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As Quedas

Parte 1 - Arthur, o Paladino da Vida

Estava difícil respirar. O pulmão de Arthur trabalhava loucamente para funcionar


enquanto brandia a espada com toda a sua força, sem parar um segundo para descansar
mesmo o braço que erguia o escudo.

Nada estava funcionando direito desde que chegaram à névoa. O incidente com
Nemeia pulando para fora do barco ainda deixava-o meio zonzo, e agora o príncipe
prometido de Alberich estava lutando pata matar todos ali, inclusive a princesa.

Nos momentos que antecederam sua queda, Arthur pouco pensava. Precisava tirar
Ivellius das mãos da marionete de sombras que um dia poderia ter sido seu rei. Precisava
tirar todos dali e cumprir seu juramento, precisava honrar seu compromisso com a Vida.

Brandir a espada. Erguer o escudo. Tirá-los dali. Repetir.

"Se me ajudar a tirá-los daqui", prometeu à sua Deusa, mal se lembrando que ela
não tinha poder ali. "Dobro meu juramento à vós".

Arthur respirou fundo e brandiu a espada novamente.

O resto da batalha foi terrivelmente rápida. Os movimentos iam e vinham, mas ao


ver Ivellius ser atingido, o tempo parou. Arthur começou a sentir sua visão avermelhar,
já se preparando para desistir de tudo. Por um instante quase sentiu raiva da Deusa por
não lhe ajudar em um momento tão crítico… até a Portadora da Vida começar a cair em
luz e Arthur ver seu amigo vivo e bem ao desviar o olhar.

Um baque aconteceu, e o Paladino mal pode dizer se a forte ventania que sentiu
viera de fora ou de si mesmo. Ele sabia a resposta para a pergunta antes mesmo dessa
chegar.
Sim, é claro que ele aceitaria se tornar o novo portador da Vida. Seria sua maior
honra. O faria com gosto. Além disso, se esse era o preço para salvar seus companheiros,
era um preço baixo a se pagar.

Ele finalizou a batalha logo em seguida, com a benção da Vida e os poderes que ele
lutou tanto para conseguir. O vento parecia ficar mais forte a cada segundo enquanto seu
rosto parecia esquentar.

Depois de cair, ele sorria ao se despedir de seus amigos. Sorria ao dizer à Nemeia
que a considerava sua irmã, ao dizer à Elentari, a Princesa, que tudo ia ficar bem e que ele
sempre estaria ali por ela. Ao dizer a Ivellius que a sua amizade foi a mais rápida e mais
forte que já tivera.

Ainda assim, lá no fundo, Arthur sentia um gosto amargo, como se algo fosse dar
errado. Apesar de confiar sua vida à sua Deusa e seus amigos, bem no fundo de seu âmago,
enterrado entre todos os sentimentos de confiança, o Paladino tinha medo do que poderia
acontecer.

Ele tinha medo do que essa sensação de vazio poderia significar.

Ainda assim, ele continuou sorrindo.

Talvez seu maior arrependimento fosse não ter dito à sua família quando ele
voltaria, e agora nenhum deles saberia o que realmente teria acontecido. Ele soltou um
último suspiro enquanto em sua mente se formava a imagem de Ayla sorrindo para ele,
com Scar, Lyn e Miguel ao seu redor.

Sim, realmente… talvez… talvez tudo corresse como o planejado. O sentimento no


fundo do seu peito nada era mais que o sentimento de morrer, era o que achava.

Talvez.

Mas valia a pena…

Pela Vida.
Parte 2 - Frederico, o Deus do Sol

Ele nem sempre foi um deus, ele lembrava disso, e Fred lembrava-se bem de muitas coisas
na vida, principalmente de quando era… só o Fred. Lembrava-se dos amigos, lembrava-
se das descobertas.

Muitos dias não saíam de sua cabeça. Muitos, muitos dias ficavam batendo, rebatendo e
voltando, sempre de volta à estaca onde sentia falta de quando os tempos eram mais
simples.

