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ALPHA PACK 07.

5 – PHOENIX REBORN

J. D. TYLER

TRADUÇÃO: KIARA SARIEL

REVISÃO: EVA M. CARRIE

LEITURA FINAL: JUSTINE O’NEEL

ARTE: ALMA LOPES


SINOPSE

O shifter lobo e Incendiário Phoenix "Nix" Monroe, finalmente


encontra seu Companheiro destinado - o enfermeiro da Alpha Pack,
Noah Brooks. Incapaz de aceitar sua própria identidade sexual, Nix
rejeita o Noah, apesar da intensa atração que sente por ele.

No momento em que Nix percebe que deixou de lado o amor da sua


vida, pode ser tarde demais para salvar Noah de um inimigo terrível...
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CAPÍTULO UM

Noah Brooks caminhava para o trabalho em um ritmo vagaroso,


assoviando uma música de amor que tinha ouvido o Steven Tyler
cantando no rádio. Alguma coisa sobre ser o anjo de alguém, ser
salvo, ser amado para sempre.

Com todas as suas forças, ele queria acreditar no amor. Estar


apaixonado por um homem que o amaria e, em troca, cuidaria dele e
nunca o deixaria ir embora. Mas até agora, seu Companheiro
destinado não tinha problema em observar o Noah caminhar para
longe. Toda. Maldita. Vez.

O Nix não me ama. Sua biologia, eventualmente, vai forçar o lobo


dele a acasalar comigo, mas nunca haverá algo mais.

A dor que apertava o coração do Noah estava se tornando muito


familiar, e ele piscou para afugentar as lágrimas que ardiam nos seus
olhos. Afastando-as, lembrou a si mesmo que tinha um lar aqui, no
complexo da Alpha Pack, no coração da Floresta Nacional de
Shoshone, onde foi finalmente aceito. Já não precisava mais fugir.
Dentro do complexo, tinha um trabalho que amava, como enfermeiro
chefe do Santuário, o novo hospital e centro de reabilitação de seres
paranormais feridos e doentes. Quando chegou ao Wyoming, há
quase dois anos, tinha feito alguns bons amigos.

Não importa quão forte a vida parecia estar determinada a derrubá-


lo, sempre conseguiu permanecer confiante. Era uma daquelas
pessoas extrovertidas, que foi abençoada com uma disposição
alegre e uma personalidade irrequieta. Mas, ultimamente?
Ser constantemente rejeitado pelo seu Companheiro estava,
lentamente, deixando-o para baixo, drenando a vida do seu sorriso.

"Phoenix Monroe, você vai ser a causa da minha morte", ele


murmurou e se perguntou como isso poderia se tornar uma verdade
quando se virou para o Santuário.

Nix. Alto e magnífico, parecido com um modelo, com longos cabelos


loiros da cor do mel e olhos verdes como jade, emoldurados por cílios
espessos e escuros. Olhos que tinham ardido com desejo encoberto,
mais de uma vez, enquanto olhava fixamente o Noah.

Apesar do quanto o Nix lutava contra a atração entre eles, sua reação
dava esperanças ao Noah e um pouco de gratificação. Pelo menos,
parte do Nix não se opunha a tomar um macho como Companheiro,
como Noah queria acreditar, o que significava que a barreira entre
eles podia ser derrubada. Certo?

Se ele tivesse se entregado, apenas uma vez, e visto quão


maravilhoso podia ser entre nós, teria finalmente me reivindicado.
Talvez, até mesmo, se apaixonado por mim.

Necessidade e desejo subiram como uma trepadeira através das


entranhas do Noah, se propagando para baixo. Grunhindo, reprimiu
os sentimentos inconstantes, que tornariam seu dia miserável se
deixasse. Tinha que tirar o Companheiro relutante da cabeça. Pelo
menos, por enquanto.

Noah inspirou profundamente o ar revigorante algumas vezes,


apenas o que precisava para clarear as ideias antes de trabalhar. Ou
foi o que disse a si mesmo. Na verdade, foi uma coisa boa os
pacientes estarem silenciosos e acomodados quando chegou no
trabalho e fez as rondas da manhã. Nunca tinha se permitido causar
algum dano a um paciente por estar distraído enquanto estava
verificando gráficos, aplicando medicamentos e dispensando outros
cuidados, mas seus problemas com o Nix pesavam sobre o seu
humor.

Infelizmente, seu mal-estar não passou despercebido.

"O que há de errado com você, hoje? Ou ainda preciso perguntar?"

Girando, encarou a Dra. Melina Mallory e deu a ela um sorriso triste.


"Provavelmente, não."

"Você está bem?"

A suavidade da pergunta o surpreendeu. Melina era uma mulher


durona, simples, sensata e uma médica malditamente boa. Tinha
apoiado o Noah, dando um trabalho para ele quando não tinha para
onde ir e ainda não podia, exatamente, chamá-la de amiga. A
verdade, porém, é que não tinha certeza se Melina era muito próxima
de alguém.

De constituição pequena e magra, um pouco mais alta do que o um


metro e setenta do próprio Noah, a médica tinha um rosto angular
rodeado por cabelos escuros. Depois da morte do seu Companheiro
em uma emboscada, vários anos atrás, ela mantinha os cabelos
impiedosamente curtos. Só recentemente tinha deixado o cabelo
crescer e assim, agora, alcançava seus ombros e, felizmente,
suavizava suas feições. Sua atitude ríspida parecia ter mudado para
melhor, também.

"Noah?" Ela franziu a testa para ele, à espera de uma resposta.

"Desculpe. Estou bem, Doutora."


"Você está muito quieto hoje", ela observou. "Estou acostumada a
ver você matraqueando como um esquilo brincalhão e ver você por
aí calado, fazendo o seu trabalho, simplesmente, é um pouco
desconcertante."

Um sorriso genuíno floresceu no rosto dele. "Ownn, existe um


coração escondido aí embaixo, em algum lugar", disse ele,
apontando para o peito dela. "Estou emocionado."

Melina fungou. "Não esteja muito certo sobre isso. Queria, apenas,
ver se você está bem, isso é tudo."

"Bem, pode parar de se preocupar. Não estou prestes a saltar do


telhado do prédio. Ainda não, de qualquer maneira." Franziu as
sobrancelhas. "Nenhum homem é digno disso, querida."

Ela riu silenciosamente, o retorno à habitual provocação,


aparentemente, afastando suas preocupações. Um pouco. "Como
você está certo. Sério, se precisar conversar, minha porta está
sempre aberta. Falo sério, Noah."

"Obrigado." Estava emocionado e um brilho quente se alastrou


através dele quando se virou para sair. Talvez ela fosse mais
amigável do que ele acreditava.

Continuando a ronda com a energia renovada, verificou que estava


na hora de ver o shifter tigre ferido. Ali estava um pobre bastardo que
estava em uma forma lamentável. Leonidis foi trazido ao Santuário
há várias semanas, e estavam incertos se o guarda-costas
sobreviveria às lesões graves tinha sofrido enquanto resolvia um
caso na área. Suas irmãs e seus irmãos, todos enormes shifter
felinos, possuíam e dirigiam uma empresa de segurança privada em
St. Louis, e tinham se revezado no hospital, incessantemente, desde
o ataque. Noah não conseguia entender como conseguiam manter
as coisas funcionando no seu local de trabalho.

Enquanto o Noah entrava no quarto do Leo, viu que estava vazio,


para variar. A família estava, provavelmente, descansando, exaustos
como deviam estar. Nick Westfall, o comandante da Alpha Pack,
tinha oferecido a eles dois aposentos no complexo, para poupá-los
da viagem de ida e volta até a cidade várias vezes, e eles aceitaram
com gratidão.

O enorme shifter estava dormindo, respirando por conta própria


agora, o coração batendo estável e forte. Ele parecia bem hoje e
poderia ficar acordado por um tempo, como vinha fazendo, mais e
mais, a cada dia. Noah estava ocupado verificando os sinais vitais e
registrando-os na prancheta do homem. Tudo de rotina.

Verificando seus registros uma última vez, Noah colocou a prancheta


sobre a mesa com rodinhas e contornou a cama para trocar o saco
do soro do Leo. Trabalhando com eficiência, removeu o utilizado,
substituindo-o por um cheio e conectou os tubos para iniciar o
gotejamento.

"Veneno", uma voz profunda rugiu, vinda da cama. "Traidor."

Noah congelou, o cabelo na nuca se arrepiando. Lentamente, baixou


os braços e se virou para encarar o homem. Leonidis estava
acordado, sentado, observando-o com um olhar predatório, as
pupilas aumentadas verticalmente. Não era um bom sinal. Avisos de
alarme atravessaram o Noah, enquanto olhava as garras
extraordinariamente nítidas emergindo da ponta dos dedos do
homem enorme.
"Sou o seu enfermeiro", começou, o coração apertado em temor.
"Meu nome é Noah-"

"Mentiroso!" Com um rugido, o homem se transformou na forma do


seu tigre mais rápido do que o Noah podia ter imaginado que seria
capaz e lançou o corpo maciço bem em cima dele.

"Merda!"

Noah se jogou para o lado, bem a tempo de evitar ser golpeado pela
enorme besta, mas seu pé prendeu na parte inferior do suporte do
soro, enviando-o, e à unidade, no chão. Rolando para o lado,
procurou freneticamente o botão do dispositivo de alerta de
emergência conectado à cintura do seu jaleco e o pressionou. Então,
ficou de quatro e se moveu para a frente, tentando ficar debaixo da
cama.

Uma enorme pata desceu sobre sua coxa e uma dor cauterizante
explodiu através da sua perna enquanto as garras penetravam o
músculo. Um grito esfarrapado foi arrancado da sua garganta
enquanto era puxado para trás, para o que seria uma morte certa se
não conseguisse fugir.

"Leo!" Noah gritou, tentando agarrar alguma coisa para impedir que
fosse puxado para trás, mas não encontrou nada. "Você está no
hospital! Você está seguro, eu não vou machucar você!"

Seus argumentos caíram em ouvidos surdos. O tigre estava no


controle completo, fora de si por causa da raiva. Noah girou o corpo,
tentando chutar a besta no rosto com a perna livre, mas conseguiu,
apenas, irritar ainda mais o atacante. Então, houve uma pausa. O
tigre rugiu, retraiu as garras e atacou novamente, presumivelmente,
para segurá-lo melhor.
Por uma fração de segundo, estava livre.

Se jogando debaixo da cama, se manteve tão fora de alcance quanto


possível. Em sua forma de tigre, Leonidis era muito, muito maior do
que a cama e não conseguiria entrar completamente sob a estrutura.
Mesmo assim, o mobiliário oferecia pouca proteção contra as garras
perfurantes que mergulhavam em sua direção, de novo e de novo.

Movida pela força dos golpes, a cama bateu contra a parede com um
som alto. Noah se encostou contra a parede o máximo que podia,
mas não foi suficiente. Olhos selvagens o fitaram, vindos de uma face
enorme, laranja e branco mesclados com preto, e os lábios da fera
estavam arreganhados, revelando presas longas que iam cortá-lo em
tiras.

Então, o grande felino deu um bote novamente, chacoalhando a


cama. As garras perfuraram o Noah mais uma vez, cortando-o dos
ombros até o quadril. Ele gritou novamente e se curvou no chão, a
mente entrando em colapso pelo horror de morrer desta maneira.
Agonia o rasgou mais uma vez e ele se afastou.

Vagamente consciente, percebeu a pisada de botas. Gritos. Um


grande felino guinchando com raiva, depois, um breve silêncio.

E, então, uma voz que lhe era muito querida, chamando o seu nome.

Implorando para aguentar.

***

Lavar as vans da Alpha Pack, com certeza, era muito pior do que
combater demônios.

O problema era que a tarefa manual dava ao Nix muito tempo para
pensar. Muitas horas para sonhar acordado sobre um adorável
enfermeiro com desgrenhados cabelos loiros que, constantemente,
faziam sobressair os grandes olhos azuis como o céu. Olhos em um
rosto de anjo com um sorriso matador e risada contagiante, e um
corpo pequeno e firme que-

"Terra para Nix", uma voz retumbou com uma risada divertida. "Vai
passar sabão na van ou fazer amor com ela?"

Piscando, Nix percebeu que estava de pé, imóvel, segurando a


esponja bem em cima do teto do carro, espuma descendo pelo seu
braço. Olhou por cima do veículo, para ver Aric Savage rindo dele,
uma sobrancelha erguida.

"Só pensando, isso é tudo", Nix resmungou, retomando a sua tarefa.

"Será que preciso perguntar no que está pensando? Ou em quem?"

"Cala a boca, cara."

Claro que isso não significava que seu amigo estava prestes a deixar
o assunto morrer.

"Sério, qual é o seu problema? Noah é um grande cara e até um cego


pode ver que vocês dois são loucos um pelo outro."

Aric pareceu tão verdadeiramente perplexo, que Nix fez um esforço


para não ficar irritado com o amigo, por meter o bedelho nas suas
coisas. "Não se preocupe com isso, ok? Isto é problema meu e eu
tenho que resolvê-lo."

"Que problema?" Aric ergueu as sobrancelhas, e pareceu mais


perplexo do que nunca.

Encostando no capô da van, Nix olhou para o amigo. "Eu não sou
gay, maldição! Esse é o problema! Sou fodidamente hétero e meu
lobo está prestes a me rasgar, porque está muito irritado comigo!"
Não sou gay. Quando as palavras saíram da sua boca, estremeceu
interiormente diante da mentira e imaginou se o seu amigo ouviu.

Aparentemente não, a julgar por suas próximas palavras; o ruivo não


estava afetado pela sua explosão. "Isto não faz nenhum sentido, você
ser hétero. Primeiro de tudo, como é possível o seu Companheiro ser
tão errado para você? E em segundo, já vi vocês juntos e sei que
você gosta dele. Muito. E não falo como amigos que assistem futebol
e bebem cervejas juntos."

Um arrepio deslizou sobre a pele do Nix enquanto olhava para o Aric.


Todos estes anos, lutou arduamente para erradicar esse lado de si
mesmo - a parte que seu pai via como uma aberração.

"Eu-"

O que quer que fosse que o Nix ia dizer foi interrompido por um som
estridente no sistema de interfone. Uma luz vermelha piscava em um
canto do hangar, sinalizando uma emergência em algum lugar no
interior do complexo. Imediatamente, Nix soltou a esponja e enxugou
as mãos na camisa, escutando a voz automatizada anunciando onde
a ajuda era necessária.

"Dispositivo de alerta de emergência pessoal ativado. Santuário,


nível 4. Membros da equipe Alpha Pack mais próximos respondam.
Repetindo, emergência pessoal-"

Nix estava correndo antes da voz terminar de repetir a informação,


Aric logo atrás. Não importava que estivesse vestindo nada mais que
uma bermuda, curta e solta, e que não tivesse nenhuma arma. Nada
importava, exceto chegar lá e se assegurar que seu Companheiro
não estava em perigo.
Nunca, nos seus vinte e oito anos de vida, tinha corrido tão rápido.
Cruzou a distância entre o hangar e o Santuário em tempo recorde,
saltando os degraus, escancarando as portas e passando pelo átrio.
Uma recepcionista assustada estava de pé, atrás da recepção,
pânico gravado no rosto.

"Quarto 412, no isolamento", ela falou. "É do Leonidis, o quarto do


shifter tigre."

"Quem está lá com ele?" Nix perguntou.

A mulher balançou a cabeça. "Não sei."

"Merda."

Nix decolou para a escada mais próxima, consciente de outras botas


golpeando as escadas atrás dele. Desde que o Santuário tinha sido
violado por um monstro que havia tentando matar Micah Chase, um
dos irmãos da Alpha Pack, foram implementadas e praticadas novas
medidas de emergência em cada prédio. Os elevadores foram
desligados para impedir acesso fácil às vias de escape, assim como
todas as escadas, com exceção de uma. Todas as pessoas estavam
confinadas, ninguém saía ou entrava no prédio, exceto os membros
da equipe da Alpha Pack, a menos que seu comandante dissesse
isso ou até que a situação estivesse contida. Ponto.

Nix e Aric subiram as escadas de dois em dois degraus, Nix mal


consciente da queimação nos músculos da coxa enquanto
alcançavam o quarto andar. Logo que saíram no corredor, um alarme
os direcionou para o quarto correto. O barulho do tigre se jogando
contra a pesada porta do hospital, rosnando e arranhando, podia ser
ouvido por todo o corredor.
Correndo novamente, contornou uma esquina, para ver a Melina
passando com uma pistola de tranquilizantes na mão. Vários
enfermeiros pairavam ansiosamente atrás do posto de enfermagem
na recepção - nenhum deles era o Noah. O estômago do Nix se
contorceu com pavor.

"Graças a Deus que você está aqui", disse ela gravemente. "Não
consigo abrir a porta para injetar o tranquilizante nele até que seja
distraído ou subjugado."

"Quem está lá com o tigre?"

"Não posso dizer com certeza." O seu olhar desviou para longe do
dele.

"Mas você tem uma ideia."

A besta bateu contra a porta novamente, com tal força que Nix temeu
que o batente seria quebrado e arrancado. Se o tigre escapasse do
quarto, as coisas podiam ficar complicadas muito rápido.

Correção - muito mais complicadas.

Com um aceno de cabeça para o Aric, Nix tirou a bermuda no meio


do corredor e ficou de quatro, mudando rapidamente para a forma do
seu shifter lobo. Seu amigo fez o mesmo, e esperaram a Melina abrir
a porta com um estalo.

Quando ela a abriu, Nix e Aric não perderam tempo em correr para o
tigre que estava à espera, no outro lado. Nix mal percebeu a porta se
fechar, batendo atrás deles, enquanto lutavam com o shifter, rolando
com a criatura e batendo contra uma cadeira. Jesus, o fodido era
enorme! Precisariam de reforço, rápido.
Eles mantiveram o tigre ocupado, livrando-se de lesões graves ao
juntarem suas forças. Aric beliscou seu flanco e quando a besta virou,
rugindo, para cravar as garras mortais no Aric, Nix se moveu para
golpear o rosto e o pescoço do tigre. O tigre estava encurralado, mas
não era seguro para a Melina entrar no quarto e fazer uma tentativa
com a pistola de tranquilizante.

O tigre atacou Nix e ele se esquivou bem a tempo de evitar ter a


jugular rasgada. Eles bateram na mesa com rodinhas, jogando-a
contra uma parede e Nix rezou que seus companheiros chegassem
logo.

Finalmente, a porta foi aberta e vários lobos correram para dentro.


Até que enfim!

Individualmente, um shifter lobo não podia esperar ser páreo para a


força do tigre. O objetivo deles era subjugá-lo e não matá-lo.
Contudo, com vários lobos, conseguiram subjugá-lo à moda antiga,
por assim dizer, formando uma pilha em cima dele. O tigre desabou
com o peso deles e, embora lutasse, foi finalmente imobilizado.

Na parte superior da pilha, Nix desceu e chamou, "Melina! Entre!"

A porta foi aberta e a doutora se apressou a entrar. Avaliando a


situação, guardou a pistola de tranquilizantes no jaleco e pegou uma
enorme seringa hipodérmica em um bolso.

"Já que vocês o têm preso, essa droga vai trabalhar muito mais
rápido." Destampando a extremidade da agulha, agachou ao lado da
cabeça do tigre. "Desculpe por isso, Leo."

O olhar do tigre se transformou no que Nix reconheceu como


verdadeiro terror. Era evidente que o shifter tinha despertado no
hospital, confuso e assustado, e então tinha partido para o ataque.
Pelo que Nix sabia sobre o homem e sua família, não teria feito tal
coisa, normalmente, se estivesse em seu juízo perfeito.

Quando o tigre finalmente começou a relaxar, Nix olhou ao redor do


quarto. E viu as marcas de sangue que deixaram uma trilha nítida por
todo o chão de azulejos até desaparecer sob a cama, que estava
empurrada contra a parede.

"Aqui, coloque-a novamente." Olhando para cima, Nix viu o Aric ao


seu lado segurando sua bermuda. Rapidamente, a vestiu e voltou a
atenção para o rastro de sangue.

Com o coração acelerado, Nix rastejou até a cama, dizendo a si


mesmo que o Noah não podia estar embaixo dela. O homem estava,
provavelmente, em algum outro lugar, fazendo outras tarefas. Se
estabilizando, deu uma olhada embaixo e o mundo desabou sobre
ele.

Uma familiar figura magra com muitas abrasões estava enrolada de


lado, voltada para o Nix, os cabelos loiros caindo sobre os olhos, que
estavam fechados. Seus braços estavam envolvidos em torno de si
mesmo para proteção, embora fosse claramente demasiadamente
tarde para isso. O ombro esquerdo do Noah, o braço e o que Nix
podia ver da sua lateral até o quadril estava aberto e seu
Companheiro estava, literalmente, encharcado de sangue.

"Noah", ele engasgou. "Oh, Deus."

