ALIMENTOS • A obrigação alimentar é fundada no parentesco, ficando limitada aos ascendentes, descendentes e a colaterais até o 2º grau (irmãos),* reciprocamente.
• Filhos menores> necessidade presumida
• NECESSIDADE X POSSIBILIDADE X RAZOABILIDADE
• Quanto à natureza:
• Naturais ou necessários> para sobrevivência (art. 1.694, § 2º)
• Civis ou côngruos> manutenção do padrão de vida (art. 1.694)
Prof. Flávio Louzada Características 1. Personalíssimo
2. Irrenunciável (art. 1.707)
3. Impenhorável (art. 1.707)
4. Incompensável (art. 1.707)
5. Intransacionável
6. Transmissível (art. 1.700)
7. Irrepetível
8. Divisível; exceção> alimentos para idoso a responsabilidade é solidária
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Direito Personalíssimo • DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. APELAÇÃO CÍVEL. DIVÓRCIO CONSENSUAL. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO. ALIMENTOS. FILHA MAIOR. 1. A cláusula de acordo de divórcio que convenciona obrigação alimentar em favor de filha maior de 24 (vinte e quatro) não pode ser homologada porque se trata de direito personalíssimo da alimentada, cuja prestação demanda prova da necessidade alimentar. 2. Recurso não provido.
BELMIRO, Revisor: NÍDIA CORRÊA LIMA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 18/04/2012, Publicado no DJE: 23/04/2012. Pág.: 134)
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Irrenunciável • APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES. MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. RENÚNCIA. ALIMENTOS PRETÉRITOS. POSSIBILIDADE. 1. A obrigação alimentar é irrenunciável, nos termos dos artigos 841 e 1.707 do Código Civil. Todavia, tal vedação não abrange os alimentos pretéritos, os quais até já perderam o caráter alimentar. 2. A renúncia ao direito de cobrar alimentos pretéritos não importa em prejuízo ao menor alimentando, que tem sua subsistência garantida pela prestação dos alimentos atuais. 3. Recurso conhecido e improvido. (Acórdão n.794608, 20110210027803APC, Relator: GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, Revisor: SILVA LEMOS, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 28/05/2014, Publicado no DJE: 05/06/2014. Pág.: 120)
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Impenhorável • AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (CHEQUE). PENHORA. DESCONTO DIRETAMENTE EM FOLHA DE PAGAMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO. IMPENHORABILIDADE DOS VENCIMENTOS. DESPROVIMENTO. I - O salário é absolutamente impenhorável, salvo para cumprimento de obrigação de idêntica natureza alimentar (art. 649, inc. IV, § 2º, do Código de Processo Civil). II - Agravo desprovido.
GONÇALVES, 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 14/05/2008, Publicado no DJE: 19/05/2008. Pág.: 36)
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• A impenhorabilidade dos valores vinculados à conta do FGTS deve ser mitigada quando o objetivo for satisfazer dívida de natureza alimentícia. O alimentante insurgiu-se contra a penhora incidente sobre a conta vinculada ao FGTS, haja vista tratar-se de bem impenhorável. Nesse contexto, os Desembargadores se filiaram ao entendimento do STJ, no sentido de que a vedação de impenhorabilidade do FGTS deve ser mitigada na hipótese de execução de alimentos ante a prevalência dos princípios constitucionais da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana. Assim, a Turma manteve a sentença por entender que a finalidade principal do saque do FGTS é proporcionar o sustento do trabalhador e de seus dependentes em momentos de necessidade. • Acórdão n.º 839592, 20130111454056APC, Relator: JOÃO EGMONT, Revisor: LUCIANO MOREIRA VASCONCELLOS, 5ª Turma Cível, Data de Julgamento: 27/11/2014, Publicado no DJE: 18/12/2014. Pág.: 180
