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Torre fechada

Emblema da família Shutower

Os Shutower são uma das famílias de Ahlen com terras ao norte, controlam algumas
rotas de comércio com Dahon. Uma família antiga vinda do Leste, dizem que os seus
antepassados eram Dragões e viviam em uma grande torre, mesmo que hoje a maioria dos
Shutowers sejam meros humanos. Mas as histórias são passadas de geração em geração
no seus brasões. Hirano Shutower é o atual patriarca da família, mas seu posto é diversas
vezes ameaçado por irmãos e primos que querem o controle dos negócios e da fortuna.

Hirano Shutower Liryan Shutower

Hirano é um homem de mão forte e cabeça dura, mas relapso com sua família, sua
esposa o abandonou deixando-o sozinho com sua filha. Boatos na elite que ela teve um
caso e fugiu porque estava grávida. Hirano nega e diz que ela morreu em uma viagem.
Liryan Shutower é a filha única de Hirano, uma moça gentil diferente de seu pai,
letrada e amante do conhecimento, porém diversas vezes reprimida pelo seu pai. E a
relação piorou quando sua mãe partiu. Liryan vivia quase sempre trancada em casa, até
que conheceu um rapaz.
Maldição e Desejo

Emblema da família Rigor


A séculos atrás, antes da história lembrada, antes da revolta dos três, um incômodo surgiu
para o Panteão. Um feiticeiro que se denominava Zambelius Ragor almejava o poder e a
divindade,construiu seu próprio culto nas floresta, e conseguia absorver a energia de seus
seguidores e da natureza. Até então Zambelius era apenas um problema para os mortais, para os
reinos em Arton, mas seu objetivo era maior. O Feiticeiro almejava a Deusa da Magia, seu desejo por
ter poder igual a Wynna o motivava. E assim Zambelius continuou se fortalecendo, absorvendo todo
dos seres vivos ao seu entorno e os transformando em monstros mortos vivos. Arautos de Khalmyr
travaram uma guerra contra o Feiticeiro, o levando à morte, mas não acabaria aí. Mesmo morto, o
poder de Zambelius continuou no mundo seguindo sua vontade e ressurgindo na mente de seus
herdeiros.

Terceiro corpo possuído por Zambelius


Outras três vezes, Zambelius retornou, cada vez em um corpo diferente de sangue do seu
sangue. Todas as vezes resultava em guerra e mortes, e cada retorno Zambelius estava mais
próximo do plano dos Deuses. O panteão se incomodou, e deveriam parar os retornos de Zambelius
antes que se tornasse um problema para o mundo. Matar todos que tinham o sangue dos Feiticeiros
era uma maneira de se resolver porém cruel, o que restou a opção de retirar a magia daqueles que
tivessem seu sangue. A Deusa da magia foi contra pois iria contra sua natureza, mas não podia
permitir que o Feiticeiro retornasse e ferisse mais criaturas mágicas.
Gerações após gerações, os descendentes de Zambelius nasceram sem a capacidade de
aprender magias. Wynna de vez em quando descia ao mundo para ajudar alguns desses
amaldiçoados, e ao longo do tempo já acreditava que os desejos de Zambelius já haviam sido
extinguidos.

Emblema da família Hemilin


Lyan Hamlin nasceu e cresceu em um lar pobre e violento. Porém sua fé em Marah sempre a
colocou de pé, até mesmo quando seus pais a venderam para um bordel por um punhado de
moedas. Sendo obrigada a se vender para sobreviver, Lyan encontrou nas outras mulheres da sua
família, mesmo com o trabalho degradante e sendo exploradas pelo dono do lugar, as mulheres dali
tentavam-se manter confiantes. Com dezoito anos, Lyan conheceu um Almirante chamado Roger
Audrian, por quem se deixou seduzir por falsas promessas, e se apaixonou.

Almirante Roger Audrian


O Almirante a engravidou e a enganou dizendo que cuidaria dela, mas nunca mais apareceu.
Lyan por vezes tentou fugir para encontrar o seu amado, mas nunca conseguia ir longe. Em uma
dessas vezes o dono do Bordel se irritou e começou a agredi-la, o que resultou numa grande revolta
entre as mulheres. Naquela noite Lyan deu a luz ao prematuro Pãti Hamlin, e as damas tomaram a
posse do Bordel e de suas vidas, deixando o corpo do homem que as explorou esfolado no porto.
Lyan Hamilin

O bordel continuou a funcionar, apesar de tudo, aquilo era a única coisa que aquelas
mulheres poderiam trabalhar, porém todas seriam tratadas como seres livres. Os homens que não
respeitavam as regras tinham o ex dono como exemplo. Ao longo do tempo o bordel se tornou mais
uma Taverna. Naquele porto em Portsmouth que Pãti cresceu, rodeado de mulheres que o
consideravam como um filho, um lar pobre e precário mas repleto de amor de sua mãe.
Mais uma vez Wynna desceu para olhar como ia a vida dos descendentes de Zambelius, foi
quando conheceu um rapaz de cabelos verdes, que no Bordel se denominava Eros. Intrigada pela
beleza e dons musicais, Wynna se aproximou dele. Por muitos dias Pãti como Eros recebia o Avatar
da Deusa da Magia, e acabou se apaixonando. A Deusa também se apegou no rapaz, e a entristecia
saber mágico dele, porem podado por seu sangue. Em uma tarde Wynna se revela para Eros, e
decide lhe presentear, com um beijo ela lhe deu o direito a magia, assim suas músicas poderiam ser
muito mais do que eram. Porém depois disso Wynna rejeitou o amor de Eros, e disse que dar a
magia a ele foi um risco muito grande e por isso ele nunca mais a veria.

O Bardo Eros
Eros se sentiu arrasado, apesar da magia de Wynna estar em seu corpo, nunca mais ele
poderia ver sua amada, foi então que pensamentos primitivos permeiam sua mente, se ele fosse um
Deus poderia reencontrá-la. E assim a fagulha do desejo de Zambelius acendeu em Eros mais de mil
anos após sua extinção.
Nascido Impuro

Emblema da família Demetrian


Os Demetrian são uma família de aristocratas da antiga Yuden, Kaskian Demetrian um dos
herdeiros não conseguindo produzir herdeiros homens recorrem a atos escabrosos, abusando de
suas serviçais para alguma lhe dar um filho mesmo que bastardo. Tais atos atraíram um demônio a
seu lar, Emisty uma succubus que se aproveitou da maldade de Kaskian e passou a se alimentar
dele. Emisty deu a Kaskian um herdeiro homem como queria, porém, devorou boa parte de sua alma,
o deixando um homem moribundo.
Kayon foi fruto desse caso, mesmo que a primeira vista poderia ser o herdeiro humano
perfeito, seu lado Demônio começou a aparecer. Kayon era um Sulfure para desgosto do que ainda
restava de Kaskian. Como membro da elite e simpatizante da causa Purista, Kaskian fez Kayon
ocultar seus traços Sulfures, trabalho difícil ainda mais quando ingressou no exército de Yuden
Certa vez Kayon e seu esquadrão foram emboscados por magos malignos, que ao descobrir
a ascendência de Kayon o levaram para fazer experimento. Transformado em um monstro, Kayon foi
usado para matar inocentes e tudo que visse. Foi tirado dele todo que tinha de humanidade,
deixando apenas um demônio.

