaram e ele olhou em volta
como se não tivesse certeza do que dizer. Leana, porém exalou
e recostou-se na cadeira.
— Graças aos Deuses! Eu pensei que teríamos que pisar
na merda para aí alguém decidir limpar.

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Meryn sorriu.
— Eu gosto de você.
Leana riu.
— Eu acho que vou adorar você também. Uma lufada de
ar fresco. Eu estava com medo de vir hoje à noite, sem saber
como seríamos recebidos, mas sua reação honesta é muito
bem-vinda.
Marie olhou para Leana.
— Você não precisava ficar nervosa sozinha. Se estava
preocupada com o jantar de hoje à noite, deveria ter vindo até
mim, sabe que nós a apoiamos.
Leana parecia contrita.
— Sinto muito, é só que é uma situação horrível. Eu não
queria envolver você ou seu companheiro, caso as coisas
piorassem.
Meryn olhou para Magnus e apontou para Javier.
— Gosto deles também.
Magnus assentiu.
— Eles são alguns dos meus amigos mais próximos. Eles
me apoiaram a cada momento. — Ele deu uma olhada em
Simon. — Eu odiaria pensar que meu bom amigo não falaria
comigo em seu momento de necessidade.
Simon olhou de volta para Magnus.
— Eu estava tentando te proteger. Você já tem muito com
o que lidar tentando abrir a cidade para proteger as pessoas,
você não precisava de mais problemas sobre si.
Magnus fez uma careta.

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— Estou ficando realmente cansado das pessoas
escondendo problemas em um esforço de me proteger.
Simon balançou a cabeça.
— Nós não escondemos nada.
Adriel pigarreou.
— Não, senhor. Acredito que essa farpa em particular foi
para mim. Meus guerreiros da unidade tem escolhido o que
reportar, com as boas intenções de ajudar nosso príncipe.
— Isso é sobre algumas das outras famílias
desrespeitarem os guerreiros? — Leana perguntou.
Magnus apontou para ela.
— Ela sabia? Como eu perdi uma coisa dessas?
— Provavelmente porque era a intenção. — Meryn olhou
em volta. — Posso comer um pouco de pudim?
Magnus abriu a boca para protestar e fechou-a
rapidamente.
— Você deveria comer pudim como janta?
Ryuu se aproximou dela por trás com uma tigela pronta.
— Na verdade, senhor, isso é praticamente tudo o que ela
come desde o primeiro dia, as únicas exceções são seus
Cheetos favoritos e os espetinhos e tortas de carne do mercado.
Marie riu com simpatia.
— Quando eu estava grávida, eu praticamente vivia de
chocolate. O pobre Javier pensou que nosso filho sairia coberto
de chocolate.
Javier assentiu.
— Eu nunca fiquei tão agradecido pelos portais fae. Ela
me fez percorrer o mundo inteiro por diferentes tipos de

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chocolate. — Ele deu uma piscadela para a companheira. —
Mas valeu a pena. Nosso filho nasceu forte como um carvalho.
— Seu filho? — Meryn perguntou.
Marie sorriu.
— O nome do nosso filho é Viktor; ele é um líder de
unidade aqui na cidade.
— Eu o conheci quando Adriel apresentou as unidades.
Ele foi muito gentil, — disse Eva, lembrando-se de seus
maravilhosos bons modos.
Marie sorriu.
— Obrigada e parabéns pelo seu acasalamento.
— Ela é mais do que eu jamais ousaria esperar, — disse
Adriel.
Marie virou-se para Beth.
— Os rumores são verdadeiros? Você está grávida?
Beth olhou em volta da mesa, surpresa.
— Como... — Ela olhou para trás. De repente, Sebastian
estava muito interessado na seleção de vinhos. — Sebastian!
Ele deu um passo à frente, parecendo um pouco
envergonhado.
— Eu posso ter encomendado um berço, roupa de cama,
roupas, cobertores e um ou dois brinquedos.
A raiva de Beth derreteu diante de tanta indulgência
paterna.
— Obrigada. Não vai faltar nada para o meu filho com
você ajudando a planejar a chegada dele. — O rosto de
Sebastian ficou vermelho com o elogio. Beth assentiu para
Marie. — Sim, eu estou.

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Marie bateu palmas.
— Mil bênçãos para o seu filho! O primeiro bebê a nascer
em Noctem Falls em décadas, que emocionante!
Eva viu a boca de Gavriel se mexendo e poderia jurar que
ele murmurou que o bebê nasceria em Lycaonia. Pobre Gavriel.
Eva sentiu vontade de rir, mesmo que ele fosse o vampiro,
Noctem Falls reivindicou sua companheira shifter como sua,
enquanto ele permaneceu leal a Lycaonia, a cidade shifter.
Beth se inclinou para frente para encarar Meryn.
— A propósito, que novo vocabulário é esse? Primeiro
eviscerar e agora exsanguinar?
Meryn empinou o nariz.
— Estou tentando melhorar meu vocabulário.
Aiden riu ao lado dela.
— Pergunte a ela o que ela está usando para criar seu
vocabulário.
Beth hesitou.
— O que?
— É um aplicativo perfeitamente legítimo.
Aiden mordiscou o ombro dela.
— Diga a ela.
— Eu baixei o aplicativo Palavra de Assassino em Série
do Dia, — respondeu Meryn. Ela olhou em volta quando a mesa
ficou em silêncio. — O quê?! Todos os aplicativos normais eram
chatos, quero dizer, quem realmente quer usar palavras como
“coima” e “empachar” na conversa cotidiana. O aplicativo do
assassino em série vinha com informações interessantes sobre

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padrões de respingos de sangue e métodos de tortura
medievais.
Mais uma vez, houve silêncio.
Javier observou Meryn atentamente.
— Você é a criatura mais perigosa da cidade, não é?
Meryn lhe sorriu.
— Eu sabia que gostava de você.
Simon balançou a cabeça uma vez e depois se virou para
Magnus, mudando de assunto.
— É verdade que os guerreiros já completaram o primeiro
conjunto de moradias?
— Sim. Dois pequenos bruxos recém-chegados de Storm
Keep conseguiram realizar o que seus colegas mais velhos não
conseguiram. Com seu próprio poder, eles esculpiram
facilmente um edifício após o outro nas paredes de pedra. Isso
foi tudo o que os outros guerreiros conseguiram fazer para
aguentar a barra, — Magnus disse, praticamente se gabando
dos dois bruxos. — E pensar que Storm Keep me implorou para
aceitá-los.
Eva observou Adriel se virar para seu príncipe.
— Eles imploraram?
Magnus assentiu.
— Aparentemente, eles mal passaram nos exames de
guerreiro e eram tão desajustados que não sabiam o que fazer
com eles. Eles não queriam ser separados, então eu os disse
que tentaríamos. Essa foi a melhor coisa que eu poderia ter
feito.
Beth levantou uma sobrancelha.

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— E você não conseguia suportar o pensamento de que
os dois irmãos seriam enviados para cidades diferentes.
Magnus pigarreou.
— Talvez.
Eva viu mil pensamentos se desenrolarem no rosto de
Adriel. Ela esperava que seu companheiro nunca decidisse
jogar pôquer, porque ele não conseguia esconder o que estava
pensando nem para salvar sua vida.
— Eles são meus; eu os adotei, — Meryn declarou
alegremente, comendo outra colherada de pudim. Ao lado dela,
Aiden começou a engasgar com o bife. Gavriel se inclinou e deu
um tapa nas costas do comandante.
Uma vez que suas vias aéreas estavam limpas, ele se
virou para Meryn.
— O que?
Ela olhou para cima, confusa.
— O que?
— Adotou eles?
— Sim! Eles são meus bebês Keelans.
Aiden franziu o cenho.
— Bebês Keelans?
Ryuu deu um passo à frente novamente.
— Ela está se referindo ao fato de que Mestres Nigel e Neil
se parecem muito com Keelan.
— Eu acho que é o cabelo. E o senso de humor deles. E
as pegadinhas, — Meryn falou rapidamente.
— Mas você não adotou de verdade, certo, Meryn? —
Aiden perguntou, desespero no rosto.

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Meryn franziu a testa.
— Eles não têm ninguém neste mundo inteiro, assim
como eu. Eles são inteligentes, engraçados e doces. Quero
ajudá-los. Não posso ficar com eles?
— Você não pode adotar pessoas como se fossem
gatinhos! — Aiden rosnou.
— Eu não saberia; alguém não me deixa adotar um
gatinho, — Meryn respondeu.
— Tudo bem, você pode adotar um gatinho, nada de
pessoas.
— Tarde demais.
Aiden esfregou as têmporas com os dedos em movimentos
circulares e depois suspirou.
— Quantos anos eles tem?
— Eles acabaram de completar cem, — respondeu Adriel,
sorrindo de lado.
— Deuses, essa é a idade do Keelan quando ele se juntou
a Alfa. — Aiden virou-se para Adriel. — Eu aposto que você
sente como se estivesse fazendo malabarismo com um copo de
vidro.
Adriel exalou.
— Eu diria que você não tem ideia, mas com essa
afirmação, você obviamente tem. Eu considerei seriamente
enviá-los de volta a Storm Keep. Ser um guerreiro de unidade
não é seguro e eles são tão jovens. Eu me preocupo que algo
aconteça com eles.
Leana deu batidinhas na borda da taça de vinho e virou-
se para Magnus.

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— E se você contatasse Storm Keep enfurecido por algo
que esses garotos tenham feito. Deixe-os pensar que você está
prestes a enviá-los de volta e exija mais dois bruxos. Faça-os
acreditar que você está fazendo um favor a eles, ficando com
os garotos.
Marie assentiu.
— Melhor ainda, poderíamos pedir para ter o Leif e o
Travis de volta, apesar dos resultados dos testes deles. Ouvi
Viktor dizer que nenhum deles queria retornar a Storm Keep
de qualquer forma. Eles são bruxos veteranos e experientes e
conhecem a cidade.
Magnus trocou olhares com Javier e Simon.
— Por que fingimos estar no comando mesmo?
Beth sorriu e piscou um olho para Leana e Marie.
— Porque nós deixamos.

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Capítulo 11

Eva acordou com uma dor de cabeça pulsante. Ela ficara


tão aliviada na noite anterior, quando a tensão se dissolveu,
que se entregou a mais vinho do que costumava beber. Ela
lembrava-se de se desculpar com seu companheiro, que lhe
disse que se alguém merecia relaxar, era ela.
Tudo o que ela queria era fazer um buraco na cabeça e
derramar café diretamente no cérebro. Ela sabia que se se
levantasse e fosse à cafeteira, se sentiria melhor, mas não
conseguia fazer seus braços e pernas se moverem. O que
diabos tinha naquele vinho? Ela podia beber a noite toda com
shifters, ela possuía um bar pelo amor de Deus; não era como
se ela fosse fraca para bebida. Malditos vampiros sorrateiros.
Gemendo, ela se sentou. Ela foi tirar as pernas da cama
e acabou escorregando e aterrissando no chão.
— Maldição!
— Sim, ela está acordada. Fique aqui; deixe-me verificar
se ela está nua.

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A porta do quarto se abriu e a cabeça de Meryn apareceu.
Eva ouviu risadas e depois o som de pés caminhando em sua
direção.
— Aqui está o seu sutiã e a camiseta. Ainda bem que já
está de calcinha, acho que isso estaria além das suas
capacidades no momento. — Meryn colocou os itens no chão.
Eva se levantou e milagrosamente conseguiu vestir as
roupas sem se sufocar. Tendo gastado a pouca energia que
tinha, ela deitou-se de novo no chão.
— Está seguro para entrar agora. — Ela abriu a porta e
os gêmeos entraram atrás dela.
Eles a olharam e estremeceram.
— Ruim assim, é? — Nigel perguntou, ajoelhando-se. Eva
fechou os olhos e deitou a bochecha no chão.
— Me deixe morrer.
— De jeito nenhum. Temos coisas para fazer, casas para
construir, coisas para matar, os negócios da família. — Meryn
estava abrindo as gavetas da cômoda. — Onde estão as suas
coisas?
— Coisas para matar? — Eva perguntou, ignorando sua
pergunta.
— Sim, eu fui assistir Doctor Who, mas Supernatural
continuava aparecendo. Acho que algo roubou minha conta da
Netflix. Eu assisti compulsivamente tipo umas cinco
temporadas ontem. Agora eu carrego minha chave de fenda
sônica, meu notebook e sal. — Ela olhou em volta. — Suas
coisas ainda não chegaram, não é?

