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Revisão: Diamond
— Leika!
Os olhos de Leika se abriram e sibilou de
dor quando a luz brilhante inundou seus
sentidos. Em algum lugar próximo, Cherin já
estava de pé, chamando por ela. Ela o sentiu
tropeçar em suas pernas e soltou um grito de
dor estrangulado.
— Aí está você — disse Cherin, caindo ao
seu lado. — Eu pensei que tinha te perdido.
— Eu estou bem. — Ela resmungou.
— Bem, eu não ficaria bem se você ainda
estivesse em Kaldernon — Disse Cherin,
esfregando os olhos. Os dois aparentemente
estavam tendo problemas para se adaptar à
luz. Ter seus corpos despedaçados e
reunidos tão intensamente causou danos a
cada um deles. — Você nunca me perdoaria
se eu roubasse sua missão.
— Bem, que bom que nós dois estamos
aqui então — disse Leika, dando um tapa no
ombro dele e usando-o para ajudá-la a se
levantar. — Não temos muito
tempo. Deveríamos nos mexer.
— Bem, sim, mas...
— Mas o que? — Ela perguntou, erguendo
a sobrancelha para ele. Cherin fechou a boca
e apressou-se, levantando imediatamente um
braço para se firmar e esfregando a cabeça
com a mão livre.
— Apenas pensei que deveríamos nos
orientar primeiro.
— Você sabe que esta área não é segura —
disse Leika. — Em todo lugar neste planeta é
inseguro, mas especialmente aqui. É aqui que
você pode ver Kaldernon.
Ela olhou para demonstrar seu ponto de
vista e ofegou. No céu não havia nada além
de nuvens brancas e macias.
— Isso não pode estar certo — Cherin
suspirou, apertando os olhos para o céu. —
Lopu deve ter aproveitado energia suficiente
para nos enviar para um lugar mais seguro.
— Bem, como vamos saber para onde ir,
então? — Leika perguntou, seus cansados
olhos cor de lavanda se enchendo de lágrimas
frustradas.
— Não se preocupe — disse Cherin,
segurando seu ombro e sorrindo. Ele
procurou na bolsa e tirou uma faca. — Vamos
fazer uma trilha.
Ele cortou um “L” na árvore atrás de
Leika e piscou. — Sem problemas.
Leika pareceu instantaneamente aplacada
e assumiu o comando mais uma vez.
— Você ficará encarregado de fazer os
marcadores de trilha então — disse ela, sua
voz não vacilando mais. Ela sempre se sentiu
mais confortável em controlar. Era
enlouquecedor quando eles eram crianças,
mas ela havia crescido em sua
autoridade. Era quase sexy.
— Certo — disse Cherin, seus olhos
brilhando enquanto a seguia pela trilha da
floresta. — Lidere o caminho, chefe.
Leika sorriu para si mesma. Era bom
quando ele se acomodava. Mas é por isso que
eram amigos. Ambos gostavam de estar no
comando e não se importavam de ouvir um
ao outro. Não era um jogo de poder entre
eles. Eram iguais.
— Vou ter que usar um pouco de magia
primeiro — disse Leika. — Para ver se consigo
sentir sobreviventes. Eu conheço um ritual
que ajudará.
— Claro. Você precisa de espaço?
— Apenas observe. Ficarei fora do corpo
por um tempo.
— Certo.
Leika fez um círculo na terra.
— Não atravesse isso, certo? Ou isso
interromperá o ritual. Só se for uma
emergência.
— Entendi — disse Cherin.
Logo, Leika estava em transe. O mundo
surgiu atrás de seus olhos, tal como fez de
olhos fechados, mas com uma grande
diferença. Tudo era transparente, exceto
pelos corações dos descendentes de
Kaldernon. Ela gritou de surpresa, quando
ouviu vários batimentos cardíacos ao mesmo
tempo. Eles se agrupavam longe de onde
estavam. Provavelmente muito além do que
os três dias lhes permitiriam. Mas isso era
tudo que eles tinham. Caso contrário, o
poder de sua capa diminuiria e seria outro
caso de almas perdidas, Lonis e shifters,
presos na Terra.
De repente, ouviu outro batimento
cardíaco, um forte e feroz vindo da direção
oposta, direto de um aglomerado ao
Norte. Ela teria que escolher qual deles
seguir, e não seria difícil. Embora fosse
arriscado, tinha que fazer o possível para
ajudar os mais necessitados. Embora fosse
mais prático salvar um descendente de
Kaldernon, sua missão era ajudar o maior
número possível. Ela não podia ajudar os
dois ao mesmo tempo, mas pelo menos
conseguiria reunir o maior grupo possível.
Quando ela abriu os olhos novamente, o
sol havia mudado no céu e teve o súbito
pensamento de que não havia tempo
suficiente no mundo. Cherin estava
empoleirado no tronco de uma árvore, não
muito longe de seu círculo, mastigando
distraidamente um punhado de bagas de suas
rações.
— Temos que ir — disse Leika. — Agora.
Imediatamente Cherin se levantou e logo
a seguiu para o Norte.
CAPÍTULO ONZE
Fim...
Ou apenas o começo?