Oprimido pelo pai e pelo exército e agora torturado por magos, Kayon estava quebrado, mas
uma luz surgiu em seu caminho. Laurina, a deusa das estrelas, filha do dia e da noite, guiou seus
cavaleiros para impedir aqueles magos, e no caminho resgataram o pobre Sulfure.
Levado até os Uivantes onde fica o templo de Lauriana, onde seus sacerdotes fazem
pesquisas junto aos de Tanna Toh, e os cavaleiros são treinados a seguir o caminho das estrelas,
Kayon descobriu a paz. Se tornou um Cavaleiro de Laurina, ganhando o emblema de Kirin a estrela
menor e tendo a Benevolência como sua moral guia, Kayon saiu por Arton a mando de sua Deusa,
ajudando pequenas vilas e pessoas em apuros, caminhos tortuosos mas que sempre o levaram onde
deveria estar, e ele estava em Ahlen ajudando na segurança de comerciantes nas rotas a pedido da
família Shutower
Encontro de Irmãos

Em 1398 notícias rodaram Arton sobre a morte misteriosa de diversos soldados, incluindo o
almirante da marinha Roger Audrian. Seu funeral e de todos os outros aconteceria dentro de
semanas na capital de Deheon. Com a notícia da morte de Roger, Eros descobre que o mesmo é seu
pai, e decide ir para Valkaria ver com seus próprios olhos o homem que abandonou sua mãe.
No caminho para Valkaria Eros seguiu experimentando da luxúria e dos prazeres por onde
passava, cidades, campos e florestas, nas quais se relacionou com algumas Dríades. Próximo da
capital, Eros se abriga em uma mansão onde conhece uma bela feiticeira chamada Rosana Vectra, a
mesma que se fascina por Eros não só pela aparência e carisma mas por algo poderoso e maligno
que o mesmo carregava junto de sua alma.

Rosana Vectra
Ao chegar ao evento, Eros se infiltra na corte para ter acesso ao corpo de Roger mas no
caminho acaba se deparando com outro ser que também estava se infiltrando, Capitão Heron.
Heron também era um filho bastardo de Roger e teve a mesma ideia que o bordo, Heron nasceu em
Malpetrim após Roger e seus tripulantes abusarem de algumas mulheres de uma cidade portuária
três anos antes de chegar a Portsmouth. Heron cresceu cercado pela pobreza e pela criminalidade, e
não demorou muito para entrar na Pirataria, na adolescência já tomou seu primeiro navio se tornando
capitão. Após cuspirem no corpo do Almirante morto, e depois ver a família que o patife tinha como
oficial, Heron convidou Eros para fazer parte de seu navio, um músico a bordo nunca é demais.
Capitão Heron
Por três anos os irmãos navegaram juntos no navio voador, mas a tripulação começou a ter
um pé atrás com seu capitão, por ele ter o coração muito mole. Em um dia comum Heron foi
golpeado, seu imediato tramou um motim. Heron só teve Eros ao seu lado durante a batalha, parecia
que ambos iriam morrer ali, quando Rosana surge de um amuleto que dera a Eros. Rosana auxilia a
fuga dos irmão e amaldiçoa o Navio e seus tripulantes, transformando-o em um Navio fantasma, mas
ficando presa ao navio.Mesmo em fuga o navio consegue atingir o barco em que os irmãos estavam,
Heron desacordado e Eros fez tudo que pode para não ter estivessem em queda livre.
Em uma vila perto de Vectora passava o samurai Gabriel Arashi estava finalizando uma
missão como aventureiro,quando percebeu a queda daquele barco próximo a cidade. Socorridos pelo
samurai, os irmãos se viram gratos com o novo amigo e se dispuseram a acompanhá-lo no pedido de
socorro de seu mestre. O mesmo ja idoso havia sido atacado e sua filha Liane, levada por bandidos.
O grupo consegue salvar a moça por quem Heron desenvolve sentimentos, mas ao retornar veem
que o mestre já não estava mais com vida. Arashi agora levando a espada de seu mestre se junta a
Heron e Eros como um grupo de aventureiros.
Sua próxima missão seria em Ahlen a pedido de uma familia envolvida no mercado negro,
onde os três iriam investigar e deter as ofensivas de rivais. Nessa mesma época, Eros conhece uma
Liryan Shutower e os dois vivem um romance.

Gabriel Arashi
A missão acabou saindo do controle dos três, o que resultou em uma grande batalha e nós
três se separando. Arashi seguiu os caminhos como devoto do antigo deus da Guerra, Heron
retornou a Lyane para ter uma vida pacífica, Eros cada vez mais tomado pela escuridão de
Zambelius ficou anos oculto estudando e se fortalecendo.
Sangue do Dragão

Durante sua estadia em Ahlen Eros conheceu Liryan e mostrou a ela o mundo que seu pai a
privá-la de ver. Usando seu nome real, Pãti mostrou a ela seus sonhos e seus objetivos e o culto a
Eros, o Deus dos desejos. O amor entre os dois durou até Pãti desaparecer depois de batalhas que
tiveram na cidade. Semanas depois Liryan descobriu que estava grávida e confidenciou a seu
recente amigo cavaleiro Kayon que a meses estava na região e inclusive acobertava as fugas de
Liryan para ver Pãti. O Cavaleiro de Laurina prometeu à jovem que a protegeria, o que veio a
acontecer quando não se pode mais esconder a gravidez.
Hirano Shutower se viu em fúria por mais uma vergonha de manchar o nome de sua família.
E estava prestes a matar sua própria filha grávida, quando Kayon interviu. Apesar da enorme
vontade de acabar com a vida daquele verme, Kayon pensou no que seria melhor para Liryan e a
criança, e propôs que ele tomaria a moça em casamento e assumiria a criança, com o casamento
com um Cavaleiro o nome deles não seria manchado. Hirano aceitou, mas os expulsou dali.Kayon e
Liryan se casaram e foram para uma vila próxima ao templo de Laurina onde poderiam ficar em uma
fazenda, meses depois Edos nasceu com características disformes.
No mundo o Dragão da Tormenta havia sido derrotado, a deusa dos elfos rebaixou a escrava
de Tauro, e a volta de Kallyadranoch o deus dos Dragões ao panteão. Hirano ficou emocionado com
a ascensão do Kally e demonstrava o poder dos Dragões e um sinal de boa sorte a sua família que
os sempre idolatram, mas sua devoção precisava de uma prova e um sacrifício de sangue para seu
Deus.
Edos já tinha 3 anos de idade, Liryan o criava com muito amor, Kayon matinha o casamento
como fachada mas quase sempre estava trabalhando como Cavaleiro de Laurina, mas sempre pedia
para sacerdotes irem ajudar sua esposa. Em uma noite guardas da família chegaram e levaram Edos
a mando de Hirano, Liryan se sentiu incapaz vendo seu filho ser levado.
Hirano em Ahlen aguardava a chegada da criança para realizar o sacrifício, enfim as
manchas em seu sangue sumirão. Tudo estava pronto, Hirano se preparava para a cerimônia quando
pela primeira vez viu Edos, uma criança bonita de cabelos verdes como de Pão, porém olhos
vermelhos e escamas pelo corpo como de um Dragão. Hirano tremeu de medo pelo ato que iria
cometer, eras aquela criança foi a primeira com o sangue de Dragão na família, sacrificar aquele
menino seria uma ofensa a Kallyadranoch.
Kayon invade o local da cerimônia pronto para acabar com quem estava ali, mas não era
mais necessário, o sacrifício se tornará um batismo. Hirano diz para Kayon que irá guiar o verdadeiro
herdeiro da casa Shutower. O Cavaleiro vendo que por não apresentar mais ameaças a criança se
viu aliviada e acreditando que houve uma intervenção divina e que tudo estava nos caminhos que
Laurina o guiava.
Durante sua infância, E Dos passava metade do ano com seu avô que o ensinava sobre a
nobreza e política, e o iniciava no culto a Kallyadranoch. Na outra metade, voltava a viver com sua
mãe que tentava lhe ensinar a gentileza e humildade. Anos se passaram e o que era um casamento
de fachada se tornou um amor verdadeiro, quando Edos tinha 5 anos, Kayon e Liryan tiveram duas
filhas Irina e Lauri, ambas nasceram como Sulfures.