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Prof. Flávio Louzada Intransacionável • 1. CERCEAMENTO DE DEFESA PELO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE; Não merece acolhimento se a preliminar recursal agitada em momento algum indica concretamente em que consistiria o prejuízo pela não realização da audiência e deixa de indicar precisamente quais as provas que pretendia produzir. Ademais, não se confundem obrigação alimentar, de natureza cogente, com a obrigação concreta de pagar determinado percentual a título de alimentos, de natureza patrimonial e, portanto, disponível. A primeira não admite transação; enquanto a segunda, sim. Por isso é que não procede a alegação de inaplicação do disposto no art. 330, I, do CPC. 2. ... 3. PRETENSÃO DE REVISÃO DE VERBA ALIMENTÍCIA - ALIMENTÁRIO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA MENTAL - IMPOSSIBILIDADE DE SE MANTER APESAR DE TER COMPLETADO A MAIORIDADE - NÃO ALTERAÇÃO DO QUADRO FÁTICO ANTERIOR - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA CONFIRMADA. Indemonstrada a situação fática aduzida na inicial, como apurado quantum satis no Juízo de origem, outro não poderia ter sido o desfecho da demanda senão a declaração de sua improcedência. Além disso, a diminuição da verba alimentar só causaria ao alimentário maior abandono e dificuldadesdesobrevivência".(Acórdão n.97620, APC3972196, Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR, Revisor: CAMPOS AMARAL, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 24/02/1997, Publicado no DJU SECAO 3: 17/09/1997. Pág.: 21)
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Trasmissibilidade PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR. ATRIBUIÇAO AO ESPOLIO. INVENTARIANTE. INÉRCIA. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. CARÁTER. PERSONALÍSSIMO. TRANSMISSIBILIDADE. COMPETÊNCIA. VARA DE FAMÍLIA. JUÍZO EM QUE TRAMITA O INVENTÁRIO. MERO CUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL QUE FIXOU A VERBA ALIMENTÍCIA. I – O inventariante foi intimado a ser manifestar sobre o requerimento para que fosse atribuída ao espólio a obrigação alimentar, mantendo-se inerte. II – A obrigação alimentar transmite-se aos herdeiros do devedor. Inteligência do art. 1.700 do Código Civil. III - O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que o espólio tem o dever de prestar alimentos aos credores do de cujus, pelo menos enquanto durar o processo de inventário, a fim de assegurar a sua manutenção. IV – O Juízo do Inventário se limitou a determinar o cumprimento de acordo de alimentos celebrado judicialmente, pelo qual o de cujus se obrigou, quando em vida a prestar alimentos às beneficiárias. V - As objeções acerca da capacidade financeira das alimentandas não foram objeto da decisão agravada e, por isso, não podem ser apreciadas, sob pena de supressão de instância. VI – Negou-se provimento ao recurso. (Acórdão n.812273, 20140020106489AGI, Relator: JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 13/08/2014, Publicado no DJE: 26/08/2014. Pág.: 178)
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• CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE ALIMENTOS - FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS - FALECIMENTO DO ALIMENTANTE NO CURSO DA DEMANDA - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO - TRANSMISSIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR - HERDEIROS DO DEVEDOR - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - VIABILIDADE - DECISÃO REFORMADA. 1. Transmite-se, aos herdeiros do alimentante, a obrigação de prestar alimentos, a teor do art. 1.700 do Código Civil de 2002. 2. O espólio tem a obrigação de continuar prestando alimentos àquele a quem o falecido devia. Isso porque o alimentado é presumível herdeiro e, por isso, não pode ficar à mercê do encerramento do inventário, devendo ser mantida a obrigação alimentar a fim de suprir a subsistência do alimentado no decorrer do processo, diante do caráter de necessidade intrínseco aos alimentos. Precedentes do colendo STJ. 3. Apelação conhecida e provida. Maioria. Redigirá o acórdão o Revisor. (Acórdão n.395515, 20040110676283APC, Relator: ANTONINHO LOPES, Relator Designado:HUMBERTO ADJUTO ULHÔA, Revisor: HUMBERTO ADJUTO ULHÔA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 11/11/2009, Publicado no DJE: 12/02/2010. Pág.: 70
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Irrepetibilidade • MODIFICAÇÃO DE GUARDA. ALIMENTOS. EXONERAÇÃO E OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA. PRECLUSÃO. IRREPETIBILIDADE. SENTENÇA MANTIDA. 1. Reconhece-se a preclusão da matéria relativa à exoneração de alimentos a partir da concessão da guarda provisória em favor do devedor da verba alimentícia, nos termos do disposto no artigo 183 do CPC. 1.1 Noutras palavras: "(...) 2. Em respeito aos princípios da segurança jurídica e da irrepetibilidade de verba alimentícia, a decisão que modifica o valor dos alimentos a serem prestados não opera efeitos retroativos, incidindo somente a partir da ciência do alimentante. 