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Capítulo 1

Faltava algumas horas para o alvorecer. Sua respiração criava


fumaça a sua frente, neve cobria toda a floresta, e ela já quase se chocara
contra duas árvores. A luz da lua que permanecia no céu, não conseguia
passar pela copa das árvores e o frio á estava congelando.
Kimberly se vestira apenas com uma camiseta sem mangas e calças,
suas botas iam até quase que nos joelhos, o frio estava congelando até seus
ossos, mas ela não se permitia parar. Um método de espairecer; dissera ela a
si mesma, com os ferimentos ainda visíveis ela não conseguia esquecer, o
que aconteceu no dia anterior. O som dos grilhões permanecia em sua
cabeça, ao se apoiar na pia do banheiro, mesmo horas antes de decidir correr
na floresta. Ela não podia deixar de voltar para aquele exato momento diante
de vossas majestades.
Com os braços atados as costas e o rosto contra o mármore gélido; a
jovem tentava entender como avia chegado ali. Sangue escorreu de seu nariz
e todo seu corpo doeu quando ela tentou se colocar de joelhos, diante de
todos que a observavam. Então lá estavam eles, como urubus cercando
carniça.
No salão Real, diante de vossas majestades o rei Orin e a rainha
Thalya, líderes de direito, que juraram lealdade é devoção a Feérion.
Kimberly se manteve contra o chão, tentar se levantar só aumentaria a dor
que irradiava por todo seu corpo. O rei com sua pose imponente sentado em
seu trono, se preparara bem para aquele momento. Com uma túnica verde e

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um colete de um verde mais escuro, preso com um largo cinto e suas calças
pretas, Orin parecia nem se quer respirar.
Thalya diferente do marido estava se segurando para não sair
correndo de seu trono. Com um vestido de um verde marinho, Thalya estava
deslumbrante, mas sua inquietude era notável quando trocava o olhar entre o
marido e a garota ajoelhada a sua frente. E lá sentada ao seu lado, Cristal,
princesa herdeira de Feérion, com um vestido branco e uma tiara, ela já
poderia até ser chamada de rainha.
Com a testa contra o chão e o sangue se acumulando, Kimberly mal
conseguia levantar o rosto, mas ao levantar o olhar para a herdeira a poucos
metros dela, aprincesa estava maravilhosa em seu vestido azul ciano que
deixava se decote exuberante, mas ela era como a preocupação
personificada. A inquietude e o espanto da princesa era assim como a da
rainha que balançava uma das pernas, agarrando fortemente as mãos nos
braços do trono de madeira angico e veludo vermelho.
Além de vossas majestades a jovem também se encontrava diante de
outras quatro pessoas, o Conselho. Sempre avia espaço pra mais, porém
somente os escolhidos a dedo pelo rei poderiam fazer parte, afinal de contas
era com base nas decisões deles que Orin dava a ordem final.
Os outros membros eram os líderes vizinhos e seus primogênitos; do
Reino de Magerock, tinha o rei Beaver Ackerley e seu filho mais velho,
Dyel. O jovem príncipe que não conseguia tirar os olhos da princesa
impaciente a poucos metros dele. E do Reino de Warely, tinha a rainha
Lynom Duette e sua filha Laysla, que era dois anos mais nova que a herdeira
de Feérion mais era igualmente linda.

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O rei de Magerock acreditava que a princesa de Warely era nova
demais para participar do conselho, porém Orin acreditava o contrário.
Laysla diferente do jovem Dyel, poderia usar a cabeça antes de usar uma
espada. A princesa tomava decisões mais precisas, enquanto o príncipe
poderia liderar seus exércitos. Mas o que eles não sabiam era que ela
preferia passar horas treinando com espadas a ter que participar do Conselho
do rei.
Apenas um dos quatro reinos não estavam presentes no conselho; O
reino de Asyrith. Também conhecida como terras geladas. O rei era Cyron
Gallius, ele e Orin não se davam bem, raramente eram vistos no mesmo
ambiente. Asyrith também tinha uma herdeira, porém foram poucos os que
tiveram a oportunidade de conhecer a princesa.
No salão perante reis e rainhas, Kimberly também notou a maioria
dos membros mais importantes do reino, de um mero padeiro a um lorde
ferreiro. Com um esforço notável a jovem levantou o rosto ensanguentado,
procurando dentre todos que a observavam. Quando não encontrou o que
procurava voltou a abaixar a cabeça.
Ela suspeitava o por que de toda aquela gente estar ali, então ela
pediu a Legendy que a ajudasse e torceu para que não tivesse dormido
tempo demais é perdido algo importante. Como em resposta a jovem ouviu a
voz de Beaver
—Não podemos ignorar isso, princesa... —Disse Beaver para Laysla
que estava sentada no trono a sua frente. —Os transportadores foram mortos
e toda a mercadoria que iam para meu reino foram roubadas. —Eles não
perceberam que ela avia acordado.

