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Tradução: Ayanami

Revisão Inicial: Cláudia

Carolino

Revisão Final: Silvia Helena

Leitura Final: Anna

Azulzinha

Formatação: Lola
Abusada e expulsa de sua matilha por ser gorda,

Cassie precisa encontrar um novo alfa, aquele que estará

disposto a aceitá-la com suas falhas. Ouviu falar de Abel,

um alfa mal-humorado, que foi expulso de sua matilha

original e criou a sua própria de alguma maneira

misteriosa. Esperava que ele a aceitasse.

Cada pessoa que Abel tem em sua matilha, tem

algum defeito que foi rejeitado por outros, mas ele não

vê falhas, apenas beleza. Quando encontra Cassie pela

primeira vez, ele a quer. Sente a escuridão e a força

dentro dela e não tem escolha a não ser usar todos os

meios possíveis para fazê-la se abrir, para que possa

usar a força que agora a aterroriza. Apenas

empurrando-a, ele é capaz de penetrar em sua pele e

liberar o poder que ela tem.

Mas as necessidades de Abel vêm inundando-o. Ele é

o alfa, destinado a ser forte. Nenhuma mulher jamais

conseguiu lidar com ele. Encontrou essa mulher em

Cassie? Ela conseguirá lidar com o controle dele? Sua

necessidade de proteger?
— Abel não é um alfa ruim. É sempre muito justo, mas
isso não significa que seja fácil conviver com ele. É difícil e
exige excelência. Algumas pessoas não gostam da ideia de
trabalhar pesado, então precisam ir e se arriscar a serem
renegados. — Disse Jessica.
Cassie Sanders mordeu o lábio, imaginando o que
estava fazendo ali então. Sabia o motivo, mas quanto mais
Jessica falava, mais difícil era para ela não pensar em se
arriscar e tornar-se renegada, selvagem seria uma opção
melhor. Ouviu dizer que Abel era o último recurso para uma
matilha sem líder.
Havia rumores de que ele foi expulso quando
adolescente e não teve escolha a não ser criar sua própria
matilha, transformou um humano para que não ficasse
selvagem. Ela não sabia se esse boato era
verdadeiro. Transformar humanos em lobos era algum tipo de
mito urbano. Nunca soube de alguém que teve sucesso, mas
sabia que se alguém pudesse fazê-lo seria um alfa.
— O que aconteceu com as pessoas que foram
renegadas? Todos ficaram selvagens? — Perguntou.
— Nós somos destinados a fazer parte de uma
matilha. A única pessoa que teve êxito foi Abel. Ele aceita os
desgarrados, os lobos que foram expulsos de suas matilhas
ou banidos. Todo mundo pode dizer todas as coisas ruins que
quiserem, mas ele tem um bom coração. Não é fácil de
perceber. Então, o que a traz ao bando de Abel?
Cassie olhou para mulher bonita na sua frente
enquanto caminhavam para a grande casa de Abel. Precisava
pedir permissão para fazer parte da matilha e se ele a
aceitasse poderia encontrar sua própria casa, mas primeiro
precisava passar pelo menos dois meses dentro da matilha,
sendo parte dela para que pudessem aceitá-la como ela os
aceitou. Era muito tempo, mas esperava ter sucesso. Não
queria morrer. Lobos selvagens eram caçados, capturados e
mortos.
A morte não era uma opção para ela.
— Minha matilha me expulsou por ser gorda. — Disse
ela olhando para Jessica.
—Você está brincando comigo.
Cassie olhou para sua forma gorda. Estava acostumada
a ser ridicularizada, ter o dedo apontado em sua direção
constantemente e com as provocações intermináveis. Todos
pensavam que era engraçado ser uma loba gorda. Como
poderia ser possível ser gorda? Não sabia. Antes que se
transformasse em uma loba, era gorda e cada pessoa dentro
de sua antiga matilha a fazia se sentir assim.
—Não. Eles não gostam de gordos, então não havia
lugar para mim.
Forçou um sorriso nos lábios.
Ao crescer, chorou muito, mas agora, a menos que
tivesse um dia muito ruim, como o pior dia, então se permitia
chorar, mas não tanto quanto antes.
— O que sua família acha disso? — Os braços de
Jessica estavam cruzados e ela parecia chateada.
— Eles ajudaram a arrumar minhas malas.
— Quantos anos você tem?
— Tenho vinte e três anos de idade.
— Quando você fez a transição?
— Dezoito. Eles me deram vários anos para perder
peso. Era como um jogo para eles, vendo-me trabalhar e fazer
tudo o que queriam que fizesse. Não era inadequada. Fiz tudo
o que pediram e ainda assim me expulsaram.
— Uau, isso foi muito cruel.
— Você foi expulsa de sua matilha?
— Sim, eu tenho um olho verde e o outro azul. Eles
achavam que manchavam a perfeição da matilha. — Jessica
encolheu os ombros. —Eram assim antes, então não vi uma
razão para ficar ali.
Cassie sorriu. Jessica parecia legal, mas já esteve errada
antes e isso sempre acabou mal para ela.
—Eu disse para você nunca virar as costas para seus
inimigos!
A voz alta ecoou pelo corredor e os pelos nos braços de
Cassie se levantaram. Jessica estremeceu.
— Este é Carl. Fazer parte da matilha de Abel vem com
alguns requisitos.
— Quais são eles?
— Sempre aparecem alfas e matilhas no território de
Abel com a esperança de matá-lo ou fazê-lo se
submeter. Nenhum deles conseguiram, mas por causa da
ameaça, ele gosta de manter todos no auge de sua
consciência. Deve aprender a lutar, lutar com ele e ao seu
lado.
— E os que são mais fracos? — Pergunta Cassie. —
Certamente eles não conseguem lutar.
— Carl foi expulso de sua matilha por ser fraco e Abel
ainda o faz treinar mesmo que seja para salvar sua própria
vida. Ele não quer que nenhum de nós morra porque não nos
treinou. Venha, você o verá em ação.
Cassie seguiu Jessica para uma sala grande que parecia
um ginásio de ensino médio. O comprimento do cômodo era
enorme e olhando para cima, viu que as janelas eram de
vidro, à noite permitia que a lua se filtrasse.
Uma vez dentro do ginásio, havia arquibancadas em
ambos os lados, mas o olhar de Cassie ficou preso no
centro. Um homem com mais de um metro e oitenta de
altura, músculos em abundância e um dos homens mais
brutais que já viu, estava olhando para um cara menor do
que ele em estatura. Ambos os homens apenas vestiam um
short justo e estavam cobertos de suor.
Havia quase cem pessoas dentro do ginásio assistindo a
luta.
— Por que estão todos assistindo?
— É preciso. — Disse Jessica. — É o que Abel
exige. Hoje nem está tão cheio. Raramente estamos todos
aqui ao mesmo tempo. Ele não faz nada sem um
motivo. Precisa se defender, treinar e provar a si mesmo do
que é capaz. Ninguém jamais será melhor do que Abel, então
tudo bem, mas ele quer que você se mantenha seguro.
O olhar de Cassie não pode se mover enquanto ela
observava o homem menor atacar o maior. Estremeceu
quando o homem maior estendeu a mão, agarrou o pescoço
do menor, levantou-o e o bateu de volta derrubando sobre o
tapete.
Bem, se fossem humanos, a força do impacto o mataria.
— Carl ficará bem?
— Ele tem a capacidade de se curar rápido. É por isso
que foi expulso de sua matilha. Sua capacidade de se
machucar e estar novo em folha dentro de uma hora os
assustava. Decidiram que ele não era um lobo, mas um
monstro.
— Todo mundo que está aqui, foram rejeitados pela
matilha de alguma maneira? — Perguntou Cassie.
— Ou foram expulsos. Somos uma mistura,
Cassie. Espero que você possa lidar com isso.
— Não me importo. — Cruzou os braços e estremeceu
quando Carl gritou por tempo.
— Você não pode pedir tempo. Ninguém dará à mínima
se estiver no campo de batalha. Precisa aprender a continuar
lutando e não desistir. — Abel avançou em sua direção e Carl
correu para longe, quando cruzou os braços a sua frente,
enrolou-se em uma bola, Abel parou.
— Por favor, eu preciso de tempo. — Disse. — Sinto
muito. Sinto muito. — Balançou como uma bola.
— Sabemos que Carl se machucou muito por causa de
sua capacidade de se curar. Embora de todos nós, é o que
está levando mais tempo para treinar.
— Ferido?
— Eles usaram tudo que puderam encontrar para ver
como seria sua cicatrização. As feridas em seu corpo foram as
que eles fizeram antes que pudesse se transformar em um
lobo. Depois disso, as cicatrizes que tentaram fazer em seu
corpo sempre se curavam. Aquelas estão lá agora, mas os
piores estão em sua mente. Muita dor para lidar. — Jessica
parecia triste e Cassie entendia o porquê.
Ela mesma passou fome. Foram alguns dos testes que
fizeram. A matilha toda fez piadas sobre isso. Eles a
acorrentaram, apenas permitindo sua liberdade na lua
cheia. Sem comida, ficou fraca, mas mesmo assim não
conseguiu perder peso. Ainda era a mesma garota com o
corpo grande no final do ano.
Depois disso, passou mais e mais tempo longe de sua
família. Ver o olhar de nojo em seus rostos não era o
suficiente para sentar-se à mesa deles para jantar. Quanto
mais tempo passava longe da matilha, mais feliz ficava. Claro,
tudo isso mudou quando chegou a lua cheia e todos
quiseram caçar.
Eles a tratavam como um coelho e a atacavam em todas
as oportunidades que tinham, mas não importava o que
faziam, mesmo quando a deixavam para morrer, ela sempre
se curava.
Esfregou os braços quando se lembrou da última caçada
e imaginou as dolorosas razões pelas quais a
expulsaram. Empurrando esses pensamentos para o fundo
de sua mente, viu quando Abel ofereceu sua mão. O poder
que ele exalava ainda estava lá, apenas que desta vez,
mostrava bondade, pegando-a de surpresa.
— Continuaremos com os treinos. Entenda Carl. Isso
não é crueldade com você.
— Eu sei. Preciso ser forte.
— Você precisa ser. Neste mundo, há várias pessoas que
querem que fracasse. Não pode se permitir fazer isso. Nem
sequer uma vez.
Carl assentiu e foi embora.
Ela observou quando Abel levantou a cabeça farejando o
ar e seu olhar foi em direção a elas.
— Quem é essa? — Perguntou Abel.
Ela não gostou do medo repentinamente a dominando.
Abel era um dos maiores homens que já viu e o
pensamento de estar perto dele a enchia de pavor.

Baunilha era um dos aromas favoritos de Abel e no


momento em que a mulher misteriosa entrou em sua
academia, soube. Ela estava um pouco atrás de Jessica. Era
bem gorda para um lobo, mas estava ali. Seu próprio lobo
dentro dele deu um pequeno grunhido de aprovação.
— Olá, alfa. — Disse Jessica caminhando para frente,
seus quadris balançando sedutoramente. Várias das fêmeas
da matilha queriam se acasalar com ele, Abel apenas não
estava interessado nelas. Gostava que suas mulheres
fossem... doces. Ele não tinha tempo para mulheres que
lutavam para entrar em sua cama. Não estava procurando
uma mulher frágil, por assim dizer, apenas que não
despedaçasse uma à outra por seu afeto.
Era parte do traço lobo, pelo menos entre aqueles que
foram expulsos ou rejeitados de sua matilha. Ficavam mais
selvagens, precisando se acasalar.
Seu olhar caiu sobre a linda ruiva enquanto ela seguia
Jessica em direção a ele. Suas mãos estavam entrelaçadas e
viu que os nós dos dedos estavam brancos. Estava nervosa.
— Esta é Cassie Sanders. Recentemente expulsa de sua
matilha.
Ela parecia aterrorizada e ele sabia que alguém fraco
não ocupava lugar algum em uma matilha.
— Você causou problemas? — Perguntou Abel.
Finalmente, o olhar de Cassie foi para ele e seus olhos
verdes eram os mais bonitos que já viu. Eram muito
expressivos, mostrando um pouco da dor dentro dela.
— Não.
— Há quanto tempo foi expulsa de sua matilha? — Ele
perguntou. Quanto mais tempo ficassem fora da matilha,
maior o risco de ficarem ferozes e ele gostava de defender sua
matilha de quaisquer ameaças em potencial.
— Uma semana.
— Isso não é muito tempo.
— Eu não queria me arriscar a ficar feroz e ser
morta. Não tenho vontade de morrer.
— Quantos anos você tem?
— Vinte e três, alfa.
Com quarenta anos de idade, Abel olhou para a jovem
mulher, notando suas abundantes curvas. Toda sua matilha
tinha algo de errado com eles ou algo que a matilha anterior
julgou errado.
Os olhos de Jessica eram de cores diferentes e Carl
tinha a capacidade de curar-se. Havia até alguém que não
gostava de sexo em grupo e vendo que a matilha deles era
assim, o expulsaram. Tantas razões diferentes, mas dentro de
sua própria matilha, Abel os reuniu como uma família.
— Por que eles a expulsaram? — Ele perguntou.
— Sou muito gorda. — Disse ela.
Abel inclinou a cabeça para o lado para olhá-la. Disse as
palavras como se não significasse nada para ela e ainda
assim, no momento em que disse gorda, sentiu seu lobo se
erguer como se quisesse protegê-la. Sua tristeza o afetava
profundamente e não gostou disso.
Ela era um novo membro e cada um passava pelos
mesmos testes rigorosos. Ele não tinha favoritos.
— Preciso saber se você pode cuidar de si mesma. —
Disse ele. —Faz parte das minhas regras. Deve ficar aqui por
cerca de um mês, até mesmo dois, como já perdeu a última
lua cheia. Não gosto de entrar em conflito com outras
matilhas porque um dos meus homens ou mulheres se
tornaram ferozes. — Odiava ter que lidar com outros grupos
de alfas e o modo como o olhavam, como se fosse a razão pela
qual tudo estava errado no mundo.
— O que devo fazer? — Cassie perguntou.
— É simples. Ataque-me.
Esfregou os braços e ele esperou enquanto ela
balançava a cabeça.
— Não.
— Exijo que minha matilha esteja apta para a guerra,
caso aconteça. Fomos expulsos porque nos julgaram
inferiores. Podemos ser fracos, mas quero saber se meus
homens e mulheres podem lutar por si e pela matilha. Deve
me atacar. — Ele ficou ali esperando. Normalmente, suas
exigências eram sempre atendidas, então quando ela
balançou a cabeça, ele ficou aborrecido. Não queria lidar com
isso agora.
Sua matilha estava observando, então foi em direção a
ela e Cassie não se afastou.
— Você lutará comigo.
Ela apertou os dentes e balançou a cabeça. — Eu não
posso.
— Acha que é muito especial para lutar? Que tem um
maldito dom? Abra os olhos, mulher. Você foi expulsa de sua
matilha e seguirá as minhas regras ou seu traseiro estará na
fila dos selvagens. Agora, lute. — Ele não gostava de bater em
mulheres, mas para estar preparado e pronto, precisava que
elas fossem capazes de lutar. Nunca teria uma pessoa fraca
demais para se defender e mesmo se fossem incapazes de
lutar, encontraria maneiras de se defender por tempo
suficiente para fugir. Ele não tinha vontade de ferir uma
mulher, mas isso as deixava mais fortes.
Observou quando Jessica a empurrou para frente e
quando finalmente ela ficou de costas para ele, Abel se moveu
em direção a ela.
Esta era a primeira vez que fazia isso, mas o sua loba
estava à superfície e precisava provar a ela o valor de suas
ações. Quando estava prestes a empurrá-la e não muito forte,
Cassie de repente girou e segurou seu braço.
No momento em que ela o tocou, o prazer percorreu
cada parte de seu corpo. Todos no ginásio desapareceram e
os únicos que importavam eram eles. Sequer sabia se Jessica
estava lá.
— Não... me... toque... — Disse Cassie.
Ele sentiu o poder em seu toque e até mesmo seu
próprio lobo ficou chocado com a força pura dela.
Ele era um alfa. Abel nunca se submeteria. Foi uma das
muitas razões que o fez deixar sua matilha. Sempre que seu
alfa pedia para se submeter, não conseguia fazer isso.
Ele tentou por muito tempo, muitas vezes brigou
consigo mesmo, mas não conseguiu. Ajoelhar-se diante de
um alfa era algo que não faria por ninguém.
Ela lhe deu um pequeno empurrão e ele recuou alguns
passos, mas foi o suficiente. Olhando para Cassie, viu o medo
em seus olhos, mas não era medo dele, era medo de atacá-lo.
— Por que você deixou sua matilha?
— Eles não gostavam que eu fosse gorda.
Não era uma mentira. Sempre podia sentir uma
mentira. Mas algo mais aconteceu com ela também.
— Saiam! — Falou, deixando todos saberem que eles
não deveriam discutir.
O feitiço que estava ao redor deles se rompeu quando
ela olhou para a esquerda e para a direita, os sons de passos
ecoando pelo ginásio.
— Jessica, coloque as coisas de Cassie em um quarto.
— Alfa?
— Nós vamos conversar um pouco.
Jessica assentiu e se virou para sair como o restante
deles.
Cassie colocou o cabelo atrás da orelha, parecendo
querer sair com eles.
Uma vez que a porta se fechou com um eco, caminhou
em sua direção sem deixar de olhá-la. Ela não se moveu um
centímetro. Entrelaçou as mãos mais uma vez a sua
frente. Era forte, não havia dúvidas sobre isso.
— Eles a expulsaram com a desculpa de que você é
gorda, mas eu quero saber o que mais aconteceu. Você não
ganhou peso rapidamente. O que aconteceu?
Ela olhou para ele e seus lábios estavam pressionados
juntos.
— Eu sou gorda e sou por muito tempo. Eles... eles
tentaram muitos métodos que acharam divertidos e
produtivos. Nada funcionou. Toda lua cheia, eles me
matavam de fome e me obrigavam a correr pela floresta perto
de onde a nossa matilha descansava, então me atacavam. Por
um longo tempo... aceitei os ataques. Não lutava. Não os
impedia.
Seu olhar verde estava nele novamente.
— Mas nesta última vez o que você fez? — Perguntou de
pé na sua frente, com os braços cruzados.
— Eu… não consegui me conter. Fui agarrada pelo
tornozelo. Eles não me deram tempo para virar e... tudo é
meio que um borrão. Anos de ser chamada de coisas, de ser
tratada como lixo, apenas reagi. Eu os machuquei. —
Disse. — Foi muito fácil assustá-los. Nem sequer… não
houve… esforço. Apenas me defendi e no dia seguinte fui
expulsa da matilha com meus poucos pertences.
O lobo dentro dele se enfureceu, exigindo que a
ajudasse, que a protegesse.
— Você não me machucará. — Disse ele. — Sou o alfa
aqui. Sou mais forte e fará o que eu pedir, caso contrário...
Não conseguiu terminar quando ela o empurrou com
força e ele não estava prestando atenção.
Esse simples empurrão o jogou para trás do outro lado
do ginásio e ele caiu de bunda no chão. Rolando olhou para
ela.
— Eu não quero machucá-lo. — Disse ela.
Sorriu. Esta era a primeira vez que uma mulher o
desafiava, atacava-o assim e ele adorou. Seu pau estava duro
como pedra e seu lobo estava muito feliz agora.
— Não haverá muitas pessoas aqui depois de hoje. —
Disse Jessica.
Cassie mordeu o lábio, tentando manter sua
preocupação para si mesma. Depois que empurrou Abel, ele
deu a ela um sorriso estranho e disse que era o suficiente.
Sua força sempre foi algo que a assustou.
Nunca mostrou esse lado para sua matilha antes, não
até que todos se juntaram ao seu redor e soube que o
sofrimento estava chegando. Suas reações a assustou e temia
que a pessoa errada sentisse sua dor.
Abel pareceu divertido com a explosão repentina dela, o
que era estranho.
— Por que as pessoas não ficarão?
— Cada um tem sua vida e outras coisas para
voltar. Estamos aqui para a lua cheia e sempre que Abel
chama para as reuniões e treinamento. Haverá algumas
pessoas ao redor. Você os verá. Curt ficará, porque não
conseguiu passar no teste essa manhã e é importante para
Abel que todos consigam. Sabe cozinhar?
— Hum sim, um pouco.
— Bom. Abel gosta de fazer uma boa e gostosa refeição
todos os dias, mas não tem uma cozinheira ou uma faxineira,
então nós fazemos. Haverá deveres para você e depois um
treinamento. O que você achou de Abel? — Jessica
perguntou, parando na escada e se virando para sorrir para
ela.
— Ele é intenso.
Cassie viu o olhar sonhador em seus olhos. — Eu
sei. Quer dizer, ele apenas fica parado ali, queria que pudesse
me escolher.
— Você e Abel não estão juntos?
— Não. Abel ainda precisa escolher uma fêmea da
matilha. Ele recusa a se estabelecer com qualquer
uma. Claro, de bom grado todas fariam uma fila para que ele
escolhesse com quem gostaria de passar o tempo. —
Suspirou novamente.
O pensamento de ficar em uma fila enquanto Abel
escolhia a mulher com quem queria ficar, era apelativo
demais para Cassie. Na verdade, achava muito grosseiro.
Sexo não era algo no qual estava interessada agora.
Não era virgem. Perdeu sua virgindade quando tinha
dezoito anos e estragou seu baile de formatura. No fundo,
sabia que a matilha tornaria sua vida difícil, então ficou com
um humano antes de se transformar em um lobo. Foi...
interessante.
Um pouco de dor, muita espera chata e um empurrão
no quadril, então acabou.
Uma coisa da qual se lembrava da experiência, foram os
beijos molhados e sem jeito, algo que a lembrava um
cachorro.
Jessica continuou caminhando e mantendo seus
pensamentos para si mesma, Cassie seguiu em um ritmo
constante enquanto também observava a grande casa. Tinha
um cheiro e antiga e notou muitas obras de arte nas paredes.
Ela não chamaria de casa. Estava mais para uma
mansão quando passaram por várias salas e portas.
— Caso você precise dele, o quarto de Abel fica no
último andar. Ele gosta de privacidade e eu não recomendaria
incomodá-lo, a menos que realmente precise.
Cassie não tinha intenção de perturbá-lo.
— Deixarei você se instalar e então a levarei para um
tour. Como isso soa?
— Parece adorável, obrigada.
Entrando no quarto, fechou a porta. Jessica já havia
saído.
Puxando os grampos dos cabelos, parou e o
sentiu. Instantaneamente seu olhar seguiu o caminho e lá
estava Abel de pé.
— Como você entrou aqui? — Perguntou.
— Deixei a academia antes de você e ouvi Jessica
conversando. — Estava no canto. Trocou suas roupas de
ginástica e agora usava um jeans rasgado nos joelhos e uma
camiseta branca que se esticava sobre os músculos de seus
braços. Sua tatuagem contrastava com a cor branca.
— Jessica gosta de você. — Disse sentindo seu rosto
ficar vermelho. — Ela sabe que você está aqui?
— Não. Jessica é muitas coisas, mas seu olfato não é
bom. A não ser que deixe minha matilha saber, costumo
aparecer sem ser detectado. Ele inclinou a cabeça para o
lado. — No entanto, você me sentiu.
— Apenas quando entrei no quarto.
— Ainda é uma grande coisa você saber que eu estava
aqui.
— Não acho que é. — Disse ela.
— Você gosta de minimizar suas habilidades?
— Eu não gosto de falar sobre elas. — Ela estava no
processo de tirar os grampos de seus cabelos, e agora se
sentia tão boba por não terminar.
Abel era o alfa ali e ainda olhando-a, então começou a
remover os grampos, mantendo-os em uma mão enquanto
passava os dedos pelos cabelos. No momento em que
terminou, sentiu-se muito melhor.
As mechas vermelhas eram longas e além de um corte
para remover pontas duplas, gostava de mantê-lo assim.
Todo o tempo em que fez isso, Abel a observou.
— Posso ficar nesse quarto? — Perguntou.
— Esse é o seu quarto.
Ela assentiu com a cabeça, sentindo-se um pouco
desconfortável sendo observada. Era a primeira vez que ficava
sozinha com um alfa.
— Você não está acasalado. — Mais uma vez, suas
bochechas estavam queimando e ele continuou olhando-a.
— Não, nenhuma mulher seria capaz de lidar comigo.
— Você é um péssimo namorado?
Ele bufou. — Não. Eu sou forte, Cassie. Machuquei
mulheres que disseram que poderiam lidar com o que faço
com elas, no entanto, todas mentiram.
Engoliu o nó na garganta enquanto olhava para
ele. Seus olhos azuis mostravam muita dor e ainda assim ela
viu a morte dentro dele. Como constantemente pensavam em
formas de ferir alguém.
Lambendo os lábios repentinamente secos, esperou que
se virasse ou se movesse, mas ele não o fez. Apenas ficou ali
parado, esperando.
— Você não está curiosa?
— Não, não estou.
Ele riu. O som não tinha muito humor.
— Sua matilha tinha medo de você, não é?
Desta vez ela não olhou para longe dele. Manteve o olhar
fixo, recusando-se a desviar o olhar, embora quisesse.
— Por causa do meu peso.
Seu olhar desceu pelo corpo dela.
Estava acostumada com os homens olhando para ela
com certo desdém, mas esse homem, não a olhava desta
forma. Havia apreciação ali e ela viu uma chama de desejo?
Apertando as mãos em punhos, esperou.
— Alguns homens são idiotas e muitas mulheres são
vadias. Eles gostam de encontrar a fraqueza de uma pessoa e
explorá-la. Não vejo problema com seu peso. Estou ciente de
que muitas matilhas têm problemas com certas coisas. Carl,
por exemplo, ele pode se curar. Os olhos de cores diferentes
de Jessica. A necessidade de sentir dor de Richard e como ele
gosta de suportar. Cada um de nós tem um defeito. A coisa é
que você poderia ter sido expulsa há muitos anos, quando
não perdeu peso. Entendo que não pode?
— Não importa o quanto eles tentassem me fazer passar
fome e trabalhar comigo, nunca perdi um quilo. — Meu corpo
permanecia o mesmo. Sua loba perdeu peso, o que era
estranho, mas não disse isso.
Mais uma vez, ele a observou e desta vez afastou-se da
parede.
Ela ficou imóvel, não querendo mover um centímetro, no
caso dele atacá-la ou seu lobo sair, era nestes momentos que
coisas ruins aconteciam.
Estou bem.
Não estou com medo.
Está tudo bem.
Ela tentou parecer tão pequena quanto possível, o que
era meio engraçado considerando uma das razões pelas quais
estava ali.
— Posso senti-la. — Disse Abel. — Sua matilha gostava
de abusar. Aposto que eles começaram a provocá-la,
esperando que você se quebrasse. Acreditando que seu peso a
enfraquecesse.
Acariciou seu braço com o dedo e sua loba não
respondeu a isso como ela esperava. Gostou.
E se fosse uma gata com certeza iria ronronar, mas não
era felina de forma alguma.
— Suponho que eles se livraram de você Cassie, porque
é muito forte e não gostaram disso. A maneira como segurou
minha mão, se fosse qualquer outra pessoa na matilha teria
quebrado o pulso deles. Senti o poder que está dentro de
você. — Ficou atrás dela, muito perto, talvez perto demais.
As mãos dele foram para seus quadris e ela fechou os
olhos.
— Eu sinto seu medo. Aposto que evita tocar muito, não
é?
— Machuquei a maioria dentro da matilha e nem
tentei. Todos caíam ao meu redor como se não fossem nada.
— Isso é porque eles não são nada, Cassie. Não podiam
lidar com você. Assustou-os e é por isso que a forçaram
sair. Provocaram e machucaram você por anos. Então
mostrou a eles o que é a verdadeira escuridão.
Seus lábios estavam contra o ouvido dela.
—Não quero morrer. — Disse ela. — Não quero ficar
feroz e não quero machucar ninguém.
— Então vou ensiná-la como lidar com sua força. Vou
ajudá-la a controlar sua loba e provarei que eles não tinham
o direito de fazer essas coisas com você.
Seu calor a rodeava e ela não queria que ele se
afastasse. Claro, no momento em que ela não queria, ele se
foi.
— Gosto do meu bife malpassado e adoro muito
tempero. — Disse ele.
— O que?
— Minha comida. Durante sua estadia, estará
cozinhando para mim e nem pense em cuspir no meu
café. Eu saberei.

