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Dama da Lua Minguante

Personagens:
Alasca – Bianca
Alessa – Suelen
Mark – Maurício
Cristina – Kaiuri
Lívia – Evelyn
Drussila – Mary
Tessa - Jordana
Clary - Marília
Emma – Joelma
Kit – Davi
Annabel - Taína
Zara - Karliane
Sunflower - Mayana
A Tropa – FNP
E aqui foi meu porto...
Prólogo
Aqui, vou perdoar meus pensamentos agora
Dirija, porque eu esqueço os pontos agora
Foi tudo mais desbotado depois de tudo?
Eu não sei
Tem certeza, você ligou?
Nós realmente conversamos?
Eu não sei
State Lines – Novo Amor
Parte I
Encontrada

Depois de treinar o dia todo, Alessa tomou uma ducha e resolveu dormir um pouco. Se
acordou assustada ao escutar um grito, pensou ter alucinado ou estar com muito sono, e logo
outro veio aos seus ouvidos, deixando a cama de lado.
- NÃO! PARA! – gritava Alasca.
- Alasca se acorda!
Então se acalmou e murmurou algo voltando a dormir. Era assim desde que ela chegou
no Instituto de Los Angeles. A única coisa que sabemos é que ela era do Instituto de Londres,
tinha 17 anos e fugiu durante a Guerra Maligna...e que ela era muito extrovertida, mas também
muito madura, mais do que a idade pedia. Ela nunca falou muito sobre ela, mas isso não era
problema quando ela abria a boca pra nos fazer rir. Alessa voltou a dormir, e lembrou que iriam
vir do Instituto de Nova York novos Nephilim. Já estava cansada só em pensar.
No dia seguinte ela estava aguardando no Salão de Acordos, Alasca, Mark, Cristina e
Livvy chegarem.
Livvy, Cristina e Alessa era as amigas de Alasca, mas a Livvy tinha mais costume de
ficar com a Dru e Tessa, mas sempre deixou claro que podia contar com ela, já Mark era
praticamente seu parabatai, sentia tudo que ele sentia, e sempre se protegiam. Já tiveram a ideia
de ser parabatai, mais eram muito catastróficos quando se tratava de alguma missão, até por que
se um parabatai morre, o outro sofre muito com isso, e devido a grande ligação, os dois podem
morrer.
- Eae? Ansiosa? – perguntou Mark.
- Não, eu estou com sono, e com fome.
- Mas eu deixei merenda pra você na cozinha em cima da bancada.
- Talvez eu tenha visto, mais ainda estava dormindo.
- Tu sempre tá dormindo.
- Ei! – disse Alessa batendo em seu ombro e rindo da situação.
O Mark havia emagrecido bem mais devido os treinos para formação como Caçador de
Sombras, ele havia ficado mais musculoso, porém branco que nem a neve, lábios avermelhados
e cabelos e olhos escuro, bochechas de morder, e muito fofo. Que medo, pensou Alessa.
Surgiu um brilho dourado. O Portal. Até que surgiu uma garota de cabelos morenos
magra, mais com músculos definidos e sorriso sincero, roupas apertadas, quer dizer, apertada é
apelido. Ela parece ser legal.
- Sou Emma Dearbon. (Joelma)
Depois saiu do portal, um garoto que conseguia ser mais branco do que Mark. Cabelos
de um loiro escuro e olhos em que o oceano se perguntava a origem daquele azul.
- Sou Christopher Herondale, mas prefiro Kit. É um prazer. (Davi)
Um Herondale. Isso sim é novidade. A família Herondale é uma das mais importantes
entre os Nephilins, conhecidos por seus atos em guerras, e seus antecedentes muito importantes,
como Will Herondale e Jace Herondale. Então ter um Herondale no Instituto de Los Angeles vai
ser interessante.
Logo após foram aparecendo dezesseis garotas todas muitos lindas, mais também muito
diferentes, havia uma negra de sorriso muito branco, uma loira branca de lábios carnudos com
um olhar castanho muito misterioso, e uma que aparentava ser a líder, seus olhos castanhos mel
ao sol da praia de Los Angeles brilhavam como estrelas e seu sorriso muito belo e seu jeito
muito modesto foi muito reconfortante para Alessa.
- Oi, sou líder da Tropa, meu nome é Sunflower (Mayana). Estas são Annabel (Taína) e
Zara (Karliane). – As outras se apresentaram, mais Alasca se perdeu depois do terceiro nome.
Annabel, a garota de pele, mas escura era muito simpática, e Zara era mais tímida.
Alessa quase não conseguiu falar então Alasca levantou a voz para resgata-la da
situação.
- Então sejam todos bem-vindos ao Instituto de Los Angeles, espero que sejam muito
bem recebidos, agora essa são a casa de vocês, vamos apresentar os quartos, me sigam.
Alessa aliviada se virou e viu Cristina com uma cara daquelas, perguntou o que era e
ela, como sempre não disse nada. Fresca. Foi até a central, para dar uma olhada no perímetro da
cidade pra saber se tinha algum Mantis para matar, não suportava mais saber que o Instituto
estava repleto de estranhos, e que iria demorar para se acostumar.
Ainda bem que só ficará cinco. Planejaram que se espalhariam para proteger os
Institutos. Elas eram leais ao seu trabalho para proteger o mundo mundano de qualquer tipo de
ameaça. E logo após a Guerra Maligna, tiveram que se juntar com os Centuriões para proteger
os Instituto do mundo inteiro.
Quando Alasca terminou com os quartos, ela procurou por Mark, e viu um pão recheado
com algo que alimentava sua fome e um copo de suco...na cozinha, e ela o atacou sem nem
pensar duas vezes.
- Ei, isso é meu! – Alasca escutou a voz de Alessa vindo da porta da cozinha.
- Triste. Não tem mais. – falou Alasca com a boca cheia de pão, fazendo as duas rir.
- Então me dá o suco. – falou Alessa com um tom severo e sério. Alasca se aproximou
dela com o copo de suco na mão e disse:
- Vem pegar! – gritou Alasca correndo para o centro de operações.
Então Alessa correu até Alasca.

O dia foi cansativo, acabou com Alasca, Mark e Alessa na praia, sentados na areia.
Alasca sempre soube dos sentimentos dos dois, embora eles não estivessem juntos, essa vela
continuava sendo segurada com todo amor e raiva do mundo.
- Vocês gostaram deles? – perguntou Mark
- Acho que Zara não gostou de mim. – Falou Alessa, se importando com isso.
- Quando ela entrou parecia que ela tinha engolido icor. Nojenta. – Alasca e seu humor.
Eles riram.
- Mas acho que não, acho que vai dar certo, espero que eles estejam sempre por perto,
conosco, espero que se enturmem. – disse Alessa.
- Às vezes eu me admiro. – falou Alasca olhando para os dois.
- Com o que? – perguntou Mark.
- Com o potencial que Alessa tem de ter paciência até com as pessoas que não gostam
dela. Eu teria feito a cara de quem era o próprio icor para ela. Vaca.
- Tá Alasca, já entendemos. – disse Mark rindo muito, junto de Alessa.
Então eles foram pra dentro. Ao chegar na cozinha escutaram uma explosão. Pegando
suas lâminas serafins ao escutarem, foram ver o que havia acontecido. A porta agora era cacos
de vidro e mármore espalhados pelo o chão, surgiram algumas sombras se revelando Fadas,
cinco deles, muito bem vestidos, e aparentavam ser guardas da Corte.
- Sou Kaled. Somos guardas da Corte Seelie, e estamos por Alasca Clouente a mando da
Rainha.

Passados esquecido

- O que querem com ela? – disse Alessa


- Logo após o fim da Paz Fria, a Rainha da Corte decidiu devolver suas lembranças. –
disse o fada muito magro.
- O que? – perguntou Mark confuso.
- Lembranças? – Alessa insistiu.
- Só temos direito a responder Alasca. – Falou outra fada, como se tivessem ensaiado
suas falas.
- O que querem que eu faça exatamente? – disse Alasca pensando no porquê de haver
lembranças suas no Reino Seelie, mas seu maior medo, era ter que fala o motivo a qual fez ela
chegar ao Instituto de Los Angeles.
- Pedimos que venha conosco.
- Não! Não vou ao Reino das Fadas! – Porque ela negava, por que queria distância das
fadas? Porque escolheu não ir?
As fadas de trás olharam furiosas para Alasca.
- Respeitamos sua escolha, porém tome isto. – falou com determinação, jogando uma
bolota. A Bolota no mundo das fadas eram tidas para algo importante. No caso, Alasca não
entendia a finalidade desta. – Isso é um fragmento de portal que levará você até a Corte. A
Rainha quer muito sua presença, para a devolução das lembranças. É guerra o motivo da tua ida,
irmãos sempre brigam.
- Irm...mão... Não, não pode ser. – disse Alasca se lembrando de quando chegou ao
Instituto de Los Angeles.
- Agora devo ir, meu trabalho já está feito. – Enquanto ele falava as fadas abriam um
portal de volta a Corte, enquanto entravam, o fada que estava de costas se virou para Alasca. –
Você continua sendo a mesma garota dura, mas alegre como vi da primeira vez. Pense sobre a
proposta...Lilian Mongerstein, estamos ansiosos por sua ida. – E se foram.
Mongerstein? Lilian Mongerstein? Porque ele me chamou de Lilian Mongerstein?

- Fadas não mentem! – disse Alessa furiosa.


Estávamos todos aflitos com o que aconteceu e haviam escutado. Acordamos Drussila e
Tessa para nos ajudar a descobri algo. Elas ficaram nas partes das pesquisas, Cristina e Alessa
estavam lendo os livros e Livvy estava fazendo anotações. Alasca estava em choque olhando
para janela. E Mark não parava de se perguntar o que eram essas lembranças? Porque Kaled
chamou Alasca de Lilian Mongerstein? Por qual motivo a Rainha ansiava pela a ida de Alasca a
seu Reino? Como assim irmãos brigam? E como vamos destruir a bolota ou por fim a sua
finalidade? Ele não aguentava o pensamento de que poderia perder Alasca, ela era sua irmã
praticamente. Seu porto. Sua melhor amiga. Não suportava toda essa situação. E Alessa estava
na mesma situação, mas não parava de retrucar Mark.
- Fadas não mentem, mas te enganam com a verdade delas e não nossas. – falou Mark.
- Não é porque o acordo da Paz Fria acabou que eles vão resolver nos chamar para
tomar chá! – concordou Livvy com Mark.
- É o passado dela... – falou Alessa batendo as mãos na mesa.
- Podia ser de quem for, até o seu, que eu não deixaria ir. – Retrucou Mark
rispidamente.
- É A VIDA DELA MARK! – gritou Alessa com Mark. – Ela merece saber sua história.
- Olha para Kieran Caçador que era um deles, e ainda sim torturado. Não podemos
deixar! – gritou Livvy também
- Shh, estou tentando ler. – Disse Cristina perdendo sua paciência.
- Alessa eu NÃO vou aceitar...
- Aceitar o que Mark? – disse Alessa olhando para Mark com deboche.
- Que queria um puxão de cabelo, sabe? – disse Drussila passando por eles dois.
- DRUSSILA! – todos gritaram olhando para ela.
- QUE GRITARIA É ESSA? – falou Sunflower, entrando na biblioteca transtornada.
Ela vestia um pijama de girassóis e o coque preso. Todos se se calaram.
- Olha, são 2:47 da manhã, e eu só escuto “Fadas” e “ela” do meu quarto.
Todos continuavam calados.
- Vocês tão escondendo algo, tá na cara, mas não querem falar. – Ela olhou pro lado, e
viu Alasca, com seus cabelos cacheados vinhos, os olhos marejados, observando o jardim por
trás da janela. Sua expressão era de choque e tristeza, como se estivesse morrendo por dentro
lentamente. – Alasca? Ei? O que foi?
- Ela não vai responder. – Disse Dru ainda olhando pro computador. – Como é mesmo
que os mundanos dizem pra esse estado emocional mesmo...é...
- Estado de choque. – Disse Sunflower ficando com raiva e olhando para Mark. – O que
fizeram com ela? O que tá acontecendo nessa merda? Eu só escuto gritos e chego aqui a Alasca
tá em estado de choque e vocês não param de discutir uns com os outros!
Todos se entreolharam, até que Alessa concordou com a ideia de contar para ela. Mark
explicou tudo que aconteceu, observando Alasca que estava parada, como uma estátua feita de
vidro.
- Aqui gente. – Dru e Tessa se aproximaram da mesa do centro da biblioteca com as
anotações que fizeram sobre tudo que aconteceu. – Não descobrimos nada relacionado a
destruição da bolota e...
- Destruição? Vocês querem destruir ela? – perguntou Cristina.
- A Alasca indo ou não, isso é um perigo entre nós, sei que a Paz Fria acabou, mas ainda
tem alguns Nephilim revoltados com as fadas, e com esse fragmento de portal redirecionado ao
Reino Seelie, em mãos erradas, pode dar início a uma guerra. E a culpa será nossa. – falou
Tessa e todos deram razão.
- Hehe, falou bonito. – disse Cristina, fazendo todos olharem sério pra ela. – Ué.
- Continuando, só descobrimos que as fadas possuem várias salas com corredores que
guardam utensílios importantes da Rainha. Uma dessas salas é chamada de Sala Memória, nela
tem objetos de vidros que guardam memórias arrancadas durante uma tortura ou por conta
própria, e é isso. Eu queria saber mais da sala, tipo como chegar lá.
- Ninguém vai lá, nem mesmo Alasca. – disse Mark.
- Pelo o Anjo, de novo não. – falou Sunflower, sinalizando para Mark parar.
- Mas Sunflower...
- Primeiro, me chame de Sunn e segundo se falar isso de novo eu vou... – parou olhando
para Alessa, e gritou, assustando todos. – Eu sei quem pode ajudar!

- Zara! Zaaaaraaaa!
- Por Haziel, vai dormir Sunn! – Zara estava assanhada e com top preto e calça preta
com uma cara daquelas. E Sunn a pegou pelo o braço e saiu correndo com Zara maluca de raiva.
– SUNN! PARA! – Quando chegou a biblioteca, empurrou ela pra dentro, fazendo todos
olharem para ela. Ela olhou para todos e olhou para Sunn, olhou o relógio e disse. – Olha aqui,
eu não faço ideia de que brincadeira é essa, do que vocês estão fazendo...organizando ou sei lá,
só sei que vou dormir. – disse se apressando até a porta quando Sunn entrou na frente da porta,
deixando Zara cansada de toda aquela situação. – Tem colchonete aqui?
- Zara, eu me lembro que quando estávamos no Instituto de Nova York, você disse que
tinha feito disciplina de Fadas.
- Sim, e daí?
- E daí, que a disciplina mais difícil que existe, poucos fazem, vem cá garota qual é a
sua média. – falou Tessa cruzando os braços e olhando torto para Zara.
- Tessa! – falou Livvy olhando sério para ela.
- Aff. – disse Tessa
- Escuta, precisamos saber sobre uma das salas da Rainha Seelie. A Sala Memória.
- Não! Eu não vou, ninguém vai. Chega!
- Zara, estou implorando. A Alasca tá em estado de choque, guardas da corte Seelie veio
até eles pra levar ela, pra Rainha devolver as memórias dela. – Zara estava com os olhos cheios
de lágrimas, preste a explodir algo que estava guardado a muito tempo. - Eu sei o que você
passou, eu me lembro de todas as madrugadas de pesadelo, eu lembro de tudo, e juro que não
vai acontecer nada a ti. Eu juro, mas precisamos dessa informação.
- Diego...foram elas, você sabe, eu não...
- Eu sei, mas estou implorando, por eles.
Zara olhou com suas feições chorosas para todos que estavam ali. Ela via desespero no
olhar de todos e então se aproximou da mesa de centro.
- A Sala Memoria é onde guardam o passado daquele que foi retirado. Você vai até a
Corte Seelie e pede para a Rainha tirar suas lembranças de momentos triste ou até mesmo
felizes, sabe? Momentos que você só quer esquecer mesmo. Aí ela tira, e guarda em uma bola
de vidro muito delicada, ficando sobre seu domínio.
- Sabe como destruir isso? – disse Tessa dando a bolota para Zara e ela a soltando
imediatamente assustada.
- Não...
- Zara...calma. – disse Sunn.
- Não tem como destru...
- Foi durante a Guerra Maligna. – falou Alasca surpreendo a todos, fazendo ela ter toda
a atenção nesse momento. – Eu era pequena...não...cinco anos, eu estava no quarto com meus
pais, quando Sebastian Mongerstein atacou o Instituto de Londres.
Instituto de Londres, 2008