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— Não. — Eva abriu um olho quando sentiu duas mãos
na cabeça. — O que vocês dois estão fazendo?
Neil deu uma piscadela. Eles sussurraram e Eva teve que
fechar os olhos diante da luz verde. Lentamente, o latejar em
sua cabeça se dissipou, e ela não sentia mais que estava
prestes a morrer. Ela abriu os olhos e sentou-se.
— Não deixe ninguém lhes dizer que vocês dois não são
fodas.
Nigel riu.
— Nós aprendemos essa muito jovens. O bruxo que
administrava a casa em que crescemos gostava de ficar
bêbado, mas lidar com ele no dia seguinte enquanto ele estava
de ressaca era perigoso. Esse feitiço praticamente salvou
nossos traseiros.
Eva rosnou.
— Um dia desses, vocês terão que me contar mais sobre
como foi crescer em Storm Keep.
— Sim, eu gostaria de ouvir mais também, — Meryn
entrou na conversa.
Eva se levantou e se espreguiçou. Tirou as roupas da
cadeira e se vestiu.
— Então, vamos para onde?
— Os gêmeos vão ao mercado para construir mais casas,
e eu vou junto. Tem tantos guerreiros de unidade lá em cima
que devemos ficar bem. — Meryn foi para a porta. — Mas antes
disso, vamos nos encontrar com o Ryuu no túnel de
transporte. Ele está trazendo café para nós.

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— Diacho, garota, por que não disse isso logo? Vamos
nessa. — Eva conduziu todo mundo para o andar inferior e
para fora.
Meryn olhou em volta e torceu o nariz.
— É ok, mas gosto mais da propriedade Alfa.
Eva bateu nela com o quadril.
— Claro que gosta, você mora lá. — Eva marchou em
direção ao túnel com o único objetivo de pegar sua xícara de
café. Quando viu Ryuu lhes esperando, duas xícaras para a
viagem na mão, ela quase chorou. Ela se aproximou dele e
pegou sua xícara. — Que os Deuses te abençoem, Ryuu.
Ryuu assentiu com simpatia e entregou a outra xícara à
sua incumbência. Ela e Meryn suspiraram alegremente ao
mesmo tempo após o primeiro gole.
— Eu acho que ficaria de bem com o fim do mundo
contanto que eu tivesse café, — Meryn admitiu.
— Concordo. — Eva tomou outro gole.
Ryuu se abaixou e pegou uma grande bolsa térmica.
— Senhoras, depois de vocês. — Ele fez uma reverência e
fez sinal para que entrassem no túnel. Ao contrário de quando
os gêmeos a flutuaram, Eva realmente sentiu algo sólido sob
os pés. Olhando para baixo, não conseguia ver nada, mas era
como se estivessem em uma plataforma móvel. Os cinco
chegaram ao Nível Seis e seguiram para onde os barulhos
anunciavam o projeto habitacional em andamento.
Eva viu seu companheiro conversando com Beth. Ambos
estavam curvados sobre a prancheta dele, a qual agora exibia
uma bonita pedra no fecho de metal. Quando ela perguntou,

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Alanea Alder
ele disse que era uma pedra de alerta no caso de Beth se
machucar. Ela ficou espantada com o fato de a garota ter vivido
o tempo que tinha se tinha que passar pedras de alerta para
garantir que recebesse ajuda. Beth apontou para a casa na
frente deles, e os dois assentiram. Adriel olhou por cima do
ombro e a viu. Seu rosto se transformou em um sorriso. Beth
virou-se e, vendo-os, se aproximou com Adriel.
— Parece que você sobreviveu, — seu companheiro
brincou beijando-a suavemente.
— O que diabos tinha naquele vinho e por que você não
me avisou? — Eva exigiu.
Adriel estremeceu.
— Tecnicamente não era vinho, estava mais para um
uísque com sabor de frutas. Os fae e os vampiros descobriram
a receita ao tentar criar um álcool que não dissiparia com o
metabolismo paranormal. Eles chamam de Fruta Proibida.
— Eu estava bebendo copo após copo de uísque? Não é
de admirar que eu estivesse com vontade de morrer esta
manhã. Você deveria ter me avisado. — Ela cutucou-o com
força no peito.
— Eu não tinha ideia de que você nunca tinha tomado
isso. Você possui e opera um bar em uma cidade shifter, meu
amor, — apontou Adriel.
— Bem, nós não estocamos isso. Estou meio que feliz por
isso agora, eu teria passado mais tempo tirando lobos bêbados
do meu bar do que servindo bebidas.
— Perdoe-me, — ele pediu, beijando seu pescoço.

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— Suponho que perdoo. Mas só porque os gêmeos me
tiraram da beira da morte. Agradeça a eles. Por causa do feitiço
deles, eu não passei a manhã inteira planejando sua morte
enquanto tentava impedir minha cabeça de explodir.
Adriel virou-se para os gêmeos.
— Vocês têm meus agradecimentos. Quando não estão
fazendo brincadeiras, provaram ser muito úteis.
— Que maravilha! — Beth sibilou, virando-se para eles.
Eva olhou para cima e viu um vampiro caminhando em
direção a eles com um sorriso bajulador no rosto.
— Comporte-se, — Adriel murmurou.
— Eu pretendo me comportar mal, — disse Meryn, e os
gêmeos tocaram as palmas das mãos de um com a do outro.
— Elizabeth, querida! Que bom vê-la novamente! Seus
esforços para fornecer casas para aqueles pobres e miseráveis
refugiados honram a casa de seus tios, — disse o homem,
estendendo os braços como se fosse cumprimentar Beth com
um abraço.
Meryn tropeçou e passou os braços em torno de Beth.
— Desculpe! — ela disse, seus olhos arregalados e
inocentes. Beth manteve os braços em volta de Meryn,
efetivamente fugindo do abraço do recém-chegado.
— Ivan DeLaFontaine, eu gostaria que você conhecesse
Meryn McKenzie, ela é minha irmã adotiva e companheira do
Comandante da Unidade. — Beth sorriu quando apresentou
Meryn.
Eva não deixou de notar como ela apresentou os laços de
Meryn a uma família de vampiros antes de seu acasalamento

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com o Comandante da Unidade. Meryn estava certa; Beth era
uma política mestre.
O sorriso meloso de Ivan se virou para Meryn.
— Oh! Ela não é deliciosa?
Meryn recuou, parecendo assustada.
— Você quer me comer? — ela exclamou em voz alta. Sua
voz passou por cima do barulho dos trabalhadores e as
cabeças se viraram em sua direção. Eva observou como sua
matilha se aproximou mais de onde Meryn estava.
Ivan balançou a cabeça.
— Claro que não, querida. Eu estava me referindo ao fato
de você estar grávida. Bebês novos são uma grande alegria!
Meryn ofegou e passou os braços em torno de sua barriga
protetoramente.
— Você quer comer meu bebê!
— Ora, o que está acontecendo? — Stefan exigiu, se
aproximando para ficar diretamente atrás de Meryn.
A fachada educada de Ivan começou a rachar.
— Nada, ela está deliberadamente interpretando mal cada
palavra minha.
Meryn fungou e virou o rosto para o ombro de Beth. Beth
deu um tapinha nas costas dela.
— Ela está em uma condição delicada. Você, é claro,
entende como deve ser assustador para ela estar em uma
cidade estranha e ter uma nova ameaça pairando sobre nossas
cabeças. Mesmo nos momentos mais pacíficos, estar grávida é
difícil. — Beth beijou o topo da cabeça de Meryn.
Ivan ficou instantaneamente arrependido.

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— Você está absolutamente certa. Vou apenas verificar o
projeto habitacional e depois retornar ao meu Nível. Dê meus
cumprimentos ao seu tio, querida. — Ele lhes acenou e
caminhou até onde os bruxos da unidade estavam se
organizando para o dia.
— Eu não gosto dele, — Stefan rosnou.
— Eu também não, — Meryn disse, tirando a cabeça do
peito de Beth.
— Vocês quase me deram um ataque cardíaco, — disse
Adriel, esfregando o peito. — Eu sou velho demais para
choques como esse. Sabem o quão difícil foi não rir?
Eva esfregou as costas dele.
— Você foi muito bem.
— Isso foi incrível, — disse Nigel, e Neil assentiu em
concordância.
Beth suspirou e observou Ivan de longe.
— Ele está tramando algo. Ele sabe que eu o odeio. Me
pergunto por que ele queria me abraçar.
— Eu não ia dar a ele essa chance, — Meryn disse.
Beth sorriu para a irmã.
— O que eu faria sem você?
— Abraçar babacas, — disse Meryn sem rodeios.
— Talvez, — Beth concordou.
— Meryn, se precisar de ajuda, minha matilha está de
olho em você. Você pode ir a qualquer um deles, a qualquer
momento, — Stefan disse, seus olhos seguindo Ivan até que
este saiu de vista no túnel de transporte.
Meryn piscou.

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— Obrigada, mas por quê?
Stefan se virou e viu que todos estavam lhe observando
com questionamento. Ele deu de ombros.
— Não faço ideia. Você está acasalada com um shifter,
então acho que sinto que devo cuidar de você. Além disso, você
é apenas um bebê! Você não deveria ter que enfrentar toda essa
loucura.
Meryn revirou os olhos.
— Eu não sou um bebê. — Ela se virou para Ryuu. —
Almoços.
Ryuu deu um passo à frente e abriu o zíper da grande
bolsa térmica. Ele pegou duas grandes marmitas e as entregou
aos gêmeos.
— Minha denka diz que precisarão manter a força, já que
farão a maior parte da magia. — Ele entregou a cada gêmeo
uma marmita.
Eles ficaram lá congelados em choque.
— Ninguém nunca nos fez almoço antes.
Meryn assentiu.
— Para mim também não, até o Ryuu. É meio legal não
comer Hot Pockets10 o tempo todo.
Nigel e Neil sorriram largamente. Os dois se aglomeraram
ao redor de Meryn, cada um a beijando na bochecha. Ela riu e
os enxotou.

10
Uma marca estadunidense de sanduíches de bolsa que geralmente contêm um ou
mais tipos de queijo, carne ou legumes.

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— Vão se divertir fazendo casas. — Ela apontou para onde
Micah esperava.
— Vamos sim, — disse Neil.
— Você não vai nos dizer para ficar longe de problemas?
— Nigel perguntou, sorrindo maliciosamente.
Meryn riu.
— Eu disse divirtam-se, não?
Rindo, os dois correram para longe para começar.
— Se eles começarem a criar casas coloridas como o arco-
íris, eu culparei você, — alertou Adriel.
Beth deu um tapa no braço dele de brincadeira.
— Eles ficarão bem. Vou tentar reduzir o entusiasmo
deles. — Ela bagunçou o cabelo de Meryn. — Seja boa.
— Tanto faz, — disse Meryn.
Adriel virou-se para Eva.
— Seja boa.
— Claro, doçura.
Adriel balançou a cabeça, rindo. Ele e Beth se
aproximaram para ajudar a manter todos no caminho certo.
Meryn a olhou.
— Então.
— Então?
— Estou entediada.
— Deuses me livrem, — brincou Eva.
O rosto de Meryn ficou atormentado.
— Eu me sinto presa.
Eva assentiu. Ela sabia exatamente a que Meryn se
referia. A cidade com sua pedra uniforme fazia parecer a Eva

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que as paredes estavam se fechando. Ela olhou de volta para o
túnel de transporte.
— Ryuu, você pode voar, certo?
— Sim, claro.
— E você também é o guarda-costas da Meryn, de certa
forma?
— Sim.
— Então, entre nós dois, devemos ser capazes de mantê-
la segura.
Os olhos de Ryuu se estreitaram.
— Acredito que poderíamos, por quê?
Eva virou-se para Meryn.
— Está com vontade de ir para o topo?
Meryn praticamente gritou:
— Sim! — Ela se virou para Ryuu. — Oh, por favor! — Ela
juntou as mãos na frente de si, implorando.
Ryuu suspirou.
— Como eu poderia dizer não a isso?
— Sim! — Meryn jogou o braço no ar várias vezes.
Eva teve que admitir que também estava animada. Entre
as duas, elas praticamente arrastaram Ryuu para o túnel de
transporte. Eles abriram caminho entre os leitos e tendas dos
refugiados e seguiram para a Borda.
Quando chegaram lá, Warrick DuBois os cumprimentou.
— Puta merda! Com o que eles te alimentam? — Meryn
exclamou.
Warrick piscou e riu. Ele praticamente tinha que se
dobrar ao meio para descer ao nível de Meryn.

