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obra que com a independência financeira, ela acabou se tornando distante de
sua progenitora, tanto pelas diversas ocupações que tinha em seu trabalho,
tanto pela divergência de opiniões entre mãe e filha, resultante, principalmente,
da insistência da mãe em convencer Chi-hon a se casar.
Além disso, percebemos que mamãe acabara ficando mais solitária ao longo
dos anos e que ela se sentia no dever de lidar sozinha com suas dificuldades,
escondendo de todos suas fortes dores de cabeça, o derrame que tivera há
muito tempo, a informação de que não sabia ler e outras situações que ela
precisou enfrentar. Todos esses fatos acabam nos mostrando que mamãe,
apesar de muito querida, tinha se tornada apenas uma parente distante, a qual
todos amavam, mas que ninguém realmente conhecia.
No capítulo 2, “Sinto muito, Hyong-chol”, temos o foco voltado para o filho mais
velho de mamãe e seus diversos questionamentos quanto a tudo que estava
ocorrendo. Hyong-chol era o filho por quem mamãe se mostrou mais dedicada,
não só por suas grandes expectativas referentes ao futuro do filho, mas
também pelo costume cultural de maior cuidado com o primogênito da família.
Por meio de pistas, sobre a suposta localização de mamãe, este personagem
acaba regressando a locais que outrora havia habitado e retomando as
lembranças de seu longo passado.
Acompanhando a perspectiva desse filho, é possível notar que desde cedo ele
sempre foi um garoto muito esforçado e inteligente, que apesar de
experimentar situações difíceis em sua infância, como a infidelidade do pai e a
escassez das economias da família, se sentia grato por todo cuidado recebido
de sua mãe e desejava ser bem-sucedido para zelar por ela. Entretanto,
Hyong-chol acabou se tornando o diretor de marketing de uma construtora de
prédios, constituindo sua própria família e esquecendo seus objetivos iniciais
com mamãe, fazendo com que tudo aquilo que ele iniciou visando proporcionar
uma vida mais confortável para ela, se transformasse em uma perfeita
desculpa para deixa-la gradativamente de lado.
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cabeça de Hyong-chol, que começou a perceber o quão valiosa sua mãe era e
o quão difícil foi a vida dela ao priorizar o cuidado de todos, em detrimento de
seu próprio bem-estar. Apesar de realmente estima-la, só com o seu
desaparecimento é que ele percebeu o impacto de sua ausência na vida de
mamãe e como ela poderia se sentir por receber tanta indiferença de seu
marido e filhos durante tantos anos.
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que mamãe tinha desejo de continuar estudando e almejava outros sonhos
para a sua vida, porém com a condição de sua família e da localidade em que
vivia foi convencida a um casamento arranjado. Vemos ainda que Park nunca
quis ser a mulher que cuida da casa ou dos filhos, mas precisou se remodular e
se adaptar as novas circunstâncias para dar o melhor possível a seus filhos.
Um outro ponto que pode ser destacado neste capítulo, é o vínculo entre Park
e Lee Eun-gyu, que apesar das tantas controversas, acabaram se tornando
amigos e alguém muito especial para Park, a quem ela recorria frequentemente
em situações desafiadoras. Vemos ainda que essa amizade era um grande
segredo de Park, do qual ninguém nunca sequer desconfiou, simplesmente por
pensarem na “mamãe” como alguém incapaz de fazer algo assim. Neste ponto,
é possível notar que Park era apenas vista como mãe e esposa desde sempre,
sem ambições ou segredos para os outros.
Por fim, ainda observamos neste trecho a caminhada de Park quando estava
perdida e sozinha. Vemos que ela tinha ficado confusa e desorientada, apenas
relembrando da época de sua infância, o que lhe fez caminhar excessivamente
longos percussos para chegar à casa em que morava com seus pais e
prejudicando ainda mais sua saúde. Em sequência, é notado nos diálogos de
Park que ela não está mais no plano humano, mas em uma esfera distinta, o
que lhe permiti narrar sua história sob sua ótica pessoal, sendo este fato
evidenciado quando ela se refere as dificuldades de ser mãe sem nenhum
apoio familiar, a felicidade de ter um amigo em segredo e aos conhecimentos
que aprendeu para educar seus filhos como situações distantes de seu
presente, porém com impressões específicas de sua própria lembrança. Neste
momento, presenciamos a personagem sentir tanto tristeza, como alegria ao
relatar suas memórias, expondo seu passado e transmitindo a ideia de que
apesar de difíceis, conseguiu superar muitas barreiras pelos filhos, finalizando
este capítulo com a revelação clara de que ela já poderia descansar no colo de
sua mãe sem arrependimentos.
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Park havia sumido, sem rastros ou notícias. Além disso, percebemos que a
família continuou afetada pela falta de mamãe, mas que lentamente retornaram
aos seus afazeres regulares. Com isso, Chi-hon acabou indo para Roma com
seu namorado, entretanto frequentemente voltava a pensar em mamãe e nas
diversas desculpas que deu para evitá-la anteriormente. Um outro ponto deste
fragmento, foi a carta enviada pela quarta filha para Chi-hon, em que é possível
observar diversos questionamentos referentes a quem realmente mamãe era e
se um dia alguém a encontraria. O livro se conclui com o título da obra, “por
favor, por favor, cuide da mamãe”, dito por Chi-hon após seus momentos de
reflexão, com esperança de que algo bom acontecesse com mamãe.