Se erguendo, Nix tirou a cama do caminho. Seu único pensamento


era pegar o Noah, e ele se abaixou até o chão, segurando o homem
menor em seus braços. A cabeça do Noah caiu para trás e Nix a
aconchegou contra o tórax, o pânico quase lhe asfixiando.
"Precisamos de ajuda aqui!" Gritou. Agitando as mãos, afastou
algumas mechas desobedientes de cabelo do doce rosto do Noah.
Em seguida, seu Companheiro piscou lentamente e olhou para ele
com olhos azuis atordoados.

"Nix?"

Segurando seu companheiro mais apertado, pressionou um beijo na


testa dele. "Aguente firme, baby. A ajuda está a caminho."

Outra piscada. "Você acabou de me chamar de baby?"

Merda. "Eu não quis dizer-"

"Você quis. Não pode voltar atrás." Noah sorriu para ele, o que
causou coisas divertidas dentro do peito do Nix. Então, os olhos
cheios de dor do Noah lentamente se fecharam.

Nix o chacoalhou suavemente. "Noah? Acorde, permaneça


acordado! Noah!"

"Aqui, vamos colocá-lo na maca", disse Melina ao lado dele.

Nix não tinha ouvido sua aproximação e olhou para ela, registrando
a preocupação gravada no seu rosto. Aparentemente, o shifter havia
sido tratado e removido, porque já não estava no quarto.

Bom, porque o Nix ficaria tentado a estripar o bastardo por ferir o


Noah. Ainda podia fazer isso, se não mantivessem o fodido tigre
longe do seu caminho.

Um par de mãos se estendeu para baixo, querendo tirar o Noah dele.


Em um instante, as presas do Nix surgiram e ele rosnou, quase
arrancando um pedaço da pele do agressor.
"Ops!" Exclamou Aric, recuando. "Estou apenas tentando ajudar o
homem. Eles precisam levá-lo para a cirurgia."

Melina lhe enviou um olhar firme. "Agora. Ele perdeu muito sangue."

Nix ficou abalado, mortificado por estar mantendo afastada a ajuda


para o seu Companheiro. Levantando, deixou o Aric ajudar a colocar
o Noah sobre a maca. Então, não pôde fazer mais nada além de
olhar, impotente, enquanto Melina e vários outros membros da
equipe o tiravam rapidamente do quarto. Em transe, os seguiu pelo
corredor e observou até que desapareceram ao virar a esquina.

"Vai dar tudo certo", disse Jax Law, colocando uma mão sobre o seu
ombro. "Ele tem o melhor cuidado possível da região."

Quando o Jax tinha chegado? O grande shifter lobo cinza, de


cavanhaque, era o RetroCog e Guardião do Tempo da Alpha Pack -
podia tocar um objeto pertencente a uma pessoa e "ver" um
acontecimento passado relacionado com ela. Também podia recuar
o tempo por uma questão de momentos, e o tinha feito uma vez, com
resultados quase catastróficos para o Aric.

Nix queria que o Jax voltasse no tempo e evitasse que o Noah fosse
atacado. Mas não podia pedir isso, não importa quanto o seu coração
lhe suplicasse. Não, depois do que aconteceu na última vez.

"Você o viu? Aquele filho da mãe o rasgou inteiro! Ele é humano, Jax!
Não vai se curar como nós." De repente, algo ocorreu ao Nix e
agarrou o braço do Jax. "Onde está o Zan?"

"Está a caminho", seu amigo lhe garantiu. "Foi chamado de volta da


cidade quando isso aconteceu."

"Quanto tempo?"
"A qualquer minuto."

Zander Cole era o curandeiro da equipe e suas habilidades eram


malditamente boas. Ele salvou suas bundas em muitas ocasiões e,
desta vez, não seria diferente.

A qualquer minuto, entretanto, acabou por ser quase dez, enquanto


Nix zanzava de um lado para o outro, fora da sala de operações. A
necessidade de entrar lá e ver seu Companheiro, verificar por si
mesmo que estava vivo e ia se recuperar era, literalmente, uma coisa
viva, com seu lobo rosnando e arranhando sua coragem. Tinha uma
leve suspeita, no entanto, que não eram apenas os sentimentos do
lobo que estavam em jogo.

Zan se apressou a atravessar as portas da sala de operações sem


parar para falar com ninguém e uma mão no braço do Nix o segurou,
para não ir atrás do Curandeiro.

Vários dos irmãos de equipe do Nix estavam se acomodando


enquanto esperavam notícias sobre o Noah, e Nix apreciou a
demonstração de apoio. Não havia nada que não fizesse para os
seus amigos e sabia que o sentimento era mútuo. Além disso, todos
se preocupavam com o Noah. O enfermeiro espirituoso tinha sido
contratado há dois anos já, enquanto o Nix estava sendo mantido em
cativeiro e pensavam que estava morto, e tinha rapidamente
ganhado o caminho para o coração de todos no complexo.

Que ele tivesse sido atacado era impensável.

Mais de três horas depois, Melina finalmente saiu pelas portas da


sala de cirurgia, seguida pelo Zan. Ambos sorriram para o Nix e a
equipe em geral, e os joelhos do Nix quase se dobraram debaixo
dele, tão grande foi o seu alívio.
"Noah vai ficar bem", Melina disse. "Zan fechou os piores cortes no
braço, tronco e coxa, e ajudou um pouco a reparação muscular. Caso
contrário, Noah teria precisado de meses de fisioterapia. Como está,
só precisa de alguns dias de descanso antes de voltar ao trabalho."

"Vou me assegurar que ele faça isso", Nix garantiu a ela. Ele ouviu
uma risadinha, e encarou seus amigos.

"Bom. Vou avisar você quando ele estiver acomodado em um quarto.


Se tudo correr bem, vou liberá-lo para seus aposentos amanhã, para
concluir a recuperação."

Nix teve problemas para encontrar a voz. "Melina, obrigado."

Sua expressão amansou. "Não é preciso me agradecer. Todos nós


amamos o Noah". Fazendo uma pausa, encarou o Nix com um olhar
reflexivo. "Posso falar com você, em particular, por um segundo?"

"Claro." Preocupado, a seguiu enquanto ela o levava a virar a esquina


e ficar fora do alcance dos outros. "Tem algo de errado com o Noah?
Algo que você não deseja dizer na frente de mais alguém?"

"Não, nada parecido com isso. Gostaria de perguntar quando você


planeja dizer ao Noah que está participando do teste para a droga
que suprime a doença do acasalamento."

"Como você sabe que não contei?"

Sua testa se franziu. "Você está brincando? Sei disso porque ele não
apareceu no meu escritório pronto para arrancar minha cabeça por
permitir que você fizesse isso. E você sabe bem, malditamente bem,
que se tivesse me dito, quando encontrou seu Companheiro, que era
o nosso Noah, nunca teria aprovado a sua participação. Devo retirar
você agora, antes que ele se machuque ainda mais do que já se
machucou?"

Nix se sentiu enjoado. "Por favor, Melina. Preciso de mais algumas


semanas para colocar minha cabeça em ordem, e esta é uma droga
que me concede esse tempo. Então, talvez, não precise sequer ter
que dizer a ele."

"É uma fuga." Desaprovação furiosa comprimiu sua boca.

"Merda". Soltando um suspiro, sacudiu a cabeça. "Você está certa.


Vou dizer a ele, mas ainda não. Preciso descobrir como lidar com
esta coisa de Companheiros, e então vou contar."

"Faça isso, porque a verdade sempre tem uma maneira de aparecer.


Se isso acontecer, posso prometer que vai explodir na nossa cara."

Com isso, ela se virou e saiu para atender seus pacientes.

Por um momento, Nix ficou olhando para ela, atordoado. Estava certa
- se o Noah descobrisse isso antes que o Nix lhe contasse, ficaria
devastado. Nix não queria que ele se machucasse. Ninguém queria.

Todos nós amamos o Noah.

Amor. Amava o Noah? De alguma forma, em todos esses meses


resistindo à doce atração pelo seu Companheiro, tinha de fato se
apaixonado sem querer?

Estava terrivelmente assustado por saber a resposta dessa pergunta.

Deus, estou muito fodido.


CAPÍTULO DOIS

Noah despertou lentamente, se movendo um pouco na cama. Foi um


erro de proporções épicas. Cada músculo do seu corpo parecia que
tinha sido utilizado para a prática de rebatidas de um jogo da liga
profissional de baseball, e ele era a bola.

"Oh, meu Deeeuuuss", ele gemeu.

"Acho que como você está se sentindo é uma pergunta estúpida."

Aquela voz. Suave, como uísque e mel, enviou um agradável arrepio


através da sua coluna vertebral. Outros locais, também. Desejava se
aninhar no proprietário da voz, afundar nele até que já não pudesse
dizer que eram duas pessoas separadas. E pensar desse jeito
certamente não estava ajudando a melhorar sua situação atual –
agora seu pau estava dolorido, junto com o resto dele.

Merda.

Abrindo os olhos, virou a cabeça e deu uma olhada em seu


Companheiro relutante. Para sua surpresa, Nix estava olhando para
ele com a testa franzida, os luminosos olhos verdes brilhando com
preocupação. A visão aqueceu o coração do Noah, dando-lhe um
pouco mais de esperança. Talvez o homem não fosse uma causa
perdida, afinal de contas.

Por um momento, se deu ao luxo de desfrutar dos olhos do seu


homem. Bem, tecnicamente seu, de qualquer forma, por causa
daquela coisa de vínculo do lobo. O cabelo loiro escuro do Nix estava
espalhado ao redor da linda face e dos ombros e, santa merda-

"Porque está meio despido?" Soltou o Noah.


Nix suspirou, um canto da sua boca erguendo em divertimento.
"Estava lavando uma das vans no hangar quando ouvimos a
chamada de emergência."

"Essa é uma visão que desejaria não ter perdido", provocou,


arqueando uma sobrancelha. "Você, sem camisa e descalço, com
nada mais que essa bermuda, molhado e cheio de sabão." Enfatizou
as últimas palavras gemendo em apreço, deixando o olhar vagar pelo
seu Companheiro em boa forma. E que forma, também.

O rosto do Nix ficou um pouco vermelho enquanto balançava a


cabeça. Noah apenas sorriu, absorvendo toda a forma daquele tórax,
que era aspergido com pelos, apenas o suficiente para ser sexy e dar
aos dedos do Noah algo para brincar. Nix podia ser alto e magro,
mas, sem a camisa, era óbvio que o homem era surpreendentemente
forte. Todo o corpo, desde o peito até os braços, o estômago e as
coxas, era revestido de músculos e seu estômago ostentava um
tanquinho que podia levantar uma grande quantidade de peso, até o
teto.

Sim, Nix era bonito, mas este tinha sido o último erro de muitos
inimigos que assumiam que ele não era tão letal como os maiores e
mais volumosos irmãos da Alpha Pack.

Noah se mexeu, desconfortavelmente, na cama enquanto sua ereção


ameaçava alcançar níveis de alarme assustadores.

"Você está bem?" Nix perguntou, se aproximando.

"Estou bem. Apenas dilacerado e um pouco ferido."

"Você teve sorte." Nix falou. "O fodido tigre quase te matou! Se Zan
não tivesse conseguido retornar a tempo de curar você-"
"Eu teria ficado bem", disse Noah suavemente, colocando a mão
sobre a do seu Companheiro. "Arranhado e cheio de cicatrizes,
marcado infernalmente por todo o corpo, graças às garras, mas
estaria bem."

"Eventualmente". A palavra saiu como um rugido insatisfeito.

O que podia dizer? Quase tinha morrido, mas agora estava mais
centrado sobre o fato de que o Nix estava seriamente preocupado
com seu bem-estar. Maldição, se isso não causava uma considerável
onda de calor em torno do seu coração.

"Melhor tomar cuidado. Eu poderia começar a pensar que você se


importa, ou algo assim."

"Claro que me importo! Por que você diria algo assim?"

"Jesus, não consigo imaginar."

Soltando um suspiro, Nix o olhou por alguns segundos, frustração


estampada no rosto. "Você não entende, Noah."

"Então, faça com que eu entenda", praticamente implorou. "O que


está te impedindo? É a camiseta com brilho e os sapatos cor de rosa?
Preciso me vestir como um lenhador e parar de usar produtos no meu
cabelo? O quê?"

Nix balançou a cabeça. "Não é você."

"Essa é a pior desculpa do mundo. Esta é a parte onde você me diz


que foi criado por um pai homofóbico, com tendências abusivas?"

"Algo assim."

Bem, merda. Ele só estava sendo meio sério, mas estudando a


expressão miserável do Nix, podia ver que tinha chegado mais perto
da verdade do que o seu Companheiro teria gostado. "Você pode me
falar sobre isso?" Encorajou suavemente.

Silêncio. Em seguida, depois de um momento, Nix disse, "Agora não.


A minha principal preocupação é garantir que você descanse e
termine de se curar. Haverá tempo, mais tarde, para toda essa coisa
de conhecer um ao outro."

"Mesmo?"

"Sim."

Noah pensou sobre isso. Tendo em conta a biologia do shifter lobo,


em algum ponto Nix ficaria fraco e doente por não reivindicar seu
Companheiro. De fato, já devia ter começado. O tempo era uma coisa
que não devia estar do seu lado.

O que, inferno, estava acontecendo?

"Sempre que estiver pronto para falar, estou aqui", disse Noah, em
vez de forçar a questão. Ele não podia forçar o Nix. Isso não seria
bom, afinal, para qualquer um deles. "Alguma ideia de quando a
doutora vai me liberar?"

Nix pareceu aliviado com a mudança de assunto. "Ela me disse que


liberaria você amanhã, se tudo corresse bem."

"Isso é bom. Então, acho que posso voltar a trabalhar depois de


amanhã."

"Humm, não. Ela disse que você precisa de alguns dias de repouso,
e planejo me certificar que você siga as ordens."

"Oh!? E como planeja fazer isso?"


O sorriso atraente do Nix tirou a respiração do Noah. "Não deixando
você fora da minha vista. Vai ficar no meu quarto, comigo."

"O quê?"

"Você tem algum problema com isso?"

Um problema? Com seu companheiro assumindo o comando -


finalmente, graças a Deeeuuusss! - e mostrando a ele como,
realmente, se importava? Nenhum, caramba!

"Não, não tenho nenhum problema com isso. Mas você tem certeza
que não tem nenhum problema em ficarmos assim, tão próximos?"

"Você pode ficar no quarto, vou ficar no sofá." Nix deu de ombros.
"Não é grande coisa."

Dor espetou o Noah e ele lutou para não mostrar. "Tanto faz."

"Bom, está resolvido. Vou estar de volta mais tarde para verificar
você."

Mas Nix não se levantou para sair. Em vez disso, hesitou, então se
inclinou, encurtando a curta distância entre eles ...

E roçou seus lábios nos dele.

O contato foi como uma explosão solar detonada dentro dele. Doce
menino Jesus! Deus, o homem sabia beijar. Ele demonstrou como
era incrível quando, lentamente, se apossou da boca do Noah, a
língua deslizando por seus lábios para explorar. A mão do Nix
envolveu as bochechas do Noah, e ele se rendeu ao seu toque,
quase ganindo diante da necessidade de ter mais, enquanto enfiava
uma mão nos longos cabelos do seu Companheiro.
Rápido demais, Nix se afastou, interrompendo o beijo. Mas seu
polegar acariciou o rosto do Noah, e seu olhar era fogo puro. Durante
cerca de cinco belos segundos, este era o homem que o Noah
almejava como parceiro de vida. O Companheiro confiante que
adoraria, desejaria, e cuidaria dele, acima de todos os outros.

Então, Nix retraiu a mão e o lapso de dúvida voltou, sombreando seus


olhos. O que quer que fosse, ou quem, que tinha colocado aquele
olhar lá, as reações do Nix representavam uma vida reprimindo o que
estava destinado a ser. Noah realmente teria trabalho com ele.

"Tenho que ir." Nix se ergueu e parou. Parecia como um lobo com a
pata presa em uma armadilha de urso.

"Ok. Vejo você mais tarde." Noah lhe deu o que esperava ser um
sorriso tranquilizador.

"Vou voltar. E, Noah? Não mude a maneira de se vestir ou qualquer


coisa sobre si mesmo", disse tranquilamente. "Não por mim, ou por
alguém."

Com isso, seu Companheiro virou e saiu. Após a porta se fechar atrás
dele, Noah relaxou na cama e gemeu. Esse homem ia ser a morte
dele, ainda. Será que qualquer um dos outros haviam tido tanta
dificuldade em se entender com os seus Companheiros?

Pergunta estúpida. Claro que tinham. Cada um deles teve problemas


para superar o passado antes que pudessem fazer as coisas
funcionar, e parecia que com ele e o Nix não seria diferente.

Entediado, pensou em algo para fazer. Era horrível ser o paciente em


vez do enfermeiro. Sua atenção foi para a mesa com rodas perto da
cama e o copo de plástico e o jarro de água sobre ela. Estendendo o
braço, puxou a mesa sobre o colo e olhou para a porta. Melina ou um
dos enfermeiros iam, provavelmente, verificá-lo em breve, e
poderiam apanhá-lo usando o seu dom.

Mas, e daí? Vivia em um complexo cheio de seres paranormais.


Quem ligaria se alguém o visse brincar com sua pequena habilidade?
Podiam ficar bravos com ele porque não disse nada sobre isso, mas
não porque a possuía, em primeiro lugar. Evidentemente, o chamado
dom não era grande coisa. De fato, suas habilidades eram
francamente embaraçosas comparadas à merda incrível que os
outros podiam fazer.

Colocando o copo ao seu lado, Noah olhou o objeto, se


concentrando. Focando toda a sua energia, apontou o dedo indicador
e fez um lento movimento circular no ar. O copo começou a rodar no
lugar, junto com seu dedo. Rindo, Noah o fez girar mais rápido. Não
tinha muitos talentos, mas este, entre alguns outros pequenos
truques de salão, sempre o faziam rir. Seus amigos também, quando
eram crianças, ou pelo menos os pouquíssimos que alguma vez
ousou lhes mostrar.

As palavras "truque de salão", porém, dissiparam o seu bom humor.


Talvez, se pudesse aprender a realizar mágicas maiores, como Kalen
ou Blue, seria mais. Mais do que um simples homem frágil. Alguém
do qual seu Companheiro podia ficar orgulhoso.

Não mude a maneira de se vestir ou qualquer coisa sobre si mesmo.

Mas Noah duvidava que ele realmente quis dizer isso, lá no fundo.
Como podia, quando mal tolerava a ideia de estarem acasalados?

Um som na porta o alertou para o fato que alguém havia entrado no


quarto sem que percebesse. Noah viu o Blue, o príncipe Fae,
olhando-o com claro divertimento.
O nome verdadeiro do príncipe era Sariel, mas era amplamente
conhecido como Blue por causa das enormes e belíssimas asas, e o
cabelo azul combinando.

"Oi", disse o Noah, sorrindo. "E aí?"

"Fiquei sabendo da sua batalha com o shifter tigre. Como está se


sentindo?" O príncipe se moveu até a cadeira que o Nix tinha
desocupado.

"Cansado e dolorido. Mas feliz por estar vivo."

"Sem dúvida." Olhou para o Noah detalhadamente. "Você parece


bem. Melhor do que, provavelmente, deveria, mesmo depois da cura
do Zan."

"Talvez." Franziu a testa. "Por que está olhando para mim, assim?"

"Como?"

"Como se estivesse tentando descobrir alguma coisa."

"Talvez porque esteja tentando descobrir alguma coisa." Desviando


o olhar do rosto do Noah, olhou para o copo sobre a mesa de
rodinhas por um longo momento, antes de voltá-los para o Noah, com
os olhos dourados.

"Estive pensando ... Você vai revelar aos outros que é um Halfling?"

A boca do Noah caiu aberta e encarou o Blue, atordoado. "Dizer o


quê?"

"Um Halfling", o príncipe repetiu. "Meio Fae, meio humano."

"Eu sei o que é um Halfling, mas por que, inferno, você acha que eu
sou um? Eu saberia de algo assim! Não saberia?"

Blue piscou para ele. "Você quer dizer que não tinha a mínima ideia?"
"Oh meu Deus! Claro que não!" Estremeceu ao ouvir a si mesmo
praticamente gritar com o Sariel. "Desculpe. Estou apenas meio que
chocado. Como você pode saber?"

"Sou um Fae muito poderoso e antigo", Blue lembrou a ele. "Se outro
Fae atravessasse o território humano, eu o sentiria através do mundo
todo. Detectar você no mesmo edifício não foi um grande desafio."

"Humm. Não sei se é para rir ou ficar insultado."

"Eu não quis que isso soasse como um insulto", disse Sariel
rapidamente. "Minhas habilidades são, simplesmente, um fato assim
como as suas."

"Claro", disse ele, a voz impressa com sarcasmo. "Minhas quase


inúteis habilidades de magia elementar são um fato. Talvez, possa
olhar profundamente nos seus olhos e dizer qual é a cor da roupa
interior que têm, ou fazer levitar uma cadeira de rodas. Vou ser
invejado por toda a Alpha Pack. Não consigo imaginar por que razão
eu ainda não lhes disse o que posso fazer."

Seu amigo fez um ruído de desaprovação. "Isso não é maneira de


falar, especialmente quando você pode aprender a desenvolver as
suas capacidades e aperfeiçoá-las."