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— Você deve ser a companheira do comandante, Meryn.
Prazer em conhecê-la. Eu sou Warrick DuBois.
Meryn deu um passo para trás.
— Você é parente do babaca do Andre?
Warrick ficou de pé, com o rosto contorcido de raiva.
— O que aquele cuzão insuportável fez agora?
Meryn levantou a manga e mostrou o hematoma. Warrick
inalou bruscamente.
— Sinto muito que ele tenha posto as mãos em você. Ele
é meu primo e, infelizmente, ele puxou ao meu tio em vez da
minha doce tia. Eu te juro que ele nunca mais fará algo assim.
— Tá legal; não dá pra escolher a família. — Meryn deu
de ombros e abaixou a manga.
— Para onde vocês, duas damas, estavam indo? — ele
perguntou.
— Estamos indo para a superfície um pouco. Estamos
nos sentindo um pouco claustrofóbicas aqui embaixo, —
respondeu Eva.
Warrick assentiu.
— Ouvi shifters, bruxos e especialmente fae dizerem a
mesma coisa depois de serem transferidos para cá. Apenas
tomem cuidado, a qualquer sinal de problema, voltem para cá.
Vou checa-los em mais ou menos uma hora, — ele prometeu.
— Obrigada. — Meryn foi até a porta e a empurrou, nada
aconteceu. — Existe um feitiço nela ou algo assim?
Warrick balançou a cabeça, lutando contra um sorriso.
— Ela é só um pouco pesada. — Ele facilmente a abriu
para eles.

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— Ser pequena é uma merda, — Meryn rosnou e saiu.
Warrick piscou um olho para Eva.
— Divirta-se.
— Obrigada!
Ryuu facilmente os levantou para fora do canyon até a
borda onde o deserto começava.
— Fiquem perto, se houver qualquer indício de perigo,
pulem no canyon, — ele instruiu.
Meryn olhou para a profundidade.
— E se você não estiver prestando atenção?
Ryuu continuou a encará-la sem responder.
— Certo, super escudeiro, entendi. — Meryn olhou para
cima e semicerrou os olhos para o sol. — É tão bom.
Eva tinha que concordar. Seu tigre já estava lutando pelo
controle; ele queria sair para tomar banho de sol. Ela olhou em
volta; só havia Ryuu e Meryn. Dando de ombros, ela tirou a
roupa e se transformou.
— Puta merda! Você é, tipo, enorme! — Meryn disse,
subindo em uma pedra. — Não me coma, ok?
Ela bufou e lambeu o lado do rosto de Meryn, fazendo-a
rir. Ela saltou com facilidade para a rocha grande e ficou
confortável. Meryn parecia igualmente feliz de deitar sob o sol.
Eva abriu um olho e observou Ryuu pegar suas roupas
descartadas e depois dobrá-las cuidadosamente. Ela suspirou
e fechou os olhos novamente.
Ela perdeu a noção do tempo enquanto cochilava
alegremente ao sol. Não foi até Ryuu se aproximar delas que
ela percebeu o quanto o sol havia se movido acima.

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— Denka, já faz mais de uma hora, e você está começando
a ficar de um rosa brilhante. Acho melhor entramos agora.
— Mais cinco minutos. Não há paredes. Eu senti falta do
sol e do vento, — Meryn murmurou, meio adormecida.
Eva tocou o nariz na bochecha de Meryn. Ryuu estava
certa; ela estava ficando tostada. Cuidadosamente, ela usou os
dentes para agarrar o colarinho de Meryn. Ela ficou de pé,
levantando-a da rocha. Ela pulou desta e trotou até a beira.
Ryuu fez uma reverência.
— Meus agradecimentos.
Meryn bocejou.
— Posso montar em você na próxima vez? Você pode ser
meu gato de batalha! Isso seria tão legal! — Meryn riu quando
Eva a balançou de um lado para o outro.
Quando Warrick abriu a porta para eles, seus olhos se
arregalaram.
— Está tudo bem?
— Sim, estamos legal. — Meryn deu-lhe um joinha
enquanto Eva a carregava pelo nível.
Stefan parou o que estava fazendo e riu.
— Você está com problemas agora, Meryn. Uma vez que
o tigre de Eva o considera seu filhote, você é o seu filhote por
toda a vida.
— Sério? — Meryn perguntou.
Stefan acenou para eles.
— Boa sorte.
Adriel e Aiden se aproximaram.

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— Estávamos prestes a descer para descansar antes de
outra reunião. Quer se juntar a nós? — Adriel ofereceu.
Sem responder, Eva levou Meryn para o túnel e pulou.
Fiel à sua palavra, Ryuu, sem avisar, os abaixou para o Nível
Um. Adriel escoltou Aiden atrás deles.
Quando ela se aproximou da porta, hesitou. Como a
abriria sem mãos? Adriel deu um passo a sua frente e abriu a
porta.
— Pronto, amor.
Eva carregou Meryn para dentro da casa do príncipe,
apenas parando quando chegaram ao quarto privado atribuído
a Meryn e Aiden.
— Eva, o que você está fazendo? A sala de estar é para
aquele lado. — Meryn apontou na direção oposta.
Eva pulou, com Meryn, sobre a cama e a colocou sobre
esta.
— Eva, eu não estou cansada, — Meryn argumentou
antes de dar um enorme bocejo.
Eva estava de pleno acordo com seu tigre.
Definitivamente era hora da soneca. Ela puxou Meryn para
entre as patas e começou a limpá-la com a língua.
— Sério! — Meryn exclamou, tentando fugir.
Gentilmente, Eva rolou Meryn de costas com as
almofadas das patas e continuou lambendo-a.
— Isso é ridículo! Adriel, pegue a sua companheira. —
Meryn bocejou novamente.
Adriel estava prestes a dar um passo à frente quando
Aiden agarrou seu braço.

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— Espere um momento.
Eva a lambeu uma última vez e depois a cutucou com o
nariz para que ela se deitasse.
Meryn obedeceu.
— Eu nem estou cansada.
Eva a ignorou e começou a ronronar.
— Eu estou... — Meryn bocejou novamente. — Estou
bem. — Ela se aconchegou perto dela, e Eva continuou a
ronronar. Depois de alguns minutos, sua respiração se
uniformizou e ela dormiu.
— Eva, por favor, eu imploro, deixe-a dormir. É a primeira
vez que ela dorme faz dias, — implorou Aiden.
Eva abriu um olho e bocejou antes de descansar o queixo
nas patas. É claro que ela deixaria o filhote dormir.
— Vamos, Comandante, parece que não somos
necessários aqui, — disse Adriel, mantendo a porta aberta para
Aiden.
— Obrigado, — Aiden sussurrou.
Eles fecharam a porta e Eva suspirou feliz. Ela conseguiu
cochilar ao sol, e o filhote estava dormindo, tudo estava certo
em seu mundo.
*****
Eva acordou e olhou em volta. Meryn ainda estava
dormindo ao seu lado. Com cuidado, ela se afastou dela e
pulou da cama. Ela voltou a forma humana e olhou em volta.
Felizmente, Ryuu colocara suas roupas na cadeira no canto.
Ela estava terminando de abotoar a camiseta quando
Meryn acordou. Com os olhos turvos, ela se sentou e bocejou.

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— Esse foi um sono incrível. — Com os olhos ainda meio
fechados, ela saiu da cama rolando e se levantou, balançando
um pouco.
Eva mordeu o lábio. De um lado da cabeça de Meryn, seus
cabelos estavam esticados para cima, de onde ela a havia
lambido antes da soneca. Ela estava prestes a dizer algo, então
deu de ombros. Ela descobriria em breve.
Meryn esperou Eva conduzi-la para fora da sala e em
direção à sala de estar. Quando ouviu vozes vindas da sala de
jantar, ela mudou de direção e seguiu naquela direção em vez
disso.
Quando entraram, os olhos de Beth se arregalaram.
— Céus.
Aiden tinha um sorriso enorme no rosto.
— Você tirou uma boa soneca? — Os olhos de Aiden se
suavizaram quando Meryn se aproximou e subiu em seu colo.
Ainda sorrindo, ele fez o possível para alisar seus cabelos.
— Melhor dormida faz dias. Café, — disse Meryn
brevemente.
Eva deu a volta na mesa e sentou-se ao lado de seu
companheiro. Havia um aperto em seus olhos que ela não
gostava.
— O que?
Ele pareceu surpreso e sorriu.
— Você já me conhece tão bem. — Ele olhou para a mesa.
— Por que não pega algo para comer?

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Deve ser ruim se ele quer que eu coma primeiro. Eva se
levantou e pegou alguns sanduíches que estavam em uma das
travessas no meio da mesa.
— Estou comendo, está vendo? Agora fale.
Adriel hesitou, olhando para Meryn.
— Ela pode lidar com o que quer que você ache que não
deveria dizer, então fale, — Eva orientou.
Ryuu entrou vindo da cozinha e entregou uma xícara de
café a Meryn. Aiden franziu a testa.
— Eu pensei que a cafeína fosse proibida para ela.
Ryuu balançou a cabeça.
— O corpo dela está processando bem a cafeína. De fato,
o bebê parece gostar.
Aiden olhou para sua companheira duvidosamente.
— Se tem certeza.
Ryuu assentiu.
— Tenho. Na verdade, depois dessa soneca, ela está se
saindo quase tão bem quanto se estivéssemos de volta em
Lycaonia. A falta de sono estava ficando preocupante.
— Chega de falar do meu café. O que aconteceu? — Meryn
perguntou, seus olhos finalmente abertos.
— Houve outro assassinato, — disse Beth baixinho.
Eva deixou cair o sanduíche, a comida virando chumbo
em seu estômago.
— Quem?
— Um Brian Carolton, — disse Adriel.

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Eva recostou-se na cadeira. Brian não era um amigo
íntimo, mas fazia parte da matilha. Ela sabia que sentiriam
sua falta.
— Estamos mais perto de alguma forma de encontrar o
assassino? — ela perguntou.
Adriel pegou sua mão.
— Com o projeto habitacional quase completo, poderemos
dedicar nossos esforços a encontrar Augustus Pettier. Graças
aos Deuses pelos gêmeos! Não acho que teríamos terminado
tão rapidamente sem eles. A ideia deles de criar edifícios de
dois andares agrupados em grupos de quatro nos permitiu
abrigar oito famílias por grupo. Cada quarteto de casas
abrigando entre trinta e duas e cinquenta pessoas.
Eva o encarou.
— Você precisaria apenas de quatro ou cinco para toda a
matilha. Isso é incrível.
Adriel sorriu.
— Cada projeto também oferece às famílias espaço de
convivência para reuniões, lavanderia comunitária e, claro, o
pátio fechado para os filhotes.
— Vocês já completaram quatro? — ela perguntou.
— Não, fomos capazes de construir doze, seis ao longo de
cada parede. Devemos ter muito espaço por um tempo.
Eva olhou para o companheiro.
— Então por que você disse que o processo de construção
estava quase completo? Parece terminado para mim.
— Ainda precisamos instalar os serviços públicos: esgoto,
água e energia elétrica. Eles devem ficar prontos até hoje à

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noite. — Adriel levantou suas mãos e beijou os nós dos dedos
dela. — As famílias já receberam seus novos alojamentos, e os
guerreiros fae estão trabalhando com Stefan para que os
pertences pessoais na propriedade da cidade em Albuquerque
sejam entregues.
— Graças aos Deuses. Tem alguma chance de algumas
das minhas coisas terem sido entregues? Estou ansiosa para
trocar de roupa. — Eva puxou a camiseta de botões para longe
da pele. Esta não estava suja no sentido exato da palavra; ela
apenas a estivera usando fazia dias. Embora o vestido de noite
de Beth tivesse cabido, suas roupas do dia a dia eram
pequenas o suficiente para serem desconfortáveis.
Adriel piscou um olho.
— Eu posso ter mexido uns pauzinhos. Suas caixas foram
levadas até a nossa casa enquanto você cochilava.
— Mal posso esperar. — Eva sorriu e pegou seu
sanduíche. — Hoje encontramos o Warrick na entrada da
cidade. Evidentemente, ele é parente do idiota que nos
assediou no mercado.
O rosnado baixo de Aiden ecoou por toda a sala.
— Eu quero uma chance de falar com esse Andre.
Meryn riu.
— Você pode querer deixar o Warrick lidar com isso. Ele
é quase maior que você e ficou muito chateado por seu primo
maltratar a companheira de seu comandante.
Eva sorriu.
— Eu diria que o Andre vai ter uma noite difícil.

