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Apresentação do clássico- “As Mulherzinhas”

Autora
Louisa May Alcott nasceu a 29 de novembro de 1832, em Filadélfia e faleceu em Boston, a 6 de
março de 1888.
Foi uma escritora norte americana bastante conhecida que sempre se dedicou à literatura
juvenil.
A autora era a segunda de quatro filhas e a sua relação com elas foi a principal inspiração para
este clássico. O seu pai, Amos Bronson Alcott, era um filósofo e educador e foi quem a educou,
pelo que ela teve a oportunidade de conhecer e conviver com intelectuais, entre os quais Henry
David, Thoreau e Ralph Waldo Emerson.
O sonho de Louisa era tornar-se atriz, porém acabou por se tornar escritora e durante toda a sua
vida se inspirou nas suas próprias experiências para escrever as suas obras.
O seu romance mais famoso é as “Mulherzinhas”, o livro que vim apresentar.
Esta obra que estou a apresentar é considerada, por muitos, uma proposta de emancipação
feminina, já que seria uma causa e consequência da vaga feminista do século XIX, e este facto
foi um dos principais motivos que me levaram a apresentar “As Mulherzinhas".
Resumo
Este livro retrata a história de quatro irmãs, Jo, Amy, Beth e Meg, extremamente diferentes
entre si, que vivem com a mãe e com uma criada. Meg é a irmã mais velha, Jo é uma amante de
literatura, Beth é a pianista e Amy, a mais nova, é a pintora. Com o pai na Guerra Civil
Americana, elas deparam-se com a pobreza e têm que trabalhar para sustentar a sua família,
juntamente com a mãe delas apoiando-se mutuamente.
Numa primeira parte, as 4 irmãs estavam mais uma vez a lamentar a sua pobreza até que
decidem conjuntamente que cada uma delas irá comprar um presente para sim mesma, para
alegrar o Natal delas, porém acabam por mudar de ideias e abdicam dessa felicidade própria
para comprar presentes para a mãe delas. Já no dia de Natal, a mãe delas encoraja-as a abdicar
da sua enorme refeição para uma família mais pobre que a delas e, por muito que não gostassem
da pobreza com que lidavam todos os dias, aceitaram com entusiasmo a proposta!
O tempo vai passando e vamos acompanhando todas as aventuras e tanto o crescimento moral
como emocional das irmãs, até uma certa altura em que fazem amizade com o rapaz de 16 anos,
que morava na casa ao lado da delas, Laurie, e acolhem-no como se fosse da família.
Com Laurie na família, tudo ficou mais divertido e vivo. No entanto, todos passaram por várias
situações traumáticas, tal como Amy que por ser apanhada a vender limões na esfola é agredida
pelo seu professor, o que levou a mãe dela a tirá-la da escola; Jo que se recusou a incluir a irmã
mais nova nos seus planos e depois teve que lidar com uma vingança por parte de Amy, que lhe
queimou um texto que tinha um grande valor para ela; e Meg que começou a ir a festas e acabou
por sofrer ao saber que é julgada pelos outros jovens da sua idade por não ter tantas condições
financeiras como eles.
Um dia, a família recebeu um telegrama que informava que o pai delas estava doente e
internado num hospital, o que causou um tremendo sofrimento e um clima tenso em toda a
família. A mãe decidiu partir para poder cuidar do seu marido e esse acontecimento gera o caos
na vida das meninas. Beth cria o hábito de ir visitar a família vizinha, mas acaba por contrair
escarlatina, o que a leva à beira da morte até ao retorno da mãe. Enquanto isso, o tutor de Laurie
apaixona-se por Meg e em pouco tempo ficam noivos, tal como Meg sempre desejara.

Apreciação crítica
Ao ler esta obra pude retirar várias “lições de vida" e refletir sobre os mais diversos temas. Cada
capítulo deste livro apresenta uma conclusão diferente que é identificada facilmente.
Logo no início do desenrolar da história, vemos que as irmãs colocaram a mãe delas em
primeiro lugar, optando por comprar presentes para ela e não para elas próprias. Esta situação
revela uma enorme bondade e generosidade por parte delas, pois estas não tinham tudo o que
queriam e isso era algo que lhes custava lidar com. Para reforçar isto mesmo, abdicaram da sua
própria refeição de Natal para ajudar o próximo, o que me fez pensar se eu faria o mesmo,
colocar os outros em primeiro lugar e só depois a minha felicidade, sendo que ajudar o próximo
é algo que também gere akegria.
Primeiramente, este livro representa uma nova perspectiva relativamente às mulheres assim
como também às possibilidades que se começam a abrir para elas, a partir da segunda metade do
século XIX, pelo que Meg, a irmã mais velha, é a exata representação de como era antigamente
uma mulher e como se pensava que deveria ser: alguém cujos objetivos de vida eram apenas ser
bela e casar para poder ter uma família e ser amada. Todavia, a autora introduziu a personagem
Jo que sonha em ser escritora e desafia a ideologia que limitava as mulheres ao lar e à educação
dos seus filhos, unicamente.
Outro tópico que podemos abordar é a prevalência da união entre as irmãs, até mesmo quando
se desentendiam, algo que era recorrente visto que as suas personalidades eram incrivelmente
diferentes, e ao ser descrita a maneira como elas se apoiavam nos momentos em que estavam
mais afastadas, somos levados para um tema importante, porque é um padrão ver-se as mulheres
a não se entenderem entre si nas obras de ficção. Até certa altura, quase todos os clássicos eram
escritos por homens e, geralmente, as mulheres eram retratadas por seres quase mitológicos que
viviam para a beleza e não conseguiam ter relações verdadeiras de amizade e amor com outras
mulheres, então é bonito ver que todas as irmãs tinham opiniões e pontos de vista diferentes uns
dos outros, mas mesmo chateadas os seus laços não se rompiam.
Para além disso, pude retirar que o amor afasta o medo e a gratidão vence sempre o orgulho,
pois Jo era uma jovem tímida que inicialmente não gostava muito de ir ter com o seu vizinho
Laurie pelo facto de que o avô dele era um homem intimidante. Contudo, após decidir deixar o
orgulho de lado e falar com o avô do jovem, acabou por enfrentar esse medo e ainda, ao
perceber que ele era uma boa pessoa, que se preocupava com ela, começou a desenvolver uma
relação com o mesmo. Considerando que sem esta aproximação entre a jovem e o avô de
Laurie, o rapaz não se teria tornado, de um mesmo modo, tão próximo dela e das suas irmãs, foi
genuinamente importante que ela tivesse conseguido fazê-lo, pois mais tarde ele veio-se a tornar
parte da família das irmãs.
Apesar de todos os pontos que apresentei, considero que a principal interpretação deste clássico
é que o amor e a coragem se revelam mais fortes do que todas as dificuldades, sendo que as
irmãs viviam com a mãe delas e tinham alguns problemas financeiros, por não contarem com a
presença do pai/marido, porém estas sempre foram muito unidas e sempre procuraram ajudar-se
umas às outras, independentemente dos riscos que poderiam correr. Ao terem coragem e ao
demonstrarem amor, puderam efetivamente ultrapassar ou contornar as dificuldades que lhes
surgiam.

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