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O PAPEL PATERNO

A importância da Paternidade no Desenvolvimento da Criança:

A psicologia tradicional por muito tempo, manteve a figura paterna à sombra


da materna relegando a sua importância somente depois dos 4 anos , quando a
criança precisa da figura do pai para resolver o Complexo de Édipo.

Atualmente a psicanálise segundo alguns psicanalistas ( Lacan) a interação


pai - filho é ainda mais precoce, desde que a criança nasce encontra uma
relação estabelecida, na qual vai figurar como o terceiro elemento. E o triângulo
está configurado, mesmo que o pai não exista fisicamente. Isto porque, por
várias razões, a mãe tem internalizada em si a imagem do homem. O homem
acomodou-se ao lugar que lhe sobrou e dai o estereótipo de. pai como ser
absolutamente incapaz diante dos filhos, desajeitado para fazer as coisas mais
simples como por ex: trocar uma fralda ou preparar mamadeira. O jeito era
esperar que o filho crescesse um pouco, só então iniciar um relacionamento
mais profundo.

O pai em uma família tem outras obrigações além de ganhar o pão de cada
dia e de cuidar da sobrevivência material dos membros da família, aliás papel
esse que muitas vezes é dividido com a mãe que trabalha fora. O papel do pai é
insubstituível. Sabemos que os filhos homens olham o mundo com os olhos do
pai durante um período da vida. A falta do pai no período de identificação pode
causar o homossexualismo. A ausência da imagem paterno pode também
significar uma ausência afetiva.,

As maiores fraquezas dos homens em seus relacionamentos têm sido a


omissão e a ausência sentidas do pai. Depois de lutar para conquistar alguém
que consideram importante, tendem a relaxar , perdendo o interesse pela
pessoa amada. Essa tendência de valorizar mais o ato do que o de desfrutar
aquilo que conseguiu leva-o a um permanente estado de insatisfação e um vazio
existencial. O grande desafio para o homem em seu processo de crescimento, é
aprender a ver a beleza do cotidiano, o fascínio da intimidade, a grandeza das
coisas simples e saber renovar os relacionamentos com as pessoas que ama.

A ausência do pai nos filhos homens traz um sentimento de medo em relação


às mulheres. O menino sempre se relaciona com uma mulher, a mãe, a
professora, que tem no dia-a-dia poderes sobre ele. É ela quem irá julgar se ele
é um bom menino, poderá viver gritando e até bater nele e indicará a todo o
instante o que é certo ou errado. Ao procurar um jeito de torna-la feliz, de
aprende a ver as mulheres como seres grandes, poderosos e temíveis. Por isso
mais tarde, se sentirá tão inseguro, que passará a querer domina-las ou evitará
compromisso para não se sentir ameaçado.

Para as filhas, a ausência do pai traz como conseqüência o amor a homens


ausentes ou distantes, cujo afeto buscam conservar a qualquer custo, até
mesmo com a anulação de si.
Muitas pessoas consideram seu pai como uma carta do baralho. Mas é bom
lembrar que a maioria dos jogos não ocorre quando falta uma carta. Muitas
vezes o jogo do amor não evolui na vida de uma pessoa porque ela se ressente
da falta do amor paterno !

Cada vez que o filho se aproxima do pai e não encontra espaço para
compartilhar sua vida, seus sentimentos, seja porque o pai está lendo o jornal,
tomando cerveja, ou quando, aprende que seus sentimentos são menos
importantes que a televisão, ou bebida. Para não se sentir rejeitado, acaba se
fechando e desistindo de procurar o amor paterno.

A presença do pai possibilita ao filho manter uma profunda conexão com a


figura masculina que de vai formando para sí, Terá no pai uma demonstração de
que a felicidade se obtém na convivência com pessoas queridas e não aquela
clássica imagem de que voltar para a casa é um martírio. A filha aprenderá, a
valorizar o homem com quem poderá compartilhar o dia-a-dia. Não viverá sob o
domínio do medo quase eterno para muitas mulheres de ser abandonada.

Aprender a conviver e desfrutar da companhia dos seres amados não é um


favor que o homem presta aos outros, mas sua grande oportunidade de ter uma
vida familiar mais plena.

Elaborado por Margarete Bueno Moscovo- CRP. 06/478

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