Ele olhou para sua bainha, onde a espada de ossos que Cíthia fizera costumava ficar.
Lembrava-se bem daquele dia, do clima, das conversas. Os papos sobre Sumari, sobre o
futuro, sobre o passado. Ele lembrava da poção feita por Demétrio, e do quanto rira aquele
dia.

Fred, o Sol, fez muitos amigos durante a vida, muitos bons amigos. Mas nenhum deles se
enraizava tão profundamente quanto os amigos de Fred, o humano.

Por isso, quando ele encontrou aquele grupo de aventureiros na biblioteca de seus
companheiros, sua primeira reação foi nada mais que tirá-los dali, da maneira que fosse.
Algo nesse plano acabou não dando certo quando Fred percebeu a familiaridade dos tais
aventureiros com seus amigos anteriores. Eram tantas similaridades que até machucava.

A Princesa Elentari era uma guerreira tal como Amona. A bruxa, Nemeia, era proficiente
em tantas magias e tinha uma personalidade tão marcante que Fred quase podia ver a
aura de Cíthria cintilando ao seu redor.

Ivellius tinha os mesmo traços travessos de personalidade que Castor. Eles quase
gesticulavam da mesma maneira. Era assustador como ele nunca tinha notado isso antes.
O único que não lhe pareceu similar à alguém foi Arthur, e parte desse quebra-cabeças
não se encaixava. Ele quase podia ver a determinação de Albedo ali… quase. Talvez fosse
sua personalidade única que unisse todo aquele grupo ali.

Por isso, no leito do Paladino, o Deus do Sol decidiu revelar suas verdadeiras intenções.

O Deus pensava nisso enquanto corria à seu socorro. Pensava que, quando Scar se juntou
a eles, tudo de repente fez sentido. Ele chegava a sorrir enquanto acelerava, sabendo que
assim que Demétrio se reunisse a eles, ele poderia finalmente…

Sacudiu a cabeça, varrendo o sorriso para longe. Precisava salvá-los. Precisava salvá-los
de Bragtar. Precisava acabar com ele por ousar tocar neles.

Ainda assim, o sorriso voltava. Reunidos, com certeza teriam alguma chance de vencer.
Teriam toda a chance de vencer.

Todavia, sua felicidade murchou rapidamente ao se deparar com a situação. Eles corriam
desesperados para a saída da caverna. Algo não estava certo.

A aura de Bragtar estava… errada. Mais poderosa do que deveria estar. Mais letal.

Sua visão se tornou vermelha enquanto avançava para dentro

"Não enconste um dedo neles!" Ele vociferou, acertando-o logo no rosto. O lugar parecia
esquentar com a mesma intensidade e velocidade que sentia seu rosto queimar de ódio.
Não vai encostar um dedo imundo neles.

O grupo corria para a entrada, e ele quase conseguia tocar a preocupação no ar. Pelo
menos estavam se afastando. Pelo menos estariam seguros.

A luta começou de verdade quando ele os sentiu longe dali. Cada soco trocado era tão alto
como uma explosão, mas ainda assim… Bragtar não parecia sequer sentir algo.

Era isso que significava a aura, então. Ele começava a se preparar para o pior enquanto a
luta continuava. Ele estava em uma desvantagem tremenda, mas todos têm uma carta na
manga, e Fred tinha a dele.

Ele tomou a decisão com um sorriso. Afinal, tudo daria certo… Com eles.
Parte 3 - Demétrio, o herói de duas eras

Ele literalmente não se lembrava qual era a sensação do alívio, não desde aquele
dia.

Demétrio, até pouco tempo atrás, se lembrava de pouca coisa, na verdade. Cada
lampejo de lembrança lhe era lavado com a mais forte dor de cabeça, a única coisa que
parecia nunca deixá-lo. Isso, é claro, e o profundo sentimento de culpa que ele carregava
consigo mesmo.