Abel estava em seu escritório com o arquivo que foi


deixado para ele. Sempre que um novo lobo se juntava à sua
matilha, pagava por um dossiê detalhado de cada
pessoa. Isso o ajudava a manter o controle e também a
descobrir cada segredo que alguém escondia.
Estava ciente de que isso fazia as pessoas quererem
matá-lo. Os rumores e mitos sobre sua força e ameaça
enviavam homens para sua matilha para tentar se infiltrar e
matá-lo. Eles sempre foram enviados de volta, perdendo uma
ou duas partes do corpo. Ele não pegava leve com impostores
ou farsantes. A maioria de sua matilha foi expulsa por ser
diferente.
Desde o início, Abel era diferente, mesmo quando
criança, então quando traçou um novo caminho sozinho,
prometeu levar aqueles que ninguém queria. Sempre
encontrou valor em coisas que ninguém mais gostava.
Abrindo a pasta, viu a foto de Cassie. Foi tirada de seu
anuário do ensino médio há vários anos e viu uma pequena
nota dizendo que ela não gostou da foto.
Aos dezoito anos, parecia... triste, quase vazia por
dentro.
Era gorda então, mas claramente estava ferida.
Ele não gostava de matilhas que infligiam dor aos
outros.
Claro que havia uma linha que aceitava. E se a dor
causada fosse algo que a pessoa queria, então não se
importava.
Passando a mão pelo rosto, pensou em Cassie.
Ela estava quebrada por dentro, assustada. Sua loba
estava desesperada para se libertar e também para ser
cuidada.
Descobriu muitas coisas sobre Cassie, a achava uma
das mulheres mais intrigantes que se lembrava de aceitar.
Folheando as anotações, viu que ela era uma estudante
interessada, mas não havia detalhes reais com relação às
descrições de trabalho.
Toda matilha funcionou de alguma forma ou de
outra. Ele próprio lidava com ações e investimentos. Foi como
conseguiu passar a maior parte do tempo longe da
cidade. Odiava a vida da cidade, o dinheiro e o modo como
isso afetava as pessoas. Estava mais feliz com as coisas
simples da vida, mas também sabia o quão importante era o
dinheiro.
Sua vida ficou muito mais fácil por tê-lo.
Além disso, ajudava sua matilha.
Quando as pessoas eram expulsas ou rejeitadas pelos
seus grupos, precisavam de um lugar para ficar. Sua casa os
ajudava a fazer a mudança de uma matilha para outra e se
houvesse o risco de um deles ficar feroz, ele tinha quartos no
porão com correntes reforçadas que ajudariam.
Passando um dedo pelo lábio, viu que não havia nada
muito além dos detalhes de sua matilha, seus rendimentos
escolares e alguns testes sobre si mesma feitos por ela.
Um de seus maiores medos, em suas próprias palavras,
era ser solitária.
Essa era a ruina para um lobo. Estar sozinho era um
dos piores sentimentos do mundo.
— Aqui está. — Disse Jessica, entrando em seu
escritório. Ela carregava uma bandeja com café do jeito que
ele gostava junto com alguns biscoitos.
Eram, claro, os comprados em lojas. Ainda precisava
encontrar um lobo que fizesse os biscoitos do jeito que
gostava.
Sua mãe costumava assar o tempo todo antes de
morrer. Ela foi a única a ajudá-lo a se separar do bando junto
com seu pai, mas foi mais difícil para seu pai do que para sua
mãe.
Quando ele foi deixado de lado porque não conseguia se
submeter, seus pais foram com ele e juntos formaram um
vínculo de matilha. Estiveram ao seu lado por muito
tempo. Sua mãe faleceu há dois anos. Foi um período difícil.
Ela pediu a ele que quando a mulher certa aparecesse,
que não a afastasse e tentasse amá-la.
Mais uma vez, afastou esses pensamentos e olhou para
Jessica.
Tudo o que precisava fazer era estalar os dedos e esta
mulher estaria no chão com as pernas abertas e disposta a
montar seu pau.
Era uma mulher bonita. Achava seus olhos lindos, mas
então, ele conseguia ver a beleza em todas as falhas de sua
matilha.
Não sentia nenhum interesse por Jessica.
Sob seu exterior disposto, não era a mulher ideal para
estar ao seu lado. Queria ser a mulher para conquistar seu
coração. Ela nunca abusou de sua posição dentro da matilha,
mas de jeito nenhum poderia tê-la sem arruiná-la. Eles não
eram compatíveis. Seus lobos nem gostavam um do outro e
certamente não a achava atraente.
Era muito fraca e ele a quebraria com um único
movimento.
— Obrigado, Jessica. — Disse ele.
— O que você achou de Cassie? — Ela perguntou com
um sorriso brilhante.
— Parece se encaixar, não é?
— Ela não disse muito e tenho uma sensação horrível de
que foi ferida, disse que você é duro, mas justo.
Ele ergueu uma sobrancelha e ela fez uma careta.
— Você é difícil e nos diz para informar a todos os novos
membros da matilha sobre isso.
Ele odiava conversa fiada mais do que qualquer
coisa. Lidar com novos recrutas não era algo que gostasse de
fazer.
— Então, estava pensando...
— Não. — Ele pegou o café e tomou um gole.
— Não?
— Jessica, você está nisso há algum tempo e a resposta
é não.
— Você precisa de uma mulher.
— Eu não posso.
— Você tem necessidades que precisam ser atendidas.
— Quando encontrar a mulher que preciso, deixarei
você saber.
Ela fez beicinho e não foi uma visão bonita.
— Eu posso ser o que você precisa.
— Você não pode.
— Bem, se você me levar para o seu calabouço, eu
posso...
— Eu disse não, entendeu? Você acha que seria capaz
de lidar comigo, mas está errada. Jessica, eu a valorizo como
parte da minha matilha. Então ir para cama comigo não é
uma opção. Não para ninguém. Por favor, está é minha
decisão e aceite. Não me dê uma razão para expulsá-
la. Ouça-me claramente. Você não é a mulher que eu
quero. É muito bonita e conheço vários homens que
gostariam de estar com você, que teriam prazer. Eu não sou
um deles.
Ela assentiu com a cabeça.
Não era a primeira vez que tinham essa conversa ou
mesmo a segunda. Na maioria das vezes, depois de uma lua
cheia, sempre vinha até ele, cheirando a outro macho.
Jessica não se guardou para ele, então mesmo que
parecesse triste, essa não era sua preocupação.
Não estava lá para fazê-la se sentir melhor. Ela
continuava se oferecendo e ele não estava interessado, nem
um pouco. Não significava nada para ele.
— Sinto muito por incomodá-lo, meu alfa.
— Não precisa se desculpar. Saia.
Não precisou pedir duas vezes e ele a viu sair do
escritório. Tomando seu café, pegou um dos biscoitos
rançosos e mordeu. Estavam muito secos e não tinham
absolutamente nenhum amor neles. Sua mãe era uma
cozinheira e confeiteira incrível. Ela o estragou com isso.
Suas refeições sempre variavam com a matilha se
revezando. Ele provou algumas coisas terríveis em sua vida e
Jessica era uma cozinheira terrível. Queimava tudo.
Para o Dia de Ação de Graças, ela serviu um peru tão
seco que até seus cachorros franziram os narizes para ele.
Mergulhando o biscoito em seu café quente, olhou para
a foto de Cassie e se perguntou como ela seria sob as
camadas de roupa.
A nudez não era algo que a matilha se preocupava
demais. Caminhando pelo muitos corredores via homens e
mulheres completamente nus. Era natural para eles estarem
perto um do outro.
Estava curioso sobre ela e queria descobrir cada
pequeno detalhe, o que era um choque.
Ela era a primeira mulher em muito tempo a fazê-lo
querer um segundo e até um terceiro olhar. Passando a mão
pelo rosto, tentou limpar os pensamentos de sua
mente. Queria saber se ela ficaria tão bonita completamente
nua com algemas ao redor de seus pulsos.
Abel gostava de controle.
Ansiava por uma mulher que se submetesse a ele, mas
também queria uma mulher que o tomasse, saboreasse suas
mordidas, o aperto de suas mãos. Não era um Dominante
dentro do BDSM. Não usava couro nem tinha ferramentas
especiais.
Sendo um lobo, essas ferramentas eram inúteis e eram
impessoais demais. Suas mãos faziam todo o trabalho e sua
voz também. Havia algo de viciante em ordenar uma mulher a
fazer o que queria.
Seu pau, mais uma vez duro pressionou contra a frente
de seu jeans.
Levantando o biscoito, xingou quando percebeu que
tomou quase todo o café e o deixou cair na xícara com um
respingo.
Por três dias Cassie evitou o alfa. Onde quer que ele
estivesse, assegurava-se de evitá-lo. Sua casa era tão grande
que foi capaz de fazer isso e notou vários cômodos que ele
nunca parecia se aventurar. O primeiro era a cozinha que se
tornou sua nova melhor amiga. Mais uma vez, isso era meio
estranho, já que a cozinha foi seu inimigo uma vez.
Sua matilha a proibiu de usar a cozinha em sua antiga
casa. Seus próprios pais ordenaram que se mantivesse longe
e não tinha permissão para preparar um lanche, muito
menos cozinhar. Vários dos membros da matilha aqui
permitiram que ela usasse o lugar para fazer o que quisesse.
Desde que começou a cozinhar, fez amigos. Eles
entravam para cumprimentá-la e alguns dos homens se
ajoelhavam dizendo que não eram dignos e perguntavam se
ela poderia cozinhar o tempo todo.
A campainha do alarme tocou no forno e ela abriu a
porta, o aroma de biscoitos de canela enchendo o ar.
Fazia anos desde que assou ou tentou. Sua boca se
encheu d’água. Preparou para si uma xícara de café.
Colocando os biscoitos no balcão, deixou esfriar e depois
de alguns minutos começou a tirá-los de lá. Uma vez que
tudo foi feito, colocou as assadeiras no balcão perto da pia,
sentou-se, segurou um biscoito e provou.
Fechou os olhos quando o sabor explodiu em sua língua
e ela soltou um pequeno gemido.
—Eu gosto desse som.
Cassie chiou, engasgando com o biscoito em sua
boca. Engoliu rapidamente e deu uma batidinha em seu
peito.
— Sinto muito. Não sabia que isso era uma coisa
particular. — Disse Abel.
— Você nunca aparece na cozinha.
— Nunca senti cheiro de biscoitos antes. — Ele se
moveu em direção ao balcão onde os biscoitos
descansavam. Pegou um e mordeu.
Ela o observou fechar os olhos e saborear a mordida. —
Eles são fantásticos. — Disse ele.
— Obrigada.
— Não precisa me agradecer. Você quem fez? Eles não
estavam em um pacote?
— Não. Carl me disse que compraram todos os
ingredientes, mas ninguém teve tempo para isso. Estavam
sempre jogando fora o fermento e as outras coisas velhas,
reabastecendo as prateleiras. Pensei que não houvesse
problema em usá-los. Caso contrário seria um desperdício.
Ele ficou em silêncio por um segundo.
— Posso tomar uma xícara? — Apontou para a cafeteira
e ela riu.
— Claro. É todo seu. — Tomou um gole de café.
Abel se juntou a ela colocando um biscoito ao seu lado.
— Eu não queria estragar o seu prazer com o biscoito.
— Está tudo bem.
— Não está e você deveria parar de aceitar
merda. Deveria aceitar quando tiver um pedido de
desculpas. Melhor ainda, exigir um.
Sua voz subiu em cada palavra e ela acabou
concordando.
— Obrigada.
— Bom. Você tem me evitado.
Nem tentou negar. Ela não podia.
— Não aceito você tentando se esconder de mim. Precisa
aprender a lidar com sua força e se não puder me mostrar o
seu melhor então esta matilha não é para você.
Seu coração acelerou.
— Eu não quero sair.
— Seria difícil se livrar de você. Ouvi todos falando. Sua
comida nos últimos três dias os conquistou. Algumas das
mulheres não estão felizes, mas não se importe com elas. Não
aceito isso. Aprenda a se defender, entendeu?
— Sim.
— Eu realmente gostei da comida também.
— Você gostou?
— Sim. Eu não tenho uma boa comida caseira assim
desde que minha mãe morreu.
— Sinto muito por sua perda.
Ele assentiu, mas não disse nada.
— E se você não puder me controlar? — Ela perguntou.
— O que?
— E se eu ficar feroz ou você não puder me controlar,
não puder me trazer de volta. O que... como... eu não quero
morrer.
Ele assentiu. — Siga-me.
Quando viu que pegou seu café, ela o seguiu, comendo
seu biscoito como ele. Eles foram para o ginásio e ela notou
uma porta que assumiu levar a um depósito.
Não era.
Abel abriu a porta acendendo a luz e permitindo que ela
entrasse. No instante em que estavam dentro, ela sentiu o
calor. Seu lobo gemeu contra ela e pareceu se aquecer no
súbito rubor.
Ele não disse nada enquanto se moviam por um longo e
antigo lance de escada que levava a um calabouço.
— Você tem um calabouço aquecido? — Perguntou.
— Há muito tempo percebi isso com muitos lobos que se
ferem em lutas entre matilhas e o calor ajuda a acalmá-
los. Acalmá-los é sempre um desafio, mas esses quartos
ajudam a relaxá-los, atraí-los. O frio apenas os deixa mais
violentos e sua raiva está sempre em força total. Os quartos
aquecidos são caros, mas necessários. Quando se trata da
matilha, não poupo despesas.
Abriu uma das portas e ela entrou. Não havia janela,
apenas paredes e quando foi até lá, viu as correntes. Eram
bem grossas.
Ela as ergueu, sentindo o peso. — Você mantém lobos
aqui?
—Sim. Depois de sedá-los, mesmo quando tentam
mudar, os lobos permanecem algemados à parede. E se
vierem escapar, as portas são reforçadas. Todos estarão
protegidos a todo custo.
Cassie sentiu aliviada quando olhou para as correntes e
a sala. —Isso é incrível.
— Obrigado. Vou protegê-la, Cassie. Prometo a você.
— Acredito em você. — Segurou as correntes em suas
mãos imaginando se poderiam segurá-la.
— Você gostaria de tentar? — Perguntou Abel.
Caminhou em direção a ela abrindo uma das
correntes. Seu coração mais uma vez estava acelerado
quando a segurou lá. — Coloque sua mão dentro e será capaz
de sentir.
Ela colocou a mão na corrente e ele a fechou, fazendo o
mesmo com a outra. Completamente presa, olhou para as
mãos. Era pesado e para a maioria das pessoas isso seria
suficiente para mantê-los imóveis, sem lutar. Na verdade, se
ela não fosse tão forte teria caído no chão apenas para aliviar
a pressão.
Não foi difícil para ela segurar as correntes.
— Tente se soltar.
Respirando fundo ela pressionou para frente. Continuou
puxando as correntes tentando se libertar. Nada se mexeu e
suspirou aliviada. Não importava o quão forte puxasse, não
conseguiria fugir.
As pessoas estavam seguras e ela não machucaria
ninguém.
Sorrindo, virou-se para Abel.
— Sente-se bem?
— Sim. Estou com uma sensação estranha por estar
feliz com isso.
— Você gosta de cozinhar? — Perguntou.
Franziu a testa. — Sim. Isso... me acalma.
— Eu realmente gostei das refeições. Quero que cozinhe
todos os dias para mim e para a matilha.
— Oh.
— Sim, esse será seu trabalho. Bem, de agora em diante
não quero que se esconda de mim. Precisa aprender a lidar
com sua raiva e manter sua força sob controle.
— Eu nunca ataquei com raiva.
— Não?
— É preciso muito para que faça isso e ninguém nunca
foi capaz de fazê-lo. Não acho que isso será um problema.
Olhou para ela e não gostou do jeito que ele fez. Era
como se estivesse a avaliando, tentando encontrar uma
fraqueza.
— Você apenas perdeu o controle durante o medo?
— Sim.
— Ok.
Ele se moveu em direção a ela, removendo as correntes
que a prendiam à parede.
Ela pegou o café que colocou no chão enquanto olhava
para a sala.
Eles saíram e ela olhou ao redor, vendo pelo menos seis
quartos. Havia uma sala embaixo da escada.
— Todos esses quartos são para lobos?
— Não. Há um que é o meu quarto pessoal. — Ele se
virou para ela. — Você não pode vê-lo ainda.
A promessa em suas palavras a fez franzir a testa. Por
que Abel teria um quarto no calabouço? E por que estaria
disposto a mostrar a ela?

— Envie essa merda de volta. Está muito salgado!


