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famílias mais tradicionais e influentes devido a deter grande parte do comércio de ferro do País e
se demonstrar totalmente leal ao Império, pelo menos abertamente. O líder da família, pai de
Karin, estava já em idade avançada e precisava gerar um descendente que herdaria os negócios e
nome da família, que já estavam ameaçados devido a tanto tempo passado sem que houvesse um
herdeiro. Como mandava a tradição restrita da família, o herdeiro deveria ser o primeiro filho
homem de seu líder, o que foi o primeiro golpe de azar de Karin.
A gravidez de sua mãe foi muito festejada pela família, e também ameaçada por
outros interessados em assumir os negócios caso o líder morresse sem gerar filhos. Houve
tentativas de assassinato contra a grávida, todas interrompidas pelos ótimos soldados contratados
pelos Tatsumoto, porém o maior golpe não podia ser evitado. O casal havia dado luz a uma
menina e isso praticamente acabaria com as chances de manter o poder sobre os negócios, coisa
que o pai de Karin não podia deixar acontecer, deixar sua honra ser manchada dessa forma, seria
conhecido como aquele que poria fim a um legado de gerações da família.
Karin ficou dias lutando contra o veneno, sofrendo de dores, fraqueza e delírios
terríveis. Os mestres ficaram decepcionados que sua aprendiz mais promissora não houvesse
evitado o ataque e sabiam que o veneno era letal mesmo em pequenas doses, principalmente em
alguém tão jovem. Porém a mantiveram viva e estudaram os efeitos do veneno em seu corpo
pelos dias que seguiram, Karin virara de escrava a cobaia e ninguém se importava realmente com
ela. A surpresa de seus mestres foi que o veneno começou a recuar, o corpo da jovem conseguira
vencer a batalha e a saúde de Karin começou a se reabilitar aos poucos, uma recuperação
demorada e dolorosa, que deixara uma sequela que acabava com sua vida como assassina.
Seu novo mestre era um mago, porém a primeira coisa que este fez foi colocar
uma coleira de ferro em Karin que controlava todo seu corpo. Era uma sensação horrível,
comparável aos dias que ficou a mercê do veneno, Karin podia ver (até onde os olhos controlados
pelo mago permitiam) e pensar normalmente, porém não tinha qualquer controle sobre seus
movimentos, até mesmo puxar e expelir ar pelo nariz era impossível, todos seus movimentos
pareciam fugir de seu controle. E foi assim que Karin foi enviada a um batalhão de humanos que
serviriam de escudo humano para o mago e seus mestres demônios que buscavam um artefato no
plano material. Ela sabia que era algo grande, talvez maior que qualquer coisa que os Sin já
almejaram ou mesmo os nobres que um dia foram seus pais, porém nada podia fazer até que se
libertasse da coleira e, provavelmente, morreria antes disso.