3. Negou-se provimento ao agravo de instrumento." (Acórdão n.744119, 20120020211719AGI, Relator: Flavio Rostirola, 1ª Turma Cível, DJE: 30/11/2012, pág. 228). 2. É inerente à natureza da obrigação alimentar a sua irrepetibilidade, uma vez que referida verba é destinada à subsistência do alimentado, presumindo-se, portanto, que a quantia recebida foi totalmente consumida. 3. Declara-se que ainda que a genitora tenha recebido valores destinados ao menor que consigo não mais residia, é certa a natureza alimentícia da verba recebida, destinada às despesas não só relativas à alimentação, mas também à educação e saúde, que detêm a característica de continuidade, ainda que haja uma irregularidade nos gastos com alimentação. 4. Considera-se que não restou suficientemente demonstrado o período em que o menor residiu com o seu genitor, no curso do processo, ao tempo em que também não foi claramente demonstrado que a genitora não utilizou em prol de seu filho a verba recebida, de acordo com a regra do ônus probatório posta no artigo 333 do CPC. 5. Não se vislumbra a alegada má-fé da genitora, posto que somente na sentença é que restou modificada a guarda e o genitor foi enfim exonerado de sua obrigação alimentícia, não havendo que se falar em efeito retroativo da referida exoneração.6.Apelo improvido.(Acórdão n.744119, 20120610009610APC, Relator: JOÃO EGMONT, Revisor: LUCIANO MOREIRA VASCONCELLOS, 5ª Turma Cível, Data de Julgamento: 11/12/2013, Publicado no DJE: 17/12/2013. Pág.: 129)
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• CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALIMENTOS. PAGAMENTO INDEVIDO. REPETIBILIDADE. POSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO.POSSIBILIDADE.1. Execução de alimentos ajuizada em abril de 2010. Agravo em recurso especial distribuído em janeiro de 2014. Decisão de reautuação publicada em março de 2014.2. Recurso especial em que se discute a possibilidade de repetição de valores indevidamente pagos pelo alimentante e, ainda, sua compensação em parcelas alimentares futuras.3. Os valores pagos a título de alimentos são, em quaisquer circunstâncias, irrepetíveis, pois presumem-se utilizadas na sobrevivência do alimentado.4. Por força de expressa determinação legal, há também vedação à compensação de dívida, com as parcelas percebidas a título de alimentos.5. Recurso especial provido.(REsp 1440777/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/08/2014, DJe 04/09/2014)
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Divisibilidade DIREITO DE FAMÍLIA. ALIMENTOS. OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL. PENSÃO ALIMENTÍCIA PAGA PELO PAI DE ACORDO COM AS BALIZAS LEGAIS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DOS AVÓS INEXISTENTE. INCAPACIDADE FINANCEIRA PARA ARCAR COM O ENCARGO ALIMENTAR. ALIMENTOS INDEVIDOS. I. A inteligência do art. 1.698 do Código Civil avulta a compreensão de que, em sede de alimentos, a obrigação dos avós tem caráter subsidiário e complementar. II. Se a pensão alimentícia devida pelo pai foi fixada dentro das balizas legais, não se evidencia a responsabilidade subsidiária dos avós, sob pena de transformá-los em devedores solidários.III. Os alimentos devidos ao menor devem refletir o padrão de vida e as condições financeiras dos pais, jamais podendo ser expandidos em função da eventual situação econômica favorável dos avós. De outro modo, estar-se-ia outorgando a determinado filho a possibilidade de viver segundo um padrão de vida superior ao dos pais e inclusive superior ao de outros filhos que cada um deles eventualmente venha a ter por conta de outro casamento, união estável, concubinato ou relacionamento pessoal.IV. Sendo a obrigação alimentar divisível e a responsabilidade dos avós subsidiária, o encargo complementar deve ser atribuído de maneira singularizada e em atenção ao potencial de contribuição de cada um dos devedores. V. Detectada a manifesta debilidade financeira de um dos avós, não há como persistir a imputação alimentícia que lhe foi reservada pessoalmente. VI.Recursoconhecidoeprovido.(Acórdão n.295276, 20050110968450APC, Relator: JAMES EDUARDO OLIVEIRA, Revisor: OTÁVIO AUGUSTO, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 05/12/2007, Publicado no DJE: 03/03/2008. Pág.: 94)
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Lei 10.741/2003
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo
o idoso optar entre os prestadores.