Quanto mais o tempo passava e Edos envelhecia, mas indisciplinado o garoto se tornava,
bravejava a todos o cantos “Eu tenho o sangue do Dragão, sou melhor que todos vocês”. O garoto
sempre arrumava brigas e acabava sempre se machucando. Além disso, se tornou ganancioso,
acumulava moedas em seu quarto, cobrava por qualquer afazer doméstico, apostava com outras
crianças na vila. Kayon sempre tentava repreender o menino, e dizia que essas atitudes eram
influência do velho Hirano, já Liryan dizia que era refém dos desejos assim como Pãti e que assim
como a Luxúria era seu pecado, a ganância é o pecado de Edos.
O jovem Edos não se parou apenas nas apostas mas começou com coisas semelhantes a
agiotagem, extorsão e outras formas ilícitas de conseguir dinheiro. Com o queixo sempre pra cima
Edos menospreza aqueles que eram plebeus, e até entre os nobres por não terem o sangue mais
nobre de todos que é de Dragão. A Autoestima de Edos que por um lado o protegia dos xingamentos
e ataques por ser o único Kallynach, por outro causava preocupação de seus pais por talvez Edos se
tornar alguém de coração maligno.
Quando tinha quinze anos Edos já não ia mais para Ahlen, dizia que não gostava da
companhia de seu avô, decidiu viver uma vida boa sem preocupações,sem responsabilidades,
apenas ficava em bares jogando e apostando. Quando Kayon chegou de uma missão
completamente ferido, sem seu braço e olho esquerdo, graças a uma benção de Laurina ainda
estava vivo. Kayon dizia que ele como cavaleiro havia morrido em campo de batalha, mas Laurina o
salvou para terminar seu trabalho como pai.
Edos se impressionou a ver Kayon naquele estado:
-Como você deixou que isso acontecesse? Você é forte? Por que você deixou que quase te
matassem?
-Eu, não tive escolha, tinha inocentes lá e tive que protegê-los.
-E você ganhou o que com isso Kayon? Você jogou fora seu poder em troca da vida de
plebeus sem valor?
-Cale-se! Edos, por muito tempo relevei seu comportamento, mas o que está dizendo é
horrível. Todos tem valor, e eu como cavaleiro meu dever é proteger os inocentes….
-E você perdeu um braço, talvez uma perna por isso? Não faz sentido nenhum, eles que se
protejam sozinhos. Nós temos que nos proteger de nós mesmos e é isso, o mundo é assim cada um
cuida do seu. Só idiotas se doam de graça a outros…
Ao dizer essas palavras Edos foi interrompido por um tapa de sua mãe.
-Edos, não vou aceitar que você diga isso sobre o Kayon, ele é um homem bom, seu coração
é puro, ele nos salvou diversas vezes, você só está vivo aqui hoje graças a ele. Nós nunca exigimos
que você reconhecê-lo como pai, mas ele o criou como seu próprio filho. O mínimo que espero de
você Edos, e que o respeite, e agora ele está aqui após cair como herói em batalha, e não merece
ouvir as bobagens que você diz.
-Mas eu estou certo….
-Quieto Edos! Eu sempre te eduquei para ser diferente, mas se você quer ser esse tipo de
pessoa, é melhor ir morar com seu avô.

A tensão na família durou dias, Edos ficou trancado no quarto refletindo sobre o que
aconteceu, enquanto contava suas moedas. O silêncio da casa só era quebrado pelo som das
gêmeas brincando pelos corredores. De vez em quando Edos deixava as meninas entrarem em seu
quarto para brincar com os seus antigos brinquedos, mas logo eram chamadas por sua mãe. Edos se
sentiu mal pela primeira vez, como se sua mãe tivesse medo dele. Os dias passaram até que Liryan
o chamou , avisando-o que a carruagem o aguardava.
-É isso mesmo? Mãe você sabe que o Avô me dá medo, ele deturpa as coisas, faz coisas
horríveis com os outros.
Liryan abaixa o olhar - É o caminho que você está seguindo, você quer ser igual a ele, então
viverá com ele. Nesta casa junto de suas irmãs você não vai ficar.
Edos se espanta e segura as lágrimas, quando sua expressão começa a se alterar para uma
de raiva é interrompido por Kayon de cadeira de rodas enfaixado logo ao lado- Um momento.- Lirya
também fica surpresa com a fala repentina do marido.
-Garoto, entenda o lado de sua mãe, ao ver você assim tanto eu quanto ela sentimos que
falhamos. Mas eu sei que seu coração não é ruim. - Liryan desaba em lágrimas.- Você não é igual ao
Hirano.
-Eu sei, não sou meu avô. Mas eu não entendo o porque estou errado em pensar só em
mim, em achar idio… em não achar admirável se sacrificar por outras pessoas a troco de nada.
-Edos você vê o mundo em uma pequena janela, e não consegue ainda ver como a
benevolência é o maior atributo que um homem pode ter. Tesouros e poder não são as coisas mais
importantes do mundo…
-Claro que são! É a única coisa que importa proteger, sem eles não somos ninguém, igual os
plebeus.
O rosto de Kayon mesmo enfaixado demonstra grande pesar.
-Eu realmente falhei com você Edos, e peço perdão por isso. Mas Laurina me deu o brilho de
um caminho. Hoje você vai sair desta casa garoto…
-Vocês não podem…
-Mas terá duas opções, uma é seguir o caminho que você está, ficará com Hirano e se
tornará um molde dele, e espero que nunca mais pense em retornar aqui se fizer essa escolha. A
outra, é tentar aprender o que eu e sua mãe tanto tentamos te ensinar…
-Como assim aprender?
-Eu tenho um amigo Paladino em Bielefeld, o homem mais bravo e nobre de alma que já
conheci. A única pessoa que acredito ser capaz de mostrar para você o caminho dos bons e justos.
Você se tornará escudeiro, e poderá voltar para casa como uma pessoa boa.
Edos franzir a testa e indaga - Essas são as opções? Ser alienado por um homem bruto ou
trabalhar como mero escudeiro para ter o direito de viver aqui??
-É a única forma de você não perdê-las.
Edos olha para sua mãe que ainda está chorando, e lembra de como ela contava que sofria
nas mãos de Hirano, agressões e abusos verbais, se sentia em um ninho de cobras em Ahlen e não
podia confiar em ninguém. Com um olhar firme, Edos toma sua decisão e vai a Bielefeld se tornar um
Escudeiro da Luz.
Amor e Morte

A família Audrian é uma das casas mais nobres de Deheon, com vários integrantes
do exército do Reinado. Todos os Audrian’s desde crianças são educados para serem
grandes militares, assim foi com Roger Audrian e foi também com seu primo mais velho
Papirus Audrian.
Papirus dentro da família nunca foi muito privilegiado, filho caçula de um filho caçula.
Nunca foram criadas grandes expectativas em seu nome, as mesmas que eram voltadas a
seus irmãos que eram tanto fisicamente quanto intelectualmente eram superiores. A Papirus
restava as sobras, por conta disso ficava livre para viver entres os serviçais e plebeus que
servia a família. O garoto percebeu as injustiças que existiam nesse mundo, e em seu
coração cresceu a bondade. Tornou-se um guarda da cidade, e tinha ambição de proteger
os menos afortunados. Ao seguir Khalmyr Papirus encontrou o caminho dos justos.