Já cansei de estudar runas, preciso dormir, mas antes, partiu mãe e pai. Cheguei até a
sala de treinamento e eles estavam lá, dançando. Se não me engano, seria “Take on me” do A-
há. Jazz. Eu amava ver eles dançando. Era belo e alegre, como se estivessem desafiando a
gravidade, em prova do amor que sentia ao outro. A música fazia a sala se agitar de acordo
com o ritmo “ me dê uma chance, eu aceito o desafio” então entrei na dança, nos passos, eu
havia aprendido, e a sensação do vento, da felicidade que contagiava, e meus pés saltitando
junto com os de meus pais, sobressaltando indo até os braços dele, imitando o passo de “Tame
of My Life” em Dirty Dance. Quando acabou, a mãe me olhou suada, com seus cachos ruivos
assanhados e seus olhos castanhos escuros e disse:
- Você, ruivinha, devia estar dormindo.
- Sua mãe tem razão Alasca.
- Mas e o meu meu beijo de boa boa noite?
- Certo, então vamos todos dormir agora. – disse Laiana colocando a filha no colo. -
Vamos Leandro.
Me acordei com um barulho alto demais pros meus ouvidos e meus pais, que dormiam
ao meu lado, se acordaram no mesmo momento, quando o alarme soou. Invasão.
- Pegue ela Laiana, e saiam daqui. – disse meu pai me colocando no colo de minha
mãe.
- Não vou sair daqui sem você!
Então o barulho de vidro quebrando foi fatal, os gritos dos demais que moravam no
Instituto chegava a ser ensurdecedor. O que acontecia lá fora?
- Pelo menos uma vez, faça o que peço...
Então o chão tremeu, e eu estava com muito medo.
- Vá para o Instituto da Cornualha com ela, proteja nossa filha!
Quando saímos pelo o corredor, o chão tremia, mas não parávamos de correr...então
surgiu a nossa frente. Um demônio em forma humana, com asas negras e olhos pretos. Minha
mãe correu comigo de volta para o quarto, e meu pai foi morto, por uma lâmina serafim das
mãos do demônio. Então eu gritei fazendo Sebastian me encarar confuso. Eu escutava os gritos
da minha mãe, e via o corpo do meu pai no chão, quando chegamos ao meu quarto, minha mãe
me colocou dentro do armário e olhou para mim e colocou o dedo na boca sinalizando silêncio.
Então com um som ensurdecedor a porta se abriu. Ele pegou a mamãe pelo o pescoço e
disse que cuidaria de mim, matando-a em seguida. Chorando eu me levantei e partir para cima
dele gritando e batendo nele.
- Ei, ei, ei...olha aqui... – disse apontando para seus olhos e depois os meus. – Somos
iguais, não precisa ter medo. – Olhando para o espelho, percebi que era verdade. Nossos olhos
castanhos escuros, como se a guerra fosse dentro deles...
- Como é seu nome?
- Alasca. – falei chorando. – Você matou meus pais...
- Eles mentiam para você.
Então ela olhou para ele de novo.
- Você quer voar?
- Quero.
- Então vamos.
Ele me colocou em seu colo e sobrevoou todo o céu chegando a uma floresta no norte
do Brasil. Disse que seu nome era Amazónia. Que ali ia ser minha casa agora.
- Preciso que fique aqui. Celinda vai cuidar de você.
Celinda me ensinou suas táticas de lutas. Eu costumava lutar com Sebastian para
provar a ele que eu era melhor, mas ele sempre ganhava, eu o tratava como irmão. Eu não
tinha ninguém, só tinha ele. Mas queria minha liberdade.
Ela

- Depois disso, lembro de ter 12 anos e fugir até chegar em um aeroporto e invadir um
avião, as aeromoças disseram que me ajudariam a chegar no meu destino. Escolhi Rio de
Janeiro. Quando cheguei fiquei sobre o domínio de fadas que me torturaram por uma semana só
por eu ser Nephilim. Eu não tinha conhecimento sobre a Paz Fria. Pra falar a verdade eu não
conhecia nada sobre o que eu era, sobre o que existia ou o que era verdade e mentira. Tive que
fazer tudo sozinha. Até que soube da existência de prédios onde moravam Nephilim
denominados Caçadores de Sombras, e que eles recebiam Caçadores de Sombras perdidos ou
sem onde morar. – Ela saiu da frente da janela, e se virou para todos que prestavam atenção no
que falava. - Mas tinha medo de fugir, medo de me pegarem, me torturar mais ainda. Já estava
marcada demais, com muitas cicatrizes, com muitas lembranças, com muita saudade de casa,
então eu escolhi esperar fazendo com que durante esse tempo, eles confiassem, o que me
beneficiou muito, pois foi muito bem tratada. Eles amavam esse meu lado extrovertido. Quando
completei 13 anos, fui ao conhecimento da Rainha. – Ela hesitou dando início a suas lágrimas. -
Ela foi como uma mãe para mim por dois anos. Mas eu estava cansada de estar presa, precisava
estar entre os que eram igual a mim. Até que apareceu uma missão próxima ao aeroporto.
Enquanto entrava no avião disfarçada de mundana, eu pensei na Rainha, pensei na dor que
causaria a ela. Até que a vi pela a janela, ela chorava, estava triste, mas não veio até mim. Ela
me deixou partir.
Quando cheguei aos Estados Unidos percebi que eu ... não era única, e que também não
eram poucos, descobrir sobre vampiros, lobos e feiticeiros, vivi em harmonia com
submundanos, mas todos tinham família e amigos, e eu, era... só eu mesmo. Então eu conheci
um feiticeiro e confiei para que me ajudasse, o nome dele era Magnus Bane. Ele disse que eu
podia confiar nele. Então expliquei tudo, ele disse que eu iria para o Instituto de Los Angeles,
pois sabia que iriam me tratar bem lá. Disse para não falar sobre como cheguei ao Instituto.
Chegando a Califórnia, vi alguns demônios marinhos lutando contra humanos, então eu
os matei, mas saí muito machucada durante a luta. Foi quando encontrei o Instituto de Los
Angeles. E até hoje estou aqui sob a calma dos anjos novamente, mas eu não mereço esse
sentimento de calma, eu sempre estou em guerra ou fugindo. E agora a Rainha quer me
devolver memórias...eu sempre soube que faltava algo em mim, que...de alguma forma...estava
aqui, mas ao mesmo tempo não estava, e isso sempre foi agonizante.
Todos olhavam para ela, e pensavam como era capaz de sorrir ainda, de ser alegre. Ela
viu os pais morrerem e fugiu de um maníaco a vida toda.
- Alasca, você vai? A Corte? – perguntou Alessa.
- Sim. Eu vou.

Alasca havia se equipado com lâminas serafins no cinto de armas, estava com sua
Cortana nas costas. Mark se aproximou dela com sua estela.
- Deixa eu fazer algumas runas em você e...
- Quais?
- Agilidade, força, correr, rapidez, flexibili...
- Não, essa não.
- Porque?
- Não vai gosta do que vem depois.
- Alasca, você precisa, e eu não ligo. Amo você do seu jeito, você é minha irmã de
coração, você sabe disso.
Então ela se virou pra ele fazer em suas costas, a estela encostou em sua pele, sentindo
ferver cada lugar de seu corpo, revelando todas suas cicatrizes. Todos que estavam ao redor
poderia ver que seu corpo estava adverso ao de antes. Havia várias nas costas de diferentes
tamanhos com o mesmo sentido vertical, feitas por chicotes. Havia nos braços algumas de
maneira indefinida. A mais cruel era de seu pescoço, que todos olharam de maneira como se
tivessem sido causados a eles e não a ela, marcada por uma corda, enforcamento.
- Nossa, você... – Disse Mark surpreso olhando para seu pescoço.
- Horrível.
- Não Alasca, não está. – disse Alessa se aproximando. – Você continua linda e
corajosa, elas te dão um ar sobrenatural, vai te ajudar durante as lutas, ou até mesmo guerras. –
falou assentindo para Alasca, com um olhar família e reconfortante que Alasca sempre amou e
sentiu paz a vê-lo.
- Certo. – Alasca pegou a bolota e antes que a abrisse, ela sentiu o olhar de Mark,
olhando diretamente para ele. – Não precisa ter medo, eu vou ficar bem, e vou voltar. –
Retribuindo com um meio sorriso, o deixando mais calmo do que antes.
Ela lançou a bolota na parede, abrindo uma porta, então veio o cheiro familiar, das rosas
do jardim, escutou os sorrisos e as músicas. Festa? Sim. A neve caía sobre ela, entrando no
Instituto alguns pingos, deixando vestígios de um mundo de Fadas dentro de um mundo
Nephilim. Então ela entrou.
O Desconhecido é cruel para todos

Estava vazio, não tinha barulho, um silêncio mortal, todos estávamos esperando a volta
da Alasca. A presença dela era cor no Instituto, e quando ela não estava...era vazio, cinza. Livvy
estava pensativa, Mark aflito, Alessa com medo, Dru nervosa que roía as unhas, porém Tessa e
Sunn foram ver o perímetro. Estamos todos no aguardo.

***

Neve, flores, jardins belos demais e uma trilha até a Corte da Rainha. Enquanto andava,
pensava nos outros e como estariam preocupados. Lembrou de Mark implorando para vir, e
logo em seguida negando, “preciso ir sozinha”.
Flores nasciam enquanto andava, como se estivessem mortas desde o dia que se fora, e
agora que voltou, florescessem novamente. Chegou ao bosque das Aniannas, fadas pequenas do
tamanho da mão de um mundano qualquer, muito delicadas, que cuidavam das flores do Reino,
todas elas sorriam para Alasca, e ela escutava sussurros, “Seja bem-vinda”. Alasca sempre
gostava de brincar com elas, desde que que se mudou para Corte. Tudo no Reino Seelie era
belo, e por mais incrível que fosse, Alasca amava estar de volta.
Quando a trilha terminou, chegando aos portões, duas fadas surgiram das paredes,
bloqueando a passagem.
- Quem tu és, para entrar nos confortos de Vossa Majestade?
- Primeira Herdeira da Alma de Merissa. Sou Alasca, e sou Nephilim.
Eles saíram, liberando a passagem. A entrada estava rodeada de flores, do teto ao chão.
Ao chegar no salão da Corte, viu que a Rainha falava com um de seus guardas, quando olhou
para Alasca com um sorriso materno, então logo se recordo de tudo que viveram juntas. Do dia
que Alasca fez Merissa tomar sorvete, fazendo seu cérebro congelar, o dia que viraram a noite
vendo as estrelas e a Caçada Selvagem sobrevoando os céus das fadas e principalmente da noite
em que Merissa a tornou a primeira herdeira de sua alma, fazendo-a também se lembrar da noite
do adeus. Lágrimas veios aos olhos da Rainha ao ver Alasca, e Alasca também se emocionava
com toda a situação. A Rainha se aproximou, observando meu corpo, meu cabelo, tocando meus
ombros, e logo depois meus olhos.
- Você está tão bela, como no dia em que partiu. – Soluçou Merissa.
- Ah, Merissa. – disse abraçando-a e secando suas lágrimas, sorrindo de volta, ao solta-
la.
- Tão crescida, tão mulher. Senti saudades desse sorriso.
- E eu desses seus olhos. – Os olhos de Merissa era um verde claro, e vivo, como se um
filtro de saturação estivesse neles. Ela ficou séria quando olhou para ela sorrindo, lembrando do
adeus que dera. – Me perdoa por partir eu...
- Não. Não precisa. Eu que peço perdão pelas as torturas cometidas pelo o meu povo...
você não sabia que estávamos em guerra contra seu povo, e levou crédito pelo oque outros
fizera. – Ela olhou séria com uma expressão triste para a cicatriz do pescoço de Alasca e voltou
ao olhar para cima. – Sinto muito.
- Desculpa Merissa, mais estou com pressa, estão todos me esperando no mundo
Nephilim.
- Todos? Família? – perguntou Marissa confusa
- Sim, família. – Alasca nunca parou para pensar que de fato tinha uma família, que
Alessa e Mark eram seus irmãos de coração, que Dru e Tessa era suas caçulas, que Livvy era
seu cérebro e Cristina sua diversão. Que juntos eram uma família.
- Sabia que encontraria alguém que a amasse e protegesse.
- Você também é minha família Merissa, nunca se esqueça que a tenho como mãe.
- Nunca. Agora vamos, já que está apressada.
Andamos até o final do castelo, passando por várias fadas que falaram comigo ou
sorriam para mim. Quando chegamos, a um corredor no final do castelo, a última porta, pensou
Alasca. Mármore preta, devido a poeira acinzentada, o que dava a entender que ninguém vinha
a muito tempo.
- Alasca, entenda que eu mantive essas lembranças guardadas porque são muito cruéis
para você. Esteja preparada e ciente de que mudanças estão por chegar...Espero que fique bem
quando as recuperar.
- Porque? O que tem aí?
- Alasca eu...
- Merissa.
Quando abriu a porta revelando uma sala que não se via o fim dela, cheia de estantes
separadas em corredores, com bolas de cristais azuis que brilhavam, como um céu, com estrelas
muito organizadas uma depois da outra, despois viu que havia umas bolas cinzas, como se
estivesse um furacão por dentro, e não brilhavam, era como se elas fossem obscuras.
- As que são de cristal azul contém lembranças felizes, de pessoas que só queriam
esquecer a outra que a fez mal. As que são de cristal cinza, são tristes, quanto mais azul, mais
alegre, quanto mais cinza chegando ao preto, triste. – disse olhando para Alasca. – A Puca lhe
dará as informações de como achar a sua cristal. – disse olhando para o fundo da sala. Uma fada
muito bela, de cabelos negros com azul marinho, que tinha olhos bicolores, um azul claro e
outro escuro, seu corpo muito sedutor vestido em ceda pura. Alasca se pôs a olhar para Merissa.
- Obrigada. – disse gesticulando com a boca, e entrando na sala.