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Aviso Prévio DIREITO CIVIL. AVISO PRÉVIO COMO BASE DE CÁLCULO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. Desde que não haja disposição transacional ou judicial em sentido contrário, o aviso prévio não integra a base de cálculo da pensão alimentícia. Segundo a doutrina, o aviso prévio é o “pagamento que vai ser efetuado pelo empregador ao empregado pela prestação de serviços durante o restante do contrato de trabalho, ou a indenização substitutiva pelo não cumprimento do aviso prévio por qualquer das partes”. Em verdade, essa parcela pode ter cunho indenizatório (art. 487, § 1º, da CLT) – quando o empregado é dispensado do labor durante o período do aviso prévio – ou salarial (art. 488 da CLT) – quando destinada a remunerar o trabalhador pela continuação dos serviços no referido lapso temporal. Não obstante essa natureza dúplice, é cediço tratar-se, em qualquer das hipóteses, de verba rescisória – e, por conseguinte, de caráter excepcional –, razão pela qual se mostra infensa à incidência da pensão alimentícia, desde que não haja disposição transacional ou judicial em sentido contrário. A aplicação de solução diversa, levando em consideração tão somente a natureza jurídica imediata desse estipêndio (remuneratória) e olvidando a sua natureza mediata (verba rescisória), consistiria em verdadeira iniquidade, com foco restrito no fato de determinado empregado não ter sido dispensado do cumprimento dos deveres laborais. Ademais, a jurisprudência do STJ é uníssona no sentido de que a verba indenizatória não se inclui na base de cálculo da pensão alimentícia (REsp 807.783-PB, Quarta Turma, DJe 8/5/2006; e REsp 277.459-PR, Quarta Turma, DJe 2/4/2001). REsp 1.332.808-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2014.
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Espécies • Definitivos > em sentença
• Provisórios > fixados liminarmente em ação
alimentar
• Provisionais > medida cautelar
• Transitórios > tempo fixo
• Compensatórios > equilíbrio econômico
Prof. Flávio Louzada DIREITO CIVIL. REC. ESP.. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. ALIMENTOS TRANSITÓRIOS. NECESSIDADE TRANSITÓRIA. CURSO DE MESTRADO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. ACÓRDÃOS DO MESMO TRIBUNAL. INADMISSIBILIDADE. 1. Ação de dissolução de união estável, com pedido de alimentos, ajuizada em 28.03.2008, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete no dia 30.04.2013. 2. Alimentos transitórios - de cunho resolúvel - são obrigações prestadas, notadamente entre ex-cônjuges ou ex-companheiros, em que o credor, em regra pessoa com idade apta para o trabalho, necessita dos alimentos apenas até que se projete determinada condição ou ao final de certo tempo, circunstância em que a obrigação extinguir-se-á automaticamente. 3. Na hipótese dos autos, o pagamento da mensalidade referente à pós-graduação era possível, no curso da sociedade conjugal, em razão da condição financeira do casal. 4. Após a ruptura da sociedade conjugal, embora ex-companheira exerça atividade laboral, seu salário tornou-se insuficiente para arcar com os custos referentes ao mestrado, motivo pelo qual são devidos alimentos transitórios, até a conclusão do curso de pós-graduação. 5. A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso especial. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido.(REsp 1388955/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 29/11/2013)
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ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO. Alimentos compensatórios são pagos por um cônjuge ao outro, por ocasião da ruptura do vínculo conjugal. Servem para amenizar o desequilíbrio econômico, no padrão de vida de um dos cônjuges, por ocasião do fim do casamento. Agravo não provido. (20090020030046AGI, Relator JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, julgado em 10/06/2009, DJ 17/06/2009 p. 81)