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— A menos que seu tio o pare. Ele disse que o Andre
puxava o tio, — Meryn a lembrou.
— Com uma família assim, fico feliz por não ter tios, —
Eva estremeceu.
— Eu tenho uma tia e um tio agora. — Meryn pegou sua
colher e começou a comer seu pudim.
— O que você quer dizer com “agora”? — Eva perguntou.
— Minha tia não sabia de mim quando eu era criança;
minha avó não lhe disse que minha mãe tinha uma filha, e a
última vez que minha tia viu minha mãe... — A voz de Meryn
foi desaparecendo.
— Meryn? — Eva observou a enxurrada de expressões
passando pelo rosto de Meryn.
— Hmm? Nada. Enfim, eu os conheci quando descobri
que Amelia era minha irmãzona-prima. Eu passei de não ter
família a ter uma tonelada de parentes. Ainda é meio estranho,
no entanto.
— Fiquei sozinha por centenas de anos. Confie em mim,
eu sei exatamente como se sente, — disse Eva, dando outra
mordida em seu sanduíche.
— Como é a sua prima, Meryn? — Adriel perguntou.
— Ela é como eu, mas é legal e gosta de pessoas.
— Existem duas iguais a você? — Magnus perguntou,
erguendo uma sobrancelha.
Ryuu pegou a xícara de café de Meryn e a substituiu por
um grande copo de água.
— Denka descreveu itoko-sama com muita precisão.
Amelia é uma pessoa única que, devido à sua empatia, é muito

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gentil e sintonizada com os sentimentos dos outros. Ela não
gosta de conflitos e prefere que todos ao seu redor estejam
felizes.
— Então ela pensa como a Meryn? — perguntou Magnus.
Ryuu balançou a cabeça.
— Não, minha denka é mais prática e impiedosa do que
Amelia. Se há alguém que pensa como a Meryn, é o Kendrick.
— Kendrick? Kendrick Ashwood? — Adriel perguntou.
— Sim. Ele se mudou de Storm Keep para cuidar de seu
irmão, — respondeu Ryuu.
Adriel deu batidinhas no copo de água distraidamente.
— O nome dele surgiu bastante ao falar com os gêmeos e
outros bruxos. Na verdade, não recebemos uma entrega de
Lycaonia do Kendrick para o Nigel e o Neil?
A cabeça de Meryn virou-se para encarar seu escudeiro.
— As coisas deles chegaram?
Ryuu assentiu.
— Sim, tomei a liberdade de entregá-las a eles enquanto
você dormia. Eles ficaram muito animados.
— Maravilha! Mal posso esperar para ver o que eles
inventam. Fiz um pedido de dispositivos flutuantes. — Meryn
esfregou as mãos.
— Dispositivos flutuantes? — perguntou Beth.
— Sim, esperar por escoltas de túnel é uma droga. Eu
pedi pra eles fazerem para mim algo onde eu posso zanzar pela
cidade sozinha, — Meryn explicou.

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Todos ao redor da mesa pareciam desconfortáveis com a
ideia de uma Meryn solta em Noctem Falls que pudesse ir onde
quisesse.
Meryn fez uma careta.
— Eu posso cuidar de mim mesma, além disso, eu não
tenho, tipo, quatro guarda-costas agora, sem contar o Ryuu?
— Não esqueça que os lobos estão cuidando de você
também. Stefan parece ter se apegado à ideia de que você
precisa de proteção, — Eva a lembrou.
— Oh, sim. Ele é divertido, no entanto. Eu não me
importaria de passar um tempo com ele. — Meryn comeu outro
pedaço do pudim.
O rosto de Beth ficou pensativo.
— Não é do seu feitio gostar de alguém que não seja da
nossa família tão rapidamente.
— Ele é uma boa pessoinha, — disse Meryn.
Uma sucessão rápida de zumbidos fez com que todos
procurassem seus telefones.
— É o meu, — anunciou Beth. Ela olhou para o telefone
e seus olhos se arregalaram. Seu dedo se moveu rapidamente
enquanto ela rolava a tela. Ela fechou os olhos por um
momento antes de se virar para Meryn. — Meryn!
A mão de Meryn congelou no meio do ato de levantar a
colher à boca.
— O que?
— Como pôde? — Beth exigiu.

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Gavriel se inclinou para perto de sua companheira e viu
o telefone de Beth. Seus olhos se arregalaram e sua boca
começou a tremer.
— O quê? Não vou admitir nada até saber do que estou
sendo acusada. — Meryn colocou a colher de lado.
— Você... de novo... não mais. — Beth acenou com o
telefone.
Magnus observou, sua expressão preocupada.
Eva ouviu a porta da frente abrir e fechar antes de
Broderick e Caspian aparecerem na porta da sala de jantar.
Broderick estava sorrindo e Caspian parecia exasperado.
— Eu sei que não é verdade, mas eu tive que vir aqui para
ver como você estaria lidando com isso, — Broderick riu e
sentou-se ao lado de Magnus. — Respire, querida.
— Respire? Esta não é a primeira vez que ela faz isso! —
Beth cruzou os braços sobre a mesa e deitou a cabeça sobre
eles. A cabeça de Gavriel estava virada, mas seu corpo inteiro
tremia de tanto rir.
— O quê? Sério, agora estou morrendo de vontade de
saber o que fiz. — Meryn sorriu enquanto via o caos ao seu
redor.
— Ugh! — Beth gritou, a cabeça ainda baixa.
Gavriel perdeu todo o senso de compostura e caiu sobre
a companheira, rindo histericamente.
Beth sentou-se ereta, forçando Gavriel a recostar-se na
cadeira. A boca dela se contraiu.
— Não é engraçado.

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Broderick também se juntou a Gavriel, que estava rindo
demais para responder.
Caspian balançou a cabeça.
— Não ligue para eles, querida, são idiotas, mas os
amamos de qualquer maneira. O que você vai fazer?
Eva reclinou-se para a frente.
— Por favor, me diga o que ela fez. Estou com uma
sobrecarga de curiosidade por aqui.
Beth exalou alto e recostou-se na cadeira. Sua expressão
resignada mudou para um sorriso suave.
— Meryn anunciou no Facebook hoje que, graças a
terceiros, ela e eu agora estamos “grávidas” juntas.
Eva piscou. Era verdade que ambas estavam grávidas.
Como isso poderia estar errado? Ao lado dela, Adriel começou
a rir.
— O que?
Adriel virou-se para Beth.
— Foi redigido exatamente assim?
Beth assentiu.
Adriel virou-se para Eva.
— Pense nisso. Graças a terceiros, elas vão ter um bebê
juntas.
Terceiros? Oh!
— Oh. — Eva olhou para Meryn, que ainda parecia
confusa. — Ela ainda não entendeu.
Beth suspirou.

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— Não seria tão ruim, exceto que ela também anunciou
que estávamos em um relacionamento juntas. É claro, ela quis
dizer que eu a adotei como irmã.
— Carambolas. — Eva estremeceu em simpatia. — O que
está sendo dito?
— O que eu fiz? — Meryn exigiu.
Eva virou-se para Meryn.
— Você meio que deu a entender que você e a Beth
usaram um doador de esperma para engravidar a Beth, já que
são lésbicas.
Meryn ofegou.
— Eu não fiz isso não!
Caspian se inclinou para frente.
— O Gavriel está respirando?
Beth virou-se para o companheiro, assustada. Ela deu
um tapa nas costas dele, e ele inalou alto, depois começou a
rir incontrolavelmente.
— Você não ajuda, — disse Beth, rindo.
— Eu fui de grande ajuda, — ele conseguiu dizer
sufocadamente.
— Seu parvo! — Beth revirou os olhos.
Meryn pegou o telefone e o olhou franzindo a testa.
— Foi por isso que alguém me perguntou qual clínica
usamos?
Beth gemeu e cobriu o rosto com as mãos.
— Merda. — Meryn olhou para Aiden. — Seu irmão pode
te ligar confuso sobre telefonemas que ele pode ou não estar
recebendo sobre inseminação artificial.

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Aiden apenas riu até que seu telefone começou a vibrar.
Sua risada foi cortada no meio.
— Merda. — Ele ficou de pé enquanto respondia. — Ei,
Adam, engraçado você ter ligado. — Ele saiu da sala,
esfregando a nuca.
Eva recostou-se na cadeira, segurando a mão de seu
companheiro. Beth deu um tapa no braço de Gavriel enquanto
digitava no telefone com uma mão, em um esforço para
controlar os danos. Broderick gargalhou enquanto se servia de
um segundo sanduíche. Meryn torceu o nariz quando começou
a ler mensagens.
Ela se virou para o companheiro dela.
— Como foi o seu dia?
Adriel sorriu enquanto viam o caos ao seu redor.
— Está ficando cada vez melhor.

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Capítulo 12

Depois que a confusão sobre o anúncio do Facebook da


Meryn se acalmou, todos terminaram o almoço e voltaram para
qualquer que fosse o projeto em que estavam trabalhando
naquele dia. Eva estava ansiosa por uma tarde tranquila no
centro de comunicações com Meryn. Seu tempo ao sol, seu
cochilo revitalizador e o almoço a fizeram sentir-se ótima,
apesar do começo difícil daquela manhã.
Adriel a beijou suavemente.
— Divirta-se, — ele disse, piscando um olho para ela.
— Acho que não tenho escolha quando a Meryn está
envolvida, — disse ela.
Ele lhe deu um último beijo e saiu, fechando a porta do
centro de comunicações atrás de si. Eva se acomodou em uma
das cadeiras de couro com encosto alto, enquanto Meryn
digitava em seu notebook. Ela tinha começado a cochilar
levemente quando a porta se abriu com tudo e bateu contra a
parede.

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— Meryn! Conseguimos! — Nigel anunciou, irrompendo
pela porta. Neil estava logo atrás dele, sorrindo
orgulhosamente.
Eva pulou de susto.
— Caramba, rapazes, tão tentando me matar? — Eva
agarrou o próprio peito.
Meryn deu um pulo.
— Sério?! Já? Bate aqui! — Meryn levantou as duas mãos,
e os gêmeos bateram nelas com as palmas.
— Estava no livro que você nos conseguiu do Kendrick.
Quando fomos capazes de entender a teoria de prender ventos
em cristal, foi surpreendentemente fácil de fazer. — Nigel
entregou a Meryn uma pequena pedra. — Mais tarde, podemos
ver se podemos transformá-las em chaveiros ou em algo mais
fácil de carregar.
Neil entregou uma para ela.
— Nós íamos fazer elas para os refugiados, mas isso exige
muito de nós. Na verdade, tivemos que esperar até que o
projeto habitacional fosse concluído antes de fazermos essas,
caso contrário, teríamos ficado inúteis. Além disso, o Adriel
não fica confortável com os refugiados tendo acesso a toda a
cidade. Ele disse que tentar mantê-los seguros já é difícil o
suficiente com todos no mesmo lugar.
Eva virou a pedra na mão.
— Isso é pedra-pomes11?

11 Pedra-pomes é uma rocha vulcânica produzida quando na fase de ejecção os


gases contidos na lava formam um coloide com os materiais em fusão.

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Neil assentiu.
— Pedra do ar. Cada pequeno buraco captura o ar e o
guarda.
— Eu quero tentar! — Meryn exclamou indo para a porta.
Eva estendeu a mão e agarrou seu colarinho.
— Espere aí, filhote. Você não tem mais mensagens para
responder? — Eva apontou para o notebook de Meryn. — Você
prometeu a Beth que publicaria uma explicação.
O rosto de Meryn caiu.
— Mas eu quero ver como esses bebês funcionam.
— Vamos fazer assim. Se os gêmeos prometerem ficar
com você, vou para o túnel e experimentarei. Dessa forma,
posso te ajudar mais tarde. Combinado? — Eva olhou para os
gêmeos.
Ambos assentiram.
— Íamos estudar um pouco mais de qualquer forma.
Podemos fazer isso tão facilmente aqui quanto em nossos
aposentos.
— Tudo bem, postagens no Facebook, então eu vou bater
minha cabeça no notebook tentando descobrir o padrão do
assassino. Para mim, parece que ele está apenas escolhendo
quem quer que dê pra pegar, como crimes de oportunidade,
mas os ferals não são assim. Eles estão mais para
“cééérebroooos” e aleatoriedade. O que realmente me deixa
curiosa é descobrir como esse otário está se movimentando por
aí. Se ele é um feral, não pode mais voar. Não é como se ele
tivesse uma dessas pedras; os gêmeos acabaram de fazê-las.

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Eva parou e olhou para a pedra em sua mão. Em todas
as conversas em que participara, ninguém havia mencionado
como o feral se movia pela cidade. Se Meryn estava correta,
então ele não estaria confinado ao Salão Principal? Ela se
forçou a sorrir.
— Você vai descobrir, — Eva disse encorajadoramente,
um plano já se formando em sua mente.
— Talvez. Vá em frente, mas você tem que me contar tudo
assim que voltar. — Meryn subiu em sua cadeira e colocou o
notebook no colo.
Eva virou a pedra na mão.
— Meninos, como isso funciona, afinal?
Nigel riu.
— Diga autem para subir e descendit para descer.
Eva memorizou as palavras.
— Então, o que devo esperar, um vento ou algo assim?
Nigel franziu a testa.
— Não faço ideia, viemos diretamente para cá depois de
fabricá-las.
— Eu vou com você no caso de não funcionar, — Neil
ofereceu.
— Você está me deixando muito nervosa com isso, —
resmungou Eva.
— Relaxe, se algo der errado, Neil simplesmente flutuará
você de volta para cá. — Nigel acenou com a mão para ele.
Meryn a olhou.
— Sabe de uma coisa? Você testar primeiro é uma ótima
ideia.