"Como?"

"Posso mostrar a você, se quiser."

Noah olhou para o Blue, incapaz de acreditar que neste golpe


incaracterístico de boa sorte. "Olha, você pode melhorar qualquer
coisa acima do nível básico? Isso seria totalmente incrível."

"Excelente! O Kalen pode nos ajudar."


Kalen Black era o Feiticeiro/ Necromante / Shifter pantera negra da
equipe. Também era meio-irmão do Blue. Kalen e Blue eram durões
e, juntos, provavelmente podiam governar o mundo se quisessem.
Felizmente para a humanidade, não eram nada como o pai diabólico,
Malik, o falecido rei Unseelie.

"Isso vai ser legal - se tiver certeza de que ele não vai se importar."

"A única coisa com a qual ele se importaria é se descobrisse que


ajudei você e ele não fez parte. Não será um problema, vai ser
divertido."

"Tudo bem", disse o Noah com entusiasmo crescente. "Blue, pode


ser isso. Pode ser o que vai mostrar ao Nix que sou digno dele."

"Ah, não. Você entendeu tudo errado." Os lábios do príncipe se


curvaram. "Seu Companheiro vai, finalmente, descobrir se ele é
digno de você."

***

Que beijo.

Nix não fazia a mínima ideia aonde estava indo quando deixou o
Santuário. Em transe, desceu os degraus da frente, contornou o
hangar e continuou andando até chegar na beira da floresta. Uma
vez lá, escolheu uma trilha aleatoriamente e mergulhou para frente,
sem se importar, realmente, em quão longe ia.

Não importando quantos quilômetros seus pés o levassem, nunca


seria suficiente.

Não conseguia tirar da memória os lábios do Noah contra os seus.


Tão macios e ainda com a quantidade certa de firmeza. Suas bocas,
lentamente, devorando uma à outra, o corpo do Noah respondendo
rapidamente à sua atenção. Tinha apreciado a mão do seu
Companheiro no cabelo, demais, e queria que ele fizesse isso muitas
vezes.

E não foi isso, exatamente, que o deixou fodidamente apavorado?

Não devia amar tanto tocar em outro cara. Beijá-lo. Não devia querer
enterrar o pau dentro do seu enfermeiro doce, tanto que pensou que
ia morrer de antecipação se esperasse muito mais.

Com certeza, tinha estado com meninos e meninas no Ensino Médio.


E com homens e mulheres mais tarde, quando se juntou à Marinha.
Mas seus encontros com homens eram furtivos, secretos. As
mulheres eram uma cobertura para o seu verdadeiro eu e sabia. Nem
uma única dessas experiências podia se comparar com a reação
explosiva que teve quando beijou o Noah. Não chegava nem perto.

Nenhum deles era o seu Companheiro.

"Não era para isso acontecer", rugiu com angústia, parando para
olhar para o céu através das árvores. "Por que ele?"

Isso era o mais honesto que podia ser consigo mesmo, por enquanto.

Despindo a bermuda, mudou para a forma lobo e correu. Tão rápido


quanto podia, correu pelo meio da floresta, ao longo de trilhas
familiares. A vida selvagem se agitou com o pequeno jogo da caçada,
mas não o incomodava, matar e comer. Estava fora do ar, para
clarear as ideias. Talvez, se o seu lobo corresse até a exaustão, a
maldita besta ficaria demasiadamente cansada para reclamar e
rosnar com ele, por não ter tomado seu Companheiro, ainda.

Como se fosse possível.


Ainda assim, correu. Quando, finalmente, chegou ao seu córrego
favorito, parou e mudou para a forma humana. A corrida tinha sido
emocionante, mas estava frustrado e irritado ao descobrir que não
tinha ajudado em nada para diminuir sua excitação. Quando ajoelhou
na massa de musgo perto da água, seu pau estava duro e ereto,
projetado para a frente do seu corpo, vermelho e dolorido.

Com um xingamento, Nix tomou a si mesmo na mão, envolvendo o


eixo rígido em seu comprimento. Instantaneamente, imaginou o Noah
de joelhos, tomando seu pau entre aqueles lábios rechonchudos, até
o fundo da garganta. Imaginou aquele rosto suave olhando para ele,
os olhos azuis pesados de desejo. Com o conhecimento de que logo
que terminasse de gozar, Nix ia agarrar a oportunidade e se preparar,
porque iriam para a segunda rodada.

Qual seria a aparência do Noah de quatro, o rabo firme levantado no


ar, pronto para o seu pau? Fodidamente incrível, imaginou.
Especialmente quando o começasse a deslizar no interior-

"Ah, caralho!"

Essa foi toda a fantasia que precisou e gozou, jatos de porra jorrando
no córrego à sua frente. Quando os espasmos acabaram, sentou de
volta sobre os calcanhares e inspirou profundamente, as mãos sobre
as coxas.

"Homem, você está majestosamente fodido."

Sim. Sabia disso, muito bem. E não tinha a mínima ideia, inferno, do
que fazer sobre isso.

***

Melina gostava de comparar o Noah a um esquilo brincalhão.


Nix não podia dizer que discordava. Quando o homem era forçado a
ficar parado por muito tempo, não era uma boa coisa. Hoje estava
tendo alta hospitalar do Santuário, o que era ótimo, mas Noah não
parecia saber o significado da palavra "descanso".

"Você instrui os seus pacientes a ir devagar, o tempo todo", Nix


salientou. "Impossível seguir o seu próprio conselho?"

Seu Companheiro fez uma pausa no ato de vestir uma calça folgada
e lhe deu um olhar irritado. "Você ainda não ouviu dizer que médicos
e enfermeiros são os piores pacientes da história? Raramente sigo
os meus conselhos."

"Isso é apenas estúpido."

"Ah não, você não acabou de me chamar de estúpido." Os olhos


azuis se estreitaram.

"Não! Não você, só os médicos e enfermeiros, em geral. Cristo, não


sei por que razão pensei que ter um homem como Companheiro seria
diferente do que ter uma mulher! Ainda tenho que ser fodidamente
cuidadoso com tudo o que digo."

"O que isso quer dizer?"

"Credo. Esqueça. Precisa de ajuda?"

"Posso me virar, obrigado."

Já estava esgotado, entretanto. Se sentou na cama com um suspiro,


vestindo nada mais que a suada calça comprida e parecia cansado,
como se tivesse lutado mais três rounds com o tigre.

"Aqui". Pegando a camisa que trouxe esta manhã do seu próprio


quarto, foi passá-la pela cabeça do seu Companheiro.
"Não estou completamente incapacitado. Posso colocar uma
camisa."

"Noah? Cala a boca."

"Certo."

Finalmente, o homem permitiu ser vestido e ajudado com o tênis, sem


mais brigas. Por sua parte, Nix ficou surpreendido ao descobrir o
quanto gostava de cuidar do seu Companheiro.

Esse protecionismo era um sentimento novo e estranho. Ninguém


com quem jamais esteve, macho ou fêmea, tinha inspirado essa
necessidade dentro dele, para mantê-los próximos e seguros. Para
estraçalhar qualquer coisa que pudesse prejudicá-los.

Aquela sensação parecia ser reservada para um loiro gostoso.

"Pronto?" Noah perguntou.

"Como jamais estive."

Depois de obter a alta oficial da Melina, Nix os liderou para fora do


quarto. Alguns dos colegas do Noah se despediram no caminho,
aconselhando-o, de novo, a ir devagar antes de voltar ao trabalho.
Nix levou seu Companheiro pelo corredor que conectava o Santuário
ao edifício principal do complexo, onde a Alpha Pack e o resto da
equipe viviam.

Havia algumas portas de segurança para atravessar ao longo do


caminho e Nix digitou os códigos. Uma vez que estavam no prédio
principal deu várias voltas até que, finalmente, estavam na porta do
seu quarto. Mais um código e entraram.

"Muito bonito", disse Noah, olhando em volta. "Muito parecido com o


meu, os cômodos ligeiramente diferentes."
"Sim, acho que eles variaram um pouco. Ainda é um quarto e um
banheiro com uma cozinha, entretanto."

"Gosto da forma como você o decorou, com o tom castanho no couro


e nos tapetes. É muito masculino."

"Obrigada. Como é o seu? Hello Kitty rosa?"

Imediatamente, soube que tinha dito a coisa errada. Seu tom


provocador tinha sido levado da forma errada e Noah estava olhando
para ele com um olhar tão ferido que o coração do Nix afundou.

Rapidamente, largou a bolsa do Noah sobre o piso, cruzou a curta


distância entre eles e parou, incerto sobre o que fazer em seguida.
"Sinto muito. Só estava provocando, sabe, porque você ama muito a
cor rosa. Os laços dos sapatos e as camisas? Estava imaginando o
restante combinando, isso é tudo."

Um pouco da dor saiu do rosto adorável de Noah. "De verdade?"

Nix se aproximou lentamente, tocando o rosto do seu Companheiro.


"Sim, eu juro. Nunca zombaria de você ou faria nada para te magoar
intencionalmente. Por favor, acredite nisso."

Noah deve ter ouvido a sinceridade em sua voz e decidiu lhe dar o
benefício da dúvida, porque seus braços envolveram Nix. Então,
virou o rosto e olhou para o Nix sob os longos cílios. "Pode haver um
pouco de rosa."

"Eu sabia!"

"Mas, apenas, para realçar."

"Imagino."

"Ei, funciona."
Incapaz de resistir, Nix apertou o Noah contra ele e levantou seu
queixo com um dedo. Então, pressionou os lábios nos do seu
Companheiro e os saboreou durante um longo momento, degustando
e explorando. Noah tinha um cheiro e um gosto doce, como baunilha
e caramelo, um aroma exclusivo para ele. O lobo do Nix gostou,
muito.

Uma vez que interromperam o beijo, era evidente que ambos tinham
um pequeno problema. Mas o Noah estava ainda em fase de
recuperação e não podia fazer esforço, apesar do desagrado do seu
lobo. Além disso, estou realmente pronto para fazer amor com o meu
Companheiro? A verdade era, estava nervoso sobre a primeira vez
deles. Sua libido teria de sofrer um pouco mais.

"Venha, vamos acomodar você. Quero que descanse um pouco


antes do jantar."

Noah mordeu o lábio antes de pedir timidamente, "Você vai deitar


comigo e me abraçar?"

"Claro", disse ele, tentando conter a hesitação em sua voz. Era o


mínimo que podia fazer para o seu Companheiro, certo?

Pegando a mão dele, Nix o levou para o quarto. Noah se arrastou até
a cama king-size e Nix o ajudou a tirar a camisa e os sapatos, então
tirou sua própria roupa. Depois, se juntou ao seu Companheiro no
meio da enorme cama, deitando de costas e se acomodando, meio
atrapalhado. O que, inferno, devia fazer, agora?

Foder um cara, já tinha feito. Essa coisa de relação? Nunca. A ideia


era mais assustadora que o perigo representado por qualquer
demônio ou Sluagh que Nix poderia, alguma vez, encarar em uma
batalha.
Noah resolveu seu dilema quando sorriu, aconchegando-se feliz ao
seu lado e colocando a cabeça no peito do Nix, sob seu queixo.
Aparentemente, era o local perfeito. Muito breve, a respiração do
Noah acalmou, quando cedeu a uma muito necessária soneca. O
sono não veio para o Nix, porém. Não imediatamente.

Noah parecia tão estranho nos seus braços. Diferente. Mas tão bom
e correto. Tão quente e seu.

O primeiro sinal verdadeiro de algo mais do que apenas o instinto de


proteção, despertou dentro dele nessas horas tranquilas. Segurando
o Noah. Apenas ouvindo ele respirar.

E Nix soube que nunca ia voltar a ser o mesmo.


CAPÍTULO TRÊS

A primeira coisa da qual Noah se tornou consciente ao despertar da


soneca era que estava confortavelmente aconchegado em um
homem gostoso que cheirava divinamente bem. Como pinho e
perfume caro. Não precisava de um olfato de lobo para discernir isso,
e o fazia apenas querer se aproximar e explorar.

A segunda coisa da qual se tornou consciente, depois de abrir um


olho, foi o tórax glorioso no qual estava deitado. Encontrou-se
olhando para um mamilo perfeitamente formado, rígido, implorando
que o lambesse e provasse. Nunca tinha sido dessas pessoas que
negam a si mesmas este tipo de prazer e, certamente, não desejava
começar a ser com o seu próprio Companheiro.

Mordendo o lábio nervosamente, estudou a face do Nix dormindo e


imaginou como ele reagiria ao ser acariciado por ele. Piraria?

Talvez não. Nix podia não estar completamente à vontade com a


coisa do acasalamento, mas veio correndo, rápido o suficiente,
quando Noah precisou dele. Não havia engano em quão preocupado
o Nix tinha estado, ou o desejo em seus olhos quando olhou para o
Noah. E quando Nix o beijou.

Decidido, se espreguiçou sensualmente e se moveu para cima do


estômago dele, para ficar meio deitado em cima do Nix. Então
abaixou a cabeça e passou a trabalhar na pequena protuberância,
certificando-se de molestá-lo tão cuidadosamente quanto possível. O
pequeno botão marrom se contraiu em uma rígida protuberância e
Nix resmungou um pouco no sono. Sorrindo, Noah continuou o
ataque suave, até que longos dedos se enrolaram no seu cabelo, na
parte de trás da sua cabeça.

Noah travou, mas a mão do Nix era encorajadora, não estava


tentando dissuadi-lo. Revigorado, continuou a viagem, beijando e
lambendo o caminho até o outro mamilo, que recebeu tratamento
igual. Não havia nenhuma vantagem em deixar o pobre coitado de
fora.

"Noah."

Seu nome, resmungado com tal anseio, enviou um relâmpago de


excitação diretamente para sua virilha. O homem podia lutar contra
seu acasalamento a cada passo do caminho, mas quando sua
guarda estava baixa não havia engano em seus desejos. Ele podia
mentir na frente dos seus amigos, mas não para o Noah. Não agora,
dessa maneira.

Depositando beijos para baixo da trilha feliz até a cintura da bermuda


do Nix, Noah amou cada centímetro de pele. Quando chegou no
botão da bermuda, o abriu e olhou para cima, para avaliar a reação
do Nix.

Seu companheiro estava observando-o por baixo do longo cabelo


louro escuro. Seus olhos estavam brilhando como jade, o desejo
dentro deles tão ardente, que se fosse uma chama de verdade, Noah
teria sido queimado até as cinzas. Nunca tinha visto nada mais sexy
do que Phoenix Monroe levantando os quadris em um convite, sem
dizer uma palavra.

Com efeito, palavras não eram necessárias.

O entusiasmo fez as mãos do Noah tremerem enquanto deslizava


para baixo a bermuda do seu Companheiro, junto com a cueca. Uma
vez que as tinha passado pelos tornozelos do Nix, lançou-as no chão
e voltou sua atenção para o Deus vivo esparramado na cama.

Nix era tudo o que podia ter esperado em um homem. Não apenas
fisicamente, embora fosse perfeitamente espantoso. Não, era mais
do que isso. Era a forma com a qual estava olhando Noah, como se
pudesse ver sua alma, e gostasse do que via.

Nix afastou as pernas, os lábios erguidos em um sorriso. Noah não


perdeu tempo em descartar sua própria roupa antes de, muito
lentamente, entrar no meio das vigorosas coxas do seu
Companheiro. Sua atenção foi desviada para o impressionante pênis
projetado na direção do teto. O pau do seu companheiro tinha
respeitáveis vinte centímetros, pelo menos, e uma circunferência que
preencheria o Noah agradavelmente. Estremeceu, em antecipação.

O pau do Nix era rodeado por um ninho de cachos cuidadosamente


aparados, que eram um tom mais escuro que o cabelo da sua cabeça
e um par de bolas pesadas, embaixo. Inclinando-se, Noah agarrou o
pênis e provou a gota leitosa sobre a fenda da cabeça, e ficou
satisfeito com a rápida ingestão de ar, seguida por um gemido do seu
parceiro necessitado.

Em seguida, tomou a cabeça na boca, sugando. Então, trabalhou


lentamente o caminho até a base, lambendo e chupando, mais e
mais, até que estava engolindo todo o membro. Uma e outra vez
amou o pênis do Nix, conhecendo cada lugar enquanto amassava as
bolas do homem.

"Noah", ele gemeu. "Merda, baby! Se continuar com isso, vou gozar!"

"Não é essa a intenção?" Sorriu para seu Companheiro.


"Eventualmente." Ele levantou uma sobrancelha, sorrindo de volta, e
a visão tirou a respiração do Noah. "Mas quero ter certeza de que
você se sinta bem, também, quando gozar dentro de você. Quero
foder você, agora. Venha aqui."

Oh, Deus. Noah quase entrou em combustão, ali mesmo. Com o


coração acelerado, se arrastou sobre o corpo do Nix e se viu
envolvido em um forte abraço. Nix os girou, colocando o seu corpo,
bem maior, sobre o do Noah, baixou a cabeça e tomou a boca do
Noah com uma paixão que fez com que dobrasse os dedos dos pés.

O beijo foi feroz, possessivo e suave ao mesmo tempo. Não deixou


dúvidas a quem Noah pertencia, e fez seu coração disparar. Podia
ter chorado de pura alegria.

Nix interrompeu o beijo, acariciando o seu rosto. "Shifters não


precisam de preservativos. Oh, é claro que você sabe disso."

"Sei". Nix não precisava lhe dizer isso, devido ao trabalho do Noah
no Santuário. Foi a maneira de Nix ter certeza que Noah estava de
acordo com o que fariam. "Estou pronto."

"Bom. Porque não posso esperar mais tempo para estar com você."

Finalmente. "Eu, também. Por favor, Nix, não espere mais."

Debruçando-se, Nix abriu a gaveta da mesa de cabeceira e procurou


o frasco de lubrificante. Noah observava, a boca seca, enquanto Nix
ajoelhava entre suas pernas afastadas. O pau do Noah estava duro
e latejante, curvado contra seu estômago. Estremeceu com luxúria
quando Nix cobriu os dedos com lubrificante e os enrolou em torno
do pênis do Noah.

"Por favor", sussurrou ele.


A grande mão do Nix fazia maravilhas enrolada em torno do seu pau.
Ainda mais quando começou a deslizar para cima e para baixo sobre
o comprimento rígido, enviando a excitação do Noah para as nuvens.
Noah arqueou ao toque do seu Companheiro, incapaz de evitar os
roucos gemidos que escapavam de seus lábios. Estava quase cego
de tanta necessidade quando seu Companheiro empinou sua bunda,
afastou as nádegas e começou a esfregar o lubrificante na sua
abertura.

"Tenho que deixá-lo pronto para mim", disse Nix. "Não quero
machucar você."

"Você está indo bem."

"Me avise se eu lhe causar qualquer dor e vou parar." Pela sua
expressão grave, falava sério.

O coração do Noah falhou. "Prometo, mas você não vai me


machucar."

Foi bom o suficiente para o seu Companheiro, que continuou a esticá-


lo. Um dedo, depois dois. A ligeira queimadura se tornou um prazer
intenso e Noah teve medo de gozar somente com isso, se o seu
homem não se apressasse. Por último, Nix agarrou sua bunda,
levando a cabeça do seu pau para a abertura dele.

Sem desviar os olhos do Noah, empurrou para dentro. Lenta e


cuidadosamente, trabalhou o caminho até o fundo, uma expressão
de admiração no belo rosto. Noah sabia como ele se sentia. Se unir
ao homem no universo, destinado a realmente ser seu, não era como
nada que havia experimentado. Os primeiros sinais do fio dourado
unindo-os começou a serpentear seu caminho entre eles, e o prazer
era tão intenso que pensou que ia desmaiar.
Felizmente, não o fez. Manteve o foco na sensação maravilhosa do
seu Companheiro preenchendo-o, a visão dele bombeando dentro do
Noah, os músculos do peito e os braços esticados em alívio. Nix
começou a golpear mais rápido, mergulhando para dentro e para
fora, levando o êxtase a um nível quase insuportável.

Nix o abaixou na cama e o cobriu com o seu corpo, fundindo suas


bocas. Moveram-se como um e Noah pensou, Isto é fazer amor. É
disso que estive sentindo falta durante toda a minha vida. Nada,
jamais, poderá se comparar a isso.

"Oh, Deus", Nix suspirou. "Baby ..."

Seu desejo finalmente cresceu e explodiu, fora de controle. Noah


virou a cabeça para o lado, expondo o pescoço. "Me morda. Por
favor."

Mas Nix apenas afundou o rosto na curva entre o pescoço e o ombro


do Noah, bombeando rápido, enquanto os levava além do limite.
Gritaram juntos, agarrando-se um ao outro enquanto seus orgasmos
acalmavam. Noah se aqueceu diante da maravilhosa sensação de
ser cuidadosamente tomado e amado por seu Companheiro.

Bem, exceto pela parte do acasalamento. Tentou não ficar


decepcionado pelo Nix ter optado por não tornar oficial, ainda, mas
pareceu uma rejeição. E machucou.