— Não há açúcar suficiente nesses biscoitos?
— Diga a esta mulher que é melhor limpar a cozinha
corretamente.
Abel não cedeu em sua missão de irritar, frustrar e
aborrecer Cassie. Teve tanta certeza no calabouço que estava
tudo sob controle, mas não estava. Nunca foi empurrada para
o ponto de ruptura e ele estava determinado a fazê-la explodir
para ver quanto controle realmente tinha e sabia que ela
estava se segurando por um fio. Suas queixas eram
patéticas. O jantar foi superestimado por causa
dele. Manteve-se empurrando e empurrando. As bolachas
estavam mais do que boas, mas também as mergulhou em
sua bebida para que elas caíssem por toda parte.
Ele reclamou da limpeza da cozinha quando ouviu dizer
que ela gostava que as coisas estivessem no seu devido lugar.
— Eu não gosto de manteiga de amendoim. Diga a ela
que não pode ter esta porcaria na minha casa.
Cada pessoa dava a ele aquele olhar horrível, mas não
se importava. Era o seu trabalho tomar as decisões erradas,
empurrar a matilha para que fossem melhores. Cassie era...
impressionante.
Em mais de uma semana, ela não se quebrou.
No domingo, exigiu o almoço e que sua matilha viesse
para visitar, então haveria mais pessoas para ver.
O cheiro de frango estava incrível. Os pedidos que lhe foi
enviado eram de dez frangos para serem assados para a
matilha, para desfrutarem de um agradável e longo almoço de
domingo. Estava salivando e não parou desde que Cassie
entrou na cozinha.
Sua torrada matinal nem sequer foi queimada.
Sentado à mesa, viu um por um de sua matilha se
juntando a ele.
Eles sentiam que algo aconteceria hoje. Não disse a eles
o que estava fazendo e não entendiam seus atos súbitos de
crueldade para com a nova mulher. Ele não dava a mínima
para o que pensavam.
Cassie foi provocada por toda sua vida. Foi ferida e
nenhuma vez permitiu que a raiva explodisse dentro dela.
Queria quebrá-la, vê-la explodir e uma vez que isso
acontecesse, pretendia ajudá-la, atraí-la para mais perto dele,
para que pudesse mostrar que não queria mal a ela. Tudo o
que queria fazer era ajudá-la, torná-la confiante. Odiava ver
essa negatividade ou medo.
Todos os dias se via atraído por seu arquivo e queria
descobrir o máximo sobre ela quanto possível. Não havia um
momento em que não pensava nela. Quando conseguia
dormir, lá estava ela em seus pensamentos e o mesmo
quando acordava. Não havia intervalo.
Era a estrela em muitas de suas fantasias. A
necessidade por ela era constante dentro dele e não
conseguia parar, não que quisesse.
Tomou muitos banhos frios, o que resultou nele
segurando seu pau e lidando com sua excitação. Ela era a
primeira mulher a intrigá-lo assim ou a chamar sua atenção.
Jessica sentou-se no lado oposto da mesa. Seu olhar
estava nele, enquanto três homens a observavam. Ainda
achava que havia uma chance de ficarem juntos. Ele foi
maldoso, decisivo e se ela não fosse cuidadosa, seria cruel
para mostrar seu ponto de vista.
Um por um, a matilha chegou à mesa no momento em
que alguns voluntários saíram da cozinha. Colocaram os
pratos e ele sorriu. A comida parecia incrível. A pilha de
batatas assadas estava dourada, crocante e vapor subia
delas.
Ela também fez algumas folhas verdes, cenouras, purê
de batatas, então os frangos chegaram. Notou que estavam
arrumados e expostos nas bandejas para que todos
pudessem desfrutar.
Cassie foi a última a entrar na sala de jantar principal,
carregando duas panelas de molho.
O único assento disponível era perto dele e fez isso de
propósito para que pudesse tê-la ali, para observar suas
reações.
Nem toda a matilha estava presente hoje, mas tudo
bem.
Ela mordeu o lábio enquanto se sentava.
Ele fez com que todos dessem graças antes de
começarem a comer. Segurando o prato à sua frente, ele viu o
lábio tremer, mas ela não disse nada quando começou a
colocar a comida em seu prato.
Sua mão tremia um pouco.
— Está tudo cozido? — Perguntou.
— Sim.
— E o frango? Sei que somos lobos, mas até nós
podemos ter uma dor de estômago por causa da comida.
A mão dela estava branca quando apertou a faca e ele
viu que se inclinou um pouco.
— Você tem algum problema com a minha comida? —
Ela perguntou.
— Apenas estou me certificando de que você não sirva
coisas ruins para minha matilha.
— Nunca faria isso.
— Eu não sei disso, certo? — Perguntou. — Nem a
conheço e você é nova aqui.
A dor brilhou em seus olhos e ele se odiou por suas
palavras, mas precisava fazê-lo. Era preciso.
Comendo uma porção, franziu o nariz mesmo quando
sua boca se encheu d’água. — Muito alecrim.
Ela não disse ou fez nada, apenas continuou comendo.
Ele estava ciente da matilha observando cada
movimento seu. Empurrando um pouco de sua comida ao
redor do prato, comeu a cenoura. — Isto está muito doce.
Estava divino.
Essa mulher podia cozinhar e tinha muitas opções para
escolher o que comer.
Mais uma vez, ela apenas respirou fundo e continuou
comendo. Embora suas mãos estivessem tremendo neste
momento.
Seu lobo sentiu a loba dela vindo à tona, esperando para
atacar. Esperando por um momento que ele estragasse tudo,
apenas para que pudesse atacá-lo. Seu próprio lobo
gostou. Queria que ela atacasse e jogasse.
Cutucando seu frango, ele franziu o nariz e dessa vez
adicionou mais pimenta e mais sal.
— Sem graça. — Disse ele.
Tudo tinha um gosto incrível, mas queria brincar com
ela, empurrá-la.
— Por que está brincando com a comida? — Ela
perguntou. — Bem, se você não gosta então me impeça de
cozinhar.
— Alguém precisa fazê-lo, mesmo que seja horrível.
Houve silêncio na mesa. Todos sabiam que a comida
estava excelente. Eles não comeram tão bem desde a morte
de sua mãe e isso já faz algum tempo. De fato, havia pessoas
ali que não comeram a comida de sua mãe.
— Eu não posso fazer isso.
Ela se levantou e estava prestes a pegar o prato como se
fosse sair. Antes que pudesse fazê-lo, ele agarrou seu pulso.
— Não sairá. Você se sentará nesta mesa e fará o que eu
disser. Isso é o que bons lobos fazem, o que eu mando.
— Pare com isso. — Disse ela.
A violência estava lá.
Anos de raiva trancados, sem saída.
Medo mantendo-a no lugar.
Você não precisa ter medo, lobinha. Estou aqui.
— Parar o que? Você tem sorte por permitir que
coma. Eles não deixavam que o fizesse, deixavam? Deve ter
custado uma fortuna mantê-la.
Isso desencadeou a fúria. Ele não pode conter o braço
dela quando se afastou e então jogou a cadeira para ele.
— Saiam! — Ele gritou para todos dentro da sala saírem
enquanto agarrava Cassie e a jogava através da sala longe de
sua matilha.
Ela caiu com facilidade de pé, jogando a cabeça para
trás. Ele viu o âmbar em seus olhos quando a loba chegou
tão perto da superfície. Provavelmente não se transformaria,
mas o risco estava lá. A fera queria sair.
Sua loba queria atacar.
Com o canto do olho, viu a matilha sair, levando o
máximo de comida possível com eles.
Ela não esperou a última pessoa sair enquanto se dirigia
para ele. Não tinha intenção de machucá-la.
Simplesmente evitou seu ataque, certificando-se de
mantê-la segura no processo. Quando se afastou, levantou a
mesa e jogou para fora de seu caminho para chegar até
ele. Notou pratos quebrados, madeira quebrada e outros itens
que poderiam machucá-la.
Finalmente, pegando-a em seus braços, ele a pressionou
no chão tirando seu fôlego.
Abraçando sua cintura, segurou suas mãos e as
pressionou acima de sua cabeça mantendo-a para baixo.
Cassie não desistiu facilmente. Ela continuou lutando,
convencida de que poderia fugir, mas ele não a deixaria.
Estava à sua mercê e agora ele era o único responsável.
Depois de vários minutos de luta, ela finalmente cedeu e
apenas quando viu o âmbar em seus olhos desaparecer,
soube que ela estava no comando de sua loba mais uma vez.
Lágrimas brilhavam em seus olhos e olhou para ele em
choque.
— Está bem. Eu tenho você.
Então ela começou a chorar, se enrolando de lado e
soluçando em suas mãos.
A garganta de Cassie doía do choro e ela não conseguia
olhar para ninguém, já que a vergonha era demais. Sabia que
ele estava tentando chamar sua loba, fazê-la atacar, fazer
com que fizesse algo que não queria.
Hoje foi um dia ruim, um dia muito ruim. De pé na
frente da grande piscina com vista para o céu noturno, ela
respirou fundo, sentindo o peito apertar com a dor. Não
conseguia se lembrar de alguma vez ter chorado tanto em sua
vida. Nunca esteve tão envergonhada quanto agora.
A água parecia tão reconfortante que começou a tirar as
roupas. Ninguém se aproximou dela desde que perdeu o
controle no jantar. Perguntava se deveria correr o risco de
ficar sozinha. Talvez a morte por se tornar feroz não fosse
uma coisa tão ruim.
Uma vez que ficou completamente nua, entrou na água
e suspirou, amando a calma que veio sobre ela.
Mergulhando na piscina, fechou os olhos antes de
chegar à superfície com um gemido.
Pelo menos Abel a manteve e a sua matilha em
segurança. Não machucou ninguém e isso significava muito.
— Você sabia que eu estava mentindo.
Ela se mexeu na água e se virou para ver Abel. Ele
vestia uma cueca boxer e nada mais.
— O que?
A nudez era algo com que ela estava acostumada, mas
perto deste homem, um homem que ela tentou ferir, não
parecia certo. Abel estaria em seu direito de exigir sua morte.
— Sua comida é deliciosa. Eu não poderia culpá-la.
— Eu sabia que você estava mentindo.
— Você precisa aprender a controlar sua raiva. Conter
isso tudo é bom e nobre, mas chegará um ponto em que não
poderá fazê-lo. Onde, de repente, a menor coisa a deixará
louca e essa raiva aumentará. Isso a levará a fazer coisas que
não quer. — Ele se ajoelhou perto da piscina e ela se
aproximou um pouco mais.
— Você fez de propósito. — Ela disse, não era realmente
uma pergunta.
— Não tive escolha. Você não estava enfrentando os
riscos. Há tanta coisa que posso fazer e não vou machucá-la
e nem a matilha.
Sentiu-se triste naquele momento. Essa não era sua
matilha ainda.
— Está é sua matilha. — Disse ele.
Cassie olhou para ele com uma careta. — Como você...
— Sabe? Você não é tão difícil de ler. Sua matilha fez
um estrago grande, verdade?
— Não importa.
— Sim, importa. Precisa aceitar o que eles fizeram, fique
irritada, furiosa com eles, mas saiba que é apenas com
eles. Que sua raiva tem um foco e então poderá seguir em
frente.
Ela se afastou enquanto Abel descia na água. Desviou o
olhar quando ele tirou a boxer e se manteve de costas para
ele. — Foi isso o que você fez? Aceitou o motivo de sua
matilha virar as costas para você?
— Não tive escolha. Eles me pediam para fazer coisas
que eu não podia fazer.
— Como o que?
Olhou para ele, curiosa para saber a verdade. Ele se
aproximou e dessa vez, ela ficou parada, esperando para ver
mais.
— Eu não me submetia ao alfa. Não era por ele ser um
alfa ruim, eu simplesmente não conseguia fazer isso. Não
consegui fazê-lo. Tentei. Toda vez que o via, tentei me curvar,
mas não importava o quanto quisesse minha perna não
dobrava. Era como se minha vontade não me permitisse. Que
estava destinado a ser um alfa desde o começo e por isso que
fui rejeitado pela matilha.
Ele não parecia triste com isso.
— Os rumores são verdadeiros sobre você?
Abel começou a rir. — Sobre eu transformar um ser
humano para não enlouquecer?
— Sim.
—Não. É engraçado, embora. Sei que sou legal e incrível,
mas não foi o que aconteceu. Meus pais vieram comigo. Eles
não queriam que morresse, já que era seu único filho. Nós
formamos uma matilha juntos. É meio estranho ser o alfa de
seus pais, mas eles não nasceram naturalmente assim. Mas
eu sim.
— Ah, então é assim que você sobreviveu como um
selvagem?
— Sim. Não foi nada estranho. — Encolhe os ombros. —
Não sei se funcionará com todas as pessoas. Tive sorte
porque sou um líder natural.
Afastou-se dele, não gostando da atração que seu corpo
estava mostrando. Não olhava para os homens para seu
próprio prazer físico. Como lobos, eles precisavam disso o
tempo todo. Mas depois de ser ferida por sua matilha, essas
necessidades nunca foram um problema para ela.
Com Abel perto, ela o queria. Sua loba gostava de ser
pressionado por ele. Seu controle a excitava. Isso a fazia se
sentir segura.
— O que há de errado? — Ele perguntou. — Você está se
afastando.
— Não estou.
— Você também não precisa esconder sua nudez de
mim. Eu não zombarei de você.
— Mesmo que eu seja gorda.
— Você não é gorda.
— Eu não sou magra.
— Então? — Ele perguntou.
— Não é nada.
— As pessoas têm suas próprias ideias de gordas e
magras, bonitas e feias. Eu não sigo a norma. Deveria ver
isso com minha matilha. Somos todos falhos de alguma
forma.
— Em minha antiga matilha todos eram magros e
bonitos. Meus cabelos eram muito vermelhos ou meus olhos
muito verdes. Meus quadris muito largos, meus seios grandes
demais. Eles encontravam falhas em cada pequena coisa. Eu
os odiava. — Disse olhando para ele. — Pensei… pensei em
machucá-los muito. Sobre fazê-los se sentir como eu me
sentia. — Lágrimas mais uma vez surgiram em seus olhos. —
E odeio que tenham chegado até o ponto de me sentir
assim. Não gosto disso.
— Quando percebeu sua força pela primeira vez? Eu
não acho que foi apenas uma vez. Deve tê-la controlado.
Ela assentiu. — Foi... não muito depois de completar
dezoito anos. Estava passando por um treinamento
rigoroso. Fui forçada a correr na floresta repetidamente. Um
dia fiquei com raiva e estava sentada em uma pedra com
vista para o lago. Perdi o controle e apenas abaixei minhas
mãos em um único golpe. — Ela se lembrou de ver a pedra se
dividir em duas e cair na água. — Depois disso, continuei
testando minha força e observando outras pessoas na
matilha. Não queria que eles descobrissem. Claro, não
percebi que minha loba tem vontade própria, então, ela
cuidou dos negócios para mim.
— Não quero que esconda essa parte de você aqui.
— E sobre sua matilha?
— Eles são nossa matilha e vão admirá-la. Precisa
aceitar essa parte de você para poder se curar, Cassie. Neste
momento não está se curando.
Ele estava mais uma vez perto e ela fechou os olhos. Não
pode evitar. Estava tão perto e não queria perder essa parte
dele. Seu dedo se arrastou por seu braço e ela segurou um
suspiro.
— Promete que fará o que eu pedir?
— Vai parar de fazer comentários desagradáveis sobre a
minha comida?
Ele riu. — Sim.
— Bom. Isso me chateou. Não estou na cozinha há
muito tempo. Perdi muito disso. Você começou com nada
além de elogios, mas sempre havia algo errado.
— Queria provar que precisava ser testada. Que
precisava entender o que estava acontecendo com você. —
Sua mão descansou contra seu peito.
Seu toque era quente e apertou os dentes para se
impedir de gemer. Ela não queria que ele soubesse que a
afetava tanto.
— O que está aqui dentro é o que conta, Cassie. Você
precisa se manter feliz e saber que, como uma matilha,
sempre a protegeremos. Você entende?
Assentiu.
— Bom. — Ele beijou o topo de sua cabeça antes de se
afastar. Ela o viu sair da piscina.
Desviou o olhar enquanto ele vestia sua cueca boxer.
Seu pau estava tão perto dela e ainda assim não o
sentiu.
— Você precisa superar sua timidez enquanto estiver
aqui. Há muitos homens e mulheres que não compartilham
seus ideais sensatos.
— É tudo novo para mim. — Sempre esteve sozinha com
sua antiga matilha. Com o modo como a tratavam, não havia
sentido em se aproximar de ninguém. — Boa noite, Abel. —
Ela disse.
— Boa noite, Cassie.

— Você gosta dela. — Disse Carl.