Durante sua estadia na guarda, Papirus por seu jeito mais alegre e inocente, era
posto para patrulhas nos piores lugares da cidade, onde sempre acabava apanhando de
algum grupo de bêbados baderneiros. Mas apesar disso sempre conseguia cumprir suas
missões, e apaziguar as confusões. Em uma dessas patrulhas, Papirus conheceu um grupo
de aventureiros que fez amizade, em especial com um bardo chamado Oberon Dnit. O
músico era filho de um grande bardo aventureiro, e seu sonho era trilhar o caminho de seu
pai. Oberon e Papiros passaram a se encontrar quase todos os dias, onde conversavam
sobre a vida, sobre a família, a confiança e a esperança de um mundo onde todos possam
ter uma vida boa do Guarda encantavam Oberon. Já sua paixão pela arte e o desejo de um
dia sua música atingir todos do mundo do Bardo, encantou Papirus. Ao passar do tempo, a
amizade se tornou um amor, e por aquele tempo os dois foram felizes juntos.

Oberon saia às vezes para algumas missões com seu grupo mas sempre retornava
para seu amado. Enquanto isso, Papirus seguia tentando fazer diferença na guarda, mas
acaba sendo um grande incômodo a seus capitães. A opressão com os mais pobres
continuava, a corrupção com os mais ricos idem, Papirus por muitas vezes tentou fazer
denúncias mas eras sempre enrolados. Se fosse qualquer outro guarda, já teria sido
apagado, mas o sobrenome de Papirus o protegia. Ter um Audrian na guarda irritava muitas
pessoas, ainda mais um Nobre metido a bonzinho. Apesar das frustrações no trabalho,
Papirus sabia que teria Oberon para acalmar suas angústias, mas isso não durou muito.
Oberon saiu para uma missão a uma cidade vizinha, da qual não retornou, Papirus
ficou inquieto e pediu para seu capitão que o autorizasse ir até a cidade procurar Oberon. O
Capitão da Guarda viu nisso uma oportunidade de se livrar daquele fardo, além de liberar
Papirus de ir enviar um outro guarda para ajudar.
Na viagem os dois se depararam com uma alcateia de lobos, que seriam facilmente
espantados ou vencidos pelos dois Guardas. Porém, ali se fez a oportunidade de pôr um fim
naquele Audrian, com um golpe pelas costas Papirus foi deixado ferido e desarmado no
meio de vários lobos, Papirus morreu ali. Para a família foi dito que Papirus fugiu na noite e
morreu atacado na floresta.
Sangue e Ossos

Vinte anos se passaram, Arton estava em mudança, uma nova guerra surgiu com o
Dragão da Tormenta. Coisas estranhas começavam a acontecer, algo começou a perturbar
os mortos, em uma das florestas de Deheon algo estava movimentando o solo, com a lua
de testemunha o a terra deu a luz a uma criatura, um esqueleto trajando uma armadura
amassada e uma capa rasgada, carregando a alma brilhante de um um homem antes
morto.Papirus renascerá como um Osteon.
Confuso e sem lembranças aquele Osteon vagou por aquela floresta, não entendia o
que era, não sabia o porque existia, mas sabia que tinha que ir a algum lugar. Além de
animais naquela floresta era habitada por seres mágicos, Dríades seguiam a presença
daquele novo ser estranho.
-Que tipo de criatura é você?
-Bom responderia se soubesse quem sou eu.
-Você parece um esqueleto só que diferente.- O som das vozes saiam do meio da
escuridão das árvores.
-Talvez eu seja um esqueleto, ou até eu seja o que era esse esqueleto. Ou talvez
não seja nada.
-Você é algo novo por aqui. Vimos você surgir da terra, essa floresta criou você.
-Então eu sou que nem vocês?Eu sou uma árvore?
-Nós não somos árvores,o que chamam de Dríades. E você não é como nós.
As mulheres verdes e cobertas de folhagens começam a surgir da escuridão
rodeando o esqueleto.- Você traja uma armadura, é um guerreiro assassino?
-Mas não tenho nenhuma arma. Talvez só queira me defender.
-E está marchando para algum lugar, talvez uma batalha.
-Não sinto ódio, talvez não tenha inimigos.
-E o que você sente esqueleto?- Uma dríades para e senta na frente do morto.
-Sinto que não gosto de ser chamado de esqueleto.- Tenta simular a ação da Driade,
mas sentasse de mal jeito no chão.- Também sinto que estou vazio, é preciso encontrar
algo.
-Então você está buscando algo…e como quer que nós o chamemos?
-Bom não tenho um nome, não sei se já tive um.
-Poderia ser Bones!- Diz outra Dríade em tom animado.- Porque ossos é o que a
gente sabe que você é.
-Bones me agrada haha!- Se ele tivesse face, estaria rindo. - Mas sinto que não é
meu nome, talvez Pássaro!
-Pássaro?
-Não sei, me lembro que começa com “P”
-Então você se lembra.
-Bom, não me lembro de lembrar. Mas talvez isso seja lembranças.
-Se você perdeu as memórias podemos ajudá-lo.- Diz as Dríades em conjunto. -
Mas se você se lembrar que é alguém ruim?- Uma delas se aproxima ameaçadoramente.
-Seria uma grande ajuda se vocês me ajudassem, e eu não sou ruim!
-Como você sabe?
-Por que você é minha amiga, e eu não vou mentir para amigos.
-E como você sabe disso?
-Não sei, só sinto no meu coração, que alia…- Bones olha para o peito por dentro da
armadura- A é não tenho coração hahahaha.
Com a risada do Osteon as dríades começaram a rir junto. Em uma procissão pela
floresta elas o guiaram até o seu ninho.

O ninho das Dríades é um lugar oculto na floresta, iluminada por plantas


florescentes onde diversos animais descansam, outras druidas estavam à espera e junto
uma criança de cabelos verdes em cima de uma tartaruga. A mesma era uma mestiça, que
nasceu da visita de um humano a 4 anos atrás e se chamava Janna.

Por um bom tempo, Bones ficou com elas que através de magia começavam a
acessar as memórias da alma que habitava aquele esqueleto. E o nome Papirus foi
encontrado, seu sobrenome não importava mais, portanto Papirus Bones foi-lhe atribuído.
Papirus começou a lembrar, da guarda, das pessoas que queria proteger, dos caminhos que
queria seguir. As dríades ficaram confetes ao ver que ele era um ser bom, e ainda mais com
as história de amor com Oberon
-Oberon!- Papirus em um lapso gritou.
-Sim o homem que era seu amor na história.
-É, mas não é isso, é ele quem estou buscando. Eu morri porque fui procurar ele.-
Inquieto ele perambula para um lado e para o outro.
-Você precisa do seu amado para te completar, tem que encontrá-lo!
-Mas não sei quanto tempo passou, onde eu estou e onde devo começar. Mas agora
eu lembro, tenho que procurar o Oberon, ele deve estar preocupado comigo.
Ao recobrar suas memórias, Papirus descreve a cidade onde soube que Oberon
estava da última vez, e as Dríades o levam até o fim da floresta na direção que ele deveria
ir. Papirus se despede de suas amigas e segue viagem, e vê que o mundo mudou, muitas
batalhas mancharam aquelas estradas. No caminho Papirus encontrou guerreiros mortos,
que rezou por suas almas, e pegou emprestado seus equipamentos, escondeu seu rosto de
esqueleto e ali iniciou sua jornada.