Mesmo sangrando, ele não podia parar, nunca. Não até chegar até aquele portal.
Não até carregar Elentari para fora e garantir que todos os seus amigos passassem
também. Não podia.

Mesmo nunca admitindo, Demétrio tinha uma relação estranha com a a palavra
"fugir". Talvez por sua lembrança mais antiga ser apenas ele correndo desesperado, ou
talvez por algum outro motivo o qual ele estava ocupado demais para se lembrar, até
alguns dias atrás.

Ele lembrava agora.

Demétrio lembrava. E ele nunca havia se sentido tão culpado.

Ao ver Elentari em suas costas, tudo o que conseguia pensar era Amona. Se ele se
forçasse um pouquinho, conseguia transformar a silhueta de Ivellius, que estava a dois
metros na sua frente, na figura imponente de Castor. Quase conseguia formar a imagem
de Albedo e Cíthria atrás de si, ao invés de Scar e Nemeia.

"Não de novo", ele suplicou ao olhar para cima e ver a ilha se aproximando cada
vez mais. "Por favor, não de novo".
A sensação de despero era diferente dessa vez. Era similar à angústia. Não sabia
porque Nemeia e Scar haviam parado de correr, muito menos sabia o que era aquela
energia que emanava deles. Mas ele suplicava consigo mesmo: por favor, venham logo.

Só não tinha corrido ao resgate deles ainda pois carregava a princesa, e precisava
levá-la a um lugar seguro primeiro. As criaturas ao redor deles estavam dificultando
muito o trabalho, principalmente após a árdua batalha que tiveram com a feiticeira. Ele
tinha arrepios ao pensar em como seu corpo simplesmente apodrecera ao comando da
bruxa aliada.

A primeira onda de alívio veio quando Nemeia e Scar apareceram na sua frente,
aparentemente exaustos. Scar estava completamente apoiado em Nemeia enquanto a
Tiefling chorava e o carregava para o portal feito por Sylver.

Sylver.

Demétrio girou a cabeça, seu trote mal passando de um cambaleio a esse ponto.
Ele colocou Elentari no chão, mesmo que soubesse que o corpo de sua mãe jazia atrás
dela. Ela correu para o portal.

Agora restavam apenas ele, Ivellius e Sylver na arena. A mulher, Abby, também se
dirigia ao portal após aniquilar dezenas daqueles monstros.

Demétrio, que voltava a ser humano após soltar a princesa, se virou para trás para
se deparar com o Draconato quase inconsciente no meio da arena. O portal que Nemeia e
Scar sacrificaram suas energias para criar agora desaparecia rapidamente.

Sylver usava suas últimas forças para manter o portal à sua frente aberto, mas
estava se dando mal na tarefa, já que ele estava quase fechando.

Como os outros, Demétrio entendeu o sacrifício do Líder dos Templários, mas


ainda se odiava quando tentou correr.

Demétrio foi de encontro ao chão. Muitas criaturas ainda estavam ao seu redor,
mas ao erguer sua cabeça, viu Abby cruzando o portal. Só Ivellius ainda não havia cruzado
o portal, e este o olhava com urgência.

O elfo parecia querer dizer "Levanta, vem" com os olhos. Demétrio daria tudo para
poder levantar e segui-los. Demétrio daria tudo para poder seguir com seus amigos. Mas
ele nem conseguia respirar a esse ponto.
Sorriu para o amigo, cujo rosto parecia escurecer cada vez mais. Queria dizer, com
os olhos: Vá.

A segunda onda de alívio veio quando viu Ivellius cruzar o portal no momento em
que esse se fechava. Ele quase riu consigo mesmo quando percebeu que eles estavam
salvos.

Quando ele olhou para Sylver, o mesmo lhe dirigia um olhar de honra. Era
exatamente o que Demétrio sentia, e ele lhe retribuiu o olhar.