Sufocando a dor, sorriu para o seu parceiro satisfeito. Nix retribui o


sorriso, então, lhe deu um beijo escaldante antes de ficar sério.

"Desculpe por não reivindicar você", disse ele, afastando uma mecha
de cabelo de cima dos olhos do Noah. "Eu vou, entretanto. Prometo.
Só preciso colocar a cabeça em ordem com todas estas mudanças
na minha vida, primeiro, ok?"
Houve uma série de eu na última frase e Noah não tinha certeza de
que isso soava bem.

Mas fez uma expressão corajosa, e assentiu. "Claro, querido. Tudo o


que precisar. Temos muito tempo."

O alívio na face do outro homem foi doloroso de ver. "Ótimo. Você


poderia não me chamar de coisas como essa, você sabe, ‘querido',
a menos que estejamos sozinhos? Eu gosto, mas é que,
simplesmente ..."

Noah o encarou, agonia esfaqueando suas vísceras. "Muita frescura


para um lobo macho como você?"

"Não!" Ele recuou, se afastou do Noah, sentou e afastou o longo


cabelo do rosto. "Você não entendeu."

Noah se sentou e girou sobre a cama para enfrentá-lo. "É o que você
continua dizendo. Explique, então entenderei. Me ajude porque estou
voando às cegas aqui, e essa rotina de caloroso e frio está realmente
começando a me decepcionar."

"Desculpe." Ele ficou em silêncio por tanto tempo, que Noah não tinha
certeza que gostaria de continuar. Mas, quando finalmente deixou
sair tudo, muito daquilo que tinha estado segurando o Nix, ficou claro.
"Meu pai era exatamente o homofóbico furioso que você descreveu,
talvez pior. Fez da minha vida um inferno, enquanto eu crescia."

"Deve ter sido, para foder com a sua cabeça ao ponto que você não
pode aceitar quem é", disse Noah suavemente.

"Você não faz a mínima ideia. Minha mãe nos deixou quando eu tinha
cerca de quatro ou cinco anos. Não lembro de muita coisa, exceto
implorar a ela que não fosse. Em seguida, éramos apenas eu e meu
pai, exceto que ele nunca foi pai. Um pai ama a sua família. Não
aquele bastardo. Ele foi um merda, e nada que eu fazia o satisfazia,
nunca. Talvez porque sabia o que eu era."

Noah esperou. Nix necessitava falar por conta própria, sem


interferências. Era claramente difícil para ele admitir em voz alta.

"Sou gay, Noah", disse ele calmamente, olhando para a cama.


"Sempre soube, e tenho certeza que ele sabia, também. Mas também
sabia que ele ia me matar se admitisse, então me esforcei para ser o
filho atlético e musculoso do qual ele podia se orgulhar. Pratiquei
esportes, fodi meninas, tive um carro descolado. Brinquei com um
menino ou dois, mas tive o cuidado infernal de não deixar ninguém
saber, para isso não chegar até o meu pai. Quando me formei no
ensino médio, entrei para a Marinha mais rápido do que você pode
dizer assine na linha pontilhada porque isso ia me afastar daquele
merda!"

"Entendo tudo isso. Mas você tinha desaparecido, nesse ponto.


Podia fazer o que quisesse, certo?" Logo que as palavras saíram da
sua boca e viu o sorriso triste do Nix, compreendeu quão estúpido
isso soou.

"Não seria agradável se a vida funcionasse dessa forma? Mas não.


‘Não pergunte, não conte’ ainda era regra da segurança militar. Sim,
tive alguns casos com caras quando estava de férias e foi quando
eu, realmente, soube que era gay, sabe? Era a minha primeira
oportunidade real longe de casa e com nenhum bastardo para
descobrir sobre mim. Mas algo permanente? Não preciso lhe dizer
quão mal isso seria recebido, especialmente quando eu fazia parte
dos SEAL’s. Essa parte da minha vida ficou em espera."
"E, mesmo se não tivesse ficado, havia a influência do seu pai
pairando, sempre em segundo plano", Noah adivinhou.

"Acertou em cheio. As crenças deformadas do meu velho, seu ódio


por alguém ser diferente, têm sido um câncer na minha alma desde
que me lembro. Não tenho nenhuma vergonha de ser gay. Quero que
saiba disso. Mas, antes de eu sair de casa, ele me disse algo que me
aterrorizou, e nunca esqueci."

Então, Noah pegou a mão do seu Companheiro em silencioso


encorajamento, enquanto Nix continuava.

"Ele disse que, se alguma vez soubesse que tinha cedido ao meu
desejo antinatural, ia atrás de mim e também mataria o meu parceiro.
Disse que nos levaria a um bosque em algum lugar e me deixaria ver
enquanto ele esfolava e eviscerava o cara, então ia colocar uma bala
em seu cérebro para tirá-lo da miséria. Se implorasse."

"Meu Deus! Que filho da puta pervertido! Desculpe, mas ..."

"Não, eu não posso estar mais de acordo. Então, disse que me


deixaria ir para eu ter que viver o resto da minha vida com o
conhecimento do que eu tinha feito. O que eu tinha feito! Eu!" Ele deu
um riso amargo, balançando a cabeça.

"Nix, tem certeza que seu pai ainda está vivo? Você está longe de
casa há uma década." Qualquer esperança que o bastardo pervertido
pudesse ter falecido nos anos que passaram, desapareceu com as
próximas palavras do seu Companheiro.

"Ele ainda está vivo. Eu mantenho um olho sobre ele. Após nossa
equipe de SEALs ser vítima da emboscada dos lobisomens no
Afeganistão, há sete anos atrás e nos transformarmos, disseram a
ele que eu estava morto - foi o que disseram a todas as nossas
famílias. Mas meu pai sempre foi o tipo de cara desconfiado. Sem o
meu corpo para confirmar, fez uma série de perguntas e quanto
menos respostas recebia, mais curioso ficava."

"Fodidamente assustador, se não se importa que eu diga."

"Nem me diga." Apertou a mão do Noah e olhou profundamente em


seus olhos, a expressão sincera. "Agora, compreende por que razão
estou uma bagunça sobre me assumir? Sobre essa reivindicação
aberta e sobre mostras públicas de afeto? Não tenho medo de te
amar, Noah. Tenho medo das consequências, se aquela mesquinha
desculpa de ser humano algum dia souber sobre você. Ele deseja
cumprir cada ameaça e não piscaria um cílio com simpatia. Não
posso deixar nada acontecer com você."

"Nada vai acontecer comigo. Não só tenho você para me proteger,


mas ambos temos uma equipe inteira de shifters lobos, além de um
Feiticeiro e um Príncipe Fae na nossa retaguarda". Sorriu. "O que um
humano, possivelmente, espera fazer contra um exército como
esse?"

"Bem, quando você fala assim, meio que faz os meus receios soarem
idiotas." Lançou um sorriso para o Noah.

"Nada idiota, absolutamente. Cuidado é saudável, mas quando


permite o medo assumir sua vida? Isso é um problema, meu
Companheiro."

"Sim, bem, esse medo teve uma vida inteira para se tornar um
problema", Nix disse com repugnância. Então, balançou a cabeça.
"Não quero mais pensar no meu velho. Na verdade, nós dois
precisamos afastar nossas mentes de coisas desagradáveis, por
enquanto."
"Não acabamos de fazer isso?" Noah sorriu.

"Você sabe o que quero dizer, seu viciado em sexo."

"Sim, sei." Inclinando a cabeça, Noah teve uma ideia. "Por que não
damos uma caminhada antes do jantar? Você pode deixar seu lobo
correr e eu posso acompanhar e fazer algum exercício."

"Parece divertido, mas tem certeza que pode fazer isso?"

"Positivo. Vamos lá!"

"Certo, mas não vamos demorar. Não quero que você se desgaste
quando deve estar se recuperando."

"Olha, se eu me desgastar vai ser apenas pelo melhor dos motivos."


Sua piscadela foi seguida por uma risada genuína enquanto
deslizava da cama e se vestia.

Durante todo o caminho até lá fora, tudo que podia fazer era ver por
onde estava andando, quando tudo o que queria fazer era comer o
Nix com os olhos.

Agora, compreendia o seu homem muito melhor. Seu coração chorou


por tudo aquilo que o Nix tinha passado durante seu crescimento com
aquele pai horrível e como isso estava o atingindo, até hoje. Bem,
Noah ia se esforçar para mudar isso. Para ajudar seu Companheiro
a ultrapassar seus medos, mostrar-lhe quão incrível a vida pode ser
com a pessoa certa.

***

Nix decidiu levar seu Companheiro para o córrego ao qual tinha ido
no dia anterior. Quem sabe, desta vez, não seria necessário fazer
uma performance solo. A ideia fez com que um sorriso aparecesse
no seu rosto.
Eu e um cara. Companheiros. E não apenas qualquer cara, mas o
Noah. Um pequeno cara gostoso, que é tão doce quanto sexy. Quem
teria imaginado?

Claro, como havia dito ao Noah, tinha estado com alguns homens.
Soube, desde a primeira vez que tinha cedido à tentação, que estar
com mulheres nunca seria o bastante para ele. Mas tinham sido
aventuras de uma noite. Escondidas e fugazes, para ninguém -
especialmente o seu pai - jamais descobrir. Nunca esperou ter uma
relação de verdade, aberta, muito menos algo permanente. Poderia
realmente percorrer essa etapa final, afundar os dentes no seu
Companheiro e vinculá-los para sempre?

O conhecimento do que o seu pai faria se descobrisse o gelou até os


ossos. Cada palavra que disse ao seu Companheiro era verdadeira -
seu pai ia ter grande prazer em torturar o Noah lentamente, antes de
lhe conceder a morte.

Estremecendo, afastou a imagem e forçou a si mesmo em se


concentrar no lado positivo. Noah havia preenchido um espaço
dentro do Nix que não tinha, sequer, reparado que estava desolado
até que o encontrou. Mesmo procurando racionalizar seus
sentimentos como pura luxúria, aquilo que haviam acabado de fazer
não era foder.

Eles tinham feito amor.

Nunca tinha experimentado tão profunda satisfação com outra


pessoa. Só podia imaginar quão maior a gratificação seria, uma vez
que fossem verdadeiros Companheiros. A felicidade estava lá, sua
para tomar. Apenas um pouco mais, e afastaria os receios que o
tinham consumido desde a adolescência. Se o Noah fosse paciente
só mais um tempo.

Assim que cruzaram o extenso gramado, antes de chegar na beira


da floresta, Nix tomou a mão do seu Companheiro, entrelaçando
seus dedos. Estranho, segurar a mão de um homem..., porém, bom.
Nix sabia que este era um grande passo para ele e, pelo olhar de
surpresa que o Noah lançou na sua direção, o rosto corado de prazer,
ele soube também. Uma coisa tão pequena e, ainda assim, imensa.

Pela primeira vez, Nix realmente descobriu que sexo e intimidade


eram duas coisas completamente diferentes. Dar as mãos,
mostrando ao Noah que se importava, era mais íntimo do que um
simples ato sexual.

Fez uma nota mental para melhorar nas pequenas coisas. Noah
merecia a felicidade.

Ao final desse pensamento, percebeu que sabia pouco sobre o


passado de Noah. "E você?" Perguntou, enquanto entravam na
floresta e percorriam a trilha. "Como foram os seus anos de
crescimento?"

"Um pouco solitário", respondeu melancólico, tristeza atravessando


seu rosto. "Bastante estereotipado para um garoto gay, em uma
pequena cidade conservadora. Meus pais não eram como seu pai,
pelo menos não neste extremo. Não me forçaram a praticar esportes
nem nada; estavam bem com o fato de eu ser um tipo de nerd
inteligentíssimo, ganhando prêmios pelos meus projetos nas feiras
de ciência – desde que acabasse sendo médico, casado com uma
mulher igualmente bem-sucedida e produzisse vários pequenos
Noahs para dar continuidade ao nome da família."
"Oh!"

"Sim. Imagine a surpresa deles quando o futuro médico decidiu ser


enfermeiro e chegaram em casa mais cedo, um dia, e o encontraram
fazendo o seu melhor para engravidar o Jay Thompson?"

Nix não conseguiu evitar - riu em voz alta. "Ah, merda!"

Seu companheiro fungou. "Não é? A imagem meio que queima o seu


cérebro, não? De qualquer forma, meus pais eram do tipo cujo amor
era condicional. Eu te amo apenas se você viver a sua vida
exatamente como a imaginei e seguir os meus sonhos. Quando me
encontraram com o Jay, estava apenas começando a escola de
enfermagem. Esse foi o golpe final, então me expulsaram de casa e
me renegaram. Não os vi, desde então. Não sei se estão vivos, mas
não me importo."

Alguma coisa no tom da sua voz disse que se importava, mas não
queria. Nix não pressionou. Em vez disso, perguntou, "Como lidou
com isso?"

"Fui morar com a família do Jay e terminei a escola. Eu e ele nunca


fomos além de amigos com benefícios, mas ele e a sua família me
ajudaram a atravessar um momento difícil. Sou grato por isso,
embora não tenha mais contato com nenhum deles."

Nix estava egoisticamente feliz que seu companheiro não estava


ainda falando com seu antigo amigo de foda. Seu lobo podia ter que
arrancar fora a garganta do homem. "Então, você acabou aqui?"

"Não tão rápido. Consegui um trabalho em um grande hospital, em


Atlanta. Que foi, na verdade, onde conheci a Melina."
"Você está brincando?" Tinham começado a andar novamente, ainda
de mãos dadas e Nix lhe lançou um olhar de surpresa. "Não fazia a
menor ideia que vocês dois já se conheciam, antes."

"Sim. Ela foi, realmente, solidária quando passei por algumas merdas
no trabalho, por ser homossexual. Em seguida, ela saiu para vir para
cá e as coisas ficaram realmente ruins. Eu tinha o número do celular
dela e ela me disse para ligar se precisasse dela, mas estava
determinado a aguentar as coisas em Atlanta."

"Eram seus colegas que estavam incomodando você?" Nix fez uma
careta. "Desculpe o estereótipo, mas você não pode ter sido o
primeiro enfermeiro homem gay com quem trabalharam!"

"Era o que você pensaria, não é? Quer dizer, nunca escondi quem
sou. Desde que meus pais me jogaram fora, como lixo. Desde esse
dia, jurei nunca ser alguém além de mim mesmo e mandar à merda
quem quisesse que eu fosse diferente."

Exceto por mim, Nix pensou envergonhado. Ainda no outro dia, ele
se ofereceu para mudar, por mim.

"Nunca mude", reiterou. "Nem por mim, ou por ninguém. Seja você
mesmo."

O sorriso do Noah foi como um raio de sol. "Serei."

"Então, exatamente como você chegou até aqui, no complexo?"

"As coisas em Atlanta chegaram ao limite quando dois rapazes


estavam esperando por mim, tarde da noite, quando cheguei ao
trabalho. Eles me atacaram do lado do meu carro, me bateram e me
deixaram lá."
"O quê?" As presas do Nix saltaram e suas garras brotaram dos
dedos. "Vou matar todos eles, porra!"

"Não, querido", ele o acalmou, apertando a mão do Nix. "Eles foram


para a prisão. Esqueceram que o pessoal do estacionamento
subterrâneo tem câmeras de segurança e não apenas não tiveram
qualquer defesa contra o que fizeram, como tudo foi capturado em
vídeo. A polícia foi muito profissional, de forma que essa parte foi
muito bem resolvida. Mas enchi o saco da cidade e fiz uma ligação
para a Melina."

"E o resto é história."

"Basicamente." Noah estremeceu visivelmente. "Nunca vou


esquecer o dia em que a equipe salvou você e o trouxeram. Após
todos aqueles meses ausente e mantido em cativeiro, você estava
completamente confuso, mas não tinha perdido o seu espírito de
luta."

Parando, Nix puxou o Companheiro contra o seu peito. "Bastou


apenas um olhar para você, e me manter por aqui, de repente,
parecia verdadeiramente importante. É importante dizer, estou feliz
por ter feito isso."

Lágrimas surgiram nos grandes olhos azuis do Noah. "É a melhor


coisa que alguém já disse para mim." Uma lágrima escapou, rolando
pelo seu rosto.

Nix a limpou com o dedo. "Não chore, lindo. Eu não aguento."

"São lágrimas de felicidade."

Incapaz de resistir, Nix segurou o rosto do Noah e o beijou


ternamente. Por que razão tinha, sequer, hesitado? Jamais ia ter o
bastante do gosto inebriante dos lábios do seu Companheiro. Seu
lobo rugiu de prazer, exigindo que o tomasse novamente. Em breve.

Se afastando, Nix guiou seu Companheiro dentro da trilha um pouco


mais, até um bom local para deixar suas roupas, para que pudesse
se transformar. "Bem aqui, baby. Você está pronto para brincar com
seu lobo?"

"Sim!"

Rapidamente, Nix se despiu e colocou a roupa em um tronco caído.


Então, deixou a transformação acontecer. Seu lobo foi libertado e
saltou, ansiosamente, para o seu Companheiro, ladrando feliz e
dançando ao redor enquanto o Noah ria.

Chega de conversa. Hora de diversão.


CAPÍTULO QUATRO

Nix podia ficar correndo a tarde toda, brincando com seu


Companheiro, derrubando-o no chão e lutando, escutando ele rir com
deleite.

Um por um, vários dos rapazes tinham acasalado com suas


Companheiras e Nix teve que admitir que jamais havia compreendido
o que havia de tão especial em estar vinculado a um parceiro. Alguns
dos caras mais durões que conhecia foram pegos com a guarda
baixa pelo cupido e Nix tinha, efetivamente, olhado para eles com
divertimento.

Agora, entendia. Noah era muito mais do que um parceiro. O vínculo


entre Companheiros era especial e o fio dourado entre eles crescia,
mais forte a cada segundo.

Eventualmente, porém, achou que o Noah devia estar cansado e


decidiu que estava na hora de visitar o córrego, antes de voltarem.
Nix liderou o caminho, gostando da sensação da mão do seu
Companheiro repousando sobre os pelos do seu pescoço. Era
tranquilizador e amou os dedos do Noah acariciando através do pelo
espesso.

Ao chegarem no córrego, Noah exclamou, em apreço. "Ah, como é


bonito aqui! Posso ver por que gosta deste lugar. Cada par acasalado
da equipe tem um lugar favorito na floresta, para onde se esgueiram
- talvez este possa ser o nosso?"

Nix voltou à forma humana e ficou de pé ao lado do seu


Companheiro, segurando sua mão novamente. "Gostaria muito
disso. Trouxe você aqui esperando que o adorasse, tanto quanto eu."
"Um homem sexy e nu ao lado de um riacho murmurante, no meio
do nada? Como não gostar?" Ele arqueou uma sobrancelha.

"Correção - dois homens sexys e nus. Inaugurando o lugar deles."

"Oh!"

Em tempo recorde, Nix tirou a camisa e os sapatos do seu


companheiro, e despiu-o da sua bermuda. Então, esticou a camisa
sob a bunda do Noah, erguendo-o da superfície musgosa e sorriu.
"Na próxima vez vou planejar isto melhor e trazer um cobertor. E
vamos fazer um piquenique também."

"Você me ouviu reclamando?"

"Nem um pouco, não mesmo."

Nenhum deles tinha qualquer queixa, uma vez que ambas as bocas
estavam muito ocupadas na maior parte da próxima hora. Nix fez
amor com seu companheiro novamente, desta vez, tomando-o de
quatro. Empurrando para dentro e para fora, lentamente, construindo
o clímax deles.

Segurando o Noah pelo quadril, Nix passou a mão livre em volta dele,
envolvendo o membro do seu Companheiro. Mergulhou
profundamente, mais e mais rápido, até que ambos explodiram em
um orgasmo tão intenso que sua visão ficou em branco por alguns
segundos. Quando voltou a si mesmo, estava tombado sobre as
costas do seu Companheiro, suado e satisfeito.

Dentro dele, no entanto, seu lobo rugiu e arranhou para escapar do


confinamento da sua forma humana. Antes do Nix poder detê-lo,
suas presas saíram e garras surgiram dos seus dedos. As afiadas
pontas dos caninos pairavam a milímetros do pescoço de Noah e
lutou arduamente contra o impulso de reclamar o que era seu. Deles.
Meu e do meu lobo.

Mas ele não podia. Ainda não.

Nix supôs que o medo não havia ido totalmente embora. Mas ia
chegar lá, gradualmente. Logo, iria reivindicar o Noah, e nada ia lhe
impedir.

Rosnando, seu lobo se submeteu, novamente. Suas presas e garras


se retraíram.

"Vamos estar todos sujos e grudentos quando voltarmos", Nix


observou, se movendo ligeiramente. "Vamos precisar de uma ducha
antes do jantar."

"Ainda sem queixas." Sentando de frente para o Nix, ele sorriu. Mas
havia uma sombra sobre sua felicidade que não estava lá
anteriormente, e era óbvio que sabia que o Nix tinha se segurado.
Novamente. "Certeza que vou ter diversão seguindo por este
caminho."

Então, Noah ia deixá-lo escapar dessa, novamente. Deus, se sentia


horrível.

