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Escola Secundária Jaime Moniz

Disciplina de Português
1º Período

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Inês de Oliveira Lousada nº6 12º20

Plano da Apresentação Oral

Primeiro Momento:

1. Saudação.
2. O Conto que eu escolhi apresentar foi: “A menina que carregava bocadinhos” de Valter Hugo
Mãe.
2.1. Valter Hugo Mãe é o nome artístico do escritor Valter Hugo Lemos que nasceu numa
cidade angolana a 25 de setembro de 1971. Para além de escritor também é editor,
artista plástico, apresentador de televisão e cantor. Tirou o curso em Literatura
Portuguesa Moderna e Contemporânea na Universidade do Porto e possui livros
publicados em poesia, cantos e narrativa longa. Em 2017 atingiu reconhecimento
público com a conquista do Prémio Literário José Saramago com o seu segundo
romance “O remorso de baltazar serapião”.

2.2. O título do conto é “ A menina que carregava bocadinhos”, pois a vida complicada e
humilde que a personagem levou, fez com que a mesma carregasse bocadinhos de
todas as experiências que passou e tornaram na pessoa que é, mas também fez com
que carregasse aos bocadinhos pequenos gestos que para ela simbolizavam muito.

2.3. Linguagem estilo e pontuação: Valter Hugo Mãe é conhecido por ter um estilo literário
marcante, que se baseia numa linguagem poética e emotiva. A sua escrita é
essencialmente caracterizada pela sua profundidade em relação a temas como:
infância, identidade, amor e solidão, que vamos poder observar no conto. A nível da
pontuação também conseguimos identificar algumas marcas características do autor
como:

- Uso estratégico de vírgulas de maneira a criar pausas e indicar mudanças no tom.


- Frases curtas e fragmentadas utilizadas para dar destaque a pensamentos e
sentimentos e desta forma também conferindo maior intensidade às mensagens que
permite transmitir.
Segundo Momento:

1. Análise do conto
1.1. Exposição dos assuntos desenvolvidos:

• Menina de 9 anos foi “adotada” por uma família rica em troca de sopa e um
colchão para dormir.
• Cresceu pobre, obediente, submissa, desrespeitada e oprimida.
• A única ligação que tinha era com os cães da casa, pois, tal como eles, era
aprisionada, fiel e grata.
• Um dia, já com 15 anos, foi lhe dado um lenço pela patroa, pois já estava
ligeiramente estragado e a patroa não o quis.
• A menina usa as suas talentosas mãos para criar uma roupa que a faz destacar-
se, despertando assim raiva por parte da patroa, porque segundo ela: “Ser
bonita estava absolutamente fora das suas competências”.
• A meninas aceita o ambiente opressor até que chegam os seus 18 anos e a
beleza começa a despertar nela.
• Dá-se a chegada de um rapaz que entrega o correio e este começa a interessar-
se por ela, havendo troca de olhares mútua. “A moça sem querer, carregava aos
bocadinhos o amor para dentro de cada gesto, como quem se movia para um
único objetivo”.
• Desconfortável com a situação a patroa despede o rapaz e a menina foge de
casa com os cães, desparecendo assim para sempre no meio das árvores.

Os principais assuntos desenvolvidos neste conto são:


A infância: O autor explora a perspetiva da menina enquanto criança, revelando
a complexidade da infância.
A identidade: O autor explora a questão da autodescoberta, nomeadamente no
momento em que a menina começa a ter noção das suas habilidades e quer
sobressair. Valter Hugo Mãe mostra como o ambiente em que somos criados e
as nossas experiências moldam aquilo que somos, pois a pequena criada, apesar
de talentosa, foi obrigada a manter-se discreta e humilde, tal como as outras na
sua condição (página 6).
Isolamento: No conto é feita referência à solidão que as criadas sentiam na
altura, uma vez que eram discriminadas e postas de lado pela sua condição
financeira, sendo apenas vistas como meras máquinas de trabalho e não lhes
sendo permitida a beleza.

1.2 Caracterização física e/ou psicológica de uma personagem:


A menina sobre quem o conto fala é descrita de duas maneiras, quando chega à casa
grande com nove anos é pequena, feita de ossos fininhos, com uns olhos claros e
esbugalhados de ansiedade, era delicada, frágil, tímida e submissa. Já quase a realizar
18 anos de idade, a protagonista encontra-se com corpo inteiro de mulher e um brilho
nos olhos que era a glória da saúde, rapidamente se tornou emburrecida, malcriada e
desnorteada, mas também altiva.
1.3 Caracterização dos espaços
A nível dos espaços não existe grande caracterização, no conto existe apenas referência à
casa grande ao átrio da igreja e à floresta na qual a menina desapareceu.
A meu ver a casa representa a falta de liberdade e identidade da menina e a floresta
representa a sua liberdade.

1.4 Recursos expressivos


• Adjetivação: “A menina recebeu da patroa um grande lenço de pescoço inscrivelmente
sedoso e brilhante...”
• Sinestesia: “ Uma cor que pairava como um perfume de se ver sobre o seu corpo
sempre magro.”
• Metáfora: “Como quem costura charcos de água.”
• Comparação: “A moça devagava também, a pensar para longe como um animal
enjaulado.”

1.5 Apreciação crítica do conto e da sua mensagem global


1.5.1 Intertextualidade
1.5.1.1. Apresentação de 3 imagens como comparação ao conto
escolhido.
1.5.2. Atualidade: Tal como no conto mencionam que as criadas apenas
deveriam servir, sem ter direito á beleza, nos dias que correm ainda existe esse tipo de
preconceito. As mulheres muçulmanas são privadas de direitos básicos como a
educação, carta de condução entre outros. Têm de ser sempre submissas a um homem
não podendo desempenhar um papel mais importante do que o deles. Assim como no
conto, também considero que são privadas da beleza, uma vez que a sua religião as
obriga a andarem completamente cobertas sem poderem mostrar a própria pele.

Terceiro Momento
1. Agradecimento e saudação final

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