A terceira e última onda de alívio foi quando ele olhou finalmente para cima, de
onde vinha a ilha rapidamente. Um suspiro bobo saiu de seus lábios enquanto deixou
escapar seu último sorriso.

Ele via claramente seus amigos agora, os de outra época. Torcia para se juntar a
eles. Sua culpa de centenas de anos finalmente estava indo embora agora.

"Eu não fugi dessa vez”, ele murmurou finalmente.


Parte 4 - Nemeia, a Portadora do Sol

Nemeia pensava saber a sensação de vazio. Juraria em frente à todos e à ninguém


que a sensação com que crescera no peito, sozinha, com fome e frio era a definição mais
próxima de vazio que se conseguiria encontrar: solidão.

Isso até se sentir privada de respirar, de ver ou de sentir. Isso até ser puxada pelo
vazio. Antes de ser banida. Ela sabia como o feitiço funcionava, tinha uma certa
proximidade com a sua criadora, mas, ao ser sugada para dentro do vácuo e sentir sua
cabeça girar, todo o ar ser tirado dos seus pulmões e seu senso de direção evaporar, ela
finalmente entendeu o que significava vazio. Significava nada.

Ela se sentia um monte de nada, jogada em um monte de nada, dentro dr mais um


pouco de nada. Ar não entrava em seus pulmões, ela se sentia cega. Completamente cega.
Completamente perdida. Incapaz.

Incapaz e totalmente desesperada. Ela precisava salvar seus amigos. Precisava


salvar Elentari, que estava contra Amona, mesmo sem ter ideia do porquê. Precisava
salvar Scar, que estava desacordado diante de Albedo. Precisava salvar Ivellius, que lidava
com Castor. O pessoal da ilha estava ajudando, claro, mas a mente da bruxa só conseguia
focar em seus amigos. De todos eles, o único que lhe parecera bem foi Aegis, e ainda assim
ele não estava na melhor situação.

Tão rápido como foi, Nemeia voltou. Voltou para o calor da batalha, para o caos. A
confiança de ter ferido Cítria gravemente lentamente voltava à realidade

A primeira coisa que fez foi avaliar a situação. Cíthria jazia morta atrás dela,
decapitada. Aegis finalizava sua batalha com Albedo e seguia em direção a Elentari, mais
próximo dela do que Nemeia estava. Ivellius estava grande, forte, voraz e irradiava uma
energia negra. Ela fez uma anotação mental para perguntar a ele depois.

Engoliu tudo o que sentia por seus amigos, engoliu o que sentia por cada um deles.
Ao ver que Ivellius e Elentari estavam sendo ajudados, Nemeia correu para Scar.

Sua próxima ação definiu o destino de tudo. Principalmente o seu.

Ao chegar no meio do caminho, Nemeia pensou ter visto a oportunidade perfeita.


Se andasse só um pouco a mais para o lado, poderia lançar Malogro em Castor e acabar
com o principal problema.

Foi o que ela fez. Ela fez uma pequena parada, ao tempo apenas de estender a mão
e dizer algumas palavras antigas antes de se virar e voltar a correr em direção à Scar.

Foi o que ela tentou fazer. Nemeia quase caiu ao não conseguir mover sua perna.
Sua tatuagem queimava tão forte que ela deixou escapar um grunhido.

Devagar, ela deixava de sentir todos os seus membros. Ela começava a cambalear,
lutando para se manter consciente, para se manter em pé. Entendeu o que estava
acontecendo. De alguma maneira, ela atingira a si mesma. Tudo o que sentia agora era o
lado direito do seu corpo. Ela começava a cair lentamente agora, e sabia que tudo estava
perdido.

Se conseguisse alcançar a sua última poção… sem chance. Nenhum braço


funcionava agora. Enquanto rla caia e apagava lentamente, a última coisa que viu foi uma
flecha luminosa vindo em sua direção.

"Me perdoem…" ela pensou para si mesma, talvez para seu Patrono também. Não
sabia se ele a escutava. E ela nunca ia saber porque ela foi tão importante, tão digna de
ser salva por ele.