Por muito passado o honrado Papirus, descobriu que a cidade que procurava estava
reduzida a cinzas, foi capturado por Goblins junto de outros aventureiros com os quais fez
amizade e escaparam de lá. Começou a viajar em missões para tentar encontrar pistas de
seu amado, até encontrar um dos antigos companheiros de Oberon.
A Elfa caçadora chamada Lilith, hoje vinte anos mais velha, conta que eles foram
atacados por um Vampiro, que Oberon a protegeu e que ela foi a única do grupo que
conseguiu fugir, muito machucada demorou até conseguir voltar com ajuda. Mas já era
tarde, o monstro havia fugido e apenas os corpos dos companheiros restaram, menos o do
Oberon.
Por muito tempo ela buscou tanto o monstro quanto Oberon, mas encontrou apenas
o Vampiro. Antes de matá-lo perguntou sobre o amigo, mas o monstro disse “Aquele
homem não existe mais”, ela não entendeu e matou o sanguessuga. Por mais alguns anos
buscou por Oberon, mas não teve sucesso. Seria impossível não achar um Bardo, ainda
mais o Oberon que sempre gostava de espalhar sua música por aí, ela assumiu então que
eles estavam mortos. Mesmo com Lilith dando os pesares, Papirus se anima.
-Então não tem certeza que ele está morto. Ele ainda tá por aí.
-Papirus você não me ouviu? Ele morreu.
-Bom, eu também morri, e to aqui. Escuta Lilith, o Obe está em algum lugar por aí
me esperando sinto nas minhas entranhas.
-Mas você não tem entradas Papirus.
-É mesmo HAHAHAHA!
Lilith fica confusa e irritada no início, mas logo seu sentimento muda para um alívio
de ver seu amigo de Volta bobo como sempre foi, e lhe dando esperanças de encontrar
Oberon. Lilith e Papirus começaram novamente a buscar por Oberon, com as capacidades
de Caçadora da Elfa, a confiança e o conhecimento em Oberon. Durante a jornada sempre
paravam porque Papirus sempre se metia em alguma confusão ajudando alguém. Foi
quando chegaram nos uivantes e encontraram Kayon que os levaram até o Templo de
Laurina. A sacerdotisa e avatar de Laurina conseguiu dar uma pista sobre Oberon, nas
montanhas centrais de Bielefeld, mas estava escondido e não queria ser achado. Com
agora Kayon ao lado, o grupo seguiu a Bielefeld ajudando todos que estavam no caminho.

Dois anos após renascer Papirus reencontra Oberon, em uma caverna isolada no
topo de uma montanha. Os três adentrar a caverna encontram Oberon cadavérico,
acorrentado, no momento que Kayon e Lilith se aproximam Oberon avança até eles como
um monstro, mas é parado pela corrente que o joga contra o chão. Todos entendem o que
está acontecendo, Kayon toma a frente querendo eliminar a criatura, mas Lilith o impede,
enquanto Papirus está parado imovel.
-Ele se tornou um monstro amaldiçoado, temos que matá-lo antes que machuque
alguém.
-Kayon, ele tá preso, e pelo estado não se alimenta a muito tempo. Vamos só sair
daqui, deixar os dois. Ele não tem sangue, vai ficar bem. -Kayon consente, e os dois deixam
a caverna.
Papirus ainda se mantém imovel olhando o que resta de Oberon.
-Eu não queria machucar ninguém, que bom que eles foram embora. Você ficou
para me executar?Aliás, o que é você? é só osso.- Diz Oberon se arrastando novamente
para o fundo da caverna. -Você é um boneco? Eu vi você se movendo pelo menos onde
você está. Você fala pelo menos? Seria bom uma última conversa antes de morrer.
-Eu falo, só estou chorando… bom, não tenho olhos nem lágrimas, mas na minha
mente eu estou hahaha.
-Essa risada me lembra alguém- Diz Oberon dando um pequeno riso- Mas porque
você ta chorando esqueleto?
-Esqueleto não é meu nome, e tô chorando por finalmente te encontrar Obe.
Ao ouvir aquilo Oberon arregala seus profundos olhos.
-Eu sei que tô diferente, me falta muita coisa, inclusive um rosto hahaha. Mas achei
que você me reconheceria, eu mudei meu sobrenome, pode me chamar de Papirus Bones
HEHEHE!
O bardo morimbundo desabou em lágrimas, e começou a dar uma gargalhada
enquanto limpava o rosto com suas mãos feridas.
-Eu sempre, eu sempre imaginei que você um dia iria me resgatar. Eu tinha
descoberto que você tinha morrido, meu mundo desabou. Mas mesmo assim, eu imaginava
voltar no tempo para antes disso acontecer e viver novamente com você. Eu machuquei
pessoas, matei muitos inocentes, a sede é voraz, mas eu não podia continuar, eu lembrava
de você e pensava o que você pensaria de mim. Não queria que você me achasse um
monstro.
-Obe espera…
-Eu não tinha coragem de me matar, minha alma monstruosa nunca ficaria junto da
sua. Aí eu fugi pra cá, me prendi nessas correntes, e estou a muito tempo sem ferir
ninguém, mas mesmo assim eu não morro. Estou pagando pelos meus pecados. E agora
você finalmente aparece, e me vê assim! Eu quase machuquei aquelas pessoas que
entraram.
-Oberon Dnit, cala a boca um pouco. - Grita Papirus. - Eu fui atrás de você, mas
falhei e morri no caminho. Deixei você sozinho neste mundo, sofrendo com essa maldição.
Mas algo me fez voltar, e cá estou, calvo Hahaha. -Oberon olha confuso para Papirus que
se agacha próximo dele.- Você não é um monstro Obs, você só estava perdido, e você estar
aqui se esforçando pra mudar sua nova natureza, mostra que seu coração ainda é o mesmo
daquele músico que conheci. A quanto tempo você não toca sua música?
-No dia que aquele lunático me transformou nisso, meu violino quebrou.
Papirus então tirar das costas um violino e um arco e entrega nas mãos de Oberon
-Na minha viagem até aqui, eu ajudei um senhor que faz instrumentos, eu contei
sobre você pra ele, então ele me deu esse violino para que eu possa dar de presente pra
você. Agora meu amor, toque com sua alma, estou a 25 anos de te ouvir.
Ainda com as mãos trêmulas, Oberon começa a tocar seu violino. Sons agudos
saem e ecoam pela caverna, com toda dor que aquele rapaz sentiu. O Som reverbera pelas
pedras e chega até os dois que estavam do lado de fora. A música continua, um vai e vem
como uma valsa, recheados de dor e alegria. Pelas montanhas a música se espalha, como
se eles estivessem cantando junto. Os dedos de Oberon bailavam pelo instrumento e suas
lágrimas escorriam de sua bochecha. Aquela música ressoou e pode ser escutada por
cidades próximas às montanhas, e trazia um sentimento melancólico e de alívio a todos que
ouviam.
Enquanto Kayon secava suas lágrimas, Lilith segurava em seu ombro, os dois
decidem entrar de volta para a caverna, e encontram Papirus abraçado a Oberon. Oberon
se afasta um pouco de Bardo e diz em tom forte e decidido.
-Oberon Dnit, eu te amo, quer casar comigo?
Oberon acena que sim com a cabeça se conseguir que sua voz saísse.
-Si…sim…sim, claro que sim. - No momento Obero olha ao redor e vê os dois
parados observando.- Mas eu sou um Vampiro.
-E eu sou um esqueleto, a gente faz dar certo.
-Mas eu machuco as pessoas.
Lilith se aproxima e responde
-Estamos mais perto que da última vez, e você não nos atacou ainda. Aliás é bom te
ver Oberon, vim agradecer por ter me salvado.
-Lilith? Você tá bem? Fico tão feliz de te ver…- Oberon volta a chorar- Eu não to
mais em frenesi,tocar me acalmou, mas não sei até quando vai durar, eu sou um monstro,
então saiam você dois daqui agora!
-Nós escutamos sua música Oberon, um monstro não faria aquilo. Papirus disse que
podemos fazer dar certo.
Kayon se aproxima também. - Eu também machuquei pessoas no meu passado,
poderia dizer que fui bem mais que um monstro. Mas Laurina me deu o caminho a seguir. E
foi Laurina que nos trouxe até você, acredito que não seja para te matar, o amor de vocês
não pode terminar em tragédia, Papirus não merece.
-Então nós fizemos algo, você não precisa necessariamente machucar as pessoas
pra viver Oberon, só precisa de sangue.- Lilith pega dois cantis e os deixa na frente de
Oberon. - Não sei se é o suficiente, mas você vai se sentir melhor e acredito que vai
conseguir se controlar. Veja como um presente de casamento meu e do Kayon.
Papirus pega os cantis no chão e entrega para Oberon
-Eu também te daria meu sangue, mas não tenho mais, nem coração para bombear
hehehe.
O Osten dá novamente uma de suas risadas estranhas, que faz com que todos ali
sorri de leve. Oberon então bebe o sangue de Kayon e Lilith, e como mágica seu corpo
começa a se restaurar, o homem que estava quase pútrido agora toma corpo e parece mais
vivo que nunca, conseguindo ficar em pé sozinho. Após abraçar e beijar o que deveria ser a
bochecha de Papirus, Oberon pega seu violino e novamente começa a tocar, e agora uma
música alegre com tons amenos, como um tilintar de fadas, e os quatro começam a dançar.