"Eu também". Olhou para o córrego, tentando recapturar a


camaradagem que estavam tendo antes. "Ei, temos água aqui
mesmo. Pelo menos, podemos limpar o musgo."

"Sim, mas deve estar congelando!"

"Com medo?"

Noah lançou um olhar divertido para ele. "Não. Primeiro você."


Nix aceitou o desafio e chiou quando entrou na água, arrepios
percorrendo seu corpo todo, imediatamente. Puta que pariu, os
riachos da montanha eram como gelo! Mas fez um show, se
inclinando e espalhando água como se não estivesse afetado.

"Entre", chamou o Noah. "Não está tão ruim."

O rosto do seu Companheiro estava claramente cético. "Não sei."

"Você disse que não estava com medo. Venha aqui." Esticou sua
mão, esperando. No instante que o Noah a segurou, ele o puxou para
a água congelada e o segurou, de modo que não conseguisse fugir.

"Aaah!" Ele gritou. "Seu idiota! Me solte, está frio pra caralho!"

"Chupa essa, humano insignificante!"

"Imbecil!"

Espalhando água, riram como bobos, deixando um ao outro limpos e


ensopados. No momento em que terminaram, estavam tremendo tão
intensamente que seus dentes rangiam, mas, da sua parte, Nix
nunca tinha estado tão feliz.

"Vamos sair daqui."

"Agora, quem é o covarde?" Noah disse.

"Covarde congelado."

"Ha!"

Indo aonde tinha sol, passaram alguns minutos se secando. Então,


Nix entregou as roupas ao seu Companheiro. Uma vez que o Noah
estava vestido novamente, Nix mudou para a forma de lobo, para a
caminhada de volta no meio da floresta para recuperar suas roupas.
Era muito mais confortável do que andar como um ser humano nu,
através das moitas.

Finalmente, chegaram ao local onde o Nix havia deixado sua roupa,


e ele se transformou novamente. Quando estava vestido, andaram
juntos de volta para o complexo. Odiava ver sua brincadeira acabar,
mas estava confiante de que haveriam muitas mais como as de hoje.

"Banho?" Perguntou ao Noah.

"Sim. Quente!"

"Podemos fazer isso." Sorrindo, tomou a mão do Noah e o levou


através de todo o gramado do complexo.

Aric, Jax e suas Companheiras, Rowan e Kira, estavam do lado de


fora conversando, juntamente com Micah e o Nick. Diante da visão
do mais novo casal emergindo da floresta, amarrotados e,
obviamente, juntos, o grupo sorriu, acenando para eles.

"Oh, rapaz." Noah olhou para ele com preocupação. "Está pronto
para isso?"

"Não tenho vergonha de você." Mas, ainda assim, soltou a mão do


Noah, e o rosto do seu Companheiro entristeceu. Merda.

"Sei que você não está pronto para o processo de acasalamento.


Tudo bem." Mas o tom e a expressão do Noah traíram a sua
decepção.

"Venha, vamos ver o que eles querem." Com uma piscadela, andou
junto com o Noah até seus amigos.

"Entããão", Aric falou lentamente, observando-os. "Vocês parecem


meio despenteados, se sabem o que quero dizer. Preciso perguntar
o que está acontecendo?"
"Pode perguntar", Noah respondeu com um sorriso. "Não significa
que vai obter detalhes."

"Vocês estão, oficialmente, acasalados?" O ruivo pressionou. A


pergunta, imediatamente, fez com que ganhasse uma cotovelada nas
costelas da sua própria esposa, que o encarou ferozmente.

"Isso não é da nossa conta!" Rowan disse.

"Você está brincando, certo? Todo mundo aqui sabe os assuntos uns
dos outros", se queixou, esfregando sua lateral.

"Bem, é rude fazer uma pergunta tão pessoal."

"Onde você esteve morando?" Aric falou. "Você sabe que não temos
muitos limites aqui."

"Ahh, rapazes?" Nix interrompeu. "Este grupo não é nada se não o


mais barulhento que já conheci. Noah e eu estamos ainda
trabalhando as coisas. Mas estamos indo na direção certa e isso é
tudo o que vou dizer agora."

"Uau", disse o Micah com um sorriso. "Essa é uma boa notícia.


Parabéns."

Jax assentiu. "O mesmo, aqui."

Nick era o único que não estava parecendo feliz da vida. De fato,
tinha aquela espécie de olhar perdido que acontecia sempre - merda,
estava tendo uma visão. O problema com isso era, as habilidades de
vidência do Nick raramente pressagiavam algo bom para alguém em
torno dele.

Quando o comandante piscou e voltou a ser ele mesmo, se dirigiu


aos outros. "Posso ter uma palavra a sós com o Nix e o Noah?"
"Claro", disse Aric, observando seu chefe com um olhar cauteloso.

Os outros ecoaram o sentimento e todos saíram, com promessas de


se encontrarem no jantar.

"O que está acontecendo?" Nix perguntou.

O comandante olhou ao redor, aparentemente se assegurando que


ninguém estivesse dentro da faixa de audição, antes de falar. "Vocês
dois precisam ouvir isso. Vocês estão destinados a encontrar sérias
dificuldades juntos, em breve." Fez uma pausa. "A Sacerdotisa Vodu,
lembra dela? De quando você estava de férias em New Orleans?"

Um calafrio de mau presságio atravessou a coluna vertebral do Nix,


seguido de frio. "Como eu poderia esquecer?" Não perguntou como
o Nick sabia - o homem era um Vidente. Quando o passado
conectava com o presente, podia "ver" o que precisava.

"Ela lhe disse algo extremamente importante sobre sua habilidade


especial, não como um lobo shifter, que veio mais tarde. Mas aquela
com a qual nasceu. Sua habilidade Psy. Você lembra?"

"Sim", disse com a voz trêmula. "Jesus, está me assustando."

"Ouça. Explique ao Noah sobre o seu dom. Faça ele compreender, e


com isto quero dizer, verdadeiramente, compreender de quão vital
importância é, que ele confie em você cem por cento. Que acredita
em você e no que dirá a ele. Se não o fizer, tudo estará perdido."

"Eu ... ok." Passou uma mão trêmula através do cabelo. "Vou contar
a ele, agora."

"Bom. Não desperdice nenhum momento. Valorize cada segundo


juntos, porque a catástrofe está no caminho de vocês e não posso
impedi-la."
"O que vai acontecer?" Sussurrou ele. Noah chegou perto, se
colocando ao lado do Nix.

"Não sei, exatamente", disse com verdadeiro pesar. "Só aquilo que
eu disse. Ambos, lembrem do que eu falei e vão ter uma chance."

"Tudo bem. Nick, obrigado."

"Certo. E se houver algo mais que eu possa fazer para ajudar aos
dois, sabem que farei." Batendo sobre o ombro dos dois, se virou e
os deixou ali, em pé.

O coração do Noah falhou uma batida antes de se virar para seu


Companheiro. "Sobre que coisa fodida foi aquilo?"

Nix soltou um suspiro profundo. "Vamos sentar e conversar."

Olhando em volta, se acomodaram em um popular local gramado,


sob uma grande árvore, na beira do campo utilizado para jogos com
bola. Esse seria tão bom lugar como qualquer outro para descarregar
a bizarrice do seu suposto dom.

Uma vez que estavam sentados próximos um do outro, começou.


"Portanto, como o Nick disse, estava de licença há alguns anos,
quando tinha quase a sua idade. Fui para New Orleans com alguns
dos meus amigos da Marinha, e pensei que seria hilariante ver uma
bruxa vodu. Obter algumas poções de amor ou algumas dessas
merdas, quem sabe? Eu estava aterrorizado pra caralho e estava só
no vestíbulo da casa da velha mulher, enquanto eles faziam negócios
com ela."

"Se você não entrou para vê-la, como se conheceram?"

"Ela saiu com eles quando estavam partindo e me viu.


Imediatamente, se aproximou de mim, olhou para mim como se
tivesse visto um fantasma, e acenou para eu ir até ela. Meus amigos
queriam ir junto, mas ela ordenou que saíssem. Disse que ninguém
podia ouvir o que tinha a me dizer, até que fosse o momento certo.
Ela disse, Você é o que o seu nome próprio significa. Eu não tinha
dito, ainda, o meu nome para ela."

A memória ainda lhe dava calafrios.

"Você é o que seu nome significa", Noah repetiu. "Phoenix?"

"Sim. Um pássaro que renasce a partir das cinzas."

"Exceto que você é um lobo."

"Bem, eu não era ainda. O ponto é, ela disse que o meu dom é o da
Phoenix. Que se eu morrer, posso renascer, mas há um porém."

"Claro que há", disse Noah, secamente. "Qual é o porém?"

"Tenho que morrer pelo fogo."

Seu Companheiro olhou para ele, o horror lentamente despontando


no seu rosto. "De jeito nenhum. Foda-se essa merda! Você não vai
morrer, pelo fogo ou qualquer outra coisa! Isso é loucura!"

"Eu não quero morrer, mas você ouviu o Nick", disse ele, pegando as
mãos agitadas do Noah nas suas. "Você acredita em mim, acredita
em mim, não é?"

"Claro que acredito! Mas-"

"Sem reservas. Lembre-se do que o Nick disse, quando a hora


chegar. Eu não sei o que é, mas soa mal. Acredite em mim e lembre
do meu dom."

Estava tão atordoado quanto o Noah. Mas, quando viu as lágrimas


saindo e escorrendo dos olhos do seu Companheiro, seu único
pensamento foi reconfortá-lo. Rapidamente, puxou o Noah para os
seus braços e o beijou.

"Ah, baby. Vai dar tudo certo, você verá."

"As visões do Nick sempre são verdadeiras", ele respondeu com um


fungar. "Passei tantos anos desejando alguém que fosse meu, para
amar. Não posso perder você agora."

"Ei, elas se realizam, mas nem sempre da maneira exata como ele
as viu. Micah devia ter morrido, lembra? Mas o curso dos
acontecimentos mudou e ele não morreu."

Tardiamente, percebeu que o Noah tinha dito sobre alguém para


amar. Ele não me ama?

"Eu sei, mas isso ainda me assusta."

"A mim também. Mas não vamos deixar que isto arruíne nosso tempo
juntos, entendeu?" Levantando o rosto do seu Companheiro, lhe deu
um beijo escaldante, acalmando-o e esfregando as mãos na parte
inferior das suas costas.

"Ok", ele inspirou.

"Bom. Agora vamos tomar aquela chuveirada e ir jantar. Isto é, se


você não estiver cansado demais para ir para a sala de jantar?"

"Não, estou bem. Será excelente descansar depois do jantar,


entretanto", ele admitiu.

Essa era a prova do quão esgotado seu Companheiro estava e Nix


estava com medo que o tivesse forçado demais e o esgotado. Tinham
feito amor duas vezes e saíram para uma longa caminhada. Talvez,
tudo isso tivesse sido demais.
Uma vez de volta ao quarto do Nix, Nix despiu a si mesmo e o seu
Companheiro cansado. Então, ligou a água quente, puxando-o para
o chuveiro e ensaboando-o dos pés à cabeça. Não houve carícias
desta vez, porém o Nix já podia estar pronto para gozar novamente,
com muito pouco incentivo. Este era o momento para, simplesmente,
mimar o seu homem. Fora do chuveiro, enxugou o Noah, pensando
no quanto gostava desta nova sensação de cuidar do seu
Companheiro. Muito. Cuidar do seu bem-estar, prover suas
necessidades, parecia tão natural quanto respirar. Fez votos que
cada dia seria mais fácil e superaria o medo irracional de estar com
um homem em público.

Obrigada, dador de esperma. O bastardo não merecia sequer o título


de ‘pai’.

"Eu ainda não tenho nenhuma roupa limpa aqui", disse o Noah, de
repente. "Podemos passar no meu apartamento?"

"Sem problema. Na verdade, por que não arrumamos uma mala para
manter aqui? Você também pode ficar aqui até decidirmos em qual
quarto vamos morar."

Noah piscou para ele. "Você acabou de me pedir para morar com
você?"

Nix hesitou, então disse timidamente "Sim, acho que sim. Você é meu
Companheiro, gosto de ter você por perto e não planejo permitir que
vá para nenhum lugar. O que você diz?"

"Como proposta, podia ser um pouco melhor", disse Noah com um


sorriso, "mas, sim, vamos pegar algumas das minhas coisas. Vou
ficar com você até decidirmos."
"Maravilha!" Nix se sentiu absurdamente feliz e puxou o Noah para
lhe dar um beijo.

***

Alguns minutos mais tarde, aquela sensação vertiginosa foi


substituída por algo parecido com choque. O apartamento do Noah
parecia o interior da fábrica de chocolates do Willy Wonka, muitas
cores gritando por atenção.

"Você gosta?" Noah estava olhando para ele ansiosamente.

"Humm, baby, odeio lhe dizer isto, mas vou ser o encarregado da
decoração."

"Mas-"

"E pronto."

Merda, se sentia como se tivesse acabado de chutar um filhote de


cachorro. A face do Noah entristeceu enquanto observava seu lugar.

"Bem, suponho que é um pouco exagerado."

"Querido, isso daria pesadelos ao Freddy Krueger. Desculpe."

"Posso levar algumas das minhas almofadas?"

Nix olhou as almofadas de um roxo brilhante como se fossem


cascavéis. "Vamos ver. Você pode ajudar na decoração, ok? Mas eu
ainda tenho a palavra final."

Pelo sorriso feliz do seu Companheiro, imaginou que já tinha perdido


a batalha e se perguntava quão horríveis aquelas almofadas roxas
ficariam no seu belo sofá de couro marrom.

Urgh.
Embalar as coisas não demorou muito tempo e observou enquanto o
Noah colocava roupas em uma bolsa de ginástica. A seguir, vieram
frascos de loção de banho para o corpo e produtos para os cabelos
que o Nix estava certo que custavam mais do que tudo o que havia
no seu banheiro.

Ia ter que pedir ao Nick um aumento salarial.

Finalmente, Noah trocou a roupa usada, pegou sua mala, e estavam


prontos para ir. Nix tomou a mala dele e seu Companheiro não
protestou, apenas olhou para ele como se tivesse alcançado a lua.

Deixaram a mala e foram jantar. Quando chegaram na sala de jantar,


várias outras pessoas já estavam lá. Noah tentou sair do seu lado,
mas Nix o segurou.

"Estou trabalhando em não nos esconder em público."

O sorriso que ele lhe deu valia um milhão de dólares.

Aparentemente, Aric e os outros que encontraram mais cedo já


tinham espalhado a notícia, que estava bem para o Nix. Salvou
ambos de ter que ficar repetindo. Quando se sentaram à mesa com
o Blue, o Kalen e a companheira do Kalen, Mackenzie, Nix se
preparou para aguentar os parabéns e os tapinhas nas costas, que
não demoraram a vir. Mas não soube o que dizer quando várias
pessoas mostraram curiosidade sobre o motivo dele e do Noah não
estarem oficialmente acasalados.

Olhando para cima, pegou o Noah virando a cabeça para o outro


lado, as bochechas coradas e percebeu que seu doce Companheiro
estava perturbado. Noah, aparentemente, não achava a gozação
mais divertida do que ele, mas deixou a nítida impressão que estava
perturbado com o Nix, não com seus amigos.
Jesus Cristo, esta merda de acasalamento era complicada!

Enfrentaram com bravura, passando pela refeição. Uma vez, Nix


observou que o Noah e o Blue tinham as cabeças próximas,
sussurrando algo. Nix capturou as palavras ‘praticar amanhã’, e
optou por não se incomodar, no momento. Não que não estivesse
curioso, mas tudo o que sabia era que o príncipe e o Noah eram
apenas amigos. Noah não ia mentir para ele sobre isso.

"Como está o Leonidis?" Noah perguntou à Mackenzie. Além de ser


companheira do Kalen, era uma das médicas que trabalhava com a
Melina.

Nix não dava a mínima se o tigre tivesse sumido da face da terra.


Mas seu Companheiro era uma alma amável e, claramente, um
homem melhor do que ele mesmo.

"Ele está bem", Mac tranquilizou o Noah. "Quando atacou você, tinha
acabado de acordar e ficou confuso e aterrorizado. Não sabia onde
estava e se sente terrivelmente mal sobre o que aconteceu. Em
algum momento, quer pedir desculpas a você."

"Por cima do meu fodido cadáver morto e enterrado", Nix bradou.


Todos ao redor dele travaram, e ele calmamente voltou para sua
refeição.

Noah lançou um olhar para ele antes de voltar a atenção para a Mac.
"Vamos discutir isso mais tarde."

"Claro."

Por fim, Nix pôde ver que a cabeça do Noah estava inclinada e que
estava, apenas, empurrando a comida no prato.
"Você teve um dia cheio", disse o Nix dando palmadinhas na coxa do
Noah. "Vamos levar você para a cama."

Isso rendeu alguns sorrisos, mas, felizmente, nenhum comentário.


Nix apenas revirou os olhos, ajudou o Noah a levantar do lugar, e
estavam novamente a caminho do seu alojamento.

"Você foi meio que um homem das cavernas lá."

"Você espera que eu peça desculpas?"

"Não, mas vou deixar o Leo pedir desculpas, porque será importante
para a sua recuperação e bem-estar mental. Ele já teve o suficiente
para lidar com a situação e não precisa de mim na sua consciência,
também."

Ele tinha razão. No entanto, Nix não estava pronto para reconhecer,
portanto abandonou o assunto.

Seu bebê estava tão cansado, que não houve brincadeiras essa
noite. Enquanto puxava o Noah para os seus braços, porém, sabia
que era um homem de sorte.

Teriam muito mais amor a fazer, logo que o sol nascesse.


CAPÍTULO CINCO

Noah amava despertar de manhã com a cortesia de um certo lobo


sexy.

Uma coisa, com certeza, definitivamente não tinha motivo para


reclamar - Nix era um amante muito dedicado, voraz.

O homem o queria sobre cada superfície, em todas as posições.


Alguma coisa ou algum lugar novo a cada dia. Voltaram ao riacho
algumas vezes na semana, durante a recuperação do Noah, tinham
até mesmo feito a coisa toda em uma das escadas do prédio principal
e quase foram flagrados pelo Nick Westfall. Noah tinha certeza que
o homem sabia o que tinham feito e ficava vermelho toda vez que via
o imponente comandante.

Esta manhã, Nix estava o arrastando para a mesma escada que foi
cena do crime anterior. "Aonde estamos indo? Não há nada além
daqui."

"Ah, mas tem."

"O quê?"

"O telhado."

"Sim, mas não há nada no telhado."

"Haverá." Parando na frente da porta que levava para o exterior, Nix


sorriu. "Nós."

Com isso, abriu a porta e os puxou para fora, sob o sol da manhã. O
dia estava claro e quente, apenas poucas nuvens no céu, as
montanhas se elevando na distância. Uma bela manhã com um
homem ainda mais maravilhoso ali, olhando para o Noah como se
ele fosse a mais bela coisa que já tinha visto.

"Ainda preciso perguntar o que estamos fazendo aqui?"

"Provavelmente, não." Agarrando a barra da camisa, Nix o deleitou


com a deslumbrante visão dele tirando-a.

"Mas alguém pode ver! Você não percebe que as águias lá em cima
podem ser shifters águias do Santuário, que estão reaprendendo a
voar, certo?"

"Portanto, vão aprender algo sobre os rituais de acasalamento dos


lobos e seus Companheiros."

Com um floreio, Nix atirou a camiseta sobre um grande duto de ar


em forma de U, saindo do telhado. Então perseguiu o Noah,
capturando-o facilmente. Não que o Noah tentasse escapar com
veemência. Nix se atracou com ele em direção ao duto e se tornou
evidente a razão pela qual tinha colocado a camiseta sobre o metal -
para deixar o Noah mais confortável enquanto penetrava sua bunda
por trás.

Noah encontrou a si mesmo apoiado sobre o duto, o jeans e a cueca


puxados para baixo, enrolados nos seus tornozelos. Nix deu um
pequeno empurrão para afastar seus pés, tanto quanto o tecido
permitia e se curvou sobre as suas costas para rosnar, gravemente,
no seu ouvido.

"Quero foder você, forte e duro. Tem algum problema com isso?"

Noah quase gozou ali mesmo. O que teria sido uma maldita
vergonha.

"Nem um único problema", conseguiu dizer.


"Bom."

Quando o Nix se moveu para ficar atrás dele, Noah estava tão duro
que o seu pau poderia dar várias pancadas através do duto. Amava
um homem que sabia o que queria e pegava. Este era um lado do
seu Companheiro que esperava ver muitas vezes mais. Não que não
adorasse o ato de amor suave tanto quanto.

Mas isto? Era. Fodidamente. Quente.

"Deus, sua bunda é tão gostosa", disse o Nix, com reverência.


"Queria poder passar o dia todo enterrado firmemente bem aqui."

As bochechas da bunda do Noah foram abertas, deixando-o


totalmente exposto. Havia um quê verdadeiramente safado,
sobretudo com o seu homem ainda vestido. Acionava um dos seus
botões de perversão. Em seguida, um dedo escorregou por sua
abertura, alongando-a, preparando-a corretamente. Embora o Nix
pretendesse ser rude, de forma alguma seu Companheiro correria o
risco de prejudicá-lo verdadeiramente.