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— Volto logo, — disse Eva, puxando Neil atrás de si pelo
colarinho.
Eles saíram do centro, atravessaram os aposentos do
príncipe e saíram pela porta. Juntos, eles caminharam até o
túnel de transporte e olharam para baixo.
— É meio escuro lá em baixo, — comentou Neil.
— Se eu acabar naquela rede... — ela deixou a ameaça no
ar.
Neil engoliu em seco.
— Eu não vou deixar você cair, juro!
— Certo. — Eva segurou a pedra na mão. — Autem. —
Ela começou a levantar progressivamente do chão. Quando se
aproximou do teto, puxou-se para a beira e para o ar livre à
sua frente no túnel. Ela continuou a flutuar para cima.
— Funciona! — Neil exclamou, dando pulinhos.
— Não pareça tão surpreso; isso está me deixando
nervosa, — disse Eva.
Ela continuou flutuando para cima.
— Neil! Como eu paro?
— Diga prohibere, — ele gritou.
— Prohibere? — Eva perguntou. De repente, ela começou
a cair.
Neil pulou no túnel e a pegou.
— Tente não dizer isso até que esteja no seu nível. Talvez
mais tarde, Nigel e eu possamos trabalhar em um comando de
pausa.
Eva engoliu em seco algumas vezes.
— Certo. Faz sentido.

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Neil a levou de volta à plataforma. Ela respirou fundo e
tentou novamente.
— Autem.
Mais uma vez, ela subiu, desta vez chutou o chão para se
impulsionar para dentro do túnel.
— Acho que peguei o jeito. Vou para o Nível Seis, fique de
olho na Meryn e sob nenhuma circunstância ela pode tentar
fazer isso sozinha. Eu não me importo se você tiver que sentar
em cima dela.
Neil fez uma saudação.
— Se cuida.
— Obrigada.
Eva flutuou suavemente para cima, passando todos os
outros níveis até chegar no mercado. Ela estendeu a mão e
agarrou o teto e puxou-se para a plataforma de lançamento.
— Prohibere. — Ela caiu a distância do teto ao chão. Ela
não pôde deixar de sorrir. Era bom ter sua independência de
volta.
Ela foi ao mercado e deu uma boa olhada ao redor. As
bancadas estavam dispostas em longas e organizadas filas.
Não havia como um feral passar despercebido no mercado em
si; haviam muitas pessoas. Ela andou por um tempo até
passar das barracas.
Ela sorriu ao ver os frutos do trabalho dos gêmeos pela
primeira vez. As casas de pedra que criaram para sua matilha
eram impressionantes. Ela caminhou pela rua larga entre as
duas fileiras de casas.
— Ei, Eva!

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Eva olhou e viu Josie acenando para ela. Ela correu até a
amiga.
— Como vai você? — ela perguntou.
Josie sorriu timidamente.
— Jorge e eu arrumamos uma casa juntos.
Eva abraçou a amiga.
— Essas são notícias maravilhosas! E já estava hora,
mocinha!
Josie corou.
— Passei tanto tempo me preocupando com se ele ainda
me queria, mesmo eu estando grávida do bebê de outra pessoa.
Mas quando estávamos correndo no deserto, o ouvi orando
pelo nosso bebê. Ele realmente disse “nosso bebê”. Eu nunca
deveria ter duvidado dele.
— Eu estou tão feliz por você. — Eva sentiu como se o sol
tivesse saído. Depois de tantas más notícias, era incrível saber
que seus amigos finalmente se uniram.
— Você vem para o churrasco, certo? Houve algumas
conversas sobre cancelamento desde que descobrimos sobre o
Brian, mas o Alfa Stefan diz que precisamos conhecer nossos
vizinhos agora mais do que nunca. — Josie olhou de volta para
a abertura da habitação, onde havia uma barraca barrada por
fita amarela. Ela estremeceu.
— Já têm uma data? — Eva perguntou, mudando de
assunto. Ela não queria Josie estressada por causa dos
assassinatos.
— Depois de amanhã. Eu sei que muitas pessoas estão
preocupadas em viver com tantos vampiros, mas eles têm sido

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tão gentis, Eva. Completos estranhos vieram até nós com
caixas e caixas de coisas para as casas. E a comida não tem
sido nada menos que perfeita. — Josie lambeu os lábios.
Eva tinha a sensação de que Josie estava sendo um pouco
mais mimada do que os outros. Ela era absolutamente
adorável e estava grávida. De acordo com tudo o que ouvira, os
bebês eram uma raridade por ali.
— Eu estarei lá, — ela prometeu.
— Ótimo. Você pode até dar uma passadinha na nossa
casa, e eu vou te fazer um café. Temos água e eletricidade
agora. — Josie apontou para o teto, onde dois canos grandes
percorriam o conjunto habitacional e desciam para cada
estrutura habitacional.
— O que é isso? — Eva perguntou.
— Um cano transporta água, os outros fios elétricos. Eles
são necessários para os serviços públicos. Antes da criação das
casas, eles usavam canos maiores no chão para a eliminação
de resíduos. Eles não são espertos? — Josie sorriu.
— Escute, eu vou checar uma coisa, mas diga pro Jorge
que ele me deve uma cerveja. — Eva deu uma piscadela.
— Uma cerveja, por quê?
— Eu disse a ele que ele iria morar contigo antes do verão;
ele não acreditou em mim.
Josie inclinou a cabeça para o lado.
— Mas, Eva, como você sabia que ficaríamos juntos antes
do verão?
— Porque se os dois não tivessem resolvido as coisas, eu
ia prender os dois juntos com algemas, — disse Eva, rindo.

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Josie deu risadinhas.
— Vou dizer a ele para manter algumas geladas
reservadas para você.
— Obrigada! — Eva acenou e caminhou até o final da
longa fila de casas, seguindo os tubos até que parou em frente
a um grande painel.
Com cuidado, ela puxou a porta e a deixou abrir sozinha.
Enfiou a cabeça para dentro e olhou para cima e para baixo.
Na grande abertura havia três canos. Ela recuou e olhou em
volta. Ela pegou o walkie-talkie.
— Ei, Meryn.
— Ameaça. Câmbio.
— O que?
— Eu sou Ameaça. Câmbio.
— Eu sei que você é uma ameaça, — disse Eva, rindo.
— Não. Esse é o meu codinome, você é Gatinho de
Batalha. E tem que dizer câmbio. Câmbio.
Eva afastou o walkie-talkie e o encarou. Ela o levou de
volta à boca.
— Gatinho de Batalha?
— Sim, é perfeito para você. Câmbio.
Eva esfregou o espaço entre as sobrancelhas.
— Ameaça, o que você disse mais cedo sobre o feral? Algo
sobre oportunidade.
— Bem, Gatinho de Batalha, não tenho muito no que
trabalhar, já que não dá realmente para estabelecer um padrão
com dois incidentes...
— Meryn!

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— Certo, tudo o que eu estava pensando era que os
assassinatos aconteceram bem próximos dos limites do Salão
Principal e do mercado, como se ele pegasse quem estivesse
mais próximo ou algo assim. Câmbio.
Eva olhou em volta. Ela correu para além da casa para
onde o incremento começava. À esquerda, havia uma barraca
com fita amarela; onde encontraram o corpo de Brian. Havia
uma tenda de investigação semelhante montada em torno do
local onde Emily e John haviam sido encontrados. Ela se virou
e notou outro painel na parede.
— Ameaça, você tem um mapa da cidade mostrando
linhas de serviço público? — Eva perguntou.
— Sim, espera aí, vou enviar para você. Por que, o que tá
fazendo? Câmbio.
— Apenas verificando uma coisa. — Eva pegou o celular
e esperou. Após um minuto, foi notificada de que havia
recebido um novo e-mail. Ela abriu o documento e o estudou.
Se ela o estivesse lendo corretamente, os painéis de
utilidade pública continuavam ininterruptamente em uma
linha reta até abaixo da cidade. Eva correu de volta ao painel
no final das casas. Olhou para baixo; estava escuro como um
breu.
Droga.
Ela correu para a nova porta da frente de Josie e bateu.
Josie a abriu e sorriu.
— Duas visitas em um dia? Você deve ter sentido minha
falta.
Eva forçou um sorriso.

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— Ei, de todas as coisas que os vampiros lhe deram, você
não teria por acaso uma lanterna, teria?
Josie assentiu.
— Duas na verdade. É meio escuro por aqui. — Josie se
virou e desapareceu dentro da casa. Ela voltou um minuto
depois, carregando uma lanterna comum e uma presa a um
elástico de prender no corpo.
— Perfeito! Posso emprestar? — Eva perguntou, pegando
a que tinha o elástico.
— Pega, Eva Mae, pode ficar com ela. Eu não preciso. —
Josie olhou em volta. — Está tudo bem?
Eva sorriu largamente.
— Claro que sim. Agora volta pra dentro e vai descansar.
Josie a encarou por um momento e depois sorriu.
— Se você diz. — Ela hesitou. — Tome cuidado, Eva Mae.
— Eu não tomo cuidado sempre?
— Não. Não toma. É por isso que eu disse para tomar
cuidado. Geralmente, você é a primeira a mergulhar de cabeça
no perigo.
Eva riu nervosamente.
— Isso é bobagem.
— Se você diz.
— Obrigada pela lanterna. — Eva levantou a lanterna.
— À disposição, — disse Josie e fechou a porta.
Mergulhar de cabeça no perigo? Quem? Eu?
Eva correu de volta para o painel de acesso e olhou para
baixo.

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— A maldita garota me conhece bem demais. — Ela
puxou o elástico com a lanterna por sobre a cabeça e a ajeitou.
A ligou e passou apertada por um dos três canos até a cavidade
aberta atrás deles. Era um local apertado, mas se ela
conseguia caber, outra pessoa também conseguiria. Talvez não
os guerreiros ou a maioria dos vampiros, mas, pensando bem,
nem todos os vampiros tinham a constituição do seu
companheiro.
Ela deslizou pelos canos pelo que pareceu uma
eternidade. Quando chegou ao fundo, empurrou uma porta de
painel, que se abriu facilmente. Ela pulou de cima do cano e
olhou em volta. Parecia que ela estava em uma série de túneis
abandonados. Eva verificou o mapa e onde ela estava não
constava.
Bem, que inferno.
Ela pegou o walkie-talkie.
— Ei, Ameaça.
— Sim, câmbio.
— Você tem algum mapa que mostra túneis debaixo da
cidade?
— Não. Por quê? Espere, você está em um túnel debaixo
da cidade, não está? — Meryn exigiu.
— Talvez.
— Droga, por que não me levou? Eu amo Indiana Jones,
caramba! Há cobras? — Meryn perguntou animadamente.
Eva rapidamente verificou seus arredores. Ela odiava
cobras!

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— Não, não há cobras. — Ela olhou em volta. Uma luz
fraca emanava no túnel dos dois lados. Não o suficiente para
ver, mas esta criava um brilho misterioso. — Nada de cobras,
mas uma tonelada de sombras. Acho que estou em uma parte
da cidade que não é muito utilizada. As esferas de brilho aqui
em baixo estão praticamente gastas.
— Conte as sombras. Câmbio.
Eva sorriu.
— Ei! Quem apagou as luzes? — Ela sorriu e esperou.12
— Porra! Sério! Eva! Você está bem? Você tem alguma
coxa de frango que possa jogar nas sombras? — A resposta
explosiva de Meryn valeu a pena.
Rindo, ela respondeu:
— Eu estou bem, sua maluca. Além disso, eles usaram
uma coxa de frango para identificar um enxame, não para
apaziguar.
— Certo. A propósito, você é incrível. Câmbio.
— Eu sei. Olha, eu vou dar uma olhada por aqui e depois
voltar para te contar tudo. — Eva realmente não queria passar
mais tempo neste túnel escuro e úmido do que absolutamente
necessário.
— Belezura. Mas se apresse; mal posso esperar para ouvir
o que você tem feito. Câmbio.
— Câmbio e desligo, Ameaça.
Eva virou a cabeça e jogou a luz ao redor do túnel. Ela
estava prestes a voltar para o painel de acesso quando uma

12 Aqui há uma referência a Doctor Who. Tanto a fala: “Conte as sombras”, quanto a:
“Ei! Quem apagou as luzes?”

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mancha escura chamou sua atenção. Ela avançou e se
abaixou. Tocou os dedos na mancha e a cheirou. Seus caninos
se estenderam.
Sangue. Sangue de lobo.
Ela pegou o walkie-talkie e o mudou para o canal dois.
— Adriel, Aiden, entrem, por favor. — Eva sussurrou. Ela
prendeu a respiração, tentando não fazer barulho.
— Adriel aqui. Eva, é você?
— Eu estou em uns túneis debaixo da cidade. Encontrei
sangue de lobo aqui embaixo. Câmbio.
— Eva, volte para os níveis, — ele ordenou.
Eva olhou para cima e viu um par de olhos vermelhos
observando-a na escuridão.
— Não acho mais que isso seja uma opção. — Os olhos
piscaram e desapareceram. Ela ouviu o movimento de pés
escapando pelo túnel. — Oh não, nada disso, seu bastardo! —
Ela começou a correr atrás dele. Ela levantou o walkie-talkie.
— Eu vou atrás dele, Adriel. Se você estiver de frente para o
painel de acesso, eu fui para a esquerda.
— Não! Espere reforços!
— Nós poderíamos perdê-lo! Eu sou forte o suficiente para
matar um único feral, e você sabe disso. — Eva parou e
esperou. A sua esquerda havia som de movimento. Ela
disparou atrás do barulho.
— Estamos chegando. Dois minutos atrás de você.
Quando eu te alcançar, vou bater na sua bunda, — ele
ameaçou.
Respirando pesadamente, ela sorriu.