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ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. INADIMPLÊNCIA. PRISÃO. Alimentos compensatórios objetivam amenizar o desequilíbrio econômico no padrão de vida de um dos cônjuges por ocasião do fim do casamento. Tendo natureza compensatória, a eventual inadimplência dessa modalidade de obrigação alimentar não sujeita o devedor à prisão civil. Ordem concedida. (20090020130788HBC, Relator JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, julgado em 21/10/2009, DJ 11/11/2009 p. 106)
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• O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher tem competência para julgar a execução de alimentos que tenham sido fixados a título de medida protetiva de urgência fundada na Lei Maria da Penha em favor de filho do casal em conflito. De fato, em se tratando de alimentos, a regra geral é de que serão fixados perante as varas de família. Ocorre que a Lei 11.340/2006, em seu artigo 14, estabelece que os “Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos [...] com competência cível e criminal, poderão ser criados [...] para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher”, sem especificar as causas que não se enquadrariam na competência cível desses juizados, nas hipóteses de medidas protetivas decorrentes de violência doméstica. Portanto, da literalidade da lei, é possível extrair que a competência desses juizados compreende toda e qualquer causa relacionada a fato que configure violência doméstica ou familiar e não apenas as descritas expressamente na referida lei. E assim é, não só em razão da lei, mas também em razão da própria natureza protetiva que ela carrega, ou seja, é a sua naturalia negotii. O legislador, ao editar a Lei Maria da Penha, o fez para que a mulher pudesse contar não apenas com legislação repressiva contra o agressor, mas também visando criar mecanismos céleres protetivos, preventivos e assistenciais a ela. Negar o direito à celeridade, postergando o recebimento de alimentos com alteração da competência para outro juízo, quando o especializado já os tenha fixado com urgência, seria o mesmo que abrir ensejo a uma nova agressão pelo sofrimento imposto pela demora desnecessária, geradora de imensa perplexidade, retrocessos inaceitáveis perante Direitos de Terceira Geração. Saliente-se que situação diversa seria a das Comarcas que não contem com Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, mas apenas com juízos criminais. Aí sim, estes teriam competência apenas para o julgamento de causas criminais, cabendo às Varas Cíveis ou de Família a fixação e julgamento dos alimentos. REsp 1.475.006-MT, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 14/10/2014.
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Alimentos Gravídicos Lei 11.804, de 5 de novembro de 2008
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Prof. Flávio Louzada • Legitimidade ativa: gestante • Legitimidade passiva: virtual pai, avós • Do quantum: necessidade/possibilidade • Do foro competente: domicílio da gestante • Da citação: O réu será citado para apresentar resposta em cinco dias, nos termos do art. 7º. • Início: deve retroagir à data da concepção (o art. 2º afirma que os valores pagos devem subsidiar as despesas que a gestante teve da concepção ao parto) • Nascimento: os alimentos serão convertidos a favor do infante
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• EXECUÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS. EXTINÇÃO DO PROCESSO. LEGITIMIDADE ATIVA DO NASCIDO. TÍTULO EXECUTIVO. ACORDO JUDICIAL. ART. 6º, PARÁGRAFO ÚNICO, LEI 11.804/08. • I - Nos termos do parágrafo único do art. 6º da Lei 11.804/08, os alimentos gravídicos, inicialmente requeridos pela genitora, são convertidos em pensão alimentícia em favor do nascido, que passa a ser o titular do direito aos alimentos. II - O nascido, portanto, tem legitimidade ativa, representado por sua mãe, para ajuizar execução, cujo título executivo é o acordo judicial homologado. III - Apelação provida.