A preparação não durou muito tempo, mas foi suficiente.

"Se apresse e me foda", grunhiu Noah.

"Com todo prazer."

Atrás dele, o som de um zíper correndo, roupas caindo. Então, a


cabeça do membro rígido do seu Companheiro pressionou seu
orifício e empurrou para dentro. Noah arquejou, o desejo se
transformando em plena luxúria quando seu Companheiro começou
a fodê-lo. Profundo, duro e rápido. Não ia durar muito mais tempo.

As batidas ritmadas da pele eram música para os seus ouvidos, e


amou a sensação de propriedade. Ser possuído. Não havia maneira
de conseguir segurar seu orgasmo sob tal ataque apaixonado e o
clímax explodiu muito antes do que queria.

"Ahh! Sim!" Noah mal suportou tomar ele próprio o pau na mão e
espremer a última gota do seu gozo, tão brutal foi a foda. Gozou tão
forte que pensou que fosse acabar virado do avesso.

"Você gosta disso, baby?" Presas rasparam seu pescoço, seguidas


por beijos.

"Caralho, sim. Acho que morri e fui para o céu."

"Não. Você tem de permanecer aqui na Terra, anjo. Para mim."

Depois que se recuperaram, Nix se afastou, fechou as calças e o


ajudou a colocar suas roupas. Virando-se para encarar seu
Companheiro, Noah riu.

"O quê?" Nix o encarou.

"Desde que estamos juntos, vivo o tempo todo molhado, por gozar e
por tomar banho."

Seu Companheiro parecia, decididamente, presunçoso. "Seu


argumento?"

"Bem, não existe. Exceto, não pare."

"Foi o que pensei."

Permaneceram juntos no telhado por alguns minutos, apreciando a


manhã antes de entrarem para tomar banho. Novamente. Depois,
Noah contou ao seu companheiro que tinha que encontrar o Blue e o
Kalen, como tinha feito todos os dias. Imaginava quando o Nix ia
perguntar sobre o assunto e hoje foi esse dia.
"Exatamente o que vocês estão fazendo? Ouvi você falar ao Blue, na
outra noite, sobre praticar alguma coisa."

"Você está absolutamente certo - estou praticando. Mas é uma


surpresa. Não posso mostrar a você até que esteja pronto."

"O que você está praticando, karatê ou algo assim?"

"Não", revirou os olhos. "Vou deixar essas coisas de combate para


você e a sua equipe."

"Porque é um segredo tão grande? Não posso assistir?"

"Ainda não", disse ele. "Seja paciente. Devo estar pronto para
mostrar a você e para todo mundo no churrasco, sábado."

"Você quer dizer que vou descobrir junto com todo mundo? Isso não
é justo."

"Você é realmente bonitinho quando faz biquinho, sabia?"

Nix o afastou, mas sem ser rude. E estava rindo quando fez isso.
"Cale a boca."

Noah mandou beijinhos para ele, que riu mais ainda.

"Bom, vou aguardar! Melhor valer a pena."

"Oh, confie em mim. E você não será o único a ficar surpreso."

***

Noah caminhou até o ginásio e encontrou Blue e Kalen, no lugar


habitual, esperando por ele, em uma extremidade distante. Tinham
reservado o lugar só para eles, pelo prazo de duas horas todos os
dias e, como o Nix, os outros estavam ficando curiosos sobre o que
estavam fazendo.
Oh, sabia que sua miserável habilidade era quase nada em
comparação com a do príncipe Fae ou do Feiticeiro. Nem podiam ser
comparadas às dos seus amigos shifters da Alpha Pack. Mas estava
orgulhoso por se encaixar com eles de alguma forma, não importa o
quão pequeno fosse o grau. Isso lhe deu uma sensação de conexão,
de pertencer, que nunca havia tido quando cresceu ou trabalhou em
Atlanta.

"Pronto, esguicho?"

Sabia que o Kalen não falava sério sobre o apelido. Não havia um
único osso malvado no corpo do homem - a menos que você
estivesse ameaçando seus amigos ou sua família. Então, ele tinha o
poder de destruir a humanidade.

"Como jamais estive."

Os irmãos o testaram de várias formas e, quando haviam acabado,


Blue encostou contra a arquibancada e acenou com a mão para o
Noah. "Já ensinamos tudo o que precisa saber sobre como usar bem
o seu poder. É mais forte do que você pensa. Apenas se mantenha
praticando e lhe dê uma chance de crescer."

Sua garganta se contraiu com emoção. "Obrigado, rapazes. Vocês


nunca vão saber o quanto isso significa para mim."

Kalen trocou um olhar com o Blue, então disse, "Oh, temos uma boa
ideia. Confie em nós."

Não tinha nada a dizer a este respeito. "Obrigado. Vou continuar a


praticar."
"Você precisa", disse o Blue, de repente, sério. "Tenho a sensação
que suas capacidades vão ser mais importantes do que você jamais
imaginou."

Noah estremeceu contra sua vontade. Odiava quando esses caras


vinham com essa merda toda de misticismo. "Vou lembrar disso."

As palavras do Blue ficaram presas na sua mente e ele não


conseguia esquecê-las. Sobretudo por ainda não estar acasalado e
pela advertência do Nick também.

Ainda assim, conseguiu aproveitar os dias com o seu Companheiro.


Com o sábado se aproximando, ficou cada vez mais e mais animado.
Tinha certeza que este seria o dia em que iria provar o seu valor. Nix
iria enxergá-lo com mais igualdade.

E, talvez, finalmente reivindicasse Noah como seu Companheiro.

***

O poder abalou a energia no ar sobre a Shoshone. Novo, ao contrário


de qualquer um dos outros que tinha observado ao longo dos últimos
meses. Nem perto das suas capacidades, mas ... maleável. Um
poder exercido, talvez, por um novato. Já havia sentido algumas
vezes e, agora, sua curiosidade foi atiçada.

Jinn se levantou, envolvendo o manto em torno dele e foi em direção


às janelas da casa antiga. Encarando-as, expandiu seus sentidos
para captar a direção da qual esta nova energia estava sendo
emitida.

Foi como suspeitava - a crepitação de potência bruta era proveniente


do complexo da Alpha Pack. Seu refúgio, aquele que acreditavam
que Jinn não conseguiria violar. E não podia - pelo menos, na forma
física. Aquele maldito Feiticeiro deles tinha o lugar muito bem
protegido.

Mas Jinn era tão persistente quanto o Kalen, o inimigo que tinha
quase assassinado, uma vez. Provavelmente, devia tê-lo
exterminado, mas aquela era a natureza de um gênio cruel, ou
trapaceiro, como ele mesmo. Às vezes, fazia o que lhe dava mais
proveito - e, às vezes, simplesmente fazia o que o divertia.

Deixar o Kalen vivo caiu na última definição. O homem era um


adversário digno e uma raridade.

Fechando os olhos, se permitiu relaxar. Abriu a mente e deixou sua


própria energia se enrolar em torno do novo fio e seguir por milhas,
até o alvo. Pelo meio da floresta, passando lagos e córregos, por
todas as formas de vida selvagem. Todo o caminho até o complexo
e o prédio principal. Uma vez lá, o fio cresceu, amplo e luminoso,
levando-o até um aposento grande, que os homens chamavam de
ginásio, e lá dentro estavam Kalen, Sariel e um outro homem que
Jinn não reconheceu.

"É isso aí, Noah!" Kalen gritou. "Você conseguiu!"

O jovem Noah não era totalmente humano. Isso era muito claro,
assim como ele era a fonte do poder que estava, aparentemente,
praticando para melhorar. As mãos do Noah estavam à sua frente,
espalmadas, enquanto se concentrava em fazer um haltere levitar.
Bastante pesado, se os pesos enormes nas pontas fossem uma
indicação.

O peso foi erguido mais ainda e, quando chegou a vários metros


acima das suas cabeças, Noah abaixou as mãos lentamente. O
haltere iniciou a decida em conformidade com elas. No último
segundo, caiu com um barulho alto. Embora o Noah estremecesse
diante do ruído, seus amigos lhe deram tapinhas nas costas e um
abraço enorme.

"Esse foi mais impressionante", disse Sariel sorrindo.

"Você acha?" Noah mordeu o lábio, parecendo incerto. "Quero que o


Nix sinta orgulho de mim."

"Como não sentiria?" O príncipe Fae balançou a cabeça. "Você vai


fazer o seu Companheiro ficar de quatro, como os seres humanos
dizem."

"Oi, sou um Halfling, lembra? Você mesmo disse." Noah observou,


satisfeito com esse fato.

Um Halfling? Seria verdade? Jinn sorriu para si mesmo.

Só então Sariel olhou ao redor do ginásio com o cenho franzido,


como se estivesse procurando alguma coisa. Jinn ficou imóvel, se
concentrando em tornar sua presença completamente invisível. Após
um momento, o príncipe descontraiu e retornou a atenção para seus
amigos. Jinn se concentrou no Noah cuidadosamente.

Jovem. Vulnerável. Metade Fae. E dono daquele poder inexplorado.

As possibilidades eram infinitas.

Satisfeito, Jinn se retirou. Manteria um olho sobre o jovem e


aguardaria o momento perfeito para liberar sua armadilha.

***

"Então", Nix começou, olhando para o Companheiro enquanto se


vestia. "Gostaria mesmo de levar você para almoçar hoje, na cidade.
Então, pensei que podíamos visitar algumas lojas. O que acha?"
Noah piscou para ele. "Almoço? O que significa isso?"

"A maneira como você diz isso." Balançou a cabeça lugubremente.


"Sou tão canalha assim?"

"Não. Só quero ter certeza que você está pronto para isso."

"Não teria sugerido se fosse o contrário."

Noah não parecia muito certo, mas não questionou o Nix ainda mais.
Melhor assim ou o Nix já podia perder a coragem. Apesar da calma
exterior, suas entranhas eram um emaranhado de nós, por causa da
ansiedade. No entanto, estava determinado a não deixar nada
estragar o dia com seu Companheiro.

Pegando uma camisa no armário, Nix foi detido pela visão do Noah
vestindo o jeans caído nos quadris. Seu Companheiro não era muito
alto, e tinha constituição magra, mas era todo firme, os músculos
compactos em sua estrutura. A pele era lisa e um pouco de sol já a
bronzeava, dando a ele um aspecto saudável. Principalmente com
aqueles olhos azuis e os cabelos loiros que rodeavam o rosto sexy.
O cara transformava o ato de colocar a camiseta em um ato erótico.

Jesus, estou mal.

Se esforçando para se vestir, Nix enfiou a calça jeans e calçou as


botas. Uma camiseta escura completava o conjunto, e estava pronto
para ir. Andaram até o hangar juntos e, quando se aproximaram da
van que o Nix tinha emprestado para a ocasião, franziu o cenho,
pensando se devia abrir a porta do lado do passageiro para o seu
Companheiro.
Noah resolveu o problema ao passar reto, abrindo a porta e
deslizando para dentro. Uma vez que estava lá, notou que o Nix ainda
hesitava. "O quê?"

"Estava tentando descobrir se eu devia abrir a porta para você",


confessou.

Noah sorriu. "Correndo o risco de soar sexista, não sou uma menina,
sou homem. Posso abrir a porta, mas, obrigada."

Nix riu. "Fico feliz por termos tirado isso do caminho."

"Várias outras centenas ainda por vir." Seu Companheiro soava


bastante animado com a perspectiva.

Nix deu a volta, entrou atrás do volante e estavam a caminho. A


viagem para a cidade foi em um clima de camaradagem, os dois
conversando sobre um pouco de tudo.

"Qual é sua comida favorita?" Nix perguntou.

"Tenho que escolher? Adoro comer. Pizza, hambúrguer, frutos do


mar, carne, mexicana-"

"Já vi tudo." Com olhadas constantes para o seu Companheiro,


sorriu. "Vai ser fácil agradar você quando sairmos, então."

"Quanto a comida, sim. Você, certamente, gosta de ópera?"

"O quê?" Oh, inferno, não.

Noah deu uma gargalhada. "Você devia ter visto o seu rosto!
Brincadeirinha. Como nós iríamos ver o raio de uma ópera aqui, de
qualquer maneira?"

"Graças a Deus", disse ele com alívio. "Não gosto de musicais,


também."
"Ei! My Fair Lady é maravilhoso."

"Credo". Balançou a cabeça. "O que mais você gosta de fazer? Além
de implicar comigo."

"Humm. Gosto de baseball. Filmes. Às vezes, fazer compras. Gosto


de olhar antiguidades."

"Eu também. Temos mais em comum do que eu pensava."

Essa observação colocou um sorriso brilhante no rosto do Noah e o


resto da viagem foi bom. Quando a mão do Noah se estendeu através
da van e tomou a mão livre do Nix, foi ainda melhor. Nix gostava de
tocar seu Companheiro. Tentou afastar a sensação que, agora,
estava tudo certo pois ninguém podia vê-los. Estava trabalhando
nisso. Quem ligava se alguém os visse? Certo?

Na rua principal de Cody, estacionou na frente de uma antiga


pizzaria. "Aqui está bom? Provavelmente, está aqui há mais tempo
do que temos estado vivos, juntos. Mas a pizza é de matar."

"Parece bom. Nunca estive aqui antes e estou morrendo de fome."

Saíram da van e caminharam para a entrada. Antes de entrarem, Nix


colocou uma mão na parte inferior das costas de Noah e o guiou pela
porta. Apenas aquela pequena declaração em público, entre
estranhos, fez o coração do Nix acelerar. Mas o olhar de pura alegria
que o Noah lançou para ele enquanto entravam, fez o medo diminuir
um pouco.

Uma vez que estavam sentados em uma mesa próxima da parte de


trás, uma garçonete veio anotar seus pedidos de bebida.

"Chá gelado para mim", disse o Noah.

"Coca diet."
Logo que ela se afastou, Noah fez uma careta. "Coca diet? Essa
merda é horrível. Eu sabia que havia algo errado em você. Esta coisa
entre nós era muito boa para durar."

Nix riu. "Calado, idiota."

Noah apenas sorriu. Cristo, estava se apaixonando rápido por esse


cara. Por aquela expressão feliz e aqueles olhos que pareciam ver
claramente através dele.

Leram o menu e pediram uma pizza grande com metade toda de filé
para o Nix e a outra metade de presunto, tomate e manjericão para
o Noah. Uma vez que a garçonete tinha anotado o pedido deles e se
afastado, falaram sobre coisas mínimas, apenas para desfrutar da
companhia um do outro. Nix lhe disse que esse era o seu dia de folga
na escala, assim, a menos que houvesse uma emergência grave,
estava totalmente livre.

"Obrigado por desfrutá-lo comigo", disse Noah tranquilamente. Seus


olhos brilhavam.

"Olha, vou passar tanto tempo com você quanto puder. Não há nada
mais que eu prefira fazer. Prometo."

"O mesmo da minha parte."

A pizza chegou, finalmente, e a atacaram. Nix foi surpreendido pela


forma como seu Companheiro podia aguentar tanta comida. No
momento em que se recostaram seus lugares, grunhindo, a pizza
inteira tinha desaparecido.

"Você estava certo", disse Noah. "Estava deliciosa. Vamos, com


certeza, voltar aqui."
"Com certeza. Embora possamos ter que esperar um dia ou dois."
Bateu no seu estômago estufado.

Nix pagou a conta, sob os protestos do seu Companheiro.

"Eu recebo salário, também. Posso pagar a minha parte."

"Somos um time, ok? Não vamos discutir sobre dinheiro. Podemos


nos revezar ou algo assim, se você quiser."

"Bem, acho que vai funcionar." Seu companheiro ainda mostrava um


beicinho e Nix achou isso adorável.

Não que jamais fosse dizer isso.

Saíram, andando lentamente, descendo a rua para perambular por


algumas das exóticas lojas ao longo do caminho: velas, presentes,
roupas, artesanato e uma loja que vendia tanto doces quanto
sorvetes caseiros. Noah foi diretamente para os últimos, provando
que tinha um estômago oco, depois de tudo.

Noah insistiu em pagar as casquinhas e Nix cedeu. Armados com as


suas guloseimas, voltaram da mesma forma que vieram. Noah
estava andando perto dele. Tão perto que Nix podia sentir seu aroma
doce e queria afundar nele. Com a mão livre, o coração acelerado
com pavor e emoção, tomou os dedos do Noah nos seus,
entrelaçando-os.

Sua cabeça flutuou. Tinha dezesseis anos novamente, exceto que


desta vez estava realmente com alguém com o qual se importava.
Alguém destinado a ser seu. O sentimento era inebriante e queria
que nunca acabasse.

Mas acabou, quando detectou uma figura alta e de cabelos escuros


andando pela calçada na direção deles.
"Oh, meu Deus." Nix travou, seu cone meio comido escorregando da
sua mão e se espatifando no concreto.

"O que houve? Nix?" Seu Companheiro olhou dele para o homem
que já estava de pé diante deles, e se aproximou do Nix.

"Lucius", Nix disse com frieza. "O que, inferno, você está fazendo
aqui?"

Não tinha soltado a mão do Noah. O olhar sombrio do seu pai o


percorreu da cabeça aos pés, a expressão surpreendentemente ...
desolada? Não, isso não podia estar certo. O homem durão e tatuado
na frente dele era maldoso como uma serpente e nunca tinha ligado
para alguém além de si mesmo.

"Eu sabia que estava vivo. Vim procurar você."

"Imaginei. Agora que me encontrou diga o que veio fazer e vá


embora." Nix soltou uma respiração. "Esqueça. Apenas vá."

"Estive procurando por você porque quero fazer as pazes. Encontrei


a Deus, comecei a ir à igreja. Gostaria de lhe dizer o quanto eu estava
enganado-"

Nix deu um sorriso amargo. "Você está brincando? Fez da minha vida
um inferno depois que a mãe nos deixou. Nada do que fiz, jamais foi
bom o suficiente. E, então, você ameaçou torturar e assassinar meu
parceiro, se alguma vez me pegasse com um homem. Pois bem,
adivinha? Se chegar perto dele, uma única vez, vai ficar em
pedacinhos? Entendeu?"

"Sim, filho. Entendi", Lucius respondeu, infeliz. "Mereço isso após o


que fiz você passar."
"Eu não sou seu filho, Lucius. Deixei de ser seu filho há muito tempo.
Você pode ir para o inferno."

Com isso, Nix arrastou seu Companheiro até a van e, rapidamente,


o empurrou para dentro. Mal percebeu o Noah gemendo em protesto,
ou que ele tinha perdido o sorvete também. A única coisa que
importava era que ficassem malditamente longe do seu pai.

Colocando a van em ré, saiu cantando pneu da vaga do


estacionamento, desviando por pouco de um carro atrás dele. Pisou
no freio para deixá-lo passar, então virou o veículo na direção da rua
e acelerou.

"Nix, devagar!" Os olhos de seu companheiro estavam arregalados e


estava se segurando na porta com tanta força que parecia que sua
vida dependia disso.

"Desculpe." Ele diminuiu a velocidade e olhou o espelho retrovisor. A


figura do seu pai recuando, logo antes de desaparecer em uma
esquina da rua.

"Acho que ele estava falando sério." A voz do Noah estava tranquila.

"Essa é uma nova habilidade que desenvolveu ou algo assim?"


Soltou. "Ler a mente das pessoas?"

"Não", seu Companheiro respondeu, parecendo magoado. "Não


tenho uma história com ele, como você. Não sou tendencioso. Ele
parecia sincero, isso é tudo."

"Se estava sendo, foi a primeira vez."

Seu pai nunca tinha possuído um pedaço de bondade no corpo.


Encontrou Deus? Provavelmente, não. Ainda assim, pessoas podiam
mudar e faziam isso todo dia.
Não este homem. Não o Lucius.

"Desculpe por arruinar nossa tarde", falou para o Noah.

"Você não arruinou." Mas seu tom mostrava uma coisa diferente.

"E peço desculpas por ser rude com você. Estou muito chateado."
Alcançando-o, enrolou a mão ao redor da mão do Noah.

Isso o fez ganhar um pequeno sorriso. "Tudo bem, sem


preocupações."

Sua mente aliviou um pouco. Talvez pudesse salvar o resto do dia,


depois de tudo.

***

Encostado na frente de uma loja, Jinn assistiu o pequeno drama


familiar.

Fascinante. Parecia que o pai do Nix tinha realmente virado a página


- e a merda dessa coisa toda era, as habilidades do Jinn diziam que
o homem estava, efetivamente, dizendo a verdade.

Tinha que amar a ironia.

Sorrindo para si mesmo, Jinn se virou e seguiu o velho homem


humilhado pela calçada, a uma distância discreta.

Parecia que o caminho para agarrar o pequeno Halfling do Nix tinha


acabado de cair direto nas suas mãos.

E, então, tudo o que tinha a fazer era esperar.

***

Noah estava um feixe de nervos.