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— Admita. Você gosta do fato de que eu não me curvo
automaticamente quando você fala, — ela parou e ouviu
novamente.
Na frente dela, dois olhos vermelho rubi a encaravam da
escuridão.
— Eva, o que você acabou de dizer? — Adriel exigiu.
Eva olhou para aqueles olhos enlouquecidos e prendeu o
walkie-talkie no cinto para liberar a mão.
— Vamos, seu filho da puta. Se gostou de sangue de lobo,
vai amar o de tigre, — ela provocou.
Os olhos desapareceram e ela congelou. Atrás dela, Eva
sentiu um hálito quente na nuca. Ele sussurrou algo, e tudo
ficou preto.
*****
— Eva, o que você acabou de dizer? — Adriel gritou no
walkie-talkie. Ele, junto com as unidades Eta e Teta, estavam
correndo pelo mercado até o túnel de transporte. Quando ela
não respondeu, ele rugiu em frustração. Ele prendeu o walkie-
talkie no cinto.
— Adriel, o que? — Micah perguntou.
— É o que ela disse no meu sonho antes de eu a encontrar
morta. — Adriel pulou no túnel e voou pelos níveis.
— Não no meu turno! — Micah gritou.
Ao lado dele, Micah gritou um feitiço e, pouco antes de ele
cair na rede, esta desapareceu. Ele caiu com força e olhou em
volta.
— Adriel, o painel de acesso de que ela está falando é por
aqui. — Dimitri apontou e os homens correram atrás dele.

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— Que lugar é esse? — Declan rosnou.
— O Fosso. O nível abaixo do nível um em que a
manutenção da cidade é feita, — explicou Grant antes de parar
bruscamente. Ele cheirou o ar e engoliu em seco. — Sangue,
sinto cheiro de sangue, — ele sussurrou.
— Não, — Adriel silvou. Ele também sentiu o cheiro e
correu descuidadamente na direção deste. No final do longo
corredor havia uma grande porta de madeira. Ao contrário do
seu sonho, ele nem tentou girar a maçaneta da porta; ele
simplesmente se inclinou e chutou a porta. Esta se estilhaçou
com a força, jogando lascas de madeira na sala.
Equipamentos velhos e enferrujados estavam empilhados
ao longo das paredes e caixas de madeira criavam um labirinto
diante deles.
— Onde ela está?! — Adriel gritou. Ele correu de forma
imprudente por entre as caixas.
— Encontrei! — uma voz chamou.
Adriel levitou acima das caixas e imediatamente se
concentrou no lugar de onde as luzes estavam convergindo. Ele
voltou ao chão e encontrou Dimitri embalando Eva
gentilmente. Parecia que da cintura para baixo, seu jeans azul
estava marrom escuro, encharcado de sangue. Um vislumbre
de carne pálida estava aparecendo onde o atacante rasgou o
jeans para chegar à pele dela.
— Dê ela para mim!
Dimitri a entregou para ele. Adriel a deitou e, usando
suas garras, arrancou a calça jeans de seu corpo. Ele usou
uma perna da calça e envolveu-a em torno da ferida aberta de

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mordida na parte interna da coxa de Eva. Ele a amarrou o mais
apertado possível, sem causar danos. Ele olhou para seu
segundo em comando.
— Prepare o Broderick. Vou leva-la diretamente para o
seu laboratório no Nível Um. — Declan se virou e começou a
organizar Broderick e Caspian para receber Eva.
Adriel checou delicadamente a outra perna dela; esta
estava intocada. Ele a pegou no colo cuidadosamente. Ele
olhou para Declan.
— A Eta fica comigo; você está de guarda. — Ele se virou
para Dimitri. — Encontre este bastardo, encontre-o e traga-o
para mim, — ele ordenou.
Os olhos de Dimitri ardiam.
— Às suas ordens. — Ele levantou o punho contra o peito
e começou a gritar ordens para a Unidade Teta.
Adriel não esperou para ver o que fariam. Depois de correr
pelos corredores, ele conhecia a estrutura. Ele foi para o ar e
voou. Quando a passagem se abriu para o túnel de transporte,
ele disparou para cima, indo diretamente para a porta de
Magnus. Esta estava aberta, e um ansioso Sebastian os
esperava.
— Eles estão prontos para ela, — ele falou atrás de Adriel.
Em vez de ir direto para os aposentos, ele foi para a
esquerda. Por outro longo corredor até ver Caspian esperando
perto de outra porta aberta.
— Por aqui!
Adriel entrou correndo e colocou sua companheira na
mesa.

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— Ela foi mordida; perdeu muito sangue.
— Verifique se há deterioração, — sugeriu uma voz
masculina.
Adriel olhou ao redor da sala. Aiden e uma Meryn de
aparência frenética estavam ao lado de Gavriel e uma Beth
igualmente preocupada. Atrás dele, sua unidade os alcançou
e fechou a porta.
Broderick virou-se para Aiden.
— Por que deterioração?
— Quando Colton foi mordido, sua ferida não cicatrizava.
A mordida do feral estava deteriorando um pouco mais rápido
do que suas habilidades de shifter podiam curar. Parece ser
um novo desenvolvimento. — Os olhos de Aiden brilharam de
raiva ao lembrar.
Adriel viu impotente quando Broderick recolheu o sangue
em uma lâmina de vidro e o entregou ao companheiro. Caspian
foi para o outro lado da sala e colocou a lâmina sob um
microscópio.
Broderick começou a limpar delicadamente a ferida
usando gaze branca limpa.
Um minuto depois, Caspian confirmou seus piores
medos.
— Ela está infectada.
Adriel virou-se para Aiden.
— O que fazemos?
— Gavriel doou sangue. Isso deu um impulso ao sangue
shifter e permitiu que ele se curasse, — explicou Aiden.
Adriel estendeu o braço.

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— Pegue o meu. Pegue o que ela precisar.
Broderick olhou ao redor da sala, com preocupação
escrita por todo o rosto.
— Ela precisará de um tanto, provavelmente mais do que
Adriel pode fornecer com segurança.
— Não se preocupe, amor; eu também doarei. — Caspian
ofereceu.
Broderick pareceu aliviado.
— Deite-se, Adriel, vamos começar.
Adriel rapidamente pulou na maca e foi levado ao lado de
Eva. Os segundos pareciam se arrastar, mas, antes que ele
percebesse, a agulha estava posta e seu sangue estava fluindo
para sua companheira. Depois de alguns minutos, Eva gemeu
e seus olhos começaram a tremular.
— Tudo bem; vamos trocar agora, — Broderick disse,
virando-se para remover sua agulha.
Adriel colocou a mão em volta do braço, protegendo a
agulha.
— Eu posso doar mais.
Broderick sacudiu a cabeça.
— Adriel, ela está se saindo muito melhor, deixe o
Caspian doar.
Adriel sabia que a coisa mais inteligente a fazer seria
permitir que Caspian doasse para Eva. Mas mesmo que isso
não tivesse sido falado, ele sabia que se permitisse que Caspian
doasse, ele e Eva formariam um laço eterno. Adriel não a
queria presa a ninguém além dele.

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— Não. — Ele fechou os olhos. — Ninguém além de mim.
— Ele poderia facilmente doar mais; ele se sentia bem.
— Adriel, qualquer vampiro pode doar para Eva, mas não
para você. Por favor, deixe o Caspian doar, — implorou
Broderick.
— Não. Ela é minha, — Adriel silvou, e suas presas se
estenderam além do queixo. Tudo estava ficando turvo, mas
ele se lembrava de uma coisa: ele não podia mover a mão.
Broderick, Caspian e até Aiden tentaram afastar seus dedos,
mas não conseguiram.
— O que ele está fazendo? — ele ouviu uma voz celestial
perguntar.
— O maldito idiota está se matando, — respondeu
Broderick.
— O que?!
Adriel sorriu ao som da voz dela.
— Meu amor.
— Eu vou te bater daqui até o final desse nível se você
não mexer sua mão! — a mulher gritou.
Ele riu.
— Tão esquentadinha. — Ao toque dela, a mão dele caiu
para o lado. — Só vou descansar por alguns minutos, amor.
Ele fechou os olhos e caiu em um abismo frio.
*****
— Tira isso! — Eva gritou, erguendo o braço.
Broderick removeu rapidamente a agulha.
— Ele doou demais.

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Eva olhou ao redor da sala; ela começou a pular da mesa
e estremeceu, sua perna queimava.
— O filho da puta me mordeu. — Fazendo uma careta,
ela se sentou e encarou Adriel. — Ok, então quem pode lhe
doar sangue? — Todos ao seu redor ficaram em silêncio. —
Bem?
Broderick torceu as mãos.
— Os vampiros são doadores universais. Como eles
ingerem tantos tipos diferentes de sangue, seu próprio sangue
é compatível com qualquer pessoa. No entanto, para receber
sangue, um vampiro precisa de outro vampiro do mesmo tipo
sanguíneo.
— Então, traga alguém aqui com o seu tipo sanguíneo. —
Ela estendeu a mão e tocou a bochecha de Adriel. Ele estava
gelado.
Broderick sacudiu a cabeça.
— Não é tão fácil assim. Ao contrário dos shifters e
humanos, os vampiros têm suas próprias linhas de sangue,
geralmente rastreáveis à sua linhagem familiar, sua linhagem
de sangue. Adriel não tem família na cidade. Se ele fosse um
DuBois doando para um Fabre ou Tremblay, poderia
funcionar, suas linhas de sangue se interpuseram ao longo dos
séculos, sendo de sangue Nobre ou Fundador, mas o Adriel
não.
A mente de Eva vasculhou informações. Ela não ia perdê-
lo, não agora, não por causa dela. Ela olhou ao redor da sala;
em todo lugar que olhava, via resignação e simpatia. Os olhos

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dela encontraram os de Gavriel. Os olhos cinzentos dele,
exatamente como os... Ela ofegou.
— Ele é um Ambrosios! — ela gritou, estendendo a mão
para Gavriel.
As sobrancelhas de Gavriel se juntaram quando ele
franziu o cenho ferozmente.
— Não, ele não é. Eu saberia. Minha família se foi.
Eva balançou a cabeça.
— Não há tempo para explicar, ele é. Por favor! — ela
implorou.
O rosto de Gavriel se suavizou.
— Eu sei que você quer salvá-lo, mas se eu desse a ele
meu sangue e não fôssemos parentes, isso o mataria.
— Ele tem o Livro da Vida da Casa Ambrosios, Deuses!
Olhe para ele! Vocês poderiam se usar como espelhos para se
barbearem! — Eva gritou.
Beth ofegou e deu um passo à frente; manchas brancas
de lágrimas em suas bochechas.
— Ela está certa, ele poderia ser seu irmão de tão
parecidos. Por que eu nunca vi isso?
Gavriel agarrou suas mãos.
— Isso é muito importante. Ele realmente tem o Livro da
Vida dos Ambrosios?
— Sim! Ele disse que sim, foi passado a ele por sua
tataravó. Ela era humana e foi expulsa de Noctem Falls quando
seu companheiro vampiro foi morto. Ela mudou o nome para
que não a encontrassem. — Eva engasgou com as lágrimas.