Abel olhou para seu adversário enquanto Cassie se
movia em direção aos cachorros. Ele notou que ela amava
seus cães e eles a adoravam, seguindo-a ao redor da casa e
do lado de fora onde quer que fosse. Desta vez ela estava
lavando roupa com Jessica. A outra mulher continuava
olhando em sua direção, mas ele apenas tinha olhos para
Cassie. Ela usava jeans, muito parecido com o mesmo que
sempre usava. A camiseta grande caia sobre sua bunda e ele
odiava o quão feio era.
Ela não tinha muitas roupas e depois de algumas
perguntas de Jessica, ele descobriu que Cassie tinha uma
mala e isso era tudo. Não gostou disso. Sua antiga matilha a
tratou pior do que qualquer cachorro. Queria encontrá-los e
eliminar a cada um deles.
— Sim, eu sei. — Disse Abel, não se importando que seu
amigo engasgasse. — Por que parece tão surpreso? Você
perguntou.
— Não esperava que fosse honesto. Você gosta
dela. Esta é uma notícia incrível. Ela gosta de você? — Carl
perguntou.
— Não sei. Eu ficaria contente se ela não me odiasse
agora.
— Ah! Você quer dizer depois do fiasco da refeição de
domingo. Sim, eu totalmente não entendi isso. Tudo estava
perfeito. Estamos todos comendo muito mais agora do que
nunca. Foi um choque ouvi-lo ser um bastardo. Quer dizer,
não é tão difícil pensar nisso. Você é um idiota com a maioria
das pessoas.
— Seu ponto é?
— Você gosta dela, então por que foi maldoso?
— É meu trabalho garantir que todos dentro da minha
matilha atinjam seu pleno potencial. Ela precisava de ajuda,
eu forneci.
— Sim, mas ser maldoso tem consequências. E se ela
não quiser você porque foi um idiota?
— Precisamos trabalhar em seu treinamento, não de
quem eu gosto.
— Mas meu treinamento é chato. Sua vida amorosa ou a
falta dela, é totalmente legal. Prefiro falar de você.
Abel se virou para Carl e suspirou. Eles se aproximaram
nesses últimos meses em que ele passou a fazer parte da
matilha e o considerava um bom amigo. Era simpático e ele
viu as cicatrizes que cobriam seu corpo, que ocorreram antes
de sua transição e aquelas que não foram curadas. No
começo, pensou que Carl fosse um espião, mas não. Por um
longo tempo o manteve a certa distância para que não se
machucasse.
— Você precisa ter uma treinadora.
Abel começou a rir. — Uma treinadora?
— Você sabe, um alfa feminino. Cassie seria legal. Mas
não acho que seria bom. Você tem Jessica, Sarah e Linda
disputando seu afeto. Elas querem seduzi-lo.
Abel revirou os olhos. — Mais uma vez, vamos lá.
— Eu não quero atacá-lo. Você apenas me fará ficar mal
na frente das fêmeas. — Disse Carl.
— Elas o acharão adorável.
— Adorável não é para homens como eu. Preciso parecer
forte. Talvez você possa me levar para o time.
— Para o time?
— Você sabe, fazer parecer que eu o peguei de surpresa?
Abel cruzou os braços e se recusou a levar adiante o
assunto.
— Vamos lá, cara.
— Qualquer mulher que não o aceite do jeito que você é,
não é digna de sua atenção e digo isso sobre as mulheres
dentro da matilha. Lutará por quem é e fará com que elas
vejam que é um bom companheiro.
— Isso vem do homem que poderia ter todas as
mulheres em sua cama com apenas o estalar dos dedos.
— Eu não quero todas as mulheres. — Apenas uma.
Não falou seus pensamentos. Não havia
necessidade. Durante a hora seguinte, ele treinou com Carl,
certificando-se de que seu amigo pudesse ao menos se
defender. Quando terminaram, Carl estava exausto e se
desculpou.
De pé sozinho no jardim, Abel foi para a parede de
tijolos que cercava sua casa. Sua mãe encontrou esse lugar e
disse que seria a base perfeita para qualquer matilha. No
começo zombou dela, dizendo que era grande demais para os
três. Seu pai foi o primeiro a vir, mas ele já era
particularmente velho, quase cem anos em idade
humana. Humanos envelhecem mais rápido.
Abel sentia-se culpado quando pensava na morte de seu
pai, se culpava. Sua mãe disse para não se preocupar, mas
sem a matilha, seu pai começou a perder a vitalidade, quase
como uma flor. Ele realmente não aceitou seu filho como seu
alfa e ao fazê-lo, tornou-se uma casca do homem que era.
Empurrando esses pensamentos de lado, Abel olhou
para Elle, seu lindo Labrador que simplesmente amava.
Agachou-se ao nível dela e começou a fazer um barulho
quando ela se aproximou dele, suas costas pressionando
contra sua frente e sua língua pendendo para fora de lado.
— Você é uma boa menina, não é? Muito bonita. — Ela
rolou de costas, patas no ar e deu uma batidinha levantando-
se enquanto Cassie caminhava para ele. Ela carregava uma
pequena bandeja e levou toda força dentro dele para não
alisar o cabelo ou para ter certeza de que estava bem.
— Pensei que você poderia querer uma bebida quente e
um lanche.
— Parece maravilhoso. — Disse ele.
Eles foram para a mesa mais próxima. Estava frio, mas
como lobos, o sangue deles eram mais quentes, então, a
menos que fosse menos dez graus do lado de fora, não o
sentiam realmente.
Ela se sentou com ele, então fez aquela coisa fofa
novamente de mordiscar o lábio.
— Pode ficar. Eu não mordo a menos que precise. — Ele
piscou para ela e por dentro xingou a si mesmo por estar
falando agora.
Ela riu. — Tenho certeza que há muitas mulheres aqui
que adorariam que você as mordesse. — Colocou uma xícara
e um bolinho na frente dele.
— Eu não tenho interesse nelas. — Na verdade, estava
realmente começando a irritá-lo que elas não aceitassem o
não como resposta. Não queria uma de suas fêmeas, bem,
além dessa mulher em sua frente.
— Um dia você terá que encontrar uma
companheira. Acalmar-se, ter filhos, esse tipo de coisa.
— Por quê?
— A matilha precisa continuar. Sem potenciais alfas de
sua linhagem, toda a matilha poderá acabar morta ou não se
preocupa?
— Eu me preocupo. Não é que me acho o maioral. Estou
muito ciente do que pode acontecer, mas não tenho interesse
nas mulheres que se jogam em mim.
Ela assentiu. — Entendo. Você já pensou em usar um
site de namoro?
— Não vou usar um serviço de namoro. Eu não tenho
interesse em mulheres humanas. Quando estiver pronto,
encontrarei uma mulher por mim mesmo.
Toda essa conversa sobre encontrar mulheres para
acasalar não o deixava de bom humor.
— Sinto muito. Eu apenas o queria animar.
— Estou perfeitamente bem. Vamos conversar sobre
você e seu companheiro em potencial?
Seu rosto simplesmente empalideceu. Qualquer indício
de sorriso desapareceu. — Não tenho intenção de me
acasalar. Sinto muito por invadir seu espaço. — Ela pegou
seu bolinho e seu café afastando-se dele.
Abel a observou ir e não se incomodou em chamar de
volta. Passou a mão pelo rosto, estava chateado agora.
Ele estava interessado nela.
Cassie era a única mulher que já esteve sob sua pele em
tão pouco tempo e ainda assim, ali estavam os dois. Ela
tentando encontrar outra mulher enquanto ele a queria.
Essa coisa toda era muito engraçada para se colocar em
palavras. Na verdade, não era engraçado nem um pouquinho.
— Absurdo isso. — Ele tirou o pequeno embrulho que
envolvia seu muffin e deu uma grande mordida.
Não tinha a mínima ideia do que estava fazendo com
aquela mulher. E se ela continuasse tentando colocá-lo com
outras pessoas, como seria capaz de lidar com essa atração?
Ela estava nervosa demais e isso o irritava.
Cassie puxava seu lado protetor e tudo o que queria
fazer era matar sua matilha. Esses sentimentos nunca o
afetaram antes. Deveria agradecer a sua matilha por chutar
sua bunda para fora e ela vir até ele.
Olhando para Elle, observou sua cachorra lamber seus
lábios olhando o muffin.
— Tem chocolate, então não terá nada. O que devo fazer,
hein? Devo ignorá-la?
Ignorá-la não era uma opção. Ela estava em todo
lugar. Seu perfume se tornou parte da casa.
Bem, de onde estava, viu quando mais um casal
começou a sair. Estavam colocando suas malas no carro.
Quando o viram, acenaram e ele acenou de volta. Sua
casa parecia um hotel. As pessoas iam e vinham quando
queriam. Claro, poderia exigir a presença deles sempre que
quisesse.
Sempre havia um pouco de sua matilha ao redor o
tempo todo. Desde que sua mãe morreu a casa parecia muito
solitária.
Esfregando a nuca, levantou-se e entrou. Podia imaginar
sua mãe achando sua situação hilária.
Cassie olhou para o porão onde estavam os quartos
seguros e trancados. Por várias noites sonhou com este lugar
e isso a deixava louca. Olhou para trás e viu que ninguém
mais estava olhando. Fechando a porta, manteve a luz acesa
enquanto descia a escada em direção às portas principais.
Todas as noites sonhava com Abel. Ele segurando-a com
força enquanto a puxava para o andar de baixo. Não, não
puxando, mas levando-a. Não estava com medo também. Sua
mão estava sempre ao redor de seu pulso e no seu sonho ela
sentia sua excitação.
No último degrau, olhou ao redor para cada um dos
quartos que estavam lá para lobos selvagens. Estavam
vazios. Jessica disse a ela que todos seriam alertados se
houvesse lobos selvagens na propriedade. Olhando para cada
um dos quartos, o olhar de Cassie pousou no dos fundos da
escada.
Abel não queria mostrar a ela e ainda assim, em seus
sonhos, era onde ele a levava todas as vezes.
De pé exatamente na mesma posição de seu sonho,
tentou olhar para dentro, mas não adiantou.
Sabia que este era o quarto de Abel, que ele confiava na
matilha para não entrar, mas sua curiosidade falou mais
alto.
Estendendo a mão e pegou a chave da fechadura e a
segurou ao seu alcance. Ele sempre abria a porta.
Ela passou o polegar pela ponta da chave e respirou
fundo. — É apenas uma porta. — Colocando-a na fechadura,
girou enquanto seu coração acelerava.
Todas as noites sempre acordava quando a porta se
abria. Ela não tinha a menor ideia do que havia por trás
dessa porta e não conseguia se conter.
Era como se estivesse sendo levada para
dentro. Movendo-se, encontrou o interruptor e tocou-o. Antes
que pudesse se afastar, entrou no quarto e fechou a porta.
O que ela viu... a surpreendeu.
Havia uma cama grande no final do quarto. Lençóis
pretos com aspecto de seda estavam na cama de dossel. Ela
viu as correntes presas em cada poste. Entrando no quarto,
viu algemas penduradas no teto e estendeu a mão, tocando-
as. Parecia uma sala de BDSM, mas não era. Não havia
brinquedos, chicotes ou floggers. Viu alguns vibradores em
uma prateleira com lubrificantes, mas fora isso, nada.
Ela se moveu para a outra parede que tinha um banco
de surra e ofegou quando ouviu a porta se abrir. Abel estava
na porta, observando-a.
Sua raiva era clara de se ver e ela continuou olhando
fixamente.
— Tenho algumas regras na minha vida e para minha
matilha. Não entrar neste quarto e mantê-lo privado é parte
dessas regras. Você não recebeu o memorando?
— Recebi.
— Então por que você está aqui?
Ela estremeceu com a violência em sua voz.
— Não consegue seguir instruções simples? Não pode
ler? É isso?
— Não é isso.
— Então por que está invadindo meu quarto?
— Porque na semana passada eu sonhei com este lugar.
— Lá está ela apenas jogando conversa fora. Não queria que
ele soubesse que desempenhou um grande papel em todos
seus sonhos. Lambendo os lábios, inclinou-se contra o banco
de surra.
Na verdade, era um quarto muito modesto, não muito
em termos de equipamento, mas parecia espaçoso, sexy e
fechado. Ela notou os espelhos ao redor para que pudesse ver
o que estava fazendo de todos os ângulos.
— Como? — Ele perguntou.
Ela passou os dedos pelos cabelos.
— Você está sozinha quando está aqui?
— Não.
— Então o que acontece?
—Sempre começa da mesma forma. Uma escada sem
fim. No meu sonho, isso dura horas e você sempre está
lá. Está segurando meu pulso e está me prendendo, mas não
é nada disso. Você está me tomando.
— Como você se sente no seu sonho? — Ele pergunta.
Sua voz parecia profunda e mais calma.
— Estou excitada. É como se soubesse o que está por
vir. — Suas bochechas se aquecem com a possível
referência. Olhando ao redor, foi para todos os cantos menos
para ele. Não se sentia confortável com ele no quarto.
— Então o que acontece?
— Nós sempre chegamos a essa porta, você parece feliz,
como se eu tivesse passado por algum tipo de teste. Está com
a chave em sua mão e segurando meu pulso. Eu mal posso
esperar você abrir a porta. Acordo e fim. Estou sonhando com
isso há muitos dias. Eu sei que esse é seu quarto particular,
mas precisava saber o que estava por trás dessa porta.
— E agora?
— E agora, é bem interessante. Também é um pouco
estranho você me trazer para o seu quarto no calabouço. Será
que exagerei no sal do seu purê de batatas ou algo assim? —
Tentou fazer piada disso, desse modo ele não ficaria ofendido
por ter invadido sua privacidade.
— Você sabe o que é esse quarto. — Fechou a porta e
ela o notou colocar a chave na fechadura do lado de dentro,
trancando-a e os prendendo juntos.
Seu corpo se aqueceu e não pode evitar o pequeno
sentimento de excitação que passou por ela.
Abel não avançou dentro. Ele se encostou na porta,
observando-a, esperando.
— Eu sei. É como uma sala dominante e submissa,
certo? Você apenas não tem muitos chicotes e outras
coisas. Vi o filme e toda essa loucura que agitou o
mundo. Você está perdendo muita coisa.
— Eu não me descreveria como um Dominante.
— Então, como se descreveria?
Ele entrou no quarto e estendeu a mão, segurando as
algemas. —gosto de estar no controle. Gosto que a minha
mulher se submeta a mim.
Engoliu forte. — É por isso que não está interessado em
nenhuma das mulheres da matilha? Elas não podem se
submeter a você?
— Eu… minha força torna difícil eu estar com uma
mulher. Gosto de causar certo nível de dor e gosto do controle
total. Sou o único responsável. Dou as ordens, não a mulher.
— E se você gosta de dor onde estão todas as outras
coisas?
— Eu sou um lobo, Cassie. Tenho minhas mãos e minha
boca. Não gosto de nada impessoal quando estou aqui
embaixo. Gosto de me satisfazer com uma mulher, não a
sentir através de algum couro.
Ela estava molhada.
Olhar para as grandes mãos e imaginá-las em seu corpo
era quase demais para pensar.
— Sinto muito que tenha invadido o seu espaço. — Não
queria sair. Com apenas os dois dentro do quarto, parecia
íntimo. Sentia-se perto dele.
— Está bem. Posso entender sua necessidade com o
sonho.
Sorriu e deu um passo em direção a ele. — Você já
trouxe uma mulher aqui?
Ele balançou sua cabeça. — Não. Jessica sabe a respeito
porque bisbilhotou quando veio aqui pela primeira vez, mas
nunca trouxe uma mulher aqui.
Cassie ouviu a tristeza em sua voz. — Você queria?
— Este quarto faz parte de quem eu sou. Vou me
certificar de que qualquer mulher que pense em me
reivindicar veja este lugar. E se não puderem me entreter
aqui, então não as quero ao meu lado.
Afastou-se da porta e virou a chave, abrindo-a.
Ela saiu do quarto e foi em direção à escada. Quando ele
fechou a porta, o eco a fez pular e estremecer.
Finalmente olhou para trás e sentiu uma necessidade,
uma compulsão de voltar para o quarto, fazê-lo abrir a porta
e compartilhar mais de si mesmo com ela.
Em vez disso, voltou para o andar de cima, deixando o
ginásio junto com ele.
Alguns da matilha estavam jogando basquete e ela
rapidamente saiu da frente, voltando para a
cozinha. Somente quando estava dentro de seu domínio, foi
capaz de entrar em colapso contra a porta.
Seu coração estava acelerado, calor percorria todo seu
corpo. O quarto dele a intrigou, embora estivesse coberto de
espelhos, sentiu uma pressão dentro dela. Quando se tratava
de Abel, se via atraída para onde quer que ele estivesse.
Era por isso que lavava suas roupas ou limpava um
cômodo onde ele estava. Sua loba e seus próprios desejos não
a deixavam partir e isso a assustava. Estava agindo contra
seus próprios desejos.
Era possível que sua loba quisesse Abel?
Empurrando esses medos de lado, começou a trabalhar
fazendo o jantar.

Cassie estava mais uma vez na piscina e Abel se


afastou, observando-a. Ela flutuava de costas, olhando para o
céu através do vidro que ele mantinha no lugar. Adorava
quando a lua estava cheia e brilhando sobre ela.
Eles treinaram hoje e ele queria ver se ela estava
bem. Ele a fez atacá-lo, liberar toda a força de sua raiva. Não
tinha um único hematoma nele, mas viu alguns nela que
ainda não tinham se curado.
Seu pau respondeu à visão dela nua. Ela não sabia que
ele estava lá ou se sabia não demonstrou na maneira como se
exibia.
Seus seios eram grandes, com grandes mamilos que ele
queria apertar juntos enquanto os lambia.
Era uma mulher completa, arredondada em todos os
lugares certos.
Desde que a pegou em seu quarto privado, ela estava o
evitando. Raramente a via perto de sua casa, e hoje foi a
primeira vez que precisou chamá-la para levá-la para perto
dele.
Olhando para seu corpo, viu a faixa de pelos entre suas
pernas. Suas coxas estavam fechadas enquanto flutuava ao
longo da água, o que era uma vergonha. Ele adoraria ver sua
linda e rosada boceta.
Saindo de seu lugar isolado, recriminou-se por um
voyeur ou um tarado.
Ela ofegou no momento em que o viu e rapidamente se
escondeu na água.
— Você não precisa se esconder de mim. — Disse ele.
Abel nem sequer tentou cobrir sua excitação.
— Mantenha seus olhos em mim. — Disse ele.
Não desviou o olhar quando tirou sua cueca boxer,
descobrindo seu pau para ela ver.
Envolvendo seus dedos ao redor da ereção, ele bombeou
a mão para cima e para baixo antes de soltá-lo.
Descendo na água, ele andou em direção a ela.
Não tentou escapar e ele ficou bastante impressionado
com ela.
De pé na frente dela, segurou seu queixo e a forçou a se
levantar, indo em sua direção.
Não a machucou. Não havia necessidade.
Cassie seguiu sua instrução como se fosse algo que ela
tinha que fazer e adorou isso, realmente.
Passando o polegar pelo lábio inferior, olhou em seus
olhos verdes e esperou.
— Eu não quero mais que você me evite. — Disse ele.
— Eu não estou.
— Você vai mentir para mim?
Ela apertou os lábios, nenhum som saindo quando ele a
olhou.
Passando um dedo por seu pescoço, sentiu sua
pulsação rápida contra ele, e ele sorriu. — Você gostou do
meu quarto?
— Sim.
— O que você gostou?
— Eu não sei.
Ele levantou uma sobrancelha, esperando.
— É... diferente.
— Você me surpreendeu com a calma que olhou ao
redor. A maioria das mulheres correria para o outro lado.
— Eu não sou como a maioria das mulheres.
— Não, você não é. É incrivelmente forte.
Sentiu o poder que ela possuía e se perguntou se o
destino a trouxe para ele, como sua companheira. Não
saberia até a lua cheia que ainda estava a uma semana de
distância.
Abel não sabia se poderia esperar tanto tempo para tê-
la.
Seu pau agora estava muito duro.
Quando Cassie estendeu a mão colocando em seu
estômago, seu lobo ficou alegre, seu toque o acalmava
enquanto sua excitação permanecia a mesma. Sua
necessidade por ela estava aumentando a cada segundo que
passava.
— Eu gostei. Eu... meus sonhos estão ficando mais
intensos.
— Eu a levei para o quarto?
— Sim.
— O que acontece quando eu abro a porta?
— Você está lá nos trancando por dentro. Não há
nenhuma interrupção quando estamos lá dentro. Tornou-se
nosso lugar seguro. — Suas bochechas estavam vermelhas.
— O que eu faço com você?
— Você sabe o que faz. — Disse ela. — Não precisa de
mim para dizer.
Afundando os dedos em seus cabelos, ele a puxou para
perto ao mesmo tempo em que inclinou sua cabeça para
trás. Houve uma pontada de dor em seu toque e ela
ofegou. Seus mamilos estavam duros pressionados contra
seu peito.
Eles se sentiam como no maldito paraíso e ele não
queria deixá-la ir.
— O que eu faço?
— Você me fode, Abel. Você me faz olhar, assume o
controle. Não me permite encobrir ou me esconder. Naquele
quarto sou sua e você se certifica de que saiba. E se não,
então sua mão está sempre batendo na minha bunda, me
fazendo saber que eu pertenço a você. Que quando estou ali,
não sou nada além de sua.
Seu pau pulsou.
Isso era o que ele queria também.
Ele ansiava por ela.
Seus lábios pareciam tão convidativos que ele não pode
resistir. Beijando-a, ele a segurou apertado contra si, tirando
sua escolha enquanto ela o beijava de volta. No início, ela não
respondeu, quase como se estivesse chocada por ele ter
decidido beijá-la. Não podia não ter os lábios dela nos dele.
Quando deslizou a língua pela boca dela, ela abriu e ele
mergulhou dentro, provando-a. Seu lobo estava perto da
superfície, incitando a continuar, a reivindicá-la, a possuir
cada centímetro dela.
Cassie gemeu e as mãos em seu peito subiram,
circulando seu pescoço, segurando-o perto.
Passando as mãos pelas costas dela, ele agarrou sua
bunda, acabando com os últimos poucos centímetros entre
eles. Seu pau pressionou contra seu abdômen. Ela nem
tentou lutar contra ele enquanto a abraçava.
Ela era puro fogo em seus braços.
Apenas o som de alguém limpando a garganta fez com
que ele parasse.
Era Carl.
Ele era um dos poucos da matilha a não sair. Seu
treinamento ainda era intenso.
Cassie pressionou o rosto contra seu peito e ele a sentiu
tremendo.
Acariciando seus cabelos olhou para seu amigo, que
sorria parecendo muito feliz.
— O que quer, Carl? — Ele perguntou.
— Há um alfa aqui e ele quer vê-lo. — O olhar de Carl
pousou em Cassie. — É o antigo alfa de Cassie. Ele se chama
David.
Cassie ergueu a cabeça olhando por cima do ombro para
Carl. —O que?
— Ele não quer vê-la, Cassie. Está aqui para conversar
com Abel.
Abel acenou para ele. — Obrigado.
— Sem problemas.
Carl os deixou e Abel voltou seu olhar para Cassie.
— Não sei por que ele está aqui. Eu juro.
— Acredito em você. — Ele afastou alguns fios de
cabelos do ombro dela. — Bem, se quiser que isso continue
quando eu terminar a reunião com esse David, vá para o meu
quarto. E se estiver lá, então considerarei que quer explorar
isso.
— E se não estiver? — Ela perguntou mordendo o lábio
novamente.
Ele puxou o lábio da boca dela. — Então sei que não
quer mais e não irei persegui-la. Estará livre para fazer parte
da minha matilha e continuarei treinando-a. Nada mudará.
Apenas teria que lutar contra seu interesse por ela.
— Não quero ouvir uma resposta. — Disse ele,
pressionando um dedo em seus lábios. — Estarei esperando.
Saiu da piscina vestindo a cueca boxer antes de pegar a
calça. Ele teria optado por uma camiseta, mas decidiu que
esse idiota estava em suas terras sem ser convidado.
Caminhando em direção ao escritório, viu Jessica de pé
do lado de fora de sua porta.
— Você quer que eu entre? Mostrar força dentro da
matilha?
— Não, obrigado. — Entrou na sala e teve certeza de
fechar a porta.
David parecia... culpado.
Ele também não estava sozinho e Abel não gostou
disso. Havia uma mulher com cabelos ruivos e olhos verdes,
semelhante aos de Cassie. Deveria ser sua mãe.
— Eu não fiz um convite. Você corre um grande risco ao
vir aqui. — Abel disse cruzando os braços.
— Sim, bem, foi trazido ao nosso conhecimento que
Cassie está aqui.
Ele viu que a mulher estava torcendo as mãos
parecendo nervosa.
Seu lobo ficou em alerta máximo. Eles olhavam para
todos os lados, parecendo uma matilha problemática, mas
algo lhe dizia que estavam longe disso.
— Cassie agora faz parte de minha matilha sim e foi
aceita por todos aqui. Todos gostam dela e sua comida.
Houve uma leve contração em seus rostos com a
menção de comida. Ele não gostou disso, nem por um
segundo.
— Agora me diga o que você está fazendo em minhas
terras sem tê-los convidados? — Perguntou Abel. Esta era
sua matilha e ali ele era o alfa.
— Nós gostaríamos que Cassie voltasse para sua
matilha.
Seu lobo rosnou. Essas pessoas não estavam ali para
cuidar de Cassie. Apenas queriam sua vítima de volta.
— Isso não acontecerá.
— Ela é parte de nossa matilha. Você não pode mantê-la
aqui.
— Ela não faz parte de sua matilha depois que a
rejeitou. Seu lugar conosco já está garantido. Você não tem
nada com o que se preocupar. Ela não ficará selvagem.
— Cassie é diferente. — Disse David. — Ela precisa de
orientação que apenas uma matilha pode proporcionar.
— Quer dizer que a força dela o assustou e agora está
preocupado depois dos anos de abuso, que ela usará sua
força e a da minha matilha contra você?
Ali estava.
O flash de medo.
A verdade vem à luz.
— Você não sabe com o que está lidando!
— Eu sei muito bem. Você é um monstro e você. — Fez
questão de encarar a mãe dela. — Cassie é uma mulher
bonita e você a fez se sentir indesejada e feia. Abusou dela
por anos. Deixou-a com tanto medo de sua própria força que
ela ficou trancada por um longo tempo.
— Não, Cassie nunca foi forte. — Sua mãe disse.
— A força de Cassie estava lá quando ela tinha dezoito
anos. Por um longo tempo, estava vivendo com uma bomba-
relógio. Constantemente provocando, machucando-a. Era
apenas uma questão de tempo antes que ela se rompesse e o
fez. — Abel sorriu. — Deve ter sido uma visão aterrorizante
para todos vocês verem sua vítima finalmente ser a
vencedora.
— Isso é ultrajante. Suas mentiras contra minha
matilha...
— Você me insulta vindo à minha terra e fazendo
exigências. Insulta-me dizendo que um dos meus é um
mentiroso, mas suas mentiras também envergonham a si
mesmo. Posso sentir seu medo. Saia de minhas terras e faça
isso tranquilamente. Ouse se aproximar de mim, trarei toda a
força e a força de mil Cassies batendo à sua porta. —
Aproximou-se de David, olhando nos olhos do outro alfa. Ele
não viu nenhuma liderança dentro dele. Este homem era
fraco. — E não sou um homem que você possa empurrar.
Teste minha ameaça. Veja até onde isso o leva.
Cassie caminhou pelo quarto antes de se sentar na
beirada da cama. Ela não sabia por que seu antigo alfa estava
ali. Ele parecia um pouco convencido da última vez que o viu
enquanto tirava seus direitos dela. Expulsá-la foi um prazer
para ele. Depois de anos a humilhando, abusando,
machucando-a, ele finalmente teve a última risada quando
apontou para porta e ela foi rejeitada pela matilha.
Uma matilha onde ela queria apenas ser amada e aceita.
Suas mãos tremiam enquanto esperava por Abel.
Ela passou os dedos pelos cabelos repetidamente.
De repente, a porta se abriu e ela olhou para cima para
ver Abel parado na porta. Ele segurava a chave na
mão. Fechou a porta e viu quando a trancou.
Levantando-se, olhou para ele, esperando, insegura.
— O que ele queria?
— Conheci o seu alfa e sua mãe.
— Minha mãe estava aqui?
— Sim.
— O que eles queriam?
— Você de volta, Cassie.
Ela balançou a cabeça. — Não.
— Não se preocupe. Não vai a lugar nenhum. —
Encostou-se à porta. — Eles tem medo de você.
— Medo de mim?
— Sim. Evidentemente eles veem o seu poder e quão
forte é, isso os torna fracos. Todos esses anos que a
machucaram, agora teme que se vingue deles.
Ela sentou-se na cama. — Então, eles apenas vieram
por mim provavelmente para me matar.
— Você está triste? — Ele perguntou.
— Não. Não quero voltar para eles. Deixá-los foi a
melhor coisa que me aconteceu. Sai apenas há algumas
semanas, mas já parece uma vida inteira. Sou mais feliz aqui
do que em vinte e três anos com eles.
— Cassie, eu nunca a deixaria voltar. Lutarei ao seu
lado e se eles tentarem ferir nossa matilha, eu os matarei.
— Você acha que eles atacarão a matilha?
— Sempre me preparo para tudo. Enviei um alerta para
a matilha que os quero de volta em casa dentro de vinte e
quatro horas. Atualizarei todos sobre o que aconteceu e
garantirei que estejam seguros.
— Você é um bom alfa.
— Agora eu não me sinto como um.
— Por quê?
— Porque não poderia dar a mínima para mais nada
além de ver você tirar a roupa. — Afastou-se da porta e se
aproximou dela. —Levante-se.
Ela o fez sem hesitar. Seus mamilos endureceram
enquanto seu olhar percorria seu corpo. Vestia um jeans e
uma camiseta grande. Era o que sempre usava.
— Odeio suas roupas. — Disse ele. — Comprarei para
você um novo guarda-roupa e então quero que use o que eu
deixar de fora para me agradar.
Ficou em silêncio enquanto se aproximava dela. Sua
mão foi para seu abdômen, fazendo-a ofegar.
Rodeou seu corpo e depois ficou de frente a ela.
Ambas as mãos foram para a camiseta rasgando o
tecido e jogando-a no chão em pedaços.
— Não gosto de qualquer maneira. — Disse com um
sorriso.
— Bom. — Puxou seu jeans e se ela não se segurasse
em seus ombros largos, teria caído de bunda. —E esse corpo
não foi feito para ser coberto. — Seu sutiã e calcinha estavam
no chão também, suas roupas completamente destruídas.
Afastou-se e seu primeiro instinto foi cobrir o corpo.
Abel segurou suas mãos impedindo-a.
— Não e para garantir que você não esconda o que é
agora meu, acho que isso será útil.
Ele a levou para as correntes penduradas. Prendeu uma
ao redor de um pulso e depois a outra.
Estava excitada enquanto olhava para ele esperando.
— Você está com medo?
— Precisará muito mais do que correntes para me
assustar, alfa. — Sorriu para ele. Seus olhos pareceram
mudar, um flash de seu lobo brilhou para ela, fazendo-a
derreter por ele.
— Você é toda minha agora, Cassie. Está a minha
mercê. — Virou seu corpo e quando olhou para os espelhos,
apreciou como era bonito. Conseguia ver cada centímetro
dele. Apenas usava um jeans, mas mesmo assim, era um
espetáculo para se ver.
Abel era muito maior do que ela, seus músculos grossos,
fortemente definidos.
Olhou cada parte do alfa.
— O que você quer fazer? — Ela perguntou.
Sua mão foi para seu ventre e ele ficou atrás dela, sua
presença a enchendo de calor.
Nada mais importava naquele momento, apenas ele e o
que eles estavam fazendo juntos.
— Quero que olhe para si mesma no espelho.
Não queria fazer isso, mas como ele estava no comando,
seguiu suas instruções. Ficou por trás e a visão que
encontrou em seu olhar a surpreendeu.
Estava completamente nua, as algemas de metal em
contraste contra sua pele pálida. Ele a manteve presa. Não
poderia lutar contra o que ele queria fazer com ela.
— Você é virgem, Cassie?
— Não.
A mão deslizou por seu corpo, tocando sua boceta. Foi o
primeiro toque real que ela recebeu. Perder sua virgindade foi
um fracasso total e não permitiu que nenhum outro homem
se aproximasse dela.
— Quantos homens?
— Um. Já faz algum tempo.
Isso o fez parar. Com a outra mão, segurou seu rosto e a
forçou a olhá-lo. — Você só esteve com um homem?
Ela assentiu. — Sim. Não foi uma boa experiência. Não
vi razão para repetir.
Soltou uma maldição e ela o sentiu se afastar.
— Não pare. — Disse ela.
Seu olhar estava novamente no dela.
— Eu sei que sou inexperiente, mas isso pode ser uma
coisa boa.
— Cassie, quero colocar meu pau dentro de você para
que esqueça absolutamente tudo. Que me sinta
profundamente dentro por dias e semanas.
Para ela isso soava muito bom.
— Gostaria disso.
—Quero fodê-la. Não quero fazer amor.
— Fazer amor está fora de moda. Gostaria de saber
como é uma boa foda. — Suas bochechas queimavam com
essa conversa suja. —Por favor, Abel. Não sou feita de
vidro. Não vou quebrar. Sou muito forte.
Ela viu sua batalha e odiou que ele se sentisse
assim. Não queria que lutasse contra.
— E se for muito eu pedirei para você parar. Prometo.
Abel se aproximou dela e sentiu como se tivesse
ganhado alguma coisa. Ela não sabia o que, até que sua mão
se moveu entre suas coxas.
— Algum homem adorou essa boceta?
— Não.
— Eu farei tudo com você, Cassie. Terei sua boca, sua
boceta, sua bunda. Quero tudo e quero apagar cada maldita
lembrança daquele bastardo. Você entende?
— Sim.
— Sim, o que?
— Sim, alfa.
— Boa menina. No momento em que entrou neste
quarto, tornou-se minha. Meu pequeno brinquedo. Você é
minha mulher e eu farei o que quiser.
— Sim. — Suas promessas sombrias estavam a
enchendo com necessidade e um desejo muito profundo.
Seus dedos se moveram entre sua fenda e ele os
mergulhou dentro dela. Ela estava molhada e isso facilitou,
mas era apertada, então estremeceu com sua aspereza. Mas
não o fez parar.
Começou com dois dedos, bombeando-os para dentro e
para fora, puxando-os de volta para o clitóris. Ela viu a mão
dele trabalhar em seu corpo, os espelhos mostrando tudo. Até
o jeito que ele a olhava. O queixo dele contra seu ombro. Seus
lábios roçando sua orelha.
— Acho que você é uma das mulheres mais sexy que já
vi, Cassie. — Sua outra mão subiu por seu corpo, tocando
seus seios. — Passei muito tempo imaginando isso em
minhas mãos ou se movendo na frente do meu rosto
enquanto a fodo.
Girou seu clitóris e voltou para baixo, empurrando
dentro dela.
Acariciou seus seios, movendo-se atrás dela para tocar
sua bunda.
— Sua antiga matilha era idiota. Fico feliz que eles a
expulsaram, Cassie. Estou tão feliz que foram cegos para a
mulher que me excita. Não posso esperar para reivindicá-la
como minha, para ter essa boceta apertada no meu pau. Isso
me deixa mais duro só de pensar.
Aproximou-se de modo que seu pau estava contra suas
costas.
O cume duro de sua ereção a surpreendeu com seu
tamanho. Não deveria, pois já o viu na piscina.
Abel não era um homem pequeno, não de maneira
alguma. Ele era grande.
— Enquanto estivermos aqui, quero que você fique
completamente nua. Ninguém mais é permitido aqui, então
estará sempre segura. Quero que se sente na cama, abra
essas coxas suculentas e brinque com você mesma. Toda vez
que estiver aqui, eu a quero molhada.
Alcançou as algemas que prendiam seus braços e as
abriu. Soltando seus braços, ele a levantou e levou-a para
cama.
— Eu não me importo. — Disse ela.
Preferia ficar ali.
— Eu sei, mas quero você nessa cama.
Ele a colocou na beirada e se inclinou sobre ela,
segurando suas mãos e mantendo-as presas na cama
enquanto tomava posse de sua boca.
— Temos todo o tempo do mundo para explorar e
pretendo ter cada parte sua.

