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O que é neurose: de neuróticos todos

temos um pouco?
Você sabe o que é neurose? Embora o termo seja muito falado, não apenas na
comunidade da psicologia, nem todo mundo sabe qual é o seu real significado.
Além disso, há também muitas dúvidas acerca de quem se enquadra nos
sintomas patológicos da neurose.
Isso é justamente o que vamos tratar no artigo de hoje! Então, se você quer
entender melhor o que é esse conceito e porque muito se fala sobre “de
neuróticos todos temos um pouco”, não deixe de ler até o final!
Vamos começar?

O que é neurose?
Assim como alguns transtornos, a neurose trata-se de uma condição patológica
que afeta diretamente a vida, relações e padrões de comportamento do
indivíduo. Algumas causas desse comportamento anormal podem relacionar-
se a fatores biológicos ou sociais.
Além disso, podem também ser orgânicos ou biogênicos, psicogênicos e/ou
fatores precipitantes e de predisposição.
No que se refere aos fatores precipitantes, não há como recorrer. Afinal,
tratam-se de situações adversas que podem acometer quaisquer um, como
por exemplo, um término de relacionamento ao qual não se está preparado.

A predisposição da neurose
Para os determinantes de predisposição, há ainda o fardo de se ter que viver
ou conviver com aquela particularidade. Isso porque esta vem a discorrer
sobre alguns comportamentos superprotetores de pais aos filhos.
Portanto, nessa assertiva, as perturbações neuróticas vêm apresentar
tendências patológicas de deformação ou infantilidade da personalidade
frente a situações comuns da vida. Nesse caso, englobam-se situações como
relacionamentos interpessoais, conjugais, parentais, dentre outros.
O fato é que o indivíduo neurótico tende a acreditar que problemas simples
comumente contornados de forma amena por pessoas “normais”, são
assombrosos e grandes para eles. Com isso, ele acaba fazendo avaliações
errôneas sobre o mundo externo.
Essa dificuldade de manter um olhar crítico e de não “pesar” as situações passa
a ser angustiante e doentia aos neuróticos. Afinal, eles possuem ciência de
seus comportamentos, mas pouco fazem para descobrir a simbologia desses
conflitos psíquicos.
Sobre o núcleo neurótico vale ressaltar que, para que se considere a patologia
da neurose, já que de neuróticos todos temos um pouco, há de se ponderar as
seguintes condições:
1. Deformação patológica da personalidade;
2. Dificuldade de lidar com problemas comuns, vistos como tensões
perigosas e ameaçadoras;
3. Padrão neurótico e doentio e;
4. Quadro sintomatológico: ineficiência, fadiga crônica física ou mental e
insatisfação.

A culpabilização dos sintomas


A incidência de culpabilizar o outro o abstém de avaliar que tais tipos de
observações são mais suas do que dos outros. Ou seja, o mecanismo de defesa
do recalque trabalha a todo custo para maquiar suas aflições e projetar no
outro as mesmas.
Tal situação passa a tonar-se insustentável quando a angústia vem a ser
intolerável. Estes sujeitos buscam por segurança, estabilidade e vida
significativa, depositando no parceiro ou em quem quer se seja sua produção
pessoal, que deveria, a princípio partir de si mesmo.
O preço que se paga por uma personalidade neurótica é caro quando suas
insatisfações refletem ao externo, sendo elas:
• Cobrança excessiva;
• Padrões inalcançáveis de atividades;
• Rigidez e falta de autoconhecimento;
• Insatisfação;
• Infelicidade e;
• Sintomas psicológicos e somáticos.
O nascer dessa condição biopsicossocial faz referência à infância, donde
padrões de comportamento anormais afloraram durante a construção do ‘eu’.
Sensibilização, rejeição, padrões morais e não realistas, disciplina defeituosa e
demais são causas reais dessas constituições.
Na neurose, alguns sintomas trazem a percepção de reações de angústia, como
a reação astênica e a reação de conversão. Na reação astênica (neurastenia),
tem-se a fadiga crônica, física e mental como pontos de análise.
Por outro lado, a reação de conversão traz em seu arranjo o que Freud
chamaria no passado de histeria, com transtornos somatoformes e de
somatização. Nesse caso, sinais e sintomas não possuem causa orgânica, mas
sim, causas psicogênicas.
Ainda na neurose, a reação fóbica pode ser atributo desde que o medo
irracional e o esquivar-se do objeto esteja presente. À neurose, também faz a
correlação a fobia, já que os fatos comuns da vida, do cotidiano causarão
perturbação e ameaça, tais intentos podem desenvolver aspectos fóbicos
perto a essas condições.

Sonhos neuróticos
E nos sonhos? Qual a atribuição de sentido aos sonhos em um neurótico? Os
sonhos, independem de formação de personalidade e trarão em seu contexto
aspectos e conteúdos desejosos reprimidos do paciente. Ou seja, este
apresentará em estado de vigília temas como: impressões sensoriais noturnas,
restos diurnos e teores reprimidos do id.
Como os sonhos trazem em sua dinâmica funções desejosas e como afirmava
Jung, para além de funções desejosas um estilo de compensação entre
inconsciente e consciente, no neurótico esses sonhos enfatizarão conteúdos
seus com mais rigor.
Por viverem à flor da pele e por apresentarem uma sintomatologia
somatoforme e somática, esses assuntos poderão apresentar-se também aos
sonhos, como buscas de realizações, seja no âmbito sexual ou não.
Para tanto, será justamente na interpretação desses sonhos, bem como na
entrevista preliminar que algumas vertentes poderão ser observadas e
avaliadas.
A presença constante de um sonho, o conteúdo latente e manifesto, a forma
como o sujeito sente-se ao sublinhar-se o sonho e decodificá-lo e o que ele
representa ao mesmo serão de fundamental importância para a relação de
rapport entre analista e analisando.
É claro que não é fácil, tampouco algo diminuto e simples representar o
sentido de um sonho a quaisquer um. Afinal, o sonho é singular, subjetivo e
particular. Menosprezá-lo não configura aos conceitos fundantes do pai da
psicanálise, mas sim, desmistificá-lo e não atribuir-lhe um segmento de
decifração e simbologia – como antes de Freud –, mas de representação,
elaboração e significação.

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