Diante de morrer, Nemeia se sentia pequena. Tão pequena comparada a tudo: ao


Antigo, aos deuses, a seus amigos. Ainda assim, com a última força que lhe restava, ela
sussurrou para o chão:

"Me perdoem. Não vou conseguir salvar vocês".


Parte 5 - Elentari, a Princesa Guerreira

Desde que perdera a memória, o maior sentimento de Elentari era a confusão. O branco
dentro da sua cabeça parecia aumentar com cada memória buscada, para cada lado que
olhava, mais lacunas apareciam do que respostas.

Ela não sabia o que estava acontecendo. Não sabia porque as estátuas estavam atacando
todos aqueles ao seu redor. A dor aguda onde deveria estar seu braço esquerdo quase se
perdia ao som do zumbido que estava preso aos seus ouvidos.

Por que ela se sentia tão impotente?

O grito que ouviu lhe trouxe novamente à realidade: "Nemeia!", ela escutou ao longe. Não
tinha certeza quem tinha gritado e também não tinha certeza do motivo de seu coração
ter quebrado ainda mais ao ouví-lo.

Ela desviou o olhar do chão no exato momento em que a garota de pele azul era
atravessada por uma das flechas lançadas por um inimigo que ela sequer lembrava o
nome.

A pontada em sua cabeça surgiu apenas um milésimo de segundo antes de suas lágrimas
começarem a cair. Ela as sentia escorrer do seu rosto e cair nas duas coxas descobertas.

"O meu nome é Nemeia"

"Escuta aqui, seu crente de merda"

"Você é minha melhor amiga"


O que eram essas memórias? O que era tudo isso? Um soluço escapava da sua garganta.
Ela estava tão machucada, tão exausta. Por que seu peito doía mais? Quem era essa
garota?

O zumbido nos ouvidos parou com uma lembrança.

"Você precisa parar de me proteger, Nemeia. Se você morrer eu vou enlouquecer"

Ah sim… Nemeia. Ela foi a primeira. A primeira amiga que fizera sozinha. Ela lembrava.
Lembrava, sim. Do Arthur e da Nemeia.

Elentari realmente sentia que ia enlouquecer. Primeiro o Arthur, depois a Nemeia. E ela
não fizera nada. O que tinha agora, sem os dois? Tinha algo para lutar?

A Princesa chorava e soluçava, sangrando. Qual tinha sido mesmo sua última conversa
com ela? Pelo menos tinha dado tempo de se despedir do Arthur. Por que Nemeia tinha
que ser tirada dela tão rápido?

Foi no barco, Elentari subitamente lembrou. Foi no barco, antes de eu olhar para o mar.
Por mais que quisesse, Elentari não conseguia se lembrar do que falaram por último. Não
conseguia nem mesmo lembrar se estavam brigadas.

Elentari sentiu o perigo se aproximar de si, mas não realmente se importava. Ela não tinha
mais ninguém por quem viver.

Nemeia estaria em paz? Será que ela viu o Arthur?

Será que ela me perdoa? Elentari se pegou pensando.

Ela mal sentiu as flechas quando elas chegaram. Estava preocupada demais tentando
entender seus sentimentos. Estava tentando entender seu sentimento de culpa.

Parece que, lá no fundo, uma Elentari que se lembrava de tudo gritava de desespero.

De culpa. Impotência. Confusão. Raiva – de seus inimigos e de si mesma.

Mas, enterrado no meio de todos esses outros sentimentos, Elentari sentia… alívio.

Alívio por descansar. Alívio por finalmente poder se reencontrar com todos eles. Alívio
por não ter mais ninguém que a prendia em uma realidade em que ela não suportava mais
viver.
Quando ela sentiu sua vida lentamente se esvair, caída no chão coberto por seu próprio
sangue, Elentari não pode evitar se sentir grata por finalmente descansar.

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