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Ela olhou nos olhos de Gavriel. — Por favor, salve ele, — ela
implorou.
Gavriel estendeu a mão e simplesmente rasgou o terno e
a manga da camisa.
— Broderick, vamos. — Ele ofereceu o braço.
— Obrigada, obrigada, obrigada, — Eva repetiu. Beth
passou um braço por seus ombros.
— Ele vai ficar bem.
O sangue de Gavriel já estava fazendo a diferença. A pele
de Adriel, que estivera gelada ao toque, estava esquentando.
Eva deitou-se novamente e rolou de lado. Pegou a mão dele.
Atrás dela, Beth gentilmente acariciava seus cabelos.
— Descanse, Eva, nós cuidaremos de vocês dois. São da
família.
Ela fechou os olhos, mas manteve a mão na do
companheiro; se ela o estava tocando, ele não poderia deixá-
la.
— Apenas cinco minutos, e então eu gostaria de um
pouco de café e um sanduíche. — Ela ouviu alguém rir e sorriu
com tal som; esta foi a última coisa que ela ouviu por um
tempo.

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Capítulo 13

Eva sorriu enquanto olhava ao redor. Sua matilha, fiel às


raízes do Texas, organizou um dos maiores churrascos que ela
já vira. Os vendedores vampiros haviam se superado,
fornecendo carrinho após carrinho de comida. As crianças
brincavam no meio do mercado sob os olhos atentos tanto de
shifters quanto de vampiros. Os vampiros já estavam mimando
muito as crianças shifters, para grande surpresa de seus pais.
Quando Adora ouviu quão poucas crianças nasceram na
cidade nos últimos cem anos, ela organizou babás vampiros
para que todos pudessem ter a chance de brincar com as
crianças; foi um grande sucesso.
Jorge passou outra cerveja para ela. Ela assentiu e
aceitou.
— Então você encontrou o bastardo que matou nosso
povo?
Eva assentiu.
— Sim, mas ele escapou.

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Alanea Alder
— Vamos encontrá-lo, Eva. Estamos tentando convencer
o Príncipe Magnus a nos deixar caçar lá em pequenos bandos.
— O que ele disse? — Ela e seu companheiro haviam
dormido por quase trinta e seis horas. Quando acordaram,
muito já havia sido discutido sobre rastrear Augustus. Ela
ainda estava tentando recuperar o atraso.
Jorge olhou para a multidão.
— Ele quer garantir que os túneis estejam seguros antes
de permitir que grandes grupos andem por lá.
— Parece uma boa ideia. Eu estava lá embaixo, Jorge,
algumas paredes pareciam estar prestes a tombar.
Jorge a olhou.
— Então ele não estava apenas tentando nos impedir de
ir lá em baixo?
Ela balançou a cabeça.
— Não, eu acredito nele. Está muito ruim lá em baixo.
Jorge recostou-se.
— Eu me sinto melhor depois de ouvir você dizer isso. Vou
informar o resto do bando.
— Eu apreciaria isso.
— Você sabe que o Stefan quase perdeu a cabeça quando
ouviu que você quase morreu.
— Merda. Eu falo com ele mais tarde. Embora o porquê
dele ser tão fixado em mim eu nunca vou saber.
Jorge riu.
— Você não lembra, lembra?
Eva vasculhou o cérebro.
— Do que?

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— Inferno, ele vai me matar se descobrir que eu te disse.
— Jorge olhou em volta para garantir que ninguém mais
estivesse ouvindo. — Você provavelmente não se lembra
porque criou o hábito de tirar filhotes de lobo de problemas.
Mas a razão pela qual Stefan a trata da maneira que trata é
porque você salvou a vida dele e a minha quando éramos
jovens.
Eva franziu o cenho.
— Salvei?
— Sim. Você se lembra de se transformar em tigre e ficar
entre um bando de coiotes e dois filhotes de lobo?
O queixo de Eva caiu.
— Eram vocês dois?
— Sim. A partir de então, para ele, você era sua irmã mais
velha, sua Eva. — Jorge inclinou a cerveja em direção à
multidão, apontando para onde Stefan estava jogando crianças
no ar e fazendo-as gritar.
Eva sentiu as bochechas arderem.
— Filhotes bobos.
Jorge lhe jogou um olhar cheio de amor.
— Não pense que não sei que foi você quem lutou contra
aqueles ferals no deserto, dando-me tempo para levar a Josie
para um lugar seguro. Você também é minha irmãzona. Não
descansaremos até o filho da puta que te machucou estiver
morto aos nossos pés, — ele prometeu.
— Você não pode simplesmente nomear seu filhote em
minha homenagem? — ela rebateu. Eva realmente não queria
se preocupar com Jorge e Stefan nas entranhas da cidade.

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Jorge jogou a cabeça para trás e riu.
— Nem a pau! Só existe uma Eva Mae.
— Eu mesmo não poderia ter dito melhor, — concordou
uma voz sexy.
— Também te amo, — Eva fez biquinho e não ficou
desapontada. Adriel se inclinou e a beijou completamente.
Depois de quase morrerem, eles nunca perdiam a chance de
mostrar afeto.
— Você tem um momento? O Gavriel, a Beth, a Meryn e
o Aiden estão nos esperando. Aparentemente, eu tenho uma
história para contar. — Ele estendeu a mão e a ajudou a se
levantar.
— Qualquer coisa para você. — Ela se inclinou e beijou
sua mandíbula.
Adriel inclinou a cabeça para Jorge e a levou em direção
ao túnel de transporte. Eva viu todos esperando por eles na
plataforma. Eles tinham acabado de chegar ao grupo quando
um homem parou na frente deles.
— Eva, não? Lamento ouvir sua provação. Quão terrível
deve ter sido ser mastigada assim! — Ivan DeLaFontaine
sorriu, seus olhos dançando com alegria.
— Bem, abençoado seja, — disse ela, sorrindo de volta.
— Eu sei o que isso significa. Isso é um “vai se foder” do
sul, — Meryn disse, aparecendo ao lado dela.
O sorriso de Ivan rachou um pouco.
— E aí está a anã do comandante. Eles não te ensinaram
a falar só quando falam contigo, garotinha? — ele perguntou a
Meryn condescendentemente.

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Eva apenas começou a rir.
— Seu pobre bastardo. — Balançando a cabeça, ela sorriu
para ele.
— Isso. É. Sparta! — Meryn gritou.
Sem pensar duas vezes, Eva deu um giro e o chutou
direto no peito. Igual ao escolta de túnel, ele voou para trás, no
túnel. Sorrindo, Ryuu estalou os dedos e Ivan convulsionou
quando a eletricidade azul percorreu seu corpo antes que ele
sumisse de vista. Uivos de lobo e assobios penetrantes dos
vampiros explodiram atrás deles. Aplausos e risadas
explodiram quando os refugiados cantaram seu nome.
— Eva! Eva! Eva!
Aiden, Adriel e Gavriel sorriram orgulhosamente.
Beth riu.
— Eu não deveria estar rindo, mas quero fazer isso há
décadas! Oh, Meryn, você é uma alegria! — Beth beijou o topo
da cabeça de Meryn. Ela virou-se para Eva. — Como você sabia
que a rede foi substituída?
Eva piscou.
— A rede foi substituída?
— Ela é incrível! Você viu aquele chute! POW! — Meryn
adotou uma postura defensiva e cortou um tronco imaginário
com karatê.
— Valerá a dor de cabeça mais tarde, acalmando a família
DeLaFontaine. — Beth passou os braços pelos de Eva. — O
chute foi impressionante.
Eva acenou para sua matilha idiota e virou-se para o
companheiro.

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— Sinto muito por isso.
Adriel deu de ombros.
— Eu não sinto.
Meryn andou de forma fanfarrona até o companheiro.
— Há um novo xerife na cidade, parceiro.
Gavriel passou um braço em torno de Beth.
— Damas, acredito que Sebastian fez algumas
guloseimas especiais para nós, a meu pedido. — Ele piscou um
olho para Meryn.
— Guloseimas? Pudim Mágico? — Meryn pulou no túnel
e desapareceu de vista.
— Meryn! — Aiden gritou, correndo até a beira. Meryn
flutuou para cima e parou na entrada.
Eva virou-se para Beth.
— Ela esqueceu de lhe contar sobre as pedras? — ela
perguntou casualmente.
— Eu diria que essa é uma suposição correta.
Aiden puxou uma Meryn flutuante para os braços e se
recusou a soltá-la.
— Ai-den! Não é como se o Ryuu fosse me deixar cair. —
Meryn se mexeu até que ele a soltou. — Os gêmeos me deram
essa pedra legal para eu não precisar mais de escolta.
Aiden virou-se para Adriel.
— Isso foi sábio?
Adriel fez uma careta.
— É tarde demais agora, suponho.
— Meryn, que palavra eles escolheram para parar? — Eva
perguntou.

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— Spatium, — disse Meryn.
— Massa.
Ryuu entrou no túnel para ficar no ar ao lado de Meryn.
Gavriel acompanhou Beth. Adriel olhou entre ela e seu
comandante. Ela mostrou a pedra dela.
— Nunca saio de casa sem ela, — ela piscou um olho.
Adriel escoltou Aiden para baixo enquanto ela e Meryn
brincavam com os diferentes comandos. Uma vez no Nível Um,
Beth deu batidinhas nos lábios.
— Gostaria de saber se os gêmeos poderiam me fazer
uma.
— Provavelmente, embora eles tenham que ter certeza de
que não têm nenhuma grande magia para fazer. Eu ouvi que
isso acaba com eles, — Meryn informou a irmã.
Sebastian manteve a porta aberta para eles.
— Meu príncipe está lhes esperando na sala de jantar.
Quando Eva pegou a mão de seu companheiro, ficou
surpresa ao descobrir que esta tremia um pouco. Ela deixou
os outros os ultrapassarem. Assim que estavam fora de vista,
na sala de jantar, ela levantou uma sobrancelha.
Ele balançou a cabeça. “Nervoso”, ele falou sem fazer
som.
Ela se inclinou e descansou os lábios nos dele. Ele
respondeu esfregando seus narizes.
— Vamos. — Ela levantou a mão dele e a beijou.
Juntos, eles entraram na sala de jantar e sentaram-se em
suas cadeiras habituais, mas, ao contrário de antes, havia um
peso no ar.

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Magnus o olhou.
— Filho, acredito que você tem uma história para contar.
Adriel respirou fundo e se levantou.
— Eu tenho, mas primeiro, Sebastian, por favor. Eu
entreguei esta manhã.
Sebastian deu um passo à frente com um olhar de
reverência no rosto. Ele entregou a Gavriel um objeto
embrulhado em linho. Com as mãos trêmulas, Gavriel o
aceitou e gentilmente o colocou sobre a mesa. Ele abriu o pano
dobrado para revelar um grande tomo encadernado em couro
decorado.
— É real; este é o Livro da Vida dos Ambrosios. — Ele se
virou para Adriel, com lágrimas nos olhos. — Obrigado por
guardá-lo. Eu pensei que ele estava perdido, destruído pelas
mãos daqueles cegos demais pelo ciúme para ver o verdadeiro
presente que este é.
Gavriel abriu as páginas e seus olhos viajaram da
esquerda para a direita antes de parar. Ele inalou bruscamente
enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto sem controle.
— Aylia. O nome da minha mãe era Aylia. Depois de
tantos anos, eu tinha esquecido. — Ele fechou os olhos e
recostou-se.
Adriel começou a tremer ao lado dela.
— Isso é impossível; ela é um dos primeiros membros
registrados da família. Ela é uma das nossas Originadoras.
Para você ser filho dela, você teria que ter... — Ela viu seu
companheiro pragmático inalar bruscamente e depois começar
a hiperventilar.

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Beth enxugou os olhos.
— Céus.
Eva esfregou as costas do companheiro em círculos
suaves.
— Calma, apenas respire.
Adriel apenas continuou se engasgando com ar e apontou
para Gavriel, que o observava com um sorriso gentil no rosto.
— O que? — Eva perguntou. — O que estou perdendo?
Por que meu companheiro está tendo um colapso?
Gavriel girou o livro sobre a mesa para que ela pudesse
vê-lo. Ele apontou para o topo da árvore genealógica.
— Essa é a minha mãe.
Os olhos de Eva traçaram gerações de nomes de vampiros
na página até que no fim ela viu o de seu companheiro. Ela
engoliu em seco.
— Isso dá quantos anos?
— Mais de dez mil, — respondeu Gavriel.
Meryn pulou da cadeira e olhou para a página. Ela
começou a rir.
— Olhe para o seu pequeno pontinho.
Eva se concentrou no que Meryn estava apontando. No
topo da página, sem descendentes listados abaixo como os
outros, o nome “Gavriel” estava escrito com o letreiro mais
magnífico que ela já vira em qualquer iluminura. Era um galho
solitário no topo da árvore.
— Você é o meu... meu... — Adriel tentou respirar mais
profundamente.
Gavriel estremeceu.