O cheiro da excitação dela encheu o quarto e Abel achou


o cheiro inebriante. Sua boca encheu de água quando
interrompeu o beijo, moveu os lábios por seu pescoço,
chupando seu pulso.
Suas pernas se apertaram ao redor de sua cintura, mas
ele não se importou. Descendo, lambeu um mamilo antes de
chupar com força. Usando os dentes, criou uma explosão de
dor antes de acalmá-la com um movimento da língua.
Abel fez o mesmo com o outro mamilo, indo e voltando
entre eles. Eram tão grandes que não podia deixar de
pressionar os seios dela juntos e apenas trabalhar entre os
dois. Eram incrivelmente saborosos.
Ela soltou um gemido e se debateu na cama. Amava
senti-la se contorcer sob ele. Isso o deixou louco, nunca
querendo parar.
— Você é tão sexy, baby. — Disse ele.
Desceu beijando seu abdômen, ajoelhou-se no chão e
sentou-se um pouco para ficar no nível de sua
boceta. Levantou as pernas dela, abriu os lábios de sua
boceta. Seu clitóris escorregadio estava aparecendo. Movendo
a língua chupou, amando seus gritos enquanto enchiam seu
quarto.
Deslizando um dedo entre a abertura, começou a
pressionar dentro dela, maravilhado com o quão apertada ela
realmente era.
Adicionou um segundo dedo a esticando.
Seu pau não era pequeno e queria prepará-la para
tomar tudo dele sem causar qualquer dor.
Ela empurrou ao encontro de seus dedos e quando
acrescentou outro, abriu os dedos trabalhando sua boceta ao
mesmo tempo em que movia sua língua.
Olhando ao longo de seu corpo, viu seus seios
balançarem enquanto se contorcia sob ele, seus gemidos
ecoando pelo quarto.
Seu pau estava molhado com o pré-sêmen enquanto o
gosto e a visão dela o deixavam louco por sua própria
liberação. Não havia como encontrar algum prazer até que a
fizesse gozar.
Quis dizer cada palavra. Queria que ela esquecesse
completamente todos os outros homens com quem esteve, de
modo que seu único foco fosse sobre ele e o que poderia fazer.
— Por favor, Abel. — Disse ela.
— Você quer gozar? — Ele perguntou, afastando-se de
sua boceta tempo suficiente para falar.
— Sim. Por favor.
Parecia tão desesperada e ele queria dar a ela essa
experiência. Haveria tempo para prolongar isso mais tarde,
mas agora passou a língua repetidamente através de seu
clitóris e em poucos segundos ela gozou gritando seu nome,
implorando para parar e continuar.
Segurou suas mãos, enquanto prolongava seu orgasmo
o máximo que podia. Quando ela não aguentou mais, ele
parou pressionando um beijo contra seu clitóris antes de se
levantar.
Abrindo seu jeans, ele o empurrou para o chão, junto
com a cueca.
Envolvendo seus dedos ao redor de seu pau, ele olhou
para ela.
Cassie ficou nos cotovelos, seu peito ruborizado com seu
orgasmo.
Ela lambeu os lábios enquanto olhava para seu pau.
Trabalhando para cima e para baixo, olhou para a sua
boca.
— Quero que você chupe meu pau. — Disse ele.
Ela sentou-se e ele deu um passo em direção a beirada
da cama mais uma vez. Segurando suas mãos, colocou ao
redor de seu pau, mostrando o que queria. Ela abriu a boca e
ele colocou a ponta nos seus lábios. Sua língua lambeu a
ponta, provando seu sêmen. Ele gemeu com a visão e ficou
imóvel enquanto engolia a cabeça inteira.
Cassie o chupou.
Seus gemidos vibraram em sua ereção quando começou
a empurrar em sua boca. Empurrou até sua garganta,
apenas para retirar novamente antes de fazer o mesmo, indo
fundo e depois se afastando.
Ela estabeleceu um ritmo constante chupando seu eixo.
Sua saliva cobria seu comprimento e ele não podia
desviar o olhar da visão de seu pau em sua boca. Mesmo o
espelho com o ângulo das costas era altamente erótico para
ele, mostrando-a se afastando.
Passando os dedos por seus cabelos, ele a viu olhando
enquanto apertada seus cabelos ao redor do punho.
Com o controle que tinha, inclinou a cabeça para trás e
começou a fodê-la, empurrões lentos no começo,
acostumando-a com o comprimento e a largura, quando
acostumou, ele foi mais fundo.
Ela soltou seu pau e suas mãos foram para suas coxas,
segurando enquanto continuava fodendo sua boca.
Seu orgasmo estava perto, suas bolas apertadas.
Não queria parar, então encheu sua boca com seu
sêmen.
Cassie engoliu tudo. Seus olhos se arregalaram um
pouco, mas não lutou, aceitando cada gota de sua liberação.
Quando terminou, afastou-se a pegando em seus
braços, deitando-a na cama.
Sua cabeça descansou em seu peito e ele acariciou seus
cabelos sentindo sua confusão.
— O que acontece agora? — Ela perguntou.
— O que você quer dizer?
— Com tudo? Você? Eu? Isto? Minha antiga matilha? —
Inclinou a cabeça para trás olhando para ele. — Não sei o que
estou fazendo aqui. Nesse quarto. Tenho... não tenho certeza
se posso ser tudo o que você quer que eu seja.
Sorriu. — Não há nada que eu queira em definitivo,
Cassie. Nós podemos apenas nos divertir aqui.
— Jessica quer você.
Abel suspirou. — É isso que você fará? Trará outra
mulher quando estou com você aqui na minha cama?
— Não parece justo que eu esteja aqui e ela não.
— Não quero Jessica, Cassie. Não deixarei que uma
mulher pense que eu a quero quando claramente não o faço.
— Ele passou os dedos para cima e para baixo nas costas
dela antes de parar em seu quadril.
Nas poucas horas em que esteve com ela ficou viciado
em seu corpo e não pode resistir em tocá-la.
— Ela está aqui há mais tempo. — Disse Cassie.
— Não dou a mínima para o tempo que esteve aqui. Não
ficarei com ela, Cassie. Não mesmo. Você é a única com quem
quero estar. Ninguém mais. — Viu a indecisão em seus
olhos. — Esse é o nosso momento. Não há ninguém mais e
não pedirei para você estar com outra pessoa. Essa merda
não acontecerá.
— O que acontecerá quando voltarmos? — Perguntou.
— Nada muda. Não esconderei minha necessidade por
você. Não fingirei que algo não está acontecendo entre nós
quando está claro. Quando estivermos neste quarto, você se
torna minha. Quando você não estiver aqui, terá tempo para
si mesma.
— Jessica irá me odiar.
— Não, ela não irá. Pode ter qualquer outro homem na
matilha. Disse a ela mais de uma vez que nós nunca
ficaríamos juntos. — Inclinando a cabeça para trás, olhou em
seus olhos verdes. — Você não conseguirá fazer o que
aconteceu entre nós acabar, Cassie. Pode muito bem parar de
tentar. Você é minha agora. Eu disse no momento em que
passou por aquela porta, que era minha.
— Você tem certeza que não tem muitas mulheres
passando por aquela porta?
— Eu sei que sou um grande partido aqui, mas não,
apenas você. — Pressionou os lábios nos dela, silenciando
qualquer protesto. —Acho que sei o jeito perfeito de calar sua
boca. — Ele disse.
— Oh, sim e como é isso?
— Mantendo-a ocupada.
Ele a prendeu na cama, tomando seus lábios, beijando
seu corpo inteiro e tirando as dúvidas de sua mente. Eles não
podiam passar o dia todo lá, já que ainda tinha alguns
compromissos com outros membros da matilha, mas era
difícil se afastar dela.
Cassie era sua agora e ele não tinha intenção de deixá-la
ir.
Apenas esperava que ela percebesse isso.
Cassie olhou para a cama desfeita, em seguida,
verificou o armário antes de ir novamente ao
banheiro. Passou a tarde toda cozinhando depois
da reunião com Abel. Não sabia como chamar e agora que
estava de volta em seu quarto não conseguia encontrar suas
coisas.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Abel,
fazendo-a suspirar.
Ela se virou para encontrá-lo com os braços cruzados,
encostado no batente da porta. — Onde estão minhas coisas?
— Tentou não pensar em quão sexy e gostoso parecia ou que
ele a fazia doer de maneiras que não podia descrever.
— Suas coisas agora estão no meu quarto.
Isso a fez parar e olhar para ele. — O que?
— Eu levei suas coisas para o meu quarto. — Piscou
para ela. —Você compartilhará uma cama comigo a partir de
agora.
Colocou uma mão na cabeça e simplesmente olhou para
ele. — Você não deveria vir e levar minhas coisas sem
perguntar. Minha nossa! A matilha sabe?
— Tenho certeza que sim. Pedi a Carl que organizasse
tudo enquanto lidava com outra coisa.
Ela sentou-se na beirada da cama.
Cassie realmente não pensou sobre isso, sobre a matilha
descobrir ou qualquer outra coisa. — Isso é... minha nossa.
— Disse ela. — Eles me odiarão?
— Não. Não é possível odiá-la. Você é muito fofa para ser
odiada.
— Isso não é engraçado, Abel. — Foi estranho entrar em
seu calabouço. Queria entrar ali, ver como era. A tentação foi
demais para negar a si mesma. Foi a primeira vez que foi
egoísta com alguém.
— Eu não estou rindo. Não vejo qual é o problema. —
Entrou no quarto parando bem na sua frente.
— Você não vê? Sou a nova garota e você é o alfa. Tudo
isso está errado.
Segurou o rosto dela entre as mãos e a ajudou a se
levantar. Com o toque dele, ela se esforçou para pensar.
Olhá-lo também não era fácil. Ela viu o jeito que a
tocava, seus reflexos no espelho ou a sensação de seus lábios
entre suas coxas, lambendo-a.
— Você precisa relaxar. Eu não a esconderei.
— Não sou nem parte de sua matilha ainda, Abel.
— Você será. É parte da matilha agora. Dá para sentir
fluindo em suas veias. O chamado para se submeter a mim,
para me ouvir. — Pressionou seus lábios nos dela e não pode
deixar de gemer com o beijo dele. — Porra, não sei o que está
acontecendo agora, mas eu a quero, Cassie. Quero
muito. Sofro por você. Não há como permitir que durma em
qualquer outro lugar da minha casa além da minha cama.
— Nós precisamos falar sobre isso.
— Nós podemos. Outra hora.
— Alfa, você tem uma ligação. — Disse Carl aparecendo
de repente na porta.
Abel rosnou beijando sua cabeça. — Preciso ir. Você
está no meu quarto. No último andar. Falamos em breve.
Afastou-se dela e ela sentiu sua perda no momento em
que saiu do quarto. Carl ainda estava lá e sorriu para
ela. Envolvendo os braços ao redor de si mesma, devolveu o
sorriso.
— Ele gosta de você. — Disse Carl. — Mudá-la para o
quarto dele, o jeito com fica ao seu redor, eu nunca o vi
assim.
— Vocês são amigos íntimos? — Ela perguntou.
— Sim. No começo ele não gostava de mim. Pensou que
fosse um espião. É um bom homem. Perdeu muito em sua
vida e eu quero que seja feliz.
— Por que você está me contando isso?
— Porque percebo que não está tão contente em ceder.
Que você sente pressionada.
— Eu sou a garota nova.
— Sim, bem, você é a garota nova, o que isso importa,
Cassie? Nenhuma outra mulher o fez reagir como você.
— E as outras mulheres? Elas não importam?
— Claro que importam, mas não são você,
Cassie. Contentaria com algo inferior quando sabe que há
algo melhor pronto para ser tomado?
Ela não respondeu. Não havia mais nada a dizer. Não
brigou ou tinha razão suficiente para refutá-lo.
Carl a deixou sozinha e não vendo razão para perder
tempo, foi até o quarto de Abel. Não passou por ninguém no
caminho e ficou aliviada com isso. Não achava que poderia
lidar com uma discussão agora ou com a culpa. Jessica foi
legal com ela e ali estava, roubando o alfa.
Entrando em seu quarto, ficou impressionada com o
cheiro dele, puramente masculino. Com a mão na maçaneta
da porta a fechou atrás dela.
Caminhando pelo quarto, viu suas coisas na cama e
uma nota em cima. Pegando a nota, encontrou suas roupas
completamente rasgadas.
— Elas são feias. — Disse Abel a fazendo pular
enquanto girava para vê-lo esperando no quarto.
— E daí? Pensei que estivesse em uma ligação
importante.
— Estava. Pedi a Carl que desse essa desculpa para
poder estar aqui antes de você chegar.
Apertou a mão em seu coração e olhou para ele. — Isso
não foi engraçado. — Pegou a roupa rasgada e olhou para
ele. — Estas são minhas únicas roupas.
— É por isso que o computador está ligado. Nós
podemos olhar juntos.
— Não vai comprar roupas novas.
— Você não tem escolha.
Ela cruzou os braços enquanto ele jogava suas roupas
no lixo. —Por que fez isso? Por que trouxe para cá se iria
rasgá-las como se não significassem nada?
— Não significam nada, Cassie. Você merece mais do
que isso. Caminhou na direção dela e segurou sua bunda. —
Como minha mulher, quero vesti-la com roupas que gosto de
olhar.
— Escolho minhas próprias roupas.
— Você escolheu algumas delas? — Ele perguntou. —
Não minta para mim. Sua desprezível matilha estava sempre
cheia de maldade. Você merece mais do que eles oferecerem.
Ela esfregou as têmporas. — Não posso lidar com isso.
Beijou sua cabeça. — Lidará com isso.
Não escolheu nenhuma das roupas que ele
arruinou. Eram os itens que foram jogados nela como se não
fosse nada além de lixo. Ela as usava porque não tinha
dinheiro próprio.
Quando se sentou no computador Abel segurou sua
mão e a puxou para o colo. Viu um site de roupas na tela e
enquanto ele olhava, sua obstinação era difícil de
acompanhar.
Apontando para algumas camisetas, jeans, saias e
vestidos, resmungou enquanto Abel colocava alguns itens que
gostou para ela também. Todo o tempo a mão dele ficou em
sua coxa, como uma marca constante em sua mente. Gostava
muito do seu toque.
Eles ainda não fizeram sexo e ela se viu atraída por ele,
imaginando-o.
Depois que terminou e clicou no botão para finalizar as
compras, o viu colocar as informações antes de enviar o
pedido.
— Isso não foi tão difícil, foi? — Ele perguntou.
— Não gosto que você gaste dinheiro comigo. — Virou a
cabeça para olhá-lo.
— Eu gosto de gastar dinheiro com você e terá que se
acostumar com isso.
Sua mão continuou acariciando-a, subindo e descendo
por sua coxa.
Sua mente ficou em branco quando o olhou. — Você faz
isso o tempo todo?
— O que?
— Manipular as pessoas para conseguir o que quer?
— Eu não estou manipulando você, baby. Estou apenas
a guiando e sei o que é bom.
— Não tenho tanta certeza agora.
Sorriu. — Verá que eu apenas quero o melhor para você.
Seus lábios estavam tão perto dos dela e quando se
tocaram, sua loba pressionou contra ela, forçando-a envolver
os braços ao redor de seu pescoço.
Em um momento ela sentava em seu joelho, segurando-
o. No seguinte, em seu colo pressionando sua boceta contra
ele, mesmo com o jeans entre eles.
Agarrou sua bunda segurando com força.
— Sua loba gosta muito de mim e acho que posso
conseguir o que eu quero.
— Cale a boca. — Disse ela beijando seu pescoço e
chupando sua pele.
Nosso!
O pensamento era tão chocante que fez seu estômago
revirar. Sua língua passou pelo pescoço dele. A vontade de
mordê-lo era forte, marcá-lo de tal forma que todas as
mulheres daquela matilha soubessem que ele foi
reivindicado.
Abel envolveu seus cabelos ao redor do punho, puxando
sua cabeça para trás.
— Você está pronta para fazer essa declaração agora? —
Perguntou. — Para fazer com que todas as mulheres desta
matilha tenham ciúmes?
Ela balançou a cabeça. — Não. Eu não sei o que está
acontecendo comigo. — Seu corpo estava em chamas, sua
necessidade por ele era tão forte que vibrava até o
núcleo. Engolindo o nó que estava em sua garganta, gritou
quando ele se inclinou para frente chupando seu pescoço.
— Eu não tenho problema em fazer isso. Quero que
cada homem veja que você é minha. Que sua boceta pertence
a mim. — Mordiscou seu pescoço, chupando e
mordendo. Seus seios ficaram pesados e ele a levantou,
levando-a para a cama.
Ele a soltou e ela pulou um pouco.
— Uma vez que você for minha, Cassie, não há como
voltar atrás, nem mesmo por um segundo.
Ela não queria voltar atrás. Quando ele tirou a calça
jeans ela soube que sem dúvida este era o único lugar que ela
queria estar.