• (20090810061229APC, Relator VERA ANDRIGHI, 1ª Turma Cível,
julgado em 13/01/2010, DJ 08/03/2010 p. 146)
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ALIMENTOS GRAVÍDICOS. INDÍCIOS DE PATERNIDADE. NECESSIDADE. POSSIBILIDADE. CONVIVÊNCIA. VALOR FIXADO. REDUÇÃO.
I - Nos termos do art 6º da Lei 11.804/08, havendo indícios da
paternidade, são devidos os alimentos gravídicos. O agravante admite o relacionamento amoroso. Há testemunho de que conviveram.
II - O valor fixado na r. decisão é excessivo, consideradas as
possibilidades do alimentante. Redução deferida.
III - Agravo de instrumento provido.
(20090020149469AGI, Relator VERA ANDRIGHI, 1ª Turma Cível, julgado em 16/12/2009, DJ 25/01/2010 p. 30)
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Revisional de Alimentos • Majorar • Diminuir • Extinguir
• NECESSIDADE X POSSIBILIDADE
• MUDANÇA DE SITUAÇÃO FÁTICA
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• Direito civil e processual civil. Recurso especial. Ação revisional de alimentos. Constituição pelo recorrente de nova família. • - O simples fato de constituir nova família não importa no decréscimo do valor da pensão alimentícia prestada a filhos havidos do casamento anterior, notadamente diante da situação econômica do alimentante que segue inalterável. • Recurso especial não conhecido. • (REsp 594.714/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 29/03/2005, DJ 02/05/2005, p. 342) Prof. Flávio Louzada Ação de Oferta de Alimentos
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Questionamentos: • O juiz pode fixar alimentos acima do ofertado?
• O juiz pode fixar alimentos abaixo do ofertado,
ainda que o réu concorde com o pedido?
• TJRS – AI 0128003-75.2014.8.21.7000, 7ª CC, rel.
Des. Sérgio Fernando de Vasconcelos Chaves, j. 17.04.2014 Prof. Flávio Louzada • CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE OFERTA DE ALIMENTOS. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DO VALOR. BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA. MANUTENÇÃO DO VALOR ARBITRADO.
• 1. Para fins de fixação de alimentos, o julgador deve avaliar as possibilidades do
alimentante e as necessidades do alimentando.
• 2. Constatando-se que o valor arbitrado a título de alimentos se mostra razoável e
proporcional em relação às necessidades do alimentando e à capacidade do alimentante, tem-se por inviabilizado o acolhimento do pedido de redução do quantum fixado.
ROMULO DE ARAUJO MENDES, 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 13/05/2015, Publicado no DJE: 28/05/2015. Pág.: 139)
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Legitimidade • APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OFERTA DE ALIMENTOS. PARENTES POR AFINIDADE. INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE ALIMENTAR. ATO DE LIBERALIDADE. Os artigos 1.696 e 1.697 do Código Civil limitam o dever alimentar, de forma que a referida obrigação não se mostra exigível aos parentes colaterais além do segundo grau, tampouco aos afins. A prestação de assistência material à sogra de forma espontânea configura ato de liberalidade, prescindindo, portanto, de chancela judicial. Recurso conhecido e não provido. (Acórdão n.885533, 20150110032783APC, Relator: HECTOR VALVERDE SANTANNA, Revisor: JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 05/08/2015, Publicado no DJE: 13/08/2015. Pág.: 227)
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Ação de Exigência de Contas • Arts. 915 e ss CPC: ação de prestação de contas • Jurisprudência: ao alimentos pertencem ao filho >ilegitimidade ativa; alimentos irrepetíveis e a tutela jurisdicional não teria utilidade > falta de interesse processual • Arts. 550 a 553 NCPC
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EXECUÇÃO DE ALIMENTOS Prisão ou Penhora?