Alguns dias depois, Kayon retorna para sua casa. Lilith ficou pela região de vez em
quando indo visitar Oberon na caverna, levando algumas casas, que servem para Oberon
se controlar, mas quase sempre dá um pouco do seu sangue pro amigo seguir bem. Oberon
se recusa a sair da caverna, e diz que ficar preso ali será a punição pelas vidas que tirou.
Papirus contra a vontade de Oberon começar a transformar aquela caverna num lar
confortável, começa a trabalhar na região e sempre ajudando as pessoas. Papirus acaba
chamando a atenção da Ordem da Luz, e com o tempo se torna um Paladino de Khalmyr
ganhando o título de Sir. Papirus Bones. Manteve seu marido vampiro em segredo, já foi
difícil aceitarem um esqueleto consciente e do bem.
Anos depois, Papirus recebe um pedido de Kayon, para que deixasse seu filho Edos
ser seu escudeiro. Papirus em prontidão aceita treinar o jovem.
Escudo

No mundo várias guerras estouram, a Supremacia Purista ascende ao poder de


Yuden, guerra do cerco a Valkaria ocorre, Bielefeld se torna território neutro e Arsenal se
torna o novo Deus da guerra. A carruagem de Edos chega a Norm para encontrar seu novo
mentor e se tornar escudeiro da luz. Com a Ordem como testemunha, Edos se torna
escudeiro de Sir.Papirus Bones.
A princípio Edos se mostrou intransponível e cabeça dura em seus ideais, mas
Papirus se manteve persistente em mostrar que o caminho certo é o do Altruísmo. Iniciaram
o treinamento, para viajar com o Paladino o jovem nobre deveria ao menos aprender a se
defender. A pele de Edos era reforçada por sua origem dragônica, o que o deixava com
uma resistência incrível.
Os dois seguiram fazendo missões humanitárias em Bielefeld, auxiliando refugiados
da guerra. Edos sempre questionava quais ganhos teriam naqueles trabalhos, já Papirus
sempre reforçava o ponto que com as capacidades que tinham era seu dever proteger os
mais os menos favorecidos. A contragosto Edos seguia o Osteon tagarela, ele aprendia a
cuidar dos equipamentos e como se portar em batalha. Papirus sempre o obrigava a
interagir com a população local.
Durante esse tempo, Papirus levou o seu escudeiro para conhecer seu marido
Oberon. A caverna já se tornará um lar para os dois, mas Oberon se mantinha acorrentado.
Edos questionava o porquê se manter preso, o casal eram seres quase imortais não fazia
sentido se privarem do mundo. Mas Oberon sempre dizia que aquela era a justiça a se fazer
e que apenas sairia quando sua alma estivesse limpa de seus pecados. O nobre sempre
ficava irritado, pois aquilo era apenas irracional, eles tinham o poder e tempo para serem da
elite, ter terras ou até dominarem uma cidade. Muitas lições sobre o caminho dos justos
foram dadas a Edos, que se mantinha cabeça dura.
Nas missões, Edos via diversas vezes o Paladino tomando a frente, arriscando sua
vida para proteger os outros, já o escudeiro sempre evitava entrar em batalha, e por muitas
vezes essas ações colocam em risco a missão. Mesmo assim Papirus nunca brigou ou
mandou Edos lutar, ele entendia que seu dever era dele mesmo e que o Nobre tinha a sua
escolha, o Paladino só podia tentar guiar Edos para entender que seu escudo deveria ser
levantado não só para ele, mas também para os outros.
-Sabe garoto Edos, aos pouco começo a entender como você pensa e acredito que
temos o mesmo pensamento só que ditos de forma diferente.
-Como assim Papirus? Somos totalmente diferentes, você é altruísta e humilde,
arrisca tudo que tem por esse povo. Eu sou nobre, sei que o que importa é proteger o que é
meu e que se dane os outros. Assim como um dragão protege sua montanha de ouro, eu
protejo a minha.
-Isso é o que você diz, mas mesmo assim veio ser escudeiro que mesmo que tenha
eu te protegendo é algo que é perigoso.
-Mas eu vou ter um ganho, além da minha mãe não ter me dado outra saída,ser
escudeiro da Luz aumentará meu status social. Só vai me fortalecer na elite.
-Isso você está certo. Mas eu digo que somos iguais sobre outros aspectos, creio
que encontrei uma forma de você entender o que digo. Você levanta seu escudo, para
proteger você mesmo, sua riqueza, seu status, como você diz suas coisas certo?
-Certo.- Diz Edos intrigado pelo que Papirus tem a dizer.
-É isso, você levanta seu escudo para proteger aquilo que importa para você. Eu
também faço isso, meu escudo se ergue para proteger tudo que importa para mim, meu
marido, minha honra, e as pessoa que vivem nesse mundo. Pra mim todo que vive nesse
mundo importa, ainda mais aqueles abandonados que não são acolhidos em Nomes
importantes.
-Isso é diferente Papirus…
-Como diferente garoto? Estamos falando de proteger o que é valioso pra gente, pra
mim essas pessoas são preciosas, você é precioso pra mim, por isso mil vezes vou surgir
em sua frente te defendendo.
-Mas não preciso que me defenda, já estou bem forte, devo admitir que graças a
você. Mas isso não significa que vou sair me sacrificando por qualquer um que nem você
faça.
-Gostaria que fizesse, mas eu entendo que você não é eu, e você não é o Kayon, e
apesar de lembrar você não é Oberon também.
-O Oberon sacrificou o sonho dele para salvar uma amiga. E agora ta se martirizado
no que lembro ele?
-O Obe quando jovem era focado em seguir seu sonho, era a preciosidade que ele
defendia, mas quando salvou a Lilith foi quando ele viu que aquela amizade também era
preciosa e decidiu defendê-la. Depois de ser amaldiçoado, ele usou das pessoas para se
manter bem, porém relembrou que ser uma pessoa boa e justa era também precioso, então
se prendeu naquela caverna para retomar aquilo que ele tinha perdido.
-E o que isso tem a ver comigo?- Edos se levanta querendo encerrar o assunto, pois
de novo iria discordar das palavras de Papirus.
-Em algum momento Edos, você vai descobrir algo precioso para você, algo que
vale mais que essas coisas que você se gaba de ter. Quando isso acontecer, te garanto que
você deixará seu escudo erguido custe o que custar. Na sua montanha de Ouro você vai ver
que não tem apenas Ouro, garoto Dragão HAHAHA
Edos ao ouvir isso, para e reflete, de alguma forma depois de muito tempo as lições
começaram a fazer sentido, o que irritou o jovem. Em negação, espantou seus
pensamentos e bravejou algumas reclamações e saiu de perto de seu mestre.