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—Minha filha está ciente de sua perda Beaver, mas todos nós
sabemos como esse tipo de crime é pago. —Lynom colocou a mão sobre o
ombro da filha. —Não temos provas de que foi essa criança que os matou,
eu é minha filha concordamos que não teremos sangue inocente em nossas
mãos.
Kimberly estava sendo acusada não só por um roubo mais também
estava sendo acusada de assassinato. Ela não demorou para entender que o
que o rei de Magerock queria, era vê-la ser enforcada em praça pública.
—INOCENTE? —Gritou o rei de Magerock.
—Ela e apenas uma criança... —Cristal murmurou de onde estava.
—Eu não me importo, meu povo tem fome. Eu recebo pelo o que
paguei ou eu mesmo mato essa garota. —Beaver não se importava com os
mortos, mas com o dinheiro que tinha perdido.
Sussurros soaram da multidão presente no salão, alguns mais altos
que os outros. Os líderes do Conselho finalmente lembraram da garota e por
um breve momento todo o salão ficou em silêncio, Beaver lançou um olhar a
Dyel que desembainhou a espada da bainha na cintura.
—Essa demora está me matando, vamos acabar logo com isso e ir
para casa pai. —O príncipe se colocou ao lado da jovem, a espada erguida
sobre sua cabeça. —Se vocês tem tanto medo de cumprir com a lei eu o
faço.
Ele não a mataria e ela sabia disso, pois nem se importou em olhar
para o príncipe. Kimberly podia senti-lo, aquela figura masculina que se
colocou à trás dela logo após acordar, sua respiração acelerada avia se

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tornado controlada e em apenas um movimento ele colocaria o jovem
príncipe de joelhos, bem ao seu lado e o faria pedir desculpas por pensar em
machucá-la
Thalya e Cristal desceram os degraus, a rainha e a princesa de
Warely viraram os rostos. Beaver e Orin líderes é conquistadores pareciam
tubarões esperando por sangue. Mais Kimberly, ignorando o príncipe ao seu
lado, se colocou de pé com um esforço notável para não se encolher de dor.
A figura atrás dela pareceu aliviado por ver que a jovem ainda podia se
mover.
—Vocês são todos uns covardes! —Falou a garota ficando a poucos
centímetros da espada de Dyel. —Vocês começam um julgamento comigo
desacordada. Talvez a ideia fosse me julgar enquanto eu não pudesse me
defender.
—Você está ansiosa pra morrer, não é Audreley? —Dyel ergueu a
espada na direção do peito de Kimberly—Esquece com quem está falando.
—Por alguns segundos pareceu que o príncipe tremia.
— Eu sei muito bem quem vocês são, principezinho... —Dando um
passo na direção da espada, Kimberly sentiu o tecido de sua túnica negra se
rasgar assim como sua pele no ponto onde a espada estava. Dyel voltou a
tremer quando a jovem deu mais um passo em sua direção. —E eu não ligo!
Uma nevasca começou a cair é Kimberly se viu desviando de mais
uma árvore, a temperatura já estava bem baixa com as poucas roupas que
usava. Se não voltasse logo para casa seus pulmões congelariam. A jovem
colocou as mãos em baixo dos braços mantendo-as um pouco mais aquecida

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enquanto fazia o retorno de volta, mas a cena do salão permanecia em sua
cabeça.

Gwen estava deitada em seu saco de dormir do outro lado da


fogueira, a viagem até ali avia sido cansativa, e mesmo antes do sol se pôr
ela já avia adormecido. Haviam se passado três dias desde que saíram do
templo e Kimberly não se admirava por a amiga já estar morta de cansaço.
A fogueira ainda crepitava quando a jovem, jogou a água de seu
cantil e o fogo chiou. Gwen à apenas alguns passos dela se moveu com o
barulho, mas não acordou. Kimberly não avia dormido nada naquela noite,
assim como não dormira nada nas noites anteriores a aquela, por causa dos
malditos pesadelos.
Caminhando com passos leves ela prendeu o longo bastão as costas e
saiu para além da clareira se afastando do acampamento. A missão no
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Templo de Feérion avia sido um fracasso, o Grimório não estava lá.
Kimberly já não estava conseguindo esconder a frustração de Gwen, que
passou o dia a observando; olhar para o nada enquanto cavalgavam de volta
para casa. Já fazia dois anos desde que a jovem iniciara a procura pelo
Grimório, mas começava a pensar que o famoso livro não mais existia.
De acordo com o Livro de Lendas que encontrou na biblioteca da
capital, o Grimório era um livro de feitiços escrito pelo Primeiro usuário de
magia conhecido a milhares de anos como Legend. O livro já teria virado pó
junto com o mago que o escreveu, mas era possível que ele contivesse as
respostas para a inexistência dos poderes de Kimberly, então mesmo que ela
tivesse de encontrar o túmulo do próprio Legend; ela não desistiria.
《◇○◇》

Distraída com seus pensamento ela nem se quer teve tempo de


prever o ataque, quando se deu conta estava ajoelhada com a mão contra as
costelas tentando reunir o ar em seu pulmões.
—Olá aberração. —Disse uma figura saindo de trás de uma árvore, o
rosto escondido por baixo do capuz do manto escuro.
Mais cinco figuraras surgiram de trás das árvores, todos com espadas
embainhadas ao lado do corpo e capuzes cobrindo seus rostos. Se gritasse
por ajuda poderia envolver Gwen em o que quer, que fosse aquilo, então
Kimberly se colocou de pé com um pouco de dificuldade retirando o bastão
das costas.
—Não lute Audrelay, não queremos te machucar. —Falou um dos
encapuzados mais distante, talvez o que conseguiu acerta-la momentos
antes.
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A jovem forçou um sorriso e ergueu o bastão a frente do corpo
preparada para golpear o primeiro que avançasse contra ela.
—Seu último golpe disse o contrário. —Ela se preparou. —Dyel.

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