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Execução pelo Rito da Prisão
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Do cumprimentos de sentença que reconheça e exigibilidade de obrigação de prestar alimentos • Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. • § 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. • § 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. • § 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. • § 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. • § 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. • § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. • § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. SUM 309 - STJ
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Protesto na execução de alimentos: diferenças com outros feitos * Nas outras decisões condenatórias, para promover o protesto é necessário haver o trânsito em julgado; nos feitos alimentares isso não é exigido, pois é passível a penhora até mesmo quando se executa alimentos provisórios * Nos outros feitos, o protesto é feito a requerimento da parte; na execução alimentar, o protesto é determinado de ofício
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Execução pelo Rito da Penhora
• § 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da
sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
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• Art. 528 § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
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Foro Competente Art. 528 § 9º Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II (o juiz que decidiu a causa em primeiro grau de jurisdição) e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
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• Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. • § 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. • § 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. • § 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
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Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis. Art. 833. São impenhoráveis: X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários- mínimos; § 2o O disposto nos incisos IV (os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;)e X (a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos)do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
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Art. 833 § 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V (os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou do caput os úteis ao exercício da profissão do executado) equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
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Título Extrajudicial • Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo. • Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do art. 528. (Protesto/Prisão) • Art. 912. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento de pessoal da importância da prestação alimentícia. • § 1o Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. • § 2o O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, a conta na qual deve ser feito o depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração. • Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do art. 528. Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-se-á o disposto no art. 824 (execução por quantia certa) e seguintes, com a ressalva de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
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AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ACORDO EXTRAJUDICIAL PERANTE A DEFENSORIA PÚBLICA. RITO DO ART. 733. DO CPC. POSSIBILIDADE. 1. O escopo do processo executivo das ações de alimentos é dar efetividade à prestação jurisdicional, assegurando a célere quitação das prestações alimentícias, pelos meios mais eficazes, sejam ele os descontos em folha, a prisão civil, o rito da constrição patrimonial, dentre outros, impondo, inclusive às repartições públicas a obrigação de prestar informações necessárias ao processo. 2. A interpretação sistêmica dos dispositivos que regem a matéria (artigos 16 a 20 da Lei nº 5.478/68 e 732 a 735 do CPC)não permite estabelecer distinção entre o acordo referendado pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público ou pelos advogados das partes (art. 585, II, CPC) e a sentença judicial que fixam os alimentos. 3. O rito estabelecido no art. 733 da Lei Processual assegura ao devedor da obrigação alimentícia a prévia justificativa para o inadimplemento da obrigação, assegurando-lhe direito ao contraditório e a ampla defesa, ocasião em que eventual nulidade ou irregularidade no título exequendo poderá ser suscitado pelas vias processuais adequadas, não havendo qualquer prejuízo ao exercício de suas garantias processuais e constitucionais. 4. Cabível, portanto, o processamento pelo rito da prisão civil de execução de alimentos lastreada em acordo extrajudicial firmado pelas partes perante a Defensoria Pública. Precedentes do STJ (REsp 1285254/DF e REsp 1117639/MG). 5. Agravo de Instrumento conhecido e provido. (Acórdão n.883333, 20150020064300AGI, Relator: LEILA ARLANCH, 2ª Turma Cível, Data de Julgamento: 15/07/2015, Publicado no DJE: 28/07/2015. Pág.: 117)
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PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. EXTINÇÃO DO PROCESSO COM FULCRO NO ARTIGO 267, INCISO IV DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL POR FALTA DE TÍTULO EXECUTIVO. ACORDO REALIZADO PERANTE O JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL COM A PRESENÇA DE REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DA DEFENSORIA PÚBLICA. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. RITO DO ARTIGO 733. POSSIBILIDADE. É cabível a execução de alimentos, fixados em acordo extrajudicial referendado pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública, pelo rito do artigo 733 do CPC, conforme orientação do Colendo Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista que a sistemática do referido artigo é voltada à maior efetividade da norma constitucional de proteção do direito fundamental do alimentando è uma vida digna. Apelação conhecida e provida. Sentença cassada.
(Acórdão n.579397, 20110710025495APC, Relator: ANA MARIA DUARTE
AMARANTE BRITO, Revisor: JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 11/04/2012, Publicado no DJE: 19/04/2012. Pág.: 243)