Já estava de manhã. Mark era o único na biblioteca, os outros foram para seus deveres
dentro do Instituto. Mark estava na poltrona, triste por saber que Alasca estava lá sem ele, sem
nenhuma proteção. E, mas ainda pelos gritos que dera, mas cedo em Alessa.
- Mark! – disse Alessa entrando. – Podemos conversar.
- Pode, claro.
- Queria pedir desculpas, - falou fechando a porta atrás de si. – por que eu gritei com
você.
- Não...tudo bem, estávamos com raiva da situação, e descontamos em nós mesmos.
- Sim, mas da mesma forma, não me sentiria bem sem pedir desculpas. – disse ela
observando a comida que trouxe pela a manhã para Mark intocada. – Você não é o único
assustado com Alasca na Corte Seelie. Ela é minha melhor amiga, eu faria de tudo para protege-
la. Ela é minha alegria praticamente. E você... – disse ainda encostada na porta que fechara,
olhando nos olhos dele. – é minha calma. – Ele olhou imediatamente para ela, com os olhos
cansados da madrugada conturbada. – Você é o único que consegue me manter calma durante
uma guerra.
Mark se levantou sem pensar duas vezes no que fazia, estava indo por controle do
coração, se aproximou de Alessa mais do que o de costume, fazendo ela olhar para baixo, ela
podia escutar sua respiração, seu corpo cansado e estressado, e podia sentir o olhar dele nela.
- Alessa...eu te amo. – disse Mark olhando confuso para ela, e ela olhando nos olhos
dele tampem confusa com o que acabara de escutar.
- Você oque?
- Eu te amo, desde o dia que Alasca te apresentou para mim.
- Eu...
Até que os dois pularam de um susto ao escutar pancadas na porta que estavam
encostados.
- Ei! Mark! – chamou Sunn – Tá na hora, e se ver a Alessa, chama ela também.
- Certo. – disse olhando nos olhos dela sorrindo, ela retribuindo o sorriso olhando nos
olhos dele.
A missão era em Idris, o que era estranho, eles mesmo tinham seus caçadores de
sombra.
- Você sabe o motivo de nos chamarem? – perguntou Mark confuso.
- Não, só sabemos que nada sabemos. – disse Livvy, colocando seus canivetes no cinto.
- Hahaha! Que engraçada. – Debochou Mark, organizando suas espadas na bolsa.
- Obrigada, penso o mesmo de mim. – Debochou, mas ainda Livvy.
- Devem estar escondendo alguma coisa de nós. – disse Alessa.
- Para tudo tem uma primeira vez. – disse Tessa irônica.
- Ui, quanto mistério. – disse Dru, enfiando uma lâmina serafim no cinto.
- Idris tem vários caçadores idiotas que só pensam neles mesmos. – disse Sunn,
colocando duas adagas no prendedor dos cintos nas costas, formando um x.
- Verdade! – disseram todos juntos.
- Já decidiram quem de vocês vão se fixar no Instituto? – perguntou Alessa.
- Eu e Zara ficaremos nos encrencando com vocês, Annabel vai ficar na parte de
manutenção das armas.
- E o Herondale? – perguntou Alessa.
- Está decidindo junto de Emma Dearbon.
- Então temos vocês duas. – perguntou Alessa.
- Certo. – disse Mark.
Todos nós fomos para a sala de treinamento esperar pelo portal vindo de Idris. Mark
quis ir à biblioteca de novo, mas não daria tempo. Quando o portal apareceu todos nos
preparamos para entrar, até que escutamos Livvy:
- Isso vai ser muito divertido. – Adentrando o portal.
Lua
Idris era a central dos Shadowhunters, localizada nas florestas da Alemanha em Harz,
porém só vista por quem tinha a visão. Nela havia a política dos Nephilim chamada Clave. Tudo
que nos Caçadores de Sombras fazia, tinha que ser aprovado pela a Clave. Idris era uma cidade
grande, com torres de força máxima que proibia a entrada de todo tipo de demônio. Abaixo das
torres vinha a bela cidade, com o centro de vendas, e o grande Instituto. Por fora havia belos
jardins, muito bem cuidados e regados, e por dentro, toda a realidade Nephilim.
Todos observavam a grande Idris, que mesmo com toda sua corrupção por dentro, por
fora era bela.
- Faz tanto tempo que não venho. – disse Zara do lado de Mark. O restante ia na frente
enquanto eles dois vinham atrás. Mark havia se lembrado de quando Sunn fez Zara compartilha
seu conhecimento sobre Fadas. – Zara. Posso te fazer uma pergunta?
- Claro que pode. – disse observando o vasto jardim.
- O que aconteceu na Corte, quando esteve lá pela a última vez?
Zara hesitou e respirou fundo, como se o que fosse dizer a estivesse matando,
retribuindo logo após com a sensação de alívio.
- Eu tinha um parabatai chamado Diego. E como todo parabatai, sempre para onde eu ia
ele também ia, ou o contrário. Nos deram uma missão na Corte Seelie, após a Guerra Maligna,
mas não ocorreu de acordo com o planejado. As fadas nos atacaram...me recordo de ser cinco
fadas, contra dois Nephilim. Lutamos com todos, e restou somente um, que estava sempre me
derrubando, até que fui com todo o meu ódio o matando, quando olhei em seus olhos, percebi
que o corpo se desmanchava, como uma pele por cima de outra. Percebi que era mágica Seelie,
e que eu havia matado Diego. – Ela parou de andar olhando para Mark. – Eu havia matado meu
próprio parabatai, eu tenho até hoje seu sangue em minhas mãos, e até hoje, o local da runa de
ligação parabatai dói, como se a cada segundo, ele morresse e gemesse de dor em meus ouvidos.
– Ela voltou a andar. – Até hoje é uma tortura viver sem ele.
- Sinto muito, imagino sua dor. – Mark pensou que nunca seria capaz de passar por
cima de uma dor como essa. O sangue de seu próprio parabatai nas suas mãos. Era avassalador
pensar nisso.
Zara olhou para ele com um sorriso de lado, e ele retribuiu o mesmo.
Quando chegamos ao salão, nos mandaram para o Superior de Idris, para ele nos
explicar a situação da missão. Chegando à sala do Superior, Sr. Consuelo, ele nos acomodou.
Ele vestia uma calça preta e, a sua blusa era formal e seus olhos castanhos escuros, seu rosto
tinha a expressão de indignação.
- Peço desculpa pela a urgência, mas já perdemos quinze dos nossos.
- O que quer que faremos? – perguntou Alessa.
- A uma semana que Lago de Idris está com uma espécie de praga, como se fosse um
câncer que só tende a crescer.
- Quer que coloquemos fim a praga que está em um lago? Não deveria ser tarefa dos
feiticeiros de Idris? Eles entendem disso mais do que nós. – falou Livvy confusa com a tarefa.
- Não é qualquer lago, é Espelho Mortal. – Quando falou, todos nós ficamos surpresos e
assustados.
- Um dos instrumentos mortais dado pelo o Anjo... – disse Drussila. Todos se
entreolharam. Da última vez que houve ameaça perto do Espelho Mortal, foi pra invocar o Anjo
Haziel momentos antes a Guerra Maligna, iniciada por Sebastian Mongerstein.
- Conectamos a magia vindo das fadas, pensamos que seria algo pequeno. Até que
chegamos a instalar câmeras na floresta a redores do lago. E captamos algo que ainda está
indefinido – falou mostrando a imagem a nós, e na imagem havia a sombra de um homem, com
algo preto esquisito por trás dele, e nada se passava pela a cabeça de Mark, nenhum demônio de
conectava a aquele que estava na imagem.
- Quer ele preso?
- Sim. Se trazer ele, vamos fazer colocar um fim a praga iniciada em Idris.
- Uma pergunta antes. – disse Sunn. – Porque nos chamou? O que temos de tão especial
para derrotar um demônio indefinido dentro de Idris, sendo o lugar mais protegido e regrado do
Mundo das Sombras.
- Por causa dela. – disse apontando para Zara, fazendo todos olharem para ela, que
estava roendo a unha, se assustando quando percebeu que todos olhavam para ela, e o diretor
apontava pra ela mesma.
- Eu?
- Ela? – perguntou Sunn confusa.
- Que que tem eu? – perguntou Zara confusa.
- Enquanto esteve no Brasil junto de Sunflower Lamernes, você estudou fadas, não é
mesmo? Estudo avançado da Corte das Fadas, a melhor da turma pelo o que vi no seu histórico
Srta. Brandão.
- Sim, mas, eu não sou uma fada, toda praga tem seu poder, que é quebrado por fadas e
não Shadowhunters.
- Isso não significa que possa ter conhecimento. Zara, você foi a melhor na Academia
Institucional do Brasil, e a melhor da turma nacionalista em fadas do seu país, Idris precisa de
você.
Ela parou e olhou para Sunn, e logo em seguida para Mark, fazendo os dois lembrarem
de seu episódio com fadas e o que resultou.
- Certo. Pode contar comigo.

Alasca escutou seu nome, como um sussurro, ficando imóvel e assustada. Ela agora
estava em território importante. Os corredores de estantes muito altas aumentavam conforme ela
olhava para o fundo, o brilho era único. Depois escutou de novo vindo do outro lado, alguém
chamar o seu nome, então quis ir, quando foi interrompida.
- Alasca Clouente. – disse a Puca. – Aproxime-se.
Alasca nunca gostou das Fadas Puca, pois são lindas demais e magras demais de
cabelos belos demais, e pior...dizem seu futuro, sua escolha, seu destino...o próximo passo, e
isso dava medo em Alasca, que sempre gostou de viver na doida, sem pensar demais. Tentou se
manter calma quando se aproximou da Puca.
- Sou guardiã da Sala Memórias. Nesta sala, temos lembranças de vários do Mundo das
Sombras e até mesmo de demônios. Saberá quando ver seu cristal, ela irá chamar por você,
porém, se tentar pegar o que não lhe pertence, vamos saber e você será punida pela as nossas
leis e não a de seu povo. Não se esqueça, a cristal lhe escolhe e não você.
- Certo. – Seu cabelo que fora negro com azul marinho, agora mudava para cinza, junto
de sua expressão que estava confusa, como se escutasse algo, quando virou de costas. Alasca
também se virou e andou três passos.
- Lilian. - Isso a fez ficar parada de costas para Puca, seu corpo estremeceu.
- Lilian, você tem mais poder do que pensa. Tu és a destruição ou o recomeço.
Certo, agora tenho medo, pensou Alasca enquanto se virava, mas a Puca já havia
sumido. Destruição? Recomeço? Como assim? Porque eu? Porque isso? Se perguntava
enquanto caminhava. Quando chegou perto da porta, onde havia escutado seu nome, dito baixo,
como uma criança assustada no escuro de seu quarto. Esperou por alguns minutos mais não
escutava nada, além dos sons que as cristais soavam, como um espelho quebrado batendo no
outro. Lembrou da cena em que Harry Potter vai pegar a profecia no Ministério da Magia. Pelo
visto quem dirigiu essa cena era uma fada. Decidiu ir para a esquerda, ao andar três corredores,
escutou seu nome novamente, reconheceu que fosse uma voz masculina, “Alasca”, vindo dos
corredores da direita, ela se virou voltando novamente para o meio, então escutou novamente,
“Alasca, meu amor”, então pensou que a voz fosse de Sebastian, ou de seu pai, entrou em um
corredor, quando olhou para todos os cristais que estavam nele, “Disse que meus pais mentiam,
mas você também faz o mesmo”, agora era a voz de uma criança, pressentindo que fosse ela
mesma falando. Andando devagar pelo o corredor, e seus dedos passeavam por todos os cristais,
como se ela de fato conhecesse seu cristal, se aproximando do fim da fileira que passeava seus
dedos escutou um grito, então se virou pegando sua espada.
Outro grito, que vinha de cima dela, então pensou, “Minhas lembranças”, olhando para
cima, vendo uma cristal que brilhava, mas do que todas, mas na parte superior da prateleira, e
não conseguia alcançar de jeito nenhum. Até que um brilho verde esmeralda surgiu de sua mão,
e ela se assustou com o que acontecia, então, pensando ser armadilha Seelie, ou algo do tipo, se
afastou, e o brilho se foi. Voltou a aproximar as mãos e o brilho reluzia novamente. Então se
aproximou o bastante, fazendo a cristal flutuar até sua mão, quando a pegou, ela olhou para
frente e...
- O que você falou para aquele garoto?
- Nada, eu juro.
- Garota eu juro pelo o Lúcifer que se você...
- EU NÃO FALEI NADA! – lançando Sebastian que era um jovem de 18 anos no ar.
Ela parou assustada com o que escutou. Lembrou de algo. Sua realidade voltou para
seus cinco anos e meio. Mas como?
A Floresta do Espelho Mortal era bela, com uma variação imensa de carvalhos que
tocava os céus. Cristina sempre amou tudo nas florestas de Idris. Cheio de lagos com uma vasta
raça de animais de todos os tipos. Enquanto andávamos falávamos das lendas que existiam
dentro de outras lendas, até porque as lendas são reais. Vampiros existem. Lobos existem. Fadas
existem. Todas as lendas existem. Mas isso não nos impedia de ter nossas lendas, e algumas
eram bem engraçadas.
- A mãe me contava que quando era a noite, que o Anjo ia dormir, ele pegava quem
tinha chulé, e arrancava o pé, e colocava um novo e depois fazia uma runa de lavanda. – Sunn
se superou, todos rimos dela.
- Mas não existe essa runa. -disse Alessa pulando um tronco, e rindo da história que
Sunn nos contava.
- Pra uma garotinha de nove anos, existia sim.
Todos estávamos rindo quando, vimos vários demônios de Idon enfileirados e parados,
como se estivessem congelados. Todos pegamos nossas armas, se preparando para lutar, mas
eles não se mexiam. Até que surgiu a sombra da foto, ele vestia uma calça cuja os que mais
usavam eram nos Shadowhunters, e uma camisa preta com capuz que cobria seu rosto. Runas.
Ele era um Nephilim.
- Quem você é?
- Sou O Temido.
Todos pararam. O sague de Alasca sessou, e Mark deu um passo para trás. Livvy
xingava assombra que se declarou O Temido. Todos sabiam quem era, mas não acreditava ser
ele. Ele estava morto, Clarice Fairchild havia matado ele.
- Impossível. Sebastian Mongerstein morreu no final da Guerra Maligna. Sua própria
irmã o matou.
- É mesmo? – disse revelando seu rosto fino, seu queixo pontudo, sua estrutura óssea,
diferente pelo o sangue de demônio, seu sorriso de lado, como se estivesse se divertindo. – Boa-
sorte com meus amigos. Eles são bem carinhosos. – Então surgiu asas negras e grandes,
assombrosas e demoníacas, repleta de maldade, e o chão que pisava, nascia a praga, que não era
praga na verdade. Tudo que ele tocava morria Seus olhos negros também surgiram de cima do
ombro. – Digam para a minhas irmãs que tenho saudades. – Voando e deixando as plantas
morrendo a nosso redor.

- Preciso ir Merissa.
- Precisa mesmo.
- Como assim, tem algo de errado?
Merissa a mostrou o que acontecia em Idris para Alasca, através do espelho.
- Precisa deixar seu poder a consumir, pois esses não são só demônios, são também
criação de Sebastian. Precisa dizer seu nome
- Poder? Meu nome? Como...
- Alasca, chegue neles e diga “Meu nome é Lilian Mongerstein e pelo o meu sobrenome
eu ordeno que voltem de onde veio.” Diga!
- Mas Merissa...
- É sua família...me escuta, as lembranças vão lhe explicar tudo, mas agora eles
precisam de você! – disse abrindo um portal para Idris em uma floresta parecida com a do
Espelho Mortal. – Vá!
Alasca já entrava.
- Alasca. – disse Merissa jogando uma bolota. – Quando precisar, estou em suas mãos.
- Obrigada Merissa.
- Tchau Lala. – disse ela falando o apelido carinhoso que dera para Alasca quando
adolescente, dando-lhe sensação de conforto.
- Tchau Issa. – disse Alasca retribuindo o carinho.

***
Era cinco caçadores de sombras, contra vinte demônios, e estamos prontos para isso.
Estavam todos longes como se um lago cortasse nosso caminho, e a sensação de terror brotava
no corpo de Mark ao se lembrar da época da Paz Fria, quando olhou para Alessa percebeu que
ela também tinha o medo em suas feições. Ela olhou para ele, com seus olhos verdes claros, e
seus cabelos loiro escuro refletindo a luz da lua. E gesticulou com a boca, as palavras que deram
as forças dos anjos para o corpo de Mark. “Eu te amo”.
Então os demônios começaram a avançar, fazendo nós nos prepararmos para o que
vinha quando surgiu um brilho de água reluzente verde, formando um corpo, dos pés à cabeça.
- É mulher. – disse Livvy.
Então o corpo se definiu, revelando que era Alasca.
- Alasca. – disse Mark fazendo-a se virar para ver ele.
Ela se aproximou de Mark o tranquilizando, mas sua expressão era de medo. Ela se pôs
à frente do grupo, como o alfa de alcateia. Como alfa da nossa alcateia.
- Enviados do Temido. Sou Lilian Mongerstein, e pelo o meu sobrenome – disse
levantando um queixo, mostrando soberania e realeza acima dos demônios. – Ordeno que parem
o ataque e voltem para seu lugar de origem.
Alasca reparou que os demônios tinham o rosto cheio de bolhas negras, com os braços
mais longos que o normal, com um corpo que se mexia involuntariamente.
O demônio falou, e sua fala era como palavras por trás das águas ferventes e que suas
línguas borbulhavam sangue demoníaco, conhecido como Icon, além disso sua língua estava
fora dos conhecimentos de línguas demoníacas já estudadas dentro do Mundo das Sombras.
Tudo nos demônios que estavam presentes, era novo, e isso deixaria Mark e os outros
invulneráveis. Alasca olhou para o chão se sentindo arrasada, então se pôs de frente de todos e
disse:
- Por favor, não sintam medo de mim. – disse ela, fazendo todos olharem para ela
confusa, quando ela avançou até eles.
- Alasca não! – disse Alessa correndo até ela, e Mark a segurando pelo o braço. – Me
solte, não pode deixa-la.
- Alasca volta aqui! – gritou Mark.
Ela andou até o meio deles, e então ela parou como uma estátua.
- Alessa fique aqui. Eu vou até ela. – disse para Alessa, acenando para Cristina segura
ela e acalma-la.
Mark se aproximou de Alasca, tocando seu ombro, percebeu que seu corpo se
posicionava de maneira adversa a maneira normal.
- Alasca...vem a... – Mark viu e se assustou dando um passo para trás, os olhos de
Alasca eram negros como de um demônio, e estavam fixados nos demônios. Alasca se virou
olhando para ele, fazendo Mark se congelar, ele pensou em pegar a lâmina serafim, mas não
teria coragem de apunhalar sua melhor amiga. Não teria de jeito algum.
- Tire-os daqui, fiquem longe. – disse Alasca com sua voz seca, como se o poder que
terá teria a secado completamente, mas agora Alasca era só ódio e raiva, raiva por fugir por toda
sua vida, raiva por não viver o que a idade pedia, raiva por ter sido torturada e chicoteada por
fadas ignorantes, raiva por tudo que passou. – Vá. – Ela deu mais um passo para a direção dos
demônios.
Seu corpo agora estava ficando preto, se iniciando no meio dos seios e tomando conta
de seu corpo, como se o poder tivesse que nutrir tudo nela, e seu cabelo fora vinhos, agora era
cinza claro, com os olhos ainda fechados e sentindo todo o poder passando pelo o seu corpo.
Mark caiu no chão em choque pelo o que assistia, quando escutou Cristina rezando pelo o Anjo
e viu Sunn formar um O com a boca surpresa com tudo o que via. Depois de seu corpo ficar
negro, ela abriu os olhos negros com um sorriso de lado, e suas runas brilharam como se elas
tivessem sido feitas com quilates de ouro, retirando suas duas Cortanas, que invés de terem o
brilho azul celeste, agora era dourado. Alasca arfou, e se virou.
- Fujam.
Lutas inquestionáveis