Edos já estava com dezoito anos, já ansiava por receber o título de sir, mas sua
expectativa foi quebrada por Papirus. O paladino dispensou Edos como seu escudeiro, e
mandou ele voltar para casa.
-Como assim Papirus? Eu fui seu escudeiro por três anos, você não pode só me
mandar embora assim. Você sabe quem eu sou, mereço o título de sir.
-Garoto, você não vai ser um cavaleiro da Luz, você nem segue Khalmyr.
-Claro que não sigo, ele que puniu o senhor Kallyadranoch, e seus seguidores ficam
o que é certo e errado, isso é irritante
-E você queria entrar na ordem da luz?
-Não exatamente, mas mereço ser um cavaleiro, mereço ter esse título pelo meu
trabalho.
-Nós sabemos.-Edos que você sempre fez o mínimo, e o título não é acessório, é o
que garante que você siga o caminho dos justos. Khalmyr sabe o quanto eu tentei te colocar
no caminho certo, mas você escolheu ser cabeça dura. Lidar com você me fez perder
cabelo, sabia? E nem tenho cabelo HAHAHA
-Ta, entendo não receber o título… Mas porque tá me mandando embora?
-Porque já te ensinei tudo que tinha pra ensinar. Você é uma boa pessoa Edos, só
se recusa aceitar isso, e eu sou só um Osteon não tenho poderes mágicos pra mudar quem
você é.
-Então vai desistir de mim e me mandar embora como minha mãe e o Kayon
fizeram?
-Não veja assim, volte pra sua casa, com certeza estão com saudades de você. Viva
sua vida, você nunca quis ser um herói Garoto.
Voltar para casa era o que Edos sempre quis, mas neste momento se sentiu triste de
voltar, de certa forma ele não quer que sua mãe achasse que ele não tinha mudado, e que
ainda era igual a seu avô. Após se despedir de Oberon e Papirus, Edos pegou a carruagem
de volta para casa.
Edos não queria ver sua família tão sendo, então parou na cidade para beber e jogar
um pouco, coisa que Papirus não deixava ele fazer a muito tempo. Após alguns copos, E
Dos já esquecerá o sentimento que te abalava, voltava a bravejar como antes sobre seu
sangue Dracônico e como era poderoso. O pessoal da cidade recebeu o filho do Guerreiro
Kayon, mas começaram a ver o contraste entre os dois e murmuraram ao cantor, o que
deixou Edos irritando. Naquele momento uma gritaria se deu nas ruas, e chegou até o bar,
um grupo de batedores adentra o local, carregando algumas mulheres pelo cabelo.
Aqueles bandidos estavam agindo na região a algum meses, e era questão de
tempo até chegarem na cidade. O que parecia ser o líder, entrou na taverna bravejando que
o grupo havia tomado a cidade, e que cada estabelecimento deveria pagar para continuar
existindo. E que as mulheres que os agradavam seriam levadas como espólio. Capangas
entram na taverna indo até o balcão e pegando os tibares, que ali estavam, aqueles que
resistiam eram mortos na hora. Uma das garçonetes, uma elfa, também foi pega e posta
junto da outra mulheres do lado de fora, a mesma pede ajuda ao filho do herói.
Tanto os bandidos quanto as pessoas do salão, olharam para Edos aguardando que
ele fizesse algo. O Chefe dos bandidos ao ver o rapaz exotico, trajando uma armadura com
um escudo ao lado, se aproxima o intimidando.
-O rapaz ai, é filho de herói? É metido a bravo, vai encarar eu e meus homens?
Edos já bêbados e com raiva daquelas pessoas não retira os olhos das cartas em
sua mão- Eu não sou um herói, só me deixem em paz que não me importo com que vocês
fazem.
-Esse é um bom rapaz Zahahah- Gargalhou o bandido- Esse é um homem que sabe
que não se deve se meter onde não lhe deve.- Nesse momento chuta o corpo de outro
cliente que havia sido morto tentando defender o bar.
-Você vai ficar parado ai Edos? Deixar eles fazerem o que querem? Isso é uma
desonra pro nome do seu pai. - Grita um dos aldeões
-Isso não é problema meu- Edos abaixa as cartas, mostrando sua mão vencedora,
depois puxa os tibares da mesa para si.
-Zihahaha não adianta pedir, ele não vai salvar vocês. Vamos homens, terminem o
serviço, mas deixem o tal Edos em paz, Zahahaha- O bandido então pega de seu bolso um
punhado de moedas e coloca junto ao monte na mesa de Edos, e sai do bar gargalhando.
Depois que os bandidos partiram, as pessoas correram para acudir os feridos,
enquanto olhavam com desprezo para Edos. O mesmo que após ficar parado olhando as
moedas que foram postas em sua frente, se levanta lentamente e deixa o salão sem deixar
seu olhar cruzar com ninguém. Mais uma vez Edos se sentiu mal, e seguiu caminhando em
direção a colina que ficava sua casa.
Após minutos de caminhada Edos chega a sua casa, mas se espanta ao ver que a
mesma estava em chamas. O rapaz corre em direção e se depara com Kayon caído no
chão na frente, com as suas próteses quebradas e marcas de tiros nas costas, se
arrastando em direção da casa em chamas. Edos chega em pergunta a Kayon o que
aconteceu, o guerreiro apesar consegue dizer que Liryan estava dentro da casa. Edos larga
suas coisas sem pensar, corre para dentro da casa em chamas, ao contato com o fogo sua
pele cria a aparência de escamas e Edos sente suportar o calor da chamas. Após alguns
segundos Edos sai da casa carregando sua mãe, a mesma estando muito ferida e com
diversas queimaduras no corpo.
Funcionários da casa também feridos aparecem vindos de outra casa da fazenda, os
mesmo rapidamente começam a tratar Kayon e Liryan.
-Eu não encontrei minha irmãs dentro de casa, o que aconteceu?
-Fomos atacados de surpresa por bandidos, eu tentei lutas mas me alvejaram pelas
costas. Os sádicos tacaram fogo na casa com sua mãe dentro, levaram suas irmãs. - Kayon
diz isso enquanto cospe sangue, tentando se levantar. - Me de sua armadura Edos, eu vou
atrás daqueles vermes, o acampamento deles não deve ser longe.
-Não Kayon, você não tem condições de ir.
-Não importa, são minhas filhas, tenho que salvá-las. Eu falhei e defendê-las -
Lágrimas começam a escorrer dos olhos de Kayon, com uma mistura de dor e tristeza.
-Não pai… eu falhei em proteger vocês - Edos olha para os ferimentos de Kayon, e
Liryan desacordada com graves queimaduras na pele, e lembra dos feridos naquele bar, e
das risadas daquele homem deixando as moedas. Naquele momento Edos entende as
palavras de Papirus, e se enoja de si mesmo- Fique aqui fique vivo pai, eu vou salvar Lauri
e Irina e trazê-las de volta pra você dois. Vou proteger minha família custe o que custar.
Edos pega seu escudo e seu martelo e corre pelas estradas, enquanto saia da
cidade viu para onde os bandidos estavam indo e pra lá se direcionou. Enquanto corria,
suas antigas falas ressoavam pelo seu pensamento, e naquele momento elas não faziam
mais sentido. Ele iria agora, sozinho com seu escudo proteger algo precioso para ele, sua
família, as pessoas inocentes da cidade onde cresceu, todas pertencem a ele e ele vai
protegê-la. Que dragão desprezível deixa bandidos entrarem em suas terras e roubar e
destruir o seu tesouro. Inaceitável, vergonhoso, Edos ficava furioso com sigo mesmo. Esse
é o caminho que sempre me guiavam a seguir, agora entendo, todos e peço desculpas por
demorar. Naquele momento, estrelas no céu brilharam sobre a cabeça de Edos.