Após o maravilhoso almoço, alguns dias antes, haver terminado em
desastre, não tinha a certeza se estava pronto para hoje. Mas tinha
se divertido até agora, especialmente estando com o Nix em seu
primeiro evento social real com o grupo. Parecia que o Nix estava se
divertindo, mesmo que não estivesse sendo totalmente ele mesmo.
Apenas alguns toques do seu Companheiro, e aquilo doía, mesmo
que entendesse.

Todo mundo estava ali, até mesmo o cunhado do Comandante, o


príncipe vampiro Tarron Romanoff, e muitos dos homens do Tarron.
A Alpha Pack sabia, realmente, como fazer um churrasco.

Mas o relógio estava correndo, a diversão e os jogos apenas


começando a acalmar. Cerveja tinha estado fluindo copiosamente,
hambúrgueres e cachorros quentes devorados com velocidade cega.
Várias rodadas de futebol americano e vôlei haviam sido vencidas e
perdidas. Já estava na hora do Noah mostrar sua habilidade - ou
amarelar e aguardar a próxima festa.

"Não", murmurou, endurecendo sua determinação. "Hora de deixar o


meu Companheiro orgulhoso."

Noah deu ao Blue e ao Kalen um aceno para irem em frente, e Blue


andou até o meio do campo de jogo, espalhando as asas em toda a
sua glória e levantando a mão para pedir silêncio. Ele já era um
espetáculo e não teve dificuldade em ganhar a atenção de todos.

"Todos vocês, ouçam! Temos uma apresentação especial, hoje, e


tenho orgulho de dizer que Kalen e eu tivemos o privilégio de fazer
parte disso. Nosso Noah Brooks, um enfermeiro extraordinário, vai
demonstrar alguns talentos, tão profundos, que nem ele mesmo
conhecia até recentemente. Noah?"
Deixando o campo, Blue gesticulou para o Kalen, que entrou em uma
das vans da equipe e dirigiu até o campo. Estacionou o veículo no
local onde o Blue tinha estado, para a permanente curiosidade de
todos os presentes. Noah tinha praticado com um equipamento do
ginásio, mas a van seria muito mais impressionante.

Ao lado do Noah, Nix sussurrou, "Baby, o que está fazendo?"

Ele sorriu para seu Companheiro. "Lembra daquela surpresa que eu


queria mostrar para você? É isto. Vou fazer você ter orgulho."

"Mas você sempre fez isso. Não precisa fazer seja o que for que isso
seja, para me impressionar." Ele pareceu incerto, preocupado.

Não acreditava que o Noah podia conseguir tudo o que estava


prestes a fazer? Abafou o sentimento negativo e andou através do
campo. Parando, cerca de dois metros do para-choque dianteiro,
esperou o Kalen sair e se afastar.

"Não o estamos ajudando, a propósito", Kalen falou para a multidão.


"Isso tudo é por conta do Noah."

Olhando em volta, para o rosto dos seus amigos, Noah pode ver que
alguns estavam se divertindo, outros intrigados. Mas tinha sua
audiência cativa, assim, virou para van, ergueu as mãos espalmadas
e começou.

Abrindo o canal para sua energia Fae interior, exatamente como o


Blue e o Kalen tinham lhe ensinado, Noah deixou o fluxo correr
através dele. Permitiu que se unisse e crescesse, agrupando-o em
uma bola de luz que se formou em suas mãos. Ouviu a multidão
engasgar e se sentiu encorajado. Ia conseguir. Finalmente, ia fazer
parte. Seria alguém a ser respeitado, digno do seu forte Companheiro
e todas as outras criaturas fantásticas que partilhavam o seu mundo,
agora.

Mesmo que tudo isso fosse apenas o que podia fazer.

Lentamente, o SUV começou a levantar do solo. As exclamações da


multidão ficaram em segundo plano enquanto ele se deleitava com
seu sucesso. Há uma semana, apenas, podia ter soltado o veículo,
mas agora a energia estava sob seu comando. Não estava
preocupado.

Quando a van estava há cerca de quinze metros no ar, ele parou,


deixando que estabilizasse. Tinha marcado seu ponto.

Noah Brooks não era mais um ninguém, um rapaz inútil expulso de


casa pelos pais e que tinha fugido de uma cidade e do trabalho que
amava. Era forte e digno.

Gradualmente, deixou o veículo baixar até que aterrissou


suavemente, no campo. No mesmo instante, a multidão irrompeu em
aplausos selvagens, silvos e gritos. Noah olhou para cima e viu seu
Companheiro sorrindo amplamente, aplaudindo e assobiando mais
alto do que qualquer um.

Era um momento de orgulho, do qual nunca ia se esquecer.

Nix avançou e o envolveu em um abraço feroz. Então o largou, mas


ainda segurando os ombros do Noah, sorrindo. "Como você fez isso?
Que inferno, Noah?"

Os sussurros ao redor deles desapareceram, porque queriam ouvir a


resposta.

Noah sorriu timidamente e disse: "Eu sou um Halfling."

"O quê?" Os olhos do Nix arregalaram.


"Meio Fae, meio humano. Blue descobriu isso e finalmente me
contou, então ele e o Kalen me ajudaram a aperfeiçoar minhas novas
habilidades."

Vários dos convidados exclamaram e a palavra começou a se


espalhar.

"Sou apenas Halfling de baixo nível", disse o Noah, encolhendo os


ombros. "Mas é alguma coisa, de qualquer maneira."

"O que você quer dizer? Você é incrível!"

"Obrigado". Estava tão feliz com a declaração do seu Companheiro.


Isto estava indo muito melhor do que o esperado. Lançando os
braços ao redor do Nix, o beijou. Forte e profundamente, na frente de
todos na festa.

Nix correspondeu, a princípio - então, pareceu se lembrar onde


estavam e começou a recuar. "Uau. Espere-"

"Eu te amo, Nix", disse ele, o coração transbordando. "Você vai nos
tornar oficiais, agora? Você vai me reivindicar? Quero dizer, agora
não, mas-"

"Como você pode fazer isso comigo?" Nix sussurrou, a face lívida.
"Na frente de todos, sabendo como me sinto?"

Um peso afundou o estômago do Noah que, lentamente, tirou os


braços da volta do pescoço do seu Companheiro. "Mas eu pensei ...
Achei que você ia ficar orgulhoso de mim. Que você ia ver,
finalmente, que não há motivo para esperar. Eu amo você."

Nix ficou olhando para ele e não respondeu. Lágrimas brotaram nos
olhos do Noah quando percebeu que tinha cometido um erro terrível,
forçando a questão muito cedo. Na frente dos seus amigos.
"Eu não quis-"

"Jesus, Noah. Não pedi que me desse tempo?" Proferiu, com raiva.
"O que acha que a vida é, o grande arco-íris da parada do orgulho
gay? Tenho que lidar com toda uma nova forma de vida e você não
consegue me dar dez segundos para me ajustar?"

"Desculpe", sussurrou. Não conseguia impedir que as lágrimas


rolassem pelas suas bochechas.

Nix balançou a cabeça e continuou. "Não estou pronto! Por que acha
que tenho participado dos testes do remédio da Melina?"

"O quê?" Seu mundo inteiro caiu. Desmoronou direto nos seus pés.
"Do que você está falando?"

"A razão do meu lobo não ter forçado a reivindicação. Estou tomando
uma medicação que suprime a doença do acasalamento. Foi por isso
que não fiquei doente."

Sim, ele tinha pensado naquilo. E, agora, tinha a resposta. Olhou,


encontrando o olhar triste da Melina, e ela acenou. Então lançou um
olhar zangado para o Nix.

"Eu disse para contar a ele."

Traído. Por duas pessoas nas quais confiava. Pior de tudo, pelo seu
Companheiro. Oh, meu Deus.

"Desculpe por ter forçado você", Noah conseguiu falar. "Não vou te
incomodar mais. Sinto muito. Eu vou ..."

"O que é que isso significa? Noah!"

Girando nos calcanhares, ele correu. Não tinha ideia aonde estava
indo, mas tinha que fugir. Tinha que fugir da esmagadora agonia
dentro do peito. Ao longe, ouviu pessoas chamando o seu nome. Mas
não parou. Correu todo o caminho até o seu quarto, agarrou a carteira
e as chaves da porcaria do seu pequeno carro e estava lá fora,
novamente, em menos de quinze segundos.

Em um minuto, estava atravessando o caminho na direção da


estrada que levava para longe do complexo. Iria para a cidade e de
lá? Quem sabe. Talvez voltasse mais tarde, depois das coisas
esfriarem. Talvez, não.

Agora, dirigir para sempre parecia realmente bom.

Dirigir e nunca mais regressar para o lugar onde o seu Companheiro


o tinha rejeitado, talvez, pela última vez.
CAPÍTULO SEIS

"Noah! Noah, pare!"

Mas o seu doce companheiro já estava acelerando para a saída e


rugindo para fora do seu campo de visão.

"Oh, Deus. Fodi tudo completamente." Enterrou as mãos no cabelo,


olhando ao redor vertiginosamente. "Tenho que ir atrás dele."

"Sim, você fodeu tudo, seu estúpido idiota!", Aric grunhiu. "Por que
você tem que ser um completo babaca?"

"Eu não quis magoá-lo", Nix resmungou, suas entranhas ardendo na


miséria. "Mas ele sabe quão difícil é me expor em público. Estou
aprendendo, mas uma merda que é perfurada no seu crânio não vai
desaparecer da noite para o dia!"

"Tudo bem. Mas, cara, você não pode sair atacando a pessoa que
devia ser a sua luz orientadora. Que devia significar mais para você,
do que qualquer outro alguém no mundo. E você o acertou com força
na frente de todos os conhecidos, caralho."

"Eu sei! Merda, o que é que vou fazer?"

"Dar a ele um tempo para esfriar a cabeça e depois ligar para o seu
celular. Se ele não atender, siga-o até a cidade. Aposto que ele vai
acabar no Grizzly, tomando uma cerveja ou três."

"Espero que sim."

"Venha, vamos ajudar na limpeza. Depois, você pode ligar."

Uma sensação de medo disse ao Nix que devia ligar agora. Após o
Aric se afastar, tentou várias vezes, mas todas as chamadas foram
dirigidas para o correio de voz do Noah. Nix deixou mensagens, em
seguida, finalmente, deu um tempo e foi ajudar os outros.

Que não iam querer papo com ele.

Não os culpava, nem um pouco.

Quando terminou de limpar a bagunça, Nix tentou o celular do seu


Companheiro novamente. Para seu alívio, Noah atendeu. Ele podia
afirmar que o seu anjo tinha estado chorando.

"Olha, pode parar de ligar, ok? Estou a caminho do centro da cidade


e estou bem."

"A caminho? Você já devia ter chegado há uma meia hora. O que
aconteceu?"

"Meu carro morreu a poucos quilômetros de Cody. Mas o Lucius


apareceu e parou para me dar uma carona, por isso não se preocupe
mais."

O pavor retornou a pleno vapor. "Noah, não quero você em nenhum


lugar perto dele! Não acredito que ele mudou, pelo menos, não o
suficiente para ser seguro ficar a sós com ele."

"Ele parece sincero e eu realmente quero que ele me conheça. Por


você, Nix. Honestamente, acho que todos podemos nos entender,
mesmo que ele esteja agindo um pouco estranho."

As palavras atingiram o Nix como uma marreta entre os olhos e ele


quase tropeçou e caiu. "Estranho como?"

"Não sei. Há um zumbido de energia saindo dele, quase como se


fosse um Fae. Mas não é."
"Meu pai não é um Fae. Fique longe dele, Noah! Agora mesmo! Você
está no carro com ele?"

"Não, ele está olhando alguma coisa sob o capô e estou dentro do
carro. Por quê?"

"Noah, baby", suplicou. "Tem alguma coisa muito errada. Fique longe
dele, por favor, e permaneça no telefone. Estou a caminho."

"O quê? Eu-" Houve um barulho de briga e a voz do Noah foi


substituída por aquela que o Nix temia.

"Olá, filho. Vou cuidar bem do seu menino."

A linha ficou muda.

Gritando para os companheiros de equipe, Nix correu para o hangar.


Uma vez lá, pressionou o botão de emergência em seu interior. Aric,
Micah, Jax, e Kalen vieram correndo. Seguidos por outros, mas eles
eram os mais próximos.

"O que está acontecendo?" Aric bradou.

"Meu pai, Lucius Monroe. Ele é perigoso e está com o Noah."

Nenhuma outra palavra precisou ser dita. Eles o encontrariam, mas


rezou para que não chegassem tarde demais.

Só que chegaram. Encontraram o carro do Noah, vazio, parado ao


lado da estrada, mas sem pistas de outro veículo ou a direção para
a qual tinha ido. Nick chegou e fez uma ligação para o seu amigo, o
delegado Jesse Deveraux. O delegado e um par de policiais
ajudaram a procurar pela cidade, mas parecia que Noah e Lucius
tinham sumido.
"Alguém tem que ter visto eles", disse o Micah. "Algo sobre isso não
parece certo."

Nick assentiu. "Concordo." Fez uma outra ligação para o Jesse, então
desligou. "Jesse vai manter os policiais vigiando o quarto do seu pai
no hotel, e procurando. Vamos fazer mais uma varredura da área e
se não encontrarmos nada, teremos que voltar até entendermos que
inferno está acontecendo."

Medo liquefez as entranhas do Nix. Não sabia o que era pior - saber
que seu pai estava com o seu Companheiro ou imaginar o que podia
acontecer se não o encontrassem a tempo.

***

Noah despertou sobre um piso de pedra fria, tremendo. Estava em


uma espécie de quarto estéril, que era fedido e úmido. Um porão, ao
que parece. Quando tentou se mover, viu que se encontrava
amarrado, as mãos atrás das costas, os tornozelos atados.

Que diabos tinha acontecido?

Lembrou de ter dirigido para longe do complexo, magoado e


zangado. Essa parte não tinha mudado. Então, seu carro tinha
morrido em um local ermo, a poucos quilômetros da cidade.

O homem com tatuagens. Lucius Monroe. O pai do Nix, mas algo


parecia fora de lugar nele.

Se for verdade, estou afundado na merda.

Ele pareceu simpático o suficiente, fazendo algumas perguntas e


oferecendo uma carona para a cidade. Noah estava tão aborrecido
naquela hora, que aceitou com gratidão. Então, finalmente atendeu
à ligação do Nix, e ele ficou desnorteado. Logo que o Nix tinha
começado a gritar, o homem havia retornado e entrou no carro.

Ele se virou para o Noah, um sorriso malicioso no rosto. Tomou o


celular das mãos do Noah e balançou a palma na frente do rosto do
Noah. E eu apaguei como uma luz. Ele me enfeitiçou. Então, ele tem
algum tipo de poder, também. Por que razão o Nix disse que não
tinha?

A porta do sótão rangeu ao ser aberta, e passadas pesadas de botas


nos degraus se aproximaram. Não havia nenhuma razão para fingir
estar dormindo, então Noah lutou para se sentar. Lucius agachou ao
lado dele, sorrindo.

"Teve uma boa soneca?"

"Foda-se."

"Talvez, mais tarde. Você é um senhor achado, deixando o complexo


totalmente sozinho e desprotegido, especialmente com seus novos
poderes brilhando como um farol... Halfling."

Olhou fixamente para o homem. "Como você sabe sobre as minhas


novas habilidades? Que não são grande coisa, a propósito. Se foi por
isso que me sequestrou, desperdiçou seu tempo."

"Como eu disse, eles são como um farol. Você é mais poderoso do


que imagina e, com um mestre como eu o ajudando a manter o foco
e canalizá-los, você vai ser ainda mais forte."

"Bem, você não vai controlar nenhuma parte de mim, então esqueça
esta ideia, seu fodido."
"Ah, eu acho que você vai ter que mudar de ideia. Não vou nem
precisar recorrer à violência para fazer você entender minha maneira
de pensar."

"Ok, fui pego", disse, tentando conter o medo em sua voz. "Por que
não?"

"Porque não sou Lucius Monroe", disse ele sorrindo. "Sou alguém
muito mais poderoso do que aquele patético, cujo corpo humano
peguei emprestado."

O ar em torno do homem vibrou, e ele se transformou. Apesar do


homem ainda ser alto, os músculos grossos se tornaram delgados.
Suas características faciais foram redesenhadas, bonito até, de um
jeito gótico. Tinha o cabelo preto um pouco abaixo dos ombros e
olhos furtivos. Todas as unhas eram pintadas de preto. Lembrava ao
Noah, uma espécie de versão do mal do Kalen.

"Quem é você?"

"Ah, sim, o seu comandante me encontrou uma vez, mas não tivemos
o prazer de ser apresentados. Meu nome é Jinn, e sou um antigo
Feiticeiro das Artes das Trevas. Alguns me chamam de gênio, mas
isso é uma simplificação excessiva", ele desdenhou. "Posso alterar
minha forma para a aparência de quem ou do que eu quero."

"Foi o que você fez com o pai do Nix?"

Jinn deu de ombros. "Infelizmente, o velho não sobreviveu à minha


tomada da sua forma. Uma pena, também, porque ele foi muito
sincero sobre ser um homem mudado. Ah, bem, merdas acontecem."

"Seu monstro fodido", sussurrou ele.

"Tenho sido chamado de coisas piores."


"E o que você quer comigo? Sou apenas um enfermeiro", disse ele
tremendo.

"Não. Você é um Halfling, com um poder inexplorado." Correu uma


longa e magnífica unha preta pela bochecha do Noah. "E você vai
aprender a amar ser meu escravo."

"Entenda isso - não vou ser seu escravo ou qualquer outra coisa."

Sorrindo, Jinn levantou o próprio punho. Então, abriu um corte nele,


com uma afiada unha preta. Sangue jorrou pela sua pele, espesso e
escuro como vinho. Noah estremeceu com repulsa, se afastando
quando o Feiticeiro segurou o punho contra os lábios do Noah.

"Que inferno? Fique longe de mim!"

"Beba."

"Não!" Mas seus olhos foram capturados pelos do Jinn e ele travou.

De repente, tudo que havia dentro dele queria aquela bebida.


Ansiava pela oferta. Percebeu que o Feiticeiro o estava compelindo
a obedecer, e seu coração chorou quando abaixou a cabeça e provou
o sangue.

O sabor era uma ímpia explosão na sua língua. Era puro fogo líquido
que ia direto para o seu pau, endurecendo-o instantaneamente.
Queria mais. Precisava. A mão livre do Feiticeiro segurou a parte de
trás da cabeça do Noah, enquanto ele grudava no punho e bebia
profundamente, apaziguando sua necessidade.

"Aí está", Jinn sussurrou. "Bom, não é?"

Sim. Tão delicioso.


"Você quer mais. Tome o quanto quiser e quando quiser - essa é a
primeira regra das Artes das Trevas."

Ele tomou. Deus o ajudasse, não conseguia parar mesmo que sua
alma gritasse a ele que era uma traição ao seu Companheiro.

"Uma traição?" O Feiticeiro riu. "Você quer dizer, do Companheiro


que nem mesmo o reivindicou? Aquele que o humilhou e rejeitou uma
e outra vez?"

Lágrimas escorreram pela face do Noah. Era verdade, cada palavra.

"Por que você deseja aquele fracote, que se recusa a permitir que o
seu lobo faça a reivindicação sobre você? Ele perdeu o direito a você.
E eu estou aqui para você, agora."

A excitação do Noah era quase insuportável. No momento que o Jinn


soltou seu punho do aperto do Noah, já estava perto de gozar. O filho
da puta sabia disto, e o deixava querendo mais.

"Em breve, meu bichinho. Viu, você já é meu. Vamos oficializar nossa
união, em breve. Entretanto, você está pronto para ir para um lugar
muito mais confortável para nós."

Jinn desamarrou os tornozelos do Noah mas deixou seus braços


presos, atrás das costas. Então o levou para fora do ambiente frio e
úmido, para cima, para um quarto com uma cama grande, onde
amarrou o Noah à estrutura.

"Não se preocupe, vou voltar em breve."

Após o Jinn haver desaparecido, Noah se recostou, encolhido nas


trevas, confuso. Inconsolável. O fio, que uma vez era dourado pelo
recente vínculo com o Nix, era agora fino como papel e preto.
Pegajoso, como se fosse revestido de alcatrão.
Agora que o Feiticeiro não estava no quarto, sua mente estava mais
clara. Mas, outra sessão ou duas como essa, e ia acabar sendo
escravo do bastardo, não importa quão duro lutasse.

Ah, sim. Estava em uma maldita confusão.

Nix. Por favor, me encontre.

***

Nix caminhava pela sala de conferências, consciente que a ira


anterior dos seus amigos tinha se transformado em preocupação e
pavor. Não se preocupava com mais nada, apenas trazer seu
Companheiro para casa, seguro e inteiro. Quando o Nix ia gastar o
resto da sua vida compensando-o por seu comportamento horrível.

Logo o delegado entrou com o Nick. Ele foi direto até o Nix, a
expressão sombria. "Me disseram que você não ia ficar triste por
ouvir isso, mas seu pai, Lucius Monroe, está morto. Provavelmente,
desde hoje de manhã, devido ao estado do corpo e o fato que o
gerente do hotel da cidade tinha falado com ele há algumas horas."