Tirando suas próprias roupas, Abel observou a reação


de Cassie. Sabia que ela não estava pronta para fazer essa
afirmação sobre ele. O medo e a culpa pesavam sobre
ela. Apenas precisava empurrar isso de lado, para que
pudesse tê-la só para si.
— Por favor. — Disse ela.
Ele passou as mãos por suas coxas sem tocar sua
boceta. Foi para cima e para baixo, tomando seu tempo com
ela. Adorava fazê-la esperar.
— O que você quer? — Perguntou.
— Eu quero você.
— Você me quer?
— Sim. Por favor, preciso de você.
— Quer que a toque?
— Sim.
— Onde quer que a toque? — Perguntou.
— Por toda parte. Por favor, preciso disso.
— Você quer o meu toque em todo o seu corpo. —
Passou por sua boceta, acariciando seu abdômen, em seguida
foi para os seios. Realmente eram belos seios.
— Por favor, preciso de você.
— Onde?
Ela apertou os dentes, mas essa era uma batalha de
vontades na qual ele era um especialista e um mestre. Sabia
o que ela queria e ansiava, mas não faria nada até que
pedisse, ou melhor, implorasse.
— Por favor, Abel.
— Diga-me o que você quer.
Ela gemeu.
— É só você e eu aqui. Diga-me o que você quer, baby.
— Eu quero você, por favor, eu o quero muito.
— Onde? — Mais uma vez não tocou sua boceta e viu as
mãos dela se apertarem.
— Eu o quero na minha boceta, por favor, Abel. Preciso
de você.
Tocou sua boceta, sentindo como estava
molhada. Deslizou um dedo entre sua fenda, entrou e suas
paredes o pressionaram. Afastando o dedo circulou seu
clitóris, acariciando o firme feixe de nervos.
— Oh, merda!
— Isso mesmo, baby. Deixe-me ouvi-la gemer. — Sua
boceta empurrou contra sua mão o fazendo sorrir enquanto
ela continuava se contorcendo em seus dedos, pegando o que
queria. Amava a visão dela montando seus dedos.
Na verdade, não havia nada melhor do que vê-la tomá-lo
e logo ela estaria em seu pau.
Deslizando dentro e fora dela, ele continuou fodendo-a
com mais força, fazendo-a tomar mais de seus dedos até ter
três dentro dela.
Estava tão escorregadia que sabia que não teria
problema em tomar seu pau.
Movendo-a para cima da cama de modo que sua cabeça
ficasse contra os travesseiros, ele elevou-se, seu pau já
pingando. Nunca ficou tão excitado ao ter uma mulher em
sua cama, nem sequer sobre os lençóis nos quais Cassie
agora estava deitada. Isso era tudo dela e não havia como ter
outra mulher em sua cama.
O cheiro dela era muito bom. Nunca seria capaz de ter
mais ninguém.
— Quero que você me diga se isso é demais. Bem, se
não conseguir lidar com o que estou prestes a fazer.
— Ok.
Parecia tão confiante, tão disposta, que estava mexendo
com sua cabeça. Colocou a ponta de seu pau em sua entrada,
deslizou para dentro, um centímetro de cada vez enquanto a
esticava ao redor de seu eixo.
O suspiro de Cassie ecoou pelo quarto e quando já tinha
alguns centímetros dentro dela, agarrou a cabeceira da cama,
segurou e empurrou tudo dentro dela. Suas pernas
envolveram ao seu redor enquanto seu grito de prazer enchia
o ar.
— Você está bem? — Perguntou.
— Isso é incrível. Não pare.
Saindo, começou pequenos impulsos, fazendo-a tomar
todo seu pau. Foi cauteloso enquanto a fodia. Não era um
homem pequeno e não queria machucá-la.
Suas mãos foram para sua bunda, suas unhas
afundando em sua carne. Amou aquela picada de dor quando
exigiu que ele a enchesse.
— Foda-me, Abel. Não sou feita de vidro. Eu não vou
quebrar.
Ele não queria machucá-la, nem um pouco, mas vendo
a luxúria em seus olhos, o desejo que estava lá,
entendeu. Não havia como se segurar mais.
Movendo as pernas para que estivesse no ângulo
perfeito, entrou nela com a força total de seu pau. Ela gritou
encontrando-o no meio do caminho e continuou fodendo-a,
ouvindo seus gritos de prazer quando a abraçou com força. A
cama bateu contra a parede com a força de seus impulsos,
mas não se importou. A única coisa que queria ou precisava
era sentir Cassie ao redor de seu pau, sua boceta apertando
seu eixo quando estava perto de gozar.
Sem sua instrução, ela alcançou entre seus corpos e
começou a provocar seu clitóris, deslizando seus dedos sobre
o feixe apertado de nervos. Cada vez que acariciava seu
cerne, sua boceta o apertava, transformando o prazer em algo
mais profundo. Não podia conter seu prazer, nem
queria. Gozou com um grunhido, forçando cada centímetro
de seu pau dentro dela e Cassie não reclamou, seus gemidos
de liberação ecoando pelo quarto misturando-se com os dele.
Caindo sobre ela, afundou os dedos em seus cabelos
segurando-a perto. Ela era a primeira mulher a tomá-lo sem
reclamar e sentiu como se estivesse em um mundo
surreal. Nunca se divertiu tanto com seu prazer.
Recuando um pouco, olhou em seus olhos, esperando.
Sorriu para ele. — Isso foi muito melhor do que a minha
primeira vez.
Seu lobo rosnou. — Não quero ouvir sobre qualquer
outro homem com quem esteve.
— Seu lobo não gosta disso? — Acariciou seu braço.
— Você o sente?
— Você é o alfa, Abel. Eu não deveria ser capaz de senti-
lo?
Sabia que sua matilha o sentia, especialmente seu
humor, mas nunca teve uma mulher tão próxima a ele.
— Eu também não quero ouvir falar sobre nenhuma de
suas mulheres. Não gosto disso. — Ela franziu o nariz.
— Não há outra mulher, Cassie, apenas você.
Permaneceu dentro dela, não querendo deixar o prazer
de sua boceta. Ele se moveu para o lado com as pernas dela
sobre as dele, de modo que ficassem juntos. Descansando a
cabeça na mão sorriu para ela.
— O que?
— Não sei. Gosto de você. — Disse.
Sorriu. — Sinto-me estranha. Esquisita.
— É o sexo.
— Foi muito bom. — Disse ela deixando cair o rosto nas
mãos. —Uau, eu me sinto tão boba.
Estendendo a mão ele colocou os fios de cabelos ruivos
atrás das orelhas. Ela descansou o rosto contra a palma da
mão dele.
Sentiu um aperto no abdômen enquanto a
observava. Algo o percorreu enquanto a olhava.
— O que há de errado? — Ela perguntou. — Você parece
com medo.
— Não, estou bem. Não tenho nada para me preocupar.
Ela segurou seu rosto.
Seu toque mais uma vez fazendo coisas estranhas com
ele.
— O que acontecerá agora? — Ela perguntou.
— Você continua perguntando isso. Mora aqui. Eu não
manterei nosso relacionamento em segredo, Cassie. Sei que
se sente nervosa e culpada, mas não dou à mínima. É assim
que quero que fique conosco. Não há impedimentos nisso.
— Tudo bem. Embora não o tenha marcado, sinto-me
como se estivesse esfregando em suas caras.
— Um dia você terá que fazê-lo, caso contrário elas
tentarão lutar com você por mim. Pode até não ser
intencional. Não estarei lá para parar todas as brigas, Cassie.
— Acariciou seu pescoço passando por seu braço.
— Não quero machucar ninguém.
— Então você terá que me marcar como seu. Será a
maneira certa de garantir que nenhuma das mulheres veja
isso como um desafio pessoal para elas me tomarem. — Não
que queria isso. Para ele, Cassie era sua companheira e de
jeito nenhum seria substituída, não por ele ou por qualquer
outra pessoa.
— Quando está treinando e ajudando os outros, como
você mantém o controle de sua força? Como se impede de
machucá-los? —Perguntou.
Sabia que ela temia sua força. — Você aprende a se
segurar. É a única no controle, Cassie, ninguém mais.
— Eu não sei. Às vezes, quando fico com raiva, é como
se a loba assumisse o controle.
— Ela o faz. Eu a vi e faz isso para mantê-la
segura. Você não a abraçou. Está com muito medo e precisa
aprender a lutar contra esse lado seu para abraçá-la. Posso
ajudá-la, treinando-a, ensinando.
— Você será rígido comigo? — Perguntou, mordendo o
lábio.
Ele riu. — Não comentarei sobre sua comida e se é
exagerada ou não. — Segurou seu rosto e beijou seus
lábios. — Mas é importante que você aprenda a ter
controle. Especialmente porque está sempre por perto e se
eles disserem alguma coisa para irritá-la, precisa ser capaz
de lidar com isso.
— Então me treine. Ensine-me.
— Tudo bem. Posso fazer isso. — Ele o faria. Ela era sua
companheira e a queria ao seu lado na matilha.
Estava muito frio, mas isso não impediu que Abel a
mandasse para a água. Cassie usava um short de corrida e
uma de suas camisetas, eles começaram uma jornada para a
floresta na parte de trás de sua casa. Ela sabia por
experiência que a maioria das matilhas tinha suas bases
perto de uma floresta ou bosque ou algum tipo de terra
aberta. Eles precisavam da terra, a liberdade de vagar e de
não se sentirem completamente presos pelas restrições da
cidade.
— O que você está achando disso? — Perguntou.
— Está frio.
—Oh, vamos lá, Cassie, você é um lobo. Não pode sentir
o frio.
— E se você é tão esperto, entre e junte-se a mim. —
Disse ela. Não sabia por que concordou em deixá-lo ajudar a
lidar com seus problemas de raiva. Agora, era a principal
fonte de seu ódio e isso a irritava porque ele estava fazendo
com que fizesse isso.
— Tudo bem.
Pensou que ele se queixaria de estar no frio.
Caminhou em direção a ela com os braços cruzados,
parecendo calmo, senhor de si. — Qual é o problema?
— Você não pode sentir isso?
— Está frio, Cassie. Deixe disso. Pare de ficar
obcecada. Foco.
Ela se abraçou e ele estendeu a mão pegando-a pelos
braços e mantendo-os estendidos. Estava com muito frio.
— Estou congelando.
—Eu sei, mas não morrerá do frio. Os lobos geram mais
calor. Você pode lidar com certo nível de dor e claro,
medo. Feche seus olhos.
— Posso ser puxada para baixo. Não posso fechar meus
olhos. —Ela disse.
— Você é um lobo forte, Cassie, tem isso. A corrente não
a está afetando. Confie em mim.
Apertando os dentes, ela o olhou, vendo que ele
realmente fechou os olhos.
Não gostava de ficar aberta ou exposta a fúria em curso,
mas fechou os olhos. No começo, pareceu muito escuro e
assustador. Tudo o que conseguia ouvir era a água correndo
e isso a assustou.
— É a única no controle. Ninguém a pode levar
embora. Você é forte, Cassie. Sinta essa força, sinta sua loba.
Com os olhos fechados e a água correndo ao seu redor,
ela ouviu os sons da floresta ao redor deles. O farfalhar das
árvores, os insetos na terra, os peixes abaixo dela.
— Você pode sentir isso?
Sentia-se muito calma, serena e então ao mesmo
tempo. Sem abrir os olhos, segurou o pulso de Abel quando
ele estava prestes a empurrá-la para baixo.
Abrindo os olhos, olhou para os seus olhos azuis e não
entrou em pânico. Segurou seu pulso, sentindo sua força e
quão calmo e controlado ele estava.
Afastou a mão e sorriu para ela. — Viu, não é difícil de
fazer.
Ele se afastou da água e desta vez, ela o seguiu com
relutância. Não queria sair, mas o seguiu até onde ele tinha
uma toalha esperando por ela.
— Como você sabia o que fazer e como fazer? —
Perguntou ela.
— Meu pai.
— Ele o ensinou?
—Sim. Depois que deixamos a matilha, não teve muita
escolha além de me ensinar como me controlar. A raiva
queimava sob a superfície.
— Você queria deixar sua matilha? — Ela perguntou.
Balançou sua cabeça. — Não. O alfa era muito bom. Por
um longo tempo, não pude me curvar a ele ou me
submeter. Mesmo quando criança, era algo que não
conseguia fazer. Ele poderia ter exigido minha remoção. Não
fez isso. Permitiu-me ficar, mesmo eu continuando a
desrespeitá-lo. Claro, deixei claro que não queria desrespeitá-
lo. Na verdade, o admirava muito. Simplesmente não
conseguia me submeter. Quando fiquei mais velho, ele soube
o que eu era e ainda assim, permitiu que crescesse em sua
matilha até que chegasse a uma idade que seria muito
perigosa. Sabia que ele ficou chateado por perder a mim e a
minha família, até ofereceu votos de que encontrasse uma
matilha.
Sentou-se ao lado do lago. Ainda estava frio, mas ela
não estava pronta para voltar para casa.
Jessica a evitou hoje, assim como a maioria das
mulheres que visitavam a cozinha.
— Ele parece bom.
— Enviou suas condolências quando meus pais
morreram.
— Ele ainda é o alfa?
— Não, passou para seu filho quando chegou a
hora. Ainda estamos em contato, mas não nos vemos muito.
Viu uma tristeza ali com a menção de seus pais. — Você
sente falta deles?
— Sim. Eles… sacrificaram sua matilha para me
salvar. Meu pai amava seu alfa e faria qualquer coisa por
ele. Minha mãe também e não consegui acreditar que me
escolhessem. Mamãe sempre ria e dizia que poderia não ser
seu alfa, mas era seu filho e não queria que nada de ruim
acontecesse comigo. Que no momento em que ela deu à luz a
mim, fez um voto para sempre me proteger.
— Aposto que ela sabia que tinha alguém especial. —
Disse ela.
— Eu sinto muito. Estou falando da minha família e a
sua...
— São monstros? Você não precisa se preocupar com
isso. É bom saber que, mesmo que tenha sido expulso de sua
matilha, ainda era amado por seus pais. Isso significa que há
esperança.
— Esperança?
— Nem todos os lobos rejeitam seus filhos. Não é uma
regra inerente que devem acreditar no que sua matilha quer
para ficar. Minha família teve uma escolha e eles escolheram
não me amar.
Ela achou que doeria dizer a verdade, mas isso não
aconteceu. Não havia razão para se esconder. Eles não a
amavam, nem a queriam.
— Você seria uma boa mãe. — Ele disse.
— Você acha?
— Sim. Você quer ter filhos?
Ela assentiu. — Sim, por um longo tempo foi tudo em
que pensei. Queria uma grande família. Acho que é por isso
que tentei tanto na minha antiga matilha. Queria o amor
deles e fazer com que lutassem por mim. Estava errada em
pensar que poderiam me amar. Esse foi o meu erro.
— Não, o erro foi deles não verem o quão incrível você
é. Nunca mais faça das falhas dos outros sua própria. Não é
eles, Cassie. Eu, pelo menos, estou feliz por eles não a
quererem. Tenho você só para mim.
Ele segurou seu braço, puxando-a contra ele. Ela caiu
em seu peito e sorriu. Beijando seus lábios, colocou alguns
fios de cabelo atrás da orelha.
— Você é muito bobo.
— Apenas com você. — Ambas as mãos dele ficaram em
sua nuca e ela o olhou.
— Obrigada por fazer tudo isso. — Disse ela. —Ajudar-
me.
— Não há mais nada que possa ver como mais
importante do que ajudá-la.
— Eu sou uma mulher em necessidade. — Sorriu.
— Está com medo?
— Eu não estou com medo nem nada. Estou
preocupada.
— Sobre o que?
— Jessica me disse que poderia ficar em sua casa por
alguns meses. Para ter essa conexão com a matilha.
— Sim?
— O que acontece depois desses dois meses?
— Cassie baby, odeio dizer isso, mas para mim não é
uma conexão casual. Não a estou usando e não a deixarei ir
quando seu tempo acabar. Quero que você fique. — Ele disse.
— Você tem certeza?
— Sim. Você é minha, Cassie. Nunca desisto do que é
meu e não tenho intenção de começar agora. — Segurou seu
rosto, acariciando seus lábios.
Lambeu seu dedo enquanto ele pressionava contra sua
boca. Quando empurrou para dentro, ela o chupou.
— Como você está se sentindo? — Ele perguntou.
— Bem, por quê?
— Você não está dolorida?
Sua boceta apertou. — Não, eu não estou dolorida.
Em um segundo, ele a virou de costas e passou sobre
ela. Puxou o short de seu corpo, abrindo suas pernas. Seu
pau entrou profundamente, já tão duro que a fez suspirar.
— Porque eu quis fazer isso a manhã toda, mas queria
ser um cavalheiro.
Saiu dela apenas para entrar profundamente, indo ao
máximo. Colocou os braços ao redor de seu pescoço,
puxando-o para ela, beijando-a enquanto a fodia. Os sons ao
redor deles encheram-na de paz enquanto Abel fazia amor
com ela.
Ela se sentiu inteira pela primeira vez em sua vida e
sabia que era tudo sobre ele e a matilha. Essa era sua casa,
onde queria estar.
Abel de alguma forma consertou seu coração partido,
porque quando chegou ali, estava realmente quebrada.
Também achava que estava se apaixonando por ele e
muito.

Abel verificou as cercas de segurança ao redor de sua


propriedade. Ele possuía vários acres de terra e a floresta
circundante. Para se certificar de que ninguém confundisse
suas terras com a que estava disponível para caçar, colocou
cercas metálicas ao redor que também continham rolos de
arame farpado sobre cada linha da cerca.
— Você está bem? — Carl perguntou.
Seu amigo sempre cuidava de sua segurança.
— Sim.
— Será lua cheia em alguns dias.
— Eu sei. — Ele segurou a cerca e deu um pequeno
puxão, satisfeito com ela. Movendo-se ao longo da linha,
estava ciente de Carl e o que estava chegando. A lua cheia era
um grande evento dentro da matilha. Era onde os lobos se
declaravam companheiros.
Para sua matilha, era uma cerimônia de acasalamento.
— O que Cassie acha da próxima lua cheia? — Carl
perguntou.
Ele se virou para o amigo e cruzou os braços. — Eu não
perguntei a ela.
— Você ainda quer se acasalar com ela.
Ele se acasalava com Cassie todas as noites, várias
vezes e até mesmo quando encontravam algum quarto isolado
durante o dia. Não conseguia manter as mãos longe dela,
nem queria.
— É a primeira lua cheia dela com a matilha. Não a
pressionarei, Carl.
— Mas vocês dois querem isso. Quer dizer, está sempre
comendo-a com os olhos. Até mesmo as mulheres notaram
sua atenção para ela e vamos ser sinceros, normalmente não
é influenciado por qualquer mulher, mas no momento em que
Cassie entra é como, boom, ela tem sua atenção.
Abel continuou caminhando. Desta vez, estavam na
borda da floresta que levava a uma estrada principal. As
cercas estavam escondidas atrás de muitos arbustos e
espinheiros.
Parou quando notou uma curva dentro da cerca.
Carl, percebendo sua atenção e foi para frente.
Afastando os arbustos do caminho, Abel passou o dedo
pela curva.
— Alguém fez isso. — Disse Carl.
— Eu sei. — Ele segurou a cerca e soube que era um
lobo. —Alguém está tentando entrar em nossas terras.
— Você cheira alguma coisa?
Balançou a cabeça. — Quem quer que seja, usou água
sanitária para cobrir seus rastros.
— Poderia ser um lobo renegado?
— Antes do antigo alfa de Cassie, eu diria que sim. No
momento, não acho que seja uma coincidência que a queriam
de volta e agora minha segurança ser comprometida. —
Apertou as barras e sabia que teria que amarrá-las. — Reúna
alguns homens. Eu os quero fora para que possamos
consertar o estrago e reforçar tudo.
Ele tinha uma fiação de metal que poderia envolver ao
redor de cada um dos postes que ajudariam a proteger a
cerca. Era apenas uma solução rápida e não impediria
ninguém de tentar entrar em sua propriedade, mas isso o
irritou.
Uma vez que os homens se juntaram a ele, todos
começaram a trabalhar. As mulheres levaram bebidas e
trabalharam bem durante a noite para consertar o estrago.
— O que você acha? — Cassie perguntou se
aproximando.
Ele estava ciente da matilha o observando.
Envolvendo o braço ao redor de suas costas, ele a puxou
para perto pressionando o nariz contra o pescoço dela.
— Acho que sua matilha está tentando encontrar uma
fraqueza para tirar você de mim.
— Isso não faz sentido. — Disse ela. — Eles me odiavam,
Abel. Não se importavam comigo.
— Bem, eles estão procurando uma maneira para se
importarem. Não se preocupe com isso. Posso consertar. —
Ele viu a preocupação em seus olhos. — Sempre fui muito
cauteloso sobre a segurança da matilha. Há muitos alfas por
aí que não gostaram da minha partida e que fosse forte o
suficiente para começar minha própria matilha.
Jessica se aproximou deles. — É parte de nós agora,
Cassie. Nós não deixaremos nada acontecer com você.
Ele sorriu para Jessica e deixou sua mulher com ela.
Uma vez que todas as cercas foram amarradas com
metal, ele se certificou de que qualquer um que tentasse
entrar em sua propriedade sofresse algum dano sério. Tinha
um portão e um telefone. Poderiam marcar uma visita ou
entrar pela porta da frente. Esse não era o modo para chamar
sua atenção.
No caminho de volta, segurou Cassie perto dele e ela
descansou a cabeça contra seu peito. Sentia a preocupação
da matilha. Não estavam preocupados com sua capacidade
de protegê-los, mas agora todos sabiam que precisavam ficar
atentos.
Isso era o que ele vinha os treinando para fazer.
Entrando em sua casa, Cassie começou a ir em direção
a escada, mas a impediu. — Vá para o meu calabouço.
Ela franziu a testa para ele.
— Não me faça dizer duas vezes.
Cassie acenou com a cabeça indo na direção oposta.
Indo para seu escritório, abriu o grande mapa em sua
mesa. Cassie mostrou onde estava sua matilha e colocou
uma régua marcando sua própria localização. No mapa
estavam todas as outras matilhas próximas que
conhecia. Nenhum deles tinha um problema com ele, mas
Cassie sim.
Também aconteceu de ser a mais próxima. Houve uma
batida na porta e olhou para cima para ver Jessica.
— Entre. — Disse ele.
Ela entrou na sala e não fez nenhum movimento para
fechar a porta.
— Você acha que é por causa de Cassie? — Jessica
perguntou.
— É a única pessoa que faz sentido. Nós não temos
inimigos. Tenho outros alfas que estão chateados, mas não
iriam transgredir assim. Eles sabem o código. — Ele olhou
para ela. — O que você quer?
— Queria me desculpar pelo jeito que eu... — Ela limpou
a garganta. — O jeito como me joguei em você.
— Não precisa se desculpar.
— Eu também disse a Cassie que sinto muito. Eu a
ignorei quando soube que a levou para o seu quarto. Fiquei
com raiva e com ciúmes. Não sabia o que ela tinha que
nenhuma de nós tinha.
Ele suspirou encarando Jessica. — Você quer deixar a
matilha?
— Não. Eu… pensei que seria uma boa
companheira. Sou forte e estou aqui há muito tempo.
— Nunca dei nenhum motivo para acreditar que
poderíamos ser mais do que amigos, Jessica. Você está certa,
Cassie é nova, mas é diferente. Ela é minha. Quando estou
com ela, é o que sinto, que é minha e a protegerei a todo
custo, entendeu?
— Sim. Ela é parte de nós agora. Sua felicidade é
claramente vista nos poucos dias em que estiveram juntos e
nas poucas semanas que ela esteve com a matilha.
O ciclo da lua cheia era como uma vida inteira para um
lobo. Seus sentimentos por Cassie não deveriam ser
ignorados e ele não ignoraria suas necessidade por ela
também.
— Nenhum dos homens mencionou qualquer outra
invasão dentro das cercas. — Jessica disse olhando para o
mapa.
Ele seguiu o olhar dela. — Está correto. — Apontou para
a localização no mapa. — Esse é o lugar onde a cerca estava
estragada.
Ela pegou a régua e a alinhou com a casa. — Enquanto
você estava trabalhando, fiquei onde eles comprometeram a
cerca. Quando olha através da floresta tem uma visão clara
da casa, Abel. Não acho que essa posição foi
aleatória. Fizeram isso para que pudessem ver tudo. O que
acha que eles querem?
— Nós sabemos o que querem, Jessica. Anos de abuso e
negligência. Uma mulher que é mais forte que o alfa. Esse
medo forçou-os a empurrá-la para fora na esperança de que
outras matilhas a rejeitassem.
— No entanto, ela veio para a única matilha que é
conhecida por pegar lobos estranhos, todos com pequenas
falhas. — Disse Jessica com a raiva evidente em sua voz.
— Eles vão nos atacar ou tentarão tirar Cassie de mim,
não deixarei essa merda acontecer. Não agora, nem nunca.
— Vou pegar Carl e faremos o primeiro turno. É nossa
matilha, Abel. Você é nosso alfa, mas isso nos deu vida
quando nossas próprias matilhas no abandonaram. — Disse
Jessica. — Farei tudo que estiver em meu alcance para
protegê-lo.
Apertou sua mão e a observou sair. Olhando para o
mapa, sentiu raiva apenas de pensar em David, o antigo alfa
de Cassie.
E se aquele homem tentasse machucar sua mulher, iria
matá-lo, mas primeiro mataria cada membro da
matilha. Sabia que os alfas estavam ligados à sua
matilha. Ele sentiria a perda enquanto matava cada um dos
bastardos abusivos.
Seu lobo queria sangue, mas não seria o primeiro a
começar essa guerra, seria o único a acabar com isso.
O calor do calabouço era um alívio bem-vindo ao clima
externo, como uma tempestade furiosa que começava a
chegar. Cassie sentou-se na beirada da cama sem vontade de
se tocar, embora Abel exigisse que se tocasse. Excitar-se era
a última coisa em que poderia pensar com o que toda a
matilha fez o dia todo.
Sua antiga matilha não a suportava e ela sabia que
eram eles. O cheiro de alvejante era o cartão de visitas deles.
Mordeu o lábio, não foi capaz de dizer isso a Abel, mas
ele sabia quem era. Não precisava dela para dizer a verdade.
— Pensei ter dito para brincar com sua boceta. — Disse
Abel entrando no quarto.
As lágrimas que estava segurando escorreram por seu
rosto. — Eu sei que foram eles. — Disse Cassie. — O
alvejante... foi um deles... eles jogavam sobre mim,
derramando a água sanitária na minha pele como se pudesse
limpar a sujeira.
Cobriu o rosto e estremeceu quando lágrimas caíram de
seus olhos.
Eles a expulsaram e tudo o que queria fazer era
encontrar uma vida longe deles.
A porta se fechou e Abel estava lá com os braços ao seu
redor, segurando-a perto. Seu calor a rodeava e ela o
abraçou. — Não os deixe me levarem.
— Não tenho intenção alguma de deixá-la ir. Não
deixarei nada acontecer com você, Cassie. É minha agora.
— Sim.
— Então me diga o que quero ouvir.
— Sou sua.
Afastou-se segurando seu rosto, forçando-a a olhar para
ele. — A quem você pertence?
— Você Abel, meu alfa.
— Está certo. Você é minha e eles perderam esse direito
quando começaram a machucá-la. E se pensam em tirá-la de
mim, perderão a vida, entendeu?
— Não quero que a matilha se coloque em perigo por
minha causa.
— Eles não irão. Eu não sou um idiota, Cassie. Eu os
treino e exijo excelência. Não perca essa luta. Lembre-se, você
é mais forte. É a única no controle, não eles.
Assentiu com a cabeça olhando em seus olhos.
Ele a ajudou a se acalmar. O pânico que estava sentindo
evaporou-se e ela foi capaz de pensar claramente.
Ela respirou fundo. — Obrigada.
Ele pressionou um beijo em seus lábios. — É para isso
que estou aqui.
Ela segurou seu rosto, mas ele segurou as mãos dela,
balançando a cabeça. — Não, eu dei uma instrução,
Cassie. Você precisa aprender a confiar em mim e saber que
cuidarei de tudo. Quando estiver neste quarto, não tem nada
para se preocupar. Todos esses medos são meus.
— Sim, alfa.
— O que eu pedi para você fazer? — Perguntou.
— Para vir ao nosso quarto.
— E o que isso significa?
— Isso significa que venho aqui e fico nua.
— Então o que você faz?
— Devo brincar comigo mesma para que veja como
estou molhada para você.
— E o que você não fez? — Perguntou.
—Eu estava preocupada com você.
— Acho maravilhoso você se importar comigo Cassie,
mas aqui eu cuido de tudo. Brincará com sua
boceta. Pensará no meu pau dentro de você e não se
preocupará com mais nada. Entendeu?
— Sim.
— Bom. Agora, curve-se sobre aquele banco. Segure a
alça e não se mova.
Ela não discutiu. Ficando de pé, fez o que ele pediu,
segurando as alças que estavam lá. Olhando para frente, viu
que Abel estava apenas a observando, seu olhar se movendo
por todo seu corpo, passando por sua bunda e voltando.
— Eu amo olhar para o seu corpo, Cassie. Isso me faz
pensar em todas as coisas que quero fazer com você.
— O que você quer fazer comigo? — Perguntou.
Saiu da cama avançando em direção a ela. Seu coração
acelerou quando ele ficou atrás dela. Suas mãos se moveram
por toda a sua bunda depois pelas costas antes de voltarem
para baixo novamente.
— Vamos ver se você está molhada para mim.
Ele moveu a mão entre suas coxas provocando sua
boceta e sorriu. — Claro que está. Você me quer, não é,
Cassie?
— Sim.
— Quem você quer?
— Você, alfa.
Abel bateu a mão com força na sua bunda, fazendo-a
gemer. A dor criou uma explosão de prazer e sua boceta
pulsou querendo mais.
Observando pelo espelho, ele levou a mão para trás e
desta vez bateu na outra face. Alternou entre cada curva de
sua bunda, indo para a esquerda e depois para a direita,
cada tapa deixando sua bunda em um tom de vermelho.
Ela gritou quando sua bunda ardeu, mas também
sentiu excitação quando ele lhe deu tudo e aceitou. Seu toque
a possuía em cada parte. Nesse momento, sentiu-se ligada a
ele, entendia sua necessidade de que fizesse o que dizia, para
pertencer a ele.
Queria lhe dar prazer, tirar todos os medos e
preocupações que a dominaram durante a maior parte de sua
vida.
Em sua matilha, em seus braços, era capaz de ser ela
mesma, porque era dele.
Abel lhe daria força, a faria trabalhar e por sua vez a
tornaria melhor. Ela queria tudo o que ele tinha para oferecer
e quando deu-lhe ouro tapa antes de segurar sua boceta, ela
sentiu alívio.
Sua confiança por ele aumentou naquele momento.
Era assustador como ela nunca se permitiu ter fé em
outra pessoa, não por um longo tempo. Abel possuía cada
parte sua e não havia nada que não fizesse por ela.
Ficou por trás e ela virou a cabeça quando ele puxou
seu pau para fora, o tamanho feroz com a veia descendo na
lateral parecia furioso. Pressionou entre suas coxas, a
fazendo gritar quando entrou completamente.
Suas mãos foram para seus quadris, segurando-a perto
quando começou a estocar em sua boceta. Dentro e fora, ele a
fodia com força, seu corpo tocando seu traseiro quente.
Teria hematomas no dia seguinte, mas não se
importava.
Abel afundou dentro dela a segurando ainda quando
alcançou entre eles, seus dedos provocando seu clitóris.
— Eu quero que você goze em todo o meu pau,
baby. Essa é a única maneira de ver isso funcionando. Eu
quero seu gozo me absorvendo.
Gritou quando ele beliscou seu clitóris. Fechando os
olhos sentiu o orgasmo se aproximar, dominar, elevar ainda
mais com prazer do que julgava ser possível.
Mordendo o lábio gemeu precisando de mais.
Abel não queria deixar seu clitóris. Seus golpes eram
persistentes, a sensação de seu pau dentro dela quase era
demais quando gozou forte.
Seu nome deixou seus lábios em um suspiro e quando
abriu os olhos, viu o sorriso dele antes que seu aperto
voltasse para seus quadris.
Ele não se afastou, bateu forte dentro dela, segurando
firme o banco enquanto pegava o que queria. Mesmo quando
empurrou para frente, enchendo-a toda com seu pau, ele a
puxou contra ele.
Foderam forte e estava tão profundo dentro dela que
tinha certeza que ela o sentia em seu ventre.
— Tão apertada, minha, tão bom. Você me tem, Cassie,
sou seu.
Mais e mais se movia, marcando-a de maneira que
apenas ele podia. Quando seu orgasmo chegou, ela ofegou
com a força de seus pulsos quando ele gozou, inundando sua
boceta com seu sêmen.
Não a soltou quando terminou. Ele ficou perfeitamente
imóvel, seu pau profundamente dentro dela.
— Eu não sei o que é que você faz comigo, baby. Mas
perco o controle rapidamente.
Ela ofegou e olhou para trás. — Nunca fiz nada disso
antes. Com você parece natural.
Seus dedos brincam na base de suas costas.
Seu olhar foi para onde a estava tocando. Uma de suas
mãos desceu e seu polegar acariciou o buraco enrugado de
seu ânus a deixando tensa.
— Relaxe, Cassie. Não farei nada para machucá-
la. Prometo.
Forçou-se a relaxar enquanto ele provocava seu
ânus. Pressionou apenas a ponta do polegar dentro e ela
gemeu com o ardor instantâneo.
— Um dia foderei essa bunda, baby. Eu quero tudo.
— Eu sei.
Algum dia em breve, ela sabia que lhe daria tudo. Não
havia nenhuma dúvida sobre isso. Abel a possuía
completamente. Em tão pouco tempo encontrou uma
felicidade que a surpreendia e encantava.
Apenas esperava que não fosse tirado dela.
Cassie estava determinada a fazer o que pudesse para
proteger a matilha que passou a amar, mesmo que isso
significasse dar a própria vida.

— Você acha que eles atacarão está noite? — Richard


perguntou.
Abel estava do lado de fora no frio, olhando para a área
que foi violada. O metal que ele prendeu ao redor de cada
cerca ainda estava de pé e não mostrava indícios de
alteração. Ele mesmo verificou o perímetro. Sempre tinha
pessoas com ele.
Essa noite era lua cheia e sua matilha gostava de
correr. Não cancelou a corrida porque não queria permitir
que a outra matilha vencesse a batalha. Nunca teria medo em
sua própria de terra, nem agora, nem nunca.
— Não sei. Eu duvido.
— O que você acha que eles querem? — Richard
perguntou.
— Cassie.
— O que você acha que querem com ela?
Abel tinha várias ideias, nenhuma delas boa. — Acho
que querem matá-la ou usá-la como arma contra outras
matilhas.
A matilha estava ciente dos maus-tratos que Cassie
sofreu. Eles compartilharam os detalhes de sua expulsão e
rejeição.
— Você não acha que alguém daqui está ajudando-os,
não é?
— Não, eu não sei. — Achava que a antiga matilha de
Cassie não era confiável, mas confiava em seu povo. Eles não
fariam isso com ele ou com sua companheira, isso era
exatamente o que Cassie era, sua companheira. — Acredito
que eles nos veem como fracos, já que somos uma matilha
composta de várias matilhas. — Disse ele.
— Acham que somos fracos? — Richard perguntou.
— Sim. Evidentemente não perceberam que, quando nos
tornamos parte de uma nova matilha, eles ainda continuam
sendo a família.
Richard esfregou a nuca. — Odeio isso,
cara. Realmente eles me deixam tão irritado. Não nos
quiseram e preferiram arriscar a nos enlouquecer a nos
aceitarem. Odeio isso.
Abel colocou a mão no ombro de Richard. — Acalme-
se. Não permita que seu lobo assuma o controle.
— Protegerei você e Cassie com a minha vida.
— Não tenho dúvidas e espero que não chegue a isso.
— Bem, de qualquer forma, estou aqui para você, alfa.
— Richard inclinou a cabeça mostrando sua submissão e
respeito.
— Obrigado.
— Todos nós estamos. — Disse Jessica.
Sua matilha chegou e sorriu para todos eles.
— Seguimos você e ninguém mais. — Disse Carl.
Ele viu Cassie e a chamou.
Balançou a cabeça parecendo nervosa. Ele a olhou e ela
revirou os olhos, mas caminhou em sua direção.
Segurando sua mão quando chegou ao seu lado, ele
sorriu. Tocando seu rosto permitiu que a matilha visse o que
ela significava para ele.
— Eu sei que Cassie está conosco há pouco tempo e que
alguns de vocês estão preocupados. Quero que fique claro, ela
é minha companheira, será minha parceira e se alguém tiver
algum problema comigo por tomá-la, então deve sair
agora. Minha matilha estará sempre aberta e terão que
aceitar quem eu escolhi. Isso é tudo que preciso.
— Abel?
— Não. Não esconderei mais isso. Cassie, eu sei que é
um curto período e que sentimentos podem levar muito
tempo, mas não estou errado sobre isso. Você é minha
companheira. É a mulher que quero e farei tudo que estiver
ao meu alcance para torná-la minha. Essa matilha é sua, eu
sou seu e lutarei por você. — Beijou-a puxando-a para mais
perto, não querendo deixá-la ir. — Você é minha e foi desde o
primeiro momento em que a vi no ginásio.
Ela sorriu e ele viu os olhos dela se encheram de
lágrimas. — Eu quero você também.
— Esta matilha é sua e todos cuidarão de você.
Afastando-se dela, transformou-se em lobo e quando o
fez, o mesmo aconteceu com sua matilha. Ele viu Cassie fazer
o mesmo. Dentro da matilha não havia nenhum receio,
apenas aceitação. Incitando Cassie a sair em direção à
floresta, observou quando ela saiu. Sua matilha fez o mesmo,
correndo, aproveitando a lua cheia enquanto todos uivavam
para ela.
Permitindo que seu lobo assumisse o controle, ele
avançou em direção a sua mulher, observando-a enquanto se
dirigia para clareira, passando pelo lago onde eles treinaram
para ir até o final de sua terra ignorando a cidade onde os
humanos viviam.
Ele raramente interagia com os humanos preferindo
ficar com sua matilha.
Abel observou enquanto Cassie mudava de volta para
sua forma humana, sentava-se no pequeno morro e olhava
para a cidade.
Certificando-se de que estavam seguros, mudou para a
forma humana e ficou atrás dela.
— Isso foi um pouco assustador. — Disse ela.
— Eu sei. Não queria que você continuasse se
escondendo.
— Não é sobre me esconder. E se isso... desaparecer? E
se em algumas semanas ou mesmo meses você decidir que já
teve o bastante e não me quiser mais? — Perguntou.
Passou os braços ao seu redor, colocando o queixo sobre
sua cabeça. Comparado a ele, Cassie era tão pequena e
delicada. Nunca a mandaria embora. Ela tomava tudo o que
ele dava e não recuava.
Encontrou sua alma gêmea e não havia dúvidas.
— Há muitos anos minha mãe me disse que quando
encontra seu companheiro, você sabe sem sombra de
dúvida. Quando se trata de você, Cassie, não tenho
dúvidas. Você se liga a mim de tantas maneiras. Não posso
evitar estes sentimentos e sabe o que? Não quero. Não quero
deixar de querê-la ou pensar em você durante o dia. É minha
vida e quero construir um futuro ao seu lado, ter uma
família. Filhos.
Ele sabia que ela queria filhos e adiou a ideia até que viu
o quanto ela queria. Seria uma mãe incrível, tinha certeza.
Colocando a mão em sua barriga, sentiu-se tão protetor,
querendo tornar sua vida melhor.
— Sua matilha é tão maravilhosa e você é um homem
incrível, Abel. Sabe que é. — Suspirou. — Minha antiga
matilha é horrível, eu os conheço. Não quero que você ou
qualquer outra pessoa seja ferida por minha causa.
— Não.
—Eu poderia voltar, assim não haveria mais ameaça.
Ele rapidamente a puxou contra ele, prendendo as
mãos sobre sua cabeça, mantendo-a no lugar.
— Não.
— Não quero que você ou qualquer outra pessoa que me
importo seja ferido.
— E não seremos. Somos uma boa matilha,
Cassie. Demorará muito para nos machucar, eu juro.
Ela fez beicinho e ele segurou seu lábio com os dele.
— Não discuta comigo.
— Vocês são boas pessoas.
— E estamos juntos, por isso não arriscarei. Você vai
embora Cassie, irei atrás. Eu a trarei de volta. E se eles a
machucarem não ficarei parado e deixarei acontecer. Lutarei
por você. Sei que pensa estar fazendo a coisa certa, mas não
está. — Moveu-se entre suas coxas, movendo seu pau contra
seu sexo. Ambos estavam nus. — Dê-me um motivo para
prendê-la no calabouço.
Sorriu. — Você gostaria disso, não é?
— Sim. Teria você à minha mercê vinte e quatro horas
por dia. Como não gostar?
Ela inclinou a cabeça para o lado e suspirou. Ele viu o
medo em seus olhos e seu lobo queria ferir quem o colocou lá.
— Você confia em mim? — Perguntou.
— Sim.
— Confie então que farei tudo o que puder para mantê-
la segura.
—Por que ainda não atacaram, Abel? Estou com medo
por você e por nossos amigos.
— Acho que fizeram isso para me afastar da casa. Eu
não iria sozinho. Esperavam que fosse até eles com meus
homens e mulheres mais fortes. Enquanto estivesse fora,
atacariam a casa.
— Você não fez o que esperavam? — Ela perguntou.
— Não. Nunca faço aquilo que é esperado e nunca deixo
minha casa para ir e lutar contra outro homem. David quer
me pegar, fará isso em meu território, em nenhum outro
lugar. — Ele olhou em seus olhos vendo o medo lentamente
desaparecer. — Agora que esclarecemos esse assunto, acho
que é justo que eu a marque para mostrar a todos os outros
homens que você foi tomada.
— E você?
— Você pode afundar seus dentes em mim quando
quiser. Não vou reclamar.
Ele amava seu sorriso e também fez uma nota para ter
certeza de nunca a deixar sozinha. O medo dela poderia
forçá-la a fazer escolhas erradas e não pretendia deixar isso
acontecer.
Uma semana depois
Nada aconteceu e agora Cassie estava ficando
maluca. Chutando sua perna, Jessica a empurrou para o
lado e a atacou. Agarrando-a prendeu no chão. Cassie sorriu
e foi a coisa errada a fazer quando a outra mulher pegou seu
braço mudando de lugar e a colocou em um estrangulamento
no chão.
— Lembre-se de nunca subestimar o seu adversário. —
Disse Jessica.
Cassie caiu de bunda quando Jessica a soltou. Abel
estava ocupado com outros negócios da matilha e treinava
todos os dias para se acostumar à sua força e controlá-la.
Jessica era uma das mulheres mais fortes da matilha e
se ofereceu para ajudá-la. No começo, Cassie estava nervosa.
Não queria machucá-la, mas depois de uma semana de
treinamento viu que não tinha nada a temer.
— Toda vez que acho que estou aprendendo algo,
estrago tudo. — Disse bebendo a água que Jessica lhe
entregou.
— Ele faz bem a você, não é? — Jessica perguntou
acenando com a cabeça em seu pescoço.
Cassie tocou a marca de mordida que Abel deixou em
seu pescoço durante o acasalamento e sexo selvagem no alto
da colina. Apenas ao pensar no que fizeram a fez corar. Como
sempre, Abel ganhou, não que tivesse alguma dúvida. Suas
habilidades eram incríveis e nunca seria superado. Ela o
adorava.
Você não apenas o adora.
Empurrando esses pensamentos de lado, sorriu para
Jessica. —Isso não é estranho para você? Eu sei que não
estou aqui por muito tempo...
—No começo fiquei chateada. Não há como negar
isso. Acabou de chegar e sem nenhum esforço ele estava
dando em cima de você, então fiquei com ciúmes. Mas
quando os vi juntos, foi diferente. Quer dizer, de
verdade. Ruboriza sempre que ele diz alguma coisa. Estão
sempre se tocando ou fazendo algo. Os olhos dele gritam que
está pensando em fodê-la. Não posso ficar com inveja. Isso
mostra que ele precisava de algo diferente. — Encolhe os
ombros. — Nada demais. Você encontrou seu
companheiro. Eu sei isso.
— É… surreal às vezes. Um segundo estava me
pressionando dizendo horrores sobre minha comida e tudo o
que fazia. Pensei que me odiasse.
— Nós nunca o vimos agir assim antes. Realmente
isso foi a primeira pista.
— Primeira pista sobre o que?
— Que ele realmente gostava de você. Sua comida é o
máximo sem dúvida nenhuma. Todos nós amamos boa
comida e sobrevivemos sem isso por tanto tempo. Então você
veio e ele reclamava de tudo, enquanto escondia sua comida
também. A razão pela qual seus biscoitos estão sempre
desaparecendo, verifique o escritório dele. Está tudo lá.
— Sério? — Cassie começou a rir. — Eu não fazia ideia.
— É por isso que estão desaparecendo. — Jessica se
sentou no tapete. — Você acha que sua antiga matilha
atacará?
— Não sei. Pensei que fariam isso logo. Não tenho ideia
do que estão esperando.
— Eles são idiotas, Cassie. Eu não me importaria com
isso. Nós estaremos prontos para eles. — Jessica se alongou e
Cassie deitou-se no chão do ginásio, olhando para o
teto. Tudo parecia tão grande ao seu redor.
— Vocês duas estão descansando em vez de trabalhar?
— Perguntou Abel.
Ela sentou-se enquanto Jessica permanecia no tatame.
— Nós estamos trabalhando. Apenas dando um tempo
para aproveitar tudo o que realizamos. Qual é a situação,
alfa?
Abel sorriu para ela. — As cercas ainda estão
intactas. Nenhum sinal de alguém tentando invadir minhas
terras.
— Sabe, me pergunto se eles estão esperando por todos
saírem ou por Cassie ficar sozinha por tempo suficiente para
que a levem para longe de nós? — Jessica perguntou, rolando
e sentando-se. — A lua cheia foi um desastre
total. Estávamos todos juntos e a menos que o antigo alfa
tenha sua matilha toda por perto, não seriam capazes de nos
atacar.
— Acho que está esperando por uma oportunidade em
que ela fique sozinha; — Disse Abel.
— Não há problema com isso. Eu nunca estou sozinha.
Jessica disfarçou olhando para seu pulso. — Olhe as
horas. Realmente preciso sair e alimentar os cachorros.
— Eu já sei que você precisa ficar de olho em mim. —
Disse Cassie.
— Amo você, mas preciso ir.
Jessica saiu do ginásio os deixando sozinhos. Ela notou
que a academia estava de fato vazia.
— Você sabe como limpar um lugar.
— Eu posso ter sinalizado para as pessoas saírem para
que pudesse ter alguns momentos a sós com a minha linda
mulher.
— Minha linda mulher? Isso não parece certo. — Ele se
inclinou mordendo o ombro dela. — Ei, sem morder. — Disse
ela. — Olha o que você fez no meu pescoço. Parece que fui
atacada por uma fera selvagem.
— Você foi atacada por uma fera selvagem. Todos os
homens sabem que sua bunda tem dono. — Ele a pressionou
contra o tatame e ela colocou os braços ao seu redor,
rindo. — Você gosta disso, baby? Gosta da ideia de ser
completamente possuída?
— Sim. Eu gosto.
Ele apertou a mão contra sua boceta e ela
gemeu. Esticando as pernas, se abaixou para acariciar seu
pau que já estava duro como pedra.
— Você tem pensado em mim?
— Todo dia, caralho.
Ele a beijou, colocando a língua para dentro. Movendo a
mão para seu short, segurou seu pau movendo a mão para
cima e para baixo enquanto ele a acariciava através de seu
short também.
De repente, ele a levantou e estavam contra a parede, o
peito dele pressionando o dela. Ele segurou suas mãos,
levantando-as sobre a cabeça e as prendendo no
lugar. Colocou a outra mão entre suas coxas e a acariciou.
— Esse maldito short está me atrapalhando. Está
sempre no meu caminho.
Ele o puxou para baixo e ela rosnou.
— Estou ficando sem roupas. Você continua rasgando-
as.
— Quando entenderá que eu gosto de você nua?
— No entanto, você não me quer correndo nua pela
casa. Tem algo a dizer sobre isso?
Suspirou quando ele estapeou sua boceta, gemendo
imediatamente depois que pressionou dois dedos dentro dela.
Não precisou esperar muito para que ele tirasse seu
próprio short e guiasse seu pau a enchendo
profundamente. Não havia espelhos, então não conseguia vê-
lo, mas queria, ansiava muito.
Abel a segurou contra a parede enquanto a fodia com
força, entrando fundo. Eles estiveram juntos essa manhã,
mas parecia uma vida inteira. Seu calor a consumia, a
mordida em seu pescoço a deixava ciente de sua
reivindicação, sentindo cada parte dele enquanto a
incendiava por mais.
— Você me deixa tão selvagem, Cassie. Eu a quero a
cada dia mais.
— Por favor, não pare. Não pare.
Mais e mais ele bateu dentro dela, sua mão provocando
seu clitóris até que ela gozou. Os sons deles ecoavam pelo
ginásio.
Ele a fodeu forte, empurrando profundamente com um
grunhido. Seu gozo pulsando profundamente dentro dela
desencadeou outro orgasmo. Ela desmoronou contra ele e
Abel a segurou. E se não estivesse lá, cairia no chão.
— Não acho que temos nada com que nos preocuparmos
quando se trata da nossa necessidade um do outro. Eu não
me canso de você. — Beijou seu pescoço.
— Eu preciso ir e fazer o jantar.
— O que teremos esta noite?
— Frango assado. Será quente e picante.
— Mal posso esperar. — Beijou seu pescoço e mesmo
assim não fez nenhum movimento para deixá-la ir. — Quero
você no calabouço hoje à noite.
Ela riu. — Estarei lá, mas teremos um tumulto em
nossas mãos se não fizer o jantar primeiro.
Ele gemeu beijando seu pescoço uma última vez antes
de sair dela. Sentiu seu sêmen escorrer pela parte interna
das coxas.
— Precisamos começar a usar preservativos. — Disse
ela. — Há risco de engravidar.
— Não é o seu período fértil e nós queremos filhos, não
é? — Ele puxou-a contra ele, com as mãos em sua barriga. —
Eu posso imaginá-la neste momento, inchada, nosso bebê
aqui, esperando para sair. — Segurou seus seios e ela
gemeu. — Eles estarão tão cheios, prontos para alimentar
nosso bebezinho.
Ela fechou os olhos o imaginando com seu filho ou filha
ou ambos, do lado de fora e seus cachorros brincando ao
redor deles. O pensamento a deixou feliz.
— Eu quero isso. — Disse ela.
— Então teremos isso, Cassie. O que você quiser, eu
darei. Apenas precisa pedir.
— Eu quero um futuro com você. Um feliz.
— Então considere concedido. — Ele beijou sua
bochecha.
No fundo de sua mente, ela queria que a ameaça de sua
antiga matilha acabasse. Depois que eles fossem embora,
poderia ter uma vida feliz.
— Você parece ter uma coisa pela minha bunda. —
Disse Cassie.
Abel passou as mãos sobre a carne gorda, sorrindo
enquanto abria as bochechas de sua bunda, olhando para o
ânus e a boceta dela.
O dia todo ele pensou neste momento, quando estavam
sozinhos em seu quarto no calabouço. Verificou novamente
as cercas ao redor da propriedade e notou o mesmo ponto de
entrada. O metal fora dobrado e exposto. Ele disse a Carl, que
estava com ele no dia, para não mencionar a Cassie.
Notou pequenos problemas na semana passada que
passariam despercebidos para quem não conhecia as
terras. Porem Abel notou e sabia que o que quer que a
matilha de Cassie estivesse planejando, aconteceria em
breve. Eles claramente esperavam que ele deixasse Cassie
sozinha ou mostrasse uma fraqueza em algum lugar, mas
isso não aconteceria, não sob a sua vigilância.
— Você tem uma bunda muito bonita. — Colocou um
dedo entre suas bochechas encontrando sua boceta molhada
e espalhando seu creme ao redor do ânus.
Ela não ficou tensa quando ele a provocou, acariciando
seu buraco antes de deslizar a ponta do dedo para dentro. No
início, seus músculos tensos o mantiveram fora, mas ele não
cedeu. Empurrou para frente e ela gemeu.
— Quero foder sua bunda, Cassie. Quero reivindicar
cada parte de você como minha. — Beijou seu ombro e ela se
virou para ele.
— Eu quero pertencer a você, Abel. De todas as
maneiras que importam.
Ele se moveu atrás dela, abrindo suas coxas
amplamente. Trouxe mais de sua excitação estimulando o
ânus, deixando-a escorregadia.
Seu pau já estava duro e ele pressionou a ponta contra
sua boceta, deslizando para dentro de modo que seu pau
molhou de seu orgasmo anterior.
Colocando a ponta em seu ânus, lentamente começou a
empurrar contra sua bunda.
Cassie ficou tensa e ele a ergueu de forma que seus
joelhos estivessem debaixo dela, deixando sua bunda perto
da cama e exposta. O ângulo iria impedi-la de ficar tensa e
deixá-la aberta para ele.
Lentamente, brincou com seu ânus o deixando-a se
acostumar com a sensação dele antes que colocasse dentro o
primeiro centímetro em seu traseiro quente.
Ela ofegou e levantou a mão, o deixando saber que
precisava de um minuto. Acariciou suas costas esperando,
apenas quando abaixou a mão ele continuou colocando
dentro os últimos centímetros de seu pau.
Minha!
Cassie pertencia a ele, cada parte dela era sua para
possuir.
Sua mãe sempre disse que ele saberia quando
encontrasse a mulher certa e a tinha neste momento em seus
braços.
Cassie era sua mulher.
Sua companheira.
Ele não podia deixar nada acontecer com ela.
— Por favor. — Disse ela.
— Toque você mesma, Cassie. Quero sentir você gozar
enquanto fodo sua bundinha linda. — Ele viu as bolas do seu
pau quase dentro dela. Quando ela começou a acariciar sua
boceta, sua bunda apertou ao seu redor. Incapaz de resistir,
saiu apenas para empurrar de volta.
Ele não conseguia parar.
Cada parte dele sentiu a necessidade de marcá-la
novamente. Ela era seu mundo inteiro. Não havia como
deixar que alguém a levasse para longe dele.
— Você é minha. — Disse ele.
— Eu sou sua. — Ela ofegou.
Empurrou mais forte dentro dela, saboreou seu pequeno
suspiro. — Sim baby, eu cuido do que é meu. — Encheu sua
bunda, esperando pelo momento em que ela gozasse. Quando
o fez, seu nome encheu o ar com seus gritos. Foi tão poderoso
que empurrou profundamente em sua bunda a enchendo
com seu sêmen.
Envolvendo os braços ao seu redor, ele ficou quieto,
aproveitando os tremores de sua libertação.
— Cassie, há algo que quero dizer. — Disse ele.
— O que?
Ele passou as mãos por seu corpo, amando a sensação
dela ao seu redor. — Eu... — Ele foi cortado por alguém
batendo em sua porta.
Estava trancada e ele precisou sair de sua bunda.
— Eu pensei que ninguém o incomodasse aqui. — Disse
Cassie.
Ela rapidamente puxou o lençol sobre o corpo e ele
vestiu uma calça de moletom. Estava irritado.
Abrindo a porta, viu Carl e Jessica ali, ofegantes. — Eles
violaram o perímetro, senhor. Seis lobos, nenhuma matilha
vista entrando.
Ele assentiu.
Cada instinto de luta e proteção levantou-se dentro
dele. Ninguém levaria sua mulher para longe dele.
— Estou indo. Ninguém pode se aproximar de
Cassie. Vocês a manterão segura? — Ele perguntou.
Eles assentiram.
Fechando a porta, virou-se para Cassie. Ela já estava
vestindo suas roupas e ele foi para o seu lado.
— Pare.
— Eu não o deixarei sair sozinho, Abel. Não ficarei
sentada.
— Eu te amo. — Disse ele.
Isso a fez parar. Pressionando um beijo em seus lábios,
ele sorriu. — Eu nunca disse isso a outra pessoa
antes. Apenas você. — Ele olhou em seus olhos verdes. — No
momento em que entrou no ginásio, eu a senti, Cassie. Quis
você com uma paixão que me abalou profundamente. Não
reconheci isso imediatamente. Tentei lutar contra. Eu sou o
alfa e não tenho tempo para pensar sobre meus sentimentos
por você. Apenas pude reagir. Durante todo o processo você
me fez sentir dor, desejar e precisar, com uma paixão que eu
não sabia que era capaz.
— Eu também o amo, Abel. Por favor, estou implorando,
não faça isso. Não vá lá para eles.
— Acabarei com isso de uma vez por todas. Não terei
você com medo deles e não há nenhuma maneira do caralho
de deixá-los atacar minha matilha. — Ele a beijou e ela
derreteu contra ele enquanto a segurava com força.
Precisava fazer isso.
Por um longo tempo, esteve esperando e agora era a sua
vez.
— Jessica, fique com ela. Não deixe nada acontecer. —
Ele disse saindo do quarto. Com o cheiro de Cassie sobre ele,
deixou o calabouço e encontrou sua casa cheia com a
matilha.
— Nós não o deixaremos você fazer isso sozinho, alfa. —
Disse Richard.
— Estamos todos aqui ao seu lado.
Abel sentiu uma enorme sensação de amor inundá-lo
enquanto olhava para sua matilha, as pessoas que ele amava
mais do que qualquer coisa no mundo. Para todos os outros,
eram falhos. Ninguém os queria, mas para ele eram
perfeitos. Eram sua matilha e faria tudo ao seu alcance para
mantê-los seguros.
— Cassie precisa de nós. — Disse ele. — Ela precisa de
todos nós.
Um por um, ficaram ao seu lado.
Olhando sobre seus homens, ele os dividiu e os mandou
sair da casa para vigiar enquanto levava vários outros com
ele.
Deixando a casa, viu David, a mãe de Cassie e outro
homem que assumiu ser seu pai. Eles estavam perto e
pareceram surpresos ao ver tantos homens e mulheres com
ele.
— Entregue-nos Cassie e isso não terá que acabar
assim. — Disse David.
— Ela é minha companheira. — Abel sorriu quando viu
o choque em seus rostos. — Não há como tirar minha mulher
de mim. Espero que esteja pronto para dar seu último
suspiro.
— Aquilo não é uma mulher. — Disse sua mãe. — É um
maldito monstro. Um monstro gordo, feio e nojento.
Seu lobo atacou e Abel olhou para cada um deles, o
amor de seus pais ecoando em sua cabeça. Ninguém jamais
amou Cassie.
Passou a vida toda acreditando que havia algo errado
com ela e ele pretendia mudar isso.
Sua mulher apenas conheceria o amor quando ele
terminasse.
Apressando-se para frente, sentiu sua matilha se juntar
a ele quando foi direto para David. O outro alfa mostrou
medo por uma fração de segundo, mas isso foi tudo que Abel
precisava para o seu ataque.
Agarrando David pelo pescoço, ele o bateu no chão,
esmagando sua traqueia.
O outro alfa não caiu tão facilmente. Com uma torção
rápida, Abel foi jogado no ar e ele caiu rapidamente sobre
seus pés.
David correu em direção a ele enquanto os grunhidos de
morte enchiam o ar. Abel não se concentrou nisso. Quando
seu oponente bateu nele, usou a força total de suas mãos
para baixo nas costas do homem, derrubando David na terra.
Virando, ele estava prestes a atacá-lo quando três lobos
o atacaram, empurrando-o para o chão, seus dentes
afundando em sua carne, fazendo-o rosnar.
David levantou-se com um sorriso e através dos lobos,
Abel viu o trapaceiro e a verdade. David não era realmente
um alfa. Ele era apenas um homem que fazia com que outras
pessoas fizessem seu trabalho por ele.
Era forte e provavelmente tinha instintos alfa, mas era
um covarde.
Quando Abel bateu com o punho contra um lobo, outro
veio para ele e isso continuou acontecendo. Sua matilha
ainda estava lutando lá fora.
Ele não podia decepcioná-los.
Seu lobo sabia que esta não era sua luta.
A única maneira de acabar com isso era deixar sua
mulher lidar com a situação. Jogando de lado o lobo, poderia
ficar nisso por horas, sem sequer piscar. Eles não eram nada
para ele. Mais lobos vieram e ele continuou afastando-os com
facilidade. Não eram fortes comparados a ele.
Três lobos mais uma vez o cercaram e atacaram juntos,
seus dentes mordendo sua carne. A dor percorreu seu corpo.
E de repente, uma força atingiu todos os três lobos,
jogando-os de lado, dando-lhe tempo para se levantar.
Um grunhido feminino irrompeu fazendo os pelos de
seus braços ficarem de pé.
Cassie estava lá e quando se agachou no chão, parecia
absolutamente linda. Seus cabelos vermelhos em cascata
emoldurando seu rosto. Seus olhos verdes agora estavam
âmbar, mostrando seu lobo.
— Você não pertence aqui. — Disse a ela.
Sua antiga matilha deu um passo para trás e quando o
fizeram, viu que toda sua matilha estava lá agora. A luta
parou e ele observou vários corpos no chão.
— Todos vocês são abominações.
Cassie levantou e aproximou-se. — Você! — Sua voz
estava cheia de ódio quando olhou para David. — Nós
acabamos isso agora.
Abel foi para frente, mas Jessica segurou o seu braço. —
Ela precisa lidar com isso, alfa. Ela quer fazê-lo. Para a
matilha, por você, por ela mesma. Precisa fazê-lo.
Cada instinto dentro dele gritava para que a impedisse,
mas quando David avançou todo arrogante, Abel também
queria que a sua mulher chutasse o traseiro desse filho da
mãe. Ela não precisava dele agora. Esse era o seu momento e
deixaria que o tivesse.
Não houve palavras e quando David atacou, Cassie
rolou de costas chutando-o para baixo.
Rolando, David a pegou pelo pescoço a puxando para o
chão, mas apertando com força, Cassie agarrou seu braço e
em vez de controlar sua força, ela torceu até ouvir um estalo.
David uivou de dor quando se afastou.
Nenhum alfa deveria mostrar esse tipo de fraqueza, mas
ele segurou seu braço, de repente parecendo assustado.
— Não sou mais um alvo no qual escolhe jogar
coisas. Para usar como seu saco de pancadas pessoal. —
Aproximou-se de David. — O que é fraqueza, David? Nunca
mais será chamado de alfa novamente. Poderia ter vivido uma
vida longa e feliz longe de nós. Estava feliz, mas estando aqui
essa noite, você perdeu o direito. — Ela parou atrás de David,
sua mão indo para o rosto dele. — Vocês todos riam quando
ele me machucava. A maioria de vocês se juntou à
diversão. Fui expulsa, rejeitada e segui em frente. Encontrei
uma matilha que me ama e eu os amo. As pessoas dizem que
temos falhas. Não temos falhas. Com um rápido estalo
quebrou o pescoço de David. — Mas vocês têm.
Sem alfa, Cassie condenou sua matilha à morte, a
menos que eles pudessem encontrar outro alfa disposto a
aceitá-los.
Ela se afastou e pegou a mão de Abel, ficando de pé ao
seu lado.
— Saiam da minha propriedade.
Antes mesmo de fugirem, seus próprios homens e
mulheres os perseguiram, certificando-se de que os intrusos
soubessem que tratava de acerto de contas.
Cassie lançou-se contra Abel. — Você está irritado
comigo?
— Não, não estou. Você precisava fazer isso.
— Eu realmente precisava. — Lágrimas estavam em
seus olhos. — Conheço David. Ele luta sujo e quando disse a
Jessica, ela soube que eu precisava vir aqui, para ajudá-
lo. Acabei de encontrá-lo, Abel. Não quero perdê-lo.
Ele afastou alguns fios de cabelos do rosto e sorriu para
ela. — Eu nunca pensei que amaria alguém tão
profundamente quanto amo você. É minha vida, Cassie, para
melhor ou para pior.
— Na saúde e na doença?
— Até que a morte nos separe. — Ele reivindicou seus
lábios e ela gemeu contra ele.
— Sim. — Ela disse.
— Sim para o que?
Sorriu. — Eu aceito me casar com você. — Ela colocou
os braços ao redor de seu pescoço. — Mesmo achando que
você gosta mais da minha comida.
Piscou e ele agarrou sua bunda, segurando-a perto. —
Eu não posso esperar pelos próximos cem anos com você.
— Será muito divertido.
Sua matilha voltou e eles foram cercados pelo amor
deles.
Pressionando a cabeça contra a de Cassie, Abel sabia,
sem sombra de dúvida, que era o alfa mais sortudo do
mundo.
Cinco anos depois
— Golpes de karatê! — Buster disse abaixando o braço,
seu rosto fofo de bebê se erguendo no ar.
Cassie sorriu quando Clinton, o filho de Jessica e Carl,
abaixou o braço. Os dois garotos fingiam saber alguns
movimentos perversos de karatê.
— Eles são tão fofos. — Disse Jessica.
Olhou para sua melhor amiga, que estava grávida do
segundo filho de Carl. Eles estavam casados há quatro anos e
o romance deles era doce. Cassie estava tão feliz por sua
amiga.
Pensando em sua própria felicidade, observou seu
marido na churrasqueira virando os hambúrgueres. O cheiro
no ar fez sua boca se encher de água.
— Vá. — Jessica disse. — Posso ver que você
quer. Ficarei de olho em nossos garotos.
Cassie se levantou e ao fazê-lo cumprimentou a todos
que chegaram para o churrasco de verão. Aproximou-se de
seu homem passando as mãos por suas costas antes de
envolver os braços ao seu redor.
— Você está tentando furar a fila? — Perguntou a
puxando para o lado e beijando seus lábios.
— Não.
— Por favor, você quer provar meus hambúrgueres
horríveis. — Sua mão desceu da sua cintura até a bunda. —
Sei que minha comida nem chega perto da delicia que
provarei esta noite.
— Abel. — Disse ela. — Esse é um evento familiar.
— E daí? Essa é a comemoração em que minha esposa e
minha companheira, decidiu se casar comigo. Vou celebrar e
é por isso que Buster terá todas as babás do mundo, para
que eu possa fazer amor com minha esposa perto do nosso
precioso lago, olhando para as estrelas.
Ela sorriu. — Como tive tanta sorte?
— Eu não sei, mas se você descobrir, pergunte por mim
também.
Desde o ataque em que sua antiga matilha tentou matá-
la, ouviu dizer que ninguém mais quis abrigar os que
sobreviveram. Não soube o que aconteceu com eles, nem se
importava. Nos últimos cinco anos, ela e esta matilha
prosperaram.
Sua matilha não olhava para os defeitos, enxergavam a
pessoa.
Era por isso que sua matilha estava em constante
expansão e crescimento. Quando seu filho atingisse a
maioridade, herdaria o legado do pai para sempre.
— Eu amo você, Cassie.
— Eu também o amo, seu grande valentão. Mesmo com
seus hambúrgueres salgados.
Ele reivindicou seus lábios e ela sabia que era apenas
um gosto do que estava por vir. Não podia esperar. Eles
tinham o resto de suas vidas juntos e pretendia aproveitar
cada segundo.

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