Ao chegar no acampamento Edos começou a escutar as vozes daqueles bandidos,


se gabando do saque que cometerem. Em gaiolas várias começam a bravejar, outras
lutando com bandidos que as puxavam para se aproveitar delas. Junto das comemorações,
diziam que tiraram a sorte grande por pegar duas jovens Sulfures, que valeriam muito como
escravas. Edos sem pestanejar entra no local balançando seu martelo.
-Veja só quem apareceu, veio pedir mais dinheiro, se juntar a nós?- Disse o chefe
abrindo novamente o sorriso faltando dentes- Ou então decidiu bancar o Herói? Zahahah
Edos acompanha a gargalhada daquele homem, e olha para a gaiolas e avista suas
irmãs junto de outras camponesas.
-Haha, não vim bancar herói, porque estou longe de ser um. Mas vim ver o rosto dos
vermes que ousaram vir nas minhas terras e me roubar. Eu avisei, me deixem em paz.
-Roubamos sua casa por acaso? Zahahah me perdoe então, quantas moedas você
vai querer em rapaz?
-Acho que você não entendeu. Todas essas terras são minhas, eu sou Edos
Shutower herdeiro do sangue do Dragão e tudo aqui é meu. E vocês são ratos que ousaram
pisar aqui machucar meu povo.
-Então agora você se importa? Zahahah perdeu valor na sua própria vida. Homens
matem ele.
Nesse momento, com um sorriso no rosto novamente as escamas na pele de Edos
voltam a aparecer e sua aparência Dracônica fica mais acentuada. Diversos bandidos
correm em direção a Edos para atacá-lo. Golpes vêm de todos os lados mas nenhum
transpassa sua defesa. O Nobre Dragão infla seus pulmões de ar, e com o ódio ao ver
aqueles vermes em sua frente cospe um jato de Labaredas atingindo todos os inimigos à
sua volta. Vários caem, e outros se espantam com a ação e começam a fugir. “Ele é um
dragão de verdade” gritam alguns para o chefe.
-Imbecis não recua, ele só tem uns truques. Qual foi sua mãe que trepou com uma
lagartixa rapaz?
A resposta dada ao chefe surge de dentro das chamas, Edos corre acerta um golpe
de seu martelo naquele homem. A mesma cambaleia, mas se mantém de pé. O Chefe pega
sua asmas e começa a disparar vários tiros em Edos enquanto os capangas novamente
tentam desferir golpes nele. Mas não importa o quanto tentem, Edos se mostra intocável.
-Nesse jogo a sorte tá a meu favor seus vermes. QUEIMEM!
Em um novo ataque Edos, banha todos a sua volta em suas chamas. Durante a
confusão, algumas mulheres correm para resgatar as que estavam presas nas gaiolas
quando são impedidas pelo chefe e capangas que empunha suas pistolas em direção a
elas e começa a disparar. Mas novamente saindo das chamas surge Edos que toma a
frente com seu escudo para protegê-las. Edos se deixa ser atingido para que nenhuma bala
acertasse as reféns.

-Edos é você?
-É você irmão?
Lauri e Irina estão entre as garotas olhando impressionada para Edos, coberto por
escamas vermelhas. As duas correm e abraçam o Escudeiro, o mesmo que mesmo
sentindo a dor dos tiros sorri de volta para elas.
-Meninas é bom ver vocês, mas fiquem para trás. Segurem o escudoEdos entrega o
escudo para sua irmãs e as empurra para trás. Outras mulheres pegam escudos e armas
que estavam no chão e ficam juntas para se protegerem.
-Todas fiquem atrás de mim, prometo que vou proteger vocês custe o que custar. Eu
sou Edos Shutower e vocês são meus tesouros, vou protegê-las porque esse é o caminho
de um Dragão.
-Zahahaha vai conseguir protegê-las e se proteger ao mesmo tempo? Que nobre de
sua parte.
-Por que eu sou um Nobre, sou diferente ralé como vocês.
Edos lança seu martelo em direção ao chefe, mas a arma passa longe de acertar o
bandido, mas serviu como distração, Edos corre até chegar próximo do inimigo e gruda sua
mão no ombro dele. Uma nova saraivada de tiros são disparados contra Edos, inclusive do
chefe a queima roupa. Mas Edos não se abala e resiste, segurando o seu inimigo pelos
ombros cospe novamente um jato de labareda, agora na cara do homem que começa a
queimar enquanto grita. Os capangas restantes tentam fugir, mas alguns aldeões correm e
terminam de matá-lo.
Naquela noite, Edos cumpriu com sua promessa, mesmo bastante ferido protegeu
todas ali. Em uma procissão, as garotas são levadas de volta para vila, junto de todo
dinheiro roubado, mas ainda com vergonha não fica para ver a reação da população. Edos
segue o caminho com suas irmãs de volta para casa.

A casa havia se tornado cinzas, Kayon estava sentado cuidado de Liryan que
acabara de acordar, ambos ainda sendo tratados pelos funcionários.Quando ao longe Edos
chega carregado no ombro de suas irmãs. Os serviçais correm para ajudar e já começam a
cuidar dos ferimentos de Edos, e as meninas correm para abraçar seu pai e ver como sua
mãe estava. Kayon chora de alívio ao ver que todos estavam bem.

Edos afasta as pessoas que estavam tirando sua armadura e limpando suas feridas
e vai até Kayon. Se ajoelhando na frente dele.
-Pai, eu peço perdão por tudo que disse, peço perdão por ter agido de forma
desprezível. Mãe, eu nunca vou ser como meu avô, eu sempre vou cuidar de vocês, vocês
são minha família.
Liryan que estava deitada no colo de Kayon, enfaixada levanta e vai até seu filho e o
abraça. - Me perdoe filho por ter te tratado daquela forma, eu fui uma péssima mãe pra
você.
-Não mãe, você fez o necessário, se não fosse por vocês dois e pelo mestre papirus
eu seria igual aqueles homens na floresta. Graças a você posso lutar pela minha honra.
-Edos, é tão bom tê-lo de volta- diz Kayon ainda abraçando as gêmeas.- Hoje você
me deu orgulho, graças a você tanto sua mãe quanto suas irmãs estão aqui. Se
dependesse de mim…
-Não, você lutou até o fim. Você é o homem mais forte honrado e bom que conheço,
e olha que vivi três anos com Papirus - Edos dá uma pequena risada que é interrompida por
uma dor de seus machucados. - Você não precisa lutar mais, viva bem cuidados das
meninas, cuidando da minha mãe, e sendo meu pai.
-Eu não esperava que você me chamaria assim algum dia.
-Mas é o que você sempre foi, meu pai. Então como disse, relaxa que vocês são
meu tesouro e vou protegê-los.- Edos mesmo com dor se levantar e tentar ficar imponente.
-Como é que é?- Questiona Liryan segurando um sorriso.
-Eu esgueirei meu escudo, sempre que estiverem em perigo!HAHAHA- Edos
começa a imitar a risada de Papirus.
-Deve ser alguma coisa do Papirus .- Diz Kayon se deixando rir junto.
Durante os próximos meses, sacerdotes e cavaleiros de Laurina desceram a
montanha e vieram auxiliar no tratamento dos feridos. Pessoas da cidade foram até a
fazenda para agradecer Edos, mas o mesmo negou o agradecimento e se desculpou por
não ter agido antes. Os aldeões se juntaram para ajudar a reconstruir a casa, Edos deu
quase todo seu dinheiro para ajudar os outros lugares que foram destruídos.

Em pouco tempo tudo já havia voltado ao normal, a Ordem de Laurina decidiu deixar
um templo na cidade com sacerdote e alguns cavaleiros , para protegê-los de futuros
ataques. Ao ver que todos estavam bem, Edos anuncia que iria sair em viagem, talvez se
aventurar um pouco, conseguir algumas coisas valiosas no caminho, ou outros tesouros
que possam ser protegidos. Disse também que passaria em Ahlen para cobrar a herança de
sua avó, e fazer oferendas a Kally por ter sempre estado com ele nessa jornada de
autodescobrimento. Após se despedir de sua família e garantir que todos estavam seguros,
Edos seguiu seu caminho carregando seu escudo com emblema de dragão.

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