Nix olhou para ele. Teve que admitir, uma pequena parte dele se
perguntava se o Noah estava certo sobre o homem ter mudado para
melhor, e queria se sentir triste sobre sua perda. Mas, agora, tinha
seu Companheiro no qual pensar.

"Então ... quem sequestrou o Noah? Como, inferno, vamos encontrá-


lo?"

"Tenho a resposta para isso", Nick disse. "Todos se lembram do Jinn,


o Feiticeiro das Trevas que escapou de nós? Ele matou o Lucius e
tomou sua forma, então raptou o Noah para nos provocar."
"Como você sabe disso? Você viu isto em uma visão?" Nix
perguntou.

O comandante assentiu. "Jinn está com o Noah. Um Halfling como


cônjuge seria o escravo perfeito para uma criatura como ele, porque
acabou de descobrir o seu poder e é maleável. Além disso, ele foi
rejeitado e Jinn irá utilizar essa dor como uma alavanca para assumir
o controle da mente do Noah, mantê-lo ao seu lado."

Nix não conseguia compreender as terríveis ramificações. "Cristo,


isso foi o que o Noah quis dizer quando me disse no telefone que
tinha detectada uma energia proveniente do Lucius - era apenas o
Jinn disfarçado. Temos de impedi-lo. Você sabe onde ele está?"

"Não, mas se você tiver uma escova ou um pente que pertence ao


Noah, Kalen pode usar isso para ajudar. Ele precisa de alguma coisa
orgânica, como um pouco de cabelo."

"Ele tem algumas coisas no meu banheiro. Vou pegar." Mantendo a


esperança, correu para o seu alojamento. No momento em que
voltou com a escova, Kalen já estava pronto na mesa da sala de
conferências.

À sua volta, os outros o observaram trabalhar. O Feiticeiro


desprendeu um fio de cabelo loiro da escova e o colocou no meio da
mesa. Então balançou a palma da mão sobre ele, cantando algumas
palavras. Em um instante, o cabelo desapareceu. Kalen ficou em
silêncio por um momento, os olhos fechados. Quando os abriu
novamente, acenou com a cabeça.

"Descobri sua localização. Prontos?"


A equipe entrou nos carros rapidamente e estava na estrada em
poucos segundos. Nix entrou no veículo do Kalen e não foi
tranquilizado por aquilo que o homem estava dizendo.

"Vocês lembram do Jinn – eu, com certeza absoluta lembro, já que o


bastardo quase me matou, uma vez. Não há nenhuma maneira de
vocês lutarem contra ele, então deixem isso comigo. Vocês se
espalham e encontram o Noah."

Ele não precisou repetir essa ordem para o Nix. Tanto quanto
desejava matar o Jinn por tocar seu Companheiro, nem mesmo ele
era suficientemente estúpido para pensar que podia lutar contra um
Feiticeiro das Trevas e sobreviver.

A equipe levou menos de meia hora para se encontraram perto de


uma antiga casa abandonada que Jinn estava, aparentemente,
usando como base. Saíram, a Alpha Pack se desmembrando ao
redor da casa para fazer a vigilância. Da sua posição nas árvores,
Nix podia ver que Jinn era o único em movimento. O que não era
muito consolo, considerando o poder da criatura.

Nick deu o sinal e se aproximaram mais, apertando o cerco ao redor


da casa. Nix foi de janela em janela determinado a encontrar o seu
Companheiro. E, finalmente, descobriu a figura magra e loira presa a
um leito em um quarto na parte de trás.

A visão irritou o seu lobo, e quis matar aquele que ousou tratar seu
Companheiro daquela forma. Que ousou tocá-lo.

De repente, uma explosão ensurdecedora abalou a casa. Sabia que


o Kalen tinha feito seu movimento e a luta tinha começado. O único
trabalho do Nix era tirar o Noah de lá, rápido. Mudando para a forma
de lobo, Nix correu a toda velocidade em direção à janela. Quebrou
o vidro, desembarcando no meio do piso, próximo ao seu
Companheiro.

"Nix! As cordas!"

Se apressando, trabalhou nas cordas com seus dentes e garras.


Eram suas melhores ferramentas, mas ainda demoraria minutos
preciosos para ter o Noah desamarrado. Quando tinha terminado,
levou o Noah até a janela, erguendo-o. O ruído da batalha era
horrível, e fumaça estava começando a encher a casa.

"Temos que ir", disse o Noah com urgência na voz.

Nix mudou de volta para a forma humana. "Está ferido?"

"Não. Apenas assustado com o que esse verme estava planejando


fazer comigo."

"Ele não vai fazer merda nenhuma. O Kalen vai cuidar dele."

Uma vez que Nix ajudou seu Companheiro a passar pela janela,
parou apenas para colocar o jeans. Então, tomou a mão do Noah e
correu para a segurança da floresta e a van que estava além. Mas,
quando olhou para trás para ver se os outros os estavam seguindo,
viu Aric correndo na sua direção, gritando.

"Kalen foi ferido! Precisamos de ajuda!"

Nix se virou para o seu Companheiro. "Fique aqui nos veículos!


Voltaremos logo!"

De certa forma, sabia que o Noah não ia ouvi-lo. Estava certo.

Quando chegou na frente da casa, viu o Kalen e vários outros irmãos


da Alpha Pack feridos, caídos no chão. Aric, com sua habilidade com
o fogo, estava tentando queimar o Jinn, mas o bastardo apenas ria e
direcionava as chamas de volta para ele. Seu amigo mal conseguia
ficar fora do caminho a tempo de evitar as chamas.

Jinn desapareceu na casa em chamas e Nix o seguiu. E se esforçou


arduamente para não lembrar da visão do Nick.

"Procurando por mim?"

Girando, viu o Feiticeiro das Trevas em pé, no meio de uma coluna


de fumaça. Era como olhar o maldito diabo, e o seu coração se
contraiu de medo. Mas não demostrou. Em vez disso, lançou a si
mesmo em cima do Jinn, em um ataque direto. O Feiticeiro foi em
sua direção, mas, apenas quando chegou perto do Nix, mudou a
forma e se transformou em um enorme tigre. Ainda maior do que Leo,
aquele que quase matou o Noah.

Nix se transformou rapidamente em lobo, mas não tinha nenhuma


chance contra Jinn. Saltando, colidiu com o predador maior, indo na
direção da sua garganta. Mas foi completamente superado. O tigre
bateu no seu lobo como se fosse uma mosca, enviando-lhe direto em
uma mesa. Algo rachou no seu lado e dor relampejou. Mas correu
para atacar novamente, sem contemplar o fogo que queimava em
torno deles. O fato era que estava lutando uma batalha perdida.

Cada corte, cada bote, cada osso quebrado. O tigre o vencia,


cortando novamente e novamente, até que não havia nada além de
agonia. Ele se sentiu enfraquecer, e finalmente, seu lobo desabou.

Jinn pairou sobre ele, sorrindo, em triunfo. "Sua equipe nunca vai me
derrotar. Eu vou continuar voltando."

Levantou uma garra afiada, mas, quando estava prestes a desferir o


golpe, olhou para cima e seus olhos arregalaram. Além do fogo, Nix
viu o Kalen levantando, proferindo uma mágica. Ele a projetava no
Jinn, mas o Feiticeiro das Trevas desapareceu para sempre antes
que pudesse atingi-lo. Em seguida, Kalen caiu novamente.

"Nix!" Alguém gritou. "Nix, onde você está?"

Com grande esforço, voltou à forma humana. Mas não conseguia se


mover. Mal podia ver agora. Estava mais morto do que vivo,
quebrado e encharcado de sangue.

"Nix?" Então, seu Companheiro estava lá, segurando sua cabeça.


Soluçando sobre ele. "Oh, Deus. O que foi que eu fiz? Eu causei isto."

"Não."

"Causei. Eu fugi, e se não tivesse-"

"Não foi culpa sua. Ouça", conseguiu falar sobre o rugido do fogo.
"Está na hora. A visão do Nick."

"O quê?" Os olhos azuis cravaram nos seus, devastados. "Não, eu


não consigo. Por favor."

"Use o seu dom. Você não tem escolha. Zan não vai conseguir me
ajudar. Se eu morrer desta forma, acabou. Para sempre."

"Nix."

"Acredite em mim. Confie em nós. Faça isso, agora." Nix manteve o


olhar do Noah, afastando o seu próprio medo. Esperava que todos
os sentimentos que não teve tempo para expressar estivessem em
seus olhos, para o seu Companheiro ver.

Por favor, deixe o meu amor ajudá-lo a superar aquilo que está por
vir.
Tremendo, Noah se levantou. Com nuvens de fumaça em torno
deles, concentrou o seu poder. Lentamente, o corpo do Nix começou
a levantar, com sua vida sendo drenada.

"Nix, eu te amo", ele sussurrou.

"Amo você também ... anjo. Espere por mim."

Naquele momento, exatamente antes do Noah jogá-lo no fogo, Nix


deu seu último suspiro.

***

As mãos do Noah tremeram assim que viu o corpo do Nix erguer do


piso sujo. O fogo estava consumindo tudo ao redor dele, e ia
consumi-lo, também, se não se apressasse.

O corpo arrebentado do seu Companheiro estava mole, os cabelos


escorrendo como um estandarte sangrento sob ele.

"Nix, eu te amo."

"Amo você também ... anjo. Espere por mim."

Nix fechou os olhos e inspirou profundamente-

E Noah empurrou as palmas, lançando seu Companheiro, seu único


e verdadeiro amor, no fogo. Com terror, viu o corpo do Nix incendiar,
a boca aberta em um grito silencioso.

Mas os gritos de Noah não eram silenciosos. Continuaram a


reverberar, uma e outra vez, enquanto mãos o puxavam para trás,
evitando que se encontrasse com seu Companheiro no outro lado.

"Não! Nãooo!"

"Kalen! Kalen está consciente? Traga ele aqui!"


"Nix! Phoenix!" Noah exclamou, o horror do que tinha feito
atravessando-o horrivelmente. Estava perdido, um poço profundo
arrastando-o para baixo.

Em seguida, Kalen estava lá, golpeado e sombrio. Balançando a mão


sobre o seu rosto. "Durma."

E ele dormiu. Durante um longo período de tempo.


CAPÍTULO SETE

Três meses.

Doze semanas de puro inferno na terra, sem restrições.

Noah não conseguia manter nenhum alimento no estômago. Não


conseguia dormir. Após as duas primeiras semanas, passadas
basicamente sob um medicamente que induzia o estupor para
impedi-lo de gritar, Noah tinha prometido ficar quieto. Tinha mantido
muito bem a sua palavra.

Não tinha falado, desde então. Com ninguém.

Especialmente com a Melina. Aquela que tinha dado ao Nix remédios


para impedir seu acasalamento.

Mackenzie tentou consolá-lo, explicando que se tivessem concluído


o acasalamento, o vínculo poderia ter sofrido danos irreparáveis
quando Nix morreu. Mas ela não sabia, de fato, então Noah a
ignorou.

Nada importava agora, porque o Nick estava errado. Não, não o Nick.
Ele, Noah, tinha feito a escolha errada.

Tinha assassinado o seu próprio Companheiro diante da


possibilidade de que alguma velha bruxa louca sabia do que estava,
fodidamente, falando.

E, agora, estava condenado a ficar sozinho para sempre. Não


conseguiria viver sem o Nix. Não conseguiria viver com o que tinha
feito.
Especialmente com o Jinn, bebendo o sangue dele. Quase cedendo
à tentação. O fio negro sobre o seu vínculo com o Nix tinha sumido,
agora - mas o vínculo estava seco como pó. Morto. Uma videira
enrugada que levava a nada, como o seu coração.

Enterrando o rosto no travesseiro do Nix, chorou até secar pela última


vez. Então, calmamente, deslizou para fora da cama e sentou no
chão. Alcançou debaixo da cama e puxou para fora a caixa metálica
que tinha encontrado na semana passada. Levantou a tampa. Pegou
a Glock que estava aninhada no interior.

Carregou o cartucho. Um no tambor.

Um era o que precisava.

Pare! Espere por mim, baby.

Noah balançou a cabeça e ficou de pé. Devia ter enlouquecido.


Finalmente. Não que se importasse.

Empurrando a pistola no cós da calça, puxou a barra da camisa sobre


ela e saiu do quarto. Algo que não tinha feito muito, ultimamente, e
despertou demasiada atenção para o seu gosto, agora. Mas achou
que devia ser uma espécie de encerramento. Estava certo que todos
podiam compreender.

Qualquer um deles negaria que faria o mesmo na sua posição?

Alguns dos seus amigos o cumprimentaram, e ele conseguiu dar


pequenos sorrisos e algumas respostas simples. Breve, educado,
sem falar nada significativo, mas ficou feliz porque achou que estava,
finalmente, se curando.

Curando? Não. Mas ia ficar bem. Finalmente.


Com a sorte que tinha, se encontrou com Melina no meio do caminho
entre o jardim e a trilha. "Saindo para uma caminhada?" Ela
perguntou, parando na frente dele.

Ela estava tentando. Realmente, não tinha sido culpa dela. Sabia
disso. Ela era a médica do Nix e ele tinha sido seu paciente.
"Podemos dizer que sim."

Ela inclinou a cabeça. "Aonde?"

"Vou pegar uma trilha. Está um belo dia." O silêncio ficou pesado por
um momento. Então, ele disse, tranquilamente, "Te perdoo, apenas
para você saber."

Pela primeira vez desde que chegou ao complexo, lágrimas


encheram seus olhos. "Estou tão triste. Eu queria que Nix tivesse
falado a verdade."

"Ele estava assustado. Entendi isso, e não guardo mais mágoa


contra você."

Ela assentiu. "Obrigada. Só para constar, ele me disse um dia antes


de você ser sequestrado, que havia parado com o teste do remédio."

A garganta do Noah fechou com uma onda de emoção. "Sério?"

"Sim. Ele queria parar, por você."

"Mas no churrasco ... por que jogou isso na minha cara se já tinha
decidido parar?"

"Acho que ele estava contra-atacando. Seu medo o dominou, e sei


que ele se arrependeu imediatamente."

Relembrando aquele momento, Noah conseguiu enxergar aquilo.


Acenou. "Sim, você está certa." Deu um passo adiante lhe deu um
abraço rápido. "De qualquer forma, sem ressentimento, agora.
Lembre-se disso."

Dando a ela um vasto sorriso, começou a andar. Ela agarrou o seu


braço.

"Noah. Você vai ficar bem, certo? De verdade?"

"Sim. Eu vou, de verdade."

Algo em seus olhos deve tê-la convencido, porque o deixou ir. Se ela
soubesse.

Em poucos minutos estava passeando no seu percurso favorito,


lembrando quando ele e o Nix percorriam este caminho juntos. Tinha
amado ver seu lobo correr e brincar. Lutar com ele.

Adorava fazer amor com seu Companheiro no córrego.

Eu amei, também. Espere por mim, por favor!

"Estou ficando louco", balbuciou, e continuou andando.

Por fim, chegou ao lugar isolado pelo córrego. Estava tão bonito
como recordava, mas não havia beleza para ser encontrada em
nenhum lugar sem o seu Companheiro para ser sua rocha. Sua luz.
A pistola era pesada na sua mão quando a puxou da cintura.

Não tinha certeza de quanto tempo ficou sentado lá, antes de ter
coragem para colocar o cano contra a testa. Fechou os olhos. Um
apertão, e ele pararia de ver o amor da sua vida sendo consumido
pelas chamas.

Baby, espere por mim.

***

O lobo do Nix correu, seu coração em uma batida frenética no peito.


Não podia perder seu Companheiro. Agora não. Não após estar em
agonia por todos estes meses, deitado nas cinzas que o haviam
consumido. Se curando lenta e penosamente.

O vínculo deles estava desperto, mas o Noah, na sua dor, não


conseguia detectar seu renascimento. Foi através do vínculo que o
Nix leu suas emoções, suas horríveis intenções, claras como o dia.

Seu amado anjo estava planejando acabar com a sua vida.

Noah, pare! Gritou através do seu vínculo. Espere por mim!

Mas nunca tinham completado a etapa final e Nix não o tinha


reivindicado, por isso o Noah não podia ouvir tão claramente como
devia. Seu pobre Companheiro estava pensando que estava ouvindo
coisas.

Abaixe a pistola! Estou chegando!

Apenas um pouco mais. Tinha que chegar a tempo.

Finalmente, eclodiu dentro da clareira, onde a visão do seu


Companheiro, de joelhos ao lado do córrego, quase parou o seu
coração.

Parando, voltou para a forma humana e caminhou lentamente para a


frente. "Noah."

Nenhuma resposta. "Noah, baby. Abaixe a pistola, por favor."

Um deslize do dedo do seu companheiro e estaria acabado. Estariam


perdidos um do outro, para sempre.

Não. Ele não ia perder o Noah.

***

"Noah."
A princípio, pensou que estava sonhando.

"Noah, baby", uma voz suave sussurrou. Abaixe a pistola, por favor."

Piscando, mal podia acreditar nos seus olhos. "Nix?"

"Não te disse para acreditar em mim? Em nós? Você prometeu." O


atraente sorriso do seu companheiro foi sua ruína.

"Você está aqui? Oh, Deus." A pistola caiu do seu aperto para a terra
macia.

A face do Noah se contraiu, e as lágrimas que gostaria de acreditar


terem ido, retornaram em pleno vigor. Mas, desta vez, estava
enrolado nos braços do seu Companheiro, enquanto choravam
juntos. "Como?"

"Eu precisava de tempo para me curar, doçura. Eu estava


literalmente enterrado nas cinzas da casa antiga e o processo foi
penosamente lento. Foi realmente como a velha bruxa disse, uma
fênix renascendo a partir das cinzas. Desculpe se demorou tanto
tempo."

"Não consigo acreditar que você está aqui." Recuou, olhando para o
seu Companheiro, maravilhado. "Estou tão triste por duvidar-"

"Não, desculpe a mim por tratar você como merda no dia no


churrasco. Eu estava com medo, mas isso não é desculpa. Você
pode, algum dia, me perdoar?"

O riso do Noah escapou com uma fungada. "Claro que sim. Apenas
não me deixe novamente, nunca."

"Nunca."
Nix empurrou a pistola a uma boa distância e, suavemente, despiu
seu Companheiro. Não houve necessidade de palavras neste
momento, qualquer dúvida de que ia tornar o Noah seu, agora, para
sempre.

Enquanto o Nix o pressionava contra a terra, cobrindo-o com seu


corpo, Noah se agarrou a ele e sentiu seu cheiro. Sentiu seu calor
humano. Seu Companheiro estava realmente vivo, realmente aqui.
Todo seu.

Gemeu de prazer quando o membro do Nix entrou nele, com cuidado.


Trabalhou seu caminho até o fundo, fazendo amor com o Noah, lenta
e levemente. Em seguida, aumentando o ritmo progressivamente, até
a paixão os levar ao limite.

Assim, quando gozaram, Noah inclinou a cabeça para o lado. Desta


vez, seu Companheiro não perdeu tempo em aceitar o convite. Gritou
quando o Nix cravou as presas no seu pescoço, marcando-o. Seu.
Enfim. Pertenço ao Nix.

Sim, pertence.

O fio dourado que sempre havia estado ali voltou à vida, brilhando
com vitalidade. Reforçando e encaixando no lugar com uma explosão
de luz brilhante. Um segundo orgasmo os sacudiu e o Noah,
novamente, clamou sua alegria completa.

"Graças a Deus você ter chegado na hora certa."

Nix se apoiou sobre os cotovelos e olhou para o Noah, através de


uma mecha dos cabelos sedosos. "Sim. Estávamos destinados."

"Eu te amo muito."

"E eu amo você, baby."


Seu Phoenix, renascido.

***

Nix segurou o rosto do seu doce Companheiro. "Você é a razão pela


qual sobrevivi. Tudo o que sou é por sua causa. Você é a luz da
minha vida e nunca vou negar você, novamente."

Lágrimas deslizaram pelas bochechas do Noah. "Você realmente


está falando sério?"

"Juro. Quando chegarmos ao complexo vou fazer uma cena para


deixar que todos saibam que estou de volta. Então, vou fazer outra,
quando beijar você intensamente, na frente de todos."

Isso o fez ganhar um grande sorriso. "Eu gosto de como isso soa."

"É melhor. Porque planejo fazer isso todos os dias, pelo resto das
nossas vidas. As pessoas vão ficar enjoadas de ver a gente se
beijando, sendo amorosos, em todo lugar."

"Não, vão fazer a mesma coisa com os seus Companheiros."

"Então vamos combinar direitinho."

"Isso parece maravilhoso, também."

"Noah? Obrigado por ser paciente comigo e por me amar, mesmo


quando eu estava agindo como um idiota."

Seu Companheiro lhe deu um sorriso. "Sempre amarei."

Noah o puxou contra si para lhe dar um tórrido beijo, e Nix se


apressou a se certificar que seu Companheiro soubesse o quanto era
amado e o quanto o queria.

E planejava passar o resto da sua vida demonstrando isso.

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