Alasca atacou um dos demônios enfiando uma das, no meio de seu peito, chutando o
que estava correndo em direção a suas costas, cortando seus dois braços. Então Livvy também
partiu para cima de um demônio que veio a ataca-la, lançando suas duas adagas cortando o
pescoço do demônio. Então Alessa também partiu para cima pegando a lâmina do cinto de Mark
e enfiando no pescoço do que ia até Mark. Todos nós lutávamos contra, mas os demônios
reviviam, como se não tivéssemos feito nada. Então se esconderam atrás das árvores.
- São imortais. – disse Mark arfando e encostando a cabeça no tronco, limpando a
lâmina serafim.
- Não para Alasca. – disse Sunn observando Alasca os ataca sem piedade. Ela lutava
divinamente bem, como se suas Cortanas fizessem parte do seu corpo. Ela atacou três,
arrancando suas cabeças e sorrindo após tudo o que fizera. Então Sunn pensou... – É como se
não fosse...
- Ela. – disse Zara chegando atrás da árvore do lado de Sunn.
- Cadê Alessa? – perguntou Mark.
- A Rainha fez algo com ela. É como se estivesse possuída. – falou Cristina escondida
atrás de uma pedra grande o bastante para fazer com que os demônios não a veja.
- Vocês viram a Alessa? – perguntou Livvy que foi ignorada, mas não se importou.
- Esse poder está longe dos alcances da Rainha ou de qualquer magia submundana ou
Nephilim. – disse Zara, arfando e limpando os canivetes, sujos de Icon.
- Então o que é isso? Aquilo não é ela! E cadê a Alessa? – gritou Mark.
- Pelo o Anjo Mark, ninguém sabe onde ela está!
Então um breve silêncio se instalou, e todos se entreolharam, parecia que estávamos em
uma simulação e de repente desligaram ela. Então eles pegaram Mark, fazendo os outros se
assustarem, e logo depois foi Livvy, Sunn, e Zara, e por último Cristina. Eles tinham espadas
nos pescoços, um simples corte e não tinha volta.
- Venha conosco Lilian, venha com seu irmão e nos deixaremos seus amigos vivos. –
disse o demônio que segurava Livvy.
Livvy levantou a vista e viu o corpo de Alessa, presa em uma corrente de neblina
esmeralda desacordada, viu que seu corpo não tinha vida e gritou:
- ALESSA! NÃO! – fazendo o demônio fazer um pequeno corte no seu pescoço e todos
procurarem por ela. – O que fizeram com ela? O QUE FEZ COM ELA?
- Não foi eu, foi sua amiga. – disse o demônio que segurava Mark.
- O que foi Lívia, o que foi que... – então o demônio virou para ele ver Alessa. Seu
cabelo estava um loiro morto, e seu olhos fechados, não havia o volume das batidas de seu
coração, e estava rodeada por uma cor esmeralda. Então Mark começou a chorar e gritar por
Alessa.
- ALESSA ACORDA! VOCÊ FEZ ISSO ALASCA? FOI VOCÊ?
- Não acredite nele Mark, ela está viva eu prometo que está.
- Ela mente, sua namorada morreu e sua amiga a matou. – disse o demônio na têmpora
de seu ouvido.
- Cala a boca. – disse Alasca rispidamente.
- É culpa sua Alasca. – disse o demônio que segurava Livia, então todos começaram a
dizer juntos, repetidas vezes. Alasca logo colocou as mãos sobre as orelhas, apertando-as para
não escutar, mais não resolvia, por que as vozes estavam em sua mente.
- NÃO! – gritou Alasca de ódio explodindo tudo ao seu redor fazendo os demônios
solta-los e caindo todos no chão.
Começou a levitar e ter controle das flores que morriam no chão, dando início a um
tonado ao seu redor, trazendo os demônios para a morte. O ódio era visível por todo o seu
corpo, suas runas brilhavam, mas do que antes e seus olhos tomara uma tonalidade de cinza, seu
corpo já inclinado no meio do tornado que fazia com que os corpos dos demônios se
contorcessem, como se o veneno, mas brutal chegasse à veia deles. À medida que Alasca
soltava seu poder as flores morriam, mas ainda, como se controlasse a praga, gritava de dor e
raiva. Todos tentavam se segurar em algo ou correr para longe para não ser levado também.
Todos gritávamos contra o poder de Alasca, para não chegar ao tornado, até que uma
escuridão se dissipou, como se a Lua não fizesse parte do sistema solar, e só existisse medo e
ódio no mundo, até que parou, com todos nós caindo no chão, gemendo de dor. Cristina
escutava choros e murmúrios. “Foi minha culpa, é tudo culpa minha”, escutou Cristina.
- Alasca – sussurrou Cristina para Mark.
- Mark, me perdoa.
As flores paradas no ar junto dos demônios todos contorcidos. Tudo findou como
estatuas exceto Alasca, que no meio do tornado de flores mortas e galhos de árvore ela estava
com as pernas cruzadas contra o peito ainda levitando, junto de seus cachos que tomara o brilho
da lua, e sobrevoava seu redor.
- Mark. Mark. – Mark escutou seu nome, como um suspiro. Alasca. Então ele se
aproximou de onde escutava seu nome. Viu Alasca, com medo, chorando e se sentindo culpada
por Alessa. Seu corpo voltava ao normal, a sua pele morena de antes, tomando de volta a cor de
sangue dos seus cabelos, e suas runas pretas novamente, abrindo os olhos castanhos, arregalados
e logo após desmaiando.

A morte do anjo

“Ela tem que estar viva!” – gritava Sunn


“Alasca por favor, não me deixe, abra os olhos” – dizia Mark pegando Alasca no colo
ainda no chão
“LIVIA!” – Gritou Cristina
“Porque ela não acorda?” – gritava Zara.
“Não sinto o pulso dela Zara!” – escutou a voz de Sunn.
“Ninguém se aproxima da Alessa!” – disse Cristina.

***
Uma luz veio aos olhos de Alasca, e logo após uma dor horrenda no corpo. Tamanha
era a dor que a impedia de se mexer, e depois dos olhos abertos uma vez, não conseguia abrir de
novo. A dor a tomara, fazendo-a se deitar de volta.

Na cozinha havia uma mesa grande com oito cadeira, quatro de cada lado. Mark, Livvy
e Sunn sentava a direta e Zara que segurava a cristal, como se estivesse com o cálice mortal nas
mãos, e Cristina ao seu lado na esquerda.
Annabel fazia torradas caprichadas, com bastante mel para nós.
- E aqui vai as cinco últimas e chega! – disse Annabel, lavando as mãos na pia.
- Eu ainda estou raciocinando o que aconteceu em Idris. – disse Cristina com os olhos
arregalados para o copo de água em sua mão.
- E Alessa? -perguntou Tessa, que acabava de se acorda para ajuda-los a entrar no
Instituto. Vestia uma calça frouxa com vários unicórnios espalhados e uma blusa regata branca.
- Duvidamos que seja algum tipo de magia negra dos demônios. – disse Cristina. – Mas
também duvido de Alasca. – continuo Cristina engolindo em seco.
- Como Alasca fez isso? Até por que ela é Nephilim, e em Idris ela foi Nephilim,
Feiticeira e Demônio. – Afirmou Sunn fazendo careta ao dizer as outras habilidades de Alasca
durante o confronto.
- Não tem sentido. – falou Zara fazendo a runa de reposição de sangue em Livvy, que
havia perdido pelo o corte que o demônio fez e seu pescoço.
- Nada disso tem sentido, – disse Livvy. – e mesmo que houvesse, não sabemos, não
está nos conhecimentos de ninguém. Ninguém mesmo, nem dos Nephilim nem do Submundo.
- Só tem uma pessoa que tem conhecimento sobre o que aconteceu. – falou Mark.
- Sebastian. – disse Zara.
- Precisamos informa Clary sobre o irmão, que ele está ameaçando a nós, e que sabe... –
hesitou Livvy.
- Ela tem uma irmã. – disse Cristina terminado seu café.
- Eu ainda não tinha parado pra pensar nisso. – disse Sunn.
- No que? que Alasca é só irmã da melhor Caçadora de Sombras que existe. – disse
Tessa. – Por isso a desgraçada é tão forte.
- Não sabemos se é verdade. – disse Mark retrucando. – Zara, sem querer ser grosso,
mais para de rodas essa cristal, tá parecendo uma retardada.
- Ela é tão linda. – disse Zara. – disse parando e só segurando.
- Mas Mark, para pra pensar, se Alasca realmente for uma Mongerstein, não vai
diferenciar muita coisa. – disse Livvy.
- Ela ficou preta, com os olhos pretos... – disse Sunn
- Matou vinte demônios com vento... – continuou Mark
- E desligou a luz da lua. – disse Zara terminando o óbvio para Livvy.
- Tirando o fato que ela voou e sentou pra chorar... no nada. – disse Cristina enfatizando
a palavra “nada”.
- Vocês são foda... eu estou falan... – Zara atrapalhou sua fala bebendo seu
achocolatado. – Ei, tira a mão do meu chocolate! – pegando o copo de volta. – Como dizia...
estava falando do físico. Olha pra Clary, ela é ruiva, a Alasca também é, e ela usa a Cortana, da
mesma forma que Alasca usa duas, já Sebastian tem os poderes de demônio, e depois de tudo,
ela também tem os mesmos poderes.
- Pode ser a Rainha também. – Acrescentou Tessa.
- Essa sim pode ser real, até por que ela só voltou daquela maneira, quando veio do
Corte Seelie. – Concordou Mark com Tessa.
- Tá dizendo que a Rainha mentiu para Alasca. – Disse Zara com uma ponta de raiva na
voz.
- Eu não estou só dizendo, faz sentindo.
- A Rainha nunca mentiria para mim. – disse Alasca aparecendo na porta, fazendo todos
se assustarem, e se levantarem das cadeiras da mesa. Ela se apoiava na coluna da porta da
cozinha. Usava um dos vestidos que pacientes da enfermaria usava, era verde e era frouxo em
seu corpo. Seus cabelos estavam assanhados pela a falta do creme e seus lábios ressecados e
sem cor, com olheiras profundas e olhos cansados.
- Alasca. – disse Mark indo até ela.
- Não eu... – Alasca se afastou antes mesmo que Mark chegasse a ela. Então olhou para
a cristal nas mãos de Zara. – Eu... eu só preciso abri-la...e... – Antes mesmo de avançar até Zara,
ficou tonta e caiu no chão do corredor ainda acordada, encostando suas costas na parede,
fazendo todos irem até ela.
- Ei, ei, ei – Falou Mark a pegando nos braços e levando ela até a cama da enfermaria de
volta. Era um pouco longe, mas Mark pegou o elevador para a ala hospitalar, e Livvy, Zara,
Sunn, Annabel e Cristina. Chegando ao quarto que Alasca estava ele a deitou na cama.
- Não pode simplesmente se acordar e sair andando por aí, fraca como está. – falou
Cristina. – Você precisa descansar. Ok?
Alasca começo a ficar mole.
- Alessa. Eu...tentei...ela...mo... – Alasca tentava falar, mas não conseguia.
- Como? – Olhou Mark surpreso pra ela.
- Ela está...minha culpa. – suplica Alasca.
- Não, Alasca, você nem fala direito, por favor se deita e se acalma. – disse Mark a ela
segurando seus braços que agora se debatiam para se soltar.
- Não eu...tenho – se debatendo nos braços de Mark.
- Alasca para! – ordenava Mark tentando imobiliza-la, e agora todos a seguravam.
Alasca fora forte, depois de Idris ficou mais ainda, então Mark não daria conta sozinho. Livvy e
Annabel segurava suas coxas, enquanto Sunn e Zara se esforçavam nos pés, e Mark segurava
seus braços a colocando contra a cama hospitalar. – Tessa! Tente faze-la parar! – Então Tessa
pegou uma seringa e usou vários utensílios para pôr o liquido dentro.
- Vira o braço dela pra mim Mark! – disse Tessa se preparando. Mark virou o braço, e
logo após Alasca deu-lhe um murro, que ele quase à solta, então Mark recuperou a posição e
virou o braço novamente. Tessa reparou que seu nariz sangrava.
- Eu preciso... – Então ela parou quando Tessa injetou a seringa em seu ombro.
- Shh... shh – dizia Mark deitando seu corpo na cama.
Alasca gesticulou com a boca as palavras que desmancharam Mark por completo.
“Perdão”.
- Tragam a prisão Malakai. – disse Mark ajeitando os cabelos de Alasca, com dor nos
olhos. Cristina arregalou os olhos ao escutar, então se aproximou de Mark.
- Ela não é um monstro! – disse Cristina tremendo de ódio e apontando o dedo para
Mark, do outro lado da cama, com os olhos vermelhos cheios de fúria.
- Ela não controla Cristina, não podemos perder o controle dentro do Instituto, colocaria
a vida de todos aqui em perigo. – disse Mark olhando nos olhos de Cristina. Cristina então saiu
da sala furiosa.

Alessa ficou no quarto ao lado de Alasca. Sobrevoava a cama hospitalar, deitada sobre a
névoa esmeralda. Não havia cor em seu rosto, não havia cor em seus cabelos, seus lábios fora
rosados, agora estava ressecado e cinza. Ainda respirando, ela aparentava e exalava morte. Mark
abraçava Cristina com os olhos inchados, se perguntava se ela havia chorado com ele havia, os
dois tinham os olhos vermelhos de lágrimas quentes.
- Ela não está morta né Mark? – dizia ela contra o peito de Mark.
- Ainda há ar em seu peito, então ainda há esperança. – respondeu Mark.
- Por mais que Alasca esteja desacordada, ela sente a dor de ter machucado Alessa.
Imagino a dor dela. – disse Livvy com as costas na porta de entrada, com os olhos cheios de
lágrimas.
Mark havia chamado Magnus Bane para tentar achar alguma forma de quebrar o
encantamento colocado em Alessa. Ele fora o Alto Feiticeiro do Brooklin, também era muito
nosso amigo, então contávamos com ele. Vestia uma capa vinho com calça de coro e blusa
branca. Levaram ele até a ala em que Alessa estava. Seu corpo não tinha vida, mas com certeza
há um motivo pra áurea esmeralda. Magnus começou a observar e tentou se aproximar, mais a
proteção impediu.
- Quem fez isso? – disse Magnus confuso. Porém Mark não respondeu, nem Livvy e
Cristina, que estavam na sala conosco. Eles arregalaram os olhos e olharam para baixo,
demostrando medo e tristeza, então Magnus entendeu.
- Certo. – Disse Magnus aceitando o silêncio. – Ela está sobre proteção de uma magia
muito poderosa, porém, só pode ser quebrada a partir de quem a fez. Essa pessoa controla a
natureza, como se fosse a própria Mãe Natureza. Esse poder fez com que Alessa ficasse presa a
uma espécie de planta que a enfeitiçou...é... ela estava próxima de que durante o ataque?
- Não vimos quando foi atacada. – disse Cristina se sentando e fechando os olhos
cansada. – Estávamos encurralados e longe dela. – Até que descansou na poltrona do canto do
quarto onde estava Alessa.
- A única coisa que posso assegurar é de que ela está bem, mas quando o feitiço for
retirado, deixem ela descansar por bastante tempo. – disse Magnus, e todos relaxaram e se
acalmaram mais.
- Obrigada Magnus. – disse Mark abraçando Magnus, e logo após o soltando sorridente.
– Magnus.
- Sim.
- Poderia me fazer um favor?
- Mas é claro Mark.
- Teria como me dar o contato de Clary Fairchild?
- Agora realmente eu tenho certeza.
- O que?
- Que estão encrencados. Vou enviar uma mensagem de fogo pois sou horrível com
números. – disse ele sorrindo em seguida, e se aproximando da saída, quando parou, e observou,
pensativo, então se virou.
- A propósito, sobre o feiticeiro, - disse Magnus. – Espero que saiba ter controle do
próprio poder. A natureza pode ser bela, mas ela também é cruel. – disse dando uma bolota
dourada nas mãos de Livvy que estava próxima. – Isso estava no meio do corredor. É um
fragmento de portal, redirecionado para as fadas. Tomem cuidado nas decisões, agora tenho que
ir. – disse saindo do quarto de Alessa, e logo após Tessa surgiu apressada.
- Mark! – chamou Tessa. – Alasca está acordada.

Alasca estava sentada na borboleta sobre a cama, olhando para as próprias mãos,
quando viu Mark chegando ao quarto.
- Mark. – Ainda olhando para as mãos.
- Alasca. – disse Mark.
- Bem pensado. – Observou Alasca, que agora olhava para a prisão Malakai. A prisão
Malakai, era para demônios maiores, como Azazel ou Asmodeus, possuindo quatro espadas que
quando fincadas no chão, prendiam o demônio. Mark lembrou de Jace Herondale quando lutou
contra Lilith usando-a, mas agora era Alasca, dentro de uma prisão que já prendeu até mesmo
Lúcifer nos primórdios da história de Haziel. – Eu teria feito o mesmo.
- Alasca eu...
- Alessa está desacordada. – disse direcionando o olhar a Mark. - Sei que não sou
confiável fora da prisão Malakai, mas deixe-me pelo menos acorda-la. – disse Alasca.
- E se acontecer de novo? – perguntou Livvy.
- Não me faça sentir ódio. É o que mais alimenta.
Mark olhou para Cristina e Livvy, então Livvy foi até uma das espadas e a retirou.
- Vamos.
Alasca se levantou e foi andando até a linha que marcava a prisão, olhou para o chão
antes que saísse de dentro, olhou para Livvy, e então saiu, e respirou fundo.
- Onde ela está? – perguntou.
- No quarto do lado. -disse Cristina. Alasca olhou e acenou que sim, então andou até a
porta de saída do quarto, e todo estavam atrás dela a seguindo. Quando chegaram, ela parou de
frente para a porta olhando para Alessa que levitava a cama hospitalar, desacordada.
- Alasca. – disse Dru se levantando ao ver ela. – Espero que esteja bem.
- Já estive melhor. – disse encarando Alessa. – Mark, se eu perder meu controle eu...
- Não vai. – disse pegando no braço direito de Alasca. – Estamos aqui, ok?
- Ok.
Ela se aproximou lentamente, passo por passo de Alessa, quando uma névoa verde
esmeralda veio a suas mãos, lançando-a, fazendo Alessa ficar de frente para ela, e não deitada.
Ela olhou pro rosto sem vida de Alessa.
- Lele, eu estou aqui, eu vou te soltar. – disse Alasca falando com Alessa desacordada.
Levantou uma das mãos, e do meio de sua palma, surgiu uma pequena luz, esverdeada.
Aproximou de sua boca e assoprou para Alessa, dissipando o esmeralda que a cobria, e logo em
seguida deitando de volta na cama, então Alasca se afastou e os outros se aproximaram de seu
corpo. Suas ruborizações agora voltavam a vida, seus cabelos loiros mortos, voltavam a respirar
e brilhar novamente, então a caixa torácica voltava ao lugar de onde estava, e abriu seus olhos
de volta, lindos e verdes, como as águas cristalinas de Fernando de Noronha.
- Alessa! – disse Mark com os olhos lacrimejados, e sorrindo. – Alessa, meu amor.
Alessa olhou para Mark e o abraçou, e ali, nada importava, pois, a única coisa que
Alessa desejava era seus braços a cobrindo, escutar as batidas de seu coração que juntos,
estavam sincronizados de alegria e saudade.
- Pelo Anjo Alessa. – Dizia Cristina abraçando e sorrindo para ela.
- Que saudades desses olhos. – disse Dru feliz por ver Alessa bem.
Quando Sunn surgiu na porta junto de Zara que correram ao encontro de Alessa,
reparando que Alasca não estava mais presente.
- Alessa como você está? – disse Zara abraçando-a.
- Sentimos tanto sua falta. – disse Sunn pegando em seu rosto.
- Alasca. – disse Alessa, dissipando todos os sorrisos e carinhos dados. – Onde ela está?
- Está aq... Alasca? – disse Mark se assustando quando reparou que Alasca não estava
na sala. Mark se levantou e foi até o corredor, mas não a viu. Quando Mark olhou para Livvy,
reparou que a espada Malakai não estava mais com ela.
- Livvy, cadê a espada? – perguntou Mark.
- Nas minhas... – quando viu que a espada não chegou a suas mãos, ela arregalou os
olhos. – Meu anjo.
Todos correram até o quarto de Alasca, quando viu ela deitada na cama do hospital,
dentro da prisão.
- Vão! Chamem a Clave e me prendam na Cidade dos Ossos. Eu sou uma ameaça agora.
– disse Alasca, de lado na cama com uma expressão de vazio.
- Alasca, você não é uma ameaça. – disse Alessa.
- NÃO? – disse surgindo a um passo da espada, fazendo todos se assustarem. – Olha pro
que eu fiz. Olha pro que eu posso fazer, pro que eu sou. TÁ AQUI NA MINHA CABEÇA! –
apontando pra própria cabeça. - OLHA ALESSA! – disse perto da linha da prisão.
- Você é feliz, extrovertida, amiga... – disse Alessa.
- Companheira. – continuo Mark.
- Engraçada e maluca... – falou Dru.
- E além de tudo isso, amável. – disse Livvy.
- E estamos aqui, para te amar e aceitar o que você é. – disse Cristina.
Mark foi até uma das espadas e a retirou, e ofereceu seus braços para abraçar Alasca.
- Não... eu...
- Ei. Eu sou seu melhor amigo, lembra?
Então Alasca o abraçou e chorou tudo que havia dentro dela, tudo que havia a
machucado e todo o cansaço, quando Alessa a chamou e ela também a abraçou pedindo
desculpas. Alasca nunca se via sem eles dois, é como se eles fosse o mar que tem do lado do
Instituto, como se a acalmasse e lhes desse paz de espirito, eram seu suporte e confiança, e
agora ela era só caos de vidro de um vaso escuro, que Alessa e Mark tentava montar e dar
beleza novamente. Todos abraçavam Alasca enquanto ela desabava.

***
No dia seguinte todos se encontraram na biblioteca. Estávamos todos em sequência,
Mark, Alessa, Cristina, Alasca, Tessa, Drussila, Sunflower, Zara e Livia. A cristal vinda do
reino Seelie junto de Alasca estava sobre a mesa.
- Bem, não resolvemos a praga e ainda estamos envolvidos nos planos de Sebastian. –
disse Cristina.
- Da mesma forma, temos que impedir que a praga chegue à Cidade de Vidro. –
Retrucou Tessa.
- Eu não sei vocês, mas eu quero fazer uma pergunta a Alasca. – disse Sunn. Alasca
estava do lado de Cristina, olhando para a mesa, quando escutou seu nome. – Se quiser
responder é claro.
- Pode perguntar. – disse Alasca.
- Como foi aquilo?
- Sunn por favor. – Interrompeu Alessa.
- Não! Alessa, precisamos entender aquilo, o que aconteceu, não dá pra ignorar aquilo.
- Deixa Alessa. – disse Alasca, mostrando a mão em sinal de que responderia. – Quando
disse para vocês que Sebastian chegou ao meu quarto, eu não falei sobre o momento em que ele
nos comparou.
- Como assim? – perguntou Mark.
- Quando ele me viu, que eu disse que ele havia matado os meus pais... – ela engoliu em
seco. – Eu estava com meus olhos negros, como na floresta. – Todos se recostaram na cadeira
tentando assimilar o que acabava de escutar. – Devido ao ódio que senti dele, mas ele pediu para
me olhar no espelho e então disse, “Está vendo, somos iguais.”, isso me reconfortou, e ele me
levou. Eu nasci com isso, mas eu não sabia que tinha tanto poder assim. – disse olhando para as
palmas das mãos. -Pensei que fosse só os olhos, mas aí eu... explodir em escuridão.
Todos se silenciaram.
- Então você nasceu assim? – perguntou Drussila.
- Acho que sim, não sei ao certo.
- Ok. – falou Mark.
Ela olhou para a cristal, com uma expressão confusa.
- Alguém pegou uma bolota dourada? – perguntou Alasca.
- Tá aqui. – disse Livvy tirando a bolota do bolso da jaqueta, e dando para Alasca.
- Certo, é... preciso que se ajeitem pois vou usar a bolota.
- Espera, quem vai chamar e por que?
- Vou chamar a Rainha da Corte Seelie, por que eu preciso recuperar minhas
lembranças, entender por que tanto poder, por que Mongerstein – disse Alasca, sem acreditar
que tinha chances de ser uma Mongerstein.
- Certo, todos se preparem pôs vamos ter realeza no ressinto.
- Ok.
- Salão de Acordos? – disse Dru confusa.
- Sim, todos lá em uma hora.
Pretérito Perfeito
Alasca sempre amou estar no Centro de Missões do Instituto, pois tinha uma parede
toda de vidro com vista para o mar, e aquilo a deixava entorpecida. O Salão de Acordos ficava
logo no final do corredor ao lado do Centro. A visão era bela, o sol brilhava, mas do que nunca
haveria brilhado, e o mar ia e vinha mudando seus tons de azul até branco na beirada da praia,
onde estava alguns mundanos correndo, outros sentados. Alasca mal se recordava da última vez
que saiu para correr na praia. Ela estava com um short jeans azul escuro, com uma regata preta,
escrito “Red Hot Chili Peppers”, uma de suas bandas preferidas, o cabelo estava preso em um
coque, e como sempre, de sobrancelha feita.
- Você sempre amou essa visão. – disse Mark por trás de Alasca.
- Eu sempre amei olhar o mar, por mais que tivesse fobia de profundidade, o azul me
traz conforto. – disse com os olhos fixados na vista.
- Te amo Lala.
- Eu também, Panda. – Então sorriram. Ela se lembrou de quando deu este apelido para
Mark, assim que havia chegado, a primeira coisa que reparou foi que ele tinha as bochechas,
mais brancas que o próprio corpo, lembrando um panda. Ela o chamava assim para demostrar
seu carinho.
- Temos que ir, já estão todos te esperando. – disse Mark olhando para ela.
- Certo. – disse retribuindo o olhar.
Quando Alasca entrou na sala, todos olharam para ela, e ela se incomodou um pouco
por ter recebido tanta atenção, mais ignorou. Pegou a bolota, levou aos lábios e sussurrou o
nome que de quem chamava, “Merissa”, então a jogou no chão se espalhando em fumaça
dourada, e logo após surgindo a Rainha, que ao ver-lhe esbanjou um sorriso maternal e
despreocupado.
- Alasca, queria tanto abraça-la. – Todos se assustaram com sua demonstração de
carinho, nunca viram nenhuma fada demostrar tanto afeto por um Nephilim. Ela logo em
seguida olhou para trás de Alasca confusa. – Quem são?
- Família.
- Estou tão orgulhosa. – Os olhos da Rainha brilhavam triunfantes de felicidade.
- Lhe chamei para saber, como usar a Cristal para recuperar as lembranças. – disse
Alasca.
- Há! Sim... você vai pega-la em suas mãos, e dizer “Quero me recordar” e logo após,
quebrar a cristal em suas mãos, – hesitou – o resto a cristal fará. É importante que alguém fique
com seu corpo.
- Corpo? - interrompeu Alessa?
- Sim, Alessa. Ao entrar no Reino Memorial, Alasca irá entrar em sono profundo.
- Ok. – disse Alessa.
- Alasca. A Corte Seelie sempre estará a seu dispor. – disse a Rainha, demostrando
afeto.
- Obrigada Majestade. – disse Alasca agradecendo.
- Aku cinta kamu. – disse pegando em seu peito, reverenciando Alasca.
- Cinta. – respondeu.
A Rainha logo deu um passo para trás e sumiu na fumaça dourada que a cobriu.

***

- Eu me lembro desse dia – disse Alessa pegando a foto que havia batido com Alasca e
Cristina – a gente estava acompanhando Cristina com o Luke, aí batemos essa foto na cabine
perto do cinema. Saudades desse dia. – disse pegando na mão de Alasca.
- Eu também. – Retribuindo o carinho beijando a testa de Alessa.
Todos estávamos no quarto de Alasca, ela estava de pé um pouco à frente da cama, os
outros estavam também no quarto, Mark, Alessa, Livia, Cristina, Dru, Tessa, Zara e Sunn.
- Ok. - Alasca pegou a cristal. Mark estava do seu lado, preparado para pega-la antes de
cair no chão. Colocou a controle das mãos e sussurrou as palavras que Merissa ordenou, “Quero
me recordar”, então a quebrou, surgindo raios de luz azul e preto, ao redor de Alasca, que logo
pôs dormir. Mark correu antes que caísse no chão, terminando de deita-la na cama que já estava
próxima.
- E agora? – perguntou Dru.
- Esperar. – disse Mark, ajeitando os lençóis de Alasca.

***

Foi como cair no meio do oceano. Não se tinha chão e paredes, só tinha água e
escuridão, gritava, engolia água, e entrava em desespero a cada segundo que se passava, até
que levantei minha mão para fora do oceano escuro, e fiquei de pé, percebi que meu corpo não
estava molhado e nem nada, quando olhei, era um quarto velho e empoeirado, com uma porta,
então a abrir, antes que começasse a espirrar. Quando saí do quarto, vi que estava em uma
casa, mais bagunçada do que o normal, havia copos para todos os lados, e tinha uma pia
enorme de louça, mais pra ser sincera, que gosto musical, muito igual ao meu... Arctic
Monkeys, Rex Orange County e meu anjo do paraíso, que belo mural da Beyonce.
Enquanto estava admirando o altar feito para a Beyonce, escutei uma voz, que
cantarolava, algo que eu conhecia, “Sorry can't save me now”. Billie Eilish. Então escutei de
novo “Sorry I don't know how”, continuando a música, então eu segui a voz, e chegando na
cozinha, reparei que junto da voz, vinha também um barulho de água, e maravilhosos quadros
de vários cantores atuais, como Nill Horan, Alessia Cara e essa perfeição que costumamos
chamar de Lana Del Rey. Foco Alasca. Levantei a mão para pegar a Cortana em minhas
costas, mas percebi que ela não estava lá, que não havia arma alguma. Perfeito, nem a estela,
para eu fazer uma runa de proteção temos aqui. Então procurei nas gavetas do armário que
precisava ser limpo, e achei uma faca, me aproximei da porta que estava um pouco depois da
cozinha, cautelosamente.
Quando cheguei, o banheiro tinha seus tons de cinza e branco, e em cima da pia havia
uma escova de dente, com uma pasta preta. Carvão. Quando reparei no box do banheiro que
ficava à esquerda do cômodo, e que cômodo viu, banheiro grande da porr...Eu de costas? Que
merda é essa? “Call my friends and tell them that I love them” cantou ela ainda de costas para
mim, quando se virou de uma vez e se deu conta de mim, mas espera... sou eu, com o cabelo
loiro.
Gritamos.

***

Já era madrugada, todos estavam na cama de seus quartos. Alessa não parava de pensar
me Mark, e na ideia louca de ir até o quarto dele, quando escutou batidas na porta, então se
levantou e foi até ela, abrindo e vendo Mark, com o braço recostado na lateral, com a cabeça
baixa.
- Alessa eu... – travou, quando olhou dentro dos olhos de Alessa ela pensou, que nunca
havia o visto tão mal, tão triste, seus olhos esbanjavam cansaço e preocupação, seu corpo estava
exausto e seu cabelo bagunçado e grande, como se não cuidasse do próprio físico, porque o
mental estava destruído.
- Mark, o que foi? – perguntou Alessa tocando seu rosto, quando reparou que estava
perto de mais, e se afastou. – Vem cá, entra. – disse o colocando para dentro do quarto e
fechando a porta. Ele desabou, começou a chorar e se sentou no chão. – Mark. Ei! Olha pra
mim, o que...
- Ale. Eu...tá doendo. – disse apontando pro peito.
- Ah, Mark. – disse o abraçando, e Mark a colocou no colo, por cima dele, e ficaram por
longos minutos. Suas respirações estavam iguais, e os nervos de Alessa ficavam cada vez mais
elétricos a cada toque dos dedos de Mark nas suas costas, cada respiração de Mark era
importante para Alessa, pois ele era seu ar, um ar diferente, de calma, de nervoso, de medo, de
coragem, de felicidade, de tristeza...e ali Alessa percebeu que nunca amou alguém, como amava
Mark, e isso a assustava, mais pra ela, era um susto bom.
- Eu tive medo. – Sussurrou Mark no pescoço de Alessa, fazendo-a ficar arrepiada.
- Do que? – perguntou Alessa fazendo Mark se ajeitar, com ela ainda no colo olhando
nos olhos dela, e ela, tímida como é, olhando para baixo.
- De te perder...de perder Alasca. – disse ele com a voz rouca e baixa.
- Mark...
- Eu entrei em desespero quando vi Alasca...explodir, foi estranho porque nunca a vi
daquela maneira. – falou Mark enquanto se lembrava da cena. Os olhos de Alasca, seu corpo,
suas runas, seu cabelo, as folhas, as arvores, o vento...o poder.
- Eu senti medo do que podia acontecer a ela depois. – disse Alessa, encharcando os
olhos.
- Quando eles nos pegaram, eu não vi você, e quando vi, estava sem vida, não tinha cor
no seu corpo, teu cabelo não brilhava mais...era como se estivesse...morta. – No momento em
que Mark terminou de falar, Alessa olhos nos olhos deles. Nos olhos negros, e brilhosos de
Mark. – Meu mundo acabou ali e a culpa que sentia por Alasca também. Culpa por não ter ido
com ela até a Corte Seelie, de não poder ajudar. Pra mim, você tinha morrido, e eu nem podia te
tocar, por causa do feitiço, eu não podia...
- Ei. – disse Alessa arrodeando os ombros de Mark se aproximando de seu rosto, a
ponto de sentir sua respiração. – Eu estou aqui, está vendo, eu estou bem.
- Naquela noite, quando me vi ligando para Harold, para trazer seu corpo para o
Instituto, foi ali que tive a certeza. – disse Mark olhando confuso, para Alessa, e Alessa
perguntou.
- Que certeza?
- Que quando o universo nasceu, explodindo em fogo e glória, nossos sangues tinham
isso, os átomos, e fragmentos das estrelas, claro que de todos são, mas as nossas almas vieram
do fragmento da mesma estrela, e por isso somos atraídos. Porque somos da mesma estrela. Por
que eu te amo mais do que tudo Alessa, e que tudo em você é divinamente perfeito. A maneira
como é responsável, como anda pelo o corredor, como é delicada, a cor maravilhosa de seus
olhos verdes claros, como um oceano, a maneira como canta, como sua voz é um calmante,
quando seu cabelo brilha no sol, esbanjando o dourado por trás desse loiro. Tudo em você é
perfeito.
- Eu te amo Mark Blacktorn.
- E eu te amo mais ainda, Alessa Slowny.
Então eles tocaram um o rosto do outro, olharam dentro dos olhos, de Alessa que era
profundo como o oceano, verdes e vivos, e nos de Mark que eram negros como a profundidade
desconhecida do mesmo oceano de Alessa.
Então se beijaram, um beijo ternou, como se o amor deles tomassem todo o cansaço e
medo, então Mark se levantou ainda com Alessa no colo, fazendo-a sorrir durante o beijo, e
como Mark amava aquele sorriso, que trazia tanta seriedade e carinho, e durante um beijo deles
dois, era algo que Mark amava mais do que os limites já alcançados.
Então se deitaram, e as mão de Mark ficavam na cintura de Alessa, se encaixando
perfeitamente, como se elas tivessem nascido para essa função. Alessa passeava as mãos pelas
costas de Mark, por baixo de sua regata cinza, até que decidiu tira-la, então ele a tirou, e Alessa
passou as mãos pelo o peito de Mark, musculoso, seu coração estava rápido, como Zara diz
mesmo...escolas de samba, sim.
- Nossa estrela. – disse Alessa com o sorriso no rosto olhando para Mark.
- Nossa estrela. – disse Mark retribuindo o sorriso.
Então os dois se deitaram e se aninharam na cama, e dormiram profundamente.

Ela sou eu

- Da próxima vez, tenta fazer um barulho, bater na porta, jogar alguma coisa na
parede, peidar ou sei lá. – disse a garota (eu) saindo do banheiro, com a toalha enrolada no
corpo, e outra nos cabelos.
- Cara... – eu não parava de olhar impressionada com o que via.
- O, esquisita, para de me olhar como se eu fosse um et. – disse ela. Eu. Não sei.
- Sou eu? Como assim, quem é você? Porque é igual a mim? – eu perguntei enquanto
meu cérebro fritava com a informação viva na minha frente, igual a mim.
- Ah, Alasca, por favor. – Ela disse com a cabeça de lado, traduzindo para “Ah,
Alasca, que lesada”.
- Desculpa, nos conhecemos? – perguntei.
- Não sabia que fazia Stand-up.
Então eu olhei tentando entender o que estava acontecendo e ela revirou os olhos pra
mim. Qual o problema dessa garota? Ou eu, sei lá.
- É séria mesmo essa pergunta?
- Sim.
- Pelo os sete pecados capitais, certo. – disse ela sentando do meu lado, e quando vi,
apareceu, surgiu ou sei lá, uma mesa de cozinha, e a casa estava limpíssima.
- O que?
- Eu sou você, porém outra personalidade. – disse ela olhando para trás e vendo as
panelas do fogão, então se levantou, indo até elas.
- Como assim?
- Você é Alasca Fairchild, adotada por Sebastian Mongerstein, e logo após por
Merissa Rainha da Corte Seelie...
- Espera, como sabe o nome da rainha. Só eu sei.
Então ela parou e ficou olhando para mim com cara de nada, ai eu pensei. Por que ela
travou?
- Já acabou? – como assim? – Ok... continuando, sua mãe adotiva. Eu sou Lilian
Mongerstein, irmã de Clary Mongerstein, filha de Valentine Mongerstein e Lilith Idon.
- Resumindo, você é a parte anjo, e eu sou a parte demônio, mais somos um corpo só, e
resumindo mais ainda, você é adotada. – Lilian falou rápido, como bala, e Alasca escutou,
quase morrendo. Lilian olhou Alasca devastada com tanta informação.
- Tá bom, foi muita informação mais...
- Não, meu pai não é Valentine, e minha mãe não é a Rainha do Inferno, meus pais são
Laiana e Leandro Clouente.
- Me responde uma coisa. Você gosta de Clary Fairchild?
Pensei na pergunta. De fato, eu nunca havia falado com Clarice...Clary. Na verdade,
eu nunca a vi, eu só sei que ela é a melhor Shadowhunter depois de Jace Herondale, seu
namorado.
- Pois é. – disse ela com um sorriso irônico.
- Mas eu nunca fui com a cara deles, na verdade, com a dela. – Eu ainda estou
processando o fato de estar conversando com...eu.
- É, eu sei, eu também detesto ela. – disse ela se sentando na minha frente com cara de
nojo.
- Eu não falei “detesto”. – falei reprovando o que ela falou.
- Você não sabe o que aconteceu, o motivo da raiva que sente por ela, o por que que
estou aí na droga da sua cabeça, ou sobre seu intervalo de esquecimento de 7 anos aos 12
anos. – disse se levantando e gesticulando como se estivesse contando uma história de terror
para um mundano, mas com um ar de deboche. – Não você não sabe, mas eu sei.
Eu quis perguntar, porém o medo da resposta era maior.
- O que...
- Não. Eu não vou dizer.
- Ah, Lilian.
- Ah, Alasca. – disse ela com uma cara de cansada debochando de mim. – Você entrou
na Cristal Memória por um motivo...é, curiosidade, mas com o objetivo de saber por que isso, -
disse ela mostrando os olhos negros, me fazendo se afastar – acontece, com você. Bu!
- Por que você é tão fria?
- Por que a vida me fez assim. E a vida é uma bosta, a gente é o vaso sanitário,
dependendo do buraco, a merda pode ser tanto grande, como pequena, e a sua...é um tolete,
que ainda ri da tua cara.
- Escrota.
- Obrigada. – Disse sorrindo. – Agora é minha deixa. – disse chegando à porta de um
quarto.
- Espera, Lilian.
- Não é Lilian, é escrota, e outra, tudo que você sentir durante as lembranças, você vai
sentir de novo e ainda, mas doloroso. Espero que fique bem.
- Está preocupada comigo agora?
- Tu és especial eu tenho certeza. – Debochou. - Quando você lembrar não é só você
que vai sentir, eu também vou, e acredite, eu rezei para essa cristal não cair nas suas mãos, por
que eu já tinha superado, mas agora é em dobro, e adivinha.... eu estou odiando isso. – disse
com uma cara de nojo e raiva. – Tchau.
- Lilian...
- Pela a Gula, o que é?
- Como vai ser lá.... nas lembranças?
- Uma sala de cinema.
- Sério?
- Misericórdia. – disse fechando a porta, e eu caindo de novo na escuridão do mar.
Dessa vez tinha mais alga do que o normal, então terra firme, sai de dentro de um
arbusto, vendo uma casa muito sofisticada e aparentava ser antiga, tipo, bem antiga mesmo.
Sua parede era de cor marfim velha, e sua porta de madeira com detalhes dourados.
- Alasca! – escutei a voz de Sebastian, então olhei para trás, e lá estava, branco, alto,
magro e musculoso, com olhos castanhos escuros e cabelos pretos cintilantes.
- Titian! – Quando olhei, uma criança de cabelo ruivo escuro corria em direção ao
colo de Sebastian, bom, na verdade eu que corria.
- Panquecas?
- Com bastante chocolate. – Disse nós duas juntas. Então meus olhos encheram de
lágrimas, e por um momento, senti saudades de Sebastian.
- Certo. Vamos lá, cadê a tia Linda.
- Celinda, ah, eu a chamava de Tia Linda. – Então Sebastian entrou na casa.
Me aproximei da janela e vi eles três, quer dizer, nós três, era nós contra o mundo.

***

Alessa se acordou com um calor, como se estivesse em chamas, e quando abriu os


olhos, viu Mark aninhado em sua cintura, sem blusa, tinha a cabeça em cima de seu peito, os
cabelos estavam bagunçados, e ela sorriu. Se recordou da noite anterior, a melhor noite dela até
agora, tentou se levantar, mas os braços de Mark arrodeavam seu corpo, a deixando presa a ele,
mas o corpo dele era muito quente, e ela já estava ficando suada, então tentou sair, e quando
conseguiu, anotou a seguinte informação : Mark tem sono muito pesado.
Estava tomando uma ducha quando escutou Mark chamando, com uma voz de sono.
- Alessa?
- Mark?
- Ok, é... são que horas?
- Eu não sei.
Mark foi até o celular em cima da mesinha do lado, e eram dez e quarenta e seis, e deu
um pulo da cama quando lembrou que tinha um monte de coisas para fazer, quando Alessa saiu,
e se assustou por que ele estava, mas apressado do que o normal.
- O que aconteceu? – perguntou Alessa.
- São 10:46, se pá 10:47.
- E?
- O perímetro de hoje é nosso. – disse Mark, fazendo Alessa, também se apressar.
- Que droga. – disse correndo para o guarda roupa para pegar suas vestes.
- Eu sei, e ainda tenho que ver Alasca, saber como está. – disse colocando a bota.
- Certo, você olha a Alasca e eu ... – disse colocando a mão na toalha que estava
amarrada na cintura, quando lembrou de Mark, que olhava para ela, assustado com o que ia
acontecer, então os dois se viraram e olharam um nos olhos do outro. Alessa pensou, “certo que
estou de lingerie rosa e acabo de tirar a toalha da parte de cima do meu corpo, na frente do
garoto que amo, sabendo que estamos atrasados, certo, tudo bem, não surta, o objetivo é roupa,
cabelo, e porta vai ser fácil” disse para si se virando lentamente para o guarda roupa, pegando a
blusa preta, então se virou quando bateu de frente com Mark. Sem fala. Sem palavras. Mark só
observava a renda de seu sutiã rosa bebe descendo do ombro até seus seios. Ele tocou a parte de
cima do ombro de Alessa tocando a renda.
- É linda. – disse olhando para a renda, e logo após para Alessa. – Você é linda.
- Obrigada. – Sussurrou Alessa, olhando nos olhos de Mark. Então os dois se
aproximaram o bastante para a respiração de um ir ao pulmão de outro, quando suas bocas
entreabertas quase se tocaram, veio a voz de Drussila na porta.
- Alessa! Pelo o anjo, diz que estar aí. O Mark sumiu e precisamos de alguém pra abrir
o sistema da cidade, por que se for eu, eu quebro ele, e junto os cacos pra socar no orifício
circular corrugado dele.
Então Alessa riu baixo, e Mark revirou os olhos.
- Certo, eu já estou indo. – disse Alessa, olhando para ele novamente.
- Ainda bem.
Então eles escutaram os passos de Dru saindo, e seus passos eram pesados de raiva.
- Parece que alguém vai perder a virgindade, não é mesmo? – disse Alessa rindo.
- Não enche. – disse Mark sorrindo. Então os dois riram juntos.

***

Eu caí novamente dentro das águas escuras, então parei no meu quarto de quando
tinha 7 anos. A cama e o papel de parede eram rosas, os outros utensílios eram de outras
tonalidades de rosa, e branco. Quando vi, eu estava dormindo na cama, o que a propósito,
acho que tenho uns 11 anos agora. Isso fez me lembrar das noites em que Sebastian ia até meu
quarto e lia para eu dormir. Escutei vidro quebrando e fui para fora do quarto, quando escutei
de novo o estrondo do vidro, então segui o som, que me levou até o porão. Quando cheguei lá
eu me assustei horrivelmente, ao ver frascos de vidros com líquidos de diferentes cores, e
Sebastian os misturando em um mesa velha, e toda vida que explodia ele ficara furioso, então
ele me viu, e no mesmo momento que pôs os olhos em mim, eu corri, mas ele chegou e pegou
meu braço, logo em seguida sua mão passou direto, como se eu fosse uma fumaça. Olhei
novamente e vi que era a mim, com onze anos que ele havia pegado.
- Titian, o que está acontecendo? – ela perguntou a ele, ofegante e com medo.
- Titian vai precisar de sua ajuda. – disse Sebastian sorrindo para ela, um sorriso
muito desconfortante.
- Com o que?
- Venha comigo. – Então Sebastian a puxou pelo o braço, quando o meu braço doeu
também. O segui, com medo do que estava acontecendo, quando cheguei nos fundos do porão,
Sebastian me jogou na cadeira de couro.
- Fique aí! – disse ele com os olhos negros, enquanto a mim, sentada na cadeira,
chorando, mais eu mesmo, estava de pé assistindo. Ele começou a mexer em vários vidros e
misturar, quando sobrou somente dois, ele olhou para mim, sentada na cadeira. – Vamos. –
Disse, enquanto acorrentava meu corpo e logo após fixando minha cabeça na cadeira, com
uma coleira de coro grosso. Eu senti que estava presa, que não conseguia me mexer de jeito
algum, mesmo ainda de pé. Sebastian foi até a mesa que tinha vários... poções, acho que sim,
poções, colocando em uma seringa, um liquido que era esverdeado, próximo da cor esmeralda,
quando terminou se virou e olhou sorrindo para mim, na cadeira. Nesse momento meu corpo
todo se tremia, e se colocava sob ataque, tudo estava tenso, todos os músculos, todo o corpo
tentava se proteger do que estava por vir.
- Sebas...Se...bastian... por favor, para de me assustar. – Eu dizia chorando e soluçando
com medo.
- Não vou lhe assustar, eu vou cuidar de você. – Disse ele avançando lentamente e
sorrindo, como se gostasse do que estava assistindo.
- Vai doer? – eu perguntava chorando mais ainda.
- Juro que não. – disse ele chegando perto do meu corpo, que tremia, então ele
levantou a mão, em direção ao cacho que estava na frente de seu rosto, talvez para colocá-lo
atrás da orelha. – Eu nunca machucaria você. – Então ele injetou a seringa no seu braço
direito, correndo e rindo em direção a porta de saída.
- SEBASTIAN! -Então eu caí no chão de joelhos gritando. A dor era indescritível, era
amarga, violenta, de chicotes por todo o corpo, sugava todo o meu senso de local e espaço,
meus olhos se esbugalhavam, e eu gritava, como se alguém fosse me resgatar, o desespero era
tremendo, e no chão, presa ao nada, e ela presa na cadeira, eu gritava de dor, e ela também
gritava. Era como arame farpado por dentro do meu corpo, meu sangue queimava, minhas
veias estavam estufadas para fora, e meu sangue fora vermelho, agora era verde. A dor não
parava, eu já estava ficando sem consciência e o eu da cadeira também.
Eu gritava da cadeira tentando me soltar, quando Sebastian entrou e me viu na
cadeira, ele começou a rir de mim, se agachou e ficou cara a cara comigo.
- Como é a dor? – ele perguntou com um sorriso fechado.
- Queima. – Eu falei com um olhar de suplica para a imediata libertação.
- Ah, queima? – ele perguntou debochando.
- Sebastian. Eu imploro.
- Pelo o visto deu certo, agora fica mais fácil. – Ele disse ajeitando a coluna e
cruzando os braços.
- Pelo o Anjo Sebastian...
- Nunca fale de Haziel, na minha frente. – disse enforcando nos duas, e eu nesse
momento não só implorava ser liberta, como ter ar. Então soltou e se virou para pegar um
caule de planta, e o observou. – Então queima né?
Eu tentei me virar, com o sangue ainda fervendo, quando levantei a vista para um
espelho, meus olhos estavam negros, totalmente negros, e eu me assustei, com o que via.
- Está vendo essa banheira, ela está cheia de água com essa plantinha linda dissolvida
nela, e eu vou pegar você e jogar aqui dentro, até porque se apaga fogo com água não é
mesmo.
Enquanto ele falava eu me virava para olhar a banheira. Quando ele olhou para ela, e
a destrancou, fazendo todo o meu corpo também ficar mais livre, e agora estava queimando um
pouco menos, mais ainda doía, então ainda deitada, me levantei e apoiei meu corpo nos
braços.
- O que ele injetou em mim, que doí tanto? Pelo o anjo...ah. – Eu dizia.
Ele pegou o corpo dela e colocou de joelhos na frente da banheira.
- Mais o que... – Ele pegou a cabeça dela e afogou na banheira.
Então a dor explodiu no meu rosto, e eu tentava arrancar com minhas mãos, arrancava
meus cabelos, e toda minha boca por dentro queimava, como se estivesse em carne viva, e saía
água de sangue da minha garganta. Quando tirou a cabeça, ele olhou para ela cuspindo
sangue e disse:
- Seu ponto fraco, é Kinabalu, orquídea.
Então ela olhou para ele, com os olhos tomando o negro de volta.
- Alasca...
Então ela gritou explodindo tudo de vidro, fazendo Sebastian se encolher. Quando a
explosão terminou, Sebastian, colocou a mão na água e molhou meu rosto, me fazendo gritar
de dor.
- Vamos conhecer seu novo quarto. – Ele a pegou no colo e a levou até um quarto que
tinha do lado da porta do porão, cinza, ele abriu e me colocou lá dentro.
- Sebastian, me tira daqui. ME TIRA DAQUI EU NÃO FIZ NADA, POR FAVOR... – Eu
gritava e chorava, batendo na porta.
- Cala a boca, você nunca vai ser ela, você é só uma submundana agora, destinada a
morte.
Eu olhei de dentro do quarto para mim, que lutava para abrir a porta, que perguntava,
que chorava, que suplicava por liberdade, e que não conseguia.
- Ele me torturou. – Então eu me sentei na cama dura do quarto cinza que estávamos e
comecei a chorar. Enquanto ela tentava de todas as formas sair, eu tentava de todas as formas,
não pensar que tinha sido torturada pelo o próprio irmão.

***

Missão era yoga para Mark, tirava sua atenção das outras coisas, como a noite passada e
Alasca.
- Foram ver como Alasca estava? – perguntou Mark entrando no carro, junto de Livvy e
atrás Sunn, Zara e Cristina.
- Ah! Eu fui, ela tá bem. – disse Sunn, colocando o cinto.
- Certo, vamos matar alguns demônios. – disse Mark dando partida.
Mark pensou que o caminho fosse demorado, até por que o Instituto ficava próximo a
praia no Tuna Canyon Par, e missão era em uma das ruas do Garden Park, então seria bem
demorado.
- Essa 405 nunca acaba. – disse Sunn.
- Eu vivo me perdendo nela, nã. – falou Cristina.
- Eu odeio andar, nela, ainda mais quando é nos fins de semana, que o trânsito é
horrível.
- Os mundanos devem pensar que somos rebeldes. – disse Zara rindo, e todos nós
também rindo. – Mark, você já levou multas.
- Oh, querida. Eu sou Toretto de Velozes e Furiosos, ok?
- Tá bom. – disse Cristina rindo da situação.
- OLHA GENTE, ALI! – gritou Sunn.
- O que? - Perguntou o Mark.
- Ali! – Apontava a direção da rua que Mark entrava.
- O que tu tá vendo Sunn? – perguntou Livvy com a cabeça fora da janela.
- O fim da 405, amém. – disse Sunn rindo.
- Porque sempre é ela mano. – disse Zara com cara de raiva.
- Idiota. – falou Mark, rindo.
- Como é mesmo que a Zara nos ensinou, lá do Brasil Zara. – falou Livvy estralando os
dedos, tentando lembrar.
- Atira play? – disse Zara confusa.
- É isso daí mesmo. A gente vai fazer contigo viu. – disse Livvy apontando da cadeira
da frente para Sunn, e Sunn parou de rir.
- Se faça de doida não viu. – disse Sunn fazendo seu bico de indignada.
- E... chegamos. – disse Mark estacionando o carro, e logo após desligando.
- Mark, só eu acho estranho, ou não devia ter demônios em Beverly Hills, no meio de
uma praça pública? – disse Zara enquanto descia do carro.
- Eu também acho o mesmo. – disse Sunn pegando sua lâmina serafim e colocando-a na
cintura.
- De qualquer forma, fiquem atentos a cada detalhe. – disse Mark dando partida a
missão.
Eles então seguiram até o parque. Sol estava bem quente, como de costume. O parque
sempre estava cheio, cheio de várias pessoas de todas as cidades, e tinha também o comercio
que atraia os estrangeiros, então ele olhou e a partir daquilo o Mark sentiu receio. Havia uma
roda gigante e uma fila gigantesca, então Mark conseguiu remontar o plano.
- Olha, vamos nos separar.
- Eu acho uma boa ideia. – falou Livvy olhando pro alto da roda gigante.
- Certo, Sunn e Zara vão para a Dr. Canon, que fica no final da praça, ok?
Então elas concordaram e foram em direção à rua que Mark havia dito.
- Cristina e Livia vão para perto Public Art na Park Way, ok? – Então elas saíram
andando, quando Cristina se virou.
- Ei, Chris Evans, vai ficar aqui sozinho? – perguntou Cristina colocando a mão nos
olhos, por causa do sol.
- Vou ficar de olho na roda gigante. – Ele respondeu.
- Se cuida! – disse Livvy.
- Pode deixar! – disse ele enquanto elas se viravam e iam até a Park Way.
Mark foi até a roda gigante e começou a observa, cada detalhe, centímetro, e pessoa,
quando olhou para o lado e viu um casal indo em direção a roda gigante, muito felizes. Saudade
da Alessa, pensava Mark.
- Oi gatinho.
Quando Mark escutou e olhou para o lado, ele viu uma garota da pele bem branca, com
seus cabelos negros e grandes, vestia um short e uma camiseta de alcinha branca, e acima do seu
peitoral, estava escrito “no bitch”.
- Olá.
- Eu dou muito valor brinquedos assim. – disse ela apontando para a roda gigante.
- Eu também gosto. – disse Mark se lembrando do dia em que Alasca, vomitou lá de
cima da roda.
- Sabia que você é muito lindo. – disse a garota.
- Obrigada. – respondeu amargamente.
- Mark! – escutou a voz de Livia gritando, então olhou para o lado rapidamente.
- Corre! – gritou Livvy do outro lado da roda gigante.
Então Mark se virou e viu a garota, que era linda a propósito, não mais que a Alessa, se
tornar um metamorfo. Correu o mais rápido que pode para a Park Way se encontrando Cristina,
Sunn e Zara que também corriam. Eram quatro metamorfos. Metamorfos tem o poder de mudar
sua aparência, porém o mais estranho é que eles estavam extintos.
- Pelo o Anjo, Mark. – disse Cristina, já com a espada na mão.
- Metamorfos, são raros. – disse Mark virando em um beco sem saída.
Então surgiu Livvy com seu chicote, matando um deles, se colocando do lado dos
outros.
- VAI! – gritou Mark.
E de costas para o meio, pularam e atacaram.

***

Eu surgir de novo em outra lembrança, e nessa eu estava sentada na cadeira da


penteadeira, do quarto rosa, vestida em um vestido lilás, e meus cachos estavam molhados,
suponho que ainda tenho onze anos. Estava séria, quando escutei baterem na porta e abri-la,
era Sebastian.
- Já sabe como vai ser se não se comporta. Dois quartos. Boazinha no Rosa, Má no
Cinza.
Então eu confirmava e ia até ele, quando me virei de costas, eu estava em uma festa de
aniversário, quando me vi conversando com um garoto.
- Então Peter, o que vai fazer amanhã? – Eu perguntava com um olhar esperançoso.
- Vou na sua casa. – Ele disse, e eu fiquei séria imediatamente.
- Não pode.
- Ah, Alasca, eu vou, e vou escutar A-ha sozinho. – Ele disse apontando para mim com
as sobrancelhas levantadas.
- A, mais não vai mesmo.
- Vou sim.
Então eles dois riram. E eu senti, uma sensação estranha, como se tudo fosse mais
colorido, eu precisasse sempre cuidar dele, e ele de mim.
- Alasca. – Escutei das minhas costas, e fui parar no Salão Cerimonial de Idris. Como
assim? Eu não...
- Onde Fores, Irei...
O que?
- Onde morreres, morrerei, e lá serei enterrado...
É... sou eu e o Peter... eu... eu tenho um parabatai? Meus olhos estão encharcados.
- Que o Anjo o faça por mim, e ainda mais, se qualquer coisa além da morte nos
separar.
Os Irmãos do Silêncio faziam a Cerimônia Parabatai, eles eram Shadowhunters
evoluídos. Nós dois viramos de costas para o Irmão do Silêncio que ficou responsável por fazer
a runa parabatai, então elevou sua estela e fez a runa no ar, que se separou e foi aos nossos
ombros, e logo em seguida eu senti minhas costas queimarem. Quando me dei conta, lá estava
a runa. Chorei de alegria, bom, nós duas. Eu não acredito, eu tenho um parabatai, meu Haziel.
- Peter. – Eu olhava para ele sorrindo.
- Alasca. – Ele falou retribuindo de volta.
Então eu abri a porta do Salão para sair, e encontrei um espelho, me virei de costas e
vi a runa, no meu ombro direito. Eu não acredito. Eu tenho um parabatai;

***

Quando todos chegaram ao Instituto, Cristina subiu para dar a missão como concluída
na sala do diretor, pai de Mark, Robert Lightwood.
- Diretor. – Cristina chegou até a porta da sala, e colocou as duas mãos para trás,
demostrando respeito.
- Cristina Mikaelson. – disse o diretor se levantando da cadeira. Ele não era tão velho,
muito menos sua esposa, mãe de Mark, Diana Lightwood. Eles dois eram muito lindos, ela
morena, sempre de batom nude, com vestidos muito bem formais, e ele sempre de terno com
sua expressão de superioridade. – Pode entrar.
- Vim para dizer que a missão dada pelo o senhor em Beverly Hills, foi concluída, com
ótimo sucesso, ninguém machucado.
- Certo, amanhã eu quero Alasca e Mark no perímetro da praia, demônios marinhos
estão aparecendo. – disse ele, logo após de engolir em seco.
- Desculpe Diretor, mais nem está na época de eles aparecerem ainda e...
- Eu sei, Cristina, eu também estranhei, mais pedi para Emma Dearbon e Kit Herondale
resolver essa missão, que foi de urgência no momento, e eles também se saíram muito bem.
- Herondale né?
- É... – Então ele riu. – Como disse eu quero Alasca e Mark no peri...
- Sinto muito Diretor, mais não vai poder contar com Alasca. – disse Cristina, com o
desejo de se dissolver no ar nesse exato momento.
- Por que não?
- Ela está nas limpezas das armas. – disse Annabel surgindo atrás de Cristina. Nós nos
olhamos.
- Alasca não limpa armas. – disse o diretor ficando sério, e desconfiando.
- É, mas ela pegou uma doença aí, e como sempre não quer se cuidar, nem ficar quieta,
pra se curar logo, sabe como é a Alasca... – disse Annabel rindo, para deixar a situação mais
desconfortável.
- Ok então, fique com ele no perímetro Cristina. Certo?
- Certo, eu fico.
Então nos duas saímos da sala.
- Essa foi por pouco. – disse Cristina voltando a respirar.
- Foi mesmo, eu que salvei, de nada. – disse Annabel se amostrando.
- Valeu mesmo.

- Eu estou com saudades sabia? – disse Livvy, no quarto de Alasca, fazendo o mesmo
dos outros dois dias que ela passou dormindo. Levando comida, limpando-a e conversando é
claro. - Dois dias mana, você vai se acorda com uma fome do caralho. E a propósito, Mark e
Alessa estão bem, eu sei que eles são a sua vida..., mas eles estão evoluindo, por que agora estão
mais próximos. “É gay e foda-se” diria agora. – Livvy então se virou pra pegar o pano molhado
e limpar o corpo de Alasca. Ela limpou ele todo e então chegou à parte dos braços. Quando
levantou um, e não acreditou no que viu.
– Mark! Mark! – ninguém respondeu. – Aí mais que merda. – Reclamou.
- Livia a gente tem... – brotou a Dru.
- Dru, olha isso aqui. – disse Livia, então Dru se aproximou.
- É o que? – Dru estava confusa. – Que porra é essa?
- Eu... – disse Livia tocando a runa.
- O Mark vai surtar. -disse Dru abrindo mais os olhos devido a surpresa.
- O que eu vou dizer pro Mark?
- Eu não sei. – disse Dru, balançando a cabeça como “não”.
- Me sinto honrado por lhe receber aqui Clary Fairchild, sinta-se em casa. – disse Mark
acomodando Clary no salão de acordos.
- Obrigada.
- Então, pois é...eu, peço desculpa por ter sido uma emergência eu...
- Não, tudo bem, mais o que aconteceu?
- Ok, vamos lá.
Mark explicou para Clary sobre o que o irmão tinha feito, e Clary não acreditou quando
soube da fuga de Sebastian. Gardy sempre foi o local mais protegido no mundo das sombras.
- Ele deveria estar preso, eu... eu peço perdão por toda a bagunça, por terem machucado
alguém e... – disse ela se sentindo culpada.
- Não se culpe, mas te chamamos também, por outro motivo.
- Tudo bem.
- É...
Então ela olhou para ele, tentando entender o que Mark dizia, mais Mark estava todo
nervoso e se embolou todo na hora de contar.
- Mark, ok.... respira, vai ficar tudo bem. – disse tentando acalmar Mark.
- Ok, calma, é... – Então ele olhou para baixo e fechou os olhos. – Você tem uma irmã.
Então ela parou e olhou fixo para ele, assimilando o que Mark havia dito.
- O que?
- O nome dela era Alasca Clouente, mas quando seu irmão apareceu ele disse que sentia
saudades da irmã, e logo após, ela apareceu dizendo ser Lilian Mongerstein. Até agora não
temos provas, só temos o que ela falou em alto bom tom, para todos escutarmos.
- Eu...tenho uma irmã.
- Desculpa, eu não tinha ideia de como dizer isso. Eu... – falou Mark ficando mais
nervoso do que já estava.
- Irmã... eu sempre quis uma irmã – disse Clary olhando para frente com os olhos
lacrimejando. Quando se levantou rapidamente.
- Onde ela está?

***

Nessa lembrança eu estava trancada no quarto cinza, chorando e tinha hematomas por
todo o corpo, quando me aproximei, eu senti uma chicoteada nas minhas costas, e gritei de dor.
Até que veio outra, e outra, e outra...e só parou depois da décima.
Quando olhei para meu corpo ele estava todo marcado por chicote, o corpo de nós
duas estava destruído, por dentro e por fora. Eu a vi se levantar, seu corpo ficar negro e seus
olhos também tomar o tom de preto, e suas runas brilharam em dourado reluzente sobrevoando
o chão, com um vento forte ao seu redor, até que tudo se explodiu.
Quando minha visão levantou, ela era só poeira e caos, tudo estava destruído,
quebrado, amassado e eu não conseguia ver a pequena Alasca em lugar algum, até que eu me
lembrei de Celinda e Sebastian.
- Não... Linda acordar... por favor...- eu a escutei chorando no meio dos destroços
então me levantei sem acreditar. Celinda... morreu.
- mãe... mamãe por favor... me perdoa... ME PERDOA!
Quando eu vi, todos os tijolos e poeira estava sobrevoando o chão, e as arvores
estavam secando. Destruição. “Tu és a destruição ou o recomeço”.
- Eu sou a destruição. – eu disse.
Então eu cair no mar de novo, mais dessa vez foi diferente, eu fiquei por um bom
tempo, até ver todas as minhas lembranças de uma vez só. A primeira vez que ele me bateu. A
primeira vez que vi Celinda, então apareceu uma, e nessa eu estava nua na cama, e Sebastian
pegava no meu corpo, então eu fiquei enjoada e gritei, e veio outras, todas em cima das outras,
e muitas informações, todas de uma vez, até que eu vi uma garota ruiva, eu lutava com ela,
estávamos nos divertindo, quando surgiu uma mulher por um portal dizendo que Valentine
nunca tocaria nela novamente, por mais que fossemos irmãs. Irmãs? Que merda é...
Parte II
Duas são o bastante

- O que aconteceu com ela? – perguntou Clary.


- Ela está em sono profundo, devido as lembranças que está recuperando.
- Ok, você já me explicou isso, sobre as lembranças, que estava no domínio de fadas...
mais por que estavam no Reino Seelie?
- Alasca nos disse logo após a visita dos guardas da corte, que enquanto fugia, ela foi
sequestrada por fadas ignorantes... eles a fizeram mal, eles... – então Mark gesticulou tentando
explicar.
- A torturaram. – disse Clary olhando para ela. E tocando seu cabelo cacheado ruivo
escuro. – Temos a mesma cor.
- Ela tem a Rainha da Corte Seelie como mãe.
- Como? Como o que?
- Ok, pode parecer estranho mais, elas duas realmente se amam e ela tem um olhar
muito maternal para Alasca, até porque ela acobertou sua fuga.
- Não entendi, acobertou?
- Para todos, ela havia fugido, mais a Rainha deixou.
Clary não parava de olhar para Alasca deitada na cama. Pensava sobre como após 22
anos, nãos sabia que tinha uma irmã.
- Ela tem quantos anos?
- 16. – disse Mark.
- 16 anos... sem saber que eu tinha uma irmã... sinto muito Alasca. Muito mesmo. E por
mais que não nos conheçamos, eu quero estar aqui quando você acordar.
Clary pensou como seria sua vida se tivesse crescido com a irmã, e como seu destino
seria diferente, como ela teria sido feliz e não ter passado por tanta a coisa e ter vivido sua
idade. Seus olhos encharcaram, enquanto os pensamentos cresciam mais ainda.
- Vamos Clary.
- Vamos? Como assim “Vamos”? Eu tenho uma irmã, não estou raciocinando direito.
- Sei que é estranho, e não faço ideia de como se sente, mais não podemos ficar muito
próximos dela.
- Eu sou irmã dela.
- Por favor... Clary...
- Por favor digo eu, eu preciso ficar sozinha, com ela, pra eu saber raciocinar sobre tudo
que sei e escutei.
- Mais não pode ser nessa sala. – disse Mark demostrando reprovação.
- Bom, reformulando a minha fala anterior. Eu quero ficar sozinha... com ela, eu estou
preocupada, eu estou ansiosa, eu...
- Clarice! Eu também estou, mais ainda tem muita coisa que você não sabe sobre ela, e
uma delas, é que esse não é o momento adequado para se estar próximo dela, é perigoso.
- Perigoso?
- Por favor, vamos só sair da sala.
- Ok, mais desse instituto, eu só vou saí quando ela se acordar.
Então ela saiu batendo seus pés, em direção a porta, indo para a esquerda, jogando seu
cabelo ruivo, e o Mark foi até a porta, se despendido de Alasca, e a trancou, correndo em
direção a Clary.

Alessa acabava de se acordar, e continuava com pouca dor no corpo, então se levantou e
tomou uma ducha, quando saiu, se surpreendeu com os gritos das garotas, que estavam todas em
cima de sua cama e Cristina deitada no chão.
- Loucas!
- Aí, obrigada. – disse Livia jogando os cabelos para trás.
- O que vocês estão fazendo aqui? – eu perguntei colocando minhas roupas na cama.
- Boa pergunta, vamos lá garotas... – disse Cristina, se levantando e as meninas
formando uma fila, uma do lado da outra.
- 1. 2. 3.
- Somos meninas curiosas! – gritou Livia colocando a mão para cima.
- SIM! – todas responderam.
- E O QUE QUEREMOS?
- UM BOY! – gritou as meninas.
- QUEM TEM O BOY? – gritou Livia, jogando os dois braços pra cima e se agachando.
- A ALESSA! – gritou as meninas, com braços para trás.
- E O QUE QUEREMOS? – gritou Livia se virando para o restante das meninas.
- SABER DE TUUUDOOOOO. – gritou todas em direção a Alessa que tampava os
ouvidos e fazia careta.
- AEEEEE. – gritou Sunn se jogando na cama.
- UUUHUUUUL. – e logo em seguida Zara também pulando.
- Ok, sentem-se.
Todas sentaram, e Alessa ficou a frente delas, como se Alessa fosse contar histórias
para dormir.
- Ele estava muito mal, e dormimos juntos. Pronto.
- Alessa... – chamou Cristina enquanto se arrumava no próprio lugar.
- Oi.
- Não adianta eu dizer como fazer um hambúrguer, dizendo que são dois pães uma parte
em cima e outra em baixo.
- Então um bora, vomita a alface. – disse Livvy, colocando a mão no queixo.
E todos concordaram e esbugalharam os olhos para Alessa.
- Olha gente, ele foi super carinhoso e atencioso e... – Alessa sorriu enquanto procurava
palavras.
- Vocês transaram? – perguntou Sunn pulando em cima da cama.
- Não!
- Ah, por Haziel. – disse Cristina se levantando.
- Alessa, não acredito... – disse Livvy saindo da cama e indo em direção a porta.
- Eu acreditei, juro que pensei por um instante que... aggrrr... – disse Tessa.
Então todas saíram do quarto sem mais nem menos.
- Gente...

Despertada

O quarto estava vazio e após quatro dias, o corpo de Alasca era magro e branco, e nada
se mexia, nada além de sua caixa torácica. Sua pele cinza e vazia, trazia uma imensidão de dor e
sofrimento, pois além da tortura das fadas, agora era filha de um demônio e do Shadowhunter
mais odiado da história do Mundo das Sombras, molestada e maltratada pelo o próprio irmão
sem controle dos próprios poderes.
Ela voltava aos poucos, até que os olhos abriram.
E todas as cicatrizes que antes não tinha por suas lembranças terem sido retiradas, agora
estavam lá, e elas gritavam seus momentos e dores, que por mais que fechadas doíam. Todas
lembranças de dores, e torturas, todas gritavam ao mesmo tempo. Alasca gemia de dor, e
tentava ficar sentada mais não conseguia...era dor, dor e dor. Com suas unhas ela rasgavam a
garganta tentando gritar, e a dor se comparava com a morte mais lenta, então sentiu fogo na
barriga, e queimou feito brasa, e sentiu frio, como congelada a anos no mais profundo Atlântico.
Até que sessou, e ela parou com os olhos arregalados para o teto, gritando com a voz
rouca. Seu corpo se batia, ao receber todo o poder, até que caiu no chão, mais não totalmente.
Paralisada, ela levitou o chão chorando e gritando mais não conseguia se mexer. Lançou-se a
parede e voltou a tremer todo o seu corpo, como em uma convulsão, até que seu corpo chegou
ao teto, e começou a ficar negro e seus olhos intercalavam o cinza, o preto e o dourado, e suas
runas cintilavam o dourado, até que ela parou e quebrou tudo que havia no quarto dando início
ao um incêndio que veio de suas costas.
Levitou até a parede de vidro, sem encostar os pés no chão. Ela olhou para o mar, que
por mais profundo, durante a noite triplicava sua escuridão, então tocou o vidro, o tornando
areia, e se entregando a noite.
E o quarto foi tomado pelo o fogo.

***

Alessa se acordou escutando gritos, mais pensou ter sido sonho, então olhou para a
porta e sentiu um calor, ao ver fumaça entrando pela a brecha da porta, viu Cristina abrir a
porta.
- Alessa, o Instituto tá só a fumaça, parece até clipe do Snoop Dog. – disse Cristina a
entrar no quarto.
- Mais o que aconteceu? – disse ela se levantando e indo até a porta e as duas ficando no
corredor.
Quando viram todos estavam com a cabeça de fora do quarto.
Então apareceu o diretor do instituto furioso andando pelo o corredor, e indo até a sala
de controle, e nós o seguiu. Chegando lá tudo estava vermelho, junto do sinal de invasão e
incêndio.
- Preciso da ala Oeste coberta por 15 dos nossos, 20 no Norte, e 15 no Leste, agora!
- Alessa! – gritou Dru, fazendo Alessa ir até ela. – E a Alasca? Ela estava lá!
- Ei, vocês! – gritou o diretor.
Todas nós olhamos para ele.
- Façam suas runas de proteção e vão para o Salão de Acordos! AGORA!
- Certo! – e ele saiu andando e nós voltamos para a tela.
- Ela está trancada no último quarto da enfermaria do sexto andar.
- Espera. – Tessa se aproximou da tela e digitou os códigos da câmera do quarto de
Alasca, e pelo o que viam, ela não estava mais lá.
- Chama o Mark! – gritou Alessa.
- Não sabemos onde ele está! – disse Sunn passando com Annabel e Zara para ala Oeste
do Instituto.
- Tessa e Drussila procurem pelo o Mark! – e ela duas foram em direção aos quartos
para procura-lo.
Correria no Instituto deixava Alessa muito nervosa, mais tentou ver o que aconteceu
antes do fogo tomar conta do sexto andar. Procurou em todas as câmeras e nenhum sinal de
fogo, até que entrou na câmera 1507, a de Alasca.
- Por Haziel, o que é... – O corpo de Alasca era negro no teto do quarto, e queimava. Ela
tinha dado início ao incêndio. E fugiu.
Alessa então correu atrás de Tessa e Dru e se batia com vários que corria na direção
adversa a dela, até que se bateu com elas.
- O MARK TA DESMAIADO NO QUARTO, O DELE ERA O MAIS PRÓXIMO DO
FOGO!
Então corremos, e quando chegamos, havia fogo e fumaça por todo os lados.
Alessa logo fez uma carta de fogo, avisando que o quinto andar estava sendo tomado,
logo após ela pegou sua estela e fez uma runa de ar e proteção, indo até o quarto de Mark.
Ao chegar viu o corpo de Mark na área desmaiado, e foi até ele, passando e pulando o
fogo, e quando chegou até ele, viu seu braço queimado.
- MARK! Meu amor, olha pra mim! Acorda por favor! – Alessa tocava seu rosto,
quando lembrou que estava com sua estela e fez uma runa no seu peitoral de reposição de ar e
cura. – Ok, precisa me ajudar ok? – ele só murmurava, não conseguia abrir os olhos. – Eu vou te
levantar, em um...dois. e três! – então eu o coloquei em cima de mim, para leva-lo para longe do
fogo, mais quando chegou na metade do caminho, não aguentou, e o colocou no chão chorando.
– Amor, por favor, me ajuda, acorda... – então sua cabeça em seu peito, chorando e tossindo,
lamentando e se culpando. – Me perdoa... Mark, eu te amo, fica aqui. – Até que o teto começou
a desmanchar e fogo só aumentava e Alessa já estava tonta. Pensou em fazer as mesmas runas
que fez em Mark mais não estava achando sua estela. Então se encolheu deitada ao lado de
Mark, e fechou os olhos tentando respirar. Alessa viu algumas pessoas lutarem contra o fogo e
sentiu uma enorme ventania, até que apagou nos braços de alguém.

***

Mark abriu os olhos e estava na enfermaria, deitado, e confuso, não conseguia lembrar o
porque de estar ali. Ao olhar pro lado, viu Alessa dormindo na poltrona, e Alasca perto da
parede de vidro.
- Alasca. – Quando ela se virou e me viu acordado, seus olhos se arregalaram, então ela
saiu do quarto – Alasca!
- Ei, ei... calma... – então viu Alessa, colocar a mão nos seus ombros o empurrando de
volta a cama. – A Alasca não está aqui.
- Estava, sim, ela estava aqui e saiu... – disse Mark sentindo o peso do corpo e
concluído que não conseguiria se levantar.
- O que? – Alessa o olhou confuso e então olhou para a porta.
Mark viu Alasca na porta e a chamou novamente.
- Mark! Não tem ninguém na porta!
- Tem sim! É ela... – dizia Mark. Então ela se dissipou. Fugiu de novo. Por que ela não
ficou? – Alessa, era ela, porque ela não ficou. - Disse se apoiando nela e se sentando.
- Mark você está delirando.
- Não, era ela... eu sei que era.

Alasca estava no seu quarto de quando adolescente, e o amava, seu teto era floral, e as
cores da cama era de preto e cinza, a lado dela vinha seu armário, era só um pau redondo de
madeira, preso a parede, tudo no Reino Seelie era ecológico, na área de seu quarto, que ficava
em um dos andares mais altos da torre da Rainha, tinha uma porta de vidro, e lá fora uma área
com vista para o Oeste do reino. Alasca estava sentada com os joelhos no peito em frente a
porta, ela ainda não havia comido, já era cinco dias sem nenhum tipo de alimentação.
Seu corpo estava seco, e cinza, seus olhos murchos e tristes, e seus cabelos sem vida,
ela se sentia em decomposição, como se morrer não fosse necessário para se sentir morto.
Alasca tinha vários pensamentos negativos, de culpa á ódio, de tristeza a remorso. Nada mais
fazia sentido para ela. Ela havia se perdido dela mesma, não acreditava no próprio passado, e ao
se olhar no espelho, só tinha vergonha e medo, medo do toque...dos outros, dos seus poderes, de
machucar alguém. Por mais que tentasse, as lembranças penetravam todas as torturas, como se
derramasse sangue de demônio, permanentemente em suas feridas, grandes e agora...abertas.
- Alasca. – Chamou Merissa, da porta de seu quarto, mais Alasca não respondia, ela só
sabia olhar pro lado de fora de seu quarto, sentada no chão frio. – Eu vim deixar sua janta. –
Então ela entrou e foi até a mesa, e em cima dela estava o almoço intocado, como foi a comida
da manhã e a janta do dia anterior. – Alasca... precisa comer. – Merissa disse com um aperto e
com os olhos marejados. Ela nem se quer se virou para olhar para ela. Então saiu do quarto.
- Não posso vê-la se auto torturar, por causa do passado... – Então Merissa pensou e
teve uma ideia. – Kyle! Daniel! – disse ela chamando os seus guardas.
- Rainha.
- Preciso que cuidem de Alasca para mim, pois vou sair, e vou demorar. A alimentem,
tentem faze-la se levantar do chão frio, mais não toquem nela, e nem cheguem perto, ela está
fora de controle, qualquer coisa a faz explodir
- Perdoe-me o questionamento, mais onde vai a Majestade?
- Vou até o Instituto de Los Angeles.
- Vai falar com aqueles caçadores de sombra?
- Sim, por que? Algum problema? – perguntou com o olhar fixo nos de Kyle,
esperando-o engolir a própria pergunta.
- Eles mataram vários dos nossos, eles são ignorantes.
A Rainha colocou suas mãos a direção de Kyle e o lançou contra a parede de rosas
vermelhas, e com ódio na voz disse secamente.
- Nunca mais ofenda, os parentes de minha filha. Da próxima vez eu o lançarei para
Idon, e Asmodeus saberá muito bem como cuidar você.

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