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— Podemos não contar os tataras?
Adriel apenas assentiu.
— Claro.
Meryn deu um tapinha em Beth.
— Você tinha uma quedinha pelo super-tatara sobrinho
do seu companheiro ou algo assim.
Beth bateu com as duas mãos sobre a boca e Meryn riu.
Eva riu.
— Bem, faz sentido se ela estava destinada ao Gavriel,
não é?
Beth abaixou as mãos.
— Quando você diz assim, faz sentido.
Eva virou-se para o companheiro.
— Como você está?
— Melhor, melhor. — Adriel ainda parecia um pouco
enlouquecido, mas estava respirando com mais facilidade. Ele
se virou para Magnus. — Se eu tinha o livro, e ele estava
desaparecido há milhares de anos, por que você contou às
famílias Fundadoras e Nobres que verificou a identidade dele?
Como você poderia ter verificado sua reivindicação quando eu
tinha o Livro da Vida dos Ambrosios?
— Isso está ficando bom, — Meryn recostou-se na cadeira
e colocou uma colher de pudim na boca.
Magnus recostou-se.
— Porque Gavriel foi capaz de recitar os nomes de cada
membro das famílias Fundadoras e Nobres desde a época da
criação dos livros. Eu poderia não ter o livro dos Ambrosios,
mas tinha os outros.

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— Deuses, o que você deve ter visto. — Adriel olhou para
Gavriel, maravilhado.
— Por que sua família acabou saindo da cidade? Eva
disse algo sobre ser expulsa, — perguntou Gavriel.
— Minha tatara-tatara-tataravó era humana. De tudo que
ouvi, acasalamentos entre espécies não eram tão amplamente
aceitos como são agora. Ela foi forçada a sair de casa, mas
conseguiu levar a única coisa que provava quem ela era, já que
o nome dela foi registrado como sendo da companheira de um
Ambrosios.
— Procurei por milhares de anos, mas não encontrei
nenhum vestígio de minha família após a Grande Guerra. —
Gavriel traçou a tinta na página.
— Ela era inteligente. Sabia que, se mantivesse o nome
Ambrosios, nunca teria um momento de paz. Então, mudou o
nome e tornou uma tradição que todas as gerações depois o
mudariam. Para qualquer pessoa da comunidade paranormal,
erámos simplesmente uma jovem família de vampiros sem
vínculos, — explicou Adriel. — Após a Grande Guerra, o nome
Ambrosios se tornou um alvo depois de ser elevado pelo
conselho à realeza. Acidentes aconteceram, muitos acidentes,
e antes que alguém percebesse o último Ambrosios conhecido
se foi e a Casa foi extinta.
Os olhos de Gavriel relampejaram.
— Você tem ideia de quem foi o responsável?
Adriel balançou a cabeça.

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— Não acredito que tenha sido uma família só, mais
provavelmente foi um esforço grupal daqueles que se sentiram
menosprezados.
— Depois de tudo que fizemos tentando salvar o maior
número possível de vidas, foi assim que minha família foi
recompensada. — O rosto de Gavriel parecia cansado e triste.
— Olhe para onde isso os levou. Não é como se algum
deles tivesse se tornado da realeza. Quero dizer, a gente não
acabou de chutar um membro de Família Fundadora na rede?
— Meryn perguntou, acenando com a colher.
Magnus empalideceu.
— Você o que?
Beth girou na cadeira.
— Bem, titiozinho, ele realmente mereceu.
Magnus cobriu os olhos com a mão.
— Quem?
— Ivan DeLaFontaine, — disse ela, fechando um olho e se
afastando do tio.
A mão de Magnus desceu sobre a mesa com um enorme
estrondo.
— O quê?! Por quê?
— Babaca, — respondeu Meryn.
Ao redor da mesa, todos estavam assentindo. Magnus se
virou e olhou de pessoa para pessoa.
— Por favor, diga-me que ele cometeu uma grande
transgressão.
— Ele me chamou de anã! — Meryn gritou com raiva.
A boca de Magnus se contraiu.

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— Que os Deuses não permitam isso. — Ele se virou para
Gavriel e acenou com a mão para todos sentados ao redor da
mesa. — Eu praticamente criei a Bethy. Adriel me serviu
honrosamente por séculos. Sinto que fiz muito por esta família.
Alguns dias após sua chegada, Adriel se acasala com uma
tigresa protetora e você traz um pequeno ciclone humano para
minha cidade. O que tem a dizer em sua defesa?
— De nada. — Gavriel fechou o livro e recostou-se, um
sorriso satisfeito no rosto.
Magnus desabou contra a cadeira rindo.
— Eu estava cansado de governar de qualquer maneira.
— Tio, não fale assim. Você tem muitos apoiadores, basta
ver como as pessoas estão felizes no Nível Seis. Nunca vi nosso
povo agir como uma comunidade antes, abrir a cidade nos
salvou tanto quanto salvou outros. — Beth pegou a mão do tio.
Meryn sorriu maliciosamente.
— Além disso, há mais quatro membros da família Real
para apoiá-lo agora.
Magnus sentou-se ereto rapidamente.
— Meryn, você é um gênio!
— Eu sei, eu te disse, é o que eu faço. — Meryn balançou
as sobrancelhas para ele.
Magnus olhou de Gavriel para Adriel e de volta para
Gavriel.
— Mais dois Príncipes mudariam dramaticamente a
política da cidade.
Adriel e Gavriel estremeceram, trocando expressões de
dor. Gavriel virou-se para Magnus.

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Alanea Alder
— Não sei se falo por Adriel, mas prefiro ficar de fora da
política da cidade. As Famílias Nobres e Fundadoras acreditam
que sou um descendente distante e incapaz de reivindicar
qualquer poder real aqui na cidade, fico muito feliz deixando
que acreditem nisso. Tenho plena intenção de voltar para
Lycaonia com meu Comandante da Unidade quando nossa
visita terminar.
Adriel assentiu.
— Minha própria mãe escolheu o nome Aristaios e tenho
orgulho do que ele representa. Como o Gavriel, prefiro
permanecer como estou. Gosto de ser um líder de unidade.
Gavriel sorriu.
— Aristaios. A lenda grega de um homem nascido de uma
mãe humana e um pai imortal. Convém a você, não que não
seja bem-vindo para reivindicar o sobrenome Ambrosios. Eu
ficaria honrado e orgulhoso em reivindicá-lo como família.
Meryn revirou os olhos.
— Eles já são da família.
Adriel inclinou a cabeça para Gavriel.
— Eu sei o que ele quer dizer. — Ele se virou para encarar
Eva. — Apesar de minha companheira ter um futuro brilhante
pela frente na política, vou recusar e permanecer com
Aristaios.
— O que ele quer dizer com futuro brilhante? —
perguntou Magnus.
— Foi a Eva que chutou o Ivan para dentro do túnel, —
explicou Meryn.
Eva deu de ombros e sorriu.

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— É um dom.
Gavriel virou-se para Magnus.
— De qualquer outra maneira que não implique que eu
entre na arena política, você tem meu total apoio.
— O meu também, — Adriel concordou.
— Muito bem. — Magnus suspirou. — Nós já fizemos
grandes progressos desde que você chegou, acredito que mais
pode ser realizado antes de você voltar para Lycaonia.
— Como rastrear o feral que atacou a Eva, — Meryn
rosnou.
Eva virou-se para o companheiro.
— Aqueles painéis podem ser selados?
Beth balançou a cabeça.
— Eu já verifiquei; eles são necessários para manutenção.
— Eles precisam ser capazes de serem abertos do interior
depois do Nível Um? — Meryn perguntou.
Beth pensou por um momento.
— Não, acredito que não. — Ela recostou-se, parecendo
enojada. — Por que eu não pensei nisso?
Meryn jogou um olhar monótono para a irmã.
— Porque você tem acompanhado todo o resto para todos
os outros. Eu, da minha parte, gosto de ser uma cadela
egocêntrica. Isso mantém minha mente livre de merdas
diversas de outras pessoas, como requisitos de moradia e
aniversários. Dessa forma, posso me concentrar em assuntos
importantes como Doctor Who, Supernatural e Wi-Fi.
— Você quer dizer, manter a mente livre para resolver os
problemas que ninguém mais pode, — brincou Aiden.

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Meryn deu de ombros.
— Isso também.
Magnus bateu com os dedos no braço da cadeira.
— Sinto que poderíamos fazer mais para manter a cidade
segura.
Meryn raspou a tigela com a colher.
— Eu poderia instalar câmeras de segurança em locais
chave da cidade, para que ela pudesse ser facilmente
monitorada por um ou dois guerreiros, deixando o resto livre
para rastrear o assassino.
Magnus se virou e abriu a boca. Mas Sebastian acenou
para que ele ficasse em silêncio. Este entregou a Meryn uma
caderneta e um pedaço de papel.
— Anote o que precisar, farei chegar aqui até amanhã.
— Maneiro! — Meryn olhou para Magnus. — Você me
compra uma nova capa de notebook?
Magnus franziu o cenho.
— É claro, adicione o que quiser, Meryn, você mais do que
merece, — ele disse roucamente. Cantarolando feliz Meryn
começou sua lista de equipamentos técnicos.
— Molenga, — Beth disse antes de se inclinar para beijar
o tio na bochecha.
Ele falou atabalhoadamente:
— Bem, ela mereceu.
Eva virou-se para o companheiro.
— Podemos voltar para o churrasco? Estou morrendo de
vontade de comer um pouco da torta de cereja da Adora.

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Adriel virou-se para Magnus, mas o homem já estava de
pé e lambendo os lábios.
— Torta de cereja, você diz?
Adriel a olhou.
— Acho que terminamos aqui. Vamos, minha pequena
guardiã, hora de você relaxar.
Eva balançou a cabeça. Ela podia cuidar dos outros, mas
não menos que seu companheiro.
— Hora de você experimentar uma torta de cereja e um
churrasco do Texas.
Adriel balançou a cabeça.
— Só desta vez; sabe quanta gordura há na carne de
porco?
Rindo, ela arrastou seu companheiro de volta para o túnel
de transporte. Ela sabia que passaria o resto de suas vidas
tentando convencer seu companheiro a experimentar
alimentos cheios de açúcar e cheios de gordura, assim como
ele provavelmente usaria aquele corpo incrível para fazê-la
tentar diferentes movimentos de ioga. Juntos, eles se
equilibravam perfeitamente, como deveriam.

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Epílogo

Declan estava de pé no laboratório de Broderick e olhava


a porta. Em seus sonhos, os olhos frenéticos de sua
companheira imploravam para ele, através do painel de vidro,
para abrir a porta enquanto chamas lambiam seu corpo.
— Declan, filho, há algo que eu possa fazer por você? Você
não está machucado, está? — Broderick perguntou, parecendo
surpreso.
— Não, senhor, eu estou bem. Só curioso com a sua
porta.
Broderick sorriu largamente.
— O Magnus conseguiu ela para mim. Bloqueio
biométrico. Só o Caspian e eu podemos entrar.
Declan engoliu em seco.
— Há uma trava biométrica para sair?
Broderick franziu a testa.
— Claro que não. Vá em frente e tente você mesmo.

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Declan foi até a porta e girou a maçaneta. A luz piscou de
vermelho para verde e esta se abriu facilmente. Ele permitiu
que ela fechasse novamente.
— Você vai para o churrasco? O Caspian pode facilmente
levar nós dois lá para cima, — Broderick ofereceu.
— Um cientista bonito me mencionou? — Caspian
perguntou vindo da área de armazenamento.
— Sim, amor. Você está pronto?
— Nasci pronto. Vamos ver nossa filha? Ela tem estado
tão ocupada com o projeto habitacional que sinto que não a
vimos nenhum pouco, — Caspian fez beicinho.
— Então, por todos os meios, vamos até ela agora. —
Broderick ofereceu ao companheiro seu cotovelo.
— Declan?
— Certo, sim, uma escolta seria muito apreciada.
Obrigado. — Declan sorriu forçadamente.
Broderick e Caspian saíram e a porta se fechou.
Respirando fundo, Declan girou a maçaneta.
— Só continue abrindo como deveria, — Declan
murmurou baixinho para a porta.
Desde que o ataque à Eva provou que o sonho de Adriel
tinha sido parcialmente verdadeiro, ele temia seus sonhos. Era
possível dar sangue a um vampiro ou shifter e fazê-lo curar,
mas como ele poderia salvar sua companheira do fogo?
Ele estava dividido entre rezar para nunca encontrar sua
companheira, e rezar para que ele se apressasse e a
encontrasse. Dessa forma, ele poderia coloca-la em segurança
longe das portas do laboratório.

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Fique segura, amor.

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