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Segundo
— Oh, Lamont...
— ...
Encontrou-o, realmente.
Terceiro
Rosas mortíferas
Bip-hip-bip-bip-bip-bip...
Brigitte virou-se de lado na cama e apanhou o radinho,
que tinha deixado sobre a mesa de cabeceira. Ao mesmo
tempo em que o abria, consultava seu relógio: cinco em
ponto da tarde.
— Baby, aqui é...
— Que há? — ouviu a voz de Silvana Silvestre. — Está me
chamando?
— Quem interfere? — soou novamente a voz de Johnny.
— Aqui é Silvana, Baby. Você... Brigitte fechou os olhos,
num gesto de resignação.
— Feche o rádio, Silvana — disse amavelmente. —
E nunca mais diga seu nome quando falar por um destes
aparelhinhos.
— É que eu estava chamando e...
— Chame dentro de dois minutos. Agora, feche o rádio.
Adiante, Johnny.
— Quem é essa? — perguntou o homem da Cia.
— Uma espiã.
— Há! há!... — riu Johnny. — Esta é muito boa! Não me
diga que é das nossas...
— Por sorte, não. Que conseguiu, Johnny?
— Nada. Sinto muito mas... nada. A menos que você
possa tirar partido de algo em que não vejo possibilidades.
— Vejamos esse informe.
— Okay. O carro de placa CM-32608 foi comprado de
segunda mão por Senén Brañas, há três meses, e não há
nenhum dado acerca de seu domicílio. Comprou, pagou à
vista e só. O antigo proprietário é um tal Dionisio Certales,
gordo e afável dono de um armazém de comestíveis, ao
qual as coisas vão tão bem que vendeu o carro velho e
comprou um de melhor marca, último modelo. Se o señor
Certales é espião, eu sou a Estrela Polar.
— Bem. E a respeito da localização do domicílio dos
mortos, por meio de suas fotografias?
— Por enquanto, nada. Sinto muito, repito. Quer que
vigiemos Certales?
— Não, por Deus — riu Brigitte. — Continuem na pista
dos defuntos. Mas não me chame, Johnny. Eu o chamarei
quando necessário.
— Okay. Mais alguma coisa?
— Não. Feche o rádio, pois essa moça tornará a chamar
dentro de segundos. Ah: que fizeram com os dois falecidos?
— Demos a ambos um túmulo bonito: o mar.
— Bonito realmente, Adeus, Johnny.
Fechou o rádio e, mal tivera tempo de acender um
cigarro, ouviu novamente o bip-bip-bip...
— Alô — respondeu, sorrindo.
— Baby, sou... sou eu.
— Ah. E... quem é você?
— Bem, sou a amiga que sabe... Oh, acho que eu deveria
arranjar um nome, não?
— Boa ideia. Que lhe parece “Gazela”?
— Oh, me parece um bom nome!
— Ótimo. Como vão as coisas por aí?
— Não aconteceu nada. Quero dizer, nosso... nosso
homem nem sequer saiu do con... do lugar que vigio. Ou
seja: ninguém pode ter estabelecido contato com ele.
— Claro. Salvo se o fizeram pelo telefone, pelo rádio, ou
que o novo contato seja alguém que pode entrar e sair sem
que isso chame a atenção.
— Oh!
— Você fotografou todos os visitantes de hoje?
— N-não...
Brigitte ergueu os olhos para o teto.
— Querida, francamente, tendo em conta sua boa
atuação para conseguir as fotos enviadas para onde sabe,
esperava mais eficiência de sua parte.
— Sinto muito. Posso começar agora a...
— Esqueça isso. Procure...
— Estão saindo! — exclamou Silvana.
— Quem?
— Os dois homens... Compreende?
— Compreendo. Acha que saem provisoriamente, ou que
abandonam o lugar?
— Bem... — houve uns segundos de silêncio. — Creio que
abandonam o lugar por hoje. Cada um vai para seu carro.
Devo seguir...?
— Não se incomode. Ele vai para casa, pois tem de estar
preparado para o garden party, que começará dentro de
três horas. Imagino que você tenha sido convidada.
— Fui, claro. Irei com La... com o meu, sim.
— Está bem. Chame-o pelo telefone dentro de uns
minutos e diga-lhe que passará para buscá-lo, a fim de que
não se dê conta de que você não está em sua casa. Nos
veremos na festa.
— De acordo, “Gazela” corta a comunicação.
— E Baby também — riu Brigitte. — Tornará a ouvir um
chamado agora mesmo, “Gazela”, mas não responda: não é
para você. Fechou o radinho e tomou a chamar.
— Quem é? — perguntou cautelosamente Johnny.
— Baby, não se assuste. Ouviu o nome da garota,
Johnny?
— Claro.
— Bem. Dei-lhe o nome de “Gazela” e parece que gostou
muito. Ela é uma Silvana Silvestre do serviço secreto
nacional, ao que parece. Ouviu mencioná-la antes?
— Oh, sim... Claro — riu Johnny. — De modo que era ela?
— Com efeito. Nenhuma dúvida quanto a isto?
— Nenhuma. Nós a conhecemos... Pode estar tranquila.
— Melhor. Mas tinha que me certificar. Adeus, Johnny.
Fechou o rádio, apagou o cigarro e foi ao banheiro. A
água fria era quase quente, devido ao intenso calor de
Cayomar. Escolheu depois um vestido adequado para a
festa, enquanto pensava em como tudo estava sendo fácil
naquela missão, já que pelo menos sabia quem era o
traidor.
A única coisa a fazer era vigiá-lo com astúcia e
habilidade.
E, possivelmente, ocorreriam coisas interessantes no
garden party.
Quarto
Que festinha!
Quinto
